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Nota Técnica 06

DVPSIS/COVISA/2021

ORIENTAÇÕES DE CONTROLE
DE RISCO SANITÁRIO NOS
CENTROS DIA PARA PESSOAS
IDOSAS – DURANTE A
PANDEMIA DA COVID - 19

Publicado em: 02 de julho de 2021

2021
Prefeitura do Município de São Paulo
Secretaria Municipal da Saúde
Secretaria Executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde
Coordenadoria de Vigilância em Saúde
Nota Técnica 06/DVPSIS/COVISA/2021

ORIENTAÇÕES DE CONTROLE DE RISCO SANITÁRIO NOS CENTROS DIA


PARA PESSOAS IDOSAS – DURANTE A PANDEMIA DA COVID - 19

Diante do persistente cenário de pandemia de COVID-19 e do elevado risco


de quadros graves e óbitos em pessoas idosas, a Coordenadoria de Vigilância
em Saúde (COVISA) institui nota técnica com o objetivo de orientar as medidas
de controle sanitário que, uma vez adotadas, minimizam o risco de
contaminação pelo novo coronavírus (SARSCoV-2) nos Centros Dia para
Pessoas Idosas (CDI).

1 - MEDIDAS INSTITUCIONAIS GERAIS A SEREM ADOTADAS:

Orienta-se que os CDI submetam seu funcionamento e atualizem,


constantemente, o dimensionamento de usuários de acordo com as exigências
do Plano São Paulo.
Os CDI devem permitir apenas a entrada de pessoas que utilizem máscara
de proteção individual e, assim que passarem pela triagem da equipe, todos os
frequentadores devem receber nova máscara cirúrgica e informações de
utilização correta da mesma, bem como, a orientação de distanciamento social
seguro e dos procedimentos adequados de lavagem protetiva das mãos com
água e sabão ou utilização de álcool a 70%.
Antes de entrarem no CDI, todos os frequentadores do local devem ser
avaliados por profissional previamente treinado a aferir a temperatura e extrair
informações sobre a presença de sintomas respiratórios, bem como quaisquer
outros sintomas indicativos (vide definição de caso) de infecção pelo novo
coronavírus. No caso da presença de sintomas, a entrada deve ser proibida e o
idoso ou profissional deve ser encaminhado a um serviço de saúde.
Os CDI devem ser responsáveis pela atualização de informações claras e
acessíveis aos envolvidos no funcionamento do Centro, de forma que todos

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estejam cientes das medidas de controle de transmissão do novo coronavírus e


dos cuidados individuais a serem tomados, durante a permanência no serviço,
a exemplo da importância de manutenção de etiqueta respiratória e de se
evitar o contato pessoal direto, como beijos, abraços e apertos de mãos.
Todos os profissionais do CDI devem passar por treinamento adicional e
contínuo sobre os novos protocolos de procedimentos padrão no
enfrentamento da disseminação do vírus entre usuários e profissionais do
estabelecimento.
Todos os funcionários e prestadores de serviços do CDI devem seguir as
medidas de precaução respiratória para gotículas e para contato, utilizando
durante toda a sua permanência no Centro, equipamentos de proteção
individual (EPI), como máscara cirúrgica, que devem ser providos pelo CDI.
Os CDI devem possuir e implementar com agilidade o plano temporário de
realocação de trabalhadores, em substituição àqueles possivelmente
afastados.
Os diversos ambientes devem ofertar condições adequadas para
higienização frequente das mãos, com disponibilização de álcool gel a 70% e de
lavatórios com água, sabão e dispensadores de papel toalha, constantemente
abastecidos.
Todos os ambientes devem ser mantidos bem ventilados, com janelas
abertas e apresentar indicadores claros de posicionamento capazes de manter
o distanciamento mínimo de 1 metro entre os usuários.
A limpeza e a desinfecção de dependências devem ser intensificadas e,
inclusive, maçanetas, barras de apoio e corrimãos precisam passar por processo
de desinfecção constante. É muito importante que o mobiliário e objetos de
uso comum passem por processo de desinfecção, entre um usuário e outro.
Para tanto, deve-se utilizar álcool 70% ou solução de hipoclorito ou quaternário
de amônio ou outra solução desinfetante padronizada e regularizada pela
ANVISA.
Durante a limpeza, deve-se evitar varrer e espanar as superfícies, pois tal
prática favorece a dispersão de microrganismos, sendo assim, é preferível a
limpeza úmida com esfregões ou rodo com pano.

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O CDI deve organizar as atividades de rotina como alimentação e recreação


para que as mesmas ocorram em turnos com horários diferentes para evitar
aglomerações.
É importante que os CDI desenvolvam estratégias durante os períodos de
refeições, levando-se em conta a estrutura e as dimensões do local, com relação
ao número e o grau de dependência dos idosos. Deve-se impedir o
compartilhamento de alimentos, copos, utensílios, toalhas e objetos de uso
pessoal.
O CDI deve promover e estimular a atualização da carteira de vacinação dos
idosos e dos funcionários e estimular a adoção desta prática também para os
visitantes, em especial para o vírus influenza e o novo coronavírus, de acordo
com a agenda do calendário vacinal disponível pelo estado de São Paulo.

2 - ORIENTAÇÕES FRENTE A CASOS E SURTOS DE SÍNDROME GRIPAL

2.1 Definições operacionais

Definição de caso de Síndrome Gripal (SG) – Indivíduo com quadro


respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois (2) dos seguintes sinais
e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta, dor de
cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos.
EM CRIANÇAS: considera-se também obstrução nasal, na ausência de
outro diagnóstico específico.
EM IDOSOS: considera-se também critérios específicos de agravamento
como síncope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e
inapetência.
Na suspeita da COVID-19, a febre pode estar ausente e sintomas
gastrointestinais (diarreia) podem estar presentes.

Definição de Surto de Síndrome Gripal – Ocorrência de dois ou mais


casos suspeitos ou confirmados para influenza ou Covid-19. Considerar vínculo
epidemiológico no período de 7 dias para Influenza e de 14 dias para SARS –
CoV.

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2.2 Busca ativa

Deve ser realizada busca ativa de frequentadores e em todos os profissionais


de saúde no início de seu turno de trabalho. Nota Conjunta
DVE/DVPSIS/COVISA/CAB/2020 9

Busca ativa de profissionais sintomáticos: no início do turno de


trabalho, os profissionais que apresentarem febre ou sintomas respiratórios
devem ser imediatamente afastados e investigados laboratorialmente (RT-
PCR). Aqueles que apresentarem resultado detectável no PCR para SARS-CoV2
deverão permanecer afastados por no mínimo 10 dias contados a partir do
início dos sintomas.

Busca ativa de frequentadores sintomáticos: deve-se realizar busca


ativa de casos dentre os idosos atendidos diariamente. Qualquer idoso que
apresente sintomas compatíveis com SG deve ser submetido à avaliação clínica
e testagem (RT-PCR) além das demais medidas de controle e de isolamento
descritas.

2.3 Medidas Institucionais frente à Caso Suspeito ou Confirmado

2.3.1 Afastamento de Casos Suspeitos ou Confirmados:

Casos suspeitos ou confirmados de Influenza: por 7 dias a partir da data


de início dos sintomas.

Casos com quadro de SG com confirmação para COVID-19 por qualquer


um dos critérios (clínico, clínico-epidemiológico, clínico-imagem ou
laboratorial) ou que ainda não coletaram amostra biológica para investigação
etiológica: recomenda-se o afastamento, suspendendo-o após 10 dias do início
dos sintomas, desde que passe 24 horas sem febre sem uso de medicamentos
antitérmicos e sem sintomas respiratórios.

Casos com quadro de SG para os quais não foi possível a confirmação


pelos critérios clínico, clínico epidemiológico ou clínico imagem e que
apresentem resultado de exame laboratorial não reagente ou não detectável
para COVID-19 pelo método molecular (RT-qPCR ou RT-LAMP) ou teste rápido

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para detecção de antígeno para SARS-CoV-2: as medidas de afastamento


podem ser suspensas desde que permaneça afebril sem o uso de
medicamentos antitérmicos há pelo menos 24 horas e com remissão dos
sintomas respiratórios. Ressaltamos que os exames precisam ser realizados no
período indicado, para evitar resultado falso negativo.

Para indivíduos assintomáticos confirmados laboratorialmente para


COVID-19 (resultado detectável pelo método RT-qPCR ou teste rápido para
detecção de antígeno para SARS-CoV-2): deve-se manter isolamento,
suspendendo-o após 10 dias da data de coleta da amostra.

ATENÇÃO: Casos suspeitos ou confirmados que ainda apresentarem


sintomas após o período de isolamento preconizado devem ser mantidos em
afastamentos até que haja resolução completa do quadro clínico.

2.4 Notificação de Surtos

Instituições que detectem a ocorrência de casos de SG devem reportar essa


informação para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua área de abrangência
que fará a investigação, notificação, coleta de secreção respiratória, orientação
das medidas de controle pertinentes e atualização dos dados para as
Supervisões de Vigilância em Saúde.

Deve-se realizar buscas ativas diárias de novos casos até pelo menos três
semanas após a identificação do último caso no sentido de garantir que não
haja mais nenhum caso antes do encerramento do surto.

2.5 Afastamento de Contato Próximo

Além da identificação dos contatos próximos (que na maioria das vezes são
contatos domiciliares), deve-se orientar a quarentena dos contatos próximos
que devem ficar em isolamento por 14 dias.

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O objetivo do isolamento domiciliar dos contatos é diminuir a propagação


da COVID-19, pois os contatos próximos podem iniciar a transmissão do vírus
SARS-CoV-2, mesmo que ainda estejam assintomáticos. Para essa estratégia ser
mais efetiva, recomenda-se que o isolamento seja realizado a partir de um caso
suspeito de COVID-19. Dessa forma, é possível isolar novos casos e prevenir o
surgimento de uma próxima geração de infecções a partir de um caso índice.

Refere-se a qualquer pessoa que esteve em contato próximo a um caso


confirmado de COVID-19 durante o seu período de transmissibilidade, ou seja,
entre 48 horas antes até dez dias após a data de início dos sinais e/ou sintomas
(caso confirmado sintomático) ou após a data da coleta do exame (caso
confirmado assintomáticos).

Para fins de vigilância, rastreamento, isolamento e monitoramento de


contatos, deve-se considerar contato próximo* a pessoa que:

• Esteve a menos de um metro de distância, por um período mínimo de 15


minutos, com um caso confirmado sem ambos utilizarem máscara facial ou
utilizarem de forma incorreta;

• Teve um contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos) com um


caso confirmado;

• É profissional de saúde que prestou assistência em saúde ao caso de


COVID-19 sem utilizar equipamentos de proteção individual, conforme
preconizado, ou com EPI danificados;

• Seja contato domiciliar ou residente na mesma casa/ambiente


(dormitórios, creche, alojamento, entre outros) de um caso confirmado.

*Observação: Para efeito de avaliação de contato próximo, devem ser


considerados também os ambientes laborais ou eventos sociais.

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3- IMUNIZAÇÃO

O Programa Municipal de Imunizações de São Paulo segue as orientações


técnicas do Programa Nacional de Imunizações e do Programa Estadual de
Imunizações.

De acordo com a Lei 6259/75, Título II, Artigo 3º, cabe ao Ministério da
Saúde a elaboração do Programa Nacional de Imunizações, que definirá as
vacinações, inclusive as de caráter obrigatório.

O objetivo principal da vacinação, neste momento, é a redução da


morbidade e mortalidade pela COVID-19, portanto, os grupos de maior risco
para agravamento e óbito, devem ser priorizados. Dessa forma, foram
elencadas algumas populações como grupos prioritários para vacinação, dentre
elas, a primeira refere-se a Pessoas ≥ 60 anos de idade.

É recomendado, salvo se houver alguma contraindicação médica, que todos


os idosos e frequentadores dos CDI, recebam vacina contra a COVID-19, sendo
que para as pessoas acima de 60 anos, a vacina está disponível em todas as UBS
do município de São Paulo e em mais de 150 pontos de vacinação extra muro.

Todas a informações e inclusões de novos grupos são publicadas nos


INSTRUTIVOS PARA PRIORIZAÇÃO DE DOSES DA VACINA CONTRA A COVID-
19 no portal da COVISA: https://www.prefeitura.sp.gov.br/vacinasampa

Para os frequentadores e profissionais que tem menos de 60 anos, a vacina


estará disponível conforme o calendário de aplicação disponível no mesmo site.

A vacina não elimina o risco de contágio pelo coronavírus, portanto, mesmo


com o esquema vacinal completo, de uma ou duas doses, dependendo do
fabricante e esquema indicado, a pessoa vacinada deve-se manter as medidas
de higiene e distanciamento indicadas pelos órgãos competentes.

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