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DE DIREITO
Luanda - 2022
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CURSO
DE DIREITO
Luanda – 2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 5
CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 12
Os direitos humanos são uma realidade que reclama protecção por parte de todos os
Estados, de tal modo que, em caso de violação ou fortes ameaças de violação de direitos dos
indivíduos, estes poderão procurar protecção noutros países por forma a assegurar ou
garantir a respeitabilidade dos seus direitos que se encontram em perigo de violação. Os
indivíduos forçados a fugir dos seus países por aí não encontrarem protecção ou segurança
contra a perseguição ou violência, denominam-se refugiados. Esta protecção efectiva-se
mediante procedimento destinado a determinar se em determinadas circunstâncias o
requerente de asilo deve beneficiar de protecção, em atenção aos fundamentos estabelecidos
na legislação interna de cada Estado.
Cada Estado define procedimentos de concessão de asilo ao abrigo da sua soberania, através
de padrões distintos, nomeadamente definidos pelas respectivas constituições, bem como
pelos respectivos contextos sócio-políticos. Deste modo, o objecto da nossa apreciação
restringe-se à análise do estatuto do estrangeiro requerente de asilio e refugiado no
ordenamento jurídico angolano.
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DESENVOLVIMENTO
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2. O estatuto do estrangeiro requerente de asilio: aspectos gerais
As normas angolanas reguladoras dos direitos dos asilados e processo de concessão de
direito de asilo decorrem, conforme referido no ponto anterior, dos tratados internacionais
sobrea matéria, de que Angola é parte.
Assim sendo, nos termos do disposto no artigo 5.º da Lei n.º 10/15, de 17 de Junho,
sobre o Direito de Asilo e Estatuto do Refugiado, podem beneficiar do direito de asilo as
pessoas que tenham abandonado e não queiram ou não possam regressar ao seu país de
nacionalidade ou residência habitual, em função de:
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• Perseguição ou receio fundado de perseguição em razão da sua raça, nacionalidade,
religião, opinião política ou pertença a determinado grupo social;
Nos termos do diploma normativo angolano em análise, podem também ser atribuídos
direitos de asilo a pessoas sob mandato do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR).
Entretanto, apesar de disporem dos direitos supra referidos, impendem sobre os requerentes
de asilo, as obrigações gerais de respeito pela legislação e autoridades do Estado Angolano,
bem como obrigações e limitações específicas relativas à sua condição de requerente de
asilo, as quais consistem em não se ausentar dos Centros de Acolhimento de
Refugiados e Requerentes de Asilo, para aqueles que nele residam, sem a prévia autorização
do administrador, o que constitui uma limitação ao direito de circulação , bem como
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informar sobre a respectiva residência em caso de os mesmos não pretenderem residir nos
Centros de Acolhimento de Refugiados e Requerentes de Asilo.
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• Fase da iniciativa
Esta fase tem início com a chegada do requerente de asilo à fronteira ou território angolano
e a apresentação verbal ou escrita, às autoridades angolanas, do pedido de asilo. A
apresentação do pedido de asilo produz a suspensão de qualquer procedimento
administrativo ou criminal decorrente de infracções migratórias, bem como habilita o
requerente a permanecer temporariamente no território angolano.
• Fase da instrução
• Fase da análise
• Fase da decisão
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doisprocessos especiais, nomeadamente, concessão de estatutos de refugiados em larga
escala e o procedimento de reinstalação de refugiados sob mandato do ACNUR.
Por sua vez, os artigos 44.º, 45.º e 46.º da mesma lei, referem que os refugiados têm o dever
de:
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2.6. Cessação e perda do estatuto de refugiado
Na esteira do n.º 1 do artigo 47.º da lei n.º 10/15 de 17 de Junho, sobre o Direito de Asilo e
Estatuto dos Refugiados, o estatuto do refugiado cessa quando:
a) Tenha cometido um crime fora de Angola após ter-lhe sido concedido o estatuto de
refugiado;
b) Voluntariamente se reaproveitou da protecção de seu país de nacionalidade;
c) Tendo perdido a sua nacionalidade, a readquiriu voluntariamente;
d) Adquiriu uma nova nacionalidade e goza de protecção do país de sua nova
nacionalidade;
e) Voluntariamente se reestabeleceu no país que deixou ou fora do qual permaneceu
devido a temor de perseguição;
f) Já não pode recusar a protecção do país de sua nacionalidade nas circunstâncias em
que as razões pelas quais foi reconhecido como refugiado, deixarem de existir;
g) Sendo uma pessoa que não possui nacionalidade, se encontra, porque as razões pelas
quais foi reconhecido como refugiado deixarem de existir, capaz de voltar ao país de
residência habitual anterior;
h) Permanecer injustificadamente fora do território nacional por período superior a seis
meses;
i) Violar os deveres do refugiado estabelecido no n.º 1 do artigo 45.º.
O artigo 48.º da lei n.º 10/15 de 17 de Junho, sobre o Direito de Asilo e Estatuto dos
Refugiados, estabelece que o refugiado perde o seu estatuto quando:
• Tenha obtido o seu estatuto com base em informações incorrectas ou falsas, ou que
o tenha obtido deturpando ou omitindo facto, incluindo a utilização de documentos
falsos, decisivos para se beneficiar do estatuto de refugiado;
• Tenha cometido o crime previstos no artigo 6.º da lei acima citada, por exemplo,
crime de guerra.
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CONCLUSÃO
Aqui chegado, importa salientar que as construções normativas dos Estados relativas ao
estatuto dos estrangeiros requerentes de asilio e refugiados variam de acordo com os seus
valores, nomeadamente a vontade política dos governos, bem como os contextos sociais
vividos em cada um dos países. Os aspectos citados originam a que sistemas com uma
mesma base ou origem comum tenham desenvolvimentos diferenciados na aplicação interna.
Na presente pesquisa, tratamos de navegar na ordem jurídica angolana, a fim de saber como
Angola desenhou o estatuto do estrangeiro requerente de asilio e refugiado em Angola.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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