Você está na página 1de 2

FILHOS ILEGÍTIMOS: COMO COMPROVAR A FILIAÇÃO

- Autoria: Bárbara Almeida.

A questão da ascendência sefardita por via de filhos ilegítimos realmente merece atenção. Pois a filiação
ilegítima, a meu ver, se mal comprovada torna a linha frágil, e por tanto questionável.
Resolvi fazer este post para ajudar aqueles, - provavelmente muitos - que descendem de filhos
ilegítimos.

No meu caso, tive que comprovar que meu trisavô, era filho fora do casamento do pai dele, meu
tataravô. Vou exemplificar aqui como eu o fiz.

Então, como comprovar a filiação?

1- REUNIR TODOS OS DOCUMENTOS

Civis e religiosos do seu antepassado, filho ilegítimo/natural. Incluindo certidão de batismo, nascimento
se tiver, casamento civil e religioso e óbito. E dos filhos deste; batismo e nascimento de todos os filhos
(netos do pai que pulou a cerca)

É possível que ao menos um destes documentos tenham o nome do pai, constando como pai mesmo.
Obtendo ao menos 1 destes documentos com o nome do pai já ajuda bastante.
Também é possível que nenhum destes documentos não tenham o nome do pai em lugar nenhum (ai é
muito azar, não vou mentir).

Caso NENHUM dos documentos acima citem o pai, como sendo PAI, as alternativas são:

2- PAI CONSTAR COMO PADRINHO (circunstancial)

Buscar se nos registros de batismo do antepassado filho ilegítimo e dos filhos deste antepassado (netos
do avô que pulou a cerca) o nome do pai conste como padrinho. Além dos outros filhos deste pai, filhos
legítimos, do casamento, constarem como padrinhos também.

3- DISPENSAS MATRIMONIAIS / REGISTRO DO CASAMENTO

Muitas vezes, era necessário comprovar que os noivos não tinham nenhum impedimento para se
casarem, e nesses casos, a filiação do filho ilegítimo deve ser constada para que a dispensa matrimonial
seja feita. Esse foi o meu caso.

Ao obter a certidão de casamento do meu trisavô NO CARTÓRIO, ele consta como filho natural apenas
da mãe, porém 2 linhas depois há uma declaração do pai, em que afirma que os noivos não tem nenhum
grau de parentesco. Servindo como prova de filiação.

O mesmo tipo de declaração pode ser encontrado nas dispensas matrimoniais da igreja.
Além desta declaração do pai, as testemunhas no casamento foram o pai e mais 2 meio-irmãos, filhos
legítimos do pai.

4- LISTA DE ELEITORES (comprovação circunstancial) - ELIMINAÇÃO DE HOMÔNIMOS

As listas de eleitores, de diferentes anos, me ajudaram a comprovar que o pai, os filhos legítimos e o
filho ilegítimo eram residentes no mesmo local, ELIMINANDO A POSSIBILIDADE DE HOMÔNIMOS! São
muito importantes, quando se consegue obtê-las.
Utilizei listas de 3 anos diferentes, cada uma de uma década diferente. Apenas 1 delas constava o meu
trisavô e seus irmãos. As listas de eleitores costumas citar filiações, eliminando homônimos, por este
motivo também.
5- E MAIS IMPORTANTE - Comprovar as relações do PAI.

Deve-se incluir provas do casamento do pai com sua esposa oficial, assim como provas dos filhos
legítimos, para então comprovar a ligação do filho ilegítimo com seus irmãos. Fazer toda a genealogia da
família desta pessoa. Pais, esposa e todos os filhos legítimos.

6- MENÇÕES EM JORNAIS

Jornais costumavam citar barracos na cidade, talvez conste alguma menção da relação extra conjugal ou
dos filhos ilegítimos - apesar de ser bem difícil.

Os jornais também constavam versões mais “básicas" das listas de eleitores.


Além de constar menções dos antepassados em si, e poder entender melhor como foi a vida da pessoa.

7- REGITRO DE ÓBITO E CASAMENTO DO ANTEPASSADO QUE PULOU A CERCA

É importante comprovar que o antepassado, filho ilegítimo era residente no mesmo local que seu pai. O
registro de óbito vai conter a lista de todos os filhos legítimos do antepassado e seu casamento, ajuda a
comprovar a relação colateral.

8- INVENTÁRIO E TESTAMENTO

Muitas vezes, os pais reconheciam os filhos ilegítimos no inventário ou testamento, ou lhes deixavam
bens sem mencionar a filiação.
Não foi o meu caso, então caso seu antepassado não tenha mencionado nada no inventário ou
testamento, ou mesmo não tenha deixado um, não se preocupe e tente comprovar de outro jeito.

OBS: Obviamente, é muito difícil obter todos os documentos citados, o ideal é ter ao menos os
documentos principais. Batismo/nascimento, casamento e óbito. Na falta deles, utilize outros citados a
cima.

CUIDADO COM AS TRANSCRIÇÕES ERRADAS FEITAS PELO CARTÓRIO!!!!!

É muito importante que a pessoa que vá transcrever o registro, te passe as informações contidas nele
antes de transcreve-lo. Assim você pode checar se as informações batem. Caso contrário PEÇA
CERTIDÃO INTEIRO TEOR CÓPIA REPROGRÁFICA!!!!!

Caso o cartório diga que a certidão não está legível, passe todas as informações possíveis dos seus
antepassados, a lista de filhos e toda a árvore genealógica necessária para transcrever os registros!
ESSE PASSO É MUITO IMPORTANTE.

Comigo, aconteceu de ter os PADRINHOS de batismo, registrados na certidão de nascimento do


cartório, dos filhos do meu trisavô. Quem foi transcrever achou que o padrinho (irmão do meu trisavô)
fosse o avô paterno, estava abreviado “padr.os" logo após o nome da mãe. Lembrando que o nome do
pai do meu trisavô não consta no registro.
Felizmente, pude ver o registro original, informar o erro e no final, foi transcrito corretamente.

Por isso, recomendo que peçam a certidão em inteiro teor reprográfico, para que você mesmo
faça a transcrição e evite erros que te custem a prova da filiação!!!

Dúvidas e perguntas: business.babialm@gmail.com

Você também pode gostar