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Alberto Sebastião

Biló Artur Malei


Iranete Laisse
Nelma Casule
Martinho Material
Yasser Alifa

1º Grupo
Condição Jurídica do Estrangeiro: Deportação e Expulsão
(Licenciatura em Direito)

Universidade Rovuma
Lichinga
2022

Alberto Sebastião
Biló Artur Malei

Iranete Laisse

Nelma Casule

Martinho Material

Yasser Alifa

1º Grupo

Condição Jurídica do Estrangeiro: Deportação e Expulsão

(Licenciatura em Direito)

Trabalho de Pesquisa Científica, a ser entregue no


Departamento de Direito, para efeitos de avaliação,
na cadeira de D.I.Pr. leccionada pelo Prof. Doutor
Julho Pedro

Universidade Rovuma

Lichinga

2022
Índice
Introdução..........................................................................................................................3

Objectivos..........................................................................................................................3

1. Condição Jurídica do Estrangeiro..............................................................................4

1.1. Deportação..............................................................................................................4

1.2. Expulsão.................................................................................................................5

1.3. Natureza jurídica do acto de expulsão....................................................................5

2. Expulsão em Moçambique.........................................................................................6

2.1. Expulsão Administrativa........................................................................................6

2.2. Expulsão Judicial....................................................................................................6

2.3. Competência para decretar a Expulsão...................................................................6

2.4. Limitação a medida de expulsão............................................................................7

3. Diferença entre a Deportação e Expulsão..................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Referencia Bibliográfica....................................................................................................9
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Introdução
O Presente trabalho tem como foco, a condição jurídica do estrangeiro tendo como
ponto de partida a deportação e a expulsão. A deportação é a retirada coerciva do
estrangeiro num determinado Estado soberano, tendo como justificativa causas
administrativas; Na Republica de Moçambique não utiliza-se a terminologia
“Deportação” mas o legislador optou por chamar de “Expulsão administrativa”.
Diferente da Expulsão administrativa, a expulsão judicial é o processo pelo qual um país
expele do seu território um estrangeiro residente, em razão de crime ou de
comportamento nocivo aos interesses nacionais, na expulsão o cidadão pode ser vedado
para que não volte nunca mais no Estado em que foi expulso, por isso a doutrina afirma
que esta tem a natureza de acto discricionário. A expulsão é um instituto que também
carrega certas limitações plasmadas na lei, a lei moçambicana por exemplo, veda a
expulsão do cidadão estrangeiro para um pais em que ta sendo perseguido (artigo 36º de
lei 5/93).

Objectivos
Objectivo Geral

 Falar da condição jurídica do estrangeiro mas focalizando para a Deportação e


Expulsão.

Objectivos Específicos

 Dar o conceito doutrinal da Deportação e Expulsão;


 Falar da Natureza Jurídica do acto de expulsão;
 Dar um breve resumo da expulsão em Moçambique; e
 Abordar a cerca da competência e limitação na expulsão.
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1. Condição Jurídica do Estrangeiro


É o modo pelo qual o estrangeiro refugiado ou não refugiado é tratado num determinado
país que o mesmo não é cidadão. Este tratamento surge através de aceitação de
condições que o permitem a entrada nesse país.

Mas quando o cidadão viola as condições jurídicas (administrativas ou judiciais) que


permitiram-lhe a sua entrada ou comete infrações penais no Estado que ele não é
cidadão, este merecerá certo tipo de tratamento.

O Estado Moçambicano em casos do Estrangeiro praticar actos acima mencionados,


adopta por deportação e a expulsão.

1.1. Deportação
É uma saída compulsória ou forçado de um estrangeiro num país de que tinha objectivo
de residência, estudar, negócios, Trabalho e mais.

Segundo Dolinger, (1997) é o processo de devolução de estrangeiro que irregularmente,


para o país de sua nacionalidade ou de sua procedência. A deportação se origina
exclusivamente através da sua entrada ou estadia irregular no país (pág. 214).

A Deportação é feita naqueles casos em que o estrangeiro entra num país com o
objectivo determinado pelo seu visto ou documento e posteriormente este vê-se na
necessidade de praticar actos diferentes do que figurativamente permitiram a sua
entrada, por exemplo, o A ingressa a Moçambique com o objectivo de turismo mas este
vê-se na necessidade de começar a cobrar os seus serviços, claramente, vê-se que este
desviou-se do seu propósito de entrada no país, e consequentemente basta as
autoridades notarem essa disparidade de objectivo este individuo será deportado.
Também naqueles casos em que o prazo da sua estadia no território estrangeira finda ou
mesmo a entrada ilegal.

Nas palavras do Rezek:

A deportação é uma forma de exclusão, do território nacional, daquele


estrangeiro que se encontre após uma entrada irregular geralmente
clandestina, ou cuja estada tenha-se tornado irregular quase sempre por
excesso de prazo, ou por exercício de trabalho remunerado, no caso do
turista (Rezek, pág. 229, 2011).
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A deportação normalmente não é uma medida que deixa sequelas, isto é, o individuo
deportado pode voltar ao país depois de ter regularizado a sua documentação em todos
os casos.

1.2. Expulsão
É o processo pelo qual um país expele do seu território estrangeiro residente, em razão
de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos interesses nacionais, ficando-lhe
vedado o retorno ao país donde foi expulso (Dolinger, pág. 214, 1997).

Diferente da deportação, a expulsão faz com que o estrangeiro expulso num


determinado Estado, a sua volta naquele país seja indeterminada.

De acordo com Rezek (2011), é a exclusão do estrangeiro por iniciativa das autoridades
locais, e sem destino determinado embora só o Estado patrial do expulso tenha o dever
de recebê-lo quando indesejado alhures. Seus pressupostos são mais graves, e sua
consequência é a impossibilidade em princípio do retorno do expulso ao país.

Me apoderando das palavras do Dolinger, a expulsão esta inserida no poder


discricionário do Estado, isto é, o Estado uma vez que é soberano, este detém a livre
possibilidade de escolha. Na mesma linha de pensamento, Rezek afirma que A lei nunca
obriga o governo a deportar ou expulsar. Permite-lhe que o faça à luz das circunstâncias,
que podem variar segundo o momento político ( Rezek, pág. 230, 2011).

A doutrina diz que a expulsão não é uma pena, mas sim uma medida administrativa para
a proteção do Estado, advinda na soberania do Estado, ou seja, a autonomia na decisão
de expulsar ou não um estrangeiro no território nacional.

1.3. Natureza jurídica do acto de expulsão


O acto de expulsão é de natureza discricionária segunda a doutrina e a jurisprudência.
Porque de acordo com este autor a liberdade administrativa é irrestrita quanto à
oportunidade ou a conveniência da prática do acto, mas condicionada às hipóteses
previstas na lei, a discricionariedade implica a examinação do poder judicial quanto a
legalidade do acto, também para verificar se ouve existência de abuso de direito. Mas
neste acto de discricionariedade o poder judiciário é vedado a verificação do acto ser
justo ou injusto (Dolinguer, pág. 223, 1997).
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2. Expulsão em Moçambique
De acordo com o artigo 28 da lei 5/98, de 28 de Dezembro, “O cidadão estrangeiro
poderá ser obrigado a sair do país por virtude de extradição ou expulsão nos termos da
legislação aplicável sobre a matéria”. De acordo com este artigo, esta clarificado que o
estrangeiro somente será expelido do país apenas em casos de expulsão ou extradição.
Podemos ver que não há espaço para a terminologia “Deportação”.

No território Moçambicana, a expulsão é regida nos moldes da lei n.° 5/98, de 28 de


Dezembro e do seu regulamento Decreto n.° 108/2014, de 31 de Dezembro. E esta
contempla dois tipos que são: Expulsão Administrativa e Expulsão Judicial.

2.1. Expulsão Administrativa


É aquela expulsão que as suas justificativas são meramente administrativos, isto, é a
entrada clandestina ou irregular no território nacional, findo prazo da sua estadia e mais.

De acordo com o artigo 29 da da lei n.° 5/98, de 28 de Dezembro, os fundamentos deste


tipo de expulsão são os seguintes: A entrada irregular no país; atentar contra a segurança
nacional, a ordem pública ou os bons costumes; presença ou actividade no país que
ameaça os interesses e a dignidade do Estado Moçambicano ou dos seus cidadãos;
intervir, na vida política do país, sem que para tal esteja devidamente autorizado pelo
Governo;

2.2. Expulsão Judicial


A Expulsão judicial é aquela que acontece quando o estrangeiro envolve-se
directamentos por prático de delitos penais, ou seja, o estrangeiro é expulso por casos
criminais.

O artigo 30º da lei n.° 5/98, de 28 de Dezembro, estabelece que será aplicada a pena de
expulsão nos estrangeiros em casos: Do cidadão estrangeiro na residente no país ter sido
condenado, por tribunal moçambicano, por crime doloso em pena superior a 6 meses de
prisão; Em casos do cidadão residir no território moçambicano a menos de 5 anos, e ser
condenado por crime doloso em pena superior a 1 ano de prisão.

2.3. Competência para decretar a Expulsão


Compete ao Ministro que superintende a área de migração, em representação do
governo ordenar a expulsão administrativa (artigo 40º n.°1 do Regulamento).
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Compete ao tribunal judicial de província decidir sobre a expulsão de cidadão


estrangeiro com os devidos fundamentos, fixando-se a competência territorial em
função da residência ou do lugar em que o estrangeiro for encontrado (artigo 33º da Lei
n.°5/98).

2.4. Limitação a medida de expulsão


A expulsão não terá lugar para o país onde o Cidadão Estrangeiro possa ser perseguido
por razões políticas, Religiosas, raciais ou étnicas.

3. Diferença entre a Deportação e Expulsão


De acordo com Del`Olmo (2014), a distinção entre a deportação e expulsão é a
seguinte:

 Quanto à causa, a deportação é causada por entrada irregular ou a não


observância de actos administrativos que permitem a sua estadia no país, por
exemplo, visto expirado mas mesmo assim continua a residir no país sem
actualizar; Diferente da expulsão as causas são criminais ou mesmo a atitude
inconveniente do estrangeiro.
 Quanto ao processo, nos casos de deportação não instaura-se um processo;
Enquanto que na expulsão sempre haverá a instrução de processo por serem
causas criminais, e observar-se-á rigorosamente as regras processuais e a decisão
final.
 Quanto aos efeitos, O deportado poderá voltar ao país anfitrião, desde que
regularizada a causa que impedira sua permanência; Isto não acontece na
expulsão, pois somente poderá voltar se o decreto de expulsão for revogado.
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Conclusão
A Deportação e expulsão são institutos totalmente distintos e não se pode confundir pois
o primeiro versa sobre matéria administrativa e o segundo geralmente sobre matéria
criminal. A deportação no território Moçambicano tem um caracter administrativo,
também o interessado pode interpor recurso (n°2 do artigo 29º da Lei 5/98), diferente da
expulsão judicial a lei não dá espaço para o recurso.

A expulsão é de natureza discricionária pois o Estado exercendo o seu poder soberano


tem a faculdade de expulsar ou não o estrangeiro, isto difere-se do livre arbítrio pois na
discricionariedade o poder judiciário pode averiguar se ouve legalidade ou não.

Em termos processuais, a expulsão em Moçambique é de natureza urgente (n°1 do


artigo 35 da Lei 5/98). Isto significa que os processos de expulsão tanto administrativos
como os judiciais devem ser tramitados o mais rápido possível pelas autoridades
competentes. Os limites da expulsão são estabelecidos na lei.
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Referencia Bibliográfica
Dolinger, Jacob (1997). Direito Internacional Privado: Parte Geral. (4ª Edição). Rio de
Janeiro: Renovar

Del`Olmo, Florisbal de Souza (2014). Curso de Direito Internacional Privado. (10ª


Ed.). Rio de Janeiro: Forense

Rezek, José Francisco (2011). Direito Internacional: curso elementar. (13ª Edição). São
Paulo: Saraiva

Legislações:

Lei n.° 5/98, de 28 de Dezembro.

Decreto n.° 108/2014, de 31 de Dezembro.

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