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doi: 10.4322/rca.2011.031 Rev. Ci. Agra., v.53, n.2, p.

216-223, Jul/Dez 2010


REVISÃO

www.ajaes.ufra.edu.br

Cinomose canina nos animais domésticos


AUTORES: e silvestres
Maria Vivina Barros
Monteiro1 Canine distemper in domestic and wild animals
1
Milena Pires dos Santos
Cicero Temistocles Resumo: A cinomose canina é uma doença infecciosa causada por um
RNA vírus pertencente à família Paramyxoviridae e ao gênero Morbilivírus.
Coutinho Costa2
O cão é o reservatório mais importante, sendo também susceptíveis to-
Christina Wippich dos os representantes das famílias Canidae, Mustelidae, Procyonidae,
Whiteman3 Hyaenidae, Ursidae, Viverridae e Myrmecophagidae. Atualmente, além
Frederico Ozanan da elevada prevalência em cães, a cinomose se apresenta como doença
Barros Monteiro4 emergente em animais silvestres. O objetivo desse trabalho foi revisar a
literatura sobre a cinomose canina, abordando tópicos sobre a epizootio-
1
logia, a patogenia, os sinais clínicos, o diagnóstico, o tratamento, o con-
Universidade Federal do Pará,
Rua Maximino Porpino, 1000, trole e a prevenção nos animais domésticos e silvestres.
68745-000, Castanhal, Pará,
Brasil.
2
Laboratório Nacional Abstract: Canine Distemper is an infectious disease caused by an RNA
Agropecuário no Pará. Almirante
virus (of the Paramyxoviridae family and the Morbillivirus genus). Dogs
Barroso, 66093-020, Belém, Pará,
Brasil. are the most important reservoir, and all members of the Canidae,
3
Instituto de Meio Ambiente e
Mustelidae, Procyonidae, Hyaenidae, Ursidae, Viverridae and Myrmecop-
Recursos Renováveis,Rua das hagidae family are susceptible. At present, in addition to the high
Palmeira, s/n, 68500-000, prevalence in dogs, canine distemper is an emerging disease in wildlife.
Marabá, Pará, Brasil.
The aim of this paper was to present a review of the literature on canine
4
Uiversidade Federal Rural da distemper, discussing topics relating to its epizootiology, pathogeny,
Amazônia, Ispa, Av. Tancredo
Neves, 2505, 66077- 530, Belém, clinical signs, diagnosis, treatment, control and prevention in wild and
Pará, Brasil. domestic animals.

Recebido: 12/11/2008
Aprovado: 14/09/2010

AUTOR CORRESPONDENTE:
Maria Vivina Barros Monteiro
E-mail: vivinabm@hotmail.com

PALAVRAS-CHAVE:
Paramyxoviridae,
Doença infecciosa,
Morbilivirus.

KEY WORDS:
Paramyxoviridae,
Infectious disease,
Morbilivirus.

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1 Introdução O agente etiológico da cinomose é um RNA ví-


rus (vírus da cinomose - VC), de fita simples, enve-
A cinomose é uma doença infecto-contagiosa lopado, de polaridade negativa, pertencente à famí-
multissistêmica, causada por um RNA vírus perten- lia Paramyxoviridae e ao gênero Morbilivírus. O agen-
cente à família Paramyxoviridae e gênero Morbilivírus te viral é pleomórfico, filamentoso ou arredondado,
(DEZENGRINI, 2007). A terminologia para essa medindo de 100 a 300 nm de diâmetro, sendo for-
afecção varia em diferentes países, sendo descrita mado por um envoltório lipídico duplo, uma RNA
como esgana em Portugal, moquillho del perro em polimerase e um capsômero glicoproteico contornan-
países de língua espanhola, cimurro na Itália e canine do a nucleocapside. Apresenta replicação citoplas-
distemper na América do Norte. O vírus da cinomose mática e pode sofrer mutações do tipo adição, deleção
infecta grande variedade de espécies, causando al- e substituição de nucleotídeos, que são mais comuns
tas taxas de mortalidade, com letalidade inferior em vírus de genoma constituído por RNA (CATROXO,
apenas à raiva canina (APPEL; SUMMERS, 1995). 2003).
Essa doença infecciosa é uma das mais impor- O VC é fortemente relacionado, em termos
tantes que acometem os cães de todo o mundo antigênicos, com os vírus do sarampo humano, da
(GEBARA et al., 2004a), sendo endêmica no Brasil, peste bovina e da peste dos pequenos ruminantes
onde pode representar 6% de todas as ocorrências (TIPOLD et al., 1992). Apenas um sorotipo é des-
clínicas e até 11% dos óbitos de cães (NEGRÃO et crito na literatura, entretanto, há cepas biologicamen-
al., 2006). Deve-se ressaltar que, apesar de ser te distintas. Algumas são levemente virulentas, pro-
comumente diagnosticada em cães, existem relatos vocando infecções inaparentes. Outras causam mo-
de infecção de mamíferos silvestres por esse vírus léstias agudas, com elevada frequência de encefalite,
(DAVIDNSON et al., 1992). apresentando alta mortalidade. Determinadas cepas
A partir de 1960, com o advento das vacinas são mais viscerotrópicas, causando moléstia
vivas atenuadas, os casos de cinomose apresenta- debilitante com elevada mortalidade, porém com bai-
ram uma redução e pareciam estar sob controle. En- xa frequência de encefalite (GEBARA et al., 2004a).
tretanto, nas últimas décadas, a incidência dessa O efeito imunossupressivo em cães é um aspecto
doença voltou a aumentar, provavelmente devido à comum a todos os tipos de cepas, favorecendo a ocor-
insuficiente vacinação ou a falhas vacinais (APPEL; rência de infecções oportunistas que podem agravar
SUMMERS, 1995). Além disso, a introdução de ani- o quadro clínico (MORO; VASCONCELOS, 1998).
mais domésticos, principalmente cães, em áreas de Sob baixa temperatura, o vírus consegue manter
preservação ambiental, constitui um fator de risco a sua capacidade infectante, permanecendo viável
para a infecção de animais silvestres (WHITEMAN por algumas semanas em temperaturas ligeiramen-
et al., 2007). te superiores ao ponto de congelamento, sendo es-
Tendo em vista a elevada ocorrência de cinomose tável por meses a anos no estado congelado. De-
em cães domésticos e sua importância como doença monstra sensibilidade ao calor, sendo inativado à
emergente em animais silvestres, o objetivo desse temperatura de 56 °C. Por ser envelopado, é facil-
trabalho é revisar tópicos relacionados à epi- mente destruído por solventes lipídicos, detergen-
zootiologia, à patogenia, aos sinais clínicos, ao diag- tes e desinfetantes (CATROXO, 2003).
nóstico, ao tratamento, ao controle e à prevenção A persistência do VC em animais portadores, o
dessa afecção. aparecimento de novas cepas e o desenvolvimento
da doença, mesmo em animais vacinados, são fato-
2 Desenvolvimento res que têm contribuído para a manutenção do cará-
ter enzoótico e a ocorrência de surtos (DEZENGRINI
2.1 Epizootiologia da cinomose em animais et al., 2007).
domésticos e silvestres A cinomose, dentre as doenças que acometem o
sistema nervoso central (SNC), é a que mais causa
A cinomose canina é altamente contagiosa, encefalite no cão, a qual se apresenta de quatro for-
multissistêmica e acomete severamente cães e ou- mas: 1) encefalites em animais jovens, de caráter
tras espécies animais, sendo distribuída mundial- grave e agudo, com manifestação simultânea de si-
mente (QUEIROZ DA SILVA et al., 2004). Após a nais clínicos sistêmicos e neurológicos; 2) encefalite
raiva, é a doença de cães que apresenta maior taxa em cães adultos, do tipo crônico, na qual os distúrbi-
de letalidade (APPEL; SUMMERS, 1995). os neurológicos podem estar desacompanhados de

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transtornos sistêmicos; 3) encefalite do cão velho e No entanto, foi em 1994, depois da ocorrência
4) encefalite recidivante crônica, de ocorrência espo- de surtos em grandes carnívoros em cativeiro na
rádica (GEBARA et al., 2004a). década de 90, que ocorreu uma expressiva epidemia
Em casos raros, pode ocorrer encefalite pós- no Parque Nacional do Serengeti e Reserva Nacio-
vacinal, condição que acomete, principalmente, ani- nal Masai-Mara, causando a morte de 30% da popu-
mais com menos de seis meses de idade. Acredita- lação de leões (Panthera leo), em número de aproxi-
se que esteja associada à imunização utilizando va- madamente 1000 indivíduos (ROELKE-PARKER et
cinas vivas atenuadas; entretanto, a patogenia ain- al., 1996; KOCK et al., 1998). No entanto, desde o
da não está totalmente esclarecida. Provavelmente, término da epidemia, o agente infeccioso continua a
a encefalite ocorre devido à insuficiente atenuação circular no Serengeti, mas sem efeitos patogênicos
do vírus, ao desencadeamento de infecção subclínica evidentes. Muitas questões ainda permanecem so-
latente ou devido ao aumento da susceptibilidade bre a epidemiologia e patogênese da cinomose nos
do animal (AMUDE et al., 2006). leões do Serengeti, mas dados recentes de mortali-
O vírus não apresenta predileção por sexo, ida- dade na cratera de Ngorongoro, adjacente ao Parque
de ou raça (GAMA et al., 2005); entretanto, alguns Nacional do Serengeti, embasam a hipótese de que
autores enfatizam que animais jovens são mais sus- fatores associados à seca, como status nutricional
ceptíveis, principalmente após o declínio dos deficiente e altas infestações parasitárias, podem ter
anticorpos maternos (APPEL; SUMMERS, 1995). um papel significativo no aumento da susceptibili-
A cinomose já foi diagnosticada em espécies sil- dade do hospedeiro à doença.
vestres que ocorrem no Brasil, (lobo-guará - A cinomose é considerada uma doença emergente
Chrysocyon brachiurus, e cachorro-vinagre - Speothos em populações de animais silvestres e a presença
venaticus). No caso do lobo-guará, houve ocorrência de cães domésticos em áreas de conservação pode
de infecções fatais em zoológicos. Em estudo reali- representar risco de infecção para mamíferos silves-
zado em cativeiro, entre 1989 e 1993, 18,5% (19/108) tres. Whiteman et al. (2007) encontraram 27% de
das causas de morte foram devidas à cinomose (GO- cães soropositivos para o VC na Área de Proteção
MES, 2006). Ambiental (APA) do lago de Tucuruí, Estado do Pará,
Conforme Appel e Summers (1995), o cão é o demonstrando que os carnívoros silvestres estão sob
reservatório mais importante, sendo também suscep- risco de infecção.
tíveis todos os representantes das famílias Canidae
(lobos, raposas, coiote e chacal), Mustelidae (furão, 2.2 Patogenia da cinomose
vison, marta, texugo, lontra, arminho e doninha)
Procyonidae (panda e quati), Hyaenidae (hiena), O VC é eliminado por vários meses, por meio da
Ursidae (ursos) e Myrmecophagidae (tamanduás). saliva, urina, fezes e secreções (nasais, conjuntivas
Anticorpos contra o VC já foram detectados em ele- e lacrimais), sendo transmitido, principalmente, pelo
fantes asiáticos (ONI et al., 2006). Esse vírus tam- contato direto por meio de aerossóis, alimentos, água
bém está implicado na infecção de mamíferos aquáti- e fômites contaminados. Após a infecção, o período
cos, como focas (Lobodon carcinophagus, Phoca de incubação é de, aproximadamente, três a sete dias
sibirica e P. caspica), para as quais a doença é um (CATROXO, 2003).
sério risco, em longo prazo (CLEAVELAND et al., A multiplicação viral se inicia nos tecidos
2003). linfoides e se dissemina para os tratos respiratóri-
Na África, a cinomose foi documentada como os, gastrintestinal, tegumentar e nervoso, demons-
causa de alta mortalidade em canídeos selvagens trando tratar-se de uma infecção sistêmica (GAMA
extremamente ameaçados, como o cachorro selvagem et al., 2005). Na primeira semana antes do apareci-
africano (Lycaon pictus), tanto em Botswana mento dos sintomas, ocorre a disseminação viral pela
(ALEXANDER et al., 1996) quanto na Tanzânia, via sanguínea, atingindo a medula óssea, o baço, o
(VAN DE BILDT et al., 2002). Evidências indiretas timo e os gânglios linfáticos. Aproximadamente no
implicaram a cinomose no desaparecimento de ca- sétimo dia, são acometidos os epitélios do estôma-
chorros selvagens africanos do ecossistema go, do intestino, das vias respiratória e urinária, da
Serengeti-Mara (Parque Nacional do Serengeti, na pele e do SNC, promovendo o aparecimento de sin-
Tanzânia e na Reserva Nacional Masai-Mara, no tomas neurológicos. O primeiro componente do SNC
Quênia), no início da década de 90 (CLEAVELAND a sofrer infecção é o endotélio vascular, seguido pe-
et al., 2000). los astrócitos e neurônios. Os astrócitos parecem ser

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os principais alvos do vírus no SNC, indicando que de mandíbula, bexiga e do reto; vocalização similar à
a infecção pode desempenhar papel importante no do estado de dor; mioclonias; convulsões e coma
mecanismo da desmielinização, condição muito es- (AMUDE et al., 2006). As alterações mais frequen-
tudada, porém não totalmente esclarecida (MORO tes são deambulações e convulsões. A mioclonia, que
et al., 2004). Possivelmente, a intensa indução de para alguns é patognomônica da cinomose canina,
citólise neuronal do córtex cerebral pode contribuir também pode ser observada em outros distúrbios do
para a destruição da mielina. O vírus atinge o SNC. Cegueira e movimentos circulares são consi-
encéfalo, na maioria dos casos de infecção, mesmo derados sinais menos comuns da doença (MORO
que o animal não apresente alterações neurológicas et al., 2004).
(DEZENGRINI et al., 2007). Monteiro et al. (2009) avaliaram, clínica e
A disseminação do vírus pelos diferentes órgãos hematologicamente, cães com cinomose na Região
dependerá da resposta imune individual. Os animais Norte do Brasil e observaram que os sintomas mais
previamente imunizados podem inativar partículas frequentes foram secreção ocular e nasal bilateral,
virais ainda nos tecidos linfoides, evitando, desta vômitos, diarreia, tosse produtiva, espirros, ester-
maneira, a invasão de outros órgãos (GAMA et al., tores pulmonares, hiperqueratose dos coxins plan-
2005). Cães imunossuprimidos apresentam infecções tares, pápulas e pústulas na região abdominal. Os
virais dos tratos respiratório, digestivo, urogenital e principais sintomas neurológicos incluíram andar
nervoso. Entretanto, os animais que conseguem de- cambaleante, tremores de membros, mioclonias,
senvolver precocemente resposta imune têm maior vocalização e convulsões. Em 29,4% dos animais
chance de recuperação (CATROXO, 2003). (5/17) foi observada leucopenia e 82,3% (14/17)
apresentaram severa linfopenia, com valor absoluto
2.3 Sinais clínicos nos animais domésticos mínimo observado de 180 linfócitos/μL. Em todos
e silvestres os animais leucopênicos observou-se linfopenia.
A apresentação clínica da cinomose em animais
Os sinais clínicos variam de acordo com a espé- selvagens é similar à descrita em animais domésti-
cie, cepa, condições ambientais, idade e estados ge- cos, sendo a transmissão de agentes infecciosos de
ral e imunológico do indivíduo (GOMES, 2006). Por populações de animais reservatório (frequentemen-
tratar-se de doença multissistêmica, as manifesta- te de espécies domesticadas) para a fauna silvestre
ções clínicas incluem alterações respiratórias, simpátrica denominada de spill-over, tendo sido re-
gastrintestinais, hematológicas (anemia, leucopenia) conhecida como risco à conservação de espécies
e do sistema nervoso central. Os mais susceptíveis ameaçadas (DASZAK; CUNNINGHAM; HIATT,
são os cães jovens, entre quatro e seis meses de 2000).
idade, quando ocorre declínio dos anticorpos mater- Segundo Whiteman et al. (2007), a cinomose tem
nos (CATROXO, 2003). sido classificada como doença infecciosa emergente
Os cães infectados podem apresentar secreções que ameaça a biodiversidade, com elementos associ-
nasais e oculares, hiperqueratose dos coxins digi- ados a spill-over a partir de cães domésticos. Sendo
tais e dermatite pustular (KOUTINAS et al., 2004). assim, na forma clássica, comumente encontrada nos
As principais alterações oftálmicas incluem midríase, canídeos selvagens, observa-se exsudatos purulen-
retinocoroidite, uveíte anterior, ceratoconjuntivite tos na mucosa ocular e nasal, tosse seca que evolui
seca e neurite óptica, podendo causar cegueira à produtiva, anorexia, febre, vômitos e diarreia. Si-
(LAPPIN, 2001). Os sinais clínicos de alterações nais neurológicos podem ocorrer concomitantemente
neurológicas podem ocorrer associados ou se mani- ou posteriormente às manifestações sistêmicas, in-
festar dias ou semanas após a recuperação da fase cluindo mudanças comportamentais, convulsões,
sistêmica. Em alguns casos, desenvolvem-se na au- paresias e paralisias, incoordenação e mioclonias
sência de quaisquer outros sinais. (GOMES, 2006).
A magnitude do envolvimento neurológico exer- Em felídeos neotropicais do Brasil, os distúrbi-
ce uma importante influência sobre o prognóstico da os neurológicos são os sinais clínicos característicos
cinomose (MORO et al., 2004). Diversos sinais clí- da doença (SILVA; ADANIA, 2006). As principais
nicos de transtornos neurológicos podem ser obser- alterações neurológicas incluem convulsões, tremo-
vados, incluindo: alterações de comportamento; apa- res, desorientação, fraqueza, ataxia, paraparesia e
tia; ataxia; paraplegia; tetraplegia; sintomas cerebe- hiper-reflexia (NETO, 2006). Entretanto, infecções
lares (tremores de cabeça e hipermetria); paralisia subclínicas têm sido relatadas em estudos sorológicos

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(WACK, 2003). Testes sorológicos realizados em encontraram a inclusão de Lentz em apenas 5,3%
catetos (Tayassu tajacu) indicaram a presença de dos animais. A ausência de corpúsculos de Lentz não
anticorpos para cinomose. Nesse estudo, os sinais exclui a possibilidade de infecção, pois são frequen-
clínicos de encefalite ocasionaram alta letalidade temente observados na fase de viremia e, geralmen-
(WILLIAMS, 2001). te, não são encontrados nas infecções crônicas
Todos os sinais clínicos citados podem ocorrer (GEBARA et al., 2004a).
isoladamente ou em associações. Contudo, não são Entretanto, em casos em que o resultado é nega-
sinais específicos da cinomose, podendo ser obser- tivo, o diagnóstico torna-se inconclusivo, impossibi-
vados em outras doenças infecciosas, dificultando, litando a exclusão do vírus como causa primária dos
assim, o diagnóstico clínico (GEBARA et al., 2004a). sinais clínicos. Além disso, quando ocorre evolução
subaguda ou crônica, a pesquisa de corpúsculo de
2.4 Diagnóstico inclusão pode ser negativa (GEBARA et al., 2004a).
A eletroforese das proteínas séricas (proteinograma)
A cinomose, nas formas aguda ou subaguda, também auxilia o diagnóstico, porém, ainda é pouco
pode ser diagnosticada de forma presuntiva, com solicitada na medicina veterinária brasileira. As téc-
base na anamnese e nos sintomas clínicos. Entre- nicas de Enzyme Linked Immunosorbent Essay (Elisa),
tanto, é importante, sempre que possível, realizar o imunofluorescência e PCR também são pouco utiliza-
diagnóstico laboratorial, pois somente o resultado das no Brasil, em virtude do elevado custo para sua
de exames, confirmando ou excluindo a presença do realização (SILVA et al., 2005).
VC, é que permite a realização do prognóstico de for- Uma técnica de biologia molecular utilizada com
ma mais objetiva, proporcionando a adoção de medi- o objetivo de identificação do VC é a transcrição
das de controle e profilaxia apropriadas (GEBARA reversa seguida da reação de cadeia de polimerase
et al., 2004b). (RT-PCR). Essa técnica tem sido empregada com
Segundo Appel e Summers (1995), vários exa- sucesso na detecção do vírus em diferentes tipos de
mes laboratoriais estão disponíveis para realizar o amostras, como sangue, soro, urina e fragmentos de
diagnóstico da cinomose, tais como o hemograma órgãos (AMUDE et al., 2006). A rapidez na obtenção
completo, a avaliação do líquido cefalorraquidiano dos resultados, a inexistência de infecciosidade da
(LCR), as sorologias, a imunohistoquímica, a partícula viral e a elevada sensibilidade e espe-
histopatologia, as técnicas de biologia molecular, cificidade são consideradas as principais vantagens
como a reação em cadeia de polimerase (PCR), a mi- da técnica de RT-PCR (AMUDE et al., 2007a).
croscopia eletrônica e a pesquisa de efeitos cito- A técnica de microscopia eletrônica de transmis-
páticos. são também é utilizada como método diagnóstico,
Um exame muito solicitado nos casos de sus- pois permite a visibilização do VC na amostra exami-
peita de cinomose é o hemograma. Porém, os dados nada. Quando o título viral na amostra possuir bai-
obtidos não são suficientes para o diagnóstico con- xos níveis, realiza-se a técnica de imunomicroscopia
clusivo, pois podem ser influenciados por diversos eletrônica, que é a reação antígeno-anticorpo com
aspectos como a estirpe viral infectante, pela fase aglutinação das partículas virais (CATROXO, 2003).
de multiplicação do vírus no momento da colheita do Para pesquisar efeitos citopáticos nas células
sangue e devido à presença ou não de infecções infectadas pelos vírus é realizada a técnica de inclu-
bacterianas secundárias (GEBARA et al., 2004a). Os são de fragmentos de órgãos em resina. Para isso, é
principais achados hematológicos observados são: necessário realizar cortes ultrafinos de pulmão, es-
anemia, leucopenia e linfopenia (SILVA et al., 2005; tômago, intestino, bexiga, rins ou cérebro, para a ob-
AMUDE et al., 2007b). ser vação da presença de corpúsculos de inclu-
A observação de corpúsculos de inclusão em são intracitoplasmáticos e intranucleares, núcleos
leucócitos e hemácias permite o diagnóstico definiti- com cromatina marginalizada e partículas virais com-
vo da cinomose, pois as inclusões de Lentz são con- pletas (possuindo envelopes) ou incompletas
sideradas patognomônicas dessa doença. Monteiro (CATROXO, 2003).
et al. (2009) relataram que, em 17,6% (3/17) dos Gama et al. (2005) observaram alterações na
hemogramas de cães, foi observada inclusão de Lentz. constituição bioquímica e celular do LCR de canídeos
Esse resultado foi semelhante ao descrito por Silva que apresentavam sinais neurológicos e diagnóstico
et al. (2005), que encontraram essas inclusões em clínico de cinomose. As principais alterações no LCR
21% dos animais infectados. Koutinas et al. (2002) foram a elevação da concentração liquórica de proteína

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e pleocitose linfocítica. Esses achados são altamen- bral, mantendo a terapia com doses antinflamatórias
te sugestivos de infecção pelo VC, tornando a avali- que são progressivamente reduzidas. A terapia com
ação do LCR útil no diagnóstico em animais com glicocorticóides pode controlar a dilatação pupilar
sintomatologia nervosa (SARMENTO et al., 2000; causada pela neurite óptica sinais associados à
GAMA et al., 2005). encefalite. Entre os glicocorticóides a prednisolona
Como avaliação post mortem, a histopatologia do é comumente escolhida na dose de 2 – 4 mg kg, a
SNC é fundamental para o diagnóstico definitivo, pois cada 24 horas, por via oral (TIPOLD, 1992).
as lesões induzidas são muito características, devi- Até hoje não há nenhum tratamento eficaz co-
do às inclusões virais observadas no núcleo ou nhecido para as mioclonias e, quando os sinais do
citoplasma das células infectadas. Outro método é a SNC são progressivos e os cães tornam-se inativos,
imunohistoquímica, com melhores resultados duran- a eutanásia é indicada (ARIAS; NETO, 1999).
te a viremia, não sendo positivo nas fases crônicas
da infecção (GEBARA et al., 2004b). 2.6 Controle e prevenção
O diagnóstico diferencial deve ser realizado com
outras doenças que causam quadro clínico semelhan- O VC sobrevive em exsudatos por aproximada-
te como, por exemplo, encefalite viral (raiva), mente 20 min e é sensível à maioria dos desinfetan-
bacteriana (Nocardiaose e Erliquiose) e fúngica tes, solventes lipídicos e detergentes. Cães apresen-
(Criptococose), meningoencefalite por protozoários tando doenças gastrintestinais ou respiratórias ne-
(toxoplasmose, neospora e hepatozoonose) e cessitam ser isolados para evitar a aeros-solização
neoplasias do SNC (RIBEIRO et al., 2002). para outros animais susceptíveis. Sendo assim, o
isolamento de cães doentes e a desinfecção do ambi-
2.5. Tratamento ente são medidas de controle importantes para evi-
tar disseminação da cinomose (APPEL; SUMMERS,
Não existem medicamentos antivirais ou agen- 1995).
tes quimioterápicos de valor prático para o tratamento Como medidas profiláticas estão disponíveis
específico da cinomose, porém, a terapêutica de apoio vacinas vivas atenuadas, vivas inativadas, vacinas
e o controle das infecções secundárias melhoram as contra o vírus do sarampo e, mais recentemente, as
chances de recuperação dos animais (TIPOLD et al., recombinantes (APPEL; SUMMERS, 1995). Entretan-
1992). O mesmo protocolo terapêutico pode ser uti- to, antes da imunização, o animal deve ser avaliado,
lizado para animais domésticos e silvestres, respei- em busca de fatores que possam influenciar sua ca-
tando-se as diferenças na posologia dos fármacos. A pacidade de responder ao antígeno vacinal. Cães com
administração de vitamina B e de soluções hi- temperatura corpórea superior a 39,7 °C não devem
droeletrolíticas é indicada como terapia inespecífica, ser vacinados, pois não respondem de forma
objetivando repor as deficiências decorrentes da satisfatória. Procedimentos cirúrgicos de rotina de-
anorexia e também para estimular o apetite. vem ser adiados por quatro semanas após a imuni-
Antioxidantes, como as vitaminas E e C podem ser zação, pois vacinas vivas atenuadas podem induzir
recomendados, embora ainda não existam pesquisas trombocitopenia transitória (LAPPIN, 2001).
que dêem suporte a essa proposição. Sugere-se que Segundo Lappin (2001), em cães com doenças
a deficiência de vitamina E pode estar envolvida na imunomediadas (poliartrite, anemia hemolítica auto-
ocorrência de falha vacinal, pois já foi demonstrado imune e glomerulonefrites), a vacinação deve ser
que a suplementação da dieta com esse antioxidante evitada, por estimular o sistema imune, podendo cau-
levou à melhora da resposta imune após a vacinação sar exacerbação dessas condições. Além disso, exis-
(NISHIOKA; ARIAS, 2005). tem suspeitas de que a vacinação frequente de ani-
O tratamento de cães com sinais neurológicos mais pode predispor à ocorrência de problemas
nem sempre é satisfatório (ARIAS; NETO, 1999). Em imunomediados, sendo, portanto, importante reali-
animais que apresentam convulsão é indicado o uso zar exames sorológicos para avaliar a imunidade
de anticonvulsionantes como fenobarbital na dose humoral e, assim, adequar os protocolos de vacina-
de 2 mg kg pelas vias intravenosa, intramuscular e ção, avaliando a necessidade ou não da revacinação
oral, a cada 12 horas. Corticosteróides, como a dexa- anual. Em um estudo envolvendo 780 animais, não
metasona na dose de 2,2 mg kg, por via intravenosa, houve diferença significativa nos níveis de anticorpos
podem ser utilizados por causa da imunopatologia protetores entre animais vacinados há mais de um ano
das lesões neuronais e para reduzir o edema cere- e os que receberam revacinação anual, confirmando

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a necessidade de avaliação sorológica dos pacientes AMUDE, A.M.; ALFIERI, A.A.; ALFIERI, A.F. Clinic
imunizados (ALEMDRA et al., 2005). pathological findings of distemper encephalomyelitis in
dogs presented without usual signs of the disease.
A vacinação contra o vírus em espécies silves-
Research in Veterinary Science, v. 82, p. 416-422, 2007b.
tres representa um campo ainda pouquíssimo explo-
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