Você está na página 1de 15

Índice

Introdução....................................................................................................................................3

Factores endógenos que contribuem para o desenvolvimento do pensamento............................4

As razoes da filosofia ser natural ao homem...............................................................................5

Importância de filosofia no contexto desportivo..........................................................................6

A importância do conhecimento filosófica na acção pedagógica................................................6

O valor do desporto na sociedade contemporânea.....................................................................10

Possíveis desafios do desporto na sociedade contemporânea....................................................11

Conclusão...................................................................................................................................15

Referência bibliográfica.............................................................................................................16
Introdução
O presente trabalho aborda sobre Factores endógenos que contribuem para o desenvolvimento do
pensamento. Que são Feito de forma multidisciplinar ou em forma de intervenção no Espaço do
pensamento filosófico sobre o desporto podemos apontar o Esboço de concepções teóricas que
tem influenciado de maneira Relevante o pensamento sobre o desporto no.

Segundo Henri Wallon compreende o desenvolvimento psíquico da criança (base de seus estudos
do desenvolvimento humano) como um acto Descontínuo e marcado por contradições e
conflitos, resultado da Maturação orgânica e das condições ambientais. Essa visão contrária a
Ideia de um desenvolvimento linear e em etapas definidas e seguidas, que compreenderiam
períodos marcados, com carácter de sucessão.
Em seguida aborda A Importância de filosofia no contexto desportivo

Na qual a filosofia do desporto refere-se à Analise conceptual e à interrogação das práticas


desportivas e áreas a elas relacionadas (jogos, exercícios físicos, dança, Educação Física,
biociências etc), examinando-se temas substantivos de ética, epistemologia, metafísica, axiologia
e estética, envolvendo o uso do corpo como actividade humana ou institucional.
A filosofia do desporto não somente lida com insights de vários campos da filosofia, mas
sobretudo gera interpretações compreensivas do desporto em si mesmo. Do ponto de vista de
método de investigação, a filosofia do desporto é aparentada com a história como também se
orienta por argumentação, interrogação e diálogo de modo sistemático, quer por meio de análise
– ou crítica -, ou síntese, isto é, de forma especulativa.
Factores endógenos que contribuem para o desenvolvimento do pensamento
Feito de forma multidisciplinar ou em forma de intervenção no Espaço do pensamento filosófico
sobre o desporto podemos apontar o Esboço de concepções teóricas que tem influenciado de
maneira Relevante o pensamento sobre o desporto.
Segundo Henri Wallon compreende o desenvolvimento psíquico da criança (base de seus estudos
do desenvolvimento humano) como um acto Descontínuo e marcado por contradições e
conflitos, resultado da Maturação orgânica e das condições ambientais. Essa visão contrária a
Ideia de um desenvolvimento linear e em etapas definidas e seguidas, que compreenderiam
períodos marcados, com carácter de sucessão.
Para Wallon, aspectos dos diferentes momentos do desenvolvimento não são propriamente
“superados” por outros, mas podem reaparecerem outra fase da vida, ganhando novos sentidos
de acordo com as diferentes condições do sujeito.
O estudo de Wallon, leva em conta o contexto em que vive a criança, considerando as
influências do ambiente social, das experiências culturais. Esse meio em que a criança vive não é
estático e homogéneo, ele também transforma-se-junto com a criança. A cada idade estabelece-se
um tipo próprio de interacções entre o sujeito e seu meio. Conforme a disponibilidade da
Idade a criança interage mais fortemente com um ou outro aspecto de seu contexto, extraindo
dele os recursos para o seu desenvolvimento.
Este, se baseará nas necessidades e competências específicas da criança naquele momento de
vida. Esta determinação recíproca entre as condutas das crianças e o seu meio, conferem um
carácter de relatividade ao processo de desenvolvimento. Ainda assim, considerando a influência
do ambiente e da cultura no desenvolvimento, este tem uma dinâmica e ritmo próprios,
resultantes do que Wallon chama de princípios funcionais que agem como leis constantes. Os
factores orgânicos são os responsáveis pela sequência fixa entre os estágios do desenvolvimento,
embora não garantam uma homogeneidade no seu tempo de duração (as circunstâncias sociais
interferem nesse aspecto).
As etapas do desenvolvimento têm um ritmo descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e
reviravoltas, movimentos que provocam profundas mudanças em cada etapa vivida pela criança.
Portanto, a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá de modo linear, por ampliação.
Trata-se de facto em um movimento de continua reformulação, marcada por crises que afectam a
conduta da criança. Conflitos se instalam nesse processo e eles são propulsores do
desenvolvimento aos quais chama de factores dinamogênicos (que conferem dinâmica). Tais
conflitos podem ser resultado de desencontros entre o comportamento da criança e o ambiente
exterior
(exógeno: que é relativo ao mundo externo) ou originários de factores orgânicos, relativos a
maturação infantil (endógenos: causa interna).
Em suma, o desenvolvimento é um processo pontuado por conflitos. Conflitos de origem
exógena, quando resultantes dos desencontros entre as acções da criança e o ambiente exterior,
estruturado pelos adultos e pela cultura. De natureza endógena, quando gerados pelos efeitos da
maturação nervosa. Até que se integrem aos centros responsáveis por seu controle, as funções
recentes ficam sujeitas a aparecimentos intermitentes e entregues a exercícios de si mesmas, em
actividades desajustadas das circunstâncias exteriores. Isso desorganiza, conturba, as formas de
conduta que já tinham atingido certa estabilidade na relação com o meio” (Galvão, 1995).

As razoes da filosofia ser natural ao homem


A Filosofia é natural e necessária ao homem. Demonstramos frequentemente insatisfação diante
de muitos acontecimentos do nosso cotidiano. Estamos a todo instante buscando significações.
Tomelin (2003) nos alerta que: pela reflexão filosófica poderemos ter mais clareza sobre qual
caminho tomar em nosso posicionamento ético e político, de forma a contribuir para a
construção de valores humanos.
Por meio da reflexão é possível que se tenha mais de uma dimensão dos factos. A palavra
Filosofia é de origem grega: philos = amigos; Sophia = sabedoria. Neste sentido ser filosofo é ser
amigo do saber e não seu dono. Sabendo que ensinar a filosofar é ensinar a questionar, duvidar,
admirar, conceituar implica numa postura de maior abertura em tudo o que envolve o espaço da
ação pedagógico (TOMELIN,
2003, p.56).
O conhecimento filosófico possibilita ao professor acompanhar de forma reflexiva e crítica a
acção pedagógica transformando a sua educação assistemática (de senso comum) em uma
educação sistematizada (guiada pela consciência filosófica). Para SANTIN (1987, p. 40), "a
Filosofia desenvolve um género específico de raciocínio e lança mão de um número mais ou
menos ilimitado de recursos, através dos quais é possível ter acesso aos mais variados assuntos e
às mais complexas questões do mundo humano".
Importância de filosofia no contexto desportivo
A filosofia do desporto refere-se à Analise conceptual e à interrogação das práticas desportivas e
áreas a elas relacionadas (jogos, exercícios físicos, dança, Educação Física, biociências etc),
examinando-se temas substantivos de ética, epistemologia, metafísica, axiologia e estética,
envolvendo o uso do corpo como actividade humana ou institucional.
A filosofia do desporto não somente lida com insights de vários campos da filosofia, mas
sobretudo gera interpretações compreensivas do desporto em si mesmo. Do ponto de vista de
método de investigação, a filosofia do desporto é aparentada com a história como também se
orienta por argumentação, interrogação e diálogo de modo sistemático, quer por meio de análise
– ou crítica -, ou síntese, isto é, de forma especulativa.

A importância do conhecimento filosófica na acção pedagógica

A sociedade contemporânea vive influenciada pelos “ventos” de mudanças nas variadas áreas, o
que leva a que se adopte um tempo definido pela busca e experimentação de actividades novas
que se expressam em diferentes domínios de nossa vida e que geram um nível alto de
possibilidades de acções e sensações. Estes tempos que nos referimos são tempos de: sentir,
experimentar, explorar; viver as enormes possibilidades, auto-realizantes, divertidas,
enriquecedoras e saudáveis que invadem todos os domínios da nossa vida, tais como, a escola, o
lazer, o desporto, as festas populares, etc. Vivemos num período em que a sociedade mundial
caracteriza-se pelo pluralismo de ideias, pela complexidade das práticas e dos saberes.
Mas o que vem a ser complexidade? Para MORIN & LE MOIGNE (2000), a complexidade é
uma palavra-problema e não uma palavra-solução; a complexidade desafia, não dá respostas. A
dificuldade em conceber este pensamento complexo está no facto de que ele
(pensamento complexo) deve enfrentar o emaranhado, a contradição e, porque não dizer, a
solidariedade dos fenómenos entre eles.
Independentemente das definições propostas a respeito da complexidade, ela surpreende pela sua
irrealidade, isto é, pela irreversibilidade de seu conteúdo, por sua dificuldade de entendimento,
por não possuir um sentido concreto. Com efeito, difere da complicação, com a qual ela é
confundida, por preguiça intelectual ou por galanteria retórica, que se caracteriza facilmente por
sua visibilidade. A complexidade está para a complicação do mesmo modo que a entropia está
para a energia: uma espécie de avaliação do
'valor de mercadoria', definida pelo observador, de um lingote de mistura metálica, com
determinado peso e imposto a este observador.
O 'muito complicado' pode não ser 'muito complexo' e o muito simples (o grão da matéria!) pode
ser dado como muito complexo (MORIN;
LE MOIGNE, 2000).

Quando pensamos no desporto para crianças e jovens não há como dissociá-lo das ideias acima
expostas, tendo em vista que o desporto em si é permeado de unidades, de relações entre estas
unidades, de significados, de incertezas, não podendo, portanto, ser resumido a uma ideia
simples ou a uma lei. Isto nos remete ao sistema desportivo centrado nos quadros competitivos,
em que a pedagogia do desporto fortemente influenciada pelo paradigma reducionista, busca e
elege o tipo ideal de atleta, promovendo a fragmentação, a exclusão e a selecção desportiva
como forma de se chegar às selecções futuras
(SANTANA, 2005). É preciso, pois, pensar num desporto para todos e não num desporto que
seja privilégio apenas dos mais dotados.
HOMEM (2003) salienta que o grande problema está na crença errónea de muitos profissionais
de educação física de que o desporto é somente para quem tem talento. Tal facto, segundo
Santana (2005), nos remete a pensar no número de crianças e adolescentes que se submetem a
este tipo de pedagogia; uma pedagogia que elege o rendimento, as vitórias e a competição como
o maior objectivo. A este respeito o autor assevera que… uma pedagogia reducionista. Se faz
quando ignora o todo em detrimento das partes; que ignora, por exemplo, que a criança que se
interessa por desporto é a mesma que se relaciona com os amigos, com a família, com a escola,
que tem necessidades de brincar despretensiosamente, de se divertir, de ser aceita, de transpor
limites, que imagina ser esse ou aquele craque, que tem desejo de jogar, que precisa aprender a
conviver, a cooperar e a construir autonomia.
Portanto, a criança que faz desporto não é apenas o atleta em potencial que alguns procuram,
pois acalenta em si e fora de si uma sociedade de factores [imprevisibilidade] que nem sempre
atenderam os desejos unilaterais de um pensamento simplista (SANTANA, 2005:
8).
O pensamento complexo configura-se numa nova visão de mundo, que aceita e procura
compreender as mudanças constantes do real e não pretende negar a multiplicidade, a
aleatoriedade e a incerteza dos fenómenos, mas sim, conviver com elas. Este pensamento tem-se
revelado contextual - uma vez que, procura explicar os fenómenos considerando o seu contexto,
a sua totalidade e a sua interactividade -, sendo utilizado por teóricos de diferentes áreas do
conhecimento (professores, cientistas sociais, pedagogos do desporto, técnicos, psicólogos, etc.)
que buscam dar conta de uma complexidade teórico científica sempre crescente (FLORENTINO,
2006a).
Contudo, é importante dizermos que não se trata, de acordo com MORIN (2005), de retomar a
ambição do pensamento reducionista que é a de controlar e dominar o real. A intenção do
pensamento complexo não é a de controlar o caos aparente dos fenómenos, mas sim, trata-se de
exercer um pensamento capaz de lidar com o real. Para tanto, deve-se ter em mente que a
complexidade não vem em substituição da simplicidade, a complexidade surge onde o
pensamento simplificador é ineficiente, ou seja, na explicação de fenómenos complexos.

Cabe aos professores de educação física criar condições para que o desporto seja assumido
como um valor de referência na formação de crianças e jovens. Em particular, devemos enquanto
professores e pedagogos em desporto lutar contra uma pedagogia que está mais preocupada em
cumprir metas e etapas de Treinamento, estabelecendo um tipo idealizado de modelo de atleta
que deve ser seguido milimetricamente. Em face, acreditamos ser importante visualizarmos e
implementarmos uma pedagogia mais complexa que respeite a vontade e os hábitos desportivos
de cada criança para, assim, irmos ao encontro de um "novo desporto", mais educativo e
responsável.
Não obstante, para alterarmos o quadro descrito no item anterior, é preciso entendermos que
qualquer que seja a modalidade desportiva que o cidadão venha a optar, como factor de saúde, de
prazer ou mesmo na busca de resultados, este deve merecer uma atenção redobrada de
profissionais formados e, ao mesmo tempo, de uma "formação de profissionais que desenvolvam
conhecimento e pesquisas no sentido de propiciar a esse sujeito os benefícios que ele espera da
prática desportiva" (MOREIRA et al., 2006: 188).
Adestrando na questão da formação profissional em desporto, acreditamos serem Importantes
algumas considerações de cunho teórico-epistemológico quando o que está em jogo é a formação
e o desenvolvimento de nossas crianças. Com relação ao trabalho interdisciplinar, MOREIRA et
al. (2006) salientam que a base epistemológica pode ser conseguida por meio da teoria da
complexidade, pois para os autores o profissional em desporto deve ser um educador na sua
relação com os seus alunos e um pesquisador dos elementos que, por assim dizer, constituem a
complexidade do fenómeno desportivo. Nas palavras dos autores:

Esse complexo universo da formação profissional em desporto deve contemplar elementos, numa
teia de integrações, que estão presentes nos sentidos de ensino, pesquisa e extensão a partir do
fenómeno ser humano que pretende desenvolver conhecimento e prática em desporto, como:
Filosofia, Antropologia, Psicologia, História, Administração, Pedagogia, Medicina, Fisiologia,
Biomecânica,
Anatomia, Testes e Procedimentos Estatísticos, Formas de Avaliação.
Com esse suporte, por exemplo, deverão aparecer pesquisas que, nas áreas das humanidades,
questionam os valores éticos da prática desportiva, investiguem as razões, o porquê de
determinadas comunidades serem afectas a determinados desportos... (MOREIRA et al., 2006:
188).

Sendo assim, é coreto afirmar, como havíamos salientado no início deste ensaio, que o professor
ou pedagogo em desporto é um educador e, por ser um educador a pedagogia terá uma
participação decisiva na facilitação de conhecimentos, de valores e no saber fazer e no saber
compreender as actividades e os pressupostos ligados ao desporto, tanto para crianças quanto
para jovens e adultos.
O desporto enquanto fenómeno cultural e social apresenta-se numa complexidade
organizacional, onde o todo e as partes se inter-relacionam
(MOREIRA; PELLEGRINOTTI; BORIN, 2006). Isto significa dizer que o desporto é formado
pelo tecido da complexidade, o qual é composto de diferentes variáveis que, por sua vez, geram
outras variáveis - num espaço de tempo o qual não podemos determinar – que se inter-
relacionam e que não podem ser explicadas por uma matriz reducionista, mas sim, por uma
matriz complexa.
Outrossim, a complexidade traz em seu seio o desconhecido, o misterioso. A complexidade nos
torna sensível a enxergar as evidências, antes imperceptíveis, isto é, a impossibilidade de
expulsar a incerteza do conhecimento.
O problema da complexidade não é o de colocar a incerteza entre parênteses ou de fechar-se
para um cepticismo generalizado, mas o de integrar profundamente a incerteza no conhecimento
e o conhecimento na incerteza, para compreender a natureza da natureza (MORIN, 2003).

O valor do desporto na sociedade contemporânea

É sabido que vivemos numa sociedade complexa e caótica. A instituição família encontra-se,
hoje, de "mãos atadas" que, somado ao desaparecimento da socialização primária, mergulha
numa profunda crise de valores sociais. É neste ponto que entendemos o papel decisivo do
desporto, juntamente com a educação, na busca por princípios e valores sociais, morais e éticos.
É necessário, portanto, buscarmos uma nova orientação a qual os valores do desporto, do jogo e
da brincadeira, não permaneçam apenas dentro das escolas ou dos clubes, mas que transitem para
além. Dessa forma, cabe ao professor de Educação Física criar condições para que o desporto
seja assumido como um valor de referência na inclusão e no bem-estar, não apenas de crianças e
jovens, como também de adultos e idosos.
Outrossim, no desporto, assim como na educação, o desenvolvimento dos valores também se faz
importante e necessário quando o que está em jogo é a formação humana. É sabido que o
desporto apresenta um carácter normativo e prescritivo em suas práticas, onde existam
responsabilidades e direitos, quer tratamos do desporto no sector da educação, da saúde, do lazer,
da cultura ou do rendimento. O desporto comporta e deve assumir seu estatuto cultural e as
obrigações que esta circunstância lhe impõe, incluindo sua dimensão de tempo e espaço.
No mundo contemporâneo, diversos factores interferem, pressionam e geram expectativas e
tensões na vida social. De modo geral, tais factores podem estar relacionados aos problemas que
decorrem do avanço científico e tecnológico de nosso tempo. Convivemos com mudanças
contínuas, crises paradigmáticas, ausência de valores morais e éticos, ou seja, vivemos e
convivemos com a instabilidade, com o indeterminismo. Num mundo que se caracteriza, cada
vez mais, pela complexidade podemos nos questionar que tipo de educação e de desporto deverá
permear nossa sociedade complexa e de valores tão mutáveis. Para ROITMAN (2001: 147):
Possíveis desafios do desporto na sociedade contemporânea

O grande desafio que se nos apresenta e deverá ser enfrentado por todos nós, nesse período de
grandes mudanças tecnológicas, com novos padrões de comunicação, em uma globalização
unificadora das sociedades, em meio a crises, competições, desencontros, quebras de valores e
instabilidade, é o de educar sem perder a perspectiva do humano.
Dessa forma, que contribuições caberiam ao desporto e à educação física na formação humana
de crianças e jovens? Podemos dizer que o desporto e sua prática estão directamente
relacionados ao homem e à sua necessidade de humanizar-se, tornando-se pleno e
intrinsecamente inserido na trajectória histórica e cultural de seu povo.
Actualmente são várias as manifestações de cultura corporal de movimento na
contemporaneidade, todas elas aglutinando o exercício físico a uma prática socializaste. Para
VARGAS (1995), o desporto é uma instituição privilegiada em que o mito, a sociedade e a
própria humanidade se inscrevem de forma profunda, pois... nele estão inscritos a força e a
técnica, o empenho e o desempenho, a aventura e o risco, a inteligência e a intuição, o indivíduo
e o grupo, a sorte e o azar, o génio e a equipe, a ética e a estética, a moral e o imoral [...]
resumindo: o desporto envolve o homem na plenitude de sua individualidade e de ser social
(VARGAS, 1995: 123).
Não é segredo para Ninguém o papel primeiro que o desporto representa, o de propiciar a
vivência do jogo, da comunicação, da cooperação, da sociabilidade, da competição, etc. desporto
e homem estão interligados, um depende do outro; assim sendo, podemos dizer que o desporto
"emerge de um campo absolutamente constitutivo da essência humana: a necessidade
fundamental de estar activo, de agir e de se movimentar livre de exigências e prescrições,
implicando a totalidade do homem (intelecto, emoções, sensações e motricidade)..." (BENTO,
2004: 39-40). Hoje, há uma nova orientação, por assim dizer, na qual as áreas que se relacionam
com o movimento humano - incluindo o desporto – não podem estar isoladas de seu contexto
social, cultural e humanístico. De acordo com QUEIRÓS (2004), não se pode mais ignorar as
mudanças que ocorrem no sistema social e no sistema tradicional do desporto, tendo em vista
que o mesmo está inserido em uma mudança de valores, tal como outros sistemas parciais da
sociedade contemporânea. Para tanto, devemos buscar compreender quais os valores que regem
o desenvolvimento do desporto na actual conjuntura social; qual o seu paradigma norteador no
processo de mudanças axiológicas as quais estamos vivendo contemporaneamente.
Os sistemas sociais, como um todo, e os diferentes sistemas sociais em particular, desenvolvem-
se a partir de uma ordem dominante de valores ou de diferentes valores ao longo de nossas vidas;
valores, estes, que derivam do tipo e das características comunicacionais de cada agrupamento
pertinente ao "sistema-mundo" (FLORENTINO,
2006b; FLORENTINO & SALDANHA, 2007). Portanto, podemos pensar que se todo e
qualquer processo de formação do ser humano visam o aperfeiçoamento ou o desenvolvimento
pleno, não somente das crianças e jovens, mas do grupo e da sociedade como um todo, então, o
desporto enquanto actividade social, desenvolvido à luz de princípios e referenciado por
objectivos, também se vê pautado por um quadro de valores, de mensagens e de comunicações
que serão importantes para a prática pedagógica em educação física e desporto.
Em face do que foi exposto fica claro a necessidade de o professor ou pedagogo em desporto
perceber e considerar o ser humano como um todo, não desprezando e nem negando a sua
individualidade, as suas diferenças e, muito menos, a sua complexidade. Devemos enquanto
pedagogos em desporto enfatizar o desporto como um projecto axiológico, embaçado em valores
que atingem o seu objectivo maior, qual seja, o de reforçar o seu carácter educativo e renovador
no que tange, acima de tudo, ao desporto para crianças e jovens.
Portanto, uma das formas de se alcançar este objectivo é pensarmos numa prática educativa do
desporto orientada por um tendência inclusivo, que vise à promoção de actividades recreativas,
formativas e sociais. Uma prática que (Ré) construa valores, tais como: responsabilidade,
respeito ao próximo, respeito às regras, desenvolvimento da personalidade, da tolerância, da
integração e convivialidade. E para que isso ocorra é preciso que o professor acredite na
mudança, zele por uma coerência total entre suas ideias e suas acções na prática educacional;
busque conteúdos e uma metodologia de ensino dinâmica. Em suma, uma aprendizagem
formativa que faça do seu aluno um ser pensante, autónomo, criativo e crítico.

A pedagogia do desporto como um todo não devem se preocupar apenas em ensinar as técnicas
correctas do desporto; mas, serem uma área que torne seus alunos sujeitos autónomos e
emancipados nas questões corporais, nos valores morais e éticos. SANTANA (2005) acrescenta
que:
... O pensamento complexo não exclui conhecimentos. Tampouco exclui o surgimento de
crianças que chegarão ao desporto profissional. Trata-se de levantar o facto de que não dá para
reduzir a acção do pedagogo desportivo apenas à consideração desses e de outros factores sob o
signo da racionalidade. Há outras dimensões humanas, como a afectividade, a sociabilidade, o
desenvolvimento moral, e toda uma série de evidências de complexidade relevantes...

Pensamos que o professor no trato com o desporto deve desenvolver uma abordagem mais
complexa que se preocupe com a formação da criança e do adolescente, oportunisando novas
experiências, criando condições para que o desporto se assuma como um valor de referência na
saúde e no bem-estar de muitas crianças e jovens. Em outros termos, uma pedagogia e um
desporto que esteja voltado para o novo enquadramento axiológico de nossa sociedade na
participação de crianças e adolescentes, reflectindo, sobretudo, uma elevada significação
existencial para todos aqueles que nele participam ou virão a participar. Ou, como salienta
BENTO (2004) "estou a pensar em tudo quanto nos perfaz por dentro e por fora, nos
pensamentos e actos, nos sentimentos e gestos, nos ideais e nas palavras, nas emoções e reações.
Estou a pensar no Homem-Todo, na pessoa de fora e na expressão da sua beleza e grandeza na
pessoa de dentro".

Ou seja, uma visão de desporto que tenha como substrato o paradigma da complexidade que
outras áreas já reivindicam, e que consiste numa visão sistémica, ou seja, holística que "consiga,
através de um esforço de convergência e de coexistência, superar o passado (nem o negar ou
ignorar) e incorporar toda a pluralidade e pluri-dimensionalidade do desporto dos tempos
contemporâneos.
Dito isto, devemos procurar ver a complexidade não como um conceito teórico, mas como um
facto da vida. "Por mais que tentemos, não conseguiremos reduzir essa multi-dimensionalidade a
explicações simplistas, regras rígidas, fórmulas simplificadoras ou esquemas fechados de ideias"
(MARIOTTI, 2000: 87). Neste sentido, o paradigma complexo resultará do conjunto de novas
concepções, de novas visões, de novas descobertas e de novas reflexões que vão se reunir.
Segundo MORIN (2005: 77 [grifo nosso]): "Estamos numa batalha incerta e não sabemos ainda
quem será o vencedor".
O pensamento complexo resulta da complementaridade das visões de mundo linear e sistémica;
essa abrangência possibilita a elaboração de saberes e práticas que permitem buscar novas
formas de entender a complexidade dos sistemas naturais e de lidar com ele, o que
evidentemente inclui o ser humano e o desporto.
Conclusão
Conclui-se que os Factores endógenos que contribuem para o desenvolvimento do pensamento,
são Feito de forma multidisciplinar ou em forma de intervenção no Espaço do pensamento
filosófico sobre o desporto podem apontar o Esboço de concepções teóricas que tem influenciado
de maneira Relevante o pensamento sobre o desporto.
Segundo Henri Wallon compreende o desenvolvimento psíquico da criança (base de seus
estudos do desenvolvimento humano) como um acto Descontínuo e marcado por contradições e
conflitos, resultado da Maturação orgânica e das condições ambientais. Essa visão contrária a
Ideia de um desenvolvimento linear e em etapas definidas e seguidas, que compreenderiam
períodos marcados, com carácter de sucessão.
Para Wallon, aspectos dos diferentes momentos do desenvolvimento não são propriamente
“superados” por outros, mas podem reaparecerem outra fase da vida, ganhando novos sentidos
de acordo com as diferentes condições do sujeito.
O estudo de Wallon, leva em conta o contexto em que vive a criança, considerando as
influências do ambiente social, das experiências culturais. Esse meio em que a criança vive não é
estático e homogéneo, ele também transforma-se-junto com a criança. A cada idade estabelece-se
um tipo próprio de interacções entre o sujeito e seu meio. Conforme a disponibilidade da
Idade a criança interage mais fortemente com um ou outro aspecto de seu contexto, extraindo
dele os recursos para o seu desenvolvimento.
Referência bibliográfica
BETTI, M. corpo, cultura, meios de comunicações e educação física: novas relações no mundo
contemporâneo. http//www.efdeportes.com/Revista Digital – Buenos Aires – ano 10- n° 79 –
Diciembre de 2004.

CRUZ, P. P. ; NILSON, G.; PARDO, E. R.; FONSECA, A. O. Culto ao corpo: as influências da


meios de comunicação contemporâneo marcando a juventude. Florionápolis-Brasil. 2008.

SCHREIBER, M. B.; SCOPEL,, E. J. ; ANDRADE, A. Educação Física escolar e filosofia: Uma


pratica consciente. http://.efdeportes.com/Resvista Digital - Buenos Aires ano 10 - N° 87 –
Agosto de 2005.

Você também pode gostar