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Segundo Orlando de Carvalho (2012, pag. 261), considera a posse como sendo o poder
de facto (“pouvoir de fait’’, tatsächliche guewalt’’) exercicio sobre uma coisa, poder
que está cronologicamente na origem de todo dominio e que, mesmo quando este se
autonomiza desta raiz, continua a ser psicologicamenteo seu mobil.
Na prespectiva de Max Limonad (1951, Pg. 406), a posse é o poder de facto exercido
por uma pessoa sobre uma coisa, normalmene alheia ou pertencendo ao dono ignorando,
o que não tem dono, relaçao tutelada pela e que se revela a inteçao de exercer um direito
porque não é titular dela, embora esse direito não exista.
Nas palavras de Vanessa de Sousa Gomes (pag. 3), na linguagem popular e cotidiana,
as noções de posse e propriedade são empregadas frequentemente como equivalentes 1,
embora não seja, como adiante se demonstrará.
Ordinariamente, o possuidor da coisa é ao mesmo tempo possuidor e proprietário.
Contudo, a partir do momento em que a posse e a propriedade se separam, um traço
distintivo é plenamente visível ainda aos olhos dos cidadãos sem conhecimentos
jurídicos.
Possuidor é aquele que parece ser proprietário, agindo como se dono fosse,
exteriorizando poderes que também pode ser propriedade ou detenção. Todavia, a posse
não se confunde com a propriedade ou com a detenção, visto que, enquanto a posse é
sempre um fato, a propriedade sempre será um direito e a detenção um fato de
permanecer com um bem que nunca é direito.
1
Desta guisa, podemos afirmar que a posse e propriedade são termos diferente e cada um diz respeito ao
seu aspecto, uma das grandes diferenças que lhes compõe é a razão de um ser facto e outro ser um direito,
diferença que faz com que haja uma grande discussão de muitos autores.
Inicialmente, pode-se conceituar a posse como sendo o poder de fato; estado de
aparência, enquanto a propriedade constitui um direito sobre a coisa, e ambas
podem ser encontradas reunidas no proprietário ou separadas.
Natureza da posse
Teorias da Posse
Segungo Rafael da Motta Mendonça (pag. 2), no que toca a posse existem duas teorias
que versam a respeito da mesa, ora vejamos:
A teoria subjectiva sustenta que a posse é o poder exercido sobre a coisa com a
possibilidade de tê-la consigo, em que o elemento corpus consiste na relação física com
a coisa, ao passo que o animus domini seria a intenção de virar dono. Para essa teoria, o
inquilino não é possuidor, pois quem empresta algo de alguém não tem a vontade de
dela tornar-se dono2.
Com base no autor acima Rafael da Motta, a teoria subjectiva exige a presença de dois
elementos para a configuração da posse:
Corpus: é o contato efetivo do indivíduo com a coisa3.
Animus domini: é a intenção de ser proprietário4.
Na teoria subjetiva, temos uma vinculação da posse à propriedade. Esta teoria
2
Vanessa de Souza Gomes. Cit. Pag, 4.
3
O corpus é a relação física do possuidor com a coisa; sua disposição em relação à coisa. Esse é o estado
caracterizador da aparência, bem como da protecção possessória.
4
O animus domini seria a vontade do possuidor de ser dono da coisa, ou seja, não basta somente ter o
poder sobre a coisa, é imprescindível a vontade de ser dono, conservar a coisa e legitimar a propriedade.
Ou então, comportar-se como se dono fosse.
nunca foi completamente adoptada no ordenamento pátrio porque excluía do direito de
posse diversas situações concretas. Nesse sentido, locatário, usufrutuário, comodatário e
depositário não eram possuidores porque não tinham animus domini, o que os
desqualificavam enquanto possuidores. Em contrapartida, um ladrão teria posse-
contacto direto com a coisa e animus domini.
Teoria Objetiva (Ihering)
Os elementos aludidos as teorias acima, são extraídos de duas teorias que surgiram para
explicar o conceito de posse: a teoria subjectiva de Friedrich Carl Von Savigny e a teoria
objectiva atribuída a Rudolf Von Jhering.
Objecto da posse
De acordo com Orlando Gomes (2012. Pág., 41), diz que a posse apresenta dois
objectos, a saber: as coisas e os direitos. Tem outros autores que designam por objecto
Material e jurídico5.
As coisas
Os direitos
De acordo com Flavio Tartuce (2019, pag. 80), diz que a posse admite diversas
classificações, o que é fundamental para a compreensão do instituto e de seus efeitos
jurídicos. Vejamos tais modalidades, a partir dos mais diversos critérios técnicos, de
categorização jurídica.
5
vvvvvvvvvvv
6
Carvlho, Orlando Gomes de. Pag. 43.
Quanto à relação pessoa-coisa ou quanto ao desdobramento
Segundo o autor supracitado alude que, tendo em conta a relação mantida entre a pessoa
e a coisa sobre a qual recai a posse, teremos a seguinte classificação:
Segundo Flavio Tartuce (2019), aquela que é exercida por quem tem a coisa
materialmente, havendo um poder físico imediato. A título de exemplificação, cite-se a
posse exercida pelo locatário, por concessão do locador.
A luz do Orlando Gomes (2012. Pag. 56), a posse directa é a que tem o não proprietário
a quem cabe o exercício de uma das faculdades do domínio, por força de obrigação, ou
direito.
Desta guisa, a posse directa no nosso ordenamento juridico podemos enquadrar na posse
pacifica, visto que ela não necessita da violencia7.
Exercida por meio de outra pessoa, havendo mero exercício de direito, geralmente
decorrente da propriedade. É o que se verifica em favor do locador, proprietário do bem.
7
Vide artigo 1261.
Posse clandestina – é a obtida às escondidas, de forma oculta, à surdina, na calada da
noite (clam). É assemelhada ao crime de furto. Exemplo:
integrantes de um movimento popular invadem, à noite e sem violência, uma
propriedade rural que está sendo utilizada pelo proprietário,cumprindo a sua função
social.
Posse precária – é a obtida com abuso de confiança ou de direito (precario).
Tem forma assemelhada ao crime de estelionato ou à apropriação indébita, sendo
também denominada esbulho pacífico. Exemplo: locatário de um bem móvel que não
devolve o veículo ao final do contrato.
Referencia