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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE MATEMÁTICA

PROJETO PIBEG

Unidade VI
Solução Numérica de
Equações Diferenciais
Ordinárias 1
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INTRODUÇÃO

Uma equação diferencial ordinária é definida como uma equação

que envolve uma função incógnita y e algumas de suas derivadas

avaliadas em uma variável independente x, da forma:

y ( n ) ( x )  f [ x , y' ( x ), y' ' ( x ),... , y ( n 1 ) ( x )]

Nas ciências aplicadas a utilização de equações diferenciais tem


como objetivo descrever o comportamento dinâmico de sistemas
físicos. Por exemplo, o comportamento dinâmico de um circuito,
1
mostrado na figura a seguir, pode ser descrito por uma equação
diferencial.
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CIRCUITOS ELÉTRICOS RLC

Circuitos elétricos mais complexos são basicamente formados


por resistores de resistência R, indutores de indutância L,
capacitores de capacitância C, carregado com uma diferença
de potencial VC e uma fonte elétrica cuja diferença de potencial
é indicada E(t).

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Se E(t) é a diferença de potencial da fonte de alimentação e i(t) é
a intensidade da corrente elétrica, então:

VL é a diferença de potencial nos terminais do indutor:

di
VL (t )  L
dt

VR é a diferença de potencial nos terminais do resistor:

VR (t )  Ri (t )

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VC é a diferença de potencial nos terminais do capacitor:

1 t
VC (t )   i (u )du
C 0

A lei de Kirchoff para tensões afirma que a soma algébrica de


todas as tensões tomadas num sentido determinado (horário ou
anti-horário), em torno de um circuito fechado é nula. Assim,
quando for fechado o interruptor, obteremos:

VL (t )  VR (t )  VC (t )  E (t )
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Substituindo

di 1 t
VL (t )  L VR (t )  Ri (t ) VC (t )   i (u )du
dt C 0

em
VL (t )  VR (t )  VC (t )  E (t )

obtemos:

di 1 t
1
L  Ri (t )   i (u )du  E (t )
dt C 0

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Se E(t) é constante e derivarmos em relação à variável t, teremos

d 2i (t ) di(t ) 1
L 2
R  i (t )  0
dt dt C

e temos uma EDO de segunda ordem, linear e homogênea.

Se E(t) é uma função diferenciável da variável t, então

d 2i (t ) di(t ) 1 dE
L 2
R  i (t ) 
dt dt C dt

e temos uma EDO linear não-homogênea.


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TIPOS DE EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS

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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS

São equações diferenciais que possuem apenas uma


variável independente.

Exemplos:
dy y é função de x e x é a única variável
 x y
dx independente.

dy y e x são funções de t; t é a única


 x2  y2
dt variável independente.

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d2y 2 2
y e x são funções de w; w é a
 x  y única variável independente. Esta
dw2 edo é de segunda ordem.
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EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS

Uma equação diferencial parcial é aquela cuja função


incógnita depende de duas ou mais variáveis independentes.

Exemplo:

 2u  2u
2
 2 0 u é função de x e y; x e y são variáveis
x y independentes. EDP linear, de 2ª
ordem e homogênea. (Equação de
Laplace)

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SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Determinadas equações diferenciais podem ser


solucionadas analiticamente, cuja solução é uma expressão
literal. No entanto, isto nem sempre é possível. Neste caso, a
solução é obtida através de solução numérica, como será visto
na seqüência.

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Exemplo:
dy
Resolva a equação diferencial  y.
dx
Solução:

dy dy dy
 y  dx     dx  ln( y )  c1  x  c2
dx y y
y ( x)  e x c  e x e c .
Tomando k  e c obtemos :

y ( x)  ke x
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Observe que a solução da equação diferencial resulta numa
família de curvas que dependem da constante k, como pode ser
visto na figura abaixo. Uma solução particular pode ser obtida a
partir das condições iniciais do problema. A especificação de
uma condição inicial define uma solução entre a família de
curvas.

x
y ( x)  ke

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SOLUÇÃO NUMÉRICA DE
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
ORDINÁRIAS – PROBLEMA DE
VALOR INICIAL

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Considere a equação diferencial ordinária de primeira ordem com
condição inicial :
 y '  f ( x, y )
 , x  [a, b]; x0  a
 y ( x0 )  y0
Se a solução da equação diferencial acima é do tipo y(x), conforme
ilustrado abaixo:

y y(xn)

y(x3)
y(x1) y(x2)

1
y(x0) = y0

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x0 = a x1 x2 x3 xn = b x
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então a solução numérica da equação diferencial é obtida
aproximando-se os valores y ( x0 ), y ( x1 ), y ( x2 ), y ( x3 ),... , y ( xn ) ,
conforme a tabela abaixo:

ba
onde xj = x0 + jh, com h  e n é o número de subintervalos
n
de [a,b].

Considera-se que a notação y ( x j ), j  1,2,..., n indica a solução

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exata da EDO nos pontos x1 , x 2 , x 3 ,..., x n, e y j , j  1,2,...., n
indica a solução aproximada obtida por um método numérico.

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Na solução numérica não se determina a expressão literal da
função y(x), mas sim uma solução aproximada do PVI num
conjunto discreto de pontos.
Nos problemas das ciências aplicadas, normalmente estuda-
se o comportamento dinâmico de determinadas variáveis, portanto
necessita-se da evolução das variáveis em função da variável
independente. A partir dos dados numéricos é possível gerar um
esboço do gráfico da função incógnita.

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MÉTODOS BASEADOS
NA SÉRIE DE TAYLOR

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Série de Taylor
Resumo
Suponhamos que, de alguma forma, tenhamos as
aproximações y1, y2, ..., yi para y(x), em x1, x2, ..., xi.

Se y for suficientemente “suave”, a série de Taylor de y(x) em torno


de x = xi é:

( x  xi ) 2 (k ) ( x  xi ) k ( k 1) ( x  xi ) k 1
y ( x)  y ( xi )  y ' ( xi )( x  xi )  y" ( xi )    y ( xi ) y ( x )
2! k! (k  1)!

 x entre xi e x.

Assim,

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( xi 1  xi ) 2 (k ) ( xi 1  xi ) k
y ( xi 1 )  y ( xi )  y ' ( xi )( xi 1  xi )  y" ( xi )    y ( xi )
2! k!

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Se yi(j) representa a aproximação para a j-ésima derivada da função

y(x) em xi: y(j)(xi) e h = xi+1 – xi, teremos:

h2 (k ) h k
y ( xi 1 )  yi 1  yi  yi ' h  yi "    yi
2! k!

e o erro de truncamento é dado por:

y ( k 1) ( xi )
e( xi )  h ( k 1)
(k  1)!

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Observamos que, se y(x) tem derivadas de ordem (k+1), contínua
num intervalo fechado I que contém os pontos sobre os quais
estamos fazendo a discretização, então existe:

M k 1  max | y ( k 1) ( x) |
xI

Assim, teremos um majorante para o erro de truncamento pois

| y ( k 1) ( x ) | M k 1   x I

M k 1h k 1
1
 | e( xi ) |  max | e( x) | 
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xI
(k  1)!
 Ch k 1
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Um método numérico é dito de ordem p se existe uma constante C
tal que:
| e( xi 1 ) |  Ch p 1

Onde C depende das derivadas da função que define a equação


diferencial.

Para aplicar o método da série de Taylor de ordem k:

(k )
y '' y
yi 1  yi  yi ' h  i h 2    i h k
2! k!

1
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temos de calcular yi’, yi”, yi’’’, ..., yi(k).

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Agora, y’(x) = f(x, y(x)). Então:

y"  f x ( x, y ( x))  f y ( x, y ( x)) y ' ( x)  f x  f y f

Assim, por exemplo, o método de série de Taylor de 2ª ordem é:

h2
yi 1  yi  hf ( xi , yi )  [ f x ( xi , yi )  f y ( xi , yi ) f ( xi , yi )], i  0,1, ...
2

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Observe que

y ' ' ' ( x)  f xx ( x, y ( x))  f xy ( x, y ( x)) y ' ( x) 


 [ f yx ( x, y ( x))  f yy ( x, y ( x)) y ' ( x)] y ' ( x)  f y ( x, y ( x)) y" ( x)
 f xx  f xy f  ( f yx  f yy f ) f  f y ( f x  f y f ),

A expressão da terceira derivada já nos mostra a dificuldade dos


cálculos de um método de Taylor de terceira ordem. Observe
ainda que todos esses cálculos são efetuados para cada i,
i = 1, ..., n.
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Os métodos que usam o desenvolvimento em série de Taylor
de y(x) teoricamente fornecem solução para qualquer equação
diferencial. No entanto, do ponto de vista computacional, os
métodos de série de Taylor de ordem mais elevada são
considerados inaceitáveis pois, a menos de uma classe restrita
de funções f(x,y) ( f(x,y) = x2 + y2, por exemplo), o cálculo das
derivadas totais envolvidas é extremamente complicado.

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MÉTODO DE PASSO UM
MÉTODO DE EULER

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Consideremos, o método de série de Taylor de ordem k = 1, ou
seja,

yi 1  yi  hyi'  yi  hf ( xi , yi )
onde

y" (  xi1 )
e( xi 1 )  h2
2

1
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Este é o método de Euler, que é um método de série de Taylor de
ordem 1.

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INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO MÉDODO DE EULER:

Como conhecemos x0 e y0 = f(x0), então sabemos calcular y’(x0) =

f(x0,y0). Assim, a reta r0(x) que passa por (x0,y0), com coeficiente

angular y’(x0), é:

r0 ( x)  y ( x0 )  ( x  x0 ) y ' ( x0 )

Escolhido h  xk 1  xk

y ( x1 )  y1  r0 ( x1 )  y ( x0 )  hy ' ( x0 )

1
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ou seja
y1  y0  hf ( x0 , y0 ).

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O raciocínio é repetido com (x1,y1) e y2 = y1 + hf(x1,y1) e assim,
sucessivamente, o método de Euler nos fornece:
yk 1  yk  hf ( xk , yk ). k  0,1,2,...

GRAFICAMENTE:

y = ex
y

y(x1)
r0 (x)
Erro
y1 P1
y0=1

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x0 = 0 x 1 = x0 + h x
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EXEMPLO:

Seja o PVI: y’ = y, y(0) = 1. Trabalhando com quatro casas


decimais, usaremos o método de Euler para aproximar y(0.04) com
erro menor do que ou igual a ; = 5×10-4.

O primeiro passo é encontrar h de modo que:

y" ( xi )
e( xi )  h2  
2

Neste caso, conhecemos a solução analítica do PVI: y(x) = ex,

1
temos então que:

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M 2  max | y" ( x) |  e 0.04  1.0408  | y" ( xi ) |  M 2
x[ 0 , 0.04 ]

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1.0408 2
donde | e( x ) |  h  x  I  [0, 0.04]
2

4 3
1.0408 2 2  5  10 10
h  5 10  4 ; então h 2  
2 1.0408 1.0408

Portanto,
h  0.0310.
Considerando pontos igualmente espaçados, tem-se h = 0.04/n,
onde n é o número de subintervalos de I. Assim,
0.04 0.04
 0.0310  n   n  1.29  n  2.
n 0.031
1
Portanto, tomando n = 2, h = 0.02.
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Assim, x0  0 e y ( x0 )  y (0)  y0  1.
h
x1  0.02
x0 x1 x2
x2  0.04

Agora: y ( x1 )  y1  y0  hf ( x0 , y0 )  y0  hy0
 y0 (1  h)  1(1  0.02)
 1.02

e
y ( x2 )  y2  y1  hf ( x1 , y1 )    y1 (1  h)
 1.02(1.02)  1.02 2

1
 1.0404

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Dado que e0.04, com quatro casas decimais, vale 1.0408, temos que
o erro cometido foi 1.0408 – 1.0404 = 4×10-4 < 5×10-4.
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MÉTODOS DE
RUNGE-KUTTA

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MÉTODOS DE RUNGE-KUTTA

A idéia básica destes métodos é aproveitar as qualidades


dos métodos de série de Taylor (ordem elevada) e ao mesmo
tempo eliminar sua maior dificuldade que é o cálculo de
derivadas de f(x,y) que, conforme vimos, torna os métodos de
série de Taylor computacionalmente inaceitáveis.

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Podemos dizer que os métodos de Runge-Kutta de ordem p se
caracterizam pelas propriedades:

São de passo um (auto-iniciantes);

não exigem o cálculo de derivadas parciais de f(x,y);

necessitam apenas do cálculo de f(x,y) em determinados pontos


(os quais dependem da ordem dos métodos);

expandindo-se f(x,y) por Taylor em torno de (xi , yi) e agrupando-

1
se os termos em relação às potências de h, a expressão do método

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de Runge-Kutta coincide com a do método de Taylor de mesma
ordem.
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MÉTODOS DE RUNGE-KUTTA DE 1ª ORDEM:
MÉTODO DE EULER

Já vimos que o método de Euler é um método de série de


Taylor de 1ª ordem:
yi 1  yi  hf ( xi , yi ), i  0,1, 2, ...

Observe que o método de Euler possui as propriedades


anteriores que o caracterizam como um método de Runge-
Kutta de ordem p = 1.

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MÉTODOS DE RUNGE-KUTTA DE 2ª ORDEM:

Inicialmente será apresentado um método particular que é o


método de Heun, ou método de Euler Aperfeiçoado, pois ele tem
uma interpretação geométrica bastante simples.

Conforme o próprio nome indica, este método consiste em fazer


mudanças no método de Euler para assim conseguir um método de
ordem mais elevada.

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MÉTODOS DE EULER APERFEIÇOADO:

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA

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Dado o PVI:
 y '  f ( x, y )
 , x  [a, b]; x0  a
 y ( x0 )  y0
Considere o ponto (xi, yi), yi  y(xi). Vamos supor a situação
ideal em que a curva desenhada com linha cheia seja a solução
y(x) da nossa equação ( isto só acontece mesmo em (x0, y0)).

Por (xi, yi) traçamos a reta L1 cujo coeficiente angular é

y’i = f(xi, yi), ou seja,

L1 : z1 (x)  yi  (x  xi )yi '  yi  (x  xi )f(xi , yi ).


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L1
y

y (x) (Solução analítica)

yi

1 x

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xi

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Assim, dado o passo h, z1(xi+1) = z1(xi + h) é igual ao valor yi+1
obtido do método de Euler, que chamamos aqui de yi 1.
Seja
P  (xi  h, yi  hy'i )  (xi 1 , yi 1 ).

Por P agora, traçamos a reta L2, com coeficiente angular


dado por:

f(xi  h, yi  hy'i )  f(xi 1 , yi 1 ).

1
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L2 : z 2 (x)  yi  hy'i  [x  (xi  h)]f(xi  h, yi  hy'i )

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L1
y
P
yi 1  yi  hy 'i L2

y (x)

yi

1
x

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xi  h  xi 1

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A reta pontilhada L0 passa por P e tem inclinação dada pela

média aritmética das inclinações das retas L1 e L2, ou seja, sua


inclinação é:
f(xi , yi )  f(xi  h, yi  hy'i )
2

1
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452
L1
y L0
P
yi 1  yi  hy 'i L2

y (x)

yi

1
x

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xi  h  xi 1

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A reta pontilhada L0 passa por P e tem por inclinação a

média das inclinações das retas L1 e L2, ou seja, sua inclinação é:

f(xi , yi )  f(xi  h, yi  hy'i )


2

A reta L passa por (xi, yi) e é paralela à reta L0, donde:

f(xi , yi )  f(xi  h, yi  hy'i )

1
L : z(x)  yi  (x  xi )
2

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L1
y L0
P
yn 1  yn  hy 'n L2

L
yn 1
y (x)

yn

1
x

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xn  h  xn 1

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O valor fornecido para yi+1 pelo método de Euler Aperfeiçoado é:

h
yi 1  yi  [f(xi ,yi )  f(xi  h,yi  hf ( xi , yi ) )], i  0 ,1, 2,... .
2

Observamos que este método é de passo um e só trabalha


com cálculos de f(x,y), não envolvendo suas derivadas. Assim,
para verificarmos que ele realmente é um método de Runge-
Kutta de 2ª ordem, falta verificar se sua fórmula concorda com a
do método de série de Taylor até os termos de 2ª ordem em h:

h2 h2
yi 1  yi  hf ( xi , yi )  f x ( xi , yi )  f ( xi , yi ) f x ( xi , yi )

1
2 2
Esta verificação será feita para o caso geral, apresentado a
seguir.
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FORMA GERAL DOS MÉTODOS
DE
RUNGE-KUTTA DE 2ª ORDEM

1
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452
O método de Euler Aperfeiçoado é um método de Runge-Kutta
de 2ª ordem e podemos pensar que ele pertence a uma classe
mais geral de métodos do tipo:

yi 1  yi  ha1 f ( xi , yi )  ha2 f ( xi  b1h, yi  b2 hf ( xi , yi ))

Para o método de Euler Aperfeiçoado,

a1  1
2 b1  1
a2  1
2 b2  1

1
Temos quatro parâmetros livres: a1, a2, b1e b2. A concordância

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com o método da série de Taylor até os termos de ordem h2 é
será mostrado a seguir.
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O desenvolvimento de Taylor da função f(xi + b1h, yi + b2hf(xi , yi ))

em torno do ponto (xi , yi ) é dado por:


f ( xi  b1h, yi  b2 hf ( xi , yi ))  f ( xi , yi )  b1hf x ( xi , yi )  b2 hf ( xi , yi ) f y ( xi , yi ) 

+ termos de h2.
Desta forma o método de Runge-Kutta pode ser reescrito como:

yi 1  yi  a1hf ( xi , yi )  a2 h[ f ( xi , yi )  b1hf x ( xi , yi )  b2 hf ( xi , yi ) f y ( xi , yi )] 

+ termos de h3.

1
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452
A expressão:
yi 1  yi  a1hf ( xi , yi )  a2 h[ f ( xi , yi )  b1hf x ( xi , yi )  b2 hf ( xi , yi ) f y ( xi , yi )] 

+ termos de h3.

pode ser escrita como

yi 1  yi  a1hf ( xi , yi )  a2 hf ( xi , yi )  a2b1h 2 f x ( xi , yi )  a2b2 h 2 f ( xi , yi ) f y ( xi , yi ) 

+ termos de h3.

yi 1  yi  hf ( xi , yi )(a1  a2 )  h 2 [a2b1 f x ( xi , yi )  a2b2 f ( xi , yi ) f y ( xi , yi )] 

1
+ termos de h3.

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452
Como o método de série de Taylor de 2ª ordem é escrita como:

1
2
yi 1  yi  h f ( xi , yi )  h [ f x ( xi , yi )  f y ( xi , yi ) f ( xi , yi )], i  0,1, ...
2

+ termos de h3.
E o método de Runge-Kutta de 2ª ordem é dado por:

yi 1  yi  h f ( xi , yi )(a1  a2 )  h 2 [a2b1 f x ( xi , yi )  a2b2 f ( xi , yi ) f y ( xi , yi )] 

+ termos de h3.
Então, a concordância dos dois métodos até h2 é obtida se:
a1  a2  1
1
452

a2b1  1 2
a b  1
 2 2
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2
O sistema anterior possui três equações e quatro variáveis.
Escolhendo um dos parâmetros arbitrariamente, por exemplo
a2=w ≠ 0, temos:

a1  a2  1
 a1  1  w
a2b1  1 2 
a b  1
 2 2 2
b
1  b2  1 w
2

e a forma mais geral dos métodos de Runge-Kutta de 2ª ordem é


dada por

yi 1  yi  h[(1  w) f ( xi , yi )  wh[ f ( xi  2hw , yi  2hw f ( xi , yi ))], i  0,1, 2, ...

1
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452
MÉTODOS DE RUNGE-KUTTA
DE
ORDENS SUPERIORES

1
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452
De forma análoga, pode-se construir métodos de 3ª ordem, 4ª
ordem, etc. A seguir serão fornecidas apenas fórmulas para
métodos de Runge-Kutta de 3ª e 4ª ordem:

3ª ordem

2 1 4
yi 1  yi  k1  k 2  k3 onde
9 3 9

k1  hf ( xi , yi )
h k1
k 2  hf ( xi  , yi  )
2 2
3 3
1
452
k3  hf ( xi  h, yi  k 2 )
4 4

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4ª ordem

2 1 4 onde
yi 1  yi  k1  k 2  k3
9 3 9

k1  hf ( xi , yi )
h k1
k 2  hf ( xi  , yi  )
2 2
3 3
k3  hf ( xi  h, yi  k 2 )
4 4

1
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452
OBSERVAÇÃO:

Os métodos de Runge-Kutta, apesar de serem auto-


iniciáveis (pois são de passo um) e não trabalharem com
derivadas de f(x,y), apresentam a desvantagem de não
haver para eles uma estimativa simples para o erro, o que
inclusive poderia ajudar na escolha do passo h.

Existem ainda adaptações dos métodos de Runge-Kutta que


são simples operacionalmente e que são usadas também

1
para estimativas de erro e controle do tamanho do passo h.

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MÉTODOS DO PONTO
MÉDIO

1
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Considere agora o desenvolvimento de y(xi + h) e y(xi − h) em

série de Taylor em torno do ponto xi, isto é:


 h2 h3
 y ( xi  h)  y ( xi )  hy ' ( xi )  y" ( xi )  y ' ' ' ( xi )  .
2! 3!
 2 3
 y ( x  h)  y ( x )  hy ' ( x )  h h
y" ( xi )  y ' ' ' ( xi )  .
 i i i
2! 3!
Fazendo y ( xi  h)  y ( xi  h) obtemos:

h3
y ( xi  h)  y ( xi  h)  2hy ' ( xi )  y ' ' ' ( xi )  .
 3!     
1
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O ( h3 )

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Considerando apenas o primeiro termo do lado direito da
expansão acima, substituindo y(xi+h) por yi+1, y(xi − h) por yi−1 e

y’(xi) por fi, obtemos:

yi 1  yi 1  2hf i
ou

yi 1  yi 1  2hf i

onde y0 e y1 são valores iniciais.

Desta forma o método do ponto médio é de passo dois e


1
possui ordem 2.

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Série de Taylor:

Seja f uma função com derivadas de todas as ordens em algum


intervalo contendo a como um ponto interior. Então, a série de
Taylor gerada por f em x = a é


f ( k ) (a) f ´´(a ) f ( n ) (a)
k 0 k!
k
( x  a )  f (a )  f ´(a )( x  a) 
2!
2
( x  a )  ... 
n!
( x  a) n  ...

1
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Exemplo:
Desenvolver f(x) = ln(x) , em torno de x = 1.
f ( x)  ln x  f (1)  0
f ' ( x)  x 1  f ' (1)  1
f ' ' ( x)   x  2  f ' ' (1)  1
f ' ' ' ( x)  2 x 3  f ' ' ' (1)  2
f IV ( x)  6 x 4  f IV (1)  6

f n ( x)  (1) n 1 (n  1)! x  n  f n (1)  (1) n 1 (n  1)!

1
Assim,

452
( x  1) 2 2( x  1)3 6( x  1) 4 (1) n 1 (n  1)!( x  1) n
ln x  0  ( x  1)     ...   ...
2! 3! 4! n!
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Portanto,

( x  1) 2 ( x  1) 3 ( x  1) 4 (1) n 1 ( x  1) n
ln x  ( x  1)     ...   ...
2 3 4 n

1
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MÉTODOS DE PASSO MÚLTIPLO
BASEADOS EM INTEGRAÇÃO
NUMÉRICA

1
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A característica destes métodos é a utilização de
informações sobre a solução em mais de um ponto. Podem ser
divididos em:

Métodos explícitos: trabalha-se com as aproximações yi, yi-1,

yi-2, ..., yi-m para obter yi+1.

Métodos implícitos: trabalha-se com as aproximações yi+1, yi, yi-

1 , yi-2, ..., yi-m para obter yi+1.

1
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A fórmula geral dos métodos lineares de passo múltiplo
é dada por:

k k
yi 1  
j 1
j yi  j  1  h 
j 0
j f i  j 1 ; i  k 1

Nesta expressão, observa-se que:

Se β0 = 0, são necessários k passos anteriores: yi, yi-1, yi-2, ..., yi-

. Este é um método explícito.


(k-1)

Se β0 ≠ 0, necessita-se de k passos anteriores e do valor de


1
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fi+1 = f(xi+1, yi+1). Este é um método implícito.
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MÉTODO DE ADAMS -
BASHFORTH

1
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Estes métodos baseiam-se na idéia de integrar a
equação diferencial ordinária de primeira ordem, isto é:
xi 1 xi 1

y ' ( x )  f x , y ( x )    y ' ( x) dx   f x , y( x) dx 


xi xi

xi 1

y ( xi 1 )  y ( xi )   f x , y( x) dx
xi

xi 1

y ( xi 1 )  y ( xi )   f x , y( x) dx
xi

1
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Seja a aproximação de f(x, y(x)) dada pelo polinômio de
grau m, pm(x) , que interpola f(x, y(x)) em:
xi , xi 1 , xi  2 ,  , xi  m . (Método explícito)
xi 1 , xi , xi 1 , xi  2 ,  , xi ( m 1) .(Método implícito)

Desta forma, a expressão dos métodos de ADAMS –


BASHFORTH são do tipo:

xi 1

yi 1  yi  
xi
pm ( x) dx

1
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Para m = 3, mostra-se que:

Método explícito de ordem 4

h
yi 1  yi  55 f i  59 fi 1  37 f i 2  9 f i 3  para i  3
24

com erro local:

251 5 (5)
eloc ( xi 1 )  h y ( xi ) ,  xi  [ xi , xi 1 ]
720

1
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Para m = 3, mostra-se que:

Método implícito de ordem 4

h
yi 1  y i  9 f i 1  19 f i  5 f i 1  f i 2  para i  2
24
com erro local:

19 5 ( 5)
eloc ( xi 1 )   h y ( xi ) ,  xi  [ xi , xi 1 ]
720

Aconselha-se a utilização de um método de passo


simples de mesma ordem para a obtenção dos valores
1
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necessários para a inicialização do método de passo múltiplo.
Nesse caso, é usual aplicar o Método de Runge-Kutta de quarta
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ordem.
MÉTODO PREDITOR – CORRETOR
DE ADAMS-MOULTON

1
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Dado o PVI:

 y '  f ( x, y )

 y ( xo )  y o

1o passo: Calcular usando um método de passo simples de 4ª


ordem os valores iniciais: y1 , y 2 e y3

2o passo: Calcular yi+1(0) utilizando o método explícito


(PREVISÃO):

h
55 f i  59 f i 1  37 f i 2  9 f i 3 
1
yi(o1)  yi  i3
24

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3o passo: Calcular:

f i(o1)  f ( xi 1, yi(o1) )

4o passo: Calcular yi+1(k) utilizando o método implícito


(CORREÇÃO):

y (k )
i 1  yi 
h
24

9 f i(1k 1)  19 f i  5 f i 1  f i  2 
Até que

1
yi(k1)  yi(k11)
 k  1,2,3,..

452
(k )
yi 1

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EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE
ORDEM M

1
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Uma equação diferencial de ordem m, pode ser reduzida
a um sistema de m equações de primeira ordem. A maneira mais
usual para resolver estas m equações, desde que seja um PVI, é
trabalhar na forma matricial.

Para exemplificar, consideremos uma e.d.o. de 2ª ordem:

 z '  f ( x, y , z )
 y"  f ( x, y, y ' ) 
 , seja z  y ' e z '  y"   y '  z
 y ' ( xo )  y 'o , y ( xo )  y o z( x )  y' , y( x )  y
 o o o o

escrevendo na forma matricial vem:

1
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'
 z   f ( x, y , z )   y' o 
 y     Y '  F x, Y  para Y ( x o )   
   z   yo 
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A equação diferencial

 y' o 
Y '  F x, Y  para Y ( x o )   
 yo 

pode ser resolvida utilizando qualquer um dos métodos estudados


anteriormente. Por exemplo, o método de Euler Aperfeiçoado:

h
Yi 1  Yi 
2
 
F ( xi , Yi )  F xi  h , Yi  h Yi ' 

1
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