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Tema#2: Cinemática & Dinâmica de uma partı́cula1

Bartolomeu Joaquim Ubisse

Universidade Eduardo Mondlane


Faculdade de Ciências - Departamento de Fı́sica

(Aulas preparadas para estudantes da Engenharia Informática- UEM)

21/03/2022

1
Alguns exemplos usados neste material foram usados pelo Prof. Luis
Chea nas aulas leccionadas na FENG-UEM no perı́odo de 2019 a 2021. 1/42
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Conteúdos
1 Cinemática de um ponto material
Posição e Deslocamento
Velocidade
Aceleração
Composição de movimentos
Movimento Ralativo
2 Dinâmica de uma partı́cula
Leis de Newton
Forças especiais
Princı́pio de conservação da quântidade de movimento
Colisões
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Cinemática de um ponto material

XA cinemática dedica-se ao estudo do movimento dos corpos sem


ter em consideração as suas causas.

Um corpo está em movimento quando sua posição muda com o decorrer


do tempo. Caso contrário, o corpo está em repouso.
A definição do estado de repouso ou de movimento depende do referêncial
(conjunto de objectos em relação aos quais verifica-se a mudança da
posição e um relógio para a medição do tempo).
Para análise, o referencial é centrado num determinado sistema de
coordenadas (cartesianas, cilı́ndricas, esféricas, etc.)

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Cinemática de um ponto material
Posição e Deslocamento

∆~r = ~r2 − ~r1 Vector deslocamento;


∆S Distância percorrida (percurso)
~r1 Vector posição da partı́cula no
ponto 1 e, ~r2 Vector posição da
partı́cula no ponto 2.
Assim, o vector posição da partı́cula
para cada instante é:
Figura 1: ~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k (1)
x = x(t); y = y(t) e z = z(t) são eqs. paramétricas (F (x, y, z, t) = 0).

Equação da trajectória: F (x, y, z) = 02


2
Substitui-se o tempo nas eqs. paramétricas e estabelece-se uma dependência entre
parâmetros espacias (x,y e z) 4/42
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Cinemática de um ponto material
Posição e Deslocamento

Exemplo 1
Determine a equação da trajectória de uma partı́cula cujo movimento é
descrito pela equação: ~r(t) = 3sin(2t)~i + 4cos(2t)~j

Eqs. paramétricas:
Eq. da trajectória:

x(t) = 3sin(2t) x2 y 2
+ 2 =1
y(t) = 4cos(2t) 32 4

Figura 2: Trajectória elı́ptica

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Cinemática de um ponto material
Velocidade

A velocidade permite saber como o movimento da partı́cula varia com o


decorrer do tempo.

Vector velocidade média

∆~r ∆x~ ∆y ~ ∆z ~
~vmed = ⇒ ~vmed = i+ j+ k (2a)
∆t ∆t ∆t ∆t
ou
x(t2 ) − x(t1 )~ y(t2 ) − y(t1 )~ z(t2 ) − z(t1 ) ~
~vmed = i+ j+ k (2b)
t2 − t1 t2 − t1 t2 − t1

Dado que se trata da velocidade média, não se tem detalhes sobre a


variação do movimento. Sabe-se porém, quão rápido o corpo se deslocou
do ponto inicial até ao seu destino. Para mais detalhes, recorre-se a
velocidade instantânea. 6/42
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Cinemática de um ponto material
Velocidade

Vector velocidade instant^


anea

∆~r(t) d~r(t)
~v (t) = lim ⇒ ~v (t) =
∆t−→0 ∆t dt
(3)
~ ~ ~
d(xi + y j + z k)
~v (t) = = vx~i + vy~j + vz~k
dt
A velocidade instantânea é sempre tangente à tra-
jectória no ponto em consideração. Figura 3:

Considerando-se o movimento em uma dimensão (ex. x) e com velocidade


constante (v(t) = const.), tem -se:
Z x Z t
dx
v= ⇒ dx = vdt ⇒ dx = vdt ⇒ x(t) = xo + v(t − t0 )
dt x0 t0
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Cinemática de um ponto material: Velocidade

Velocidade escalar média

É a razão entre o espaço percorrido pelo tempo total gasto


dtot d1 + d2 + ... + dn
vesc.med = ⇒ vesc.med = (4)
ttot t1 + t2 + ... + tn

Exemplo 2
Determine a velocidade do coelho que se desloca de acoro com as seuintes
eqs. paramétricas: x(t) = −0.31t2 + 7.2t + 28 e y(t) = 0.22t2 − 9.1t + 30,
no instante t = 15 s. Todos os parâmetros estão expressos no SI

dx q
vx (t) = ⇒ vx (15) = −2.1m/s v(t) = v 2 + v 2 ⇒ v(25) = 3.3m/s
dt x y
dy θ = arctan(vy /vx ) ⇒ θ = 49.56o
vy (t) = ⇒ vy (15) = −2.5m/s
dt
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O ângulo em relação ao eixo x positivo é β = π + θ ≈ 130o 8 / 42
Cinemática de um ponto material
Aceleração

A aceleração exprime a rapidez com que varia a velocidade do corpo em


movimento.

1 Vector aceleração média (~amed )

∆~v
~amed = (5)
∆t
2 Vector aceleração instantânea (~a)

∆~v d~v
~a = lim = (6a)
∆t−→0 ∆t dt
Assim:
dvx~ dvy ~ dvz ~
~a = i+ j+ k = ax~i + ay~j + az~k (6b)
dt dt dt

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Cinemática de um ponto material
Aceleração

Considerando o movimento em uma dimensão (ex. X) e aceleração


constante, a velocidade e a posição do corpo no instante t são
respectivamente:
Z v Z t
dv
a= ⇒ dv = adt ⇒ v(t) = vo + a(t − to ) (7)
dt vo to
Z x Z t
dx 1
v= ⇒ dx = v(t)dt ⇒ x(t) = xo + vo (t − to ) + a(t − to )2
dt xo to 2
(8)
Achando-se o quadrado da Eq.7, obtém-se:
 
2 2 1 2
v(t) = vo + 2a vo (t − to ) + a(t − to ) (9)
2

Comparando Eq.9 com a Eq.8, tem-se:


v(t)2 = vo2 + 2a [x(t) − xo ] (10)
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Cinemática de um ponto material
Aceleração

As três equações são principais para analizar movimento com aceleração


constante. Assim, em geral, considerando o instante inicial zero
(to = os), elas ficam:

v(t) = vo + at
v 2 (t) = v02 + 2aS (S espaço percorrido (percurso))
1
y(t) = yo + voy t ± at2
2

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Cinemática de um ponto material
Aceleração

Aceleraç~
ao total para movimento em trajectória curvelı́nea

A aceleração tatal é a soma vectorial das componentes tangencial (aτ ) e


normal (aN )3

~a = aτ ~uτ + aN ~uN (11)


d|~v | |~v |2
onde, aτ = e aN = ; ρ - é o raio
dt ρ
de curvatura.
Quando a trajectória for circular (ρ = R =
const.), a componente normal da aceleração
denomina-se centrı́peta (ac ) Figura 4:

v2 q
aN ≡ ac = a = a2N + a2τ (12)
R 12/42
3
Veja mais detalhes no Alonso & Finn. Pp: 103 - 105 (livro no repositório) 12 / 42
Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

Movimento em um plano bidimensional (2D) - Lançamento


oblı́quo

Consideremos um caso em que a partı́cula move-se no plano vertical com


velocidade inicial ṽ0 e aceleração constante ~a = ~g .


vx = v0x vx = v0 cosθ

vy = v0y − gt vy = v0 sinθ − gt

dx (
vx = x(t) = v0 cosθt
dt ⇒ 1
dy y(t) = v0 sint − gt2
Figura 5:
v y = 2
dt
 
1 g
Assim, a equação da trajectória é: y(x) = xtgθ − x2
2 v02 cos2 θ 13/42
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Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

Qual é a altura máxima atingida pela partı́cula?


v0 sinθ v 2 sin2 θ
vy = 0 ⇒ t 0 = ⇒ hmax ≡ y(t0 ) = 0
g 2g

Qual é o alcance da partı́cula?


Para se saber o alcance, primeiro tem que se determinar o tempo que a
partı́cula leva a se deslocar (tempo total) e depois substituir-se o mesmo
na relação de x(t). Assim:
1 2v0 sinθ
y(tt ) = 0 ⇒ v0 sinθtt − gt2t = 0 ⇒ tt = 0 V tt =
2 g
1
Recorrendo-se à identidade, sinθcosθ = sin(2θ), o alcance é:
2
v02
x(tt ) = sin(2θ) 14/42
g 14 / 42
Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

Para a mesma vo , o alcance será


máxima para θ = 45o (sem considerar
efeitos de resistência do ar);
v2
Assim, xmax = o
g

Figura 6: Alcance em função do ângulo


(θ)

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Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

Movimento circular

Para a descrição do movimento circular pode se usar coordenadas polares


(R ∧ θ)
ds dθ
v(t) = =R (13a)
dt dt

=ω velocidade angular em rad/s
dt
Se ω = const., então o deslocamento angular (θ)
é:
θ(t) = θo + ωt (13b) Figura 7:

Este é o movimento circular uniforme. Assim,


2π 1
o perı́odo é: T = e ω = 2πf f=
ω T 16/42
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Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

A relação vectorial entre ṽ, ω


~ e o vector posição ~r é:

~ × ~r
~v = ω (14)
v = ωrsinγ
Esta relação só é válida para movi-
mento circular ou rotacional onde r e
γ são constantes.

Figura 8: 17/42
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Cinemática de um ponto material
Composição de movimentos

Se a velocidade angular varia com o passar do tempo, pode-se determinar


a aceleração angular (α(t)):


α= (15)
dt

Para α = const., a velocidade angular e o deslocamento angular são


respectivamente expressos por:

ω(t) = ωo + αt (16)
1
θ(t) = θo + ωo t + αt (17)
2

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Cinemática de um ponto material
Movimento relativo

Movimento Relativo Uni-dimensional

Consideremos dois objectos A e B e um observador O da Fig.9.

~ = ~rB − ~rA
~rBA = AB
d~rBA d~rB d~rA
= − (18)
dt dt dt
~vBA = ~vB − ~vA

Figura 9:
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Cinemática de um ponto material
Movimento relativo

Movimento Relativo de Translaç~


ao uniforme

1 Posição relativa

~rP B = ~rP A − ~rBA (19)

2 Velocidade relativa

~vP B = ~vP A − ~vBA (20)


Figura 10:

3 Aceleração relativa
~aP B = ~aP A − ~aBA (21)
Considerando que o referencial ”B” move-se em linha recta e com
d~vBA
velocidade constante relativo a ”A” ( = 0), então: ~aP B = ~aP20A20/42
/ 42
Cinemática de um ponto material
Movimento relativo

Exemplo 3
Um barco com velocidade de 10 km/h em relação ao rio tenta ir de uma
margem a outra. A velocidade da água em relação à Terra é de 5 km/h.
Qual deve ser a velocidade do barco em relação à Terra para que ele cruze
o rio perpendicularmente às margens?

~vBT = ~vBR + ~vRT


q
vBR = vBT2 + v 2 − 2v o
RT BT vRT cos(90 )
q
vBT = vBR2 − v2
RT
p √
vBT = 102 − 52 = 5 3 ≈ 8.7km/h
Figura 11:  
vRT
θ = arctg ≈ 30o
vBT
——————–FIM DO TRATAMENTO DA CINEMÁTICA————— 21/42
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DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA

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Dinâmica de uma partı́cula

XA dinâmica dedica-se ao estudo do movimento dos corpos e as suas


causas.

A causa do movimento é sempre uma força . A unidade da força no SI é


Newton (N), porém, aı́nda é frequente encotrar expressa em outras
unidades como dina (dyn)[1N = 105 dyn ].
Quando a força é exercida sobre um corpo, dois fenómenos podem ocorrer
sobre esse corpo, a saber:

Mudança do seu estado de movimento;


Deformação.

A descrição precisa e consistente da dinâmica dos corpos e/ou sistema dos


corpos para o nosso estudo será feita baseando-se nas leis fundamentais da
mecânica clássica - As leis de Newton
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Dinâmica de uma partı́cula
Leis de Newton

Primeira lei de Newton (lei da inércia)

Se a resultante das forças que actuam sobre um corpo é nula, o corpo


permanece em repouso se inicialmente estava em repouso ou em
movimento rectilı́neo uniforme se inicialmente estava em movimento.

n
X
F~r = F~1 + F~2 + F~3 + ... + F~n = F~i = 0 (24)
i=0

Segunda lei de Newton (Lei Fundamental da Din^


amica)

Um corpo sob atuação de uma força resultante não nula, move-se de tal
forma que a taxa de variação temporál da sua quantidade de movimento
se iguale à essa força. 24/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Leis de Newton

d~
p
F~ = =⇒ F~ = m~a (25)
dt

onde, p~ é a quantidade de movimento do corpo, F~ é a força resultante que


actua sobre o corpo e m é a massa do corpo.

p~ = m~v (26)

A quantidade de movimento pode ser entendida como uma medida do


esforço necessário para levar uma partı́cula ao repouso.
A massa é uma propriedade intrı́nseca dos corpos. Nós só temos a
sensação fı́sica da sua presença quando tentamos acelerar um corpo
aplicando uma força. Deste modo, embora não tenha uma definição
coloquial, pode-se entender a massa como a quantidade de matéria que
um dado objecto possui. 25/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Leis de Newton

A unidade de massa no SI é quilograma (kg), porém é ainda é frequente


encontrar em outras unidades, por exemplo em pound-mass (lb) [1kg =
2.205lb ]

3a lei de Newton (Lei de acç~


ao e reacç~
ao)

Quando dois corpos interagem, as forças que cada corpo exerce sobre o
outro são iguais em módulo e têm sentidos opostos.

F~12 = −F~21 =⇒ F~12 = F~21 (27)

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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Força gravitacional

A força gravitacional (F~g ) é uma força de atracção que um corpo exerce


sobre um outro (ex. terra - lua). Porém, na nossa discussão estaremo-nos
referindo à força com que a Terra atrai os corpos para o seu centro.
F~g = m~g (28)

onde, ~g é aceleração de gravidade (g = 9.82m/s2 )

Peso

É a força que um determinado objecto exerce, perpendicularmente, sobre


uma superfı́cie de sustentação ou sobre ponto de suspensão.
O peso nunca actua sobre o póprio objecto e, ném sempre é igual a força
de gravidade. 27/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Figura 12: Corpos suspensos e sobre bases de sustentação.

Força Normal (F~N )

É força que a superfı́cie de sustentação exerce sobre um objecto, em


reacção ao peso que o objecto exerce sobre a superfı́cie. É uma força de
contacto e é sempre perpendicular à superfı́cie (Fig.12) 28/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Força de atrito (F~at )

A força de atrito é aquela que age sobre


duas superfı́cies em contacto e sob mo-
vimento relativo.
Figura 13:
Fat = µFN (29)
Existe dois tipos de força de atrito, a saber:
1 Força de atrito estático;
Se o corpo não se move, a força de atrito estático F~at,e e a
componente de F~ paralela à superı́cie se equilibram.
A força de atrito estático acima do qual o corpo começa a se mover:
Fat,e,max = µe FN (30)
onde, µe é o coeficiente de atrito estático e é adimensional (µe < 1.0)
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

2 Força de atrito cinético.


Uma vez iniciado o movimento a força de atrito reduz ligeiramente,
passando a ser de atrito cinético:

Fat,c = µc FN (31)

onde, µc é o coeficiente de atrito cinético e é adimensional (µc < 1.0)

Exemplo 4
Um bloco de massa m desliza à velocidade constante sobre um plano
inclinado que forma um ângulo q com a horizontal. Avalie o coeficiente de
atrito cinético

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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

(P
Fx = 0 ⇒ −Fa + Fg sinθ = 0
P
Fy = 0 ⇒ −Fg cosθ + FN = 0
(
−µc FN + Fg sinθ = 0
−Fg cosθ + FN = 0
——————————————-

µc = tgθ

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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Força de traç~
ao /compress~
ao

A força de tração/compressão é aquela que é aplicada a um corpo numa


direcção perpendicular à superfı́cie e com sentido para o exterior/interior
do corpo.
No geral, estas forças ocorrem nos cabos e barras ideais (com massas
disprezı́veis).

Figura 14:
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Força Elástica (Fe )

A força elástica visa a repor a posição inicial do corpo quando este é


sujeito à forças de tração ou compressão. Esta força é também designada
de restauradora e tem origem nas forças intermoleculares que mantém as
moléculas e/ou átomos unidos.

Lei de Hooke
A lei de Hooke demonstra que existe uma
relação linear entre força aplicada e de-
formação de um objeto sólido.

F~e = −k∆~x (32)


onde, k é a constante elástica e ∆x é a
elongação.
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Força de arrasto (Fe )

Quando um objecto move-se num determinado fluı́do (lı́quido ou gás), ele


experimenta uma foça de arrasto, representada muitas vezes por F~D (Drag
force). A força de arrasto é oposta ao movimento do objecto em causa.
Para corpos com simetria esférica e movendo-se a uma velocidade
relativamente pequena, a força de arrasto é dada pela lei de Stockes:

FD = 6πηrv (33)

onde, r - raio da partı́cula que se move, η - coeficiente de viscosidade e, v


- velocidade relativa da partı́cula
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Em geral, sobre um corpo que se move num fluı́do viscoso sob acção de
uma força constante F~ , a equação do movimento (2a lei Newton) é:

F − FD = ma (34)

Exemplo 5
Deytermine a velocidade, em função do tempo, de uma partı́cula que se
move em linha recta através de um fluı́do viscoso. Suponha que FD seja
proporcional à velocidade (FD = Kηv).

v
Kη t
Z Z
dv
  =− dt
dv vo F m 0
m = F − Kηv v−
dt   Kη
Kη F    
dv = − v− F F Kη
m Kη v(t) = + v− exp − t
Kη Kη m 35/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

A velocidade terminal (vt ) é:


v(t) F
vt = lim = (35)
t−→∞ t Kη

Figura 15:
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Dinâmica de uma partı́cula
Forças especiais

Em caso de a partı́cula mover-se com uma velocidade relativamente


superior, capaz de causar uma turbulência, a força de arraste é
proporcional ao quadrado da velocidade:
1
FD = CρAv 2 (36)
2

onde, C - coeficiente de arrasto, ρ - densidade do fluı́do, A - área da


secção recta.
Se o corpo faz um movimento vertical sobre o fluido, a velocidade terminal
calcula-se: r
2mg
mg − FD = 0 ⇒ vt = (37)
CρA

Os animais, esquiadores e paraquedistas usam eficientemente seu corpo


para variar FD de acordo com as circunstâncias. 37/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Princı́pio de conservação da quântidade de movimento

Consideremos um sistema de muitas partı́culas, a quantidade de


movimento (momento linear) do sistema é:
X
p~sist = mi~vi (38)
i
P
Dado que i mi~
vi = M~vCM , então: p~sist = M~vCM
d~
psist
De acordo com a 2a lei de Newton: F~R = = M~aCM
dt
logo, se F~R = 0, então:
X
p~sist = mi~vi = M~vCM = const. (39)
i

Se a soma das forças externas sobre um sistema é nula, então a quantidade


de movimento total do sistema é constante. Lei de Conservação de p~. 38/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Teorema de impulso linear

No geral,quando dois corpos colidem, eles exercem forças muito grandes


um sobre o outro, durante um curto intevalo de tempo. Tais forças são
denominadas forcas impulsivas.
Impulso é uma medida da intensidade e da duração da força de colisão.
Zt
I~ = F~ dt (40)
to

d~
p
Dado que F~ = , então:
dt

I~ = p~f − p~i = ∆~
p (41)

Esta equação representa o teorema do impulso


A unidade do impulso no SI é Newton.segundo (N.s). 39/42
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Dinâmica de uma partı́cula
Teorema de impulso linear

Se o impacto dura um tempo ∆t = tf − ti , a média da força neste


intevalo é:
Ztf
1 1 ~
hF~ i = F~ dt = I (42)
∆t ∆t
ti

Rearrajando esta expressão fica:

I~ = hF~ i∆t (43)

40/42
40 / 42
Dinâmica de uma partı́cula
Colisões

Quando duas partı́culas se aproximam entre sı́, sua interação mútua altera
seu movimento resultando no intercâmbio de momento e energia.
As colisões classificam-se em dois tipos:
1 Colisões inelásticas
Não há conservação de energia cinética, porém, se o sistema for
fechado e isolado, há conservação de quantidade de movimento
p~1,i + p~2,i + ... + p~n,i = p~1,f + p~2,f + ... + p~n,f (44)
Se após a colisão, os corpos envolvidos movem-se juntos (com a
mesma velocidade), a colisão chama-se perfeitamente inelástica
2 Colisões elásticas
- Há conservação de energia e de quantidade de movimento.
N N
! !
X mi vi2 X mi vi2
= (45)
2 2
i=1 inicio i=1 fim 41/42
41 / 42
Fim do Tema#2

Resolvam os exercı́cios da AP#2 e apresentem dúvidas na Aula Prática.

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