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As Imagens da organização

Morgan, G. (1996), p. 21-42

Mariano Ceratti
Faculdade Meridional IMED
Passo Fundo – RS

Quando pensamos em organizações mecânicas estamos pensando em rotinas burocráticas,


nos remetendo a confiança, previsibilidade, eficiência e rotina, mas o lado obscuro de empresas que
se encaixam nesta metáfora são o congelamento de processos e inflexibilidade. As ideias de
organizações mecanicistas surgiram na Grécia, porém sua conotação principal deu se pela revolução
industrial, onde as organizações tiveram que se adaptar as máquinas, este período também
expressou grande burocratização de empresas.
O mecanicismo também pode ser visto no militarismo de Frederico em 1740, onde pode-se
notar inúmeras inovações, e a transformação dos soldados em autômatos, incorporando soldados
rasos, uniformização, padronização de regulamentos, especialização de tarefas, criação de
linguagem, dentre outros. Além disto, estes homens foram instruídos a temerem mais seus oficiais
do que seus inimigos.
No início do século XX, Weber equiparou os processos organizacionais aos processos fabris,
concluindo que estes traziam maior eficiência, confiabilidade e padronização de tarefas, porém
afastava o lado humano espontâneo. A partir das constatações de Weber, surgiram as teorias
clássicas e científicas da administração.
A organização clássica da administração representada pelos teóricos Henry Faiol, F.W.
Mooney, e Cel. Lyndall Urwick, priorizava o planejamento das organizações burocráticas, sendo que
estes procedimentos podiam ser replicados, através da administração por objetivos (APO), o
processo de planejamento, direção, administração e controle (PDCA), e o planejamento e controle de
produção (PCP) . Estes processos seriam sustentados pelos princípios de unidade de comando,
hierarquia, amplitude de controle, assessoria e linha, iniciativa, divisão do trabalho, autoridade e
responsabilidade, centralização de autoridade, disciplina, subordinação de interesses individuais aos
interesses coletivos, equidade, estabilidade e manutenção de pessoal, espírito de união. Uma vez
implementado estes princípios, tem-se uma organização representada no organograma empresarial.
Esta forma de administração burocrática, permite um maior controle e direcionamento da
organização, porém há setores onde pode ser adotada uma forma semi-burocrática, onde a
coordenação e o controle se dão nas etapas finais permitindo uma maior interação do indivíduo.
Muitos teóricos clássicos reconhecem esta filosofia de trabalho, porém reconhecem que deve-se
haver um equilíbrio entre a forma mecanicista de agir, levando em consideração o lado humano das
organizações.
A administração científica teve como seu percussor o engenheiro americano Frederick Taylor,
seus cinco princípios básicos eram: Transferência de toda a responsabilidade da organização do
trabalho do trabalhador para o gerente; uso de métodos científicos para uma maior eficiência;
seleção da melhor pessoa para o cargo; treinamento do trabalhador, e fiscalização do trabalho. A
máxima de seu trabalho dava-se na ideia de que tudo o que deve ser realizado deve ser pensado. Foi
o percussor do estudo de tempos e movimentos. Os conceitos de linha de montagem desenvolvidos
pelo autor também podem ser aplicados nas rotinas administrativas, sendo o processo denominado
escritório fábrica. Embora eficiente no que tange a produção, a administração científica gera grande
rotatividade.
Tanto a administração clássica como a científica, em seus primórdios pareciam ter resolvido
o problema das organizações através de suas teorias, porém o que se constata hoje é que em muitos
casos elas são o princípio de vários problemas, visto que desconsideravam as variabilidades do fator
humano. Estas teorias somente funcionarão em condições onde o ambiente é estável, a tarefa é
contínua, o produto é padronizado, a meta é a precisão e quando o fator humano é submisso. As
limitações desta são: criação de organizações com dificuldade de aceitar mudanças,
desencadeamento de burocracia desnecessária, geração de consequências imprevisíveis quando os
objetivos do capital humano se sobreponham aos da empresa, tem-se um efeito desumanizante
sobre os empregados.
Pode-se verificar que ambas as teorias geram falta de autonomia, dificuldade na resolução de
novos problemas, gerando entraves as hierarquias superiores, falta de cooperação e racionalidade.

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