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1.

INTRODUÇÃO

A crescente preocupação com a qualidade de vida da população tem despertado


interesse na criação de ambientes de trabalho que forneçam maior satisfação, motivação e
participação aos trabalhadores, sem comprometimento das questões relativas à produtividade.
Isto é justificável, na medida que a maior parte do tempo as pessoas passam dentro de
organizações e que elas são as responsáveis pelos seus resultados, que podem ou não estar de
acordo com os objetivos estratégicos da empresa.
Diversas abordagens, teorias e modelos administrativos têm sido desenvolvidos com o
intuito de considerar variáveis comportamentais e organizacionais no processo de modificação
das condições de trabalho e no próprio desenvolvimento da empresa como um todo. No entanto,
mesmo que no campo teórico existam diversas formas de tratar a participação das pessoas no
processo de trabalho, as estruturas organizacionais e os sistemas produtivos de grande parte
das indústrias brasileiras ainda se encontram fundadas nos paradigmas taylorista/fordista de
divisão de trabalho, que em bases gerais, tende a ser organizado a alcançar níveis elevados de
parcialização, rotinização e simplificação de sua execução.
Convém salientar que, nos moldes deste modelo, é comum se observar, na prática
industrial, a definição das tarefas pelo departamento responsável pela produção, cabendo aos
trabalhadores apenas a execução das mesmas. O trabalhador, portanto, é tratado quase como
uma máquina e, dessa forma, substituível quando a execução não segue os padrões prescritos.
A parcialização das tarefas tende a deixar o trabalhador alienado do processo produtivo em que
está inserido, impossibilitando sua visão do todo, e gerando um quadro de monotonia e
insatisfação com o trabalho, já a saúde física, com a repetitividade dos movimentos exigidos na
realização das tarefas, aliada a posturas inadequadas, acarreta danos ao sistema ósteo-
muscular do trabalhador, problemas com monotonia, distúrbios ocupacionais, stress, etc.
Ainda, a que ser observada a crescente e acirrada competição entre as empresas e
mercados, onde para se obter vantagem de competitividade, as empresas passaram a
preocupar-se com a melhoria de qualidade dos seus produtos para satisfazer exigências do
mercado, para isso, também foi necessário mudanças na forma de gerir pessoas, então as
organizações passaram a preocupar-se com a qualidade de vida no trabalho e surgiram
métodos, propostas e programas como ferramentas para esta nova abordagem.
No presente trabalho procuraremos abordar uma parte do assunto focando em
atividades e mudanças que podem ser propostas e adotadas pela maioria das organizações,
estas, são em linhas gerais adequações e preocupações que podem ser promovidas no
ambiente de trabalho, de modo a atender as necessidades básicas dos colaboradores obtendo
maior produtividade com maior qualidade para os trabalhadores.

2. CONCEITO

Os conceitos de Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no Trabalho são diferenciados


e exigem esforços no sentido de se aprofundar na literatura científica para compreendê-los, mas
entrelaçam-se e revelam grande preocupação com relação ao equilíbrio, satisfação pessoal e
profissional, além de bem-estar. Evidenciam, ainda, como harmonizar as emoções e a
afetividade, visando a melhoria de condutas pessoais objetivando maior produtividade e
qualidade de resultados nas empresas.

2.1 Qualidade de Vida


Os pesquisadores e estudiosos do assunto trabalham a QualidadE de Vida englobando
campos distintos como estado físico e habilidades funcionais, estado psicológico e bem-estar,
interações sociais, fatores e estados econômicos e/ou vocacionais, estado espiritual e/ou
religioso. Contudo, alguns autores, em seus estudos ou pesquisas, avaliam apenas
determinados campos considerados pertinentes ao que se vai pesquisar; dessa forma, algumas
investigações deveriam ser distinguidas entre si, já que poucas avaliam todos os campos que
envolvem qualidade de vida (Spilker, 1996 citado por Souza & Guimarães, 1999:122).
Ramos (1995), por seu lado, também define Qualidade de Vida entendendo-a como um
conjunto harmonioso e equilibrado de realização em todos os níveis, como: saúde, trabalho,
lazer, sexo, família e desenvolvimento espiritual.
Bley e Nemazza-Licht (1997) afirmam que existem basicamente quatro campos que
compõem a Qualidade de Vida, embora algumas vezes haja divergências quanto à terminologia:
1- Função física e profissional; 2- Função psicológica; 3- Interação social; 4- Sensação somática.
Wilheim e Deak (1970 citado em Cardoso, 1999:77), definiram qualidade de vida como
"a sensação de bem-estar do indivíduo". Segundo esses autores, esta sensação é
proporcionada pela satisfação de condições tanto objetivas (renda, emprego, objetos possuídos,
qualidade de habitação) como também as condições subjetivas (segurança, privacidade,
reconhecimento, afeto).
Podemos avaliar a Qualidade de Vida, então, sob dois aspectos: objetivo e subjetivo. O
aspecto objetivo é possível de ser aferido, através das condições de saúde física, remuneração,
habitação, e também, por meio daqueles indicadores observáveis e mensuráveis. Já a
subjetividade da qualidade de vida busca os sentimentos humanos, as percepções qualitativas
das experiências vividas.
Cardoso (1999) admite que é impossível separar o indivíduo de sua interação com o
meio. Desta forma, para esta autora, qualidade de vida diz respeito, justamente, à maneira pela
qual o indivíduo interage, levando-se em conta sua individualidade e subjetividade, sua interação
com o mundo externo, portanto, a maneira como o sujeito é influenciado e como influencia. "Vida
com qualidade" é determinada por uma relação de equilíbrio entre forças internas e externas.

2.2 Qualidade de Vida no Trabalho

Segundo Guimarães et al. (2004) a Qualidade de Vida no Trabalho já era discutida na


Idade Média: 300 a.C. Ensinamentos de Euclides da Alexandria – Geometria – inspiração para
melhoria do método de trabalho dos agricultores da margem do rio Nilo; 287 a.C. Arquimedes –
Lei das Alavancas – diminui o esforço despendido por muitos trabalhadores; Século XX Helton
Mayo – fala do comportamento humano, motivação dos indivíduos para obtenção das metas
organizacionais da Qualidade de Vida do Trabalhador; Maslow fala das necessidades
fundamentais: fisiologia, segurança, amor, estima e realização. Década de 90: Handing (1995)
relata que o problema começou quando transformamos o tempo em mercadoria, comprando
esse tempo e não a produção das pessoas. Quanto mais tempo de venda, mais dinheiro se fará,
lembrando das condições acima. As empresas tornaram-se exigentes, querendo menos tempo
das pessoas que pagam por hora e mais o seu tempo, que pagam por ano, porque no último
caso, cada hora extra durante o ano acaba sendo gratuita (in Guimarães et al., 2004).
Lacaz (2000:156) comenta que é (...) inadmissível falar em qualidade do produto sem
tocar na qualidade dos ambientes e condições de trabalho, o que seria sobremaneira auxiliado
pela democratização das relações sociais nos locais de trabalho.
Rosa (1998 citado por Limongi-França, 2003:40) define: Qualidade de Vida é a busca
contínua da melhoria dos processos de trabalho, os quais precisam ser construídos não só para
incorporar as novas tecnologias como para aproveitar o potencial humano, individual e em
equipe. No contexto empresarial ela se insere na qualidade organizacional, no repensar contínuo
da Empresa.
De Marchi (1998 citado por Limongi-França, 2003:41), um dos fundadores e ex-presidente
da Associação Brasileira de Qualidade de Vida, também define: Nos anos 1998-1999, Qualidade
de Vida é estar saudável, desde a saúde física, cultural, espiritual até a saúde profissional,
intelectual e social. Cada vez mais as empresas que desejarem estar entre as melhores do
mercado deverão investir nas pessoas. Portanto, Qualidade de Vida é um fator de excelência
pessoal e organizacional.
Cardoso (1999), por seu lado, entende qualidade de vida como harmonia e equilíbrio em
todos os níveis de realização de trabalho, saúde, lazer, família, sexo e desenvolvimento
espiritual. Também menciona a década de 70 como sendo um marco no desenvolvimento da
Qualidade de Vida no Trabalho. O trabalho passou a ser enobrecedor, significativo, um caminho
para a auto-realização, crescimento profissional, possibilidade de se obter recompensas
intrínsecas e extrínsecas, desenvolver habilidades até então desconhecidas, ter o potencial
aumentado proporcionando segurança e satisfação com cada realização.
Segundo Dejours (1992:136), as pressões decorrentes das organizações de trabalho
são potencialmente desestabilizadoras para a saúde mental do trabalhador. Ele explica a
“organização de trabalho” através da divisão do trabalho ou o modo operário descrito como de
fato ocorre e associa a idéia de repartição, de responsabilidades, hierarquia e controle.
Podemos destacar Tumer e Lawrence (1965 citado por Cardoso, 1999) que
apresentaram um estudo do comportamento do trabalhador, cujas tarefas incluíam seis atributos:
variedade, autonomia, interação exigida, interação operacional, conhecimento, habilidade e
responsabilidade.
Finalmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define a Qualidade de Vida como:
(...) a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de
valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações. (citado por Fleck, 1996:64)

2.3 Nível ou Padrão de Vida

O padrão de vida de qualquer pessoa, é aquele em que ela tenha condições de


satisfazer a si próprio e a sua família, com os elementos necessários ao seu sustento. Assim,
observa-se que o padrão de vida de um homem ou de uma família variam muito nas diferentes
comunidades de uma nação e entre as próprias nações. No entanto não são muitos os países
em que os cidadãos possuem condições de satisfazerem suas necessidades primárias.
A título de exemplificação, observa-se a diferença de vida do sul do Brasil com outras
regiões brasileiras, e mesmo nesta região podemos observar que o padrão de vida paulista é
superior, em média, ao padrão de outras comunidades da mesma região geográfica.
Os requisitos mínimos para se levar uma vida satisfatória são:
Alimento, suficiente para a reposição diária de energias gastas durante o
trabalho.
Vestuário, suficiente para apresentar-se protegido contra as intempéries.
Moradia, obedecendo padrões suficientes para abrigar seus dependentes em condições
higiênicas.
Higiene, cuidados médicos e serviços sanitários suficientes a fim de preservá-lo.
Alcançados estes objetivos, acrescenta-se:
Segurança, contra o roubo, a violência, contra o desemprego e a velhice.
Educação, afim de prepará-lo profissionalmente, atendendo as suas tendências
e habilidades.

3. PRODUTIVIDADE

Produtividade é rendimento. É uma relação entre a produção e os fatores que interferem


na obtenção dessa produção. É a relação entre os produtos e os recursos utilizados para obtê-
los. Esta definição aplica-se a uma indústria, a uma empresa ou a uma economia como um todo.
Para elevarmos a produtividade e o padrão de vida, temos como condições geral:
O desenvolvimento de um plano de cooperação entre:
1. Poderes Públicos,
2. Empregadores e,
3. Empregados. Viabilizando e tornando em realidade esse plano.
O sucesso desse plano está condicionado à
1. criação de um clima favorável à estabilidade econômica,
2. despertar um clima de boa vontade entre os trabalhadores.
3. a conscientização do empresariado.
Toda nação ou comunidade deve ser capaz de auto-sustentar-se. O nível de vida em
geral é representado pelo que é obtido pelo cidadão médio com seu próprio esforço e de seus
concidadãos. Quanto maior venha ser obtido na de bens de serviços, maior será o nível de vida
médio da população. A noção de produtividade é fruto e conseqüência da Organização do
Trabalho. Se confundiu muito tempo com rendimento e eficiência, tomando mais tarde
roupagens próprias e configurações definida, sendo que em sua evolução viria a provocar mais
tarde de maneira espetacular e violenta o aparecimento de outro conceito: a automação.
Em organização, há quase que se distinguir seu sentido estático = quando se cogita de
fixar a estrutura dos órgãos – e o seu aspecto dinâmico – quando cuida do estabelecimento do
mecanismo de funcionamento dos mesmos, tendo em vista um objetivo: a empresa.

3.1 Produtividade na Empresa


Elevar a produtividade significa produzir uma mesma quantidade de bens e serviços com
menos recursos. Uma maior produtividade fará que a comunidade lucre sob as mais diferentes
formas:
1. Maior produção de bens- de consumo ou de produção – e serviços.
2. Maior produção poderá desencadear maiores salários.
3. Maior produção com menor carga de trabalho, portanto menor jornada de trabalho.
4. Elevação geral do padrão de vida.
Em uma empresa, os recursos em geral estão combinados em proporções variáveis. O
sucesso em geral estão combinados em proporções variáveis. o sucesso depende do uso
correto desses recursos por ela aplicados, que são:
 Terrenos e edifícios,
 Materiais
 Máquinas, equipamentos e instalações,
 Mão de Obra.

Baixa Produtividade – Causas e Meios para Corrigi-las

A má utilização dos fatores de produção são as causas de baixa produtividade.


Destacamos: Grau de mecanização da indústria ( equipamentos, processos de fabricação,
métodos de trabalho); Eficiência do administrador ( seleção dos dirigentes, formação e
aperfeiçoamento, reorganização da estrutura administrativa, melhoria dos sistemas de registros
e de controle); Eficiência do trabalhador (seleção de pessoal e respectiva qualificação, formação
e aperfeiçoamento do pessoal, treinamento de supervisores, criação de ambientes favoráveis ao
trabalho, formação de ambientes externos aos dos locais de trabalho, favoráveis ao
desenvolvimento das relações dos grupos sociais, simplificação de tarefas, dos processos, dos
métodos); Ajustamento da capacidade operacional( eliminação de desperdícios, seleção racional
do instrumental, ferramentas e dos implementos de trabalho, fixação de um Lay-out racional,
fixação adequados de lotes de trabalho, fixação dos ciclos de fabricação); Rendimento
econômico e financeiro da empresa ( estabelecimento de sistemas de apuração de custos,
fixação de ciclos financeiros, a redução dos estoques de matérias-primas, de produtos semi-
elaborados e de produtos acabados, obtenção de critérios bancários mais condizentes com as
atividades da produção industrial)

Condições de Trabalho

Introdução

Os fatores relacionados com as condições normais de trabalho tais como: cores, ruídos,
iluminação, limpeza, higiene, água potável e arrumação do ambiente em geral vêem a contribuir
para um melhor desempenho das tarefas de uma empresa, porque fazem com que o trabalhador
se sinta à vontade e seguro na execução das atividades.

Verificamos que a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial,
mas também de um conjunto de condições que garantam o bem estar físico e mental do
trabalhador e diminuam a fadiga.

Nos estudos efetuados de Administração Científica, realizada pelos Engenheiros de Taylor, o


que os preocupavam eram os seguintes pontos:

Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho e de equipamentos,


de produção para minimizar o esforço do operador e a perda de tempo de
execução da tarefa;

1. O arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar os fluxos de


produção:

2. Melhoria do ambiente físico de trabalho de maneira que o ruído, a ventilação,


a iluminação, o conforto geral do trabalho não reduzisse a eficiência do
trabalhador;
3. Projeto de instrumentos e equipamentos específicos, como transportadores,
seguidores, contadores e outros utensílios para reduzir movimentos
desnecessários.

Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam a serem consideradas como


importantes elementos no aumento da eficiência. O conforto do operário e a melhoria do
ambiente físico (iluminação, ventilação, aspectos visuais da fábrica, eliminação do ruído, etc.)
passaram a serem mais valorizados, não porque a obtenção da eficiência merecesse, mas
porque eram essenciais para a obtenção da eficiência do trabalho.

Assim, a primeira coisa a ser feita, quando pretendemos melhorar métodos de trabalho numa
organização, é assegurar-se de que as condições, encontradas pelo trabalhador para
desenvolver adequadamente o seu trabalho são tais que permitam o seu desempenho sem
nenhuma tensão.

Estudos realizados pela Organização do Trabalho demonstram que a produtividade


freqüentemente poderá ser aumentada simplesmente melhorando as condições de trabalho,
antes mesmo que outras técnicas do Estudo do Trabalho sejam aplicadas.

As más condições de trabalho se apresentam nestes estudos como a principal causa dos
tempos suplementares de trabalho.

As condições físicas do trabalho dependem de muitos fatores: a localização da empresa, o tipo


de construção, o lay-out, a ventilação, a iluminação, o estado sanitário, a natureza do piso, o
equipamento instalado, etc.

Nestas apresentações nos detemos apenas com aquelas condições que afetem diretamente o
trabalhador, enquanto desenvolve o seu trabalho, condições estas que afetam o seu bem estar
físico e em conseqüência a sua eficiência como produtor.

Considerações Gerais

O melhoramento do fator humano requer o estudo e a conscientização de boas condições físicas


do trabalho.

A função segurança se aplica a prevenção dos acidentes e das doenças profissionais pela
organização dos lugares de trabalho e às medidas de proteção individual e coletiva.

O conjunto das medidas de segurança se associa à ação do serviço social da empresa que
constitui um complemento de auxílio material e moral e ao pessoal associado na área comum.

No ambiente industrial, a salubridade no trabalho constitui uma obrigação para a administração,


pois do contrário, dificilmente se obterão resultados favoráveis em relação à motivação,
satisfação e conseqüentes boa qualidade e produtividade no trabalho.

Assim, a higiene do trabalho possui hoje um sentido amplo, incluíd aspectos psicossociais de
importância.
A prevenção de acidentes, sendo baseada num trabalho de equipe, necessita do esforço
orientado em todos os níveis hierárquicos o que não será possível conseguir sem que existam
boas relações entre os elementos e grupos de trabalho.

O trabalho profissional não é sempre realizado nas mesmas condições de ambiente.


Estudaremos os elementos que constituem os aspectos fundamentais da ambiência do trabalho,
considerando as condições materiais oferecidos à empresa para a realização de determinada
atividade.

O termo ambiente significa não só o ar que envolve o trabalho, mas também a iluminação, a
sonorização e a temperatura atuante sobre ele e que condiciona sobre modo o seu rendimento
ou sua insuficiência; o ambiente cuidadosamente planejado, oferece ao trabalhador o
imprescindível conforto funcional de que carece para bem executar suas atribuições ter
indispensável ajustamento social.

Condições Normais de Trabalho

A pesquisa de melhores condições de execução de trabalho, isto é, do método que seja,


simultaneamente, mais rápido, menos penoso e mais seguro, exige, como já dissemos,
apreciáveis conhecimentos técnicos e noções importantes sobre a fisiologia, além de razoável
capacidade imaginativa.

Quando pensamos em trabalho, associamo-lo ao ambiente onde o mesmo se desenvolve.

Apesar de o trabalho ainda ser quase que totalmente desenvolvido pelo homem, este sofre
sobremodo com as ações ambientais. E pôr sua vez, como conseqüência disso, também faz
sofrer a sua ação sobre o próprio trabalho.

Arrumação e Limpeza

A limpeza se constitui em pré-requisito para a saúde do trabalhador. É fundamental que o


ambiente seja mantido em boas condições sanitárias, o que na verdade, custa relativamente
muito pouco.

O acúmulo de sujeira deve ser retirado diariamente, de todos os ambientes, escadas e


corredores. O ato de cuspir ou escarrar, é altamente danoso para a saúde, devendo-se portanto
educar o pessoal, e proibi-los a cuspir nos pisos, paredes, escadas, etc.. Outro hábito bastante
comum entre os trabalhadores menos esclarecidos, é limpar o nariz com a pressão dos dedos,
etc..

É um problema fundamentalmente cultural e só um trabalho sistemático e contínuo, trará


resultados que sem dúvida nenhuma, são compensadores.

Cuidados especiais deverão ser tomados para a eliminação de ratos, baratas, pulgas, bichos de
pé, etc.

Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar é a regra fundamental para a observação
de acidentes, doenças e incêndios. Mas não basta que tudo tenha seu lugar, e que um lugar
para tudo; é necessário também que tal condição não seja mantida pôr campanha ocasional,
seja de arrumação ou de limpeza.
É necessário que se lhe dê continuidade e atenção permanente.

De uma forma geral, as deficiências das empresas neste aspecto são as seguintes:

a) Falha na remoção dos resíduos;


b) Falha no armazenamento dos materiais;
c) Objetos e materiais abandonados sobre o piso e equipamentos fora do lugar.
Higiene

Os locais onde se encontram as instalações sanitárias deverão ser submetidos a processo


permanente de higienização de maneira que sejam mantidos limpos e desprovidos de quaisquer
odores durante toda a jornada de trabalho. Será exigido um conjunto de instalações sanitárias,
um lavatório para dez trabalhadores nas atividades ou operações insalubres ou nos trabalhos
com exposição a substâncias tóxicas, irritantes, infectantes, alergizantes, poeiras ou substâncias
que provoquem sujeira.

Prover os lavatórios de material de limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso
de toalhas coletivas. Deverá ter pisos, paredes revestidos de material resistente, lavável e
impermeável.

Água Potável

Em todos os locais de trabalho e água potável deve ser fornecida aos trabalhadores, em
condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos. Onde houver rede de
abastecimento deverá existir bebedouros de jato na proporção de um bebedouro para cinqüenta
(50) empregados.

As empresas deverão garantir nos locais de trabalho suprimento de água potável e fresca em
quantidade superior a ¼ de litro (250ml) pôr homem hora em trabalho.

Cores

Influência no ambiente de trabalho

As impressões recebidas pelo corpo humano, interessam na sua totalidade, 87% ao sentido da
visão, cabendo aos demais sentidos as proporções: 7% à audição, 3% ao olfato, 1,5% ao tato e
1,5% ao paladar.
Podemos assim observar a importância do uso de estímulos visuais, e entre estes estímulos
temos as cores.

Cor:
É o reflexo de ondas de luz;
Tem forte influência sobre as pessoas, animando-as relaxando e provocando emoções boas ou
más.

Sua adequada utilização nos leva a prevenção de acidentes e favorece o aumento de


produtividade.
Provou-se através de experiências consistentes, que as cores possuem propriedades
semelhantes para todas as pessoas:

1. Cores escuras parecem mais pesadas que cores claras.


Por exemplo: caixa pintada de cinza parece mais pesada; de verde claro parece ser
mais fácil de ser levantada.
2. Cores “frias escuras” parecem diminuir o tamanho dos objetos; cores “quentes vibrantes
e brilhantes” ampliam-no. Amarelo em fundo preto parece maior do que o branco em
preto, este parece maior que vermelho brilhante em cinza, verde em cinza, etc.
3. Algumas cores estimulam sensações diversas, como o apetite, a alegria e o cansaço.

Classificação

Em termos gerais as cores são classificadas em:


Cores primárias:
– as encontradas puras na natureza – Vermelho, Azul e Amarelo;
Cores secundárias:
– resultantes das primárias
– como o Alaranjado (vermelho com amarelo), Verde (amarelo com azul), Púrpura (azul
com vermelho).
Cores terciárias:
– são formadas pela combinação das cores primárias e secundárias.

Com base nos fatores acima e nas combinações possíveis, pinta-se a parede de uma cor suave,
e uma peça de máquina, que constitui perigo, de uma cor brilhante, contrastante, proporcionando
assim um sinal de alerta ao operador.

Os espaços parecem maiores quando se empregam cores claras, e menores com cores
escuras; essa propriedade é usada pelos psicólogos para condicionar os ambientes das
fábricas.

Correlacionados ao problema de iluminação, o estudo das cores se processa através de três


pontos básicos:

O máximo de poder de iluminação e uniformidade da luz nos ambientes se dá com


aproveitamento da reflexão das cores.

Os contrastes de luz que obrigam ao olho um esforço constante de acomodação devem ser
substituídos por contrastes de cor que criam a impressão de relevo sem fadiga visual.

Uma impressão de calor ou frio, uma atmosfera incitante ou de repouso, são ditadas pelo
emprego de cores quentes ou frias.

Cores quentes:
- vermelho, amarelo, laranja, verde escuro.
Cores frias:
- azul, cinza, verde claro.

A cor na Segurança do Trabalho


O emprego da cor na Segurança do Trabalho deve respeitar o que estabelece a Norma
Regulamentadora n.º 26 ( NR-26), da portaria 3214.

Além da legislação contamos também com as normas da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT), Normas NB-76 e NB-54;

Contudo, quando consideramos o emprego das cores em máquinas, paredes, tetos e pisos,
devemos levar em conta o trabalho desenvolvido na França pela AFNOR (Associação Francesa
de Normatização) onde eles procuraram normalizar contrastes de cores entre as máquinas e
paredes:

Paredes Máquinas
Camurça – clara verde – claro
Bege – creme azul, verde – claro
Ocre, amarelo – pálido azul – claro

Para chegar a tal conclusão, levaram em consideração os seguintes aspectos:

Máquinas

Na pintura da máquina é fundamental tornar a parte ativa claramente distinta da fixa.


A parte ativa, deve chamar atenção sobre si, repousar a vista dos trabalhadores, dar lugar a um
nítido contraste cromático, e ter brilhança próxima do objeto em trabalho e da parte fixa.

Paredes

Para evitar no trabalhador a sensação de reclusão, as paredes devem ser pintadas com cores
que lembrem a luz solar, ou o fundo adequadamente modificado em relação à temperatura
ambiental.
Fundos harmoniosos, dando ao operário a possibilidade de concentração sobre o trabalho,
favorecendo, assim a eficiência e o conforto. Cores que dão lugar à sensações emotivas
neutras.

As partes altas das paredes, que não atingem o campo da visão normal do trabalhador, podem
ser pintadas com cores ou tonalidades mais claras, para aumentar a reflexão da luz.

Teto

O teto deve refletir a maior quantidade de luz incidente, emprego de cores de alto fator de
reflexão.

Pisos

A cor dos pisos deve levar em conta a presença de operações nos quais ele sirva de fundo,
evitando-se brilhança com violento contraste.

Os meios de transportes, escadas, corrimãos, equipamentos de emergência, sinalização e


outros elementos semelhantes devem ser pintados de maneira a facilitar a visibilidade.
Algumas formas de cores empregadas em objetos = Segurança do Trabalho

Vermelho Proteção contra fogo


Verde Segurança - Primeiros Socorros
Amarelo, faixa Preta Obstáculos – significa cuidado
Alaranjado Atenção – corta, fere, esmaga, cuidado
Azul Precaução – marca aparelhagem elétricos e
máquinas em conserto.
Amarelo ou Branco Faixas de trânsito na Empresa.

Iluminação

“Boa iluminação acelera a produção”.


É essencial para a saúde, segurança e eficiência do trabalhador.
A eficiência da iluminação depende de sua quantidade e da sua qualidade.

São fatores que determinam a qualidade:


Resplendor, difusão, direção, uniformidade de distribuição, cor e brilho.

O resplendor é prejudicial à vista e portanto para a produção. A percepção dos detalhes do


trabalho, depende muito das diferenças de resplendor entre o detalhe e o seu “back around”.
Quanto maior for a diferença, tanto mais fácil será de ser visto o detalhe.
Observação: Existem tabelas específicas contendo recomendações de iluminação, resplendor,
reflexão, etc.

Como regra geral, a iluminação natural é preferível à artificial, mas onde a iluminação natural for
inadequada, a iluminação artificial deverá ser usada no sentido de suplementá-la ou substitua-la.

A iluminação artificial se torna dia a dia melhor, com o advento de novos tipos de lâmpadas, que
sempre buscam conseguir:

1. Que o trabalhador possa ver o seu trabalho durante toda a sua jornada, sem
aumentar nem diminuir a visibilidade;
2. Que o trabalhador não necessite mudar de posição para observar o seu
trabalho;
3. A ausência de zonas de sombra, as quais fadigam a íris;
4. Que a luz não sofra oscilações e que produza o menor número de reflexos sobre
os materiais;

As empresas que recebem a iluminação através das janelas ou clarabóias, quase sempre
necessitam controlar a iluminação por meio de persianas, todos os outros dispositivos.

Lembre-se que independentemente do sistema de iluminação utilizado, o mesmo deverá estar


sempre limpo e em boas condições. A sujeira diminua a iluminação.

Iluminação Natural
Segundo alguns é melhor que a artificial para a discriminação de detalhes finos e comparação de
cores. Porém, depende de:

a) condições meteorológicas,
b) da localização do edifício.

É feita através da abertura, janelas sendo que a iluminação por cima, isto é, pelo telhado, é a
preferida por muitos. A luz natural nos dá a sensação de bem estar, porém quando atravessa
fendas de venezianas, produz efeito monótono, indicado pela expressão “luz de adega”.

Iluminação Artificial

Muitas são as fontes de iluminação, sendo as mais usadas as lâmpadas elétricas e os tubos
fluorescentes, por exemplo, de vapor de mercúrio.

A luz artificial é muito mais fácil de ser regulada, visando criar condições de trabalho agradáveis
e eficazes. Os administradores compreendem que a iluminação correta é um fator que ajuda a
reduzir acidentes de trabalho, a reter o pessoal treinado que possui e a diminuir o número de
erros da produção.

Sua Influência na segurança do trabalho e demais efeitos

1. Reduz a freqüência dos acidentes,


2. Aumenta o rendimento do trabalho,
3. Melhoria da qualidade do trabalho,
4. Diminui a fadiga,
5. Atua sobre o moral dos trabalhadores.

Intensidade

Incandescentes
São portadoras de um elevado grau de brilhança e devem ser utilizadas de preferência em
iluminação refletida ou difusa.

Fluorescentes
Com radiações frias, permitem níveis de iluminação mais elevados com menor consumo de
energia. São menos ofuscantes, muito recomendadas para iluminação de ambiência; sua luz é
estável e suas radiações controladas não são nocivas.

Luzes coloridas
Empregadas sobretudo para a sinalização, a publicidade, na obtenção do relevo ou a
fotoquímica, só devem ser empregadas nos locais de trabalho em caso de necessidade, pois
elas tem uma influência psíquica sobre a mão-de-obra, principalmente a feminina.

A iluminação deve ter intensidade suficiente e ser uniforme. A uniformidade perfeita não é
possível e, às vezes, há necessidade de irregularidades.
A adequada direção do fluxo evita a produção de sombras e contrastes claros-escuros
excessivos. Não se trata de eliminar completamente as sombras, úteis à percepção de forma,
localização de objetos e também para evitar que o ambiente de trabalho se torne monótono ou
produza sensação de fadiga.

Ofuscamento

O ofuscamento é uma perturbação visual, geralmente transitória, resultante de estimulação


excessiva do órgão visual.
É também chamado de deslumbramento.

Exemplo típico de ofuscamento: a perturbação à vista, de noite, causada pela luz dos faróis de
um automóvel, de quem transite em sentido contrário ao do veículo.

É o ofuscamento que torna difícil a leitura de letras impressas em papel lustroso.

O ofuscamento pode ser:

1. direto:
– se originado, sem intermediário, de fonte emissora de luz;
2. indireto:
– se causado pela reflexão do fluxo luminoso em superfície polida.

Meios para se evitar o ofuscamento:

1. Eliminação das fontes luminosas do campo visual por meio de localização adequada
e de anteparos.
2. Redução do brilho intrínseco das fontes que devem ficar expostas mediante o
emprego de envoltórios difusores (globos).
3. Redução do excessivo contraste de radiança entre as fontes luminosas e o fundo
contra o qual são vistas, utilizando-se nos tetos e paredes revestimento de cores
claras, como fator de reflexão adequado.
4. Utilização de sistemas de iluminação, de modo a combinar a distribuição de
iluminação geral para o ambiente e a iluminação local para as superfícies de
trabalho.

Ruído

Conceito
Vem a ser todo ou qualquer som confuso, desagradável, perturbador que desperta os
sentidos e pode provocar uma extraordinária sensação pelas suas ações boas ou más,
principalmente num ambiente de trabalho.

Distinguindo a diferença entre ruído e barulho

A princípio pode parecer que ruído e barulho apresentam a mesma definição, mas há uma
diferença onde ruído será um som ou reunião de sons diversos de caráter musical e
diferenciadamente, barulho, vem a ser um estrondo, desordem ou multidão de coisas em
desordem. É uma impressão auditiva breve, descontínua.
No caso do ruído industrial, resulta uma lesão precisa e de diagnóstico inegável: a surdez
ocupacional.

Som
É toda vibração ou onda mecânica num meio dotado de forças internas capaz de produzir
sensação auditiva.

Fonte
No ruído industrial é, via de regra, um equipamento ou máquina de produção com
características e operações perfeitamente definidos e assim o ruído produzido, seu nível
ponderado, sua composição espectral, sua duração e variação, podem ser precisados,
quantificados, enfim, conhecidos.
As fontes dos ruídos podem ser identificados em qualquer local de trabalho,
principalmente em indústria e empresas devido ao fato de possuir máquinas,
equipamentos e instalações.

Podem ser originados através de:

1. Impactos,
2. Choques únicos ou repetidos em ritmo lento ou rápido,
3. O escoamento de líquidos ou saída de gases,
4. Vibrações,
5. Ressonância,
6. Fricções,
7. Uso de ferramentas,
8. Deslocamento dos trabalhadores,
9. Paredes e forros que refletem ruídos.

O ruído é oriundo de várias fontes ao mesmo tempo.

Percurso

É o próprio fabril, de caracterização bastante clara, com a vantagem adicional de ser tal
ambiente de exclusiva responsabilidade de uma única empresa ou instituição, o que
facilita a implantação de controles, correções e proteções.

Receptor
O operador na indústria é um receptor que pode ser conhecido em detalhe, que
especialmente pela sua localização precisa em relação ao ruído, ou historicamente pelo
acompanhamento audiométrico de sua sanidade ou lesão auditiva.

Níveis de ruído
Um ruído é constituído pela superposição de vários sons, caracterizados por:

a) Freqüência
Número de períodos vibratórios por segundo. Os sons audíveis estão situados entre 100
e 1300 hz.

b) Intensidade
Efeitos sonoros sobre o organismo humano, podendo ser mais ou menos intenso. A
intensidade exprime-se em uma unidade relativa, o decibel.

c) Altura e Duração
Os sons mais agudos são aqueles que causam o máximo de lesões.

Exemplo: ruído de serras, limas, lixadeiras, etc.

Os ruídos prolongados ou as vibrações pelo solo tem conseqüências físicas persistentes como
varizes, acidentes circulatórios, perturbações dos órgãos femininos.

Quando o barulho for do tipo impulsivo ou de impacto, o nível de pico não deve ultrapassar 100
dBA.

Como a regulamentação procurou estabelecer um nível que permitisse o trabalho sem prejuízo
da audição, houve necessidade de verificar e introduzir a correção devido à idade, já que as
pessoas com o avançar da idade, perdem a acuidade auditiva.

A perda de audição devida ao excesso de barulho é um processo neuro-sensorial, e sendo


permanente é irreversível.

Tal perda de audição dá origem a problemas pessoais de grande monta, impedindo a pessoa de
distinguir os sons, além da impossibilidade de compreender.

Efeitos de Ruído

Importante saber que ao atingir 150 dBA os tímpanos humanos são rompidos e a audição é
destruída, pois o ouvido humano é um dos aparelhos mais sensíveis da natureza.

Dentre os efeitos, os estudiosos Davis em 1932 e Oginsky Radecki, Gopfert (1933 à 1960),
verificaram os seguintes efeitos fisiológicos:
a) diminuição da resistência elétrica da pele;
b) redução da atividade gástrica;
c) aumento, sem evidência, de tonicidade muscular;

Carpenter e Merewether, verificaram:


a) diminuição da precisão dos movimentos;
b) diminuição de percepção dos sinais auditivos.

O ruído agudo, com uma explosão ou tiro, pode provocar:


a) rompimento do tímpano,
b) lesão do ouvido médio, no labirinto, cápsula óssea, no canal transmissor.
c) Produz lesões nas moléculas internas e externas do aparelho auditivo.

Conforme estudos de Laird em 1930, em 130 dBA, teremos forçosamente:


a) possibilidade de enjôo,
b) irritabilidade,
c) afetação das funções matrizes, dos tempos de reação e capacidade de reações
psicológicas.
d) Mudança na respiração (lenta), das pulsações,
e) Alteração na pressão sangüínea.

A tolerância dos homens ao ruído varia em torno de 70 a 80 dBA. Acima desse nível, passa a
sentir-se mal.

Prevenção

Várias são as formas de prevenção dos ruídos, entre as quais citamos;

1. Uso de laminados e compensados do tipo isolante.


2. Uso de revestimento texturado do tipo com jatos de tinta especial isola
automaticamente o ambiente.
3. Uso de amianto como isolante sônico.
4. Segregação de maquinários com operários a distância.
5. Controle das máquinas que devem ser instaladas de modo certo e com eixos bem
regulados, com mínimo de fricção.
6. Aplicação de aparelhos protetores auriculares.
7. Utilização de amortecedores.
8. Uso de métodos de cálculo do nível de barulho contínuo equivalente, com a
identificação dos locais barulhentos.

Ventilação

O homem para viver são e confortavelmente deve condicionar o seu microclima de trabalho as
suas condições fisiológicas, isso leva-o a uma maior e melhor produtividade.

A ventilação é necessária à saúde e o conforto do trabalhador, e portanto atua sobre a sua


eficiência. Temperaturas excessivamente altas ou baixas e ventilação inadequada, reduzem a
produtividade através de doenças e desconforto do trabalhador.

A maior causa do desconforto não é ocasionada como normalmente se pensa, pela maior
concentração de Co2 no ar, mas pelo fato de que o corpo humano perca menos calor no ar.

A temperatura efetiva ou poder de refrigeração do ar, depende de:

a) da velocidade de purificação do ar,


b) da temperatura do ar,
c) da umidade.

A ventilação pode ser natural ou artificial, ou a combinação das duas.

O ar condicionado normalmente é utilizado quando as temperaturas são muito altas. A


renovação do ar (fresco) deverá ser no mínimo de 11,5 m3 de espaço de ar por pessoa no
ambiente, variando de 06 a 16 vezes por hora.
Poeiras, fumaças, gases, vapores, etc. deverão, se possível ser retirados nas suas origens e
depositados ou filtrados adequadamente, evitando a poluição.

A velocidade de movimento de ar em ambientes fechados, não deverá exceder a 15m por


minuto, até 45m por minuto, dependendo das condições.

Por meio da ventilação podemos:


a) substituir o volume de ar confinado ou poluído por outro puro;
b) manter certas condições físicas da atmosfera, ligada à salubridade e conforto
térmico do ambiente;

Dois são os processos de ventilação:


1. Natural
2. Artificial

Ventilação Natural

Obtidas pelas correntes de ar através das janelas, vãos feitos no teto e nas paredes. A
ventilação natural poderá ser intermitente ou permanente.

Ventilação Artificial

A renovação do ar é obtida por processos mecânicos. O ar pode ser retirado por exaustores ou
insuflados, ou no processo misto que combina-se a exaustão com a insuflação do ar.

O ar ambiente é artificialmente preparado, com características (temperatura, pureza, umidade,


movimento) que asseguram o máximo de eficiência e conforto.

O condicionamento do ar é vantajoso:
Ao pessoal
a) protegendo-lhe a saúde, dando-lhe conforto físico;
b) aumentando-lhe a produtividade.

Ao material e equipamento
a) impedindo ou diminuindo a sua deteriorização;
b) preservando de poeira, gases nocivos ou umidade: instrumentos delicados,
máquinas, equipamentos, instalações de iluminação, mancais, rolamentos, etc.

Temperatura

Dois corpos com diferentes temperaturas trocam calor entre si, em busca do equilíbrio térmico.

Desde que este equilíbrio se faça sem esforço fisiológico o homem experimenta uma sensação
de conforto físico, caso contrário será obrigado a despender, ou poupar energia calorífica.

Chega-se a conclusão de que tanto o homem quanto a máquina possuem uma temperatura ideal
para funcionamento.
A temperatura do homem (praticamente 37°C) seja qual for o ambiente, mantém-se constante
em virtude do sistema regulador. Em lugares mais frios, como por exemplo nos EUA conclui-se
que o trabalhador produz melhor à temperatura de 15°C. em locais de clima quente como é o
caso do Brasil, essa média vai de 18°C à 20°C para trabalhos ativos e de 20°C à 22°C para
trabalhos de escritório.

A temperatura também é influenciada por fatores de ventilação e umidade, assim uma diferente,
será a temperatura efetivamente sentida pelo indivíduo que nele se encontre.

Por si só, a umidade elevada diminui o rendimento e aumenta a fadiga, sendo maiores prejuízos
quando associadas à temperaturas elevadas.

De maneira geral, pode-se dizer que o homem trabalha mais eficientemente quando a
temperatura está situada entre 15,5°C e 24,5°C e a umidade do ar, entre 40 e 70%.

Prevenção de Acidentes de Trabalho

Finalidade: É o objetivo da segurança do trabalho a eliminação ou redução dos fatores que


resultem direta ou indiretamente em acidentes de riscos para os trabalhadores, estabelecendo-
se condições propícias ao trabalho.

Causas de Acidente de Trabalho:

1. Atos Inseguros
2. Condições inseguras

Atos Inseguros e condições Inseguras

São os fatores que, combinados ou não desencadeiam os acidentes de trabalho. São portanto,
as causas diretas dos acidentes. Assim pode-se entender que prevenir acidentes do trabalho, é
em síntese, corrigir condições inseguras nos locais de trabalho, não permitir que outras sejam
criadas, é evitar a prática de atos inseguros por parte das pessoas.

Atos Inseguros

Ato inseguro é a maneira como as pessoas se expõem ou inconscientemente, à risco de


acidentes. São esses atos responsáveis por muitos acidentes que ocorrem no ambiente de
trabalho e que estão presentes na maioria dos casos em que há alguém ferido.
Fazendo-se uma análise razoável das causas dos acidentes de trabalho, nota-se que alguns
fatores sobressaem-se entre os atos inseguros, responsáveis por muitas ocorrências
indesejáveis.

Atos Inseguros Mais Comumente Praticados:

a) Ficar junto ou sob cargas suspensas:


Cargas suspensas, quais sejam: por pontes rolantes, guinchos, moitões, cordas, etc.,
podem cair por diversas razões.
b) Colocar parte do corpo em lugar perigoso:
A maioria das contusões graves e amputações de dedos e mãos ocorrem devido à
colocação das mãos em lugares perigosos.
c) Usar máquina sem habilitação ou permissão:
Por mais simples que pareçam, as máquinas e outros equipamentos requerem do
operador, conhecimentos completos.
d) Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga. Empilhadeira Tratores Carrinhos:
Seja qual for o motivo, vale a pena coibir esses excessos para livrar as pessoas de
indesejáveis lesões.
e) Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento:
A não ser nos casos específicos de máquinas que trabalham continuamente, e que
possuem meios adequados de segurança todas devem ser paradas, para que os
trabalhos de limpeza, lubrificação e ajustes, sejam executados.
f) Improvisação e mau emprego de ferramentas manuais:
Embora sejam utensílios elementares na grande maioria dos casos, são sempre
necessários alguns conhecimentos, habilidade e bom senso para que se possam render
o máximo com menos desgaste e mais segurança.
g) Inutilização de dispositivos de segurança:
A disciplina, depois do conhecimento que o operador deve adquirir sobre a função e as
reais necessidades dos dispositivos de segurança, é o fator mais importante para
prevenir esses atos – Não usar as proteções individuais.
Para isentar-se de ferimentos o homem precisa usar protetores específicos para a parte
do corpo que poderá vir a ser atingida.
h) Uso de roupas inadequadas e/ou acessórios desnecessários:
Roupa muito folgada, cinto solto e mangas compridas, por exemplo, constituem perigo
quando usadas em trabalhos com máquinas que tenham peças em movimento, correias
onde possam se enroscar.
i) Manipulação insegura de produtos químicos:
Quem trabalha com produtos químicos deve conhecer suas características agressivas.
j) Transportar ou empilhar inseguramente:
A segurança desse tipo de trabalho depende exclusivamente de quem o executa, do
conhecimento e noção que tem de todos os detalhes de atividade.
k) Fumar e usar chamas em lugares indevidos:
É fácil irromper um sinistro pelo simples fato de alguém tentar acender um cigarro ou
produzir outra chama em área perigosa.
l) Tentativa de ganhar tempo:
Encurtando caminho ou improvisando equipamentos é uma atitude de conseqüências
imprevisíveis.
m) Brincadeiras e exibicionismo
Aquele que abusa de um risco que conhece, muitas vezes o faz para exibir o que julga
ser habilidade.

Causas Freqüentes de Atos Inseguros:

a) Desconhecimentos dos riscos de acidentes.


b) Treinamento Inadequado
c) Falta de aptidão ou de interesse pelo trabalho
d) Excesso de confiança em si mesmo
e) Atitudes impróprias, tais como violência, revolta, etc.
f) Incapacidade física para o trabalho.
Condições Inseguras

São aquelas que comprometem a segurança dos trabalhadores ou, em outras palavras, as
falhas, defeitos, irregularidade técnicas, carência de dispositivos de segurança etc., que põem
em risco a integridade física, e / ou a saúde das pessoas, e a própria segurança das instalações
e dos equipamentos.

Condições inseguras mais freqüentemente encontradas:


Falta de proteção em máquinas e equipamentos:
As proteções têm finalidade de: isolar componentes de transmissão de força: isolar áreas
perigosas dos pontos de operação e outras partes móveis, evitando que o operador coloque as
mãos nestas áreas.

Proteções inadequadas ou defeitos:


Existem dispositivos de proteção instalados, que, por desconhecimento de quem os projetou ou
construiu, não correspondem totalmente aos requisitos de segurança do trabalho.

Deficiência em maquinaria e ferramentas:


A boa qualidade original das máquinas, ferramentas e outros equipamentos é de fundamental
importância para a segurança do trabalho.

Má arrumação e falta de limpeza no ambiente de trabalho:


Mesmo coisas fora do lugar são perigosas, principalmente quando são escorregadias ou roliças
e ficam abandonadas no chão.

Escassez de espaço
É importante prever, além do espaço para o operador suficiente para os materiais e peças em
processo e para os serviços de manutenção que eventualmente serão realizados.

Passagens obrigatórias para o pessoal:


Por exemplo: passagens junto a depressões do piso sem que haja balaustrada de proteção.

Defeitos de edificação
As várias partes dos edifícios, tais como paredes, tetos, pisos, escadas, plataformas, etc., podem
constituir-se em condições inseguras.

Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas:


São condutores sem a devida isolação ou com a isolação deficiente, mal feitas, defeitos em
tomadas, falta de fio terra, etc.

Iluminação inadequada:
Poder ser inadequada tanto por deficiência, quanto por excesso.

Ventilação inadequada:

A ventilação diluidora renova o ar remove algum contaminante não tóxico.


Ventilação exaustora: Capta poeira, vapor ou contaminante.
Falta de protetores individuais:
A falta dos equipamentos que, por lei, a empresa deve fornecer aos empregados, constitui uma
condição insegura à qual as pessoas se expõem, condição essa que, como as demais, cabe à
empresa resolver.

Conseqüências dos Acidentes

Além da dor do acidentado, do luto, sofrimento dos familiares e amigos os acidentes causam
perda econômica considerável para a coletividade, calcula-se que o acidente realmente custa 5
vezes o valor da indenização paga. A esse respeito convém considerar:

1. custo do tempo perdido pelo operário acidentado.


2. custo do tempo perdido pelos companheiros que param de trabalhar:

1. Por curiosidade.
2. Por simpatia.
3. Para socorrer o acidentado, etc.

1. custo do tempo perdido pelos chefes:

a) Socorrendo o acidentado.
b) Investigando a causa do acidente.
c) Providenciando o tratamento.
d) Tomando medidas para substituir o acidentado.
e) Participando de audiências na justiça.

1. custo das eventuais reparações ou substituição de máquinas, ferragens, viaturas


2. custo das despesas gerais etc.

Os gastos que acabamos de enumerar são chamados gastos invisíveis dos acidentes de
trabalho.

As conseqüências são assim enumeradas:

a) Morte
b) Incapacidade total e permanente;
c) Incapacidade parcial e permanente;
d) Incapacidade temporária;

1. Morte. É o maior prejuízo para a vítima e seus familiares.

Pode dar-se este evento porque a causa tenha agido diretamente. Quando do acidente
resultar a morte, a indenização devida aos beneficiários da vítima, segundo determina
corresponderá a uma soma calculada entre o máximo de 4 e o mínimo de 2 anos da
diária do acidentado. Os beneficiários receberão de acordo com dispositivos da própria
lei, adequados as várias eventualidades.

3. Incapacidade total e permanente: É a invalidez incurável para o trabalho:


a) A perda anatômica ou a impotência funcional, em suas partes essenciais de
mais de um membro, conceituando-se como partes essenciais a mão e o pé.
b) A cegueira total.
c) As lesões orgânicas ou perturbações funcionais graves e permanentes de
qualquer órgão vital. Então considera-se a incapacidade total e permanente
a perda para todo o sempre de qualquer validez.

d) Incapacidade parcial e permanente;

É a redução por toda a vida, da capacidade de trabalho. Consolidada a lesão, do que


resultar, apurar-se à se existe ou não a dita redução da capacidade e, para isso, devem-se
seguir os conselhos de Forgue e Jeanbrau, considerando: a avaliação da depreciação geral
resultante do fato de ser atingida a integridade corporal.

4. A avaliação das conseqüências da enfermidade em relação com a profissão


exercida pela vítima.

Ocorre esta hipótese:

a) Quando o acidente coloca o operário na impossibilidade de exercer o seu


antigo ofício embora o deixando em, condições de ganhar um salário mais
reduzido em outro ofício menos pesado ou que não exija a mesma destreza.
b) Quando o acidente, sem obrigar a vítima a mudar de ofício, coloca a
mesma, entretanto, em situação de não poder fornecer normalmente senão
um trabalho de qualidade inferior.
c) Incapacidade temporária: É a perda total da capacidade de trabalho por um
período limitado de tempo, nunca superior a um ano.

Prevenção de Acidentes

Existem duas razões básicas para reduzir e prevenir os acidentes: a humana e a econômica.
“ A saúde do trabalhador é a economia da empresa”.
A prevenção de acidentes é feita através de:
1. Exames médicos periódicos para todo o pessoal
2. Exames prévios quando da admissão dos trabalhadores (exame médico, exames de
seleção profissional).

Educação treinamento:
1. Eliminação das condições inseguras.
Deve-se usar óculos para a proteção da vista contra os riscos de impacto dos objetos
que são arremessados, como rebites, cavacos, pedaços de pedras, poeira, borrifo,
fumos, gases e brilho excessivo e radiações luminosas prejudiciais nas operações de
solda, ensaio de lâmpadas.
As partes do corpo mais sujeitas a acidentes são:
a) Dedos e palma das mãos, mãos, pulso, ombros, cabeça, tronco, pernas.

Para prevenção devem ser usados:


a) Luvas, protetoras de braços, mangas, almofadas, chapéus e capacetes, aventais
perneiras, botas, sapatos apropriados.
b) Trajes esvoaçantes, gravatas, anéis, correntes, viseiras de celulóide ou de outro
material inflamável podem causar acidentes ou complicá-los aumentando a
gravidade do problema.

Prevenção Contra Incêndio

1. Finalidade:

Prevenção é a parte de proteção contra incêndios que tem por finalidade educar o
pessoal sobre as causas e os efeitos do fogo e a forma possível para evitá-lo.

2. Prevenção:

Salvo os casos de incêndios originários por causas naturais: raios, combustão


espontânea, aerólitos, portanto não previsíveis, os restantes podem ser considerados
como perfeitamente evitáveis.
Grande parte dos incêndios ocorridos nas empresas tem origem em problemas
relacionados com a eletricidade, isto deve-se ao fato da existência de poucas técnicas
em nosso país. Para este caso os meios de prevenção são:
a) Perfeito isolamento elétrico de equipamentos.
b) Educação e comunicação dentro da empresa com relação a manuseio de
equipamentos elétricos.
c) Periódicas verificações das instalações bem como de máquinas e equipamentos.
Em casos onde incêndio já se tenha iniciado, para eliminar o risco de propagação é
utilizado o sistema de proteção por extintores de hidrantes, sendo que a existência
destes na empresa é uma exigência técnica fixada pelo corpo de bombeiros.

Categorias de natureza do fogo e formas de extinção:

1. Fogo em materiais combustíveis comuns (madeiras, tecidos, papéis):


água ou substância contendo muita água.

2. Fogo em líquidos inflamáveis (graxas, óleos e semelhantes):


Abafamento

3. Fogo em equipamento energizado:


material não condutor de eletricidade como componentes químicos em
pó.

4. Fogo em metais
compostos químicos especiais, limalha a ferro, areia Co2, Espuma,
Água.

Meios de Evacuação

São os meios utilizados para oferecer segurança no abandono do local no caso de inicio
de incêndio.

a) Rampas e escadas
b) Saídas de emergência
c) Iluminação indicando as saídas de emergência

Em síntese, as prevenções básicas com relação aos incêndios consistem no máximo cuidado
com os materiais de fácil combustão e sinalizações adequadas das áreas que apresentarem
maiores riscos.

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