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Iudícibus e Marion (1999, p. 19) explicam que “a introdução obrigatória dessa disciplina veio,
sem dúvida, trazer enorme contribuição para a formação dos estudantes de graduação na área
contábil”.
Segundo os autores, isso ocorre pelo fato de que os profissionais contábeis se atêm muito à
aplicação prática e pouco à teoria. Muito tem sido discutido a respeito de como ensinar a
contabilidade, como forma de atender às mais variadas necessidades e suprir, dessa forma, a
crescente busca por profissionais capacitados e qualificados para um mercado de trabalho cada
vez mais acirrado e competitivo. Esses profissionais devem aprofundar os aspectos teórico-
contábeis para poder associar a teoria à prática, entendendo a contabilidade como uma ciência
social aplicada, buscando conhecer a sua base conceitual, a suas metodologias e origens
(HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).
Contudo por uma necessidade de uma crescente harmonização contabilística Moçambique viu-se
na obrigação de reformular este PGC, seja pelo crescimento da economia ou pela mudança da
própria conjuntura político económico do país, pois já não fazia sentido manter um plano de
contas que para além de não ir ao encontro das normas internacionais de contabilidade,
mostrava-se fora do contexto empresarial do próprio país. Foi por isso que em 2006 foi aprovado
o novo PGC, que veria a entrar em vigor no dia 01 de Janeiro de 2007, continuando com a
mesma estrutura e tendo como princípio básico a partida dobrada.
Os autores constatam que tais informações devem caracterizar-se pela utilidade e confiabilidade,
e atender a diversificados interesses dos seus usuários, não apenas a financeira, mas sim, as
várias abordagens, inclusive a económica, que não são excludentes, mas complementares em
termos informacionais. A contabilidade, sendo um instrumento de informação gerencial, deverá
informar ao seu usuário principal os dados que retratem, além do lucro e da rentabilidade, o valor
económico gerado por suas actividades. Esse novo objectivo da contabilidade também é
destacado por Padoveze (1999), que a contabilidade gerencial moderna deve estar inclusa no
processo de gestão para investigar de forma continua a efectividade da utilização dos recursos
organizacionais para a criação de valor para os accionistas, clientes e credores. Nesta nova
realidade concorrencial, a contabilidade precisa evoluir e fornecer instrumentos decisivos para o
crescimento económico da organização como, por exemplo, a contabilidade estratégica de custos
que criou métodos capazes de apurar o custo do concorrente, dos elos de uma cadeia de valor, da
qualidade etc. Portanto, o modelo contábil antigo não atende mais as necessidades dos gestores,
que agora demandam informações gerências dinâmicas e ágeis, tanto dos aspectos relativos à
própria empresa, como do ambiente em que ela está inserida. Araújo e Assaf Neto (2003)
afirmam que os métodos utilizados pelos gestores para a sua gestão financeira da empresa
mudaram, pois está sendo adoptado como objectivo organizacional a maximização da riqueza
dos accionistas. Assim, os gestores necessitam de informações que permitam aos accionistas
verificar se os seus fins estão sendo alcançados e, para isso, cabe à contabilidade apresentar tais
subsídios. Os autores também destacam como finalidade primordial da contabilidade, actuar
como instrumento de administração e suporte ao planeamento da entidade para a identificação e
determinação dos objectivos organizacionais, bem como para a análise de alternativas e
projecção das acções futuras. Com base nos padrões estabelecidos nos planos operacionais, a
contabilidade pode acompanhar o andamento do processo de execução das acções e decisões que
envolvem a utilização de recursos económicos e, finalmente, avaliar e analisar o resultado das
decisões tomadas. Além disso, a evolução das necessidades sociais e as novas exigências da
sociedade criaram para a contabilidade a missão de também divulgar informações sobre a
execução de acções sociais e ambientais das empresas como, por exemplo: Balanço Social,
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e a contribuição da empresa para a preservação
ambiental.
2. Falar do impacto dos conhecimentos da área de contabilidade na sua formação (no
mínimo 2 páginas).
Impacto Dos Conhecimentos Da Área De Contabilidade Na Gestão De Recursos
Humanos
A contabilidade como ferramenta de gestão, na maioria das Organizações evidenciam seus ativos
como disponíveis, onde o referencial financeiro, certamente fica em primeiro lugar. Com isso, a
contabilidade acaba deixando de lado um quesito de fundamental importância, aquele que
envolve especificamente o capital humano e seus desdobramentos estratégicos. Com isso, a
contabilidade acaba deixando de lado um quesito de fundamental importância, aquele que
envolve especificamente o capital humano e seus desdobramentos estratégicos.
Sendo assim, o Capital Humano nas organizações, muitas vezes é ignorado principalmente no
que tange a dois vectores, são eles: a inserção do capital humano propriamente dito e como o
mesmo contribui de forma ímpar para o desenvolvimento humano. Logo, a Contabilização
perante a essas situações podem ser de duas formas, e caberá a Empresa optar pela Contabilidade
de Custos de Recursos Humanos, onde o assunto tratará dos investimentos do pessoal, ou a
Contabilidade de Valor em Recursos Humanos, que ficará responsável em dizer qual o valor
económico das pessoas. Isso será útil para a tomada de decisões num nível estratégico de
excelência sobre pessoas e os investimentos feitos em cada uma delas, e até quanto à empresa
poderá investir em Recursos Humanos.
Neste sentido, torna-se importante observar alguns dos subsistemas eleitos na literatura voltada
para os recursos humanos, são eles: recrutamento e selecção, treinamento e desenvolvimento.
Para o contexto, vale destacar a geração de custos directos e indirectos. Para ilustrar, são notórios
os gastos com: anúncio para o recrutamento, contratação de pessoas no sentido de viabilizar a
selecção de pessoas, espaço físico para o treinamento e socialização, entrevistadores
(profissionais da área operacional, psicólogos, entre outros). Sem contar que após a contratação
e/ou efectivação, as organizações muitas vezes criam politicas de desenvolvimento para
fomentarem a estrutura de carreira, com o surgimento de incentivos na realização de curso de
toda ordem (graduação, pós-graduação, línguas, etc.). Se for o caso, a Contabilidade da Empresa
lançará esses possíveis gastos directamente para a despesa do período, onde poderiam estar
analisando, e verificando os benefícios que estão trazendo a Empresa, a partir dos conhecimentos
técnicos e/ou intelectual que os colaboradores vão adquirindo e, a partir desse patamar, a de se
falar em investimento propriamente dito.
Além disso, investira também em treinamentos, cursos, que farão com que os colaboradores
adquiram mais conhecimentos no ramo onde a prestação do serviço dos mesmos se tornará cada
vez mais eficiente e eficaz. Os cursos que podem ser oferecidos pela organização podem ser os
de graduação, pós-graduação, cursos de línguas ou de aperfeiçoamento da área, isso fará com
que o colaborador sinta-se valorizado e realize muito melhor a sua actividade, pois entenderá que
a empresa estará investindo nele.
Percebe-se que após o investimento no colaborador teremos um custo, pois isso trará um retorno
futuro para a empresa, diferente se fosse um gasto classificado como despesa. A classificação
como despesa não demonstra informações sobre o retorno que a gerência precisa obter para saber
se realmente essa técnica dará certo.
Conceitos
O Património é um conjunto de bens. Esse conjunto de bens pode pertencer a uma pessoa física
ou jurídica.
Enquanto pessoas físicas possuem um conjunto de bens e consumo (caneta, televisão, relógio,
etc..) as entidades, pessoas jurídicas de fins lucrativos (empresas) ou de fins ideais (instituições),
possuem outros tipos de bens (mercadorias, máquinas, instalações, etc..).
Considerando o Património de uma empresa, ele pode se apresentar de três formas diferentes:
Os bens da empresa, que estão em seu poder (computador, prédio, casa, carro, dinheiro em sua
mão, maquinas e etc..).
Os bens da empresa, em poder de terceiros, ou seja os seus DIREITOS (uma venda feita a prazo
(é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro ainda não esta contigo, ele não é um
bem, e sim um direito, direito de recebê-lo), o dinheiro no banco (ele não esta com você) entre
outros).
Podemos entender que o que diferencia BENS de DIREITO é a posse. Pois na verdade tudo que
esta nos dois exemplos acima podem ser avaliados em dinheiro, o que diferencia é se esta ou não
com você.
Exemplo:
– COMPRA À PRAZO – seu fornecedor lhe vendeu mercadorias a prazo, é um direito dele
receber e uma OBRIGAÇÃO sua de pagar;
– UM EMPRÉSTIMO – é um direito do banco ou financeira e uma OBRIGAÇÃO sua pagar.
Assim, definimos o Património como “o conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliável em
moeda e pertencente a uma pessoa física ou jurídica”.
Características
Conforme se pode perceber do próprio conceito de património este é formado pelo conjunto de
bens, direitos e obrigações. Os bens e os direitos representam a parte positiva do património e,
portanto, fazem parte do activo. Já as obrigações representam a parte negativa e assim, fazem
parte do passivo. Estas obrigações representam as obrigações perante terceiro.
A diferença entre os bens, direitos e obrigações resulta no património líquido que, de certo modo,
também é uma obrigação da entidade só que perante os sócios da mesma. É por esta razão que no
balanço patrimonial o património líquido se localiza do lado do passivo.
Bens
Os bens representam uma categoria de activo que juridicamente se chama de coisas podendo ser
materiais ou imateriais e que possui um valor económico. Essas coisas possuem utilidade para
seus possuidores e tem como objectivo satisfazer as necessidades de quem as possuem.
Classificação
a) Bens Tangíveis, materiais, corpóreos ou concretos: têm existência física, existem como coisa
ou objecto; são os que possuem corpo, matéria.
Exemplos:
Máquinas (industriais, de somar, de escrever), Equipamentos, Veículos, Estoques de
Mercadorias, Imóveis, Dinheiro, Móveis, Ferramentas, Materiais de Consumo.
b) Bens Intangíveis, imateriais, incorpóreos, abstractos. Constituem aplicações absolutamente
necessárias para a empresa atingir seus objectivos; inexistem como coisa; não palpáveis não
constituídos de matéria.
Exemplos:
Marcas de Indústria (Nike, Coca-Cola, Pé Fresco Calçados e etc.).
Patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o
direito exclusivo de explorar uma invenção)
Luvas (quantia paga para retirar um indivíduo de um imóvel que você vai ocupar)
Fundo de Comércio ou ponto ou local de trabalho ou clientela ou fama da loja (um
indivíduo vende uma loja e além do valor de venda cobra mais um valor referente ao
ponto)
Direitos Autorais
Despesas Pré-Operacionais
Benfeitorias em prédios de terceiros visando à adaptação operacional aos objectivos da
empresa
Despesas relacionadas com pesquisa e desenvolvimento de produtos
Despesas realizadas no período de implantação do empreendimento
Direitos adquiridos para exploração de minas, jazidas e reservas florestais.
OBS: o bem intangível inexiste como coisa, mas assume um valor no contexto do património. É
importante citar que os direitos adquiridos decorrentes da aplicação de recursos significativos,
destinados à exploração de minas, jazidas ou reservas florestais, não se confundem com outros
tipos de direitos conhecidos por negociáveis, tais como: Duplicatas, Letras de Câmbio, Notas
Promissórias etc.
Os direitos podem ser recebidos em dinheiro ou transferidos para terceiros, enquanto os que
habilitam as empresas à exploração económica de uma coisa são amortizados durante certo
período, a fim de permitir a recuperação do investimento realizado.
Massas
Massa Patrimonial: Correspondem aos diferentes grupos onde se agregam os elementos
patrimoniais e, subdividem-se em Massas Gerais e Massas Parciais.
Os elementos que são representados do lado esquerdo do esquema (Bens e Direitos) Valorizam
Positivamente o Património (sinal +) e correspondem Massas Gerais do Activo.
Exemplos:
-Moeda em cofre
-Mercadoria
-Dívida de cliente
.
Activo circulante esta dividido em:
a) Existências: são constituídas por bens que as empresas adquirem ou para posterior venda, no
caso das empresas comerciais, ou no caso das empresas industriais, por bens que as empresas
adquirem para serem incorporadas nos processos produtivos sendo vendido somente após
transformação.
Exemplos:
-Mercadorias
-Matérias – Primas
.
b) Dívidas de terceiros: O valor das dívidas de terceiros que se encontram por receber.
.
Exemplo:
Dívida de cliente
Exemplos:
-Moeda em cofre
-Depósitos à ordem no Banco
-Títulos negociáveis
.
Nota:
Existências + Dívidas de terceiro = Activo realizável
Disponibilidade = Activo disponível
Factores
Facto patrimoniais são todas as operações que criam uma dinâmica patrimonial, ou seja,
provocam variações quantitativas e qualitativas no património.
São todos os eventos que ocorrem na empresa, passíveis de se determinar um valor monetário. O
registo de um facto patrimonial pode ou não alterar o valor do Património Líquido da empresa.
Classificam-se em três grupos: Factos patrimoniais permutativos (qualitativos ou
compensativos), Factos patrimoniais modificativos (ou quantitativos) e Factos patrimoniais
mistos (ou compostos).
Ex.: compra de uma máquina à vista - ocorre a permuta de um bem (dinheiro) por outro bem
(máquina), ambos elementos do activo.
Débito Crédito
A A
P P
A P
P A
PL PL
Débito Crédito
A PL/R
P PL/R
Débito Crédito
PL/D A
PL/D P
Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas
de proveito, (venda com lucro, aumenta PL).
Ex.: recebimento de duplicatas com juros, pagamento de duplicatas com desconto, reforma de
dívida com desconto, vendas com lucro, pagamentos de obrigações com desconto, etc.
Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou
mais contas de proveito, (venda com lucro, aumenta PL).
Débito Crédito
PL PL/P
A/P/D A
Os factos patrimoniais alteram o Património sob seus dois aspectos básicos: o qualitativo e
o quantitativo. Ao analisar os factos permutativos, observa-se que estes provocam variações
estritamente qualitativas, isto é, modifica-se apenas a natureza dos elementos patrimoniais
envolvidos. Já os factos modificativos e os factos mistos geram mudanças reais na expressão
monetária da situação líquida, ou seja, provocam variações de natureza quantitativa.