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TEMA: OS ANOS REGENCIAIS

Questão 01)
Documentos inéditos descobertos na Inglaterra relatam que, apenas 13 anos depois de
proclamada a Independência, o governo brasileiro pediu auxílio militar às grandes
potências da época – Inglaterra e França – para reprimir a Cabanagem (…) no Pará. (…)
Em 1835, o regente Diogo Antônio Feijó reuniu-se secretamente com os embaixadores
da França e da Grã-Bretanha.
Durante a reunião, Feijó pediu ajuda militar, de 300 a 400 homens para cada um dos
países, no intuito de ajudar o governo central brasileiro a acabar com a rebelião.
(Luís Indriunas, Folha de S.Paulo,13.10.1999)

A partir das informações apresentadas pelos documentos encontrados, é correto afirmar


que o período regencial:
a) Foi marcado pela disputa política entre regressistas e progressistas, que
defendiam, respectivamente, a escravidão e a imediata abolição da escravatura.
b) Pode ser considerado parte de um momento especial de construção do Estado
nacional no Brasil, durante o qual a unidade territorial esteve em perigo.
c) Não apresentou grande preocupação por parte das autoridades regenciais e nem
da aristocracia rural, apesar das inúmeras rebeliões espalhadas pelo país.
d) Teve como característica marcante a ampliação da participação popular por meio
do voto universal e da criação do Conselho de Representantes das Províncias do
Império.
e) Teve como momento mais importante a aprovação do Ato Adicional de 1834,
que estabeleceu medidas político-administrativas voltadas para a centralização política.

Questão 02)
“Nossas instituições vacilam, o cidadão vive receoso, assustado; o governo consome o
tempo em vãs recomendações... O vulcão da anarquia ameaça devorar o Império: aplicai
a tempo o remédio.”
Padre Antonio Feijó, em 1836.
Essa reflexão pode ser explicada como uma reação à

a) revogação da Constituição de 1824, que fornecia os instrumentos adequados à


manutenção da ordem.
b) intervenção armada brasileira na Argentina, que causou grandes distúrbios nas
fronteiras.
c) disputa pelo poder entre São Paulo, centro econômico importante, e Rio de
Janeiro, sede do governo.
d) crise decorrente do declínio da produção cafeeira, que produziu
descontentamento entre proprietários rurais.
e) eclosão de rebeliões regionais, entre elas, a Cabanagem no Pará e a Farroupilha
no sul do país.

Questão 03)
No Brasil, tanto no Primeiro Reinado, quanto no período regencial,
a) Aconteceram reformas políticas que tinham por objetivo a democratização do
poder.
b) Ocorreram embates entre portugueses e brasileiros que chegaram a pôr em
perigo a independência.
c) Disseminaram-se as idéias republicanas até a constituição de um partido político.
d) Mantiveram-se as mesmas estruturas institucionais do período colonial.
e) Houve tentativas de separação das províncias que puseram em perigo a unidade
nacional.

Questão 04)
A Revolução Farroupilha foi um dos movimentos armados contrários ao poder central
no Período Regencial brasileiro (1831-1840). O movimento dos Farrapos teve algumas
particularidades, quando comparado aos demais.

Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao


seu substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo
que nesta província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos
de qualquer espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para
o Rio da Prata. Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser
oprimido pelo despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de
nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa
dignidade, ou nos separaremos do centro e com a espada na mão saberemos morrer
com honra, ou viver com liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud
Sandra Jatahy Pesavento. A Revolução Farroupilha, 1986.)
Entre os motivos da Revolução Farroupilha, podemos citar

a) o desejo rio-grandense de maior autonomia política e econômica da província


frente ao poder imperial, sediado no Rio de Janeiro.
b) a incorporação, ao território brasileiro, da Província Cisplatina, que passou a
concorrer com os gaúchos pelo controle do mercado interno do charque.
c) a dificuldade de controle e vigilância da fronteira sul do império, que
representava constante ameaça de invasão espanhola e platina.
d) a proteção do charque rio-grandense pela Corte, evitando a concorrência do
charque estrangeiro e garantindo os baixos preços dos produtos locais.
e) a destruição das lavouras gaúchas pelas guerras de independência na região do
Prata e a decorrente redução da produção agrícola no Sul do Brasil.

Questão 05)
Leia o texto.

Nunca se vai além da tomada do poder local (...) Quanto à população livre das camadas
médias e inferiores, não atuaram sobre ela fatores capazes de lhe darem coesão social e
possibilidades de uma eficiente atuação política (...) formavam antes um aglomerado de
indivíduos (...). Para compreendermos a ineficiência política das camadas inferiores da
população brasileira, devemos nos lembrar que (...) nossa organização social, assente
numa larga base escravista, não comportava uma estrutura política democrática e
popular.
(Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil e outros estudos)

A partir das ideias do autor, é possível afirmar que, nas rebeliões regenciais,

a) a atitude revolucionária e consistente das camadas médias e inferiores propiciou


a vitória desses movimentos separatistas contra o governo centralizador de Feijó.
b) a disparidade de interesses e os programas inconsistentes das camadas médias e
inferiores colaboraram para a derrota desses movimentos.
c) a liderança das camadas médias e inferiores, inclusive dos escravos, garantiu um
caráter democrático e popular que permitiu a vitória contra as classes proprietárias.
d) os escravos, aliados às camadas médias e inferiores, criaram programas
revolucionários de separatismo e de alteração social.
e) a liderança das camadas médias e inferiores, com programas consistentes,
significou uma resistência organizada contra o absolutismo do Rio de Janeiro.

Questão 06)
A Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia em 1835, foi caracterizada

a) pela luta em prol da separação da Bahia do Império Brasileiro, com o apoio dos
escravos.
b) por ser a mais ampla e bem estruturada rebelião urbana de escravos no Brasil, e
a única liderada exclusivamente por negros.
c) por ser a primeira mobilização revolucionária realizada em Salvador, então
capital do Brasil.
d) por ser a única rebelião que não resultou em castigo para os revoltosos realizada
contra o Império no Brasil.
e) por mobilizar escravos, negros libertos e comerciantes locais pela luta em prol
da abolição da escravatura no Brasil.

Questão 07)
A crise política do I Império Brasileiro, que resultou na abdicação de D. Pedro I, teve
como cerne a disputa entre a inclinação centralista-absolutista do monarca e a defesa do
federalismo pelas elites econômicas regionais. A renúncia do imperador em 1831
resultou

a) na transferência de poder às elites regionais e aos regentes, ordem política que se


mostrou frágil e abriu caminho para levantes oposicionistas e populares.
b) na transformação imediata de Pedro II em monarca do Reino Português na linha
de sucessão da Casa de Bragança.
c) no fortalecimento de movimentos separatistas regionais, em desacordo com a
manutenção do regime monárquico e da escravidão.
d) no surgimento de grupos políticos republicanos, que seriam embrionários do
movimento que promoveu a Proclamação da República em 1889.
e) na emergência de uma identidade nacional brasileira, em oposição a qualquer
posição de mando de autoridades portuguesas em território nacional.

Questão 08)
"O período das Regências teve início em 1831, com a saída de Pedro I, quando se
verificaram agitações que se prolongariam até a Maioridade de seu filho Pedro II,
alternando-se no poder diversos grupos e facções de variadas tendências político-
ideológicas."
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil. Uma interpretação.
São Paulo: Senac, 2008, p. 409.

As Regências foram

a) uma demonstração da fragilidade da soberania brasileira sobre seu território, que


sofreu seguidas invasões de países vizinhos.
b) um esforço de ampliação da participação política do povo, manifesto, por
exemplo, na proliferação de agremiações e partidos políticos.
c) uma fase de reorganização democrática, após os anos de absolutismo
monárquico e de isolamento político dos governantes.
d) um período de instabilidade política, expressa, por exemplo, na eclosão de
movimentos rebeldes em várias partes do país.
e) uma tentativa de ampliar a influência portuguesa no país e transformá-lo numa
república federativa.

Questão 09)
Durante a regência de Araújo Lima (1837- 1840), foram criadas algumas instituições
político-culturais, com o objetivo de produzir uma história da nação, que conferisse aos
brasileiros um sentimento de pertencimento e de nacionalidade, e assim de auxiliar na
centralização e fortalecimento do Estado.
Uma dessas instituições foi

a) a Guarda Nacional.
b) o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
c) a Academia Imperial de Belas Artes.
d) a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional.
e) a Academia Brasileira de Letras.

Questão 10)
No contexto histórico das transformações ocorridas no século XIX, que envolveram
questões da identidade nacional e da política, no Brasil, após a abdicação de D. Pedro I,
ocorreu uma grave crise institucional. As tentativas de superação por meio das
Regências provocaram uma série de revoltas como a Sabinada (BA), a Balaiada (MA) e
a Cabanagem (PA). A superação da crise, que coincidiu com o fim do período regencial,
deveu-se à

a) antecipação da maioridade do príncipe herdeiro.


b) consolidação da Regência Una e Permanente.
c) formação e consolidação do Partido Republicano.
d) fundação das agremiações abolicionistas.
e) volta imediata de D. Pedro I às terras brasileiras.

GABARITO
1-B
Os anos regenciais foram de grande instabilidade política, já que o risco de divisão
territorial do país era iminente. Os movimentos separatistas que emergiram em
diferentes províncias brasileiras ameaçavam a unidade territorial e política do Brasil.
2-E
A reflexão de Feijó deve-se ao momento de agitação que tomava o país e isso fica
evidente em “o vulcão da anarquia ameaça devorar o Império”.
3-E
No período regencial aconteceram rebeliões com o caráter separatista que abalaram a
política nacional devido à possibilidade de divisão administrativa e territorial do Brasil.
Sabinada, Farroupilha, Cabanagem e Balaiada são exemplos.
4-A
A rebelião Farroupilha deve-se à reação da elite gaúcha aos altos impostos, à falta de
autonomia e à questão do charque. A Farroupilha foi uma rebelião elitista, com fortes
envolvimentos populares, separatista e republicana.
5-B
O autor aponta a falta de coesão e a ineficiência política das camadas inferiores durante
as rebeliões. Essa ausência do consenso contribuiu para o fracasso dos movimentos.
6-B
A revolta dos Malês aconteceu na Bahia, africanos e descendentes, escravos e ex-
escravos lideraram um movimento em nome da liberdade religiosa e do fim da
escravidão, no entanto, os escravos envolvidos na rebelião lutavam pela própria
liberdade e não pela eliminação do sistema escravista no país.
7-A
A abdicação de D. Pedro I permitiu a implantação de uma ordem regencial, as regências
deveriam administrar o país durante a menoridade de Pedro de Alcântara. O período
regencial foi marcado pelo risco de fragmentação política e territorial do Brasil em
razão de movimentos separatistas populares.
8-D
Os anos regenciais foram de grande instabilidade política, já que o risco de divisão
territorial do país era iminente. Movimentos como Cabanagem, Balaiada, Sabinada e
Farroupilha ocorreram em diferentes províncias do país alimentando o desejo
emancipacionista.
9-B
O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro foi fundado durante a regência de Araújo
Lima, o seu papel era o de definir marcos fundadores da nação, o de construir uma
memória brasileira, o de geral um conhecimento historiográfico capaz de despertar um
sentimento de pertencimento entre os brasileiros.
10-A
Após a renúncia de Feijó como regente uno, o regressista Araújo Lima adotou uma
política centralizadora amparada na lei interpretativa. A centralização foi o meio usado
pelos regressistas para conter as rebeliões. Os progressistas, visando retornar ao poder,
defenderam a rápida ascensão de D. Pedro II ao trono. Em 1840, devido às articulações
liberais no Congresso, Pedro de Alcântara assumiu jovem o governo brasileiro, esse
processo recebeu o nome de “golpe parlamentar da maioridade”.

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