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WEBQUEST: MARIA BONITA, RUPTURA DE UM PARADIGMA

Amanda Monteiro Melo 1


Douglas Dauan Joel de Olveira2
Edro Tenório3
Jôsy Mércia Ferreira de Fança4
Lhara Leticia5
Richard Nogueira6
Rodolfo Oliveira7

RESUMO

Muito tempo se levou para que a mulher se tornasse um ser capaz de governar sua vida e
seus atos. A superação da lógica patriarcal que a tanto foi enraizada em nossa sociedade se
deu através de um processo longo e com grandes esforços. A mulher sertaneja teve um
papel fundamental nesta caminhada e com a entrada de mulheres no cangaço o sentimento
de rompimento das barreiras impostas pela sociedade foi se concretizando e assim
difundindo uma imagem de mulher que pode ser guerreira, vencedora e ao mesmo tempo
mulher, brotando no universo feminino um pouco mais de esperança.

Palavras Chave: Mulher. Superação. Patriarcal. Cangaço. Feminino.

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo questionar o estereótipo feminino sertanejo entre os séc.
XIX e XX através da figura de Maria Bonita no cangaço e sua repercussão social,
apontando-a como uma ruptura dos padrões patriarcais estabelecidos. Para Júnior (2010) A
Mulher Cangaceira estabelece uma extrema quebra nos valores patriarcais preservados na
sociedade do sertão nordestino brasileiro, pois dentro do grupo não tinha uma pré-função
estabelecida, se costuravam ou cozinhavam era porque queriam, pois as atividades não

1
Graduanda do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista voluntaria
do Núcleo de Estudos Agrários e Movimento Sindical Rural em Alagoas- NEASR/UNEAL. Bolsista do
programa institucional de bolsa de iniciação a docência - PIBID. E-mail: amandamonteiro5@hotmail.com
2
Graduando do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista do
programa institucional de bolsa de iniciação a docência - PIBID. E-mail: dougkaua@live.com.
3
Graduando do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.
4
Graduanda do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista do
programa institucional de bolsa de iniciação a docência – PIBID. E-mail:josymercia@hotmail.com.
5
Graduanda do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. Bolsista voluntaria
do Núcleo de Estudos Agrários e Movimento Sindical Rural em Alagoas- NEASR/UNEAL
6
Graduando do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.
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Graduando do 3° período de História pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL.
eram socialmente coercitivas. O homem que se propunha a cozinhar ou fazer atividades
que insistiam em se relacionar a mulher, não era tratado como tal, e a tarefa exercida não
era considerada algo de importância menor. É numa sociedade extremamente enraizada a
posição de mulher ligada ao lar que nasce Maria Gomes de Oliveira em 08 de Março de
1911, no sítio Malhada da Caiçara, município de Paulo Afonso, Bahia. Essa que rompe
todos os limites impostos pela sociedade patriarcal, sendo a primeira mulher a entrar no
cangaço. Na formulação desse trabalho foi realizada entrevistas, pesquisa bibliográfica e
de campo. Para exposição da nossa tese, dividimos o trabalho em três partes: Biografia
reconstruída de Maria Bonita; Temporização histórica brasileira do cangaço; Os padrões
femininos socialmente estabelecidos e sua ruptura com a figura de Maria. Com o auxilio da
TIC podemos ter acesso a informações, que nos levou a compreender o universo do
cangaço. SILVA (2009) alude que a utilização de mundos virtuais para educação constitui
uma ferramenta estimulante para o processo de construção do conhecimento. É refletindo
em tal questão, a pesquisa aqui constituída será exposta em grupo numa rede social, na
forma de webquest, promovendo assim uma interação com os membros, e uma correlação
com as demais pesquisas feitas.

MARIA GOMES DE OLIVEIRA: A POPULAR MARIA BONITA DE LAMPIÃO

No solo árido e pedregoso do sertão nordestino brota Maria Gomes de Oliveira, em


08 de Março de 1911, num casebre no sítio Malhada da Caiçara, município de Paulo
Afonso, Bahia. Segunda filha do casal Maria Joaquina Conceição de Oliveira e José
Gomes de Oliveira. Mas o nome que anos depois quando entrou no cangaço ficou
conhecida, foi Maria Bonita.

Maria era uma moça que frequentava bailes, entretanto se casou muito jovem, aos
15 anos de idade com um dos seus primos, José Miguel da Silva, mas conhecido por todos
como Zé de Neném, um sapateiro. O casamento não prosperou, “foi marcado por
constantes discursões tórridas, geradas, muitas delas, pelo ciúme doentio de Maria e pelo
lado boêmio de José, que segundo algumas pessoas que o conheceram, era um ótimo
‘dançador’ e vivia entregue as ‘noitadas’” (LIMA, 2011, p.22). O casal não chegou a ter
filhos.
Sempre que brigava Maria ia para a casa dos pais, procurando abrigo com a família.
Seu pai não gostava das constantes separações da filha, e foi em uma dessas separações
que Maria conheceu o famoso cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.

MARIA BONITA NO CANGAÇO

Lampião para manter seu bando na ativa fez conchave políticos, com diversos
coronéis, como também com a população em geral, um desses coitos ficava no Sítio Tará,
nessa região tinha a amizade dos maiores criadores de animais, Odilon Martins de Sá,
conhecido como Odilon Café. Um coiteiro em especial era Antônio Felipe de Oliveira, tio
de Maria Gomes de Oliveira.

Pela sua posição geográfica e pelo apoio, o Sítio Tará serviu de base para os
cangaceiros quando estava de passagem por Alagoas e Sergipe, assim a Malhada da
Caiçara passou a ser também um lugar frequentemente visitado por Lampião. Foi lá que
ele encontrou pela primeira vez, sua companheira. Em suas andanças por essa região,
Lampião e Odilon café resolvendo questões de negócios, adentram pela Malhada da
Caiçara, passam pela casa do senhor José Gomes de Oliveira, ao chegar lá é Odilon café
que apresenta Maria a Lampião, estando na casa dos seus pais, por estar separada do
marido.

O primeiro encontro se sucedeu numa pequena conversa, Lampião perguntando a


Maria se sabia bordar, ela como moça prendada sabia, e foi assim que o cangaceiro marcou
um segundo encontro, deixando alguns lençóis para serem bordados. Segundo Lima (2011)
Lampião pegou a encomenda que foi confeccionada por Maria com ajuda de suas irmãs, e
foi nesse dia que iniciaram um afetivo relacionamento e a parti daí, que as visitas do
cangaceiro na Malhada da Caiçara se tornaram ainda mais frequente. Essas visitas
começaram chamar a atenção da volante policial, que começaram a perseguir a família de
Maria, que viu como alternativa levar a mesma vida do cangaceiro, e foi assim que fez,
levando também com ela Mariquinha, sua prima e cunhada, irmã do seu ex-marido.

A entrada de Maria Bonita no cangaço foi um marco trivial para a construção de uma
nova identidade feminina no cravo do século XX. Para um maior entendimento de tal
afirmação faz-se necessária uma contextualização histórica que nos remete ao inicio do
Brasil republicano, com todos os seus emaranhados estruturados na oligarquia. Com
especiais evidências para a região Nordeste do país, onde lá tal base governamentista se fez
perdurar secularmente.

A imagem da mulher entre os séculos XIX e XX ou até mesmo anteriormente a esta


datação, está voltada majoritariamente para o aspecto doméstico e maternal, no sentido que
era educada para ter uma vida voltada ao lar com uma lista de trabalhos pré-estabelecidas,
onde o exemplo da rendeira seria o principal retrato do arquétipo feminino estabelecido
nessa região (Nordeste). Este “arquétipo feminino” se encaixava no que as normas sociais
vigentes determinavam. Não discriminando etnia nem condição financeira, pois ante
serem ricas, pobres, negras, mulatas ou brancas, ambas se encaixavam no “arquétipo”
mulher. A respeito disto,

Eram treinadas para desempenharem o papel de mãe e as chamadas


‘prendas domésticas’- orientar os filhos, fazer ou mandar fazer a cozinha,
costurar e bordar. Outras menos afortunadas, viúvas ou de uma elite
empobrecida, faziam doces para encomenda, arranjos de flores, bordados
a crivo, davam aulas de piano e solfejo, e assim puderam ajudar no
sustento e na educação da numerosa prole. (FALCI, 2004: 249)

Segundo a Historiadora francesa Michelle Perrot (1988) a mulher é excluída na


História em decorrência de ser a própria História historiada por homens dentro de uma
perspectiva positivista, pois

No campo de abordagem de ação e poder masculinos, ignorando a mulher


improdutiva no aspecto econômico, privilegiando classes e
negligenciando sexos, generalizando o ser humano; seja qual for o tipo de
mulher ‘trabalhadora ou ociosa, doente, manifestante, a mulher é
observada e descrita pelo homem’. (SANTOS JÚNIOR, 2010: 121).

Se na historia humana a mulher sofre todo tipo de descriminação pautada numa


concepção egocêntrica machista, sua história no Nordeste brasileiro tende a se acentuar
mais discriminatória no sentido literal da palavra exclusão. Este termo seria entendido no
modo de que as mulheres não possuíam existência social no que diz respeito a decisões
importantes na sociedade, seus espaço eram restritos a cozinha, pois se ampliados para a
casa inteira, ainda sim eram dependentes de seus maridos.

Para Santos Júnior (2010) não se pode entender a redefinição da figura feminina
por meio do ingresso de Maria Bonita sem a localização histórica do movimento que se
constituiu chamar de cangaço. Para o autor, de forma concisa, o cangaço foi
um fato sociocultural que teve sua gênese na divisão primária das terras
coloniais em capitanias hereditárias e posteriormente nas sesmarias,
porções menores de terra, latifúndios, doadas a nobre famílias ibéricas. A
partir desta formação burguesa social, surge em meados do século XVIII
como um instrumento deste latifundiário, para impor sua lei, garantindo a
disciplina e manutenção da propriedade [...]. referindo-se ao cangaço no
imaginário popular, logo nos remetemos a figuras ‘mitológicas’, homens
destemidos, que para uns são heróis, para outros, bandidos, continuavam
sendo tidos como um marco quase que folclórico da história do sertão
nordestino brasileiro. (SANTOS JÚNIOR, 2010: 123).

Mesmo sendo paradoxal, a figura do cangaceiro, tanto como herói quanto bandido,
ela traz em si, a característica marcante da violência, da ignorância, da rudeza, enfim, um
perfeito animalismo do ser humano. E é imbuído neste contexto violento e rude que vai
efervescer um novo padrão de feminilidade, a cangaceira. Para uma melhor compreensão
desta nova conceituação feminina, a cangaceira, é preciso que haja o entendimento da
divisão social vigente na época para as mulheres, onde vai explicitar-nos Falci (2004) apud
Santos Júnior (2010) que a mulher e a filha do fazendeiro eram os principais modelos de
mulher para a época, onde a principal idealização estava na tonalidade clara da tez da filha
do coronel. Pautado nisto, as mulheres eram divididas pela categoria mais alta de senhora,
dama ou apenas dona. ‘Papira’ ou ‘cunhã’ e roceiras, como categorias secundárias e por
fim, escravas e negras.

Assim, para a construção do perfil de uma classe cangaceira de uma


mulher incluiremos esta como oriunda da classe dita secundária e que
procura neste meio de vida, o cangaço, uma alternativa de destaque e/ou
ascensão social. (SANTOS JÚNIOR, 2010: 126).

Comumente a ascensão social que algumas mulheres tinham era através do enlace
matrimonial, onde um bom casamento era definido com evidência para o dote, elas
ganhavam prestígio social em cima do poder econômico do marido, além de se transformar
na idealização do padrão feminino da ordem social. Lembrando que, só tinha esta ascensão
social, a mulher que casava com um homem que tinha o poder econômico maior que o do
seu pai, o que era raro, pois as famílias arranjavam os casamentos com suas afins, para a
manutenção do poder local.

Entretanto, as mulheres não descendiam de famílias ricas e nem casavam-se com


maridos em condições financeiras sociais significativas, eram desde pequenas induzidas
pela carência, a trabalharem na roça, eram as roceiras. A estas, além do trabalho
doméstico, ainda competia o trabalho braçal da lavra, o corte da lenha, o cuidado das
pequenas criações da família, enfim, o mesmo trabalho que os irmãos desenvolviam. Em
decorrência destas atividades, eram elas chamadas de mulheres- macho. Sobre este termo,
Bandeira (2008: 01) afirma que “o termo enfocado é mais uma forma de negação do ser
mulher feminina dentro da sociedade patriarcal e também da anulação de sua identidade
[...]. É no universo do cangaço que haverá uma outra análise desta denominação.

Em sua essência o cangaço é um movimento composto por homens que defendiam


os interesses de um coronel. Homens rudes e preparados para enfrentar tudo que lhes
viesse pela frente. Tinham um paradeiro fixo. No entanto, o movimento passou a assumir
várias vertentes, uma delas a de não obediência ao coronel, e agir por si só. Um exemplo
disto foi o bando chefiado por Lampião.

Lampião, chefe de seu bando era quem decidia se atendia ou não os chamamentos
que lhe eram destinados. Este grupo por sua vez, já tinha um caráter mais móvel e que
exigia preparo aos homens para os afazeres necessários de sua vivência na caatinga sem,
necessariamente, uma figura feminina. O que permite dizer que

[...] analisando o sistema funcional (modelo) cangaço, sempre foi papel


masculino “cuidar do lar”: lavar roupas, cozinhar, costurar - todas as
práticas que seriam (patriarcalmente) das mulheres eram desempenhadas
pelos homens, que eram completamente responsáveis pelo trato das
tarefas diárias. (Santos Júnior, 2010: 129).

Até porque, se estudado ao pé da letra

O meio sertão de viver é estar sempre buscando adaptações para que se


possam ter opções de subsistência. A moralidade é sempre adaptada as
necessidades desse povo, sendo assim, os valores existentes na divisão de
tarefas da sociedade “comum” são extirpados dentro do cangaço,
estabelecendo uma forma cangaceira de ser, viver e se relacionar com seu
meio. Assim os cangaceiros formulam seus próprios conceitos, deixando
de lado (devido as suas necessidades) a essência o ideal patriarcal
socialmente estabelecido sobre o que é papel do homem e papel da
mulher, e organiza um grupo que estabelece uma nova regra (modelo).

Há muitas controvérsias sobre a entrada da mulher no cangaço, pois como alude


Lima “o cangaço, pela brutalidade que envolvia, era um mundo único e exclusivo só para
homens. Sobretudo, homens destemidos. A mulher era figura descartada nesse meio”
(2011, p.26), entretanto é muito evidente a “humanização” desse grupo com a entrada da
figura feminina, isso pode ser observado na diminuição da ocorrência de estupros. Muitas
sertanejas foram vitimadas por esse voraz desejo sexual, que feriam toda família
nordestina.

Por outro lado, as mulheres engravidavam, algo que dificultava ainda mais o
percurso feito pela caatinga. Não tinha a mesma resistência e força física dos homens,
deixando o grupo mais vulnerável na hora da fuga.

Além dessa humanização Aroldo (2013) demonstra também a influência que Maria
Bonita tinha sobre Lampião recaia ainda sobre importantes decisões tomadas para o bando,
interferências pela vida de algumas presas do cangaceiro, desistência de estupros,
mutilações genitálicas, dentre outras ações.

Ao longo dos oito anos ao lado de Lampião, Maria teve quatro gestações, mas só
uma que teve a vida perpetuada, foi ela, Expedita Ferreira da Silva, que não pode ser criada
pela mãe, pelo perigo da vida errante que a mesma levava, foi criada por uma família de
confiança, sendo visitada pelos pais sempre que tinham oportunidade.

Maria sabia dos perigos de viver em uma mata fechada, tendo que se esconder e se
livrar do perigo, e por vezes, os enfrentar. Foi no mês de junho de 1935. Os cangaceiros
cercavam a Vila de Serrinha de Cantimbaú, próximo à cidade de Garanhuns, Pernambuco.

Os policias foram avisados da invasão dos cangaceiros, e sabendo disso, cercaram


as proximidades junto à população civil, o confronto foi inevitável, Maria estava com um
vestido branco com bolas pretas, se destacando na mata, tornando-se um alvo fácil, e foi
ela atingida nas costas, os cangaceiros ao revidarem, fez com que os atacantes tentassem se
proteger, dando tempo de Lampião retira-la rapidamente da cena dos tiros. Abordando
feirantes em viajem, o bando conseguiu levar Maria para um lugar seguro, que se
recuperou.

O fim não foi o mesmo para Maria Bonita, na madrugada do dia 28 de julho de
1938, nem para mais dez pessoas, entre eles o seu companheiro Lampião. Cercados pela
policia, liderada pelo tenente João Bezerra o bando foi surpreendido pelo tiroteio intenso
na fazenda Angico, em Sergipe, onde estavam acampados. A rainha do cangaço foi
degolada viva, seu companheiro, e mais nove cangaceiros foram degolados e suas cabeças
foram expostas como troféu nas escadarias da Igreja de Santana do Ipanema.
“Foi neste chão de homens fortes e sofridos que brotou Maria Gomes de
Oliveira, uma cabocla de fibra, uma mulher guerreira, cuja coragem e
rebeldia mudou a direção natural do seu viver, tenho que suportar os
espinhos e martírio de uma real coroa que a transformou na rainha do
cangaço [...] perambulou na companhia do seu amado guerreiro, pelas
caatingas nordestinas. Vivendo sob um sol causticante e sobre estradas
poeirentas do nosso áspero sertão. O matagal selvagem foi testemunha
natural de suas dores, tristezas, sorrisos e alegrias. Sua trajetória guerreira
perpetua-se nos ventos brandos das tardes quentes e cinzentas do nordeste
brasileiro” (LIMA, 2011, p. 81)

Maria Gomes de Oliveira foi uma mulher que ultrapassou todos os limites impostos
pela sociedade patriarcal, onde a figura feminina era relacionada à maternidade e ao lar.
Onde a mulher era “treinada” para ser a matriarca, que soubesse cuidar de uma casa e dos
filhos, tinham que ser também “prendadas” saber costurar e bordar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A posição que a mulher ocupa hoje em nossa sociedade foi realmente algo
conquistado a unhas e dentes. Seu papel frente a um mundo masculino e extremamente
segregador foi de uma valentia sem igual, empunhada por mulheres que se tornaram
profissionais capacitadas e com alto nível de qualificação. Hoje a mulher encontrasse em
pé de igualdade em todas as camadas profissionais, lutando diariamente, para sustentarem
suas famílias, com um papel invejado por muitos. Nesta façanha que é ser o elemento
diferencial em nossa sociedade, a mulher vem superando os seus próprios limites, agindo
de múltiplas formas para manter respeitado o seu lugar na sociedade. Este artigo teve o
intuito de clarificar ainda mais essa atitude feminina e humana perante o nosso meio, a
análise conjuntural do cangaço e a introdução da mulher em sua formação só veio a
contribuir com esse quadro de inovação que aos poucos se deu através do século XX.
Outras conquistas foram se tornando reais neste mesmo século o direito ao voto, o direito a
reprodução planejada (com a invenção da pílula nos anos 60) e tantos outros que o
alvorecer da década de 80 e 90 fez surgir. Esta análise da mulher no cerne de uma
organização que deixou marcas indeléveis na história do nosso país só vem a contribuir e
corroborar esta luta que infelizmente se fará, ainda, presente por muitos anos. Com a
finalidade primeira de ressaltar o valor da persistência e perseverança da mulher brasileira
e nordestina, este artigo vem contribuir, também, com a difusão da produção do
conhecimento através de uma ferramenta de livre acesso que é a internet. Por meio do
projeto de TIC denominado WEBQUEST que visa a elaboração de pesquisas e elaborações
de trabalhos voltados para o público da rede. Com isso concluiremos este artigo o
publicando em um site de abertura pública. O trabalho ficará disponível para leitura e
download em um grupo aberto criado especificamente para servi de apoio pós-aula na rede
social Facebook, contribuindo assim, com seu objeto maior que é a troca qualitativa da
produção do saber.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

FALCI, M. Knox. Mulheres do Sertão Nordestino. In: DEL PRIORI, Mary (Org.).
História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.

LIMA, João de Souza. A trajetória guerreira de Maria Bonita a rainha do cangaço.


2.ed. Paulo Afonso: Fonte Viva, 2011.

MERCADO, Luís Paulo Leopoldo. Fundamentos e praticas na educação a distancia.


Maceió: Edufal, 2009.

SANTOS JÚNIOR, Christoval Araújo. As Marias no cangaço: faces femininas no


banditismo social (1930 a 1940) In: Historien - revista de história [3]; petrolina, abr./set.
2010. (pp: 121/135).

PERROT, Michelle. Os Excluídos da História: Operários, Mulheres e


Prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. 332 p.

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