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Direitos da População em Situação de Rua

Transitando por várias cidades do País, é possível observar seres humanos vivendo e dormindo
nas ruas, a maioria embaixo de viadutos e marquises. Tal constatação, por si só, denota grave
violação aos direitos humanos dessas pessoas, que não possuem moradia, meios de subsistência e
nenhuma ou muito pouca assistência a suas necessidades básicas.

Em um Estado Democrático de Direito, fundado na dignidade da pessoa humana, e onde "todo o


poder emana do povo", a existência de pessoas em condições tão deploráveis de vida revela a
faceta da desigualdade extremada. A exclusão social atinge cada vez mais as pessoas que não se
enquadram no modelo econômico. A qualificação profissional exigida aos cidadãos acaba por
tornar-se inacessível para alguns que, consequentemente, pela ausência de diversos fatores,
utilizam a rua como moradia, provisória ou definitiva.

Como é sabido, higiene e saúde estão assaz distantes das pessoas em situação de rua. E para
agravar o problema social evidenciado, grande parte delas consome drogas com frequência,
havendo enorme quantidade de casos de dependência química, fato que leva os viciados a viverem
para as drogas, deixando, inclusive, a própria alimentação em segundo plano, porquanto escravas
do entorpecente.

Nos abrigos oferecidos pelo poder público pode-se constatar pessoas desprovidas de emprego,
família, vítimas de violência, acometidas de doença mental e, sobremaneira, usuárias de álcool e
outras drogas. Neste sentido, mister se faz o atendimento em pequenos grupos, individualizado,
sob pena de ineficácia.

Contrárias às recomendações legais, o que se tem visto é a opção, pelo poder público, de
verdadeiros depósitos humanos, onde as pessoas permanecem misturadas, inclusive com perigo
de contágio de moléstias graves. As operações realizadas pelo Poder Público, no sentido de
conduzir as pessoas em situação de rua para tais abrigos, parecem evidenciar a intenção de
"higienização" dos logradouros públicos, em franco descumprimento às garantias constitucionais.

A idéia de um abrigo único também deve ser afastada. O atendimento em massa dessa parcela da
população que tem em comum a pobreza, porém aliada a variados fatores, impede um
atendimento eficaz. Na Cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, o "abrigão" "Rio Acolhedor I",
situado em Paciência, registrou, ao longo de 2010 a 2012, cerca de 60 mil entradas, muitas delas
por uma mesma pessoa, o que demonstra a má qualidade da política de atendimento.

Vale ressaltar, ainda, que em resposta ao ofício expedido pela Coordenadoria de Direitos
Humanos do Ministério Público, questionando a má localização do "Rio Acolhedor I", o comando
do 27o Batalhão de Policia Militar informou que, no último ano, nas imediações do "abrigão", a
policia capturou mais de 250 marginais, e apreendeu mais de 80 armas de fogo, entre fuzis,
pistolas e submetralhadoras, além de mais de uma tonelada de maconha e 150 kg de cocaína.

Convém assinalar que, no caso de pessoas viciadas em droga, e o tema está em voga diante da
enorme quantidade de pessoas dependentes de "crack", a Lei nº 10.216/2001 autoriza a sua
internação compulsória, desde que determinada pela Justiça, somente mediante laudo médico
circunstanciado que caracterize os seus motivos, quando os recursos extra-hospitalares se
mostrarem insuficientes, e sempre levando em conta as condições de segurança do
estabelecimento quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. Vale
dizer, a internação compulsória destina-se a casos extremos, quando nenhuma outra medida
mostrar-se eficaz. A hipótese é recomendada como medida excepcional.

A lei também prevê a internação involuntária, aquela que se dá sem o consentimento do usuário
de droga, e a pedido de terceiro. Embora, em tese, prescinda de decisão judicial, a questão também
é cercada de debate, o que não será, aqui, explorado pela Coordenadoria de Direitos Humanos.

A internação voluntária, como o nome já diz, é aquela que se dá com o consentimento do usuário.
A celeuma envolta sobre o tema da internação, entre outros aspectos, reside no fato de o Poder
Público retirar inúmeras pessoas das ruas contra a vontade delas, mesmo as pessoas capazes, o
que esbarra no direito fundamental de liberdade ambulatorial do ser humano, levando-as para um
determinado local desprovido de suporte mínimo assistencial.

De se frisar que, mesmo nas hipóteses de internação, a lei nº 10.216/2001 prevê as seguintes
exigências:

"Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou
responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste
artigo.

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;

IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua
hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;

VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência


e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida
participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental,
assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores
de transtornos mentais.
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-
hospitalares se mostrarem insuficientes.

§ 1º O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu


meio.

§ 2º O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência


integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência
social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.

§ 3º É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com


características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2º e que não
assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2º.

Art. 5º O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave
dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será
objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob
responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo
Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.

Impende destacar relevantes dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil, que


não podem ser olvidados:

"Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

(...)

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

(...)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

(...)

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

(...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

(...)".

Deve ser enaltecido que o art. 6º, da Constituição da República, prevê explicitamente a assistência
aos desamparados como direito social.

Noutro giro, oportuno trazer a lume preceitos da Lei nº 8.742/1993:

"Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade


econômica;

II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial


alcançável pelas demais políticas públicas;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de
qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação
vexatória de necessidade;

IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza,


garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;

V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.

(...)

Art. 15. Compete aos Municípios:

(...)

III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da


sociedade civil;

IV - atender às ações assistenciais de caráter de emergência;

(...)

Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as atividades continuadas que visem à
melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os
objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei.

§ 1º O regulamento instituirá os serviços socioassistenciais.

§ 2º Na organização dos serviços da assistência social serão criados programas de amparo, entre
outros:
I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em cumprimento ao disposto no
art. 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente);

II - às pessoas que vivem em situação de rua.

(...)

Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza compreendem a instituição de investimento


econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas
que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de
subsistência, elevação do padrão da qualidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua
organização social.

Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento da pobreza assentar-se-á em mecanismos de


articulação e de participação de diferentes áreas governamentais e em sistema de cooperação
entre organismos governamentais, não governamentais e da sociedade civil.

(...)

Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efetivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei."

O Decreto nº 7.053, de 2009, instituiu a política nacional para a população em situação de rua.
Vale conferir algumas de suas normas:

"Art. 1º Fica instituída a Política Nacional para a População em Situação de Rua, a ser
implementada de acordo com os princípios, diretrizes e objetivos previstos neste Decreto.

Parágrafo único. Para fins deste Decreto, considera-se população em situação de rua o grupo
populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os
logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma
temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou
como moradia provisória.

Art. 2º A Política Nacional para a População em Situação de Rua será implementada de forma
descentralizada e articulada entre a União e os demais entes federativos que a ela aderirem por
meio de instrumento próprio.

Parágrafo único. O instrumento de adesão definirá as atribuições e as responsabilidades a serem


compartilhadas.

(...)

Art. 5º São princípios da Política Nacional para a População em Situação de Rua, além da igualdade
e equidade:

I - respeito à dignidade da pessoa humana;

II - direito à convivência familiar e comunitária;


III - valorização e respeito à vida e à cidadania;

IV - atendimento humanizado e universalizado; e

V - respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero,


orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.

Art. 6º São diretrizes da Política Nacional para a População em Situação de Rua:

I - promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais;

II - responsabilidade do poder público pela sua elaboração e financiamento;

III - articulação das políticas públicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal;

IV - integração das políticas públicas em cada nível de governo;

V - integração dos esforços do poder público e da sociedade civil para sua execução;

VI - participação da sociedade civil, por meio de entidades, fóruns e organizações da população em


situação de rua, na elaboração, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas;

VII - incentivo e apoio à organização da população em situação de rua e à sua participação nas
diversas instâncias de formulação, controle social, monitoramento e avaliação das políticas
públicas;

VIII - respeito às singularidades de cada território e ao aproveitamento das potencialidades e


recursos locais e regionais na elaboração, desenvolvimento, acompanhamento e monitoramento
das políticas públicas;

IX - implantação e ampliação das ações educativas destinadas à superação do preconceito, e de


capacitação dos servidores públicos para melhoria da qualidade e respeito no atendimento deste
grupo populacional; e

X - democratização do acesso e fruição dos espaços e serviços públicos.

Art. 7º São objetivos da Política Nacional para a População em Situação de Rua:

I - assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as
políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura,
esporte, lazer, trabalho e renda;

II - garantir a formação e capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no


desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais
direcionadas às pessoas em situação de rua;

III - instituir a contagem oficial da população em situação de rua;

IV - produzir, sistematizar e disseminar dados e indicadores sociais, econômicos e culturais sobre a


rede existente de cobertura de serviços públicos à população em situação de rua;
V - desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de cultura de
respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de
modo a resguardar a observância aos direitos humanos;

VI - incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos sobre a população em


situação de rua, contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial,
sexual, de gênero e geracional, nas diversas áreas do conhecimento;

VII - implantar centros de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua;

VIII - incentivar a criação, divulgação e disponibilização de canais de comunicação para o


recebimento de denúncias de violência contra a população em situação de rua, bem como de
sugestões para o aperfeiçoamento e melhoria das políticas públicas voltadas para este segmento;

IX - proporcionar o acesso das pessoas em situação de rua aos benefícios previdenciários e


assistenciais e aos programas de transferência de renda, na forma da legislação específica;

X - criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assistência Social e o Sistema Único de
Saúde para qualificar a oferta de serviços;

XI - adotar padrão básico de qualidade, segurança e conforto na estruturação e reestruturação dos


serviços de acolhimento temporários, de acordo com o disposto no art. 8o;

XII - implementar centros de referência especializados para atendimento da população em


situação de rua, no âmbito da proteção social especial do Sistema Único de Assistência Social;

XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar


acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com
qualidade; e

XIV - disponibilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua,


com o objetivo de propiciar o seu acesso ao mercado de trabalho.

Art. 8º O padrão básico de qualidade, segurança e conforto da rede de acolhimento temporário


deverá observar limite de capacidade, regras de funcionamento e convivência, acessibilidade,
salubridade e distribuição geográfica das unidades de acolhimento nas áreas urbanas, respeitado
o direito de permanência da população em situação de rua, preferencialmente nas cidades ou nos
centros urbanos.

§ 1º Os serviços de acolhimento temporário serão regulamentados nacionalmente pelas instâncias


de pactuação e deliberação do Sistema Único de Assistência Social.

§ 2º A estruturação e reestruturação de serviços de acolhimento devem ter como referência a


necessidade de cada Município, considerando-se os dados das pesquisas de contagem da
população em situação de rua.

§ 3º Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, por intermédio da


Secretaria Nacional de Assistência Social, fomentar e promover a reestruturação e a ampliação da
rede de acolhimento a partir da transferência de recursos aos Municípios, Estados e Distrito
Federal.
§ 4º A rede de acolhimento temporário existente deve ser reestruturada e ampliada para
incentivar sua utilização pelas pessoas em situação de rua, inclusive pela sua articulação com
programas de moradia popular promovidos pelos Governos Federal, estaduais, municipais e do
Distrito Federal."

(...)

Art. 10. O Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a


População em Situação de Rua terá as seguintes atribuições:

I - elaborar planos de ação periódicos com o detalhamento das estratégias de implementação da


Política Nacional para a População em Situação de Rua, especialmente quanto às metas, objetivos
e responsabilidades, considerando as propostas elaboradas pelo Grupo de Trabalho
Interministerial instituído pelo Decreto de 25 de outubro de 2006;

II - acompanhar e monitorar o desenvolvimento da Política Nacional para a População em Situação


de Rua;

III - desenvolver, em conjunto com os órgãos federais competentes, indicadores para o


monitoramento e avaliação das ações da Política Nacional para a População em Situação de Rua;

IV - propor medidas que assegurem a articulação intersetorial das políticas públicas federais para
o atendimento da população em situação de rua;

V - propor formas e mecanismos para a divulgação da Política Nacional para a População em


Situação de Rua;

VI - instituir grupos de trabalho temáticos, em especial para discutir as desvantagens sociais a que
a população em situação de rua foi submetida historicamente no Brasil e analisar formas para sua
inclusão e compensação social;

VII - acompanhar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios na implementação da Política


Nacional da População em Situação de Rua, em âmbito local;

VIII - organizar, periodicamente, encontros nacionais para avaliar e formular ações para a
consolidação da Política Nacional para a População em Situação de Rua; e

IX - deliberar sobre a forma de condução dos seus trabalhos.

(...)

Art. 15. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República instituirá o
Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos para a População em Situação de Rua,
destinado a promover e defender seus direitos, com as seguintes atribuições:

I - divulgar e incentivar a criação de serviços, programas e canais de comunicação para denúncias


de maus tratos e para o recebimento de sugestões para políticas voltadas à população em situação
de rua, garantido o anonimato dos denunciantes;
II - apoiar a criação de centros de defesa dos direitos humanos para população em situação de rua,
em âmbito local;

III - produzir e divulgar conhecimentos sobre o tema da população em situação de rua,


contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial, sexual, de gênero e
geracional nas diversas áreas;

IV - divulgar indicadores sociais, econômicos e culturais sobre a população em situação de rua


para subsidiar as políticas públicas; e

V - pesquisar e acompanhar os processos instaurados, as decisões e as punições aplicadas aos


acusados de crimes contra a população em situação de rua."

Em conformidade com a Constituição da República e com toda a legislação aplicável à espécie,


esta Coordenadoria de Direitos Humanos buscará contribuir para o respeito aos direitos da
população em situação de rua, municiando, sempre que possível, os órgãos de execução do
Ministério Público com atribuição, visando à adoção das providências cabíveis.

 Perfil dos acolhidos referente ao uso de crack e outras drogas, atendidos no período de
Janeiro de 2011 a Abril de 2012
 Origem da abordagem dentro do Município do Rio de Janeiro.
 Uso de crack e outras drogas e Estado de origem

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