N˚ 07 - aNo 03

agosto/2011

Nutrition for
a Revista da pRodução aNimal tomorrow

ESPECIAL
SUINOCULTURA www.nftalliance.com.br
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shaping tomorrow’s nutrition

shaping tomorrow’s nutrition
 íNDiCE
6

NT
Giro na Produção Animal
É inegável a importância do agronegócio brasileiro para o cres-
cimento sustentável do nosso país. E mais que isso, o agronegócio é
reconhecido como um dos principais pilares que viabilizaram a me-
GESTãO
lhora da renda familiar média no Brasil, refletindo inclusive no au- 8 | SOlUçõES PAliATiVAS 10 | OPORTUNiDADES.
mento do consumo médio de carnes/leite/ovos por habitante/ano. OU SUSTENTáVEiS? A PRAzO!
N˚ 07 I ano 03 I Março/2011 Neste cenário, a Revista NT atua como um veículo de divulga-
ção de conteúdo técnico, bons exemplos de administração e empre-
endedorismo de empresas privadas/cooperativas, artigos que refle-
Expediente
tem tendências de mercado e ações diversas que estimulam as boas
A REVISTA NT é uma publicação práticas no agronegócio brasileiro.
NOTíCiAS
trimestral da Nutrition for Tomorrow
Alliance, distribuída gratuitamente para
Temos nesta edição foco especial no segmento de suinocultu-
ra, trazendo diversos artigos técnicos que objetivam contribuir com
12 | NFT 16 | FEiCORTE 20 | 22 | 24 | AS 26 |
a cadeia da produção animal. TRAiNiNG2011 2011: A MElHOR DE CAMiNHO ESPAçO BElEzAS DO WORkSHOP
a sustentabilidade econômica da atividade. Focamos também em
TODAS AS EDiçõES DO BOi CARNE AGRONEGóCiO NFT
Comitê NFT Alliance assuntos relevantes para este e outros segmentos: como reduzir o
Nutron – Alessandro Roppa risco de contaminantes na produção de carnes e como reduzir os
MSD – Rudy Claure CElSO MEllO prejuízos relativos à micotoxicoses. 30 | 36 | 37 | UMA 38 | 40 | CONSUlTORiA
Serrana – Thais Martins Diretor Presidente Destacamos a ação da NFT Alliance realizada em parceria com PRêMiONElSON BAlDEDE DÉCADA DEBONS PARCEiROSNA ESTRATÉGiCA
Gestão NFT Alliance:
Nutron Alimentos a Feicorte 2011, que resultou em diversos projetos (Workshop NFT PiNEDA OURO NEGóCiOS MEGAlEiTE2011 PERMANENTE
Alessandro Roppa Feicorte, O Caminho do Boi, O Espaço Carne e o Espaço Degustação)
Carolina Tanese realizados simultaneamente dentro do maior evento indoor do seg-
mento de gado de corte do mundo.
41 | MSDSAúDE 42 | MOViMENTO 43 | qUARTAEDiçãODO 44 | UMPASSEiO
Jornalista responsável: ANiMAl “SOUAGRO” RElATóRiODETERRAS PElAS MEMóRiAS
Alessandra Cavicchioli
Outra ação da NFT Alliance que merece destaque é a orga-
MTB 027.257 nização e realização do evento NFT Training para o segmento de
avicultura, que aconteceu no final do mês de junho, abordando a
Redação:
Bianca Ferreira
importância da incubação e da nutrição na primeira semana de vida MERCADO
dos pintos. Estiveram presentes aproximadamente 120 técnicos, re-
Revisão:
presentando 75 empresas que atuam no segmento, oriundos não só 48 | MERCADO 50 | MANTENDO O AVANçO
i9 Comunicações do Brasil, mas também do México, Colômbia e Argentina. Sem dúvi- DO lEiTE DO CONSUMO DE CARNES
da, é um evento que se consolida como um dos melhores no Brasil.
Foto da capa e matérias: Homenageamos a Cooperativa de Patos de Minas (Coopatos),
César Machado - Agrostock
que há 54 anos contribui para o desenvolvimento da atividade
Projeto gráfico e diagramação: agropecuária na região do Alto Paranaíba, conduzindo com pro- BOViNOS DE CORTE
Produção Coletiva
www.producaocoletiva.com.br
fissionalismo exemplar a produção de aproximadamente 1.600
54 | TECNOlOGiA AVANçADA A 84 | 4 DE JUlHO: DiA
cooperados. DO COOPERATiViSMO
Mostramos também como a gestão vem se fortalecendo como FAVOR DA NUTRiçãO ANiMAl
Impressão:
Silvamarts
um dos pilares do sucesso da Cooperativa Agropecuária Castro-
landa, que utiliza conceitos técnicos e indicadores econômicos
Tiragem:
15 mil exemplares
para ajudar seus cooperados a gerirem suas propriedades.
Homenageamos nesta edição os 100 anos da colonização
BOViNOS DE lEiTE
Contato:
holandesa no Brasil, mostrando o Parque Histórico de Carambeí 56 | RECRiA EFiCiENTE – O
revista@nftalliance.com.br (PR), que simboliza a perseverança e a capacidade de trabalho qUE Diz A PESqUiSA SOBRE OS
dos imigrantes holandeses, ajudando no desenvolvimento da re- SUCEDâNEOS láCTEOS
A revista em formato eletrônico pode ser gião dos Campos Gerais.
acessada no site www.nftalliance.com.br Celebramos com os nossos parceiros a nova identidade visual da
Nutrition for Tomorrow Alliance é um
MSD Saúde Animal, juntamente com o lançamento mundial da nova NUTRiçãO DO AMANHã
projeto desenvolvido e administrado logomarca da empresa.
pela Nutron Alimentos que reúne E saudamos também a entrada dos novos parceiros na NFT 60 | CONTROlE DE PRECiSãO 64 | COMO GARANTiR
empresas do setor da produção Alliance: Bigma Consultoria, Scot Consultoria, Feicorte e Feileite. DE MiCOTOxiNAS AUSêNCiA DE DE RiSCOS DE
animal, concentrando o melhor capital
humano e fornecendo conteúdo
Esperamos que vocês aproveitem todo o conteúdo desta edição, CONTAMiNANTES EM CARNES?
técnico para gerar e fortalecer a preparado cuidadosamente pelos parceiros da NFT Alliance.
sustentabilidade dos clientes.
Um abraço e boa leitura, SUíNOS
A REVISTA NT é uma publicação
dirigida a produtores, empresários,
68 | VACiNAçãO 72 | EFEiTO 74 | 80 | iMPORTâNCiA
técnicos, pesquisadores e CElSO MEllO VilSON ANTONiO SiMON THAíS MARTiNS
CONTRA CiRCOVíRUS DA NUTRiçãO NA iNGREDiENTES DA GRANUlOMETRiA
colaboradores ligados à cadeia de ComiTê NFT E MYCOPlASMA qUAliDADE DA AlTERNATiVOS EM DiETAS DE SUíNOS
AlESSANDRO ROPPA RUDY ClAURE Serrana Nutrição Animal
produção animal. Os artigos assinados AlliANCE CAROliNA TANESE MSD Saúde Animal CARNE SUíNA
não expressam necessariamente a
opinião da revista. O conteúdo dos
Nutron Alimentos
artigos é de responsabilidade dos
autores. Não é permitida a reprodução
parcial ou total das reportagens e dos
shaping tomorrow’s nutrition 8686 Cooperativismo
88 Cooperativismo
90 Cooperativismo
92 Alta Gerência e
Empreendedorismo 94 | Agenda
artigos publicados sem autorização.
CAstrolAndA CoPErAlFA CooPAtos odAir
zAnGrAndE
4 NT #5 NT #5 5
 GIRO
na produção
animal
O que você está
vendo no seu dia
a dia referente à
produção animal?
“É fato que o consumidor
moderno tem uma busca inces-
sante por alimentos de
qualidade e uma visão
muito crítica de como estes
alimentos são produzidos, ou,
pelo menos, como ele gostaria
que fossem produzidos, e é
neste novo cenário que nós
produtores devemos buscar a
sustentabilidade do nosso negó-
cio. Com uma demanda mundial
crescente por mais alimentos
e mais saudáveis, abrem-se, a
cada dia, novas oportunidades
de crescimento para o agro-
negócio brasileiro e nós do
Grupo Cabo Verde temos refeito
constantemente nossos planos
de negócios, visando ampliar, a
cada dia, nossa cesta de produ-
tos oferecidos ao mercado.”
Mauricio Silveira
Coelho
Grupo Cabo Verde
6 NT #5
“Diversos países do mundo estão melhorando suas
economias, fazendo com que sua população passe a se
alimentar melhor. À medida que se desenvolve, a sociedade
aumenta o consumo de proteínas de origem animal, o que
favorece o posicionamento do Brasil no cenário interna-
cional. Diante deste cenário o potencial de mercado para o
produtor brasileiro é espetacular. O que se questiona é se o
setor produtivo tem condições de atender a essa demanda.
Não se trata de condições zootécnicas ou agronômicas;
nesse quesito o Brasil tem potencial de sobra. A dúvida é se gerenciaremos
de maneira eficiente todo esse processo; e aí os desafios são enormes. Nesse
sentido, acho que vale a pena destacar a profissionalização do produtor rural.
O pecuarista de hoje é bem mais preparado e consciente sobre o seu papel, e
o papel do Brasil, na produção de alimentos e energia. Assuntos e inovações
tecnológicas, que antes eram tabus dentro das fazendas, estão sendo tratados
de maneira organizada e planejada pelos produtores. O amadurecimento
administrativo dos últimos anos alicerçará as mudanças fundamentais para que
o Brasil seja capaz de abocanhar as oportunidades de mercado, que se estão se
abrindo no cenário global.”
Maurício Palma Nogueira
Bigma Consultoria
“A pecuária passa por um momento
de transição, com concentração do setor
frigorífico, pressões ambientais cada vez
maiores e margens cada vez menores. Alta
produtividade por área, com o uso de tecno-
logia, e uma boa gestão são essenciais para
a sobrevivência na atividade, mas o produtor
“O mercado de carnes se- brasileiro precisa aprender a vender, não
basta somente produzir bem. Acesso a infor-
gue uma tendência de cresci-
mações confiáveis e um bom entendimento
mento contínuo e promissor.
do mercado são importantes para o sucesso.”
Cada vez mais classes que
estavam fora deste mercado, Marco Túlio Habib Silva
passam a integrar a parcela da Scot Consultoria
população consumidora. Sabe-
se que isto não é só privilégio
do Brasil e ocorre em outros
importantes países, como a “O Brasil vem demons-
China. As indústrias farma- trando nos últimos dez anos a
cêuticas, como a MSD Saúde sua capacidade de participar
Animal, as de nutrição, gené- da liderança do suprimento
tica e demais áreas ligadas ao mundial de alimentos tanto
setor produtivo possuem um na área vegetal, quanto na de
papel de grande relevância no proteína animal. Gradualmente,
atendimento desta demanda vamos superando os desafios
crescente. Desenvolvimento de da logística e do marketing e
novas tecnologias, suporte ao crescendo em produtividade e
produtor e parcerias produtivas sustentabilidade. A produção
de longo prazo são essenciais animal avança em genética e
na obtenção deste objetivo.” produz cada vez mais em menos área. O futuro está na
integração agricultura-pecuária.”
Leonardo Burcius
MSD Saúde Animal Pratini de Moraes
JBS

GESTãO
SOlUçõESPAliATiVAS
OU SUSTENTáVEiS?
COMO VOCê TEM GERiDO O SEU NEGóCiO?
SUAS DECiSõES ESTãO BASEADAS EM
qUAiS REFERêNCiAS PARA DEFiNiR SUAS
ESTRATÉGiAS E SOlUçõES?
Quando passamos por períodos de dificuldades, cri-
ses e turbulências na suinocultura, muitos produtores
e empresas conseguem se dar de presente uma fatia
do seu precioso tempo para refletir sobre a forma que
estão gerenciando os seus negócios. A partir dessa re-
flexão, muitos acabam percebendo a necessidade de
rever suas estratégias e a necessidade de promover
transformações. Por isso que, por pior que pareça, mui-
tos dizem que a crise é um presente, um acontecimento
positivo para impulsionar uma mudança e um impulso
para nos tirar da zona de conforto. No caso da suino-
cultura, em virtude das constantes crises – com ciclos
cada vez mais frequentes e durando mais – será que dá
tempo para nos acomodarmos na zona de conforto?
Mas a questão é: se já sabemos que a nossa ativida-
de tem essa característica de altos e baixos, como esta-
mos construindo as estratégias e as soluções para con-
vivermos e prosperarmos neste “jogo”? Percebemos
que uma boa porção de produtores e empresas enten-
deu as “regras” ou as características deste negócio e
cria, o tempo todo, soluções “sob medida” e adequadas
ao momento que estão passando. Outras, porém, estão
se limitando a executar receitas prontas, soluções anti-
gas que antes resolviam os problemas, mas que agora
são apenas soluções paliativas.
8 NT #5
Um exemplo típico disso é a prática da solução tipo
“corta tudo”. Geralmente as vítimas dessa solução são
os grupos nutrição-sanidade-genética e manejo. Em
períodos de crise a solução milagrosa passa por dimi-
nuir a qualidade da nutrição, cortar boa parte dos me-
dicamentos, suspender programas de vacinação, fazer
auto-reposição do plantel e deixar de executar alguns
manejos e boas práticas de produção. Alguns optam
por usar parte dessa solução, enquanto outros optam
pelo “cardápio” completo. O resultado? Como nada é
eterno, apesar de ser muito difícil, a crise passa, a ati-
vidade melhora, mas as consequências geradas pelas
soluções imediatistas e paliativas são duras. Como na
suinocultura é fácil bagunçar e demorado de arrumar,
muitos não conseguem aproveitar os tempos de fartu-
ra, pois o potencial produtivo do plantel ficou prejudica-
do e boa parte da energia está dedicada em arrumar o
“estrago”.
Nessa linha, é importante que possamos despertar
para o fato de que a suinocultura evoluiu e está mui-
to diferente do que era há 10 anos. Praticamente tudo
mudou. Desde as ações mais básicas do processo pro-
dutivo dentro das granjas até a forma como o produto
acabado é comercializado. O setor se profissionalizou
quase que por completo e a complexidade de tudo que
é Diretor de Inovação&Negócios da Agriness, especializada
envolve a suinocultura faz com que a rentabilidade só
aconteça através de um elevado nível de gestão por
parte dos profissionais que vivem dela.
Os produtores e as empresas que acompanharam
de forma consciente a evolução do setor sabem que
para se obter resultados diferentes é preciso agir di-
ferente. Entenderam que não basta pensar no curto
prazo e que ações sem embasamento só servem para
“estancar a hemorragia”. Buscam compreender quais
são as causas dos problemas que os afetam para re-
solvê-los em definitivo com soluções sustentáveis. Eles
têm clareza que dedicar tempo, energia e investimento
em modelos e ferramentas de gestão são tão impor-
tantes ou mais que as necessárias discussões e acom-
panhamento dos temas básicos da produção: nutrição,
genética, sanidade e manejo.
Suas decisões são baseadas em números, informa-
ções e análises profundas de todas as variáveis que
compõem a atividade. O auxílio destes dados e fatos
ajuda não só na construção de soluções robustas, mas
também elimina o desperdício de energia na busca por
respostas como: será que a suinocultura é uma ativida-
de rentável? Será que devemos continuar na atividade?
Será que as exportações irão melhorar no curto prazo?
Será que um dia voltaremos a ter os mesmo resultados
Everton Gubert
em inovações em gestão para a suinocultura.
César Machado - Agrostock
dos tempos de ouro da atividade? Será que é melhor
ser produtor independente ou trabalhar integrado com
alguma empresa?
É hora de entender que gestão não é uma prática
de diferenciação. Gestão é um processo básico, obriga-
tório e fundamental em qualquer empresa de qualquer
ramo de atividade. No mundo em que vivemos, com a
quantidade de informações e opções que temos dispo-
níveis, é imprescindível fazermos a gestão dos nossos
negócios. Em atividades onde há grandes escalas de
produção e um volume de giro de dinheiro expressivo,
que é o caso da suinocultura, a necessidade do uso de
gestão é ainda maior. O resultado para aqueles que
compreenderam esse assunto está claro. Basta ver que
a suinocultura brasileira não diminuiu, só mudou de
mãos. E para quais mãos? Para aquelas que sabem ma-
nusear seus negócios através de modelos e técnicas
de gestão, que constroem soluções sustentáveis com
base em informações precisas e que evoluíram junto
com as mudanças do setor.
E você, qual das soluções tem sido sua opção: pa-
liativas ou sustentáveis? Como você tem gerido o seu
negócio? Suas decisões têm embasamento ou são to-
madas ao acaso? Sempre há tempo para rever e refle-
tir sobre nossas escolhas. Boa sorte!
NT #5 9
 Romeo Bet
é agricultor em Planalto Alegre, SC, e preside a Cooperativa
GESTãO Agroindustrial Alfa, com sede em Chapecó (SC) - Brasil.

OPORTUNiDADES.
APRAzO!
É amplamente favorável o cenário mundial para ampliação no
consumo de alimentos: populações de países em desenvolvimento
registrando visível ampliação da renda e migração rural para as cida-
des, provocando novos hábitos de consumo, estão entre as turbinas.
dessa tendência, pelo menos, para a próxima década. A restrição mais
visível para esse provável aquecimento seria a suposta possibilidade
de as principais economias mundiais, sobretudo Europa e EUA, de re-
tardarem em demasia o ritmo da respectiva recuperação.
O Brasil é forte candidato a ampliar a oferta de proteína animal,
por exemplo, inclusive para o mercado interno. Temos solo, água,
clima e talentos produtivos inclinados à evolução tecnológica. Essa
vocação é nata, especialmente nas regiões minifundiárias, mas não
se descarta aqui o potencial das mega-produções verticalizadas, as
quais, se por um lado subtraem oportunidades de muitas famílias de
agricultores, ampliando a monopolização do setor, por outro melho-
ram a performance do gerenciamento e equilíbrio da oferta. Destaca-
se o significado das cooperativas, que mantêm e apoiam a pequena
escala. É evidente que, do lado de cá da cerca, ainda temos degraus
para evoluir no manejo e na produtividade.
O que infelizmente não temos – e isso preocupa – é infra-estrutura ade-
quada para competirmos com grandes players internacionais, nem uma
fisionomia tributária nacional que fosse, pelo menos, parecida com a de
outros países. literalmente, isso nos rouba oxigênio, sem dó nem piedade.
Oxalá o atual Governo de Dilma Rousseff consiga desacelerar o aumento
dos gastos públicos (já que cortar custos é utopia, que o diga a Grécia),
tornando assim o Estado verde-amarelo mais eficaz. quando pudermos
contar com portos, estradas e modelos logísticos mais rentáveis, fatalmen-
te assumiremos patamares de maior tranquilidade.
Por fim, é preciso atentar para a nova escalada da taxa de juros
– limitante que esfria os investimentos e põe faísca na desindustriali-
zação do país – e, especialmente, a questão cambial. Com o Real so-
brevalorizado do jeito que está, a situação poderá ficar insuportável
em médio e longo prazos.
Aos produtores brasileiros, que estão sendo – de novo e equivocada-
mente – culpados pela retomada da inflação nos últimos dois anos, fica
a esperança de que a mídia e o restante da opinião pública corrijam essa
distorcida visão de que o agricultor é réu: ele apenas está recuperando
César Machado - Agrostock
parte daquilo que sempre foi obrigado a conceder ao conjunto dos cida-
dãos para suportar 17 anos de estabilidade do Plano Real.

10 NT #5
 NOTíCiAS

NFT Training 2011 Desempenho dos frangos:

3ª Edição do evento reúne avicultores da
América latina na Bahia
importância da incubação
e nutrição na primeira
semana de vida
Uma excelente oportunidade para debater os assuntos mais importantes
e atuais da avicultura e reunir profissionais de diversos países da América
latina para uma troca de experiências e conhecimentos além das fronteiras
geográficas. Assim pode ser definida a edição de 2011 do NFT Training, even-
to idealizado pela Nutrition For Tomorrow Alliance e organizado pela Nutron
Alimentos através dos profissionais Luciano Mecchi (gerente regional sul de
avicultura), Júlio Carvalho (gerente de produtos) e Joana Braga (gerente re-
gional de avicultura norte), com apoio do departamento de makerting e de
toda a equipe de avicultura.
Ao abordar o assunto “Desempenho dos frangos: importância da incuba-
ção e nutrição na primeira semana de vida”, o NFT Training convidou os par-
ticipantes a assistir palestras ministradas por grandes nomes da avicultura:
Ron Meijerhof (consultor particular nas áreas de Frango de Corte, Produtores
de Frangos de Corte e incubação), Edwin Moran (mestre em Ciências pela Uni-
versidade Estadual de Washington), Antônio Mário Penz Júnior (diretor mun-
dial de aves do Grupo Provimi), Tuffi Bichara (consultor técnico de aves da
Nutron) e luis Otávio Roberto (coordenador técnico comercial de avicultura
da Nutron). “O objetivo do NFT Training é disponibilizar aos nossos parceiros
e clientes informações e conhecimento dos mais renomados nomes da avi-
cultura mundial, com temas de relevância para os seus respectivos negócios”,
explica luciano Mecchi.
A 3ª edição do evento, que ocorre anualmente, aconteceu no Hotel iberostar
Bahia, em Salvador (BA), entre os dias 29 de junho e 1º de julho, e contou com a
presença de 75 empresas da América latina (Brasil, México, Colômbia e Argenti-
na). Os temas apresentados nas palestras foram: Manejo de incubação, qualidade
dos pintos, Anatomia e Fisiologia do aparelho digestório dos pintos na primeira
semana, Exigências nutricionais dos pintos na primeira semana, Cuidados com a
sanidade dos pintos na primeira semana, Cuidados com o ambiente dos pintos na
primeira semana e Cuidados com o manejo dos pintos na primeira semana. Para a
equipe da Nutron, os resultados alcançados foram muito satisfatórios. “Organizar
um evento desta magnitude exige muito empenho, as responsabilidades e preo-
cupações são muito grandes para que tudo ocorra da maneira planejada. Creio
que atingimos o nosso objetivo e esperamos superar as expectativas dos nossos
convidados ano após ano. Esse é o nosso desejo”, finaliza luciano.

12 NT #5 NT #5 13
 RoBERTo JARDim FilHo
Abatedouro São Salvador
Como sempre, a Nutron realizou um excelente evento, com infor-
mações baseadas em pesquisas e um nível técnico e científico
exemplar. Realmente muito bom. Já são praticamente 20 anos de
parceria entre a Nutron e o Abatedouro São Salvador e a empre-
sa sempre nos leva informações fundamentais relacionadas com a
prática.
JoÃo TEoTÔNio JÚNioR
Granja Josedite
Nesses 20 anos de parceria com excelentes resultados, a Nutron é uma
grande parceira nossa e só nos traz ainda mais benefícios com um evento
como este, de altíssimo nível. É a primeira vez que participo e identifiquei
muitas informações que podemos aplicar na granja de corte, como infor-
mações que você consegue relacionar para identificar possíveis problemas,
que nós temos na atividade, e com isso solucioná-los.
PEDRo oURo
C. Vale
É o primeiro ano que eu participo do NFT Training e já considero o
evento muito importante. Recebemos várias dicas, passadas a nós
pelos palestrantes, que poderemos utilizar na prática, no dia a dia
do nosso local de trabalho. Já temos muitos anos de parceria com a
Nutron e a C. Vale preza por parcerias firmes, que sejam mantidas
ao longo do tempo, porque isso traz benefícios tanto para o forne-
cedor, quanto para o cliente.
DimiTRi FREiTAS
Diplomata
É por iniciativas como essa que a gente espera que a parceria com
a Nutron fique cada vez mais forte. Essa edição, assim como a ante-
rior, está excelente. É a segunda vez que participo do NFT Training e
acho que tem sido bem produtivo para quem está participando.
GElSoN HENRiQUE BRUZAmARElo
Frangos Canção
O NFT Training foi muito bom, tudo que está no auge dos estudos foi tra-
tado no treinamento. Todos os assuntos são muito importantes para nos
aprofundarmos sobre o que a avicultura precisa hoje, para estudarmos a
evolução dessa avicultura. Nossa empresa está crescendo nas áreas de en-
cubatória, fábrica e nutrição, e é desse tipo de informação que precisamos
para seguir em frente com os projetos. A Nutron é parceira de longa data
da Frangos Canção na parte de nutrição e assessoria. O que posso falar é
que é um grande parceiro da nossa empresa.
14 NT #5
VAlmoR CERATTo
Grupo Alvorada
Evento fantástico, estou maravilhado. Os palestrantes têm conhecimento bas-
tante aprofundado dos assuntos que foram expostos. Os profissionais da Nutron
nos trazem uma parceria essencial. Eu diria que é uma das melhores empresas
que tem no mercado para nos prestar serviço além do produto, porque hoje em
dia não se deve só vender o produto, tem que haver a prestação de serviço, e é
isso que diferencia a Nutron das outras empresas.
lUCiANo KESKE
Cobb-Vantress
Gostei muito de poder participar deste evento. As palestras
são muito boas, o nível técnico é excelente, a troca de infor-
mações com os colegas também. A qualidade da Nutron é
indiscutível.
JoNiVAN PAloCCi
Hygen
A Nutron sempre teve um papel importante no nosso relacionamento, na forma-
ção da nossa tecnologia, na nutrição que estamos empregando e nos modelos
matemáticos. O evento vem a acrescentar ainda mais, reunindo um número
grande de pessoas com um bom conhecimento e nos garantindo um bom
networking, não se esquecendo de mencionar os excelentes palestrantes, que
trouxeram muita experiência e nova tecnologia para nosso conhecimento.
EDUARDo FRoNZA
Frango Seva
O evento foi ótimo, o conteúdo foi muito proveitoso. É um tema bastante dis-
cutido atualmente na avicultura e certamente vamos tirar muito proveito para
aplicar nos nossos processos. Nós, na Frango Seva, temos um relacionamento
de anos com a Nutron e estreitou-se muito esse relacionamento a partir do
momento em que começamos a trabalhar a parte da ambiência em aviários de
frango de corte juntamente com a consultoria técnica da empresa. Hoje temos o
projeto de fábrica de rações em que estamos trabalhando juntos, dentre outros.
JoSÉ ARRUDA
Averama
Evento nota 10. Palestras excepcionais, qualidade técnica inquestionável, um
ambiente muito bom e, ainda, a oportunidade de rever amigos e trocar ideias. Me
relaciono de forma técnica e comercial com a Nutron há vários anos devido às em-
presas pelas quais passei. Percebo que a empresa cresce, se aperfeiçoa, melhora,
mas sempre preserva a transparência, a relação amistosa com os clientes. É uma
empresa que está sempre à disposição, em termos de serviços técnicos, e sobre os
produtos não tem o que questionar. qualidade é uma característica da Nutron.
NT #5 15
 NOTíCiAS
Os números comprovam, mais uma vez, que a Feicor-
Feicorte 2011
te é a principal vitrine da pecuária nacional. Em 50 mil me-
tros quadrados de área, a 17ª edição da feira reuniu 250
expositores, quatro mil animais, 25 mil visitantes e um vo-
lume de negócios 30% maior do que o do ano passado.
Superando expectativas a cada edição pela sua gran-
diosidade, tradicionalismo e modernidade, a Feicorte – Fei-
é considerada a melhor de
ra internacional da Cadeia Produtiva da Carne faz de São
Paulo, durante os cinco dias de sua realização, a capital
mundial da pecuária de corte.
Promovido pelo Agrocentro Empreendimentos, o
todas as edições evento deste ano foi realizado entre os dias 13 e 17 de
junho, no Centro de Exposições imigrantes, na capital
paulista, com a presença de empresas que são referência
em genética, saúde e nutrição animal, máquinas e equi-
pamentos, frigoríficos, órgãos de desenvolvimento e pes-
quisa, entre outras. O diretor do Agrocentro, Decio Ribeiro
Evento supera todas as expectativas com o aumento do dos Santos, destaca a tecnologia como uma característica
atrativa da feira. “Ninguém faz mais nada hoje em dia sem
número de visitantes e de negócios gerados tecnologia e este é o papel da Feicorte, disponibilizar para
o visitante o que há de mais moderno no setor, para que
haja um crescimento moderno e sustentável.”
16 NT #5
A Feicorte é um evento que oferece uma excelente
oportunidade para contatos, fortalecimento da imagem
institucional e realização de negócios e investimentos das
empresas participantes. “Os negócios que tiveram início
nesta edição só terminam no ano que vem. Temos o ano
todo para que o que teve seu start aqui na feira seja con-
tinuado e efetivado. Por isso, a Feicorte é o grande mo-
mento de exposição para marcas, de conhecimento para
os criadores e de possibilidades de novos negócios para
todos os que estão envolvidos na cadeia produtiva da car-
ne”, finaliza Carla Tuccilio, gerente do Agrocentro.
Novidades aprovadas
Este ano, a feira foi realizada de segunda a sexta-
feira, e não mais de terça-feira a sábado. De acordo com
Carla, esta alteração parece ter agradado o público. Ou-
tra novidade implantada nesta edição foi o Espaço Car-
ne, que recebeu um grande público e comprovou que a
ideia de promover a carne bovina nacional deu certo. Foi
um projeto inédito do Agrocentro junto à NFT Alliance,
que apresentou ações de destaque como a Academia
da Carne, o Caminho do Boi, o Festival do Boi, o Prêmio
NT #5 17
 Nelson Pineda Excelência em Confinamento e, ainda, o
Workshop NFT Alliance.
Público focado na pecuária
Por não promover shows como a maioria das feiras
nacionais do setor, a Feicorte registra um perfil de visitan-
te diferente que é, quase que na sua totalidade, realmente
focado no negócio da pecuária, como confirma Carla. “A
Feicorte superou todas as expectativas, principalmente
no que se refere à qualidade do público, expositores e ani-
mais em exposição.”
Os visitantes tiveram à sua disposição uma programa-
ção variada, com 120 eventos paralelos, entre reuniões,
seminários, workshops, conferências, palestras e cursos,
além de julgamentos e leilões de varias raças bovinas,
com oferta de genética de ponta.
A NFT Alliance na Feicorte
As empresas Nutron, MSD Saúde Animal e Serrana
representaram a NFT Alliance na feira este ano. A Nu-
tron contou com um estande especial, no local onde foi
montado o Espaço Carne, tendo uma visão privilegiada
dos novos projetos da Feicorte. A localização estratégica
rendeu bons frutos para a empresa. “Nosso espaço foi
direcionado para negócios, tivemos uma quantidade óti-
ma de visitantes e foi um público totalmente qualificado.
Fizemos questão de ressaltar as novas linhas de produtos,
disponibilizando folders e investindo bastante em divulga-
ção”, conta Hudson Castro, gerente nacional de negócios
– Bovinos de corte.
O estande, estampado com a identidade da Nu-
tron, recebeu parceiros importantes e contou com a
presença de novos clientes. “A Feicorte gera um en-
contro para começar ou desenvolver um negócio que
irá gerar a parceria. Nossa estratégia de marketing
18 NT #5
para este ano foi muito efetiva”, completa o gerente Tiago Arantes - gerente de Produtos da
nacional de negócios. MSD Saúde Animal no Caminho do Boi
A MSD Saúde Animal levou para seu estande uma
equipe vinda de todo o Brasil para estabelecer novos con-
tatos, fortalecer parcerias, apresentar novidades e prestar
consultorias. A empresa é uma das parceiras do projeto
Caminho do Boi, localizado também no Espaço Carne.
Responsável pelo manejo sanitário, o espaço da MSD Saú-
de Animal ficou no centro de manejo no curral, onde se
afunila todo o contingente e o capital em arroba de uma
fazenda, levando à reflexão sobre o manejo racional.
De acordo com Tiago Arantes, gerente de produtos
pecuários da MSD Saúde Animal, a finalidade é chamar a
atenção do pecuarista para os impactos do manejo sanitá-
rio, da produção, na qualidade do produto que entrega ao Rui Vincenzi - gerente de Produtos da MSD Saúde Animal
frigorífico e, consequentemente, na rentabilidade do ne-
gócio. “A cada edição a feira supera as expectativas, pois
é referência em qualidade, pesquisa, tecnologia, equipa-
mentos, produtos e serviços. E este ano, com o Caminho
do Boi, não foi diferente. Mostramos que o manejo racio-
nal dá possiblidade ao pecuarista de analisar o seu traba-
lho, levando experiências que podem agregar em tempo,
qualidade, segurança e produtividade”, analisa Tiago.
Carla Tuccilio considera a parceria com a NFT Alliance
um fator essencial para os resultados positivos da feira. “A
parceria com a NFT Alliance foi de extrema importância
para a Feicorte, já que trabalhamos a quatro mãos para
a realização do Espaço Carne, projeto que, com certeza,
fez a diferença para o sucesso desta edição.” O Workshop
NFT, promovido pela aliança, também foi grande destaque
dessa parceria. “O Workshop foi um grande diferencial e o Equipes de ruminantes da Nutron e da MSD Saúde Animal
volume de público superou as expectativas de todos os
envolvidos. A qualidade nas conversas e debates chamou
muito a atenção do público, pois eram temas de interesse
de todo o setor”, afirma Hudson Castro.
os números do
sucesso
4 mil animais (2 mil
animais taurinos e 2 mil
animais zebuínos)
20 raças (7 taurinas
e 13 zebuínas - 13 raças em
julgamento)
250 expositores
25 mil pessoas
passaram pela feira nos
cinco dias (13 a 17 de junho)
NT #5 19
 NOTíCiAS

Caminho do
A presença de mais de dois mil vi-
sitantes em apenas cinco dias de feira,
Boi é destaque na
Feicorte
Projeto já recebeu convites para ser
levado a outras feiras e eventos

o retorno da mídia e os elogios da críti-

ca são provas mais do que suficientes
animal do mundo, o projeto levou o visitante a refletir so- do mês de julho. De acordo com a promoção, na compra
para a Beckhauser acreditar que o Ca-
bre a sua produção e perceber como é possível agregar de um tronco com uma balança, com desconto de 10% no
minho do Boi foi um sucesso absoluto.
valor ao seu produto em cada etapa. valor da balança, o cliente ganhava um notebook.
“Esses retornos positivos são, para nós
Uma estrutura de grande impacto visual, repleta de Estiveram em destaque, dentre outros produtos, a li-
da Beckhauser, a prova de que uma
equipamentos que fazem parte do dia a dia da fazenda e nha Automação - presente no estande e no Caminho do
boa ideia, com pessoas dispostas a
com alta tecnologia agregada foi montada pela Beckhau- Boi, que é referência de tecnologia de ponta para o ma-
fazer acontecer, tem tudo para gerar
ser. “A experiência única de viver a prática é algo que mar- nejo, utilizada, sobretudo para grande volume de gado;
bons resultados”, comentou a gerente
cou positivamente o visitante, além disso, a comunicação a linha de Pesagem Eletrônica -exemplo do emprego da
de comunicação da Beckhauser, Maria-
baseada em imagens e apenas direcionada por textos tecnologia no curral, que contribui para o aumento da
na Soletti Beckheuser.
pontuais e diretos permitiu a ele fazer a associação com o produtividade e para o controle do negócio pecuário; e o
Apresentado durante a Feicorte
seu negócio, tornando mais fáceis a assimilação e a fixa- Tronco MultiFlex, produto da linha tradicional. As balan-
pela primeira vez, o projeto, que foi
ção da mensagem”, declarou Mariana. ças ganharam destaque na feira por terem sido o foco
idealizado e projetado pela empresa, e
Os visitantes receberam informações sobre perdas de da campanha promocional Controle Total e também pelo
coordenado em parceria com a orga-
produtividade decorrentes do manejo inadequado e fa- fato de a Beckhauser ter realizado pela primeira vez a pe-
nização da feira, cumpriu seu principal
lhas nas instalações voltadas à contenção do gado, conhe- sagem oficial de todos os animais que participaram das
objetivo, que era o de mostrar ao visi-
ceu a importância econômica do bem-estar de animais de pistas da Feicorte.
tante o trajeto do boi de corte, desde
produção, bem como os benefícios da implantação das “Este foi o primeiro ano que fizemos a pesagem ofi-
a pastagem até o embarque para o
práticas de manejo racional nas fazendas. A demonstra- cial da feira e a Beckhauser atendeu todos os requisitos
frigorífico.
ção de manejo utilizou equipamentos da linha de automa- técnicos e de precisão que eventos de grande porte exi-
Sua realização envolveu uma série
ção da Beckhauser, soluções tecnológicas desenvolvidas gem, além de todos os cuidados técnicos, desde a insta-
de parceiros nas diferentes etapas da
para currais de alta produtividade. lação dos equipamentos, passando pela entrega técnica
cadeia da carne, e apresentou na prá-
“Já recebemos propostas para a continuidade do ‘Ca- aos responsáveis pela pesagem (com verificação conjun-
tica a integração dos elos desta cadeia,
minho do Boi’, com a participação em outras feiras e even- ta com pesos padrão em todas as balanças, bem como a
chamando a atenção do pecuarista
tos. Estamos analisando a viabilidade técnica e estrutural instrução de uso correto dos equipamentos aos técnicos
para os impactos da produção na qua-
para implantá-lo em outras ocasiões e oportunidades”, e estagiários que fazem as pesagens), até o acompanha-
lidade do produto que entrega ao fri-
diz Mariana. mento in loco durante todo o período da pesagem, com
gorífico e, consequentemente, para a
a disponibilidade de suporte técnico em tempo integral
rentabilidade do seu negócio.
Elaborado a partir da metodologia
Participação na Feicorte para qualquer eventualidade, inclusive com a presença
Este ano, a Beckhauser apostou no fortalecimento do do coordenador da nossa linha de Pesagem Eletrônica,
da americana Temple Grandin, PhD
aspecto comercial direto e mais agressivo, com a campa- Gustavo Beckhauser, que acompanhou pessoalmente o
em Ciência Animal e uma das maiores
nha Controle Total, que ocorreu desde a Feicorte até o final andamento das pesagens”, explica Mariana.
referências em estudos de bem-estar

20 NT #5 NT #5 21
 NOTíCiAS
ESPAçO
CARNE
Sua estreia na Feicorte 2011 foi considerada sucesso abso-
luto pelos organizadores do Espaço Carne, evento promovido
pelo Agrocentro e NFT Alliance – aliança de marketing coopera-
tivado idealizada pela Nutron Alimentos.
Com investimentos na ordem de R$ 500 mil, o Espaço
foi parte da programação da Feira internacional da Cadeia
Produtiva da Carne e reuniu 24 empresas do segmento, que
expuseram seus produtos e promoveram a disseminação de
conhecimento sobre a pecuária e produção de carne bovi-
na: Nutron, NFT Alliance, Revista Pecuária de Corte, Currais
itabira, Tenax, intervet Schering Plough, Beckhauser, Vila-
ços, WM, Assocon, Abiec/SiC, Terra Viva, Canal Rural, Allflex,
Gestão Agropecuária, Wisewood, Frigorífico Savana, Phibro,
Multibovinos, Associação dos Criadores do Vale do Araguaia,
Associação dos Criadores do Mato Grosso, Scot Consultoria,
Dow Agroscience, Carrefour, JBS e Marfrig (apoio no Wor-
shop). “Conseguimos reunir, em um único local, as principais
empresas que representam os diversos elos da cadeia de
produção de carne, visando o aumento do consumo, promo-
ção dos conceitos de sustentabilidade na pecuária de corte e
divulgação das qualidades da carne”, diz Alessandro Roppa,
gerente de Marketing da NFT Alliance.
O Espaço Carne foi uma continuidade ao projeto da Feicorte
“Pecuária Sustentável – Sim é Possível”. De acordo com Carla
Tuccilio, gerente do Agrocentro, o objetivo principal do evento,
que era o de divulgar a carne bovina nacional, foi totalmente
atingido, já que as ações da Feicorte ainda continuam nas mídias
nacional e internacional.
22 NT #5
se consolida na
primeira edição
Organizadores já estudam o aumento no número de
estandes e programam novidades para o próximo ano
Atividades promovidas
“Não podemos deixar de destacar o sucesso do Espaço Car-
ne, projeto inédito que apresentou ações como o Caminho do
Boi, Espaço Degustação, Workshop NFT Alliance e o Prêmio Nel-
son Pineda como um fator do sucesso obtido”, ressalta Carla.
O Caminho do Boi recebeu três mil pessoas e permitiu
a pecuaristas e produtores fazer todo o percurso do animal,
observando de perto todas as etapas da produção, do pas-
to à mesa, com as melhores práticas de sanidade, manejo,
nutrição e bem-estar animal; o Festival do Boi promoveu
degustação diária de carne bovina e comparativa de cor-
tes das raças Hereford, Braford, Brangus, Angus, Simental
e Simbrasil; o Prêmio Nelson Pineda premiou os 40 desta-
ques de 2010 e os 10 mais em sustentabilidade; o Workshop
NFT Alliance reuniu mais de 1.200 pessoas para discutir o
rumo e o futuro da carne bovina no País, por meio do de-
bate de temas como Genética, Nutrição, Sanidade, Manejo,
Mercado, Sustentabilidade e qualidade da Carne; já a Aca-
demia da Carne foi um projeto de palestras e experiências
para estudantes das áreas de agronomia, zootecnia e vete-
rinária. Caravanas de faculdades, com mais de 600 estu-
dantes, passaram o dia na feira, para circuito de palestras e
participação nas demais atividades do Espaço Carne.
De acordo com Carla, o sucesso foi tanto que a organização
já estuda, para o próximo ano, aumentar o número de estandes.
“Algumas empresas já sinalizaram interesse na participação
para a próxima edição e também algumas novidades já estão
sendo programadas.”
NT #5 23
 NOTíCiAS
AS BElEzAS DO
AGRONEGóCiO
O Brasil é considerado hoje um dos maio-
res produtores rurais do mundo e ainda se en-
contra em franca expansão dessa capacidade
de produção. Tal fato é reconhecido por muitos
estudiosos do setor dentro e fora do país, mas
ainda existem algumas barreiras geográficas
nacionais e internacionais. Foi com a necessi-
dade de criar um material de qualidade, que
pudesse representar a agricultura brasileira
mundo afora e mostrar as belezas naturais
para aqueles que ainda a desconhecem, que
a Nutron, em parceria com o fotógrafo César
Machado, desenvolveu o livro “A Alma do Cam-
po”, um relato ilustrado da agricultura de vá-
rias regiões do Brasil.
O lançamento oficial do livro aconteceu
durante a 17ª Feicorte, no dia 16 de junho, no
estande da Nutron. César Machado, fotógrafo
César Machado - Agrostock
24 NT #5
PElAS lENTES DE UM
FOTóGRAFO
livro “A Alma do Campo” é lançado na 17ª Feicorte sob
olhares de profissionais renomados do setor
responsável pelas 200 fotos do projeto, estava presente
no evento e distribuiu exemplares autografados da pu-
blicação. “O principal deste projeto é retratar a beleza
do agronegócio brasileiro e a gama de possibilidades
de produção que nós acumulamos para mostrar isso ao
mundo todo”, afirma o fotógrafo. Dentre personalidades
do agronegócio, políticos e visitantes da feira, o cantor,
compositor e ator Almir Sater também prestigiou o lan-
çamento da publicação.
César conta que o trabalho durou cerca de 45 dias
para ficar pronto e que não poderia deixar de agradecer
às pessoas que encontrou pelo caminho. “A diversida-
de brasileira e a beleza do campo me chamaram muita
atenção, mas o que mais me surpreendeu foi a humildade
das pessoas. O trabalho ganhou muita qualidade devido
à essa colaboração. Quando as pessoas ficavam sabendo
do que se tratava, elas se disponibilizavam completamen-
te para ajudar e abrir as portas”, lembra. Dos lugares que
visitou, o fotógrafo ressalta o Mato Grosso como região
mais fascinante. “As pessoas que vivem lá têm uma cons-
ciência ambiental muito grande. Elas conseguem crescer
em seus negócios, mas mantêm o equilíbrio entre produ-
ção e meio ambiente. A natureza, diferente do que eu ima-
ginava, é muito preservada.”
Satisfeita com o resultado do livro “A Alma do
Campo”, a Nutron já pensa em realizar outros proje-
tos como este. César comemora o sucesso de mais
um projeto. Campeão de prêmios nacionais e interna-
cionais, ele se diz motivado com a ideia de popularizar
o Brasil aos olhos de todos. “As pessoas devem conhe-
cer mais o Brasil, valorizar as nossas belezas naturais
país afora. O Brasil tem lugares lindos e o agronegócio
tem uma beleza ímpar. iniciativas como essa da Nu-
tron incentivam ações no mesmo sentido, de expor
o que temos, agregando cada vez mais valor à nossa
agricultura”, finaliza.
NT #5 25
 NOTíCiAS
O produtor que visita a Feicorte sabe que lá vai
AS RESPOSTAS
encontrar exposições de todas as raças bovinas, infor-
mações de várias empresas dos mais diversos setores,
como saúde animal, nutrição, maquinário, entre outras,
julgamentos dos melhores animais e uma rede de conta-
PARA AS PRiNCiPAiS
tos de qualidade inquestionável. Esse ano, além de todas
as vantagens que a feira já oferece, o visitante foi convi-
dado a participar de um debate importantíssimo para a
PERGUNTAS DA PECUáRiA
realidade em que está inserido.
O Workshop NFT, promovido pela NFT Alliance, acon-
teceu entre os dias 14 e 16 de junho durante a 17ª edição
da principal feira da pecuária de corte do país. Com a
CONTEMPORâNEA
proposta de questionar cada palestrante com uma per-
gunta que respondesse dúvidas que acometem todo o
setor, os assuntos debatidos englobaram nutrição, ge-
nética, mercado, manejo, sanidade, qualidade da carne
Workshop NFT promove debates sobre os temas mais e sustentabilidade.
Grande motivação para que o debate acontecesse
presentes na pauta do campo partiu de uma informação que assombra produtores do
mundo inteiro: dados divulgados pela Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
em 2009, afirmam que a produção agrícola mundial
precisa aumentar 70% até 2050. Do Brasil, país que já
é considerado um dos maiores produtores agrícolas do
mundo e grande potência na exportação de carne, estu-
diosos do mundo inteiro esperam que seja ele o país que
proverá boa parte dessa produção. Porém, em época de
aprovação do novo Código Florestal brasileiro e em um
tempo onde a sustentabilidade é conceito obrigatório
para todos os setores de produção e industrialização
do mundo, a questão principal é: será o Brasil capaz de
produzir o alimento necessário à população do mundo
inteiro em 40 anos?
O evento teve como mestre de cerimônias e coor-
denador dos debates o sr. Osler Desouzart, membro
da Diretoria Consultiva do World Agricultural Forum, da
equipe do The Sustainable Food laboratory e diretor-
proprietário da ODConsulting Planejamento e Estraté-
gia. Foram três dias de palestras lotadas de participantes
vindos de diversos países.
26 NT #5
Primeiro dia
O Workshop NFT contemplou três dias de debates
ricos em informações dos mais diversos assuntos que a
pecuária de hoje abrange e contou com profissionais de
extrema importância para o cenário brasileiro e mundial.
No primeiro dia de palestras, o principal assunto ficou
por conta da sustentabilidade. Em um setor onde a pre-
ocupação é crescente em torno dos recursos naturais
utilizados na produção, o produtor deve se preocupar
em como otimizar esses espaços sem deteriorar os re-
sultados finais. “Até quando se poderá fazer boi a campo
quando terra arável é finita e crescentemente cara?”, po-
deria se perguntar o profissional do campo, preocupado
com as novas leis e até mesmo consciente do problema
que pode estar por vir em um futuro mais próximo, e foi
com essa pergunta que Ocimar Villela, do instituto para
o Agronegócio Responsável (ARES), iniciou o Workshop
NFT, gerando um questionamento interno em todos os
participantes presentes. Dados apresentados por Oci-
mar reforçam a ideia de que o Brasil cresce em produção
bovina e diminui a área de pastagem. Em Mato Grosso,
por exemplo, o rebanho cresceu 38% e a área de pasto
somente 9%.
Na mesma linha de preocupação, Marcello Cunha
discorreu sobre um assunto que gera polêmica: “Bovinos
e Planeta – amigos, inimigos, ou convivência pacífica?”.
O gerente de marketing da Dow AgroSciences mostrou
em sua palestra uma solução que pode ajudar, e muito,
na questão da liberação de CO2 pelos animais. “O pasto,
quando bem manejado, captura CO2, enquanto que a
área degradada emite este gás. Portanto, uma pecuária
sustentável ainda é possível”, defende.
Para encerrar o primeiro dia de palestras, o convida-
do da vez foi o sr. Pratini de Moraes, ex-ministro da Agri-
cultura e atual diretor da JBS. De acordo com o tema
que lhe foi proposto pela organização, Pratini explicou
“Como nutrir 9,075 bilhões de pessoas em 2050 quan-
do as dietas migram para produtos de origem animal
que exigem 4 vezes mais recursos naturais?”. O dire-
tor considera que o Brasil está carente de uma política
externa mais forte, e prova, com estudos, que a área
agriculturável do país, apesar de muito vasta, ainda é
pouco aproveitada. Mas afirma: “As declarações e in-
formações sobre o futuro não são garantias de desem-
penho. Elas envolvem riscos, incertezas e suposições
porque se referem a eventos futuros, dependendo, por-
tanto, de circunstâncias que poderão ocorrer ou não.
Os resultados futuros e a criação de valor para os acio-
nistas poderão diferir de maneira significativa daqueles
NT #5 27

Figura 1
Potencial de Exploração
Agropecuária
expressos ou sugeridos pelas declarações com relação
ao futuro. Muitos dos fatores que irão determinar estes
resultados e valores estão além da nossa capacidade
de controle ou previsão.”
O primeiro dia do evento contou com a participação
do diretor de relação com o mercado da Aprova (As-
sociação dos Produtores do Vale do Araguaia), Celso
lopes, que realizou a abertura do evento. O desfecho
aconteceu com uma mesa redonda realizada com a par-
ticipação de profissionais da Assocon, JBS, Bigma e Dow
Agrosciences.
Segundo dia
A segunda oportunidade de conferir os debates do
Workshop NFT começou com a abertura de Vilson Si-
mon, gerente geral da intervet/Schering-Plough, empre-
sa que integra a NFT Alliance. Na ocasião, a pergunta “O
que o pequeno e o médio pecuaristas têm que fazer em
épocas de concentração da indústria de carnes?” foi alvo
dos palestrantes da primeira apresentação, e respondida
com maestria por Celso lopes, diretor de relação com o
mercado da Aprova (Associação dos Produtores do Vale
do Araguaia) e luciano Vacari, superintendente da Acri-
mat (Associação dos Criadores de Mato Grosso). Devido
à crescente concentração dos grandes frigoríficos, Vaca-
ri acredita que a busca por marcas alternativas é a solu-
ção para os pecuaristas menores, mas de nada adianta
esta análise se os pequenos e médios pecuaristas não
estiverem unidos. “Os produtores estão dispersos, por
isso é tão importante que ele se associe”, garante Celso
lopes, defendendo que a solução estará no associativis-
mo entre os produtores.
logo depois do primeiro debate, a segunda pergunta
do dia ficou para Luciano Roppa responder. Ao diretor
da l.Roppa Consultoria e vice-presidente sênior da Feed
Solutions da Provimi foi direcionado o seguinte questio-
namento: “Produção mundial de carnes: quem vai comer
e quem vai produzir?”. luciano acredita que o problema
na produção de alimentos acontecerá mais cedo do que
o previsto. Enquanto a maioria fala em 2050, Roppa
28 NT #5
garante, de acordo com os estudos realizados, que as O presidente da associação assegura que só haverá
pressões começam 20 anos antes. “Em 1980, aproxi- melhoria na eficiência técnica com adequação, auto-
madamente 60% da população vivia no campo. Daqui gestão (menos normativas), carta de não objeção aos
a duas décadas, estimativas apontam que serão 40%. Estados Unidos e uma cadeia mais segura. “Risco zero
Hoje, já temos dificuldades em encontrar mão de obra, não existe. Não é proibido ter erros. O proibido é não ter
futuramente, já em 2030, será ainda pior.” As projeções ações para corrigir estes erros”, ressalta.
dos seus estudos mostram que a produção de carnes irá E para fechar o evento com chave de ouro, um dos
crescer quase 40% daqui a 20 anos. O consumo tam- cases mais comentados da pecuária atual foi apresen-
bém deve aumentar, de 42 kg/pessoa/ano em 2010 para tado por luciano de Andrade. O “Case: Programa Fo-
48,5 kg/pessoa/ano em 2030. mento Marfrig” foi exposto pelo gerente de fomento
Saindo um pouco do script, mas mantendo a propos- da empresa para diversos olhares curiosos. Focado na
ta de promover o debate sobre assuntos atuais e intrín- produção de carne Angus de qualidade, o Programa foi
ram o público presente para conhecer e testar na prática
secos à pecuária moderna, as duas últimas palestras do lançado em 2007, tendo como principais objetivos aliar
o sistema da rede, por meio das etiquetas de rastreabili-
segundo dia de atividades do Workshop NFT abordaram benefícios aos pecuaristas e como aumentar a oferta de
dade da linha de Carnes Carrefour Selection. A divulga-
um tema essencial à sobrevivência da atividade: o uso carne de padrão superior ao mercado. O Programa Fo-
ção aconteceu no estande da Associação Sul Matogros-
de tecnologias antes e depois da produção. Alexei Cas- mento Marfrig faz parte das premissas de trabalho da
sense dos Produtores de Novilho Precoce – ASPNP.
tro, diretor da área de ruminantes da MSD Saúde Ani- Marfrig Alimentos de fortalecer, intensificar e valorizar
Assim como no primeiro dia do evento, a conclusão
mal (antiga intervet/Schering-Plough Animal Health), a relação comercial com os seus fornecedores de gado,
do dia também aconteceu com uma mesa redonda rea-
abordou em sua palestra o tema “Tecnologias na pro- assim como o fornecimento de produtos padronizados e
lizada com a participação dos palestrantes do dia e de
dução animal”. Ele defende que o uso da análise SWOT, de alta qualidade.
profissionais da Minerva e Scot Consultoria.
estratégia usada na área de comunicação que consiste A mesa redonda do último dia ficou recheada, com a
em apontar as forças, fraquezas, oportunidades e ame- presença de profissionais da ABIEC, Marfrig, NFA, Asso-
aças, pode ser um ótimo aliado ao produtor que ainda
Terceiro dia con, Bigma, Scot, Dow AgroSciences, Aprova e Acrimat.
O último dia, mas não menos importante, apresentou
não acredita no uso das tecnologias em benefício do seu
o mesmo nível de qualidade e informação dos dias ante-
próprio rebanho, podendo avaliar esses quesitos e che-
riores. Para dar início às atividades, Francisco Sérgio Tur-
Evento nota 10
gar à conclusão final. O Workshop NFT foi parte da programação especial
ra subiu ao palco para responder aos presentes “O que
O ponto alto da noite e desfecho do segundo dia do Espaço Carne, projeto inédito lançado na edição des-
se pode aproveitar do case da avicultura para o aumen-
de workshop ficou por conta da demonstração do case te ano da Feicorte. Para Hudson Castro, gerente nacional
to do consumo? Será que foi só o preço?”. O presidente
“Rastreabilidade com consulta pela internet da carne de negócios bovinos de corte da Nutron, o público pre-
executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF) foi
Carrefour / Garantia de Origem”. A palestra, ministrada sente superou as expectativas de todos os organizado-
um dos representantes das associações nacionais no
por Gerard Antonius Eysink, gerente nacional do proje- res. Segundo Carla Tuccilio, gerente do Agrocentro Em-
evento da NFT Alliance. Turra mostrou o que a cadeia
to, explicou como funciona o selo Garantia de Origem preendimento, o workshop foi um fator essencial para o
produtiva do boi pode aprender com o sucesso de outras
Carrefour, que permite que o consumidor acompanhe sucesso obtido pela feira.
carnes, principalmente a de frango. Ele lembrou que, na
pelo site da empresa uma série de dados do animal. O
avicultura, há somente uma única entidade representa-
assunto, além de abordar o tema da tecnologia no pós-
tiva, o que fortalece o setor. Para a junção das antigas
produção animal, atenta a uma outra realidade que os
União Brasileira de Avicultura (UBA) e a Associação Bra-
produtores devem enfrentar. Com o aumento do poder
sileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF)
aquisitivo, o consumidor se torna cada vez mais exigen-
– que originaram a UBABEF –, foi pensado em uma forte
te, buscando carnes de melhor qualidade e informações
promoção comercial da nova marca: forte ligação visual
detalhadas sobre estes produtos.
da logomarca com o país e o produto, participação em
Gerard explicou que as Carnes Carrefour Selection
feiras internacionais e materiais promocionais. investir
possuem uma senha na etiqueta do produto que, ao ser
em países em desenvolvimento também é outro ponto
digitada no site do Carrefour, permite que o cliente vi-
forte da UBABEF.
sualize as informações do animal abatido (processo de
Outra associação nacional presente no Workshop
criação, alimentação, dia de abate, veterinário responsá-
NFT foi a Associação Brasileira das indústrias Exporta-
vel, nome da fazenda em que foi criado, além da identi-
doras de Carne (ABiEC). Por meio de seu presidente, o
ficação do frigorífico). Os núcleos de produção de carne
sr. Antonio Jorge Camardelli, a ABiEC apresentou um
bovina estão nos estados de São Paulo, Mato Grosso do
“Panorama das Exportações e Perspectivas” para a pro-
Sul e Rio Grande do Sul, totalizando um número de três
dução de carne brasileira. Camardelli acredita que há a
frigoríficos que recebem animais de 224 fazendas. Se-
necessidade de abrir o mercado nacional para os países
gundo o gerente, a operação brasileira tornou-se refe-
asiáticos e completa: “não dá para produzir a carne e só
rência no grupo Carrefour.
depois decidir para onde exportar. Os países têm exigên-
Durante o evento, colaboradores da rede convida-
cias diferentes, o que significa custos diferentes”.
NT #5 29
 NOTíCiAS

A PAlAVRA DOS
PRêMiO NElSON PiNEDA
oS 40 GANHADoRES
Confinamento Estiva (SP), Agropecuária
Fazenda Brasil (MS), Agropecuária VENCEDORES
Maragogipe (MS), Arapé Agroindústria

RECoNHECE oS
(MG), Cooperativa dos Plantadores de Cana
do Estado de São Paulo (SP), Estrela do
Araguaia (GO), Confinamento Perecis (MT),
Fazenda Nossa Senhora das Graças (MS),
Fazenda Estância monte Alegre – Barretos (SP)
“Ser reconhecida com o índice ‘Excon’ e o ‘Destaque Susten-
tabilidade’ é, para a Fazenda Estância Monte Alegre, resultado de
um árduo trabalho de equipe, realizado com comprometimento

DESTAQUES DA
Fazenda Barranco Vermelho (MS), Fazenda
Bonanza (MT), Fazenda Cachoeirão (MS),
Fazenda Califórnia Confinamento (GO),
Fazenda Canadá (GO), Fazenda Conforto
e dedicação, sempre amparado de parcerias como a Nutron Ali-
mentos e Minerva S/A”, declara André luiz Perrone dos Reis.
Para ele, receber premiações criadas em homenagem a
Nelson Pineda é uma grande responsabilidade. “Falar de Nelson

PECUáRiA NACioNAl
(GO), Fazenda Fartura Agropecuária
Sampaio (GO), Fazenda Gamada (MT),
Fazenda Grama (MG), Fazenda ibiúna (SP),
Fazenda itape (GO), Fazenda lago Azul (GO),
Fazenda Mathovy (MT), Fazenda Moreira
Pineda é falar de um homem visionário, que buscava novos ho-
rizontes, prezando sempre uma gestão eficiente e sustentável.
Um exemplo de diversidade de negócios, respeito e sucesso no
agronegócio nacional. Receber um prêmio com este nome é
uma grande honra.”

Vencedores falam sobre a importância de seguir o Salles (PA), Fazenda Paiolão (MS), Fazenda
Passagem Boa (MS), Fazenda Planalto
legado de um grande defensor da pecuária sustentável Verde Vi (MG), Fazenda Ponderosa (MG),
Fazenda Rancho Alegre (MT), Fazenda Santa
Bernadete (PA), Fazenda Santa Helena
Um dos eventos mais importantes promovido durante a Feicorte 2011 foi a entrega do Prêmio Nelson Pine- (PR), Fazenda Santa Rosa (SP), Fazenda
da Excelência em Confinamento, que anunciou os destaques nacionais na noite de 14 de junho. São José (SP), Fazenda São lucas (GO),
O Prêmio, que é uma iniciativa do Agrocentro, Assocon – Associação Nacional dos Confinadores e Scott Fazenda São Paulo (SP), Fazenda Três
Consultoria foi uma ação do Espaço Carne para incentivar as boas práticas do confinamento no Brasil. Pontes (SP), Confinamento Estiva (SP),
Em sua primeira edição foram revelados os 40 confinamentos mais eficientes do país e os 10 confinamen- Fazenda Vale Formoso (MT), Good Old Boys
tos que se destacaram em sustentabilidade e bem-estar animal em seu processo produtivo. Os itens de pre- Ranch (MS), Fazenda Vera Cruz (GO), Macaé
miação foram os índices Excon (Excelência em Confinamento), Sustentabilidade, Problemas Sanitários, Peso Confinamento (GO).
Médio dos Animais, e Maior Confinador. O primeiro colocado em cada item ganhou uma viagem para conhecer
o confinamento JBS nos Estados Unidos. 10 mAiS Em SUSTENTABiliDADE
Confinamento Estiva (SP), Confinamento
Monte Alegre (SP), Cooperativa dos
Plantadores de Cana do Estado de São
Paulo (SP), Fazenda Bonanza (MT),
Fazenda Canadá (GO), Fazenda lago Azul
(GO), Fazenda Planalto Verde Vi (MG),
Mantiqueira Agronegócios ltda. (MG),
Marca Agropecuária ltda. (MT) e Vera Cruz
Confinamento (GO).
A Estância Monte Alegre é certificada EUREPGAP, hoje
GlOBAlG.A.P, desde 2002 e habilitada ao mercado comum
europeu “lista Traces” desde 2009, tendo como prioridade em
sua gestão a busca constante por inovações e melhores resul-
tados, além da contínua preocupação com a sustentabilidade e
a meta de conquistar a certificação da ISO 14001. “Tenho uma
visão muito crítica sobre tudo o que fazemos. Não podemos nos
contentar com bons resultados, pois sempre há o que melhorar.
A busca pela excelência não termina nunca”, diz André.
Ele lembra que desde o início do confinamento as ações para
preservação do solo, utilização da água e destino dos subprodutos
já faziam parte da cultura familiar da empresa, e que elas continu-
aram, ao longo do tempo, sendo desenvolvidas e aprimoradas. “Te-
mos muito a aprender, muito trabalho pela frente e muito também
a nos espelhar no Sr. Nelson Pineda. Este reconhecimento recebido
através destas premiações foi muito importante e nos trouxe uma
motivação ainda maior para trabalharmos cada vez mais.”

PREmiADoS Com A ViAGEm

AoS EUA

Renata Campanelli Moreira

Confinamento Estiva, Fazenda Estância
Monte Alegre, Fazenda Planalto Verde Vi,
Fazenda Bonanza e Fazenda Conforto.

30 NT #5 NT #5 31
 Confinamento Estiva – Novo Horizonte (SP)
“É um grande prazer para nós receber um prêmio
com o nome deste grande pecuarista, que além de ser
um exemplo de criador, também se tornou um parceiro
do grupo pela qualidade de seu trabalho como seleciona-
dor”, declara Thiago quadros Maluf Pereira, supervisor do
Confinamento Estiva de Novo Horizonte, um dos grandes
clientes da Nutron Alimentos vencedor dos índices ‘Ex-
Con’, ‘Melhor Média de Peso’ e ‘Destaques de Sustenta-
bilidade’.
Thiago acredita que o Prêmio Nelson Pineda seja uma
importante ferramenta para estabelecer parâmetros de
produtividade dentro da pecuária intensiva nacional,
além de proporcionar uma maior aproximação entre os
profissionais envolvidos. “Mais do que isso, acreditamos
que representa uma motivação extra para o aperfeiçoa-
mento do sistema de confinamento, através da aplicação
de novas tecnologias e profissionalização contínua deste
sistema.”
Para o Grupo Estiva, a credibilidade dos organizadores
e o alto nível dos participantes inscritos fazem com que
o reconhecimento recebido seja ainda mais significante.
“Este reconhecimento veio para premiar todos os colabo-
radores do Grupo Estiva que estão envolvidos com a ati-
vidade, e através do esforço dos mesmos, pretendemos
manter esta posição por inúmeras edições.”
Thiago lembra que Nelson Pineda foi o grande pionei-
ro responsável pelo início da transformação da imagem
da pecuária brasileira frente a seus críticos, deixando um
32 NT #5
legado permanente e uma bandeira a ser defendida pela
empresa, que é a prática da pecuária sustentável. “Dentro
da atividade de confinamento, são aplicadas as mesmas
práticas de sustentabilidade que norteiam as ações e o
trabalho da Usina São José Estiva. Nosso conceito de sus-
tentabilidade pode ser equiparado ao legado de Pineda:
temos grandes preocupações e ações condizentes para
a preservação do ambiente no qual estamos inseridos,
com o conforto e o bem-estar dos animais, nos quais se
baseiam nosso negócio e com a satisfação e melhoria da
qualidade de vida dos colaboradores, indispensáveis para
a execução de nossos projetos”, diz.
O Confinamento Estiva recebeu avaliações positivas
quanto à mão de obra especializada e devidamente ca-
pacitada para as atividades necessárias (profissional com
graduação, funcionários com treinamento de manejo
racional e utilização de maquinários, produtos químicos
com possíveis riscos à saúde humana e animal, adequa-
ção da propriedade à legislação vigente e licenciamento
ambiental, ambiente livre de pragas, disponibilização de
sanitários aos funcionários próximos ao local de trabalho,
informação aos mesmos sobre práticas de higiene pesso-
al e saúde pública, equipe de CiPATR devidamente treina-
da, brigada de incêndio e primeiros socorros, e facilitação
ao estudo de filhos de funcionários. “Fora os quesitos
avaliados, temos outros inúmeros benefícios para nossos
colaboradores, que se tornaram ao longo dos anos como
obrigações morais nossas, melhorando a qualidade de
vida e o ambiente de trabalho”, conclui.
Fazenda Conforto – Nova Crixas (Go)
Campeã no índice de ‘Maior Confinamento’, a Fazen-
da Conforto é ainda reconhecida como o maior confi-
namento do ano de 2010 e o que mais exportou para a
União Europeia, segundo dados do Sisbov - Sistema Bra-
sileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina
e Bubalina. Em seu sexto ano de confinamento, a empre-
sa atinge a marca de 72 mil bois confinados.
Para Claudio Braga, gerente administrativo da Fa-
zenda, o Prêmio Nelson Pineda traz valorização aos
confinadores que preservam o meio ambiente, fazendo
um negócio sustentável. “A Fazenda Conforto fica mui-
to satisfeita e lisonjeada de receber este prêmio. É um
confinamento reconhecido não só pela quantidade de
animais, mas também pela qualidade da produção. Um
dos itens mais trabalhados, em prol da pecuária, é a pro-
dução sem agressão ao meio ambiente – uma linha de
produção obrigatória do confinamento. Tem áreas de
pasto irrigado com água coletada das represas, projeto
de decantação dos resíduos, compostagem de esterco,
entre outros”, explica. “Assim, nada mais justo para a Fa-
zenda Conforto do que receber esse prêmio. Ele coroa
um trabalho feito com responsabilidade e mostra que
estamos no caminho certo.”
Braga revela que a empresa sustenta a cultura de
que não é preciso desmatar e degradar o meio ambiente
para produzir, e que o confinamento não deve crescer
mais para não exceder a demanda. “Não adianta ter o
produto se não tiver quem comprar, do contrário, isso
acarreta em prejuízo. Deve-se primeiro entender o que
o mercado deseja para, então, tocar a produção. Ren-
tabilidade e agilidade são essenciais para o negócio. O
custo é alto, portanto, se não souber produzir, vai haver
prejuízo.”
Fazenda Canadá – Jussara (Go)
Para a Fazenda Canadá, um dos 10 destaques em
sustentabilidade, o Prêmio Nelson Pineda é o reconheci-
mento ao trabalho de toda equipe e de parceiros diaria-
mente envolvidos. “É, sem dúvida alguma, um estímulo
enorme para buscarmos sempre a conquista de nossas
metas”, resume Diéde loureiro, gerente geral do esta-
belecimento.
loureiro explica que o grupo busca realizar um
trabalho altamente sustentável, com total integração
entre agricultura e pecuária, por meio de várias ações:
treinamentos e metas pré-estabelecidas de premiação
para nossos funcionários, que trazem um horizonte de
estímulo e crescimento para os integrantes desse pro-
cesso; busca do desenvolvimento genético dos animais
e sua capacidade de produção. Nesse sentido, lourei-
ro afirma que mais de 95% dos animais são abatidos
como superprecoces, entre 11 e 14 meses de idade. “São
ações conjuntas de treinamentos periódicos de equipe,
manejo total através dos preceitos de bem-estar animal,
controles de pragas, efluentes, manejo sanitário preven-
tivo, produção de alimentos de qualidade, cuidados com
a preparação de um ambiente favorável para o sucesso
do trabalho de nossos colaboradores; respeito aos fun-
cionários e parceiros comerciais envolvidos no trabalho
e monitoramento de profissionais qualificados (veteriná-
rio, agrônomo e zootecnista), orientando o correto de-
senvolvimento das atividades.”
loureiro diz que ganhar um prêmio que homenageia
Nelson Pineda “é um motivo de imenso orgulho, pois ele
sempre foi um homem fiel aos seus conceitos de susten-
tabilidade e desenvolvimento, que procuramos seguir em
nosso dia-a-dia. O legado dele na produção sustentável,
diversificada e qualificada, sempre será um ideal a ser
seguido por todos nós envolvidos na cadeia produtiva de
carne. Portanto, receber um prêmio como este nos traz
uma imensa satisfação de saber que estamos seguindo
o caminho correto.”
NT #5 33
 Vera Cruz Agropecuária – Goianésia (Go)
O reconhecimento pelo trabalho de toda uma equipe
operacional junto à diretoria e às empresas parceiras que,
com extrema dedicação, buscaram juntos ser referência
no negócio de confinamento brasileiro é um dos motivos
que mais orgulham a Vera Cruz Agropecuária. Ao ser um
dos premiados no Prêmio Nelson Pineda, o confinamento
mostrou que é destaque na produção sustentável. “É, sem
dúvida, uma grande honra para a Vera Cruz Agropecuária
ser merecedora do Prêmio Nelson Pineda, pecuarista que
foi grande nome da atividade. O prêmio é fator motivador
para continuarmos a caminhada dele, fazendo uma pecu-
ária de corte sustentável economicamente, respeitando
o meio ambiente e valorizando as pessoas”, afirma Fabio
Maya, gerente de pecuária do estabelecimento.
Assim como Nelson Pineda, a Vera Cruz Agropecuária
sempre teve a responsabilidade social e ambiental como
compromisso de todos os seus negócios. No confinamen-
to a preservação do meio ambiente envolve ações como
a recomposição das matas ciliares com espécies nativas,
plantio de espécies florestais para mitigar efeitos de odor
e poeira, coleta e tratamento dos efluentes líquidos para
uso na irrigação de pastagens e destinação do esterco dos
currais para a produção de composto usado na adubação
das lavouras de cana-de-açúcar, seringueira e pastagens
do estabelecimento. Dentre as ações sociais, podem ser
destacados o apoio ao ensino fundamental dos colabo-
radores, suas famílias e comunidade, planos de saúde e
odontológico, bolsas de estudo para ensino técnico e su-
perior e clube para lazer dos colaboradores.
Fabio acredita que a sustentabilidade, para a Vera Cruz
Agropecuária, é vista de uma forma ampla. “O conceito é
entendido por todos nós como essencial para a perpetu-
ação do negócio da pecuária. Preservação e desenvolvi-
mento não são incompatíveis, são complementares. Ter
um negócio sustentável significa, além de uma responsa-
bilidade social e ambiental, produzir de maneira eficiente
34 NT #5
usando menos recursos (terra, matérias-primas e água)
para melhores resultados.” Para isso, o uso intenso de no-
vas tecnologias com bom manejo através de ferramentas
de gestão são essenciais e fazem parte também das ações
do grupo. No campo do bem-estar animal as práticas de
manejo racional de bovinos já fazem parte da rotina do
confinamento desde 2007. “Isso envolve a adequação da
infraestrutura, o treinamento de novos colaboradores e a
reciclagem periódica de toda a equipe quanto às práticas
de manejo que garantem mínimo estresse animal no am-
biente de confinamento”, explica.
O melhoramento genético também é destaque da
fazenda e grande potencializador da melhoria de resulta-
dos dentro do confinamento da Vera Cruz Agropecuária.
A empresa realiza ciclo completo em pecuária de corte,
fazendo a cria, recria e posterior terminação dos animais
em confinamento. “Cientes do diferencial que animais me-
lhorados geneticamente podem trazer no confinamento,
temos um trabalho intenso de iA e iATF nas fazendas de
cria, com o uso de sêmen de animais provados. Além dis-
so, participamos do programa de melhoramento genético
PAINT, identificando através dele os animais superiores
do rebanho para multiplicação como touros e matrizes.
Esses animais superiores geneticamente são também dis-
ponibilizados para venda a demais pecuaristas da região.
Como Nelson Pineda, acreditamos que o melhoramento
genético é ferramenta essencial para melhoria da ativida-
de como um todo”, ressalta o gerente.
Apesar de tantos motivos suficientes para garantir o
prêmio, a Vera Cruz Agropecuária considera as parcerias
um fator essencial para o sucesso. “Se fomos dignos de
destaque, recebendo dois prêmios Nelson Pineda, deve-
mos isso também aos nossos parceiros – e entre eles me-
rece especial referência a Nutron Alimentos – que sempre
estiveram ao nosso lado nas diversas iniciativas imple-
mentadas em busca da sustentabilidade ambiental, social,
técnica e econômica no nosso negócio”, finaliza Fabio.
 NOTíCiAS
Balde de Ouro: ouro
NOViDADES
para a Feileite 2011
Sucedendo a Feicorte, Feileite promete bons negócios para os
produtores do setor lácteo
Depois do sucesso da 17ª Feicorte, que superou todas as expectativas,
principalmente no que se refere à qualidade do público, expositores e ani-
mais em exposição, os preparativos para a Feileite - Feira internacional da
Cadeia Produtiva do leite já estão a todo vapor.
Para esta edição, o Agrocentro Empreendimentos, empresa que or-
ganiza o evento, já está preparando algumas novidades. A principal delas
é a realização da 2ª edição do Troféu Balde de Ouro. “Já contamos com
a confirmação das empresas mais expressivas do setor e com número
recorde de animais”, afirma Carla Tuccilio, gerente do Agrocentro.
Para visualizar a programação completa da Feileite e saber de todas
as novidades, acesse o site www.feileite.com.br.
36 NT #5
Troféu
balde de
2011
Feileite – 5ª Feira internacional
da Cadeia Produtiva do leite
Data: 31 de outubro a 4 de
novembro de 2011
local: Centro de Exposições
imigrantes - São Paulo
Entrada Gratuita
Uma década
de bons negócios
leilão Santa luzia completa 10 anos com edição
comemorativa e venda recorde
A Fazenda Santa luzia, em parceria com a Embral leilões, deixa um
marco na história dos leilões de fêmeas chegando ao 10º Grande leilão
Anual Girolando. Realizado no dia 30 de abril na Fazenda Santa luzia, em
Passos (MG), berço da raça Girolando no Brasil, o evento deste ano contou
com mais um dia de remates com a Noite de Gala Santa luzia, realizada
na noite anterior, em comemoração aos 10 anos de leilões realizados pelo
Grupo.
“O leilão Santa luzia já se tornou referência positiva para o merca-
do e é hoje um dos principais leilões da raça Girolando no país, tanto em
número de animais quanto na qualidade ofertada”, ressalta Maurício Co-
elho, um dos proprietários da Fazenda Santa luzia. E foi no tradicional
remate, comandado por Maurício Coelho e família, que a raça Girolando
teve novo recorde mundial de valorização da raça: R$ 292.800,00 na
venda de 50% da vaca Olinda Osmond Santa luzia, uma Girolando ½
Sangue, comprada por Adolf Arno Edelhoff Filho, proprietário da Fazenda
Natividade em Rio das Flores (RJ).
Para os organizadores do evento, o leilão Santa luzia de 2011 só trou-
xe boas notícias. Os remates tiveram médias de R$ 21.930,16 na venda de
28 animais na Noite de Gala – com destaque para as vacas, que atingiram
R$ 36.080,00 de média – e R$ 7.488,44 para 301 animais vendidos no 10º
Grande leilão Anual Girolando Fazenda Santa luzia. O faturamento total
dos dois dias de evento ultrapassou os R$ 2 milhões.
Maurício afirma que o sucesso do evento este ano terá bons reflexos
nas próximas edições. “Ficou muito claro para nós, da Fazenda Santa
luzia, o reconhecimento e a confiança que o mercado tem com a nossa
fazenda, tendo em vista o número de animais adquiridos em ambos os
leilões. Além disso, muitos compradores ofereceram acordos de parceria
com a Santa luzia para exposições e venda de material genético”, conta
o proprietário da fazenda. Em função do resultado alcançado, a Noite de
Gala deverá estar inserida na programação de 2012 do 11º leilão tradicio-
nal da Fazenda Santa luzia.
Os dois remates tiveram assessoria rural de Agnaldo lellis, Boi e Celso
Menezes e transmissão ao vivo do canal Terra Viva. A Nutron foi uma das
empresas patrocinadoras do evento.
NT #5 37
 NOTíCiAS
Parceria Master com a Associação Brasileira
dos Criadores de Girolando
lEVA PARCEiROS
NA MEGAlEiTE 2011
Empresas marcaram presença em um dos mais importantes
eventos da pecuária leiteira do Brasil
O ano de 2011 já trouxe muitas boas novidades, mas
o segundo semestre está só começando. Dentre tantas
mudanças positivas ocorridas na organização da empre-
sa e na grade de eventos que participa, a Nutron, Par-
ceira Master da Associação Brasileira dos Criadores de
Girolando, esteve presente na Megaleite 2011, evento que
é considerado uma das maiores feiras de leite do Brasil.
A oitava edição da exposição aconteceu entre os dias 26
de junho e 3 de julho no Parque de Exposições Fernando
Costa, em Uberaba (MG).
A feira, promovida pela própria associação, reúne vá-
rias raças leiteiras do Brasil, e este ano sediou as principais
exposições das raças: 22ª Exposição Nacional de Girolando,
13ª Exposição Nacional do Gir leiteiro, 5ª Mega Regional
38 NT #5
da Raça Sindi e Mostra de Cruzamentos, Mostra Especial
de Guzerá leiteiro, 2ª Mostra Especial indubrasil leiteiro e
Mostra Especial de Bubalinos.
Pelo primeiro ano a Associação Brasileira dos Criado-
res de Girolando realizou a Parceria Master com algumas
empresas do setor, com o objetivo de chamar a atenção
de empresas dos mais diversos setores da pecuária para a
feira que se aprimora mais e mais a cada ano. A Nutron foi
a primeira empresa a firmar a parceria com a associação e
levou pela primeira vez o seu estande para o evento. Para
Rogério isler, gerente regional de negócios leite da Nutron,
que esteve presente no evento, o resultado desta participa-
ção foi um sucesso. “A Nutron identificou na Megaleite uma
ótima oportunidade de expandir os negócios com criado-
res. O contato com nossos clientes e prospectos foi a priori-
dade e o resultado foi excelente”, afirma.
A feira recebeu visitas de criadores brasileiros e es-
trangeiros, e contou com mais de dois mil animais na
disputa pelos grandes campeonatos de várias raças,
como Girolando, Gir leiteiro, Sindi, Guzerá, indubrasil,
Pardo-Suíço e Búfalos. O alto número de visitantes da
feira e do estande da Nutron mostra a força das raças,
cada vez mais expressivas no mercado. “Os leilões estão
alcançando índices surpreendentes. Os criadores dessas
raças, principalmente de Girolando, estão comprovando
que investir no potencial genético do rebanho é um ca-
minho para obter melhor resultado produtivo e maior
lucratividade com venda de animais, importante retorno
financeiro para atividade leiteira”, explica Rogério.
Além dos julgamentos, a Megaleite 2011 apresentou
leilões, shoppings de animais, torneiro leiteiro, cursos, de-
bates, e atividades socioeducativas. Este ano, a maior no-
vidade ficou por conta do Projeto Megaleite Sustentável,
uma proposta da Associação Brasileira dos Criadores de
Girolando para demonstrar toda a prática da sustentabili-
dade dentro do contexto pecuário, adotando uma série de
medidas para fazer da Megaleite uma feira em sintonia com
o meio ambiente. A Nutron está satisfeita com o resultado
dessa parceria. “Se depender de nós, estaremos presentes
nas próximas edições. A feira se torna, cada vez mais, um
negócio extremamente promissor. A organização está de
parabéns”, finaliza o gerente regional.
NT #5 39
 NOTíCiAS

intervet/Schering-Plough Animal
CONSUlTORiA Health passa a se chamar
Novo serviço
Bigma Consultoria

ESTRATÉGiCA MSD Saúde Animal

PERMANENTE Empresa apresenta marca para a nova identidade
A divisão Animal Health da Merck, conhecida como
intervet/Schering-Plough Animal Health, anunciou no
dia 29 de junho o novo nome da unidade, que agora
passa a se chamar MSD Saúde Animal.
“A mudança do nome reflete o compromisso da
Merck com a saúde animal e seu papel complementar
dentro do negócio como um todo”, declara Raul ko-
han, CEO da Merck Animal Health. “Estamos firmes
em nosso compromisso com veterinários, produtores,
proprietários de animais de estimação e com a socie-
dade em geral. Pretendemos gerar valor agregado
e crescimento sustentável ao continuar fornecendo
soluções integradas com produtos inovadores para
a saúde animal e serviços que atendam às crescen-
tes necessidades de nossos clientes. Com o suporte
cos. Em 2010, a divisão gerou $2,9 bilhões em ven-
das em nível mundial.
A Merck valoriza a diversificação que a MSD
Saúde Animal traz ao seu portfólio e identifica
oportunidades de crescimento para o negócio que
podem ser aproveitadas nas áreas de saúde animal
e humana. A empresa pretende aproveitar o portfó-
lio amplo e inovador da MSD Saúde Animal daqui
para frente e também desenvolver a unidade, a fim
de torná-la líder mundial em saúde animal. “Com a
marca que volta ao mercado brasileiro, tenho certe-
za que iniciaremos uma nova era. Temos como ob-
jetivo voltar a liderar o mercado de saúde animal”,
declara o diretor-presidente da MSD Saúde Animal,
Vilson Antonio Simon. A mudança de nome segue

Bigma Consultoria César Machado - Agrostock

Um dos objetivos da Bigma Consultoria é dar suporte
às empresas do setor produtivo em suas decisões estra-
tégicas. Nesse sentido, em parceria com a Agroconsult,
a Bigma Consultoria está lançando um serviço de con-
sultoria permanente para as empresas que trabalham
diretamente com pecuária.
Dentre o escopo básico, destacam-se:
- atualização de cenários de curto e médio prazo
para os produtos pecuários: bovinos de corte, leite, suí-
nos e frangos;
- apoio, com subsídios, para a formulação de deci-
sões nos departamentos de inteligência das empresas;
- diante dos cenários construídos, apresentação dos
prováveis impactos sobre cada um dos elos da cadeia
produtiva;
- análise do comportamento de indicadores estra-
tégicos, como relações-de-troca, níveis de rentabilida-
de, nível tecnológico, condições das pastagens, oferta,
perspectivas para os meses seguintes, atualizações es-
tatísticas;
- análise do comportamento de outros mercados
voltados aos produtores rurais, como grãos, fertilizan-
tes, máquinas e crédito.
O produto, inovador no mercado, conta ainda
com reuniões por períodos pré-determinados, atu-
alizações mensais, relatórios dinâmicos de acordo
com os fatos da atualidade e fornecimento de banco
de dados com estatísticas nacionais e internacio-
nais. Além da qualidade estatística das informações
– cuja base de dados reúne diversas fontes nacionais
e internacionais – um dos maiores benefícios para
o cliente é manter a sua equipe de inteligência de
mercado focada nas decisões, e não na captação de
informações.
científico e comercial da Merck, a MSD Saúde Animal
possui a combinação necessária de recursos para
aperfeiçoar a sua posição como líder da indústria.”
o anúncio conjunto feito pela Merck e Sanofi-Aven-
tis em 22 de março de 2011, que encerrou os planos
de criação de um novo empreendimento conjunto
A MSD Saúde Animal é líder mundial em pesqui- de saúde animal. Ambas as empresas decidiram, de
sa, desenvolvimento, produção e vendas de medica- comum acordo, interromper o seu plano, principal-
Vilson Antonio Simon
mentos e vacinas veterinárias, com forte presença mente devido à crescente complexidade na imple-
diretor-presidente da
no segmento de produtos biológicos e farmacêuti- mentação da transação proposta. MSD Saúde Animal
Sobre a mSD Saúde Animal
A Merck é hoje a líder mundial em assistência à saúde, trabalhando
para ajudar o mundo a viver bem. A unidade Animal Health, conhecida
agora como MSD Saúde Animal, é a unidade de negócios global
de saúde animal da Merck. Essa unidade oferece a veterinários,
fazendeiros, proprietários de animais de estimação e governos a mais
ampla variedade de produtos farmacêuticos veterinários, vacinas
e soluções e serviços de gerenciamento de saúde. A MSD Saúde
Animal se dedica a preservar e melhorar
shaping a saúde,
tomorrow’s o bem-estar e o
nutrition
desempenho dos animais, investindo extensivamente em recursos
de pesquisa e desenvolvimento amplos e dinâmicos e em uma rede
de suprimentos global e moderna. Está presente em mais de 50
países e seus produtos estão disponíveis em 150 mercados. Para mais
informações, visite www.msd-saude-animal.com.br.

40 NT #5 NT #5 41
 NOTíCiAS
CAMPANHA DO MOViMENTO
“SOU AGRO”
VAi ATÉ OUTUBRO
O agro brasileiro responde por 25% do PiB do país
e garante o superávit da balança comercial
Foi lançada no dia 18 de julho, pela agência Nova/SB nos
principais veículos de comunicação do país, a campanha do
movimento “Sou Agro”, que será estrelada pelos atores lima
Duarte e Giovanna Antonelli.
O objetivo do movimento, que se estenderá até outubro, é
destacar a importância do agro e sua conexão com o dia a dia
da sociedade, por meio de peças publicitárias em emissoras de
tevê e rádio, revistas, internet, cinema e mídia eletrônica em ele-
vadores. Serão seis filmes de tevê e cinema e 12 spots de rádio.
Na internet, a campanha conta com o portal www.souagro.com.
br, que tem como foco o público urbano, e a Rede Agro, que apre-
senta conteúdo acadêmico e direcionado ao setor.
O que se pretende é reposicionar a imagem do agro na-
42 NT #5
quarta edição do
RElATóRiO DE TERRAS
da Scot Consultoria
O mercado de commodities agrícolas, favorecido pelo crescimento da demanda mundial por
alimentos e combustíveis renováveis, tem movimentado o mercado de terras em todo o país, e é
diante desse panorama que a Scot Consultoria lança o 4º Relatório de Terras.
Nesta edição a Scot Consultoria amplia a base de dados, atualiza o mercado e os preços de
acordo com a conjuntura vigente e promove melhorias no layout, facilitando as consultas. O relató-
rio traz informações sobre o mercado de terras agrícolas e de pastagens na Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
O objetivo é transmitir ao leitor uma visão ampla, através de análises conjunturais e demonstra-
tivos de preços nas regiões dos estados listados. O relatório permite uma análise rápida, a fim de
auxiliar nas decisões. Para mais informações, acesse a seção loja virtual em www.scotconsultoria.
com.br ou ligue para 17 3343 5111.
cional na sociedade brasileira, destacando suas contribuições
positivas, como a geração de empregos e renda, o alto pa-
drão tecnológico, a garantia do abastecimento interno com
contribuições ao aumento do poder de compra das famílias,
num papel histórico para o desempenho positivo da balança
comercial e para o desenvolvimento do Brasil.
O amplo movimento tem o apoio e a participação de em-
presas, entidades representativas do setor e produtores ru-
rais. O Ministério da Agricultura classificou a ação de inédita,
considerando que “nunca antes todos os setores se uniram
e trabalharam de forma coordenada na promoção de sua
imagem de forma estruturada e sinérgica”. A expectativa é
de que a ação atinja 70 milhões de pessoas.
NT #5 43
 NOTíCiAS

UM PASSEiO PElAS
MEMóRiAS
Parque Histórico de Carambeí reúne lições da cultura
holandesa em atração turística repleta de lembranças dos
primórdios da agricultura e da pecuária do Paraná
Carambeí é um pequeno município do Paraná localizado a cerca de 125
quilômetros da capital do estado. Com população de aproximadamente 20 mil
habitantes, a cidadezinha guarda na sua história vestígios de uma colonização
europeia que gera frutos para a região até os dias de hoje. localizada na região
dos Campos Gerais do Paraná, é lá que hoje se encontra o Parque Histórico de
Carambeí, atração turística que reúne memórias dos primeiros registros da agri-
cultura e pecuária da região.
“A região dos Campos Gerais é voltada principalmente para a agricultura e
pecuária, e o desenvolvimento dos últimos anos se deve, em grande parte, aos
imigrantes holandeses que se estabeleceram na região e desenvolveram novas
tecnologias agrícolas, como é o caso do pioneiro Franke Dijkstra, um dos res-
ponsáveis pela implantação do ‘Sistema de Plantio Direto’ nos Campos Gerais. O
Parque Histórico de Carambeí é uma homenagem a esses pioneiros, que, apesar
das dificuldades, não desistiram de ganhar a vida cultivando terras brasileiras”,
explica Tarás Antônio Dilay, assessor de imprensa do Parque. Essa colonização,
aliada à sua posição estratégica, bem no meio do antigo Caminho das Tropas,
permitiu que Carambeí se desenvolvesse como um grande pólo produtor de la-
ticínios e pudesse comercializar sua produção.

Julio Cesar Souza

44 NT #5 NT #5 45

O Parque Histórico de Carambeí está
disposto em 100 mil metros quadrados,
sendo uma das maiores áreas museais
do país. Além de todas as recordações
práticas que o parque retoma, um capí-
tulo fundamental na história dos imigran-
tes holandeses também tem destaque no
histórico do local. Modelo econômico de
produção bastante utilizado hoje no setor
agropecuário, o cooperativismo motivou
o desenvolvimento da cidade de Caram-
beí e da região dos Campos Gerais. “Para
os idealizadores do parque, o cooperati-
vismo faz parte de um tripé fundamen-
tal para contar a história dos pioneiros
holandeses: fé, educação e cooperativis-
mo”, afirma Tarás.
Fundado no dia 2 de abril de 2011
durante a Festa do Centenário da imi-
gração Holandesa, o Parque Histórico
de Carambeí é um projeto cultural in-
tegrado à lei Rouanet e sustenta-se
através de doações e patrocínios de
pessoas físicas e jurídicas. O assessor
de imprensa do projeto ressalta que um
dos principais atrativos para os patro-
cinadores é a associação de sua marca
a um projeto com forte base agropecu-
ária, cultural e ambiental. O Parque é
composto por cinco alas que resgatam
marcos da colonização europeia reuni-
dos em museus e áreas de exposição.
Museu do Trator
Na primeira ala do Parque os visi-
tantes podem visitar o Museu do Trator
e implementos Agrícolas, que conta
com aproximadamente 20 exemplares
de tratores e 25 implementos agríco-
las. Tarás explica que o Paraná foi um
estado com forte presença de tratores
na lavoura nas décadas passadas, fato
favorável para a criação do museu. “Fe-
lizmente, mais um lugar que preserva
os velhos guerreiros que desbravaram
o chão brasileiro.”
A área de exposição desses trato-
res e implementos agrícolas convida o
visitante a viajar no tempo ao observar
máquinas antigas, que foram usadas
por alguns dos pioneiros da agricultura
regional, e preserva algumas das máqui-
nas e utensílios que ajudaram os holan-
46 NT #5
Josué Teixeira Julio Cesar Souza
deses a ser referência na agricultura.
No acervo, há exemplares das mar-
cas Massey Harris, John Deere, Allis
Chalmers, Ford, zetor, Hanomag, Co-
ckshutt, Farmall, Ferguson e David Bro-
wn, entre outros diversos implementos.
Parque das Águas
O Parque Histórico de Carambeí não
está completo. Ainda serão construídas
duas novas alas, e, entre elas, está o Par-
que das águas, espaço que pretende re-
tratar as principais tecnologias e soluções
holandesas no controle dos fluxos de água
para o desenvolvimento sustentável.
O projeto terá enfoque na Escola de
águas, visando parcerias com instituições
que trabalhem com tecnologia limpa.
Josué Teixeira Julio Cesar Souza
“Constituir uma Escola de águas para
fomentar o aprimoramento dos conhe-
cimentos sobre esse bem natural é uma
meta do Parque Histórico de Carambeí.
Associada à planta de águas, existirá uma
infraestrutura de fazenda, modelo mirim,
que permitirá a experiência sobre técni-
cas agropecuárias e suas repercussões
na ecologia humana”, conta Tarás.
Além dessas instituições, o Parque
já atua em parceria com o “Projeto Va-
mos Ler” através de oficinas de plantio
de árvores com crianças da rede pública
de ensino, visando a compensação de
carbono. Em função desse trabalho, o
Parque Histórico de Carambeí recebeu
recentemente o “Selo Carbono Neutro”,
Josué Teixeira Julio Cesar Souza
concedido pelo instituto de Responsabi-
lidade Socioambiental Chico Mendes.
PARqUE HiSTóRiCO DE CARAMBEí
Av. dos Pioneiros, 4050 – Carambeí
CEP 84145-000
Telefone: (42) 3231-5063
Horário de Funcionamento:
Terça a Domingo: 10h às 18h
Entrada:
Visitação da Vila Histórica: R$ 7,00
Visitação da Casa da Memória: R$ 3,00
Visitação de todas as áreas: R$ 10,00
NT #5 47
 Rafael Ribeiro de Lima Filho
é Zootecnista -
MERCADO 17 3343 5111
fax 17 3342 5590
scotconsultoria@scotconsultoria.com.br
Scot Consultoria.
Caixa Postal 14 / Bebedouro - SP / 14700 970
www.scotconsultoria.com.br

mERCADo
Figura 2
Veja na figura 2 o ê ndice Scot para o Custo de Produ• ‹ o da Pecu‡ ria de Leite. Considerando a mŽ dia
do primeiro semestre (linhas tracejadas vermelhas), os custos subiram 39,5% em 2011 em rela• ‹ o a ramento de US$44,8 milhões.
2010. Índice Scot para o custo de produção A queda em relação ao mesmo período de 2010 foi de
Figura 2. do leite. Base 100 = agosto de 1994 30,6% para o volume embarcado e de 44% para a receita.
ê ndice Scot para o custo de produ• ‹ o do leite. Base 100 = agosto de 1994
Já as importações cresceram 120% em valores, totalizando
US$318,9 milhões. O volume de leite e derivados importados au-

Do lEiTE:
mentou 36% em relação ao primeiro semestre de 2010.

Perspectivas para o segundo semestre

+39,5%
O mercado dá sinais que pode perder força em curto
prazo. A partir de agosto/setembro, com as chuvas, inicia-se
17 3343 5111 a safra de leite no Brasil Central e Sudeste.

cenário presente e perspectivas

fax 17 3342 5590
scotconsultoria@scotconsultoria.com.br
Caixa Postal 14 / Bebedouro - SP / 14700 970 No Sul, a produção deu sinais de recuperação em junho,
www.scotconsultoria.com.br
mas o frio e a geada que atingiram a região prejudicaram a
Fonte: Scot Consultoria Ð www.scotconsultoria.com.br produção. É esperada uma retomada da produção a partir

para os próximos meses

Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Bebedouro, 22 de julho de 2011, sexta-feira.
EXPORTA‚ Í ES E IMPORTA‚ Í ES DE Lç CTEOS
de julho/agosto.
Artigo para a revista NFT Alliance A expectativa para este ano é de que o pico de preço
O c‰ mbio desfavor‡ vel Ž a principal causa da redu• ‹ o das exporta• › es brasileiras de l‡ cteos este
MERCADO DO LEITE: CENç RIO PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA OS PRî XIMOS MESES produção subiram. E o pior: o aumento foi em proporções
ano. para o produtor ocorra no pagamento de julho, ao redor
O mercado do leite se manteve firme no primeiro semestre de 2011. Considerando a mŽ dia maiores
De janeiro quea junhoade alta
2011verificada para
o Brasil exportou omil
14,9 preço do em
toneladas leite. de
produtos l‡ cteos, o equivalente R$0,82 por litro (média nacional). Mas, dependendo das
a um faturamento de US$44,8 milh› es.
nacional, o pre• o ao produtor subiu 11,9% de janeiro a junho.
O milho está custando, em média, 70% mais que em perdas, o pico pode ocorrer em agosto.
O mercado do leite se manteve firme no primeiro se- A queda em rela• ‹ o ao mesmo per’ odo de 2010 foi de 30,6% para o volume embarcado e de 44%
Em 2010, o pico de preço ocorreu em maio, com o pro-
Figura 1
A alta ficou aquŽ m do verificado no mesmo per’ odo de 2010, quando o leite subiu 20,6%.
Entretanto, o mercado iniciou o ano com o leite cotado em um patamar mais elevado. Veja a figura 2010.
para a Os preços dos suplementos minerais subiram 21%.
receita.
mestre de 2011. Considerando a média nacional, o preço ao Preços do leite ao produtor, média dutor recebendo, em média, R$0,75 por litro de leite.
1. quem faz adubação das pastagens está pagando, em
J‡ as importa• › es cresceram 120% em valores, totalizando US$318,9 milh› es. O volume de leite e
produtor subiu 11,9% de janeiro a junho. nacional ponderada - em R$/litro Já a média do segundo semestre do ano passado fi-
Figura 1. média, 30% mais pelos adubos nitrogenados. A alta para
derivados importados aumentou 36% em rela• ‹ o ao primeiro semestre de 2010.
A alta ficou aquém do verificado no mesmo período de Pre• os do leite ao produtor, mŽ dia nacional ponderada - em R$/litro
cou em R$0,71 por litro. A expectativa para este ano, se-
osPERSPECTIVAS
fosfatados PARA e Opotássicos
SEGUNDO SEMESTRE foi, respectivamente, de 25% e
2010, quando o leite subiu 20,6%. Entretanto, o mercado gundo a Scot Consultoria, é de um preço médio maior que
13% na comparação
O mercado d‡ sinais que pode com
perder ofor•
ano anterior.
a em curto prazo. A partir de agosto/setembro, com as
iniciou o ano com o leite cotado em um patamar mais ele- janeiro/10 a junho/10: +20,6% chuvas, inicia-se a safra de leite no Brasil Central e Sudeste. o de 2010.
janeiro/11 a junho/11: +11,9% Veja na figura 2 o índice Scot para o Custo de Produção
vado. Veja a figura 1. Sul, a produ• ‹ o deu sinais de recupera• ‹ o em junho, mas o frio e a geada que atingiram a regi‹ o levando em conta uma desvalorização média de 1,5%
daNo Pecuária de leite. Considerando a média do primeiro
O preço médio do leite no primeiro semestre de 2011 foi prejudicaram a produ• ‹ o. ƒ esperada uma retomada da produ• ‹ o a partir de julho/agosto.
ao mês, de agosto a dezembro de 2011, a média de preço no
semestre (linhas tracejadas vermelhas), os custos subiram
de R$0,77/litro contra R$0,69/litro em igual período do ano A expectativa para este ano Ž de que o pico de pre• o para o produtor ocorra no pagamento de julho,
39,5%
ao redor em 2011por
de R$0,82 em relação
litro a 2010.
(mŽ dia nacional). Mas, dependendo das perdas, o pico pode ocorrer segundo
em semestre ficaria em R$0,80 por litro.
passado. Uma diferença de 11,5%. agosto. É preciso ficar de olho no consumo e nos preços dos
A crescente demanda por lácteos tem acirrado a con- lácteos no varejo. Uma demanda firme pode dar sustenta-
Exportações e importações de lácteos
Em 2010, o pico de pre• o ocorreu em maio, com o produtor recebendo, em mŽ dia, R$0,75 por litro
de leite.
corrência entre os laticínios. Muitas empresas diversifica- ção2 ao mercado.
O câmbio desfavorável é a principal causa da redução
ram e expandiram o seu mix de produtos, aumentando a Por fim, a Scot Consultoria trabalha com uma estimati-
das exportações brasileiras de lácteos este ano.
demanda por leite. va de 31,5 bilhões de litros de leite produzidos em 2011, con-
De janeiro a junho de 2011 o Brasil exportou 14,9 mil
O problema para o produtor em 2011 é que os custos de Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br siderando a produção formal e informal. isto significa 1,8%
Fonte: Scot Consultoria Ð www.scotconsultoria.com.br
toneladas em produtos lácteos, o equivalente a um fatu-
mais que em 2010.
O pre• o mŽ dio do leite no primeiro semestre de 2011 foi de R$0,77/litro contra R$0,69/litro em
igual per’ odo do ano passado. Uma diferen• a de 11,5%.

A crescente demanda por l‡ cteos tem acirrado a concorr• ncia entre os latic’ nios. Muitas empresas
diversificaram e expandiram o seu mix de produtos, aumentando a demanda por leite.

O problema para o produtor em 2011 Ž que os custos de produ• ‹ o subiram. E o pior: o aumento foi
em propor• › es maiores que a alta verificada para o pre• o do leite.

O milho est‡ custando, em mŽ dia, 70% mais que em 2010. Os pre• os dos suplementos minerais
subiram 21%.

Quem faz aduba• ‹ o das pastagens est‡ pagando, em mŽ dia, 30% mais pelos adubos nitrogenados. A
alta para os fosfatados e pot‡ ssicos foi, respectivamente, de 25% e 13% na compara• ‹ o com o ano
anterior.
César Machado - Agrostock

48 NT #5 NT #5 49

MERCADO
MANTENDO O
AVANçO DO
CONSUMO DE
CARNES
Durante todo o período do plano Real,
o consumo per capita de carnes saltou de
55 para os atuais cerca de 100 quilogra-
mas por ano (em 2010). Consideramos
apenas as carnes suína, bovina e de fran-
go nessa análise.
A estabilidade da moeda, assim como
o avanço da economia brasileira, é um dos
fatores que proporcionaram esse salto no
consumo. Mas não se deve esquecer os
avanços tecnológicos no campo, que torna-
ram os alimentos mais acessíveis e de me-
lhor qualidade para o consumidor.
Nesse quesito, o principal destaque é
para a carne de frango, que durante os 17
anos de plano Real operou uma verdadei-
ra revolução tecnológica, permitindo que
o consumo per capita saltasse dos 18 qui-
logramas por ano, em 1994, para os 44,50
quilogramas por ano em 2010.
Foi a carne que mais avançou.
50 NT #5
Maurício Palma Nogueira
é Engenheiro Agrônomo e
Diretor da Bigma Consultoria.
Em termos de tecnologia, a suinocultura andou pratica- ne suína a previsão também é de redução, em torno de
mente de mãos dadas com a avicultura. No entanto, o pou- 2,6%. No caso do frango, a estimativa é de aumento em
co avanço do consumo no Brasil esbarra mais em fatores torno de 6%.
culturais do que na acessibilidade. O brasileiro consome, em No final, é o balanço entre produção e exportações que
média, apenas 14 quilogramas por ano de carne suína. define as alterações na disponibilidade interna. Embora co-
A carne bovina goza da maior preferência por parte do erentes com o cenário até meados do ano, as estimativas
consumidor brasileiro. Mesmo assim, o consumo avançou ainda precisavam passar por seis meses de prova até o fe-
apenas 32% entre 1994 e 2010, atingindo hoje o volume chamento de 2011.
médio de 40,5 quilogramas por habitante ao ano. Voltando aos avanços do consumo de carne pela po-
Já chegou a 46 quilogramas em 2006, quando os pre- pulação brasileira, é preciso lembrar que 2011 é caracteriza-
ços da carne bovina experimentam os valores mais baixos, do por uma alteração do cenário global no equilíbrio entre
no vale do ciclo pecuário. oferta e demanda.
Observe, na figura 1, a evolução do consumo per capita literalmente a produção de alimentos parece estar nave-
em todo o período. gando por águas desconhecidas. Hoje vivemos um choque
de demanda, com uma população global querendo consu-
Figura 1 mir mais do que o mundo pode ofertar, no momento.
Evolução da disponibilidade per O reflexo deste cenário é a alta nos preços das commo-
capita de carne bovina, suína e de frango em !"#$%&'(&)*$+#,-)#$.#,,#/$&*0$123$4$5#,6)7$8*9:#
8#:#$;,#&-#$4$<.
1=>22?222
dities, especialmente do milho - o produto mais demanda-
quilograma/habitante/ano
$@)A7#B@)A7#0-*70@,
1C$=D>1$312>
EEE0@)A7#0-*70@,$ do para a produção animal.
O atendimento das demandas globais, assim como do
mercado interno, só será possível através de incremento
tecnológico e organização do comércio mundial. De nada
adianta apenas a tecnologia, caso o comércio entre os paí-
ses não goze de liberdade.
Peguemos o exemplo dos subsídios dos países ricos, ou
do bloqueio da Rússia às exportações brasileiras.
O impacto negativo das barreiras comerciais desce por
todos os elos do sistema de produção, trazendo prejuízo ao
longo da cadeia produtiva.
e*&'9l$;)A7#$8*&:"H'*,)#$?$-*7$6#6*:$6*$$V@A9k8*&#@k%X)&-*k%@9Kk%@)X9-:kL6)-
Fonte: Bigma Consultoria - com dados do ibge/Conab/Apinco/
A reação a esse processo é a desaceleração da produ-
Abef/Abipecs/Mdic
L9:7*$ Z"9$ *$ X)-*$69$ -*&:"7*$ 69$-#,&9$@*])&#$'9&I#$*-*,,)6*$ &#$_X*-#$6*$ #"A9$ &*$#@#'9$ 69$
Kg79#:/$ ,9m9i*$ 6#$ ,9#J`*$ &#'",#H$ 6*:$ X,*6"'*,9:$ 6)#&'9$ 6*$ -)-H*$ 69$ @#)i#$ &*:$ X,9J*:/$ *$ ção num primeiro momento e, consequentemente, o au-
-*7X*,'#79&'*$7*:',#$Z"9$Z"#&6*$#$-#,&9$@*])&#$j-#$7#):$#-9::Y]9H/$*$-*&:"7)6*,$7)A,#$X#,#$
9H#0$ Mesmo que o pico de consumo de carne bovina tenha mento dos preços lá na frente. Com os preços atrativos, o
ocorrido na época do auge no abate de fêmeas, reflexo da produtor é estimulado e a oferta vai se regularizando.
R#H9$,9::#H'#,$Z"9$*:$6#6*:$6#$jA",#$1$,9K9,97?:9$n$6):X*&)@)H)6#69$)&'9,&#/$*$Z"9$&#$X,^b-#$',#'#?
reação natural dos produtores diante do ciclo de baixa nos
:9$69$"7$)&6)-#6*,$6*$-*&:"7*$X9,$-#X)'#0$ A afirmação é óbvia pois faz parte do ciclo dos preços
preços, o comportamento mostra que quando a carne bo-
M#$_X*-#$69$7#)*,$-*&:"7*$69$-#,&9$@*])&#/$#$,9H#J`*$69$X,9J*$&*$]#,9G*$-I9A*"$#$F/>$oA$69$-#,&9$ de qualquer commodity. A crítica que cabe na afirmação é
vina fica mais acessível, o consumidor migra para ela.
@*])&#$X*,$1$oA$69$-#,&9$69$K,#&A*0$%'"#H79&'9/$&*:$X,9J*:$7_6)*:$69$F211/$9::#$,9H#J`*$_$69$=/=$
quando assuntos políticos, ou de ordem protecionista, inter-
oA$69$-#,&9$@*])&#$X*,$1$oA$69$-#,&9$69$K,#&A*0$
Vale ressaltar que os dados da figura 1 referem-se à dis- ferem nessa lógica do mercado.
N"6*$)&6)-#$Z"9$*$-*&:"7*$69$-#,&9$69$K,#&A*$6#,^$*"',*$:#H'*$:*@,9$#$-#,&9$@*])&#$97$F211/$*$
ponibilidade interna, o que na prática trata-se de um indica-
Z"9$G^$#X*&'#]#7$#HA"7#:$9:b7#b]#:0$ quem sempre paga a fatura são as populações mais
dor do consumo per capita. pobres, sedentas por melhorar a sua ingestão de proteína.
O7$G"HI*/$#$8*&#@$9:b7*"$"7#$,96"J`*$69$F/ch$6#$X,*6"J`*$69$-#,&9$@*])&#/$97$,9H#J`*$#$F2120$
.#,#$Na época
#$ -#,&9$ :"Y&#$#$ de maior
X,9]):`*$ '#7@_7$consumo
_$ 69$ ,96"J`*/$de carne
97$ '*,&*$ bovina,
69$ F/Dh0$ M*$ -#:*$a6*$
relação
K,#&A*/$ #$
E o Brasil é um exemplo mundial de que a organização do
9:b7#b]#$_$69$#"79&'*$97$'*,&*$69$Dh0
de preço no varejo chegou a 2,7 kg de carne bovina por 1 kg de setor produtivo e a liberdade de mercado trouxeram avan-
M*$ j&#H/$ _$ *$ @#H#&J*$ 9&',9$X,*6"J`*$ 9$9iX*,'#Jp9:$Z"9$69j&9$ #:$#H'9,#Jp9:$&#$6):X*&)@)H)6#69$
carne de frango. Atualmente, nos preços médios de 2011, essa ços à população.
)&'9,&#0$ O7@*,#$-*9,9&'9:$ -*7$ *$ -9&^,)*$ #'_$79#6*:$6*$ #&*/$ #:$9:b7#b]#:$#)&6#$ X,9-):#]#7$
relação é de 3,3 kg de carne bovina por 1 kg de carne de frango.
X#::#,$X*,$:9):$79:9:$69$X,*]#$#'_$*$K9-I#79&'*$69$F2110$
Em relação ao consumo de carnes, o Brasil está um
Tudo indica que o consumo de carne de frango dará ou-
R*H'#&6*$#*:$#]#&J*:$6*$-*&:"7*$69$-#,&9$X9H#$X*X"H#J`*$@,#:)H9),#/$_$X,9-):*$H97@,#,$Z"9$F211$_$ passo na frente quando comparado aos seus pares dentre
-#,#-'9,)f#6*$X*,$"7#$#H'9,#J`*$6*$-9&^,)*$AH*@#H$&*$9Z")HY@,)*$9&',9$*K9,'#$9$697#&6#0$
tro salto sobre a carne bovina em 2011, o que já apontavam os países em desenvolvimento de maior importância.
W)'9,#H79&'9$ #$ X,*6"J`*$ 69$ #H)79&'*:$ X#,9-9$ 9:'#,$ &#]9A#&6*$ X*,$ ^A"#:$ 69:-*&I9-)6#:0$ q*G9$
algumas estimativas.
])]97*:$"7$ -I*Z"9$69$697#&6#/$-*7$"7#$X*X"H#J`*$AH*@#H$Z"9,9&6*$-*&:"7),$7#):$6*$Z"9$*$ Observe, na figura 2, o avanço que houve no Brasil ao
Em julho, a Conab estimou uma redução de 2,8% da
7"&6*$X*69$*K9,'#,/$&*$7*79&'*0$ longo últimos 40 anos, em termos de acesso da população
produção de carne bovina, em relação a 2010. Para$*$X,*6"'*$
Q$,9m9i*$69:'9$-9&^,)*$_$#$#H'#$&*:$X,9J*:$6#:$-*77*6)b9:/$9:X9-)#H79&'9$6*$7)HI*$?$ a car- às carnes.
7#):$697#&6#6*$X#,#$#$X,*6"J`*$#&)7#H0$
EEE0@)A7#0-*70@, 2
NT #5 51
 %$#j,7#J`*$_$a@])#$X*):$K#f$X#,'9$6*$-)-H*$6*:$X,9J*:$69$Z"#HZ"9,$-*77*6)'s0$%$-,Yb-#$Z"9$-#@9$&#$
#j,7#J`*$ _$ Z"#&6*$ #::"&'*:$ X*HYb-*:/$ *"$ 69$ *,697$ X,*'9-)*&):'#/$ )&'9,K9,97$ &9::#$ HaA)-#$ 6*$
79,-#6*0$

t"97$:97X,9$X#A#$#$K#'",#$:`*$#:$X*X"H#Jp9:$7#):$X*@,9:/$:969&'#:$X*,$79HI*,#,$#$:"#$)&A9:'`*$
69$X,*'9Y&#0$O$*$;,#:)H$_$"7$9i97XH*$7"&6)#H$69$Z"9$#$*,A#&)f#J`*$6*$:9'*,$X,*6"b]*$9$#$H)@9,6#69$
69$79,-#6*$',*"i9,#7$#]#&J*:$n$X*X"H#J`*0$

O7$ ,9H#J`*$#*$-*&:"7*$69$-#,&9:/$*$ ;,#:)H$9:'^$"7$ X#::*$ &#$K,9&'9$Z"#&6*$-*7X#,#6*$#*:$:9":$ das carnes nos últimos 40 anos, em valores corrigidos pela
Figura 2
X#,9:$69&',9$*:$X#Y:9:$97$69:9&]*H])79&'*$69$7#)*,$)7X*,'u&-)#0$
Capacidade de compra de carne inflação, todas as carnes ficaram mais acessíveis.
Q@:9,]9/$&#$jA",#$F/$*$#]#&J*$Z"9$I*"]9$&*$;,#:)H$#*$H*&A*$rHb7*:$d2$#&*:/$97$'9,7*:$69$#-9::*$
(média entre bovina, suína e de frango) do
6#$X*X"H#J`*$n:$-#,&9:0$ Ao longo das últimas décadas, os preços das carnes
vêm se reduzindo em valores reais. A velocidade dessa re-
e)A",#$F salário mínimo por períodos
8#X#-)6#69$69$-*7X,#$69$-#,&9$[7_6)#$9&',9$@*])&#/$:"Y&#$9$69$K,#&A*\$6*$:#H^,)*$7Y&)7*$X*,$X9,Y*6*:
dução nos preços segue a lógica dos sistemas de produção
e da velocidade com que o produtor é capaz de internalizar
inovações tecnológicas.
Na produção de frangos o ciclo de produção é medido
em semanas, na suinocultura em meses e na bovinocultura
em anos. Sendo assim, nada mais justo que o frango tome
a dianteira no processo de modernização.
O futuro tecnológico da produção de carne bovina deve
acompanhar os mesmos passos da suinocultura e da avi-
cultura. Não que deva ser implementado o mesmo modelo;
e*&'9l$;)A7#$8*&:"H'*,)#$?$-*7$6#6*:$6*:$VO%
Fonte: Bigma Consultoria - com dados dos iEA mas o sucesso depende de um rigoroso aumento na efici-
ência zootécnica e agronômica da bovinocultura de corte
EEE0@)A7#0-*70@, 3 para os próximos anos.
Embora caiba uma análise muito mais bem aprofunda-
É assim que a pecuária cumpre sua principal função so-
da, é interessante ressaltar que até 1991 a economia bra-
cial: produzir com eficiência e com garantia da segurança
sileira tinha grande parte dos seus preços regularizados e
alimentar.
controlados pelo governo.
Em outras palavras, o comércio e o mercado eram ar-
tificializado.
De 1971 até o momento, o pior momento de preços re-
lativos de carne para os mais pobres foi entre 1986 e 1990,
época em que se registrou até o confisco de bois no pasto,
durante o período do governo Sarney, com o ministro Funa-
ro tentando domar a inflação.
Observe que em 25 anos, o poder de compra de car-

O aditivo antimicotoxinas aprovado

!"#$%&'(&)*$+#,-)#$.#,,#/$&*0$123$4$5#,6)7$8*9:#
8#:#$;,#&-#$4$<.

ne com um salário mínimo aumentou 140%. Em 2011, evi-

1=>22?222
$@)A7#B@)A7#0-*70@,
1C$=D>1$312>
EEE0@)A7#0-*70@,$

dentemente, o efeito inflacionário do mundo todo também

incide no Brasil. Com isso, o poder de compra piorou sensi-
in vivo contra fumonisinas e aflatoxinas
O7@*,#$-#)@#$"7#$#&^H):9$7")'*$7#):$@97$#X,*K"&6#6#/$_$)&'9,9::#&'9$,9::#H'#,$Z"9$#'_$1CC1$#$
9-*&*7)#$@,#:)H9),#$b&I#$A,#&69$X#,'9$6*:$:9":$X,9J*:$,9A"H#,)f#6*:$9$-*&',*H#6*:$X9H*$A*]9,&*0$
velmente; nada que faça se aproximar do pesadelo que era
O7$*"',#:$X#H#],#:/$*$-*7_,-)*$9$*$79,-#6*$9,#7$#,bj-)#H)f#6*0$$
em períodos anteriores.
A melhoria do indicador envolve tanto a melhoria da
P9$1C>1$#'_$*$7*79&'*/$*$X)*,$7*79&'*$69$X,9J*:$,9H#b]*:$69$-#,&9$X#,#$*:$7#):$X*@,9:$K*)$9&',9$
1CcD$9$ 1CC2/$ _X*-#$97$ Z"9$:9$,9A):',*"$ #'_$*$ -*&j:-*$ 69$@*):$&*$ X#:'*/$6",#&'9$*$X9,Y*6*$6*$
economia como a organização do setor produtivo, cada
A*]9,&*$<#,&9s/$-*7$*$7)&):',*$e"&#,*$'9&'#&6*$6*7#,$#$)&m#J`*0$$

vez mais eficiente.

Q@:9,]9$Z"9$97$F3$#&*:/$*$X*69,$69$-*7X,#$69$-#,&9$-*7$"7$:#H^,)*$7Y&)7*$#"79&'*"$1d2h0$O7$

O aditivo antimicotoxinas
F211/$9])69&'979&'9/$ *$9K9)'*$)&m#-)*&^,)*$ 6*$7"&6*$'*6*$'#7@_7$)&-)69$&*$;,#:)H0$8*7$)::*/$*$
X*69,$Como seX)*,*"$
69$ -*7X,#$ observa na figura
:9&:)]9H79&'9v$ &#6#$ Z"9$3, que
K#J#$ compara
:9$ #X,*i)7#,$ os preços
6*$ X9:#69H*$ Z"9$ 9,#$ 97$
X9,Y*6*:$#&'9,)*,9:0$

Oaprovado
aditivo antimicotoxinas
in vivo contra
%$ 79HI*,)#$ 6*$ )&6)-#6*,$ 9&]*H]9$ '#&'*$ #$ 79HI*,)#$ 6#$ 9-*&*7)#$ -*7*$ #$ *,A#&)f#J`*$ 6*$ :9'*,$
Figura 3
X,*6"b]*/$-#6#$]9f$7#):$9j-)9&'90$
Preços de carne (bovina, suína e
Controle de precisão
aprovado in vivo contra
8*7*$ :9$*@:9,]#$&#$jA",#$=/$Z"9$-*7X#,# $*:$X,9J*:$6#:$-#,&9:$&*:$rHb7*:$d2$#&*:/$97$]#H*,9:$
de frango) no varejo - corrigidos pela
-*,,)A)6*:$X9H#$)&m#J`*/$'*6#:$#:$-#,&9:$j-#,#7$7#):$#-9::Y]9):0$

e)A",#$= inflação - por períodos

.,9J*:$69$-#,&9$[@*])&#/$:"Y&#$9$69$K,#&A*\$&*$]#,9G*$?$-*,,)A)6*:$X9H#$)&m#J`*$?$$X*,$X9,Y*6*:
fumonisinas e aflatoxinas
de micotoxininas
fumonisinas e aflatoxinas

e*&'9l$;)A7#$8*&:"H'*,)#$?$-*7$6#6*:$6*:$VO%
shaping tomorrow’s nutrition
Fonte: Bigma Consultoria - com dados dos iEA
%*$ H*&A*$ 6#:$ rHb7#:$ 6_-#6#:/$ *:$ X,9J*:$ 6#:$ -#,&9:$ ]g7$ :9$ ,96"f)&6*$ 97$ ]#H*,9:$ ,9#):0$ %$ shaping tomorrow’s nutrition
]9H*-)6#69$69::#$,96"J`*$&*:$X,9J*:$:9A"9$#$HaA)-#$6*:$:):'97#:$69$X,*6"J`*$9$6#$]9H*-)6#69$-*7$
Z"9$*$X,*6"'*,$_$-#X#f$69$)&'9,&#H)f#,$)&*]#Jp9:$'9-&*HaA)-#:0$
52 NT #5
M#$X,*6"J`*$69$K,#&A*:$*$-)-H*$69$X,*6"J`*$_$796)6*$97$:97#&#:/$&#$:")&*-"H'",#$97$79:9:$9$&#$ SAC: 0800.979.99.94 www.nutron.com.br
@*])&*-"H'",#$97$#&*:0$<9&6*$#::)7/$&#6#$7#):$G":'*$Z"9$*$K,#&A*$'*79$#$6)#&'9),#$&*$X,*-9::*$69$
7*69,&)f#J`*0$
 BOViNOS DE CORTE
TECNOlOGiA AVANçADA A
FAVOR DA NUTRiçãO ANiMAl
Nutron lança novas linhas de produtos para bovinos de corte
A família de produtos da Nutron já pode contar com no-
vos membros. lançadas no início de maio e responsáveis por
grande parte do faturamento da empresa até o mês atual, as
linhas NUTRONNúClEO e PROBEEF para bovinos de corte
chegam ao mercado para levar, cada vez mais, a qualidade
Nutron à pecuária de todo o país.
Com o objetivo de trazer benefícios de desempenho zoo-
técnico e financeiro à atividade do pecuarista, as novas linhas
de produtos da Nutron disponibilizam aos clientes o que exis-
te de mais recente em tecnologia e adequação às diferentes
necessidades nutricionais e realidades de manejo. A linha
NUTRONNúClEO é composta, principalmente, de núcleos
para confinamentos, enquanto a linha PROBEEF conta com
produtos específicos para produção a pasto. “Os produtos
são adequados às necessidades da atividade do cliente. São
produtos adaptados às mais diversas possibilidades de die-
tas e exploração da pecuária brasileira e que contêm núcleos,
<=D/:7<6/
<CB@=<<Ó1:3=
>/@/0=D7<=A231=@B3
B`}a\]d]a^`]U`O[Oa^O`Oc[OSaQ]ZVOQS`bSW`O
sais minerais e sais proteinados”, afirma Hudson Castro, ge-
rente nacional de bovinos de corte da Nutron.
Ambas as linhas são constituídas por três grupos de
produtos: Performa, Maxima e Essencial. Cada um engloba
as características específicas para uma nutrição adequada
à categoria e oferece numerosos benefícios ao animal. “A
grande vantagem é a maleabilidade de tecnologia que esta-
mos dispondo ao mercado, permitindo ao pecuarista definir
qual linha e qual produto será mais adequado. Além disso, a
Nutron possui equipe orientada para fazer a recomendação
;tfW[OQ]\dS`ax]
necessária a cada caso individualmente”, explica o gerente. OZW[S\bO`SaSUc`O\zO
Para a Nutron, o lançamento das novas linhas de produ- S[RWSbOaRSOZbO
tos para bovinos de corte demonstra a capacidade da em- Q]\QS\b`Ozx]
presa de se moldar às mais diferentes realidades de merca- S\S`U{bWQO
do, utilizando o que há de mais recente em tecnologia de =bW[WhOzx]S\b`SUO\V]
produtos para nutrição animal, se adequando aos desafios RS^Sa]SQ]\dS`ax]
das diversas realidades de manejo. OZW[S\bO`S[RWSbOaQ][
OZb]Q]\QS\b`OR]

/Zb]UO\V]RS^Sa]
S[RWSbOaQ][[OW]`
_cO\bWRORSRS
d]Zc[]a]a

=aQ]\QSWb]a[OWa[]RS`\]aSOa
‰ZbW[Oa^Sa_cWaOaS[\cb`Wzx]RSP]dW\]a
S[b`}a^`]U`O[Oab]bOZ[S\bS\]d]a

NUTRONNúClEO
NUTRONNúClEO PERFORMA: otimização entre ganho de peso e conversão
alimentar em dietas com alto concentrado.
NUTRONNúClEO MAxiMA: máxima conversão alimentar e segurança
em dietas de alta concentração energética.
NUTRONNúClEO ESSENCiAl: alto ganho de peso em dietas com maior
quantidade de volumosos.
<CB@=<<Ó1:3=0=D7<=A231=@B3
3fQSZ}\QWO[c\RWOZS[\cb`Wzx]Q]\dS`bWRO
S[PS\STQW]^O`O]Q`WOR]`
PROBEEF
PROBEEF PERFORMA: proporciona ótimo desempenho com produtos
adequados para todas as categorias.
PROBEEF MAxiMA: maximiza o desempenho a pasto de machos e
fêmeas de corte, melhora índices reprodutivos de fêmeas e mantém a
saúde ruminal o ano todo.
PROBEEF ESSENCiAl: atende as exigências nutricionais de cada
categoria. EEE<CB@=<1=;0@

54 NT #5

BOViNOS DE lEiTE
RECRiA EFiCiENTE
o que diz a pesquisa sobre
os sucedâneos lácteos
Há um grande número de pesquisas revisadas por
especialistas sobre o crescimento e o uso de sucedâneos
lácteos que remontam à década de 1950. A maioria dessas
pesquisas focava bezerras alimentadas com quantidades
limitadas de sucedâneo, devido ao alto custo dos ingredien-
tes lácteos e da necessidade de muita mão de obra (e cus-
tos) para cuidar da bezerra pré-desmama. O objetivo a 40,
50 anos atrás era desmamar a bezerra mais rapidamente,
formando grupos coletivos e usando rações mais baratas.
O resultado disso tudo é o atual tradicional fornecimento
de 440g/bezerra/dia de sucedâneo lácteo (pó diluído em
água). Mais recentemente, pesquisas têm mostrado os be-
nefícios de se oferecer mais de 440g de sucedâneo por dia.
Alguns dos resumos preliminares, ainda não revisados, têm
sugerido que estes programas de fornecimento intensivo
ajudam as bezerras a alcançar a idade ao primeiro parto
com o peso adequado mais precocemente. Além disso, as
novilhas recém paridas aparentam produzir tanto quanto
ou mais leite durante sua primeira lactação que bezerras
alimentadas com a quantidade tradicional de sucedâneo.
As bezerras com menos de dois meses de idade são ali-
mentadas com uma dieta de alta digestibilidade, baseada em
proteínas e gorduras do leite. isso permite um considerável
potencial para ganhos médios diários altos e eficientes. No
entanto, devido aos desafios sanitários e ambientais, a bezer-
ra pode perder a eficiência de ganho durante as primeiras
duas a três semanas de vida. Além disso, as bezerras têm
que aprender a comer rações concentradas e desenvol-
ver seu sistema digestivo para digerir uma dieta baseada
56 NT #5
em proteínas vegetais e amido, com muito pouca gordura.
Manter a porção de sucedâneo de uma dieta balanceada
em proteína e energia, sem excesso de energia, maximizará
o crescimento precoce, permitindo um desmame eficiente
com alto ganho médio diário antes e após a desmama. Esta
é uma revisão de pesquisas chaves em formulação e manejo
de alimentação de bezerras. áreas específicas das pesquisas
discutiram os principais ingredientes para os sucedâneos e a
ingestão de nutrientes pelas bezerras.
Os ingredientes para os sucedâneos
são cruciais
O sucedâneo típico contém soro de leite, concentrado
protéico de soro de leite, gordura animal e suplementos mi-
crominerais e vitamínicos. A gordura e o soro do leite são as
principais fontes de energia dos sucedâneos. As bezerras
têm enzimas que fazem a digestão da lactose do soro do
leite (lactase), da gordura (lipase) e das proteínas do leite
(proteases) dos sucedâneos. No entanto, o pâncreas, princi-
pal responsável por produzir estas enzimas digestivas e as
vilosidades de absorção do intestino delgado não é comple-
tamente desenvolvido ao nascimento. Outros nutrientes que
são comuns para a novilha mais velha (por exemplo: amidos
e outros carboidratos, proteínas vegetais) são mal digeri-
dos pela bezerra. Pesquisas com proteínas alternativas são
abundantes na literatura para a produção de vitelos que são
alimentados com sucedâneo por todos os seus cinco meses
de vida, idade de abate. Estes dados são de utilidade limitada
para as novilhas desmamadas com menos de dois meses de
Mark Hill, Rick Schlotterbeck
Akey Nutrition and Research
Center (Provimi USA)
idade. Por exemplo, proteínas vegetais podem conter quan-
tidades significativas de carboidratos que são difíceis de di-
gerir para animais jovens de várias espécies e bem menos
para as bezerras de um a dois meses de idade. Alguns suce-
dâneos contêm fatores que causam danos ao intestino des-
tes animais e reduzem a absorção de nutrientes. Pesquisas
com até 5% de plasma substituindo uma porção de concen-
trado protéico de soro de leite em uma mistura (sucedâneo)
não mostraram redução no ganho médio diário em bezer-
ras com crescimento lento, mas não há nenhuma pesquisa
com bezerras com rápido crescimento recebendo plasma no
sucedâneo. Outras fontes protéicas não lácteas produziram
respostas variáveis, com muitas destas fontes apresentando
respostas bem inferiores às proteínas do leite.
A substituição da lactose do soro do leite não tem sido
bem sucedida e não é normalmente uma opção para a redu-
ção de custos. O mais importante a se notar é que a bezerra
não tem uma quantidade significativa de amilase e sacarase
(enzimas para a digestão de amido e da sacarose).
A principal fonte de gordura usada nas formulações dos
sucedâneos norte-americanos é a banha, seguido do sebo
bovino. Atualmente, outras gorduras vegetais (óleos) têm
preços mais elevados do que as gorduras animais, portanto,
não são utilizadas com frequência. As gorduras de origem
animal são uma boa fonte de energia, fornecendo cerca de
2,25 vezes a energia por unidade de lactose. A maioria dos
sucedâneos usados na alimentação destes animais contêm
mais de 15% de gordura.
A maioria dos estudos tem mostrado que quando a in-
Tradução e adaptação:
David Jones, Giuliano Pavani de Campos
é Zootecnista, Gerente de
Ruminantes América Latina -
Nutron Alimentos/Provimi.
gestão de gordura ultrapassa cerca 130g por bezerra ao dia,
o consumo de concentrado foi diminuído e o ganho médio
diário não foi aumentado em comparação às bezerras com
menor ingestão de gordura. Não apenas o consumo do
concentrado reduziu; pesquisas novas e ainda não revisa-
das têm mostrado que a digestibilidade da gordura, dos car-
boidratos, do cálcio e do fósforo também foram reduzidas.
A gordura de origem animal geralmente tem baixos níveis
dos dois ácidos graxos essenciais, o linoléico e o linolênico, e
praticamente desprovido de ácidos graxos voláteis. Os áci-
dos graxos essenciais não podem ser sintetizados pelo or-
ganismo. Eles estão envolvidos na função imunológica, no
crescimento muscular e esquelético e devem ser mantidos
na proporção correta e serem usados de forma eficiente.
Alguns dos ácidos graxos voláteis estão envolvidos no de-
senvolvimento do pâncreas e das vilosidades necessárias
para garantir uma boa digestão e absorção dos nutrientes.
Recentemente, vários estudos em bezerros e numerosos
estudos em outras espécies têm demonstrado um grande
aumento no ganho médio diário e reduções nas incidências
de diarreias através da formulação com boa quantidade
destes ácidos graxos essenciais e não essenciais.
ingestão de energia balanceada sem
excesso
A gordura é eficientemente utilizada para o depósito de
gordura corporal. A lactose é usada com as proteínas para
criar tecido muscular, mas não gordura. A gordura é usada
frequentemente no inverno como fonte de energia para aju-
NT #5 57
 dar a manter a bezerra aquecida. Uma instalação adequada
é mais eficiente e barata que a gordura dietética para manter
as bezerras aquecidas. Ensaios onde os sucedâneos foram
suplementados com gordura adicionada ou foram formula-
dos com altas concentrações de gordura (superior a 20% de
gordura) e ofertados numa ingestão de matéria seca total de
550g diárias não resultaram em melhora no ganho médio
diário durante o tempo frio. quando a ingestão de gordu-
ras tem excedido aproximadamente 150g por dia, o ganho
se mostrou reduzido. quando a fórmula convencional com
20% de proteína e 20% de gordura, normalmente fornecida
na quantidade de 440g por bezerra/dia, teve sua quantida-
de aumentada para 570 a 680 g/dia no tempo frio, o ganho
médio diário não foi aumentado. Na verdade, o efeito até seis
semanas pós-desmama foi de diminuição de ganho, devido à
baixa ingestão de concentrado. Nestes casos, a proteína limi-
ta o ganho médio diário em relação ao consumo de energia,
além da ingestão de gordura ser muito alta.
Aponta-se que aproximadamente 3,2 Mcal de energia
metabolizável (EM) para uma bezerra de aproximados 46
kg não vai diminuir a ingestão de concentrado se a proteína
e os aminoácidos estão presentes adequadamente. Duran-
te as primeiras duas a três semanas quando a ingestão é
normalmente baixa, quando aumentado para aproximada-
mente 4 Mcal para uma bezerra de 46 kg, o ganho médio
diário foi melhorado. A energia deve ser reduzida novamen-
te a cerca de 3,2 Mcal por bezerra por dia, durante duas a
três semanas, antes do desmame para não reduzir o con-
sumo de concentrado e o ganho médio diário. A fórmula 20
– 20 a 450 g/bezerro/dia fornece diariamente cerca de 2,1
Mcal por bezerro por dia e somente atende cerca de 70%
do ganho médio diário que um sucedâneo fornecendo as
quantidades ótimas de energia e proteína. Na maioria dos
casos, a energia não é o primeiro nutriente limitante em um
bezerro alimentado com os sucedâneos, mas a proteína
sim. No entanto, a energia deve ser mantida em equilíbrio
com a proteína, como é o caso de muitas outras espécies.
ingestão de proteínas e de
aminoácidos
A ingestão de proteínas e aminoácidos caminha lado a
lado. Aminoácidos são os blocos de construção das prote-
ínas. Aproximadamente 55g de proteína bruta, 4,6 g lisina
e 1,5 g de metionina são requeridas por Mcal de EM. Fontes
suplementares de metionina sintéticas são necessárias para
atender às quantidades requeridas desses aminoácidos es-
senciais em sucedâneos lácteos. Um sucedâneo com 26%
de proteína e 17% de gordura com lisina e metionina adicio-
nadas em sua fórmula tem balanceado a proteína, a lisina,
a metionina e a energia quando oferecido numa proporção
de 680 g diárias para um bezerro de 46 kg. Retirar a lisina
e a metionina sintéticas reduzirá o ganho médio diário em
mais de 15%. Outros aminoácidos são limitantes e reduzem
o ganho médio diário em aproximadamente 5% por ponto
58 NT #5
percentual abaixo de 26% de proteína e não podem ser adi-
cionados de forma rentável em formas sintéticas.
Resumo
Em bezerros desmamados entre um e dois meses de
idade, soro de leite e concentrado protéico de soro de leite
devem ser as fontes de lactose e proteínas. Se o custo bene-
fício for interessante, até 5% de plasma pode substituir algu-
mas das proteínas do soro em substitutos para bezerros em
crescimento lento. As gorduras animais são a maior fonte de
gordura e são apropriadas se o seu consumo for controla-
do. ácidos graxos essenciais devem ser suplementados na
proporção correta para melhorar os ganhos médios diários
e reduzir a incidência de diarreias. Um sucedâneo com 26%
de proteína, com lisina e metionina sintéticas adicionadas e
contendo 17% de gordura é aproximadamente equilibrado
em proteína e energia. Esta proporção de proteína, lisina e
metionina tem sido utilizada por inúmeros especialistas que
revisaram os principais estudos para promover os ganhos
médios diários mais rápidos do que os programas convencio-
nais de fornecimento de sucedâneos. limitar o fornecimento
desses sucedâneos para 680 g/dia é um processo simples
que não requer aumentos e diminuições na quantidade for-
necida (em pó) no período da pós colostragem até a desma-
ma. isso tem permitido à bezerra desmamar rapidamente e
com sucesso, sem o excesso de energia, proporcionando um
crescimento rápido e eficiente.
Pese suas bezerras à desmama e um mês após a des-
mama para monitorar seu crescimento e seu programa de
nutrição e manejo.
NOTA: Os sucedâneos nacionais não podem usar em suas formulações in-
gredientes de origem animal como sebo bovino, banha, plasma sanguíneo,
etc, por determinação do MAPA. isso limita a concentração de proteína e/
ou gordura nas formulações brasileiras, uma vez que para fornecer maio-
res concentrações desses nutrientes, faz-se obrigatório o uso de fontes de
proteína e gordura vegetais, elevando assim o nível de fibra nos sucedâneos.
 Roberto Naime
é Médico Veterinário, Gerente de
NUTRiçãO DO AMANHã Produtos - Nutron Alimentos.

As micotoxinas mais importantes para a produção
animal brasileira são fumonisina, aflatoxina e zearale-
nona. Inúmeros trabalhos científicos demonstraram
o efeito destas toxinas sobre a performance dos ani-
mais de produção. Estes efeitos podem se apresentar
de forma clínica (lesões) ou subclínica, onde o principal
indicador é o impacto na produtividade. Para que os
resultados econômicos sejam minimamente afetados e
também não ocorra o uso de aditivos anti-micotoxinas
(AAM) sem critérios, é importante gerenciar o risco
com micotoxinas de uma forma racional e objetiva.
é a realização de análises nas matérias primas de for-
ma frequente e padronizada. Estas análises devem
ser realizadas no momento da utilização do ingredien-
te, visto que a estocagem anterior pode acarretar no
aumento da contaminação. Um resultado rápido de
análise é crucial para a intervenção precoce sobre a
ração, proporcionando a utilização do produto espe-
cífico para a micotoxina encontrada ou mesmo a de-
tecção de que não há a necessidade de utilizar AAM
algum.

CONTROlE DE O Controle de Precisão de micotoxinas está fun-

damentado em cinco pilares:
- Correta amostragem das matérias primas

PRECiSãO DE
- Realização de análises rápidas para detecção
imediata das micotoxinas presentes
- Apoio de uma ferramenta para cálculo da relação
custo benefício da utilização de um AAM

MiCoTox iNAS - Software para o gerenciamento dos riscos com

micotoxinas
- Utilização de um AAM específico para a mico-
toxina detectada, com comprovação in vivo de sua
eficiência

Atualmente no mercado brasileiro de AAM existem

cerca 40 produtos para o controle de micotoxinas. Ob-
viamente, estes produtos apresentam as mais diver-
sas características, seja pela sua composição, pela sua
inclusão no alimento ou pelo valor do investimento.
Entretanto, a escolha do AAM deve ser baseada em
critérios técnicos e econômicos.
O primeiro ponto a ser considerado no controle
dos efeitos das micotoxinas na produção animal é
detectar a qual micotoxina os animais estão sendo
expostos pela ração. A identificação do agente é im-
portante para escolher o produto adequado, visto que
cada micotoxina é diferente e não existe uma solução
única para todas elas. A resposta ideal para este tema
Equipamento para detecção rápida de micotoxinas.
Os resultados são obtidos em 10 minutos após a
amostragem. Cortesia: Envirologix do Brasil.
80% das análises de micotoxinas apresentam re-
sultados equívocos devido à metodologia de amostra-
gem. Para minimizar estes erros, a metodologia deve
estar bem estabelecida e ser realizada de forma con-
sistente. Esta deve incluir orientações quanto ao local
da coleta da matéria prima, quantidade a ser coletada
e método de homogeneização para que se apresente
representativa.

60 NT #5 César Machado - Agrostock

NT #5 61
 "#&*/"8'$+'BC'+*27&"8')<D8')')+"8&%)E$+9'F"%&$8*)G':2H*%"A"E*?'/"'I%)8*A9'
'
VTW# /+"# +*K3%"."# /.# $%&'(')%*+"# +,-.".*(+$# -."03(+/'"# .D0<B'&'"# /.B%/'# X# $.('/'3'I%+# /.# Porém, o que considerar ao escolher um AAM? As
+$'"(-+I.$8# C+-+#Esquema de.--'"6#
$%*%$%7+-# ."(."# cálculo para amostragem
+# $.('/'3'I%+# de
/.B.# ."(+-# 4.$# ."(+4.3.&%/+# .# ".-#
provas in vitro representam um indicativo de eficiência
matéria
-.+3%7+/+# /.# 5'-$+# &'*"%"(.*(.8# ="(+# /.B.# %*&30%-# '-%.*(+1?."# prima.
D0+*('# +'# 3'&+3# /+# &'3.(+# /+#
$+(A-%+#,-%$+6#D0+*(%/+/.#+#".-#&'3.(+/+#.#$A('/'#/.#;'$'I.*.%7+12'#,+-+#D0.#".#+,-.".*(.#do produto, mas não são conclusivas. Elas representam
-.,-.".*(+(%B+8# Fonte: Nutron Alimentos Ltda. melhor uma constância do produto, ou seja, atestam que
“Houve muita melhora no gerenciamento dos riscos
# com micotoxinas. Agora temos a flexibilidade em colocar
o AAM mantém seu padrão de adsorção lote a lote.
ou tirar o adsorvente da ração conforme a necessidade.
A única maneira de comprovar a eficiência de um
Percebemos principalmente melhora nos resultados
AAM é através da realização de provas in vivo. Nestas,
zootécnicos e econômicos, pois passamos a viabilizar no
são medidos parâmetros de produtividade e aspectos
momento certo. A satisfação é plena, pois além da faci-
clínicos/patológicos da ação do AAM em prevenir os
lidade de avaliação e a inclusão no momento adequado,
efeitos das micotoxicoses. Entretanto, as provas de-
temos toda assistência da equipe da Nutron.”
vem ser realizadas na espécie animal que se deseja
Equipe Frangoeste Avicultura. luis Fernando luis Fernando Carniel e Samuel marangoni, Supervi-
mensurar a eficiência do produto e utilizando somen-
Carniel, Samuel Marangoni e Jorge Oliveira sores, Frangoeste Avicultura.
"#&*/"8'$+'BC'+*27&"8')<D8')')+"8&%)E$+9'F"%&$8*)G':2H*%"A"E*?'/"'I%)8*A9'
'
te uma micotoxina. Se a prova for realizada com mais
VTW# /+"# +*K3%"."# /.# $%&'(')%*+"# +,-.".*(+$# -."03(+/'"# .D0<B'&'"# /.B%/'# X# $.('/'3'I%+# /.#
+$'"(-+I.$8# C+-+# $%*%$%7+-# ."(."# .--'"6# +# $.('/'3'I%+# /.B.# ."(+-# 4.$# ."(+4.3.&%/+# .# ".-#
de uma micotoxina, não teremos certeza sobre qual
-.+3%7+/+# /.# 5'-$+# &'*"%"(.*(.8# ="(+# /.B.# %*&30%-# '-%.*(+1?."# D0+*('# +'# 3'&+3# /+# &'3.(+# /+#
$+(A-%+#,-%$+6#D0+*(%/+/.#+#".-#&'3.(+/+#.#$A('/'#/.#;'$'I.*.%7+12'#,+-+#D0.#".#+,-.".*(.# #
agente o AAM funcionou.
:8;7$+)'/$'03A07A"'<)%)')+"8&%)E$+'/$'+)&.%*)'<%*+)9'J"2&$G'(7&%"2'KA*+$2&"8'L&/)9'
-.,-.".*(+(%B+8# Além da comprovação in vivo, outros controles de
# #
Y+$4A$# A# *.&.""K-%'# $./%-# '# %$,+&('# .&'*E$%&'# D0.# &+/+# $%&'(')%*+# -.,-.".*(+# X#qualidade são necessários para garantir a segurança
Também é necessário medir o impacto econômico
,-'/012'6#B.-%5%&+*/'#+""%$#+#B%+4%3%/+/.#.&'*E$%&+#/+#0(%3%7+12'#/.#0$#!!H8#C+-+#(+*('6#5'%# e o correto funcionamento do produto. Algumas aná-
/.".*B'3B%/+#0$+#5.--+$.*(+#D0.#."(%$+#+"#,.-/+"#,'-#$%&'(')%*+"#.#&+3&03+#+#-.3+12'#&0"('#
que
4.*.5<&%'#/'#!!H8# cada micotoxina representa à produção, verifi- lises são específicas para determinados grupos de
# cando assim a viabilidade econômica da utilização de AAM. As principais análises são: “Anteriormente, não era feito nenhum controle de micotoxinas. A de-
um AAM. Para tanto, foi desenvolvida uma ferramenta cisão de uso de um adsorvente era baseada no aspecto visual do mil-
Análises físico – químicas Análises de
que estima as perdas por micotoxinas e calcula a re- contaminantes ho com informações do campo. A principal vantagem do programa de
lação custo benefício do AAM. pH Dioxinas Controle de Precisão de micotoxinas é para a tomada de decisão,
Umidade Furanos que através das análises, detectamos quais micotoxinas estão atuando
Ferramenta para cálculo da relação custo
:8;7$+)'/$'03A07A"'<)%)')+"8&%)E$+'/$'+)&.%*)'<%*+)9'J"2&$G'(7&%"2'KA*+$2&"8'L&/)9'
# Capacidade de inchamento Chumbo Adsorção in e a partir daí decidir qual adsorvente usar ou não. Atualmente, com re-
# Densidade Mercúrio vitro sultados baixos, não necessitamos a utilização de adsorventes, gerando
benefício de um AAM. Fonte: Nutron
Y+$4A$# A# *.&.""K-%'# $./%-# '# %$,+&('# .&'*E$%&'# D0.# &+/+# $%&'(')%*+# -.,-.".*(+# X#
Capacidade de troca catiônica Cádmio
,-'/012'6#B.-%5%&+*/'#+""%$#+#B%+4%3%/+/.#.&'*E$%&+#/+#0(%3%7+12'#/.#0$#!!H8#C+-+#(+*('6#5'%#
grande economia. Estou extremamente satisfeito com o serviço presta-
Alimentos Ltda.
/.".*B'3B%/+#0$+#5.--+$.*(+#D0.#."(%$+#+"#,.-/+"#,'-#$%&'(')%*+"#.#&+3&03+#+#-.3+12'#&0"('#
Granulometria Arsênio
4.*.5<&%'#/'#!!H8# do pela equipe Nutron.”
# Antibióticos Angelo Tadeu Pires Uliana,
Angelo Tadeu Pires Uliana, Proprietário, Agropecuária Ninho Verde.
Agropecuária Ninho Verde
'
J$%%)+$2&)'<)%)'03A07A"'/)'%$A)=>"'078&"'#$2$MN0*"'/$'7+'KK-9'J"2&$G'(7&%"2'KA*+$2&"8'L&/)9
' A inclusão do AAM na ração deve ser realizada de
!,Z"#0$+#&'--.(+#+$'"(-+I.$#/+"#$+(A-%+"#,-%$+"6#-.+3%7+12'#/+"#+*K3%"."#/.#$%&'(')%*+"#.#acordo com a dose efetiva comprovada nas provas in
&K3&03'#/'#&0"('#4.*.5<&%'#/.#0$#!!H6#A#50*/+$.*(+3#&'*(+-#&'$#'#+,'%'#/.#0$+#5.--+$.*(+#
vivo. Não podemos falar de dose preventiva ou curati-
D0.# 5+1+# +# I."(2'# /'# -%"&'# /.# $%&'(')%&'"."8# ="(+# 5.--+$.*(+# /.B.# ".-# &+,+7# /.# -.I%"(-+-# +"#
+*K3%"."# /%K-%+"# ,'-# $%&'(')%*+6# &'*"'3%/+-# -."03(+/'"# .# %*/%&+-# D0+3# '# $'$.*('# &'--.('# /.#va se não se sabe com certeza qual a micotoxina está
0(%3%7+-#0$#!!H#.#D0+3#,-'/0('#0(%3%7+-8## presente e em que níveis. Dose preventiva se utiliza
# “Antes do Controle de Precisão de micotoxinas fazíamos
quando não se conhece a contaminação, e para a utili-
' pools de amostras que eram enviadas para laboratórios tercei-
J$%%)+$2&)'<)%)'03A07A"'/)'%$A)=>"'078&"'#$2$MN0*"'/$'7+'KK-9'J"2&$G'(7&%"2'KA*+$2&"8'L&/)9'
zação de uma dose curativa os sinais clínicos já estão
'
rizados, o que gerava uma demora de 15 a 20 dias na entre-
Após uma correta amostragem das matérias pri-
!,Z"#0$+#&'--.(+#+$'"(-+I.$#/+"#$+(A-%+"#,-%$+"6#-.+3%7+12'#/+"#+*K3%"."#/.#$%&'(')%*+"#.#
presentes, ou seja, o prejuízo já ocorreu. Conhecendo
&K3&03'#/'#&0"('#4.*.5<&%'#/.#0$#!!H6#A#50*/+$.*(+3#&'*(+-#&'$#'#+,'%'#/.#0$+#5.--+$.*(+#
ga dos resultados, dificultando a utilização destes na tomada
mas, realização das análises de micotoxinas e cálculo
D0.# 5+1+# +# I."(2'# /'# -%"&'# /.# $%&'(')%&'"."8# ="(+# 5.--+$.*(+# /.B.# ".-# &+,+7# /.# -.I%"(-+-# +"#
os reais riscos com micotoxinas, só podemos falar de
+*K3%"."# /%K-%+"# ,'-# $%&'(')%*+6# &'*"'3%/+-# -."03(+/'"# .# %*/%&+-# D0+3# '# $'$.*('# &'--.('# /.# de decisões, tanto para qualificação de nossos fornecedores
do custo benefício de um AAM, é fundamental contar
0(%3%7+-#0$#!!H#.#D0+3#,-'/0('#0(%3%7+-8## uma dose: a efetiva.
# quanto para a determinação do uso de produtos. Mesmo com
com o apoio de uma ferramenta que faça a gestão
algumas análises em mãos, para uma maior segurança, op-
do risco de micotoxicoses. Esta ferramenta deve ser
Gerenciamento dos riscos com micotoxinas távamos pela utilização do produto de forma contínua, fazen-
capaz de registrar as análises diárias por micotoxina,
do alterações de acordo com os problemas apresentados no
consolidar resultados e indicar qual o momento corre- Controle de Precisão campo. Com o Controle de Precisão de micotoxinas temos
to de utilizar um AAM e qual produto utilizar. Anteriormente de micotoxinas resultados rápidos e precisos, podendo qualificar nossos for-
Amostragem padronizada necedores e optar pelo uso ou não do adsorvente com maior
Software para gerenciamento de riscos com Amostragem sem Análises freqüentes
segurança. Já percebemos menores problemas no campo,
padronização Resultados imediatos
micotoxinas. Fonte: Nutron Alimentos Ltda. Análises esporádicas Dados consolidados através do uso correto do produto quando temos milho que
Resultados demorados Ferramenta para cálculo
Dados não consolidados de custo benefício apresentam níveis elevados de micotoxina. Estamos bastante
Software para gerenciamento
satisfeitos, pois o serviço oferecido é de grande utilidade e es- Equipe Céu Azul Alimentos.
de riscos
tamos recebendo uma ótima assessoria.”
mariana de morais lima dos Santos, Zootecnista, Céu Azul
Alimentos.
# Uso de AAm sem critérios Uso racional de AAm
O"M&P)%$'<)%)'E$%$20*)+$2&"'/$'%*80"8'0"+'+*0"&"?*2)89'J"2&$G'(7&%"2'KA*+$2&"8'L&/)9'
'
C'-A$6#'#D0.#&'*"%/.-+-#+'#."&'3;.-#0$#!!H[#!"#,-'B+"#!"#$!&'%#-.,-.".*(+$#0$#%*/%&+(%B'#

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NT #5
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NT #5 63
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 Reinaldo Favoretto
é Medico Veterinário, Gerente de Qualidade,
NUTRiçãO DO AMANHã Regulatório, Saúde, Segurança e Meio Ambiente na
América Latina - Nutron Alimentos.

Como garantir
ausência de
RiSCOS DE
CONTAMiNANTES
Em CARNES?
As grandes mudanças na economia mundial, contemplan-
do aspectos relacionados à globalização e rapidez no desen-
volvimento tecnológico, impõem a necessidade das empresas
estarem cada vez mais comprometidas com o seu sistema de
garantia de qualidade. O Brasil está se tornando um parceiro
cada vez mais importante no mercado mundial de carnes. Ao
exportarmos quantidades crescentes, importamos, parale-
lamente, as normas de segurança alimentar de dezenas de
países que precisam ser atendidas, o que torna o mundo da
nutrição e da produção animal crescentemente complexo,
tanto para as empresas do setor, quanto para seus clientes
exportadores. O próprio mercado nacional e seus órgãos re-
guladores tendem, em um futuro próximo, a se nivelar com as
exigências internacionais de segurança.

César Machado - Agrostock

64 NT #5 NT #5 65
 O agronegócio brasileiro tem que atender às
exigências do mercado mundial para continuar
sendo um grande exportador
Assim, é imprescindível programar o uso de fe-
rramentas e procedimentos previamente acordados
e recomendados, na produção e no comércio inter-
nacional, onde os produtos devem ser produzidos
observando as regras estabelecidas sobre segurança
dos alimentos. As rações produzidas nas fábricas re-
presentam cerca de 60 a 80% do custo de produção
animal, sendo que a qualidade da mesma deve ser
mantida. A preocupação com a contaminação das
matérias-primas e consequentemente das rações
tem sido hoje questão bastante relevante na cadeia
alimentar por ter reflexos diretos dentro da saúde pú-
blica.
A falta de confiança generalizada sobre os forne-
cedores traduziu-se no aumento do nível de testes
de contaminantes. Mas a condução de uma rotina de
análises das substâncias contaminantes como metais
pesados, dioxinas e resíduos de antibióticos é muito
dispendiosa. Como tal, os programas de avaliação de
risco, de rastreabilidade e de monitoramento reves-
tem-se da máxima importância.
O primeiro passo que deve ser considerado é o
atendimento dos processos de seleção e avaliação de
fornecedores, baseados nos padrões internacionais
previamente definidos, requerendo muitas vezes a au-
ditoria em suas próprias plantas para avaliar o proces-
so de produção e os passíveis riscos de contaminação
do produto oferecido.
Após a qualificação, os ingredientes devem ser
monitorados, a cada entrega, com a verificação da
conformidade do produto com as suas especificações.
Devemos garantir como segundo passo, a avaliação
dos riscos das matérias- primas. A lista de contami-
nantes indesejados conhecidos é muito extensa e,
66 NT #5
como tal, a única forma razoável de controlá-los con-
siste na aplicação rigorosa de um sistema de análise
de riscos (HACCP). Os operadores devem possuir um
conhecimento detalhado dos respectivos processos
de produção e dos ingredientes utilizados para po-
derem determinar os eventuais riscos a que os seus
produtos poderão estar expostos.
O terceiro passo que deve ser levado em conside-
ração são os controles aplicados dentro da fábrica de
ração. Estes controles constituem ferramentas para
garantir as boas práticas de fabricação, possibilitando
o desenvolvimento de padrões de qualidade, como se-
quência de produção com matriz de sensibilidade por
espécie alvo, procedimentos seguros de limpeza do
sistema, armazenamento adequado dos ingredientes,
linhas independentes, leitores de código de barras,
fábricas isentas de antibióticos, bem como estrutura
fabril em boas condições.
O último passo depende do produtor que deverá
garantir a ausência de resíduos na carne pela utili-
zação de produtos veterinários registrados, respei-
tando sempre a dosagem recomendada e o período
de retirada descrito no rótulo do produto.
Tudo isto possui como objetivo garantir a pro-
dução de um produto de qualidade dentro da cadeia
de alimentos, sem riscos de contaminação cruzada e
seguro do ponto de vista do consumidor final.
As diversas crises ocorridas ao nível da segurança
dos alimentos demonstraram que a qualidade dos
produtos, a rastreabilidade e a segurança dos alimen-
tos são os fatores-chave que determinam a opção de
compra do consumidor. Todas as etapas da cadeia de
produção devem ser controladas como forma de ga-
rantir ausência de riscos de contaminantes.
Cadeia de alimentos
Recentemente, tivemos alguns problemas com containers embargados na Rússia por causa de contaminação da
carne, onde foi detectado resíduo de oxitetraciclina, que é um antibiótico de largo espectro, utilizado para combater as in-
fecções causadas por bactérias. O serviço federal de inspeção veterinária e fitossanitária da Rússia suspendeu tempora-
riamente as importações de carne bovina e de carne de aves de algumas unidades brasileiras. A notícia é extremamente
preocupante porque o problema poderá contribuir para baixar os preços pagos atualmente. A Rússia é um importante
player global e as exportações devem ser retomadas rapidamente para não prejudicar a economia interna. Um correto
controle de riscos de contaminantes, evita perdas no abate, na indústria e na exportação de carnes.
Para atender esta necessidade e muitas outras soli- Concluindo, podemos dizer que o alimento deve ser
citadas pelos países exportadores, nossa empresa tem monitorado nas diferentes fases de processamento,
praticado já há algum tempo, alguns procedimentos com a finalidade de produzir um alimento que atenda
internos, dentre eles, fábricas exclusivas, onde não são as necessidades nutricionais e que seja seguro para o
manipuladas estas moléculas, como forma de garantir animal, para o homem e para o ambiente. Estes con-
“Risco zero” de contaminação. No nosso processo de troles devem ser definidos como a base do “iceberg”
produção, os ingredientes são cadastrados por salas de da estratégia das empresas de nutrição animal, para
pesagem e linhas de produção, e o sistema de código continuarem exportando para países cada vez mais exi-
de barras impede qualquer problema de contaminação gentes e promovendo o atendimento de um consumi-
cruzada, além de proporcionar uma rastreabilidade dor cada vez mais ávido por informação. A Nutron tem
das informações de forma bastante eficaz e rápida. As feito a sua parte, pois sabe que esta preocupação com
linhas de produção são divididas também para atendi- a segurança dos alimentos não será uma tendência fu-
mento de clientes que exportam e para atendimento do tura, é condição atual para a sustentabilidade dos seus
mercado nacional. clientes no mercado.
NT #5 67
 Roniê W. Pinheiro, Glauber S. Machado
Integrall Soluções em Produção Animal, Brasil
Tradução de trabalho publicado no
SUíNOS 5° APVS 2011 – Tailândia – www.apvs2011.com

introdução
Estima-se que o custo com sani-
dade antes da Síndrome Multissistê-
mica do Definhamento dos Suínos
(SMDS) era da ordem de 2,5% do

AVAliAçãO DO RETORNO
custo de produção da granja. Após a
introdução do vírus, este custo pas-
sou a variar de 3,5 a 5,0% podendo

ECONôMiCO DO USO DA
alcançar, nos casos mais graves, até
8,0%, estando relacionado às altas
de taxas de refugagem e mortalida-
de, retardamento no crescimento,
piora na taxa de conversão e à ne-

VACiNAção
cessidade de mão de obra adicional.
O Mycoplasma hyopneumoniae é
considerado importante co-fator da
PCVAD (Batista, 2007), de relevante

CoNTrA
importância na suinocultura mundial
(Thacker, 2006) incluindo o Brazil
(Moreno et al, 1999) e com descrição
da ocorrência simultânea destes dois

CirCoVíruS e
agentes etiológicos (Castro, 2007).
O objetivo desta investigação foi
avaliar o retorno econômico possibi-
litado pela utilização de vacinas para

MyCoPLASMA
circovírus e Mycoplasma hyopneu-
moniae, presentes no mercado bra-
sileiro, quando utilizadas de forma
combinadas e seguindo a recomen-
dação de seus fabricantes.

em doses combinadas, comparado

Material e Métodos
2.300 leitões foram desmamados

às demais vacinas comerciais do

com três semanas de idade e distri-
buídos aleatoriamente em cinco gru-
pos, cada grupo com 460 animais,

mercado brasileiro tratados como segue: T1: (controle

M+PACTM); T2: 2ml CircumventTM PCV
+ 1ml M+ PACTM [intervet/Schering-
Plough] com 3 e 6 semanas de idade;
T3: 0,5 ml + 2ml Vacinas A com 3
semanas de idade; T4: Vacinas B 2ml
+ 2ml com 3 semanas de idade; T5:
Vacinas C 1ml + 1ml com 3 semanas
de idade (Tabela 1).
César Machado - Agrostock

68 NT #5 NT #5 69
 Para calcular o lucro líquido de cada grupo, o cus- Desta forma, observa-se que os diferentes resulta-
Tabela 1 Figura 1
Esquemas de vacina Efeito dos tratamentos to médio da ração (US$ 0,306) foi multiplicado pelo dos entre as vacinas comerciais resultam dos variáveis
no peso final consumo total durante o período experimental, e o conceitos aplicados na sua concepção e ou fabricação
Grupo Vacinas Programa de resultado foi reduzido do custo da vacina de cada tra- bem como, aos protocolos de vacinação adotados,
administração tamento. possibilitando menor ou maior proteção aos reban-
T1 n=460 M+PAC hos o que resulta em diferentes retornos econômicos
(controle) Tabela 2 e viabilidade da adoção destas tecnologias.
T2 n=460 Circumvent 2,0 mL+1,0 mL (3 e 6 Análise do retorno sobre o
PCV + semanas de idade) investimento (ROi). Conclusões
M+PAC Grupo Valor Custo Diferença Retornosobre Neste estudo, o, Grupo T2, vacinado em duas do-
líquido da US$ oinvestimento ses com uma combinação de CircumventTM PCV e M
T3 n=460 A* 0,5 ml + 2,0 ml (3
US$ vacina + PACTM, mostrou melhores ganhos e maior retorno
semanas de idade) sobre o investimento, ou seja, um lucro adicional de
US$
T4 n=460 B* 2,0 ml + 2,0 ml (3 U$ 4,38 por suíno, em comparação às outras vacinas,
semanas de idade) Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente pelo T1 130,93 - - - e um melhor retorno equivalente a US$ 1,70 para cada
teste de Duncan (P<0,01).
T5 n=460 C* 1,0 ml + 1,0 ml (3 T2 135,31 2,58 4,38 1,70 dólar investido.
semanas de idade) Pesos no abate significantemente maiores foram T3 130,90 2,15 -0,03 -0,01
* Vacinas comerciais adquiridas no mercado brasileiro alcançados pelos grupos T2, T3 e T5 do que pelo gru- Referências
po controle e grupo T4 (Figura 1). T4 129,79 2,67 -1,14 -0.42
BATiSTA, l.. Advances inPork Production, v.18, p.57,
O consumo alimentar por grupo foi anotado diaria- A CA (conversão alimentar) do grupo T2 foi es- T5 131.72 2,70 0,79 0,29 2007.
mente e todos os animais foram pesados no desmame tatisticamente menor do que a dos grupos T3 e T5 *Composição dos custos contempla apenas vacinas e consumo CASTRO, A.M.M.G.;.Arq. inst. Biol., São Paulo, v.74, n.3,
de ração do desmame ao abate.
e aos 160 dias de idade (abate), a fim de calcular a taxa (Tabela 2). p.281-291, 2007
*Custo médio ração US$ 0, 306 e dólar a R$ 1,70.
de crescimento, consumo de ração e taxa de conver- MADEC, F.; Transbound Emerg Dis.v.55, n.7, p.273-83,
são alimentar, os resultados foram relacionados ao Tabela 2 2008.
retorno do investimento. Efeito dos tratamentos no Os US$ 4,38 adicionais por animal no Grupo T2 no
MORENO, A.M.;. in: ANAiS DOCONGRESSO BRASilEi-
consumo de ração e CA momento do abate, dividido pelo custo da vacina resul-
RO DE VETERiNáRiOS ESPECiAliSTAS EM SUíNOS,
tou em um Retorno de investimento de US$ 1,70 para
Resultados e discussão Grupo Consumo Total FCR Total
cada um dólar investido no grupo T2 e usando a mesma
p.161-162, 1999
Os grupos experimentais foram estatisticamente (kg) THACkER, E.l. in Diseases of Swine. STRAW, B.E.; 9th
fórmula para T5 foi calculado um retorno de US$ 0,30.
equivalentes quanto ao peso na idade de desmame. ed. 2006.
T1 224.006 A 2.223 AB É claro que muito dessa diferença é resultado da
Os pesos finais (160 dias) são mostrados na Figura 1. zANEllA, J.R.C.; in PROC iNTERNATiONAl PiG VETE-
T2 229.605 A 2.184 B melhor conversão alimentar desse grupo, resultando
RiNARY SOCiETY CONGRESS. v. 2, p. 422-422, 2002.
em uma redução de aproximadamente 10 kg de ali-
T3 237.511 B 2.289 A
mentos do desmame ao abate.
T4 227.265 A 2.231 AB Comparado com todos os grupos, apenas os gru-
T5 237.188 B 2.274 A pos T2 e T5 apresentaram um retorno positivo sobre
Médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente pelo o investimento (US$1,70 e US$ 0,30, respectivamente)
teste de Duncan (P<0,01). (Tabela 3).

César Machado - Agrostock

70 NT #5 NT #5 71

SUíNOS
EFEiTO DA
NUTRiçãO NA
qUAliDADE DA
CARNE SUíNA
Os parâmetros de qualidade de carne suína variam de
acordo com o destino das mesmas nos abatedouros. Para a
carne que será consumida in natura, propriedades como a
cor, quantidade de gordura, maciez, suculência e sabor são
importantes, enquanto que para a carne processada vigo-
ram os aspectos de pH, capacidade de retenção de água,
estabilidade oxidativa e ausência de sabores atípicos.
Após o abate do animal a musculatura estriada esque-
lética contida nas carcaças passa a ser regulada, por certo
período de tempo, por meio do metabolismo anaeróbico,
posteriormente ao fim do metabolismo aeróbico (sangria e
morte do animal). Nesse período ocorrem transformações
no músculo e em suas estruturas básicas (fibra muscular,
mioplasma e suas proteínas constituintes), que realizarão a
conversão do músculo em carne, definindo a sua a qualidade
final (Peloso, 1999). Como essas transformações postmor-
tem são, de certa forma, complexas, pode-se descrever que
as variações no pH após o abate são basicamente devidas à
degradação de glicogênio a ácido lático por gliconeogênese
e glicólise em condições anaeróbias.
A suplementação de magnésio em dietas de suínos tem
reduzido o efeito do estresse através da redução da concen-
tração de catecolaminas no plasma, demonstrando ser uma
opção viável para obtenção de uma carne de qualidade. Ao
fornecer 8% de aspartato de magnésio em doses de 40g/
dia, D’Souza et al. (1998) verificaram menor concentração de
noradrenalina no plasma e menor concentração de ácido lá-
72 NT #5
tico no músculo de 5 a 40 minutos postmortem, resultando
em maior pH inicial e final, menor porcentagem de perda de
água e carne menos pálida. Esse efeito é possível pois o mag-
nésio é um cofator essencial em diferentes sistemas enzimá-
ticos e metabólicos e pode reduzir a estimulação do músculo
esquelético, sendo um antagonista do cálcio e reduzindo des-
sa forma a secreção de acetilcolina e assim a atividade das
conexões intramusculares.
Alem da ocorrência indesejada de carnes PSE, outro
fator determinante na qualidade de carcaça de suínos é a
quantidade de gordura. Existem vários fatores na nutrição
que podem atuar como modificadores de carcaça, aumen-
tado a porcentagem de carne e diminuindo a gordura na
carcaça: somatotropina e b-agonistas sintéticos, a betaína,
a canitina, o picolinato de cromo e os ácidos linoleicos con-
jugados (Donzele et al., 2001).
As somatotropinas e os b-agonistas sintéticos, como a
ractopamina são substâncias denominadas repartidores de
nutrientes, que alteram o funcionamento do metabolismo ini-
bindo ou estimulando substâncias com função de transporte
e mobilização de nutrientes. De uma forma geral, a utilização
de somatotropina b-adrenérgicos, minimiza eficientemente a
deposição de gordura, pela redução na formação de gordura
e aumento na quebra da mesma.
Dentro do mesmo contexto, a betaína e a carnitina são
substâncias que permitem melhorar a qualidade das car-
caças suínas. A betaína é um composto metabólico, produto
Sabrina Marcantonio Coneglian
é Zootecnista, Doutora em Nutrição Animal
pela Universidade Estadual de Maringá.
Integrante do Departamento Técnico -
Serrana Nutrição Animal.
César Machado - Agrostock
da oxidação da colina e que serve como doador de metilas
no ciclo da adenosil-metionina a cisteína. Desta forma ela
funciona como um poupador de metionina e/ou colina nos
processos metabólicos (Bellaver, 2005). A carnitina, por sua
vez, é um co-fator, derivado do metabolismo da lisina e ser-
ve para o transporte dos ácidos graxos de cadeia longa na
membrana mitocondrial. Os efeitos do uso da betaína sobre
o crescimento e características de carcaça têm sido objeto
de estudo (Cera e Schinckel, 1995; Mattews et al, 1998, Over-
land et al, 1999) para suínos em terminação, entretanto essas
pesquisas são escassas. Mattews et al. (2001) realizaram um
experimento para verificar o efeito de níveis de inclusão da
betaína na dieta de suínos em terminação e verificaram que
com o nível de 0,250% de betaína os animais apresentaram
menor o consumo de ração e menor espessura de toucinho.
Contudo sua suplementação resultou em níveis detectáveis
de sua concentração no tecido muscular e o colesterol do
plasma aumentou nos animais que se alimentaram com
rações contendo betaína.
O cromo também tem sido utilizado como modificador de
gordura na carcaça. Mooney e Cromwell (1995) e Boleman et
al. (1995) alimentando suínos em crescimento e terminação
com 200 ppb de picolinato de cromo relataram um aumento
no ganho de tecidos musculares e uma menor deposição de
gordura nas carcaças. Porém, Ward et al. (1995) e lima et al.
(1999), não observaram diferenças entre fontes e níveis de
cromo em relação às características de carcaça dos animais,
Otto Mack Junqueira
é Médico Veterinário, Ph.D. em
Nutrição Animal pela University of
Florida-USA, Prof. Titular da FCAV/
UNESP-Campus de Jaboticabal.
assim como Mattews et al. (2001) que ao fornecerem 200
ppb de tripicolinato e propionato de cromo para suínos de 20
a 38 kg verificaram diminuição no ganho de peso e consumo
de ração, sem efeito sobre as características de carcaça.
Os ácidos linoléicos conjugados, isômeros dos ácidos lino-
léicos, da mesma forma, têm sido estudados na alimentação
de animais de laboratório no intuito de melhorar a eficiência
alimentar, diminuir a gordura corporal e aumentar a porcen-
tagem de carne magra. Apesar de não serem numerosos, al-
guns trabalhos na literatura demonstram resultados satisfa-
tórios com suínos. Thiel-Cooper et al. (2001) suplementaram
rações de suínos de 26 a 114 kg com ácidos linoléicos conjuga-
dos e constataram aumento linear de ganho de peso diário e
melhora da eficiência alimentar com os níveis crescentes de
ácidos linoléicos conjugados na ração. Com relação à gordura
de carcaça observaram efeito quadrático para menor depo-
sição de gordura intramuscular e subcutânea, sendo obtidos
os menores valores com os animais que receberam 0,50%
de inclusão de ácidos linoléicos conjugados na ração.
Nos últimos anos tem ocorrido um considerável interesse
em se avaliar o desempenho de suínos alimentados, na fase
final de criação, com rações sem suplementação de vitami-
nas ou microminerais. Mavromichalis et al. (1999) relataram
que suínos alimentados sem suplementação de vitaminas e
minerais nos últimos 30 dias antes do abate não revelaram
diferenças em desempenho, características de carcaça e
qualidade de músculos.
Com relação à vitamina E (a-tocoferol) sabe-se que a mes-
ma exerce um papel preponderante como componente da
membrana lipoprotéica e uma dose farmacológica muito ele-
vada (20 vezes acima da exigência) age como um estimulante
das defesas imunitárias (em sinergia com o selênio). É consi-
derada uma vitamina altamente efetiva como antioxidante
(Faustman et al., 1989). A oxidação lipídica é uma das maiores
causas da deterioração da qualidade da carne e dos produtos
processados de carne. Esse processo pode afetar diretamen-
te muitos parâmetros de qualidade como cor, sabor, textura e
valor nutritivo. Diversas tentativas têm sido feitas no sentido
de aumentar a estabilidade dos lipídios nos produtos cárneos
de suínos através da adição de vitamina E na dieta (Moller et
al, 1993). Os níveis de a-tocoferol nos tecidos são diretamente
proporcionais ao seu conteúdo nas rações (Brekke et al.,1975;
Jensen et al., 1988; Buckey et al., 1989).
Frente ao exposto, conclui-se que o nutricionista
dispõe de diversas ferramentas a serem utilizadas na
produção de carne suína, muitas delas ainda sendo estu-
dadas, porém, com potencial de aproveitamento dentro
desse sistema produtivo.
NT #5 73
 Marcos Tse
é Zootecnista e Doutor em Ciência
Animal pela ESALQ/USP e
Consultor Técnico de Nutrição
SUíNOS Suínos - Nutron Alimentos.
introdução
Em tempo de crise os Para aumentar a lucratividade dos produtores de suínos,
os profissionais da área buscam sempre a eficiência do pro-
cesso de produção. Considerando-se que a parte nutricional
iNGREDiENTES
impacta imensamente no custo final dos suínos, os nutricio-
nistas manipulam as dietas a fim de reduzir os custos das
fórmulas, sem prejudicar o desempenho animal.
Historicamente, o custo de alimentação dos suínos re-
presenta em torno de 65 a 75% dos custos variáveis da pro-
AlTERNATiVoS
dução. Entretanto, atualmente este cenário pode ser tornar
mais oneroso. Com o aumento nos preços das matérias-pri-
mas no mercado brasileiro, existe forte pressão por parte da
indústria de suínos em se diminuir os custos das formulações
com a utilização de ingredientes alternativos em substituição
parcial ou total às matérias primas comumente usadas.
A relação de preços entre os ingredientes tradicionais e
podem ser a solução! os alternativos varia grandemente dependendo da estação
do ano, disponibilidade e mercados global, nacional e regio-
nal. O nutricionista deve ser capaz de avaliar a efetividade
dos custos e o valor nutricional dos ingredientes alternativos,
para se fazer uma dieta nutricionalmente balanceada.
Diante dos desafios de se diminuir custos, ao incluir
novos ingredientes nas fórmulas, deve-se ter cautela, pois
apesar do custo ser o pilar para a lucratividade na produção
de suínos, existem outros fatores que devem ser considera-
dos, como:
Variação na composição nutricional
Há necessidade de estabelecimento de um cronograma
de análises bromatológicas e qualitativas periódicas, a fim de
se garantir a constância do produto utilizado. Para tanto um
programa de controle de qualidade rigoroso e utilização de
um laboratório referência são de grande importância;
Presença de fatores antinutricionais
É importante o conhecimento dos fatores antinutricio-
nais de determinada matéria-prima para que não ocorra
comprometimento da palatabilidade e digestibilidade do ali-
mento. Em alguns casos faz-se necessário o uso de outros in-
gredientes e aditivos para minimizar o efeito deletério destas
substâncias, como por exemplo, inibidores de proteases que
reduzem a absorção de aminoácidos;
Operacionalidade nas fábricas
Neste aspecto devem considerados os custos e o espaço
de armazenamento, bem como a manutenção da qualidade
César Machado - Agrostock
74 NT #5
Camila Tse
é Zootecnista e
Consultora Técnica de
Nutrição Suínos -
Nutron Alimentos.
do produto estocado (controle de pragas, aeração, monitora-
mento de temperatura, entre outros).
Outro ponto importante seria a particularidade de
processamento fabril para cada ingrediente como, ren-
dimento de moagem, qualidade de mistura e comporta-
mento na peletização.
Disponibilidade sazonal e oferta
reduzida
Ao se optar pela utilização de um ingrediente alternativo,
algumas informações são de extrema importância como sa-
zonalidade, oscilação e compatibilidade de preços em relação
às demais matérias primas em um determinado período.
No Brasil os ingredientes alternativos mais comumente
utilizados na alimentação de suínos são: arroz, trigo, triticale,
milheto, sorgo, casca de soja, soja desativada e bolacha.
Arroz
O arroz é produzido mundialmente para ser consumido
como alimento para humanos. De todo arroz produzido cer-
ca de 20% representa farelos e quireras destinados à alimen-
tação animal. Os principais produtos originários do arroz que
são utilizados na alimentação de suínos são:
- quirera de arroz: produto composto por grãos defei-
tuosos e quebrados após o polimento para consumo hu-
mano, representando cerca de 10% do total processado.
Possui alta qualidade nutricional com níveis protéicos e de
energia metabolizável semelhantes aos do milho. Embora
apresente um nível de gordura inferior ao do milho, esta
característica é compensada pelo elevado teor de amido.
Ainda comparada ao milho, a quirera apresenta um nível de
fibra bruta inferior e de lisina e metionina levemente supe-
riores, permitindo a formulação de dietas com menor nível
de aminoácidos sintéticos, reduzindo o custo da ração. Um
ponto a ser ressaltado é o nível de triptofano mais elevado.
Dependendo dos demais ingredientes, deve-se estar atento
ao valor de triptofano final da dieta, para que não ocorra
excessiva liberação de serotonina e assim, inibição do con-
sumo de alimento. Para suínos as restrições são pequenas,
devendo-se atentar à fase de creche.
- Farelo de arroz desengordurado: produto resultante da
extração do óleo de arroz. O alto teor de fibra bruta deste
ingrediente, associado com inibidores de tripsina, polissaca-
rídeos não amiláceos e a grande quantidade de fitato são
fatores que reduzem seus valores de energia metabolizável,
devido à pequena fração de extrato etéreo. isto faz com que
NT #5 75
 rações que demandam alta densidade energética, quando
formuladas contendo farelo de arroz desengordurado ne-
cessitem de suplementação com óleo vegetal e/ou gordura
animal para garantir a energia necessária para os animais
apresentarem bom desempenho. Os polissacarídeos não
amiláceos, principalmente arabinose e xilose causam au-
mento da viscosidade da digesta, reduzindo a digestibilidade
e absorção de nutrientes.
- Farelo de arroz integral: é o produto originado do poli-
mento realizado no beneficiamento do grão de arroz sem
casca e que não sofre extração de óleo. Entre suas carac-
terísticas principais está o alto nível de óleo (12 a 15%), no
entanto esse pode tornar-se um ponto crítico devido à sus-
ceptibilidade de ocorrência de rancidez oxidativa. Assim,
recomenda-se a utilização logo após o processamento ou a
utilização de antioxidantes para estocagem por um período
maior, bem como análise laboratorial para constante moni-
toramento de oxidação.
Trigo
O trigo é uma gramínea de inverno com sua produção
voltada principalmente para a nutrição humana. Entre as va-
riáveis que influenciam sua utilização na alimentação animal
estão o preço em comparação ao milho, o valor nutricional e
a classificação obtida. O trigo e seus subprodutos podem ser
caracterizados da seguinte forma:
- Grão integral de trigo moído: consiste no grão do trigo
moído. Ele pode ser classificado como trigo mole ou duro, em
função da concentração de proteína bruta. O trigo duro tem
maior quantidade de proteína associada ao teor de amido
(maior valor de lisina) em relação ao milho.
- Farelo de trigo: é subproduto do processamento do
trigo, composto de pericarpo, partículas finas de gérmen e
das demais camadas internas dos grãos e outros resíduos
resultantes do processamento industrial. Deve ser isento de
matérias estranhas à sua composição.
- Farelo de gérmen de trigo: consiste do gérmen e outras
pequenas partículas resultantes do processamento industrial
do grão de trigo integral para obtenção da farinha de trigo
para consumo humano.
- Remoído de trigo: é o produto obtido no processamento
do grão de trigo, constituído de uma mistura de farelo, gér-
men e farinha de trigo.
- Triguilho: são grãos pouco desenvolvidos, mal granados
ou chochos, resultantes de lotes cujo peso específico é me-
nor que o exigido para moagem, ou produto resultante da
classificação do trigo após a eliminação de impurezas.
Em geral, a composição do trigo é mais variada que a dos
outros cereais. A proteína do trigo é superior à do milho em
concentração, qualidade e composição aminoacídica. Os ami-
noácidos limitantes em ordem de importância são a lisina, a
treonina, a metionina e a valina. Em geral, o trigo pode ser
usado nas dietas de suínos, atentando-se a premissa de que
76 NT #5
devem ser formuladas com base em aminoácidos, devido às
variações no teor destes na proteína bruta. A suplementação
com lisina e treonina pode reduzir em grande parte, o uso de
farelo de soja, nas fases de crescimento e terminação. quan-
to à energia, o amido representa 60% do grão (25% amilose
e 75% de amilopectina).
Como fatores antinutricionais, o trigo possui as pentosa-
nas (PNA – Polissacarídeos Não Amiláceos) e inibidores de
tripsina, quimiotripsina e alfa-amilase. O teor destes fatores
antinutricionais pode limitar sua inclusão na ração de suínos,
em substituição ao milho, uma vez que o desempenho dos
animais pode ser prejudicado devido ao pior aproveitamento
dos nutrientes das rações.
Triticale
O triticale é um cereal híbrido resultante do cruzamento
entre o trigo duro (Triticum durum) e o centeio (Secale cerea-
le) com a finalidade de combinar a produtividade e o valor
energético do primeiro com a qualidade protéica e rusticida-
de do segundo.
Comparado com o milho, o triticale possui maior con-
centração de proteína e menor concentração de energia.
O grão de triticale apresenta melhor balanceamento de
aminoácidos do que o milho e o sorgo, com maior teor de
lisina e metionina.
O triticale apresenta as mesmas vantagens do trigo,
em relação às condições de produção agrícola. No entanto,
quanto à composição nutricional, a qualidade da proteína é
menor e os aminoácidos mais limitantes são a lisina, treoni-
na, metionina e cisteína, nesta ordem.
Também se deve atentar a algumas limitações para o uso
deste ingrediente na alimentação de suínos devido aos PNA.
No entanto, a adição de complexos multienzimáticos como
celulases, hemicelulases e xilanases pode viabilizar a substi-
tuição parcial do milho por triticale em rações de suínos.
Milheto
O milheto é uma forrageira anual de verão utilizada no
Brasil como cobertura verde dos solos (entre safra).
A composição média deste ingrediente apresenta teor
de proteína bruta ao redor de 12 a 15%, de carboidratos 69%,
de lipídeos 5%, de fibra bruta 5% e de matéria mineral ao
redor de 2,5%. Além disto, tem-se verificado que o milheto
possui maior quantidade de aminoácidos essenciais (lisina,
metionina e treonina) que o milho.
Embora apresente menor valor de energia digestível que
César Machado - Agrostock
o milho, sua inclusão em rações para suínos tem sido con-
siderada uma opção viável economicamente devido ao seu
maior teor de proteína (25 a 45% a mais que o milho) e ami-
noácidos, conforme citado acima.
Sorgo
O sorgo é um cereal com características nutricionais
muito próximas às do milho, o que possibilita sua incorpo-
ração em rações de suínos de forma segura. Esta semel-
hança nutricional depende da variedade de sorgo granífero
utilizada, já que encontramos cereais com baixo ou alto ta-
nino, os quais possuem valores nutricionais diferenciados
em relação ao milho.
O sorgo produz compostos fenólicos que servem como
proteção para a planta contra infecções e pássaros. Um
desses compostos é o tanino, o qual se apresenta como um
fator antinutricional especialmente para monogástricos. Os
problemas causados por este composto são a complexação
com proteínas, íons metálicos e carboidratos (prejudicando a
digestibilidade), a inibição da atividade de várias enzimas di-
gestivas e o ocasionamento de erosões das células epiteliais
e a redução da palatabilidade devido ao sabor adstringente.
Geralmente o custo e o valor biológico do sorgo são
cerca de 20% e 5% menores em relação ao milho, respecti-
vamente, possibilitando a substituição deste ingrediente em
alta quantidade em relação ao milho em algumas fases da
produção suína, sem prejudicar o desempenho dos animais.
Para uso na dieta de suínos, deve-se saber que a proteína e o
amido têm menor digestibilidade em relação ao milho, o que
confere menor energia e pior balanceamento de aminoáci-
dos digestíveis.
Casca de Soja
A casca de soja é o envoltório do grão separado do em-
brião no processo industrial de preparação, sendo retirada
após a quebra dos mesmos. Durante o processo de obtenção
da casca é necessário que esta seja tostada a fim de destruir
fatores antinutricionais. A cada 100 kg de farelo de soja pro-
duzido resulta em 8 kg de casca de soja.
Por ser um alimento rico em fibra podem existir limi-
tações no seu aproveitamento pelos suínos em fase de
crescimento e engorda, uma vez que estes são animais
que apresentam limitada capacidade de digestão de fibra
bruta. Assim, o seu uso mais freqüente ocorre na nutrição
de porcas e cachaços, uma vez que suínos adultos apre-
sentam seu trato gastrintestinal mais desenvolvido, o
que propicia a atuação da microbiota do intestino grosso
(cólon e ceco) sobre a fibra, produzindo ácidos graxos vo-
láteis que podem ser absorvidos e utilizados como fonte
de energia por estes animais. Além disso, a fração fibrosa
tem funções importantes na gestação como o controle do
escore corporal, a redução do estresse, a saciedade e o
aumento da capacidade gastrintestinal para a lactação.
NT #5 77
 Soja desativada Tabela 1
A soja in natura contém algumas Nível médio de inclusão de ingredientes alternativos
substâncias (fatores antinutricionais) usados nas rações de suínos nas fases inicial, crescimento e
que dificultam o aproveitamento de terminação e reprodução (porcentagem da ração)
nutrientes pelos suínos, os quais po-
dem ser as hemaglutininas, os fatores
bociogênicos, as saponinas, as lecti-
nas e os fatores inibidores da tripsina,
como o kunitz e o Bowman-Birk. As-
sim, é necessária a inativação desses
fatores antinutricionais, por meio de
tostagem (por tambor rotativo, por ca-
lor úmido ou por calor seco), jet splo-
der, micronização, extrusão úmida ou
seca ou por cozimento.
A soja integral desativada é um
ingrediente é resultante de um dos
processos citados acima. Por ser um Fonte: Adaptado de Rostagno (2011)
ingrediente com alta energia, a in-
clusão na dieta de suínos pode proporcionar redução ou de ingredientes alternativos, o uso dos mesmos na alimen-
eliminação da inclusão de óleo ou gordura, e isto pode se tação de suínos deve seguir critérios nutricionais e qualita-
tornar economicamente viável, quando os dois últimos esti- tivos. Na Tabela 1 apresentam-se os valores médios de in-
veram com preços elevados. Por outro lado, esse ingredien- clusões de alimentos alternativos na alimentação de suínos.
te apresenta menor teor de proteína e lisina que o farelo
de soja. Assim, para se alcançar as exigências em proteína Considerações Finais
do suíno, provavelmente será necessária uma quantida- Em decorrência das grandes transformações econômi-
de maior desse ingrediente em relação ao farelo de soja. cas no mundo e da volatilidade de preços de matérias-pri-
Portanto, ao se utilizar a soja desativada, deve-se levar em mas do mercado, cabe ao produtor ficar atento para a oferta
consideração um balanço econômico entre os preços de e disponibilidade de alimentos alternativos, a fim de utilizá-los
ingredientes energéticos e protéicos da dieta. para redução do custo da ração total. Entretanto, não é so-
Os dois principais parâmetros para avaliação da qualida- mente o preço que determinará o uso de certo ingrediente,
de deste ingrediente são o nível de atividade da urease, que mas também pontos como composição nutricional, fatores
deve ser no máximo 0,10 unidades de pH, e o índice de solu- antinutricionais e o efeito sobre o desempenho dos animais.
bilidade protéica, que deve ser superior a 80%.

Bolacha
A farinha de bolacha é um subproduto da indústria
alimentícia humana. Seu uso tornou-se interessante na
nutrição de suínos devido ao seu valor energético e sua
palatabilidade. Este ingrediente é semelhante ao milho em
proteína e composição de aminoácido, porém com alta
concentração de gordura. Ela pode substituir parcialmente
o milho em dietas de suínos nas fases de creche, crescimen-
to e terminação.
Apesar de suas vantagens nutricionais, ao utilizar este
ingrediente deve-se estar atento com a variação na com-
posição bromatológica (teor de sódio), a contaminação
microbiológica, a susceptibilidade à rancidez oxidativa e ao
controle de umidade no armazenamento (emboloramento),
que podem influenciar grandemente as respostas de desem-
penho dos animais.
Em decorrência da grande diversidade e disponibilidade
César Machado - Agrostock

78 NT #5

SUíNOS
imPoRTÂNCiA DA
GRANUlomETRiA
Em DiETAS DE
SUÍNoS
A produção de suínos tem buscado constantemente
otimizar a produção e reduzir os custos, principalmente em
momentos onde os principais ingredientes das rações estão
em alta. Neste contexto, medidas simples, como a adequada
moagem dos ingredientes, podem trazer grandes ganhos
em desempenho com a utilização dos mesmos insumos, re-
duzindo os custos de produção.
A moagem dos ingredientes das rações visa à dimi-
nuição e uniformização do tamanho das partículas dos in-
gredientes das rações aumentando a superfície de contato.
isso permite uma maior ação das enzimas digestivas sobre
o alimento, além de modificar as características físicas da
dieta, melhorando o processo de mistura, peletização, ma-
nuseio e transporte.
Granulometria é um método de análise que classifica as
partículas de uma amostra de acordo com seus tamanhos
e a mede as frações correspondentes a cada tamanho. Na
prática, a granulometria é usada para caracterizar o taman-
ho dos grânulos de um produto moído através do Diâmetro
Geométrico Médio (DGM) de suas partículas.
O efeito do tamanho das partículas como fonte de va-
riação do valor nutricional dos alimentos para suínos (Tabela
1) e como fator etiológico de desordens gastrointestinais tem
sido demonstradas em diversos trabalhos científicos.
Diferenças de até 169 kcal na energia metabolizável do
80 NT #5
Luiz Carlos Caimi
é Zootecnista e Consultor
Técnico de Nutrição Suínos/
Aves - Nutron Alimentos.
Entre os ingredientes utilizados nas rações de suínos, o peso, ou seja, piora a conversão alimentar. A granulome-
Energia Metabolizável do Milho de acordo
milho merece uma atenção especial, pois é o ingrediente tria menor do que a recomendada, muito fina, juntamen-
com o DGM
de maior inclusão na ração e o mais susceptível a variações te com a presença de fatores estressantes para o animal,
DGM (mm) 502 746 1054 na granulometria. A qualidade da ração está diretamente pode gerar problemas como a úlcera gástrica. isso ocorre
Energia 3.491 3.392 3.322 ligada ao controle do processo de moagem do milho, pois porque quando se fornece uma dieta finamente moída, o
Metabolizável a digestibilidade de todos nutrientes presentes nos grãos é teor de umidade de estômago diminui, além de ocorrerem
proporcionada pela granulometria correta. diferenças de pH em diferentes regiões do estômago, com
(kcal)
A eficiência dos alimentos está diretamente ligada a isso o conteúdo estomacal torna-se mais fluído, permitin-
Diferença de -99 -169 granulometria, pois quando os ingredientes não atendem às do uma maior mistura do alimento no estômago, possibili-
Energia (kcal) recomendações para a fase e espécie animal, uma série de tando que o ácido clorídrico e a pepsina cheguem a região
zanotto 1999 problemas pode ser desencadeada. Para suínos nas diferentes gastro-esofageana, que é desprovida de secreção mucosa
fases, a recomendação de DGM é apresentada na Tabela 2. protetora do epitélio.
milho foram observadas quando há aumento da granulo- Além do DGM, deve-se levar em conta o grau de unifor-
metria, o que tem um altíssimo impacto sobre o custo de midade das partículas, ou seja, a amplitude de variação do
Diâmetro Geométrico Médio Recomendado
formulação para ajuste das perdas proporcionadas por uma tamanho das partículas em relação à média, que é determi-
para Suínos nado pelo desvio padrão geométrico (DPG). quanto menor
granulometria acima do ideal.
O consumo de energia durante o processo de moagem Fases DGM esta variação, melhor será a qualidade da moagem.
é importante, pois influencia diretamente o custo operacio- Pré-inicial e inicial 300 a 450 mm
nal da fábrica de ração. O gasto com energia para reduzir Suínos na fase pré inicial e inicial
Crescimento e 400 a 550 mm
o tamanho das partículas aumenta à medida que se dimi- leitões após o desmame, tem preferência por partículas
Terminação
nui o DGM dos produtos, havendo também uma redução mais finamente moídas. A conversão alimentar e o ganho de
da produtividade dos moinhos (ton/hora). Normalmente Reprodução 550 a 700 mm peso diário melhoram com a redução dos tamanhos das par-
os ganhos em desempenho animal compensam o gasto tículas (Tabela 3). Mesmo em dietas peletizadas, o tamanho
energético maior e isso deve ser levado em consideração TA granulometria maior que a recomendada pode au- da partícula tem grande importância sobre o desempenho
na composição de custos. mentar o consumo de ração sem aumentar o ganho de dos animais nesta fase.
NT #5 81

Milho (mm)
Variáveis 919 702 487 369
GPD (g) 276 290 332 350
CA (g/kg) 1,254 1,231 1,066 1,071
Adaptado Hearly et al. 1994
Suínos em crescimento e terminação
Para esta fase, observa-se uma tendência linear, de que
quanto menor o DGM da ração, melhor é a conversão ali-
mentar e menor a excreção de matéria seca e nitrogênio,
ou seja, há um maior aproveitamento dos alimentos. Po-
rém é necessário cautela, pois granulometria muito baixa
nesta fase (DGM menor que 400 mm), pode aumentar a
incidência de problemas com úlceras gástricas.
O uso de dietas peletizadas não elimina a necessidade
de um rigoroso controle sobre a granulometria das rações
de suínos. Wondra et al. (1995) demonstraram que a pele-
tização melhorou a conversão alimentar independente da
granulometria, porém as maiores diferenças na conversão
foram observadas quando as rações possuiam granulome-
tria entre 600 mm e 400 mm, obtendo uma redução média
de 7,0% na conversão alimentar. Além dos benefícios de
desempenho, a granulometria mais fina permite a melhoria
da qualidade e durabilidade de péletes.
quando utilizamos silagem de milho com grãos úmi-
dos, também devemos avaliar a granulometria da silagem.
lohmann et al. (2010) observaram redução na digestibilida-
de da proteína da silagem de 84,27 para 78,84 quando o
DGM passou de 513 mm para 717 mm. Também, os mesmos
autores observaram redução na digestibilidade do extrato
etéreo e na matéria seca. Resultados semelhantes foram
encontrados por zanotto et al. (1998).
Avaliando suínos dos 28 aos 100 kg de peso vivo, za-
notto et al. (1999) observaram piora na conversão alimen-
tar de 260 gramas quando o DGM do milho variou de 509
para 799 mm, considerando o período de 84 dias da fase.
A diferença de consumo de ração por animal foi de 21,8 kg
de ração, ou seja, há um alto impacto sobre o custo final de
produção destes suínos.
Suínos em reprodução
Em fêmeas de primeiro e segundo parto, a redução
do tamanho das partículas da ração de 1.200 mm para
400 mm, não afetou o peso, a espessura de toucinho e
o intervalo de retorno ao cio. A ração com DGM de 400
mm melhorou em 11% no ganho de peso da leitegada, a
digestibilidade aparente de matéria seca, de nitrogênio e
de energia bruta da dieta (Wondra et al. , 1995). Entretanto
partículas mais finas proporcionaram aumento de úlceras
e as queratinização da região gastro-esofageana do. Os
82 NT #5
efeitos sobre o estômago das porcas é um fator limitan-
te na redução do tamanho das partículas das rações dos
animais nas fases de reprodução. Por isso recomenda-se
DGM entre 550 e 700 mm.
A energia metabolizável da dieta de fêmeas de se-
gundo parto reduziu de 3.745 kcal/kg para 3.399 kcal/
kg , quando as partículas do milho aumentaram de 400
mm para 1.200 mm, ou seja, uma redução de 10% de
disponibilidade de energia. Assim, para esta categoria, a
granulometria da ração também exerce grande impac-
to sobre o desempenho, principalmente das fêmeas na
fase de lactação, além de gerar incremento dos custos
de formulação.
Fatores que afetam granulometria
Os fatores que influenciam a granulometria no processo
de moagem, em moinhos de martelo são:
- Diâmetro dos furos da peneira,
- área de abertura da peneira,
- Velocidade de rotação e número de martelos,
- Distância entre martelos e peneira,
- Fluxo de moagem,
- Teor de umidade do ingrediente e desgaste do equipamento.
Monitoria da granulometria
Algumas medidas de controle podem ser adotadas na
fábrica de rações para controlar adequadamente a granulo-
metria das rações:
- Diariamente peneirar uma amostra de ração ou o milho em
peneira com furos de 2,5 mm para checar a presença de par-
tículas grossas.
- Monitorar diariamente o desgaste dos componentes do
moinho e verificar presença de furos nas peneiras.
- Realizar troca de peneiras e martelo sempre que estiverem
desgastados.
- Realizar periodicamente análises de DGM das rações e matérias
primas.Fazerchecagenssemprequehouvertrocadeformulação,
manutenção do moinho e troca de peneiras e martelo.
O diâmetro dos furos da peneira do moinho pode variar de
acordo com as características do moinho, mas normalmente,
para se obter a granulometria desejada, as peneiras utilizadas
para moagem dos ingredientes nas diferentes fases são:
- Pré-inicial e inicial – peneira de furos 0,8 a 1,5 mm;
- Crescimento e Terminação – peneira de furos 2,0 a 2,5 mm;
- Reprodução - peneira de furos 2,5 a 3,5 mm.
Considerações finais
A granulometria tem alto impacto sobre o desempenho
dos suínos em todas as fases de produção, por isso o adequa-
do controle do DGM e a tomada de ações que visem melho-
ria de processo para adequação da granulometria ajudam a
otimizar e a reduzir os custos de produção.
 Eduardo Valias Vargas
é Médico Veterinário, Gerente
Nacional Negócios - Bovinos
COOPERATiViSMO de Leite - Nutron Alimentos.

4 DE JUlHO: DiA DO
COOPERATiViSMO
No dia 4 de julho foi comemorado o Dia do Cooperativismo, data que nos re-
mete a uma reflexão sobre este modelo econômico com tantos aspectos sociais
e que tanto contribui para o desenvolvimento do Brasil e do mundo.
Com certeza aqueles 28 operários ingleses, que em 21 de dezembro de 1844 SÃo SETE oS SEUS
abriram as portas de um pequeno armazém cooperativo, jamais imaginaram PRiNCÍPioS:
aonde chegaria o sistema que acabavam de criar, o cooperativismo moderno.
No Brasil, a primeira cooperativa que se tem notícia foi a Sociedade Coo-
perativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto (MG), fundada - Adesão voluntária e livre;
no ano de 1889.
Em 1902 surgiram as cooperativas de crédito no Rio Grande do Sul, e cer- - Gestão democrática;
ca de uma década depois surgiram as cooperativas de produção, fomentadas
por produtores rurais imigrantes ou descendentes de alemães e italianos, que já
possuíam a cultura do cooperativismo do continente europeu. - Participação econômica dos
Baseado em fortes e imprescindíveis pilares, como a união e a transparência, membros;
e preservando o valor do ser humano, o Cooperativismo é hoje um forte esteio
da economia globalizada, e o agronegócio que o diga.
Vivemos em uma época especial para o cooperativismo agropecuário bra- - Autonomia e independência;
sileiro, pois várias cooperativas completaram em 2010 ou completarão em 2011
seus cinquentenários. Outras chegam aos 40 e algumas aos 60 anos de existên- - Educação, formação e
cia. Aqui mesmo na revista NT (número anterior), pudemos nos deliciar com a
comemoração dos 100 anos de vida da Cotribá.
informação;
Em apenas seis números, por nossas páginas já passaram a CooperAlfa,
Castrolanda, CVale, Copagril, Coopercampos, Coperdia, Capal, Coasgo, Batavo, - intercooperação;
Agrária e Cotribá, deixando aqui suas experiências, suas histórias e suas marcas
de empresas vencedoras.
- interesse pela comunidade.
Encanta-nos conhecer o setor e saber bem, o quanto ainda temos a “contar”
para nossos leitores.
que bom que a nossa revista tem uma sessão dedicada ao Cooperativismo!
Talvez a população urbana não conheça, e por isso não reconheça como de-
veria; o capital humano, tecnológico, de gestão, de extensão, de pesquisa e de
fomento deste Brasil cooperativista que cresce e alavanca nossa economia, pro-
duzindo alimentos que matam a fome e geram emprego e renda, beneficiando
assim todos os brasileiros.
Particularmente, sinto-me honrado em representar a terceira geração coo-
perativista de uma família que há nove gerações produz leite em Minas Gerais.
Nossa cooperativa também celebrou seus 50 anos em outubro de 2010 e tive
a honra de conduzir a cerimônia comemorativa, como fiz há dez anos, quando
ainda trabalhava como responsável por sua fábrica de rações.
Sinto-me ainda honrado em fazer parte do time de uma empresa que traz
essa mesma essência cooperativista em seu DNA.

84 NT #5
 COOPERATiViSMO
O COOPERATiViSMO Castrolanda se
destaca na produção
e as lições de uma de suínos e apresenta
modelo de gestão
competente
gestão exemplar e adequado à
suinocultura atual
O cooperativismo é um movimento econômico e so-
cial que conta com a participação de associados que se
unem para satisfazer aspirações e necessidades econô-
micas, sociais e culturais comuns com o objetivo de pro-
mover uma reforma social no capitalismo. Dentro des-
tes princípios, a Cooperativa Agropecuária Castrolanda
é hoje uma das principais referências brasileiras deste
modelo econômico de produção. A empresa atua em di-
ferentes segmentos agropecuários, como o mercado de
sementes, leite e rações, além da suinocultura. Com um
modelo de gestão exemplar, que alia conceitos técnicos
a indicadores econômicos, a Castrolanda está se tornan-
do inspiração para diversos produtores de todo o Brasil.
A própria definição da cooperativa, em sua página da
internet, afirma que a Castrolanda busca desenvolver-se
de maneira contínua, procurando aplicar modernas prá-
ticas de gestão e conquistar e manter vantagens compe-
titivas na exploração das oportunidades do mercado. A
afirmação se confirma quando se conhece o modelo de
gestão aplicado aos negócios suínos, implantado na coo-
perativa em março de 2007. “O novo plano de gestão
gerou uma revolução positiva nos processos. Houve ela-
boração do plano de trabalho e padronização dos proce-
dimentos, que contam com relatórios informatizados de
visitas técnicas às propriedades e de fácil acompanha-
mento”, conta Fabrício Borges, zootecnista e coordena-
dor da produção de suínos da Castrolanda.
O exemplo de gestão proposto pela Castrolanda pre-
vê a união dos conceitos técnicos e econômicos para
86 NT #5
uma melhor visibilidade do futuro dos negócios. Fabrício
explica que para a atividade da suinocultura sobreviver
aos altos e baixos do mercado, a gestão técnica e a ges-
tão econômica devem estar juntas. “Funciona assim: a
Castrolanda uma vez por mês gera um arquivo de dados
com todas as movimentações de cada cooperado. Todo
dia 5 o programa de gerenciamento local da granja emi-
te um alerta e importa este arquivo e o cooperado ape-
nas completa com as informações próprias de seu negó-
cio. No dia 10 ele envia para a Castrolanda um relatório
com todas as informações zootécnicas e econômicas.
Tudo isso é feito de maneira automática, necessitando
apenas estar conectado à internet. Nós temos um pro-
grama central onde reunimos todas estas informações.
Somos responsáveis pela análise, geramos relatórios da
evolução da suinocultura e também fazemos um ran-
queamento das granjas em relação aos indicadores zoo-
técnicos e econômicos. O sistema permite comparar as
despesas da granja com o resultado das melhores, com
isso acionamos a assistência técnica para solucionar o
que for necessário. isso é o nosso programa de gestão.
Ele alia as características econômicas e técnicas geran-
do indicadores econômicos na mesma base que nos aju-
dam a identificar oportunidades de melhoria em cada
propriedade”, conclui o coordenador do projeto.
Na teoria parece simples, mas o modelo ainda não
é visto com frequência no Brasil. Os produtores já sa-
bem bastante sobre os índices zootécnicos, mas o uso
e conhecimento dos indicadores econômicos ainda
NT #5 87
 deixam a desejar. “Nem sempre o melhor índice de
produtividade gera o melhor resultado econômico.
Os valores da produção podem estar altos em detri-
mento de gastos mais racionais”, ressalta Fabrício.
O que a Castrolanda faz de diferente nesse sentido
é reunir informações seguras de maneira gerencial,
através de vários softwares e programas de compu-
tador, para agrupar índices técnicos e econômicos em
um só relatório. “Hoje a Cooperativa consegue ter as
informações em um menor espaço de tempo e são
informações confiáveis. O ideal é esse: informação
rápida e de qualidade.”
Vantagem é o que não falta com a implantação
deste modelo, pois tanto funcionários, quanto coope-
rados acumulam benefícios. Para os colaboradores
da empresa foram criados treinamentos e novos pro-
cedimentos de trabalho, como a criação de fluxogra-
mas de produção para cada setor e treinamentos de
manejo e de procedimentos operacionais realizados
duas vezes por ano. Além disso, esses funcionários
participam de um ranking, onde são classificados de
acordo com o sucesso na produção equilibrada pelos
conceitos técnicos e econômicos. Esse ano, a Castro-
landa prepara uma novidade para estes ranqueados.
“Para fechar com chave de ouro esse sistema de ges-
tão, vamos criar um evento para premiar os melhores
da cooperativa. Nunca tivemos uma premiação como
esta antes, o objetivo é valorizar o funcionário. Será
um evento com toda a suinocultura, proprietários e
gerentes de granjas. O objetivo é motivar e estimular
o pessoal em uma competição saudável”, afirma o
zootecnista.
A Castrolanda se orgulha de ter se tornado re-
ferência na gestão de suínos, e Fabrício, que está no
projeto desde o seu desenvolvimento e concepção, só
tem motivos para comemorar. O programa de gestão
permitiu, em quatro anos, que a produtividade da
cooperativa aumentasse consideravelmente, sain-
do de 23 para 28,5 desmamados/porca/ano - sendo
30% com resultado acima de 30 desmamados. Tam-
bém permitiu que os custos de sanidade diminuíssem
quase pela metade, além da otimização de funcioná-
rios distribuídos pelas granjas, melhorando a relação
do número de matrizes por funcionário.
De olho no futuro, a Castrolanda já tem novos
projetos a serem implantados, e o Programa de Bios-
segurança é um deles. “Esse sistema realiza uma
classificação sanitária das granjas, construindo uma
pirâmide de produção que especifica a prioridade dos
casos: quem está mais alto, recebe atendimento pri-
meiro. O Programa de Biossegurança visa o controle
de fluxo de veículos, pessoas e animais na proprieda-
de”, finaliza o coordenador do projeto.
88 NT #5
NúMEROS DA CASTROlANDA
33 unidades de ciclo completo (sendo
uma unidade de produção)
4 granjas multiplicadoras (sendo uma
granja quarto sítio)
2 granjas UPl (Unidade de Produção
de leitão) com 5.450 matrizes no total
39 granjas terminadoras
1 unidade de Central de inseminação
UDG (Unidade de Desenvolvimento
Genético) com 70 reprodutores
16.800 matrizes no total
Assistência Técnica: 1 coordenador
(Fabrício Borges), 3 veterinários e 1
zootecnista
77 propriedades no total
COOPERATiViSMO
O Cooperativismo e a
sucessão familiar
Assunto foi discutido com êxito de público
na Cooperalfa
O duro inverno de 2011 em SC foi aquecido pelo progra-
ma Família na Terra – A Essência do Campo, desenvolvido
pela Cooperativa Agroindustrial Alfa de maio a julho em 18
seminários que reuniram 9.159 associados e familiares para
debater dois temas cruciais: Gestão e Sucessão Familiar e
Valores para um Cooperativismo Sustentável. As palestras
foram conduzidas, respectivamente, pela Consultoria Safras
& Cifras de Pelotas (RS) e pelo Teólogo e Especialista em Ju-
ventude, Ney Guimarães, de Curitiba (PR).
Para Romeo Bet, presidente da Cooperalfa, uma semen-
te foi plantada. “Não podemos e nem queremos resolver
tudo. O programa Família na Terra despertou para que em
cada núcleo, em cada propriedade rural, o assunto ganhe
repercussão e, com diálogo aberto entre filhos, genros e
noras, seja encontrada a melhor alternativa de transferên-
cia do patrimônio, evitando desgastes judiciais no futuro”,
revelou Bet. Atualmente, metade das 15.300 famílias de só-
cios da Alfa têm, no seu titular da conta, idade superior a 50
anos, mostrando clarividência do envelhecimento da casta
agrícola barriga-verde.
Nos eventos, que foram apoiados pelo SESCOOP e SE-
NAR, ficou notório que herdeiros são todos os filhos, mas
nem todos os filhos são sucessores dos pais. O especialis-
ta em cooperativismo da Alfa, Vilmar Dal Bosco, disse que
o êxito no processo de sucessão do comando e adminis-
tração agropecuária, formata também o semblante futuro
do agronegócio catarinense e, em especial, desenha qual
identidade terá a própria cooperativa nas próximas déca-
das. “Alguém precisava levantar essa bandeira, assim, olho
no olho. isso é crescimento orgânico”, relativizou Dal Bosco.
Para o organizador, a direção da Cooperalfa teve uma atitu-
de corajosa em tratar publicamente um assunto delicado,
que mexe diretamente na veia do apego e do sentimento. O
programa ganhou repercussão estadual, ativando stakehol-
ders variados, como prefeituras, educandários, sindicalistas,
cooperativas de outro ramos e várias lideranças.
NT #5 89
 COOPERATiViSMO
COOPATOS:
Criada em 20 de abril de 1957, a Coopatos há mais
de meio século vem contribuindo com os seus coopera-
dos, na administração dos negócios. Considerada uma
das principais cooperativas do país, a empresa, que se
localiza na maior bacia leiteira da região Sudeste do Bra-
sil, com sede no município de Patos de Minas, tem sua
história pautada no respeito ao cliente e na qualidade
dos serviços prestados. Tendo como principais ativida-
des a recepção, o beneficiamento, a industrialização e
a comercialização do leite produzido por seus coopera-
dos; assim como o fornecimento de insumos, de bens de
consumo, de equipamentos e de assistência técnica ve-
terinária e agronômica, a cooperativa gera mais de 400
empregos diretos e cerca de 10 mil indiretos.
Atualmente, graças à sua relevante atuação como
uma das maiores incentivadoras da atividade agrope-
cuária na região do Alto Paranaíba, a Coopatos conse-
guiu consolidar-se no cenário regional, estadual e na-
cional como uma empresa sólida, comprometida com o
produtor rural e com a boa gestão da sua propriedade.
Buscando influenciar positivamente todo o cenário so-
90 NT #5
54 anos de trabalho
em prol da sociedade
e dos cooperados
animal de qualidade, com preços compatíveis aos prati-
cados no mercado, a empresa também vem realizando
investimentos contínuos no desenvolvimento tecnoló-
gico e industrial das Rações Coopatos. As rações e su-
plementos produzidos pela cooperativa, bem como as
diversas linhas de insumos agropecuários, ferramentas
e adubos, podem ser encontrados em qualquer uma das
suas quatro lojas agropecuárias instaladas nos municí-
Semana Coopatos
Todos os anos, a cooperativa promove a Semana
Coopatos, um dos maiores encontros da cadeia produ-
tiva do leite de Minas Gerais. O evento, que já está na
sua oitava edição, oferece a toda a família cooperativis-
ta oportunidades únicas para atualização de conheci-
mentos e realização de bons negócios. Este ano, ele irá
acontecer no período de 23 a 27 de junho, no Parque de
pios de Patos de Minas, lagoa Grande, Vazante e João
Exposições Sebastião Alves do Nascimento, em Patos de
Pinheiro, nas quais os produtores rurais encontram os
Minas (MG). Sua programação contará com a realização
melhores preços e condições de pagamento, e também
cioeconômico da região, ela contribui para que os pecua- de exposições, debates, seminários, palestras, festivais,
um atendimento diferenciado.
ristas consigam se defender das incertezas do tempo e torneios, dentre outros. Eventos para homens, mulheres,
Em 2010, a cooperativa captou 86 milhões de litros
do mercado. Por essa razão, a cooperativa conta hoje jovens e crianças que propiciarão uma maior integração
de leite e produziu 59 mil toneladas de rações e su-
com 1.585 cooperados e 620 fornecedores de leite, aos de todos os membros da atividade leiteira e uma maior
plementos minerais, alcançando um faturamento de,
quais são oferecidos diversos benefícios que propiciam compreensão do relevante papel de cada um nos esfo-
aproximadamente, 160 milhões de reais.
uma maior segurança de lucro com a atividade. rços empreendidos para o crescimento do setor.
Responsabilidade Social investimentos
Produtos e Serviços A Coopatos ainda desenvolve diversas ações de cun-
Ao longo desses 54 anos de atuação, a marca Coopa-
A Coopatos tem no leite a sua principal matéria-
ho social e ambiental, como o Programa de Educação
prima, produzindo uma imensa variedade de produtos tos tornou-se sinônimo de respeito ao consumidor e aos
Cooperativista, o Projeto Paisagismo e o Dia da árvore.
lácteos. Fiel ao princípio de não ludibriar o consumidor cooperados, reconhecimento conquistado graças ao seu
Aliado a esse trabalho, a cooperativa, que é licenciada
ou induzi-lo ao erro com recursos para baratear os cus- trabalho e à sua visão. Mas a cooperativa sabe que para se
pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), se-
tos dos produtos, como perdas nos padrões nutricionais sustentar no mercado é preciso manter o ritmo de cresci-
gue com rigor as normas ambientais, com a adoção dos
e sensoriais, a cooperativa segue à risca as suas formu- mento, inovando sempre. Por essa razão, está previsto, para
padrões exigidos pela Agência Nacional de Vigilância
lações tradicionais. Para atender aos consumidores e este ano, um investimento de aproximadamente 2 milhões
Sanitária (ANViSA) e a utilização de uma Estação de
aos associados, a empresa possui três lojas para comer- de reais para a construção do posto de combustíveis da
Tratamento do Efluente Industrial (ETE) e uma usina
cialização de leite e Derivados, localizadas em Patos de instituição, que terá a bandeira Petrobrás. O novo empre-
de beneficiamento de leite. Assim, a Coopatos cumpre
Minas e em lagoa Grande. endimento, com inauguração prevista para março de 2012,
com o seu princípio fundamental que é o de fomentar o
Além disso, a fim de facilitar o acesso dos seus co- irá comercializar 600 mil litros de combustível por mês, le-
desenvolvimento social, com foco na sustentabilidade da
operados e demais produtores rurais a uma alimentação vando um produto de qualidade tanto para os cooperados,
atividade na qual está inserida.
quanto para a sociedade em geral.
NT #5 91

AlTA GERêNCiA E EMPREENDEDORiSMO
O suinocultor gaúcho
que “é de casa”!
A história do suinocultor gaúcho Odair zangrande é um
bom exemplo de como um relacionamento de negócios
pode ser profícuo, fraterno e duradouro como uma sólida
amizade. Casado, pai de duas filhas, o filho de Jacutinga vive
da produção de suínos há muito tempo: 25 anos, mais pre-
cisamente. “O Odair é um excelente cliente. Além de aceitar
as novas técnicas, os novos conceitos e implantar as novi-
dades necessárias ao seu negócionegócio, ele está sempre
tentando melhorar. incorpora as ideias de maneira muito
tranquila”, define Gerson Wrzesimski, técnico em agrope-
cuária e representante comercial da Nutron que trabalha
com Odair há 11 anos. Gerson é casado, não tem filhos, mora
em lajeado e atende quinze clientes de suínos e bovinos,
em 30 municípios, sempre a partir da base da Nutron em
Chapecó (SC). “Foi meu primeiro cliente, assim que entrei na
92 NT #5
4]b]a(1{aO`;OQVOR]
fotos.indd 2 19.08.10 14:42:15
:15
19.08.10 14:42
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empresa. E acabou transformando-se em um grande amigo
depois desses 11 anos de convivência, incluindo sua família”, fotos.indd 2
conta Gerson. Aos 37 anos de idade, Odair mantém 650 ma-
trizes de genética DB Dan Bred e uma unidade independen-
fotos.indd 2
te de produção de leitões. São 300 animais entregues toda
a semana para a empresa Suinocultura Gobbi, cada um com C;/4=B=>3@437B/1/CA/
C;/4=B=
aproximadamente 22 quilos. “Eu compro cerca de oito mil
quilos de produtos por semana, praticamente toda a linha C;/ÏB7;/7;>@3AA¯=
de pré-inicial da Nutron, e tenho uma excelente assistência
técnica. Estou muito satisfeito”, fala Odair. Ele enfatiza que a =[SZV]`S[OWaQ][^ZSb]PO\Q]RSW[OUS\aR]OU`]\SU„QW]
parceria tem sido um sucesso por causa da presença cons- Ac\]aOdSaP]dW\]aQcZbc`OaOZW[S\b]aQO`\Sa[O_cW\t`W]SbQ
tante da Nutron com orientação e dicas de como otimizar o
negócio. “Ela atende a todas as exigências da minha granja
por assistência, veterinários; é um todo, não é só em função
do produto”, conclui.
EEE/5@=AB=191=;0@
 PUBLIQUE
AGeNDA

PUBLIQUE
AGOSTO Fórum de líderes em Suinocultura e Avicultura 2011
Data: 14 a 15 de setembro de 2011
Simpósio Brasil Sul de Suinocultura Foz do iguaçu – PR
09 a 11 de agosto (19) 3709-1100 /e-mail: info@aveforum.com.br
Chapecó – SC www.aveforum.com.br
(49) 3329.1640 / e-mail nucleovet@nucleovet.com.br
www.nucleovet.com.br/SBSS/programa.php
8° Curso de Atualização em Avicultura de Postura Comercial
Agroleite 2011 Data: 15 a 16
8 a 12 de agosto Jaboticabal/SP
Castro – PR (16) 3209-1300 / e-mail: eventos@funep.org.br
www.agroleitecastrolanda.com.br www.funep.org.br

Expogenética 2011 28ª Expoleste

13 a 21 de agosto 14 a 18 de setembro
Uberaba – MG Barra do Garças -MT
(34) 3319-3928/www.expogenetica.com.br/2011 (66) 9282-1313

i SimBoV mT - Simpósio matogrossense de Bovinocultura 9° Simpósio Técnico de incubação, matrizes de Corte e Nutrição
de Corte 21 a 23 de setembro
18 a 20 de agosto Balneário Camboriú, SC
Cuiabá – MT (48) 3222-8734 / contato@acavsc.org.br o
simbovmt@ufmt.br www.acavsc.org.br/simposio

TecnoCarne 2011 OUTUBRO C

Data: 23 a 25 de agosto C

São Paulo – SP XV Congresso de Abraves 2011 M

M
(11) 3598-7800 04 a 07 de outubro Y
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23 a 24 de agosto 04 a 07 de outubro
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www.expointer.rs.gov.br
Vi Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes
SETEMBRO 24 a 27 de outubro de 2011
São Pedro - SP
X Simpósio Goiano de Avicultura Telefone: (19) 3743.1757 / e-mail: imprensa@ital.sp.gov.br
1 e 2 de setembro www.ital.sp.gov.br/ctc/eventos/vi-congresso/programa.php
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(62) 3203-3665 / e-mail: aga@terra.com.br 22º Congresso Brasileiro de Avicultura
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São Paulo – SP
XXii Congresso latino-Americano de Avicultura (11) 3031-4115 / congresso@ubabef.com.br
6 a 9 de setembro www.ubabef.com.br
Buenos Aires, Argentina
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NOVEMBRO
Viii Encontro Técnico de Ciência e Tecnologia Avícolas
13 e 14 de setembro i Simpósio de Patologia e Produção Avícola
Uberlândia, MG Data: 17 a 18 de novembro de 2011
Telefone: (34) 3218-2228 / e-mail: pauloufu@hotmail.com Porto Alegre – RS
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interconf 2011
13 a 15 de setembro 15ª Rodada Goiana de Tecnologia em manejo de Suínos
Goiânia – GO 24 e 25 de novembro de 2011
Tel: (62) 3432-0395/ 3432-0394 / e-mail: faleconosco@ Goiânia – Goiás
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