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UNIDADE 1

Programa Nacional
de Gestão Documental e
Memória do Poder Judiciário
(Proname) do Conselho
Nacional de Justiça
(4 h)
PRONAME | GESTÃO DOCUMENTAL E MEMÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO

1.1 Histórico do Proname e organização


Seja bem-vindo(a) ao Curso de Gestão Documental e Gestão de Memória
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é dividido em cinco unidades.

Nesta Unidade 1, conheceremos o que é o Programa Nacional de Gestão


Documental e de Memória do Poder Judiciário (Proname) do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), seu histórico e como se organiza.

Em seguida, veremos os fundamentos constitucionais e legais relaciona-


dos ao Proname, além dos princípios e das diretrizes da Gestão Documen-
tal e de Memória previstos na Resolução CNJ n. 324/2020.

O que é o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)?

O CNJ é órgão do Poder Judiciário, introduzido na Constituição Federal


por Emenda em 2004, cabendo-lhe o controle administrativo e finan-
ceiro dos outros órgãos desse Poder composto por Tribunais e Conselhos.

Por meio de ações, normas, planos e projetos, o CNJ objetiva dar efe-
tividade à sua missão de garantir eficiência e transparência ao Po-
der Judiciário, nas quais se incluem a coordenação e a normatização
das políticas nacionais de Gestão Documental e de Memória do Poder
Judiciário. Portanto, o Proname está inserido nessa atuação do CNJ,
decorrente de fundamentos constitucionais e legais, que veremos ao
longo da Unidade 1.

Para saber mais sobre o CNJ, visite o portal https://www.cnj.jus.br/.

Como surgiu o Programa Nacional de Gestão Documental


e Memória do Poder Judiciário?

Em 12 de dezembro de 2008, o Proname foi lançado a partir da celebra-


ção de acordo de cooperação técnica entre o CNJ e o Conselho Nacional
de Arquivos (Conarq), que é vinculado ao Arquivo Nacional. O Conarq
contém representantes dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judi-
ciário) e da sociedade civil e tem por finalidade definir a política nacional
de arquivos públicos e privados.

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

Esse acordo de cooperação técnica foi motivado pelas determinações da


Constituição Federal de 1988, que impôs o dever de gestão da documenta-
ção acumulada pelo poder público, da Lei n. 8.159/1991 (Lei Geral de Arqui-
vos) e da Resolução Conarq n. 26/2008. As normas constitucionais e legais,
que fundamentam o Proname, serão estudadas no próximo subitem.

O acordo teve vigência curta de 12 meses e objetivava implementar políti-


ca nacional de gestão documental e memória do Poder Judiciário. Entre
seus objetivos, estavam: promover proteção aos documentos de arquivo;
padronizar as práticas e os instrumentos de gerenciamento arquivístico;
preservar e divulgar os documentos históricos do Poder Judiciário.

Como o Proname evoluiu a partir de então?

Pela Portaria CNJ n. 616/2009, foi constituído o Comitê do Proname, com


representantes de diversos ramos do Poder Judiciário e incumbência,
entre outras, de elaborar proposta das normas e dos instrumentos de
gestão documental.

Vencido o prazo do termo de cooperação, em dezembro de 2009, o Co-


narq, pela Resolução n. 30/2009, determinou a adoção do Programa de
Gestão de Documentos do CNJ.

Por meio de atuação do Comitê do Proname, as normas, as diretrizes e


os princípios do Programa foram veiculados pela Recomendação CNJ n.
37/2011, alterada pela Recomendação CNJ n. 46/2013.

Em 2020, a matéria foi integralmente disciplinada na Resolução CNJ n.


324/2020, ato normativo dotado de caráter obrigatório e atualmente vi-
gente, que disciplinou de forma sistematizada, pela primeira vez, a Ges-
tão de Memória. Antes dela, a Resolução CNJ n. 316/2020 havia instituído
o 10 de maio como o Dia da Memória do Poder Judiciário.

A Resolução é composta por quarenta e quatro artigos distribuídos da


seguinte forma: Capítulo I – Das Disposições Preliminares (artigos 1 a
3); Capítulo II – Do Proname (artigos 4 a 7); Capítulo III – Do Comitê do
Proname (artigos 8 a 10); Capítulo IV – Da Comissão Permanente de
Avaliação Documental (artigos 11 a 14); Capítulo V – Das Normas de
Gestão de Documentos (artigos 15 a 30), subdividido em Seção I – Da
Avaliação e Destinação de Documentos e Seção II – Dos Documentos

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PRONAME | GESTÃO DOCUMENTAL E MEMÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO

e Processos de Guarda Permanente; Capítulo VI – Da Gestão de Do-


cumentos Digitais (artigos 31 a 34); Capítulo VII – Da Conversão do
Suporte (artigos 35 a 36); Capítulo VIII – Da Gestão da Memória do
Poder Judiciário (artigos 37 a 40); Capítulo IX – Das Disposições Finais
(artigos 41 a 44).

Em linhas gerais, o normativo contempla:

1. Definição de gestão documental e gestão de memória;

2. Princípios e diretrizes aplicáveis;

3. Instrumentos do programa;

4. Composição e atribuições do comitê do Proname;

5. Normas de gestão de documentos e de gestão de memória;

6. Acervo permanente: composição e regramento aplicável;

7. Composição e atribuições das Comissões Permanentes de Avalia-


ção Documental (CPAD) e de gestão da memória nos órgãos do
Poder Judiciário;

8. Determinação de elaboração e adaptação dos programas de gestão


documental e gestão de memória com aprovação dos respectivos
instrumentos pelos órgãos do Poder Judiciário.

Como se organiza o Proname?

O Proname é coordenado por um Comitê, criado em 2009, composto


por representantes de todos os segmentos do Poder Judiciário, do pró-
prio CNJ e do Conarq, conforme artigo 9º, da Resolução CNJ n. 324/2020.

Essa composição mínima visa a garantir a representatividade dos vários


órgãos e segmentos do Poder Judiciário e também valorizar a experiên-
cia adquirida nas áreas de gestão documental e de gestão de memória,
além de formação técnica de seus integrantes.

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

O Comitê tem como atribuições, de acordo com o artigo 8º, da Resolu-


ção CNJ n. 324/2020: a) elaborar, atualizar e publicar no portal do CNJ os
instrumentos de gestão documental e de gestão da memória; b) enca-
minhar proposições complementares ao programa para apreciação do
CNJ; c) propor e apoiar ações de capacitação de servidores e magistra-
dos em questões relacionadas ao programa; d) acompanhar a aplicação
do Programa, sugerindo medidas, que entender necessárias ao CNJ.

O Comitê também responde dúvidas formuladas pelos órgãos do


Poder Judiciário sobre questões relacionadas ao Programa e publica
orientações normativas.

Pela Resolução CNJ n. 296/2019, foi instituída a Comissão Permanente


de Gestão Documental e de Memória do Poder Judiciário composta
por, no mínimo, três membros Conselheiros do CNJ, com os objetivos
principais de zelar pela observância do Programa e propor, em coorde-
nação com o Comitê, diretrizes para a gestão documental e para a pre-
servação e difusão da memória institucional e do patrimônio cultural e
arquivístico do Poder Judiciário.

O Comitê do Proname é dividido em quatro Subcomitês, com atuação


consultiva e propositiva em áreas temáticas específicas, que são:

I – Subcomitê de Instrumentos de Gestão Documental;

II – Subcomitê de Preservação Digital;

III – Subcomitê de Memória; e

IV – Subcomitê de Capacitação.

Para conhecer mais sobre o trabalho no Comitê do Proname e as atas de


reunião, clique aqui (https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/gestao-
-documental-e-memoria-proname/comite-do-proname/), orientações
https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/gestao-documental-e-
-memoria-proname/contato-duvidas-e-orientacoes/) e Regimento
Interno (https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/02/Regimen-
to-Interno.pdf).

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1.2 Fundamentos constitucionais e legais


do Proname

O que diz a Constituição Federal sobre Gestão Documental


e de Memória?

A Constituição Federal de 1988, que é a lei maior do país e fundamenta


todas as demais normas, é expressa ao prever que cabem à adminis-
tração pública a gestão da documentação governamental e as pro-
vidências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem
(artigo 216, parágrafo 2).

O artigo 216, da Constituição Federal dispõe que constituem patrimônio


cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, considerados
individual ou conjuntamente, portadores de referência à identidade,
à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, incluindo:

I − as formas de expressão;
II − os modos de criar, fazer e viver;
III − as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV − as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa-
ços destinados às manifestações artístico-culturais;
V − os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

A memória e os bens culturais dos órgãos do Poder Judiciário fazem


parte, portanto, do patrimônio cultural brasileiro.

Há rico patrimônio cultural entre os bens materiais e imateriais dos ór-


gãos da Justiça, que devem estar disponíveis a toda a sociedade, pois
constituem relevantes fontes de pesquisa para a ciência e a cultura na-
cionais, às quais o Estado deve garantir o pleno acesso e o exercício dos
direitos culturais (artigo 215, da Constituição Federal).

Promover e proteger o patrimônio cultural é dever do poder público, com


a colaboração da comunidade, ou seja, cabe a todo cidadão tal tarefa

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

e principalmente a magistrados e servidores do Poder Judiciário, que


têm contato com os vários bens culturais do órgão, tais como objetos,
documentos, processos, livros e edificações.

Direito de acesso à informação e de certidão

O direito de acesso à informação garante a todos o recebimento dos ór-


gãos públicos informações de seu interesse particular ou de interesse
coletivo ou geral, ressalvadas as hipóteses em que o sigilo seja impres-
cindível à segurança da sociedade e do Estado (artigo 5º, incisos XIV,
XXXIII).

A proteção a dados pessoais e o direito à intimidade (artigo 5º, incisos X)


coexistem com o direito de acesso à informação.

Do mesmo modo, é assegurado o direito de obtenção de certidões para


defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal
(artigo 5º, inciso XXXIV, “b”).

O dever de transparência imposto ao Judiciário e aos outros Poderes da


República possibilita a participação do cidadão na administração pú-
blica, mediante acesso aos registros e às informações correspondentes
(art. 37, § 3º, II).

O dever de publicidade, por sua vez, abarca os julgamentos e as deci-


sões administrativas (art. 93, IX e X), ressalvadas as hipóteses de segredo
de justiça.

A temática deve ser entendida, portanto, pelo prisma constitucional e


dos direitos humanos fundamentais, pois ainda subsiste desconheci-
mento sobre a matéria e o relevante papel das atividades de gestão do-
cumental e de memória.

Essas atividades são essenciais não apenas ao desempenho das fun-


ções próprias do Poder Judiciário, mas também no contexto do Estado
Democrático de Direito, pois garantem o acesso às informações e res-
pectiva preservação, seja para o exercício de direitos individuais, seja
para a participação na administração pública, seja para o exercício dos
direitos culturais.

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Quais são as principais leis, que fundamentam o Proname?

As matérias relacionadas ao Programa Nacional de Gestão Documental


e Memória do Poder Judiciário também têm fundamento na legislação.
Vejamos as principais:

ƒ Lei n. 8.159/1991 (Lei Geral de Arquivos)

Estabelece a política nacional de arquivos públicos e privados e de-


termina o dever de o Poder Público promover a gestão documental
e a proteção especial a documentos de arquivos como instrumento
de apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico e
como elementos de prova e informação (artigo 1º).

Conceitua o que são arquivos e a gestão documental, estabelece as


etapas de vida da documentação e o que são os documentos per-
manentes, institui o regramento geral de organização e administra-
ção de instituições arquivísticas públicas, das quais fazem parte os
arquivos do Poder Judiciário.

A lei também cria o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), vinculado


ao Arquivo Nacional, órgão central do Sistema Nacional de Arquivos
(Sinar), atribuindo-lhe a responsabilidade pela definição da política
nacional de arquivos.

Por fim, também é prevista responsabilidade penal, civil e adminis-


trativa, na forma da legislação em vigor, àquele que “desfigurar ou
destruir documentos de valor permanente ou considerado como de
interesse público e social” (artigo 25).

ƒ Lei n. 9.605/1998

Estabelece sanções penais e administrativas contra condutas e ati-


vidades lesivas ao meio ambiente cultural de que fazem parte o pa-
trimônio arquivístico, o museológico, o arquitetônico, o histórico, o
artístico etc.

O artigo 62 tipifica, como crime contra o patrimônio cultural, a des-


truição, a inutilização ou a deterioração de arquivo, registro, museu,
biblioteca, pinacoteca, entre outros bens.

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

ƒ Lei n. 11.419/2006

Regulamenta a informatização do processo judicial. Normas posterio-


res, como o Código de Processo Civil de 2015 e a Lei n. 14.195/21, trouxe-
ram disposições sobre prática de atos processuais em meio eletrônico e
alterações no sistema de comunicações processuais, respectivamente.

ƒ Lei n. 11.904/2009 (Estatuto dos Museus)

O Estatuto dos Museus estabelece o conceito de museus e elenca os


princípios fundamentais e o regime aplicáveis. Disciplina a preser-
vação, a conservação, a restauração e a segurança dos acervos. Trata
das ações que envolvem educação, pesquisa, difusão e acesso.

Institui o dever de formulação de política de aquisições e descartes de


bens culturais; de manter documentação sistematicamente atualizada
sobre os bens culturais que integram seus acervos, na forma de regis-
tros e inventários; e de elaborar e implementar o Plano Museológico.

ƒ Lei n. 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação)

Estabelece parâmetros concretos à implementação dos direitos e de-


veres constitucionais mencionados de acesso a informações de inte-
resse particular, coletivo ou geral e relativas à organização do Estado.

Está diretamente relacionada às atividades de Gestão Documental,


porquanto a devida organização da documentação, o gerenciamen-
to de informação e a preservação do patrimônio arquivístico tornam
efetivo o acesso às informações necessárias à administração, ao exer-
cício de direitos e da cidadania, e às fontes da cultura nacional, como
elementos componentes da Memória.

A Resolução CNJ n. 215/2015 (https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/2236)


regula a matéria para os órgãos do Poder Judiciário

ƒ Lei n. 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais)

Relacionada à Lei n. 8.159/1991 e à Lei n. 12.527/2011, a LGPD disciplina


o tratamento de dados pessoais, com o objetivo de proteger os direi-
tos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvi-
mento da personalidade da pessoa natural. Na Unidade 2, veremos
os impactos dessa lei na Gestão Documental.

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PRONAME | GESTÃO DOCUMENTAL E MEMÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO

A aplicação da LGPD no Poder Judiciário foi disciplinada pela Re-


solução CNJ n. 363/2021 (https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3668).

Para saber mais sobre a legislação e atos normativos relacionados


ao Proname, confira a aba específica no portal do Programa: https://
www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/gestao-documental-e-memo-
ria-proname/constituicao-federal/.

Tratados e convenções internacionais

Há também uma série de tratados, acordos e convenções interna-


cionais, aplicáveis às atividades de gestão documental e de memória.
Os tratados ratificados pelo Brasil e internalizados possuem força de lei.

A seguir, são agrupados os principais a partir dos temas relacionados às


atividades objeto do curso, com os respectivos decretos.

Direitos humanos em geral

ƒ Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948);

ƒ Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem


(Bogotá, 1948);

ƒ Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais


(ONU, 1966) e Decreto n. 591/1992;

ƒ Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (ONU, 1966) e De-


creto n. 592/1992;

ƒ Convenção Americana dos Direitos do Homem de 1969 (Pacto de São


José da Costa Rica) e Decreto n. 678/1992;

ƒ Protocolo de São Salvador (1988) e Decreto n. 3.321/1999;

Patrimônio Cultural e direitos culturais

ƒ Convenção para Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural


(UNESCO, 1972) e Decreto n. 80.978/1977

ƒ Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial


(UNESCO, 2003) e Decreto n. 5.752/2006;

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

ƒ Declaração universal sobre Arquivos (UNESCO, 2011);

ƒ Recomendação para a Salvaguarda e Preservação das Imagens em


Movimento de 1980 (UNESCO, 1980);

ƒ Carta sobre a Preservação do Patrimônio Digital de 2003 (UNESCO,


2003b);

ƒ Declaração de Varsóvia: Cultura, Memória e Identidades de 2011


(UNESCO, 2011a);

ƒ Recomendação relativa à Proteção do Patrimônio Documental,


incluso o Patrimônio Digital, e respectivo acesso (Recommendation
concerning the preservation of, and access to, documentary heritage,
including in digital form) (UNESCO, 2015a);

ƒ Recomendação relativa à Proteção e Promoção dos Museus e Cole-


ções, sua Diversidade e seu Papel na Sociedade (UNESCO, 2015b).

Igualdade, inclusão e não discriminação

ƒ Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de


Discriminação Racial (ONU, 1963) e Decreto n. 65.810/1969;

ƒ Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação


contra a Mulher (ONU, 1979) e Decretos n. 89.460/1984 e n. 4.377/2002;

ƒ Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU, 1989) e Decreto n.


99.710/1990;

ƒ Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Nova York,


2007), Decreto Legislativo n. 186/2008 e Decreto n. 6.949/2009.

Sustentabilidade e meio ambiente

ƒ Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento


(ONU, 1992).

PARA SABER MAIS, leia o Capítulo 5.2 do MANUAL DE GESTÃO DE ME-


MÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO (https://www.cnj.jus.br/wp-content/
uploads/2021/02/Manual_de_Gestao_de_Memoria.pdf)

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PRONAME | GESTÃO DOCUMENTAL E MEMÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO

1.3 Resolução CNJ 324/2020: princípios


e diretrizes de gestão documental
e de memória
A Resolução CNJ n. 324/2020 institui diretrizes e normas de gestão do-
cumental e de memória, disciplinando o Programa Nacional de Gestão
Documental e Memória do Poder Judiciário (Proname). Em razão da na-
tureza do ato normativo, é obrigatória a todos os órgãos do Poder Judi-
ciário, com exceção do Supremo Tribunal Federal.

A Resolução representa grande progresso ao desenvolvimento do Pro-


name, pois, além do caráter obrigatório, ampliou os critérios então esta-
belecidos de guarda permanente e disciplinou, pela primeira vez, a ges-
tão de documentos digitais e a gestão de memória no Poder Judiciário.

Os artigos 3º e 38, da Resolução CNJ n. 324/2020 contemplam os princí-


pios e as diretrizes de gestão documental e de gestão de memória, que
são essenciais para as áreas e o embasamento da atuação, pois não se
limitam a disposições de caráter teórico ou programático. Ao contrário,
são verdadeiros guias norteadores, que devem fundamentar e permear
as ações, iniciativas e projetos das áreas.

Os princípios e as diretrizes de gestão documental e gestão de memória


do Proname podem ser sistematizados em sete principais grupos, da
seguinte forma:

1) Garantia de acesso à informação, exercício de direitos culturais e aces-


so às fontes de cultura: artigo 3º, incisos I, II, III e V; artigo 38, inciso I;

2) Guarda segura e preservação: artigo 3º, inciso VII;

3) Construção, preservação e difusão da memória: (artigo 38, incisos II,


III. IV e VI).

4) Atuação multidisciplinar e colaborativa das áreas de Gestão


Documental e Gestão de Memória entre si e com entes externos em
rede: artigo 3º, incisos IV e V; artigo 38, inciso II e III;

5) Gestão documental técnica e finalística a partir de critérios padroni-


zados e modelos de requisitos de sistemas: artigo 3º, incisos VIII, IX,
X, XI e XII, XIV e XV);

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CURSO DE GESTÃO DOCUMENTAL E GESTÃO DE MEMÓRIA (EaD)

6) Instituição de unidades administrativas e comissões especializadas:


artigo 3º, inciso XV; e

7) Capacitação e orientação: artigo 3º, inciso XIV; artigo 38, incisos II e V.

PARA SABER MAIS: Os princípios e as diretrizes de gestão documental


e de gestão de memória são explicados no Capítulo 4.2 dos respectivos
manuais do Conselho Nacional de Justiça.

Por fim, os princípios fundamentais dos museus, elencados no artigo


2º do Estatuto dos Museus, são também aplicáveis de modo geral às
atividades relacionadas à Gestão de Memória: I – a valorização da dig-
nidade humana; II – a promoção da cidadania; III – o cumprimento da
função social; IV – a valorização e preservação do patrimônio cultural e
ambiental; V – a universalidade do acesso, o respeito e a valorização à
diversidade cultural; VI – o intercâmbio institucional.

ATIVIDADES OBRIGATÓRIAS (UNIDADE 1)

Leituras

BÖTTCHER, Carlos Alexandre; SLIWKA, Ingrid Schroder. Gestão


documental e da memória do poder judiciário: o programa do Conselho
Nacional de Justiça. Lex Cult Revista do CCJF, [s.l.], v. 4, n. 2, p. 15-46, ago.
2020. Disponível em: http://lexcultccjf.trf2.jus.br/index.php/LexCult/
article/view/394.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. MANUAL DE GESTÃO DE ME-


MÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO. Programa Nacional de Gestão Do-
cumental e Memória do Poder Judiciário (Proname). Brasília: CNJ, 2021.
Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-<content/uploads/2021/02/
Manual_de_Gestao_de_Memoria.pdf. Capítulo 3 (Proname), p. 13-17;
Capítulo 4.2 (Princípios e diretrizes), p. 19-23.

____. MANUAL DE GESTÃO DOCUMENTAL DO PODER JUDICIÁRIO.


Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judi-
ciário (Proname). Brasília: CNJ, 2021. Disponível em: https://www.cnj.jus.
br/wp-content/uploads/2021/02/Manual_de_Gestao_Documental.pdf.
Capítulo 4.2 (Princípios e diretrizes), p. 17-21.

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PRONAME | GESTÃO DOCUMENTAL E MEMÓRIA DO PODER JUDICIÁRIO

____. Resolução CNJ n. 324, de 30 de junho de 2020. Institui diretrizes


e normas de Gestão de Memória e de Gestão Documental e dispõe so-
bre o Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder
Judiciário (Proname). Brasília: CNJ, 2020. Disponível em: https://atos.
cnj.jus.br/atos/detalhar/3376.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES (UNIDADE 1)

Leitura

BÖTTCHER, Carlos Alexandre. Resolução CNJ 324/2020: gestão


documental e da memória do poder judiciário. Consultor Jurídico, p.
1-9, 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-14/carlos-
bottcher-resolucao-cnj-3242020.

Palestra

BÖTTCHER, Carlos Alexandre; SLIWKA, Ingrid Schroder. Gestão


documental e gestão da memória: resolução CNJ n. 324/2020. Escola
Paulista da Magistratura (Núcleo de Estudos em História e Memória),
12 mar. 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-
PHHYd2pVZz0&list=PL0LRcR9bUgu4Ril2LAG89lFvuFcnoYfEX&index=4.

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