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O QUE É PRECONCEITO?

Conceito ou opinião formados


antecipadamente, sem maior ponderação ou
conhecimento dos fatos; ideia preconceituosa. RACISMO: Doutrina que
Julgamento ou opinião formada sem levar em
sustenta a superioridade de
conta o fato que o conteste; prejuízo.
certas raças. Qualidade,
Superstição, crendice, prejuízo. Suspeita,
intolerância, ódio irracial ou aversão a outras, sentimento ou ato de
credos, religiões etc. O preconceito racial é indivíduo racista.
indigno do ser humano. ( Dicionário Aurélio
Burque de Holanda, 1986, p. 1443 e 1380).
COMO OS EDUCADORES PERCEBEM AS QUESTÕES
RACIAIS E OS PRECONCEITOS NO SEU COTIDIANO DE
TRABALHO?
Os professores podem trabalhar de diversas formas
Segundo Nogueira (1979), dentro das com as crianças e de maneira atrativa e divertida,
creches, e pré-escolas, percebe-se usando músicas folclóricas, histórias, programações
crianças negras querendo os seus de exposição de trabalhos, levando as famílias a
cabelos lisos, ruivos, louros e negros e participarem dessas atividades , possibilitando o
escorridos, isto é, buscando a ideia do conhecimento de diferentes origens. Esse seria o
“belo” que lhes é passada através de um desenvolvimento de valores básicos para o exercício
processo excludente e preconceituoso, da cidadania, voltados para o respeito ao outro e a si
deformando a imagem que a criança mesmo. Permitindo que as crianças compreendam,
negra faz de si e reforçando a negação respeitem e valorizem a diversidade sociocultural e a
convivência solidária em uma sociedade
de sua condição racial.
democrática.
YVONE NA LUTA
De modo geral, venho buscando, dentro e fora da creche fio
cruz, ampliar a discussão e os estudos específicos sobre os
preconceitos raciais, cada vez com menos medo de discutir uma
questão que ainda traz muitos “episódios de sofrimento, lutando
para reverter o quadro de humilhação e segregação de uma
raça” (Silva,1996).
EXPERIÊNCIA DE YVONE
Depois de me esbaldar de brincar no quintal com meus irmãos e de
estudar, minha mãe nos arrumava e saíamos para passear pela vila.
Minha irmã Leda Maria, e eu, sempre tivemos nossos cabelos com Olhando esta história da minha
muitos cachos, e mamãe nos enfeitava com belos fios de fitas de infância, vejo que os adultos daquela
organdi ou gorgorão. época, assim como os de hoje, não
percebiam que tais brincadeiras tinham
um caráter segregatório, faltando-lhes
entendimento para reconhecer indicativos
Toda prosa, lá íamos nós, com nossas bonecas branca nos seus de preconceito e para combate-los
carrinhos, felizes da vida. E de novo ouvíamos os meninos da vila durante o processo educativo das
sentados na calçada, dando risadas e cantando: “Lá vêm as Luluzinhas crianças.
pretas!...”. Era horrível, tão constrangedor e humilhante que até hoje
não me esqueço o quanto isto me deixava triste e envergonhada.
EDUCAÇÃO
É notório que a educação conservadora, preconceituosa e excludente estabeleceu séculos de
amarras, evidenciadas numa “grade” curricular “embranquecida” e burguesa, provocando
desigualdades raciais e sociais, constituídas por uma história perversa e elitista, que não
podemos receber e repassar, mas que podemos, de maneira coletiva, ajudar a desconstruir.

Percebendo o significado da infância e do direito à educação da criança,


em seus primeiros anos de vida, não podemos excluir de nossas práticas o
diálogo sobre a questão do preconceito e do racismo, ainda que
identificando a falta de reconhecimento e de inclusão de forma efetiva, da
diversidade étnica e cultural, nas políticas públicas e nos planos nacionais
de educação, que só recentemente perceberam a importância de tratar
dessas questões no interior da escola.

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