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EDIÇÃO 124 | JANEIRO DE 2017 _questões existenciais
ELOGIO AO TÉDIO
Um hino à falta de sentido das coisas

JOSEPH BRODSKY

Mas caso não consigas


manter teu reino,
E, como teu pai antes de ti, vieres
Aonde o pensamento acusa
e o sentimento zomba,
Crê em tua dor…
H. Auden, “Alonso to Ferdinand”

Boa parte do futuro que vocês têm pela frente será tomada pelo tédio.[1] Falo isso hoje, nesta ocasião
solene, porque penso que nenhuma faculdade de artes e humanidades prepara as pessoas para essa
experiência. Dartmouth não foge à regra. Nem as humanidades nem as ciências oferecem disciplinas
sobre o tédio – quando muito, os cursos, entediantes que são, podem nos familiarizar com a
sensação. Mas o que é um contato fortuito comparado a um mal-estar incurável? Nem o falatório
insuportavelmente chato de um conferencista ou a linguagem empolada e monótona dos livros
didáticos chega perto do deserto psicológico que, partindo do quarto de vocês, desdenha do futuro.

Conhecido por muitos codinomes – angústia, ennui, fastio, marasmo, desalento, moleza, apatia,
lassidão, indiferença, letargia, langor, acédia etc. –, o tédio é um fenômeno complexo e, em grande
medida, produto da repetição. Pode parecer que o melhor remédio para combatê-lo é ser original e
inventivo o tempo todo. Ao menos é o que vocês, jovens e antenados, esperam. Pena que a vida não
forneça essa opção – a principal condição da vida é, justamente, a repetição.

Muitos argumentam que as repetidas tentativas de originalidade e inventividade são o instrumento


do progresso, acrescentando, na mesma linha, “instrumento da civilização”. Dentre os benefícios
que uma visão retrospectiva da história pode nos oferecer, originalidade e inventividade não valem
grande coisa. Se fôssemos segmentar a história da espécie humana segundo as descobertas
científicas, o resultado não seria muito favorável para nós; se fôssemos levar em conta os conceitos
éticos, seria ainda mais drástico. Teríamos, na prática, séculos de tédio. A própria noção de
originalidade ou inovação revela a monotonia da realidade cotidiana, a monotonia da vida, que tem
como condição principal – ou melhor, linguagem própria – o tédio.

Nisso, a vida difere da arte – o maior inimigo da arte, como vocês devem saber, é o clichê. Não
espanta, assim, que nem a arte ensine a lidar com o tédio. Há poucos romances sobre o assunto;
pinturas, menos ainda; quanto à música, ela costuma ser não semântica. De um modo geral, ao lidar
com o tédio, a arte assume uma postura autodefensiva e satírica. O único modo de fazer da arte um
consolo para o tédio – o equivalente existencial do clichê – é tornando-se artista. Mas, dado que
vocês são tantos, essa perspectiva não só tem pouco apelo como é improvável.

Ainda que vocês saiam marchando em direção a suas máquinas de escrever, seus cinzéis ou pianos
de cauda Steinway, não serão capazes de se esquivar por completo do tédio. Se a repetição é a mãe
desse mal, vocês, jovens e antenados, logo serão sufocados pela falta de reconhecimento e a
remuneração baixa, ambas crônicas no mundo das artes. Nesses aspectos, escrever, pintar ou
compor estão nitidamente num plano inferior ao trabalho num escritório de advocacia, num banco
ou até mesmo num laboratório.

É aqui, claro, que reside a graça redentora da arte. Por não ser lucrativa, ela não se torna vítima fácil
do crescimento demográfico. Pois se, como dissemos, a repetição é a mãe do tédio, a demografia –
que na vida de vocês vai assumir um papel muito maior do que qualquer disciplina que possam ter
aprendido – é o pai. Talvez isso lhes pareça misantrópico, mas tenho mais que o dobro da idade de
vocês, e ao longo da vida vi a população do planeta duplicar. Quando tiverem a minha idade, a
população terá quadruplicado, e não exatamente da maneira que esperam. No ano 2000, por
exemplo, os rearranjos culturais e étnicos terão sido tantos que poderão subverter a noção que se faz
da própria humanidade.

Isso, por si, já reduz qualquer expectativa de originalidade e inventividade como antídotos para o
tédio. Mas, até num mundo mais monocromático, o outro problema que existe em relação à
originalidade e à inventividade é que de fato elas são rentáveis. Quem tiver aptidão para uma das
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duas vai fazer dinheiro rapidamente. Por mais desejável que isso possa ser, muitos aqui sabem por
experiência própria que ninguém é mais entediado que os ricos, porque o dinheiro compra mais
tempo, e o tempo é repetitivo. Supondo que nenhum de vocês se encaminhe para a pobreza – se
assim fosse, não teriam entrado para uma faculdade –, pode-se imaginar que o tédio baterá à porta
assim que as primeiras ferramentas de autogratificação estiverem ao alcance de vocês.

Graças à tecnologia atual, essas ferramentas são tão numerosas quanto os sinônimos de tédio. São
pródigas em nos fazer esquecer a redundância do tempo, e essa prodigalidade é reveladora.
Igualmente revelador é o poder de compra de vocês. E aumentá-lo é o destino final do caminho que
vão trilhar assim que deixarem este auditório, ouvindo os estalos e zunidos daqueles aparelhos que
seus pais e familiares seguram nas mãos. Senhoras e senhores formandos da turma de 1989: trata-se
de uma cena profética. Vocês estão entrando num mundo onde a gravação de um evento é maior
que o evento em si – o mundo do vídeo, do som estéreo, controles remotos, roupas de corrida e
máquinas de ginástica que vão deixá-los em forma para reviver o próprio passado, ou o passado
alheio: o êxtase enlatado requer carne sempre fresca.

Tudo que apresenta um padrão está impregnado de tédio. Isso se aplica ao dinheiro, em mais de um
sentido, tanto em relação a cédulas e moedas quanto à posse delas. Evidentemente, não se trata de
pregar a pobreza como estratagema para fugir do tédio – ainda que pareça ter funcionado para são
Francisco. Embora saturada de privações, nossa era de telecristianismo não é muito afeita à ideia de
novas ordens monásticas. Além do quê, vocês, jovens e antenados, preferem praticar o bem numa
África do Sul qualquer a fazê-lo na esquina de casa, e estão mais dispostos a abdicar da marca de
refrigerante favorita do que a se arriscar pelos trilhos errados. Então ninguém vai lhes aconselhar a
pobreza. O máximo que se pode sugerir é que tenham um pouco mais de cuidado com o dinheiro,
pois os zeros em suas contas bancárias poderão atrair equivalentes mentais.

Quanto aos pobres, o tédio é a parte mais brutal do tormento deles, e seus caminhos de fuga tomam
formas mais radicais: rebelião violenta ou abuso químico. Os dois são temporários, mas o tormento
da pobreza é infinito – e sua infinitude confere a ambos um preço alto. De maneira geral, o homem
que injeta heroína na veia é impulsionado pelo mesmo motivo que leva vocês a comprar um vídeo:
para driblar a redundância do tempo. A diferença, contudo, é que ele gasta mais do que tem, e sua
fuga se torna, mais rapidamente do que a de vocês, tão redundante quanto aquilo do que foge. Em
suma, a diferença tática entre a agulha de uma seringa e o botão de play corresponde,
aproximadamente, à diferença entre a maior ou menor potência de força com que o tempo atinge
quem tem posses e quem não tem.

Vocês, ricos em potencial, vão se entediar com o trabalho, com amigos, companheiros e amantes,
com a vista da janela, os móveis ou o papel de parede do quarto, com seus pensamentos, consigo
mesmos. Consequentemente, vão empreender planos de fuga. Além dos dispositivos
autogratificantes já mencionados, talvez vocês tentem trocar de emprego, de casa, companhia, país,
clima; poderão se dedicar à promiscuidade, ao álcool, a viagens, aulas de culinária, drogas, à
psicanálise.

Na verdade, a pessoa pode até misturar tudo isso. E por um tempo, quem sabe, talvez funcione. Até
o dia em que ela acorda num quarto rodeada de uma família nova e de outro papel de parede, em
um estado diferente, com um clima diferente, e uma montanha de contas do agente de viagem e do
terapeuta, e no entanto a luz que entra pela janela não altera o gosto amanhecido que a tal pessoa
sente na boca. Vai calçar os sapatos e constatar que eles não dispõem do jato propulsor que a levaria
para longe de tudo o que lhe é conhecido. Dependendo do temperamento e da idade, ela entra em
pânico ou se conforma à familiaridade da sensação – ou retoma o absurdo de mudar mais uma vez.

Neurose e depressão vão entrar no vocabulário de vocês; comprimidos passarão a frequentar suas
gavetas. Não há nada essencialmente errado em fazer da própria vida uma busca constante por
alternativas, nada errado em pular de emprego em emprego, de casamento em casamento, casa,
clima etc., desde que vocês possam bancar as pensões alimentícias e o tumulto das lembranças. O
roteiro já foi bastante glamourizado no cinema e na poesia romântica. Mas há um nó: em pouco
tempo, essa busca se transforma numa ocupação em período integral, e a necessidade de alternativas
se aproximará cada vez mais da dose diária requerida pelo vício.

Contudo, ainda existe outra forma de escapar. Pode não parecer a melhor, do ponto de vista de
vocês, e não é necessariamente segura, mas é direta e econômica. Quem já tiver lido o poema “A
Servant to Servants”, de Robert Frost, talvez se lembre de um verso: The best way out is always

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through (“A melhor saída é sempre atravessar”). O que vou sugerir, portanto, é uma variação do
tema.

Quando bater o tédio, entregue-se a ele. Deixe-se acachapar, vá ao fundo do poço. De maneira geral,
quando nos vemos às voltas com coisas desagradáveis, a melhor regra é: quanto mais rápido o
mergulho, mais rápido o retorno à superfície. Trata-se, parafraseando outro grande poeta da língua
inglesa, de se forçar a encarar de frente o pior.[2] O tédio merece ser analisado porque representa o
tempo puro, sem diluição, em todo o seu esplendor repetitivo, redundante, monótono.

De certa forma, o tédio é a janela para o tempo, com vista para aquelas propriedades que
costumamos ignorar pelo bem de nosso equilíbrio mental. Resumindo, é a janela para o infinito do
tempo, o que significa que é a janela para nossa irrelevância nele. É o que explica, talvez, o pavor de
noites solitárias e apáticas, ou o fascínio com que às vezes assistimos às circunvoluções do pó num
raio de sol, e ouvimos o tique-taque de um relógio, o dia está quente, e abaixo de zero a nossa força
de vontade.

Uma vez aberta a janela, não tentem fechá-la; ao contrário, é melhor escancará-la. Pois o tédio fala a
língua do tempo e ensina a lição mais valiosa da vida, algo que não se aprende aqui, nesses
gramados verdejantes: nossa absoluta irrelevância. Será uma lição valiosa para vocês e para todos
com quem vierem a conviver. “Você é finito”, diz o tempo com sua voz de tédio, “e qualquer coisa
que fizer será, do meu ponto de vista, irrelevante.” Como música para os ouvidos, isso tudo poderá,
evidentemente, não fazer a menor diferença para vocês; mas perceber como são irrelevantes até
mesmo suas melhores e mais apaixonadas ações, e como elas são insignificantes, vale mais do que se
iludir quanto às consequências desses atos e à autoestima que podem lhes proporcionar.

Pois o tédio é a invasão do tempo em nossos valores estabelecidos. Ele põe nossa existência em
perspectiva, e disso resulta clareza e humildade. A primeira, vale notar, gera a segunda. Quanto
mais conhecermos nossa própria dimensão, mais humildes e empáticos seremos com o próximo,
com as circunvoluções do pó num raio de sol ou com ele já assentado sobre a mesa. Quanta vida
passou por esse pó! Não do nosso ponto de vista, mas do dele. Somos para ele o que o tempo é para
nós; por isso ele parece tão pequeno. E querem saber o que diz o pó quando nós o espanamos da
mesa?

“Lembre-se de mim”,

sussurra o pó.

Não há nada mais distante do horizonte de vocês, jovens e antenados, que o sentimento expresso
nesses versos do já falecido poeta alemão Peter Huchel.

Evoquei esses versos não porque gostaria de incutir em vocês a simpatia pelas coisas pequenas –
sementes e plantas, grãos de areia ou mosquitos –, pequenas mas numerosas. Evoquei esses versos
porque gosto deles, porque neles me reconheço e, por que não?, neles reconheço todo organismo
vivo passível de ser espanado da superfície onde se encontra. “Lembre-se de mim, sussurra o pó.” E
nisso ouvimos que, se é para aprender com o tempo alguma coisa sobre nós mesmos, talvez o
tempo, por sua vez, possa aprender algo conosco. O que seria? Que, em termos de importância,
somos inferiores a ele, mas o suplantamos em sensibilidade.

É este seu significado – somos irrelevantes. Se para cair essa ficha for necessário um tédio
paralisante, então saudemos o tédio. Somos irrelevantes porque somos finitos. No entanto, quanto
mais finita uma coisa, mais repleta de vida, emoções, alegria, medos, compaixão. Pois o infinito não
é incrivelmente vivo, não é incrivelmente emocionante. O tédio, pelo menos, nos diz isso. Porque
nosso tédio é o tédio do infinito.

Respeitem o tédio, então, por suas origens – na mesma medida, talvez, com que vocês respeitam as
próprias origens. Pois ele é a antecipação do infinito maçante que justifica a intensidade dos
sentimentos humanos, que costumam resultar na concepção de uma vida nova. Não estou dizendo
que vocês foram concebidos a partir do tédio, ou que o finito gera o infinito (apesar de tanto um
como o outro terem um quê de verdade). Ao contrário, apenas sugiro que a paixão seja prerrogativa
do irrelevante.
 

Portanto, tentem se manter apaixonados, deixem a frieza para as constelações. A paixão é, antes de
mais nada, uma cura para o tédio. Outra cura, evidentemente, é a dor – mais a física do que a
psicológica, que em geral decorre de toda paixão –, mas não desejo a vocês nenhuma das duas.
Mesmo assim, a dor revela que, apesar de tudo, vocês não se deixaram enganar (pelo próprio corpo
ou psiquê). Na mesma moeda, o lado bom do tédio, da angústia, da consciência da falta de sentido
da própria existência e de qualquer outra, é que ele não é uma ilusão.

Talvez vocês enveredem por romances policiais ou filmes de ação – algo que os leve para onde
nunca estiveram verbal, visual e mentalmente –, algo que se sustente, ainda que por apenas algumas
horas. Evitem a televisão, sobretudo ficar zapeando entre canais, a redundância encarnada.
Contudo, se tais remédios falharem, deixem-no entrar, “lancem a alma à melancolia crescente”.[3]
Tentem abraçar o tédio e a angústia, ou se deixem abraçar por eles – são, afinal, maiores que nós.
Com certeza vocês vão achar o abraço sufocante, mas aguentem firme, até onde puderem, e então
aguentem um pouco mais. Sobretudo, não pensem que bobearam em alguma parte do caminho, não
tentem retraçar os próprios passos para corrigir a falha. Não: como disse o poeta, “crê em tua dor”.
Esse terrível abraço de urso não é um erro. Nada que nos incomoda é um erro. Lembrem-se: não há
no mundo abraço que não se desfaça.

Se acharem tudo isso triste, é porque não imaginam o que seja a tristeza. Se acharem irrelevante,
espero que o tempo lhes dê razão. Caso julguem o tema inapropriado para a solenidade do
momento, terei de discordar.

Eu acharia inapropriado se a ocasião comemorasse a permanência de vocês aqui, mas ela marca a
partida. Amanhã vocês estarão longe – seus pais, afinal, pagaram por quatro anos e nem um dia a
mais. Então vocês vão procurar um outro local para construir carreira, ganhar dinheiro, criar família,
encontrar, cada um, o próprio destino. E quanto a esse outro local, não há, entre as estrelas ou nos
trópicos, nem do outro lado da fronteira de Vermont, quem se importe com esta cerimônia no
gramado verdejante de Dartmouth.[4] Nem quem arrisque dizer que o som da fanfarra de vocês
chegue à outra margem do rio.

Vocês estão deixando este lugar, senhoras e senhores formandos de 1989. Estão entrando no mundo,
onde as coisas são mais espinhosas do que neste refúgio arborizado; preparem-se para receber muito
menos atenção do que aquela a que se acostumaram ao longo dos últimos quatro anos. Estarão por
conta própria, num sentido amplo. E, já que se falou de relevância, que tal cada um estimar a sua?
Vocês aqui são 1 100, contra os 4,9 bilhões do mundo. A prudência, enfim, é tão apropriada para a
ocasião quanto a fanfarra.

Não lhes desejo nada além de felicidade. No entanto, vocês vão enfrentar muitas horas de escuridão,
ou pior, de tédio, causadas tanto pelo mundo lá fora quanto pelo mundo dentro da cabeça de cada
um. É recomendável que de algum modo se fortaleçam contra elas – foi isso que busquei fazer aqui,
à minha frágil maneira, que obviamente não foi o bastante.

Pois o que os espera é uma travessia notável, se bem que cansativa. Hoje vocês embarcam numa
espécie de trem desgovernado. Ninguém sabe dizer o que virá, muito menos aqueles de quem se
despedem agora. O que se pode assegurar, sim, é que a viagem não tem volta. Portanto, tentem
encontrar algum conforto na ideia de que, por maior que seja o dissabor desta ou daquela estação,
não será o ponto final. Vocês nunca estão parados, nem quando sentem que estão. Pois este lugar de
hoje se transforma no passado de cada um de vocês. Daqui para a frente, ele se afastará
gradualmente, já que o trem segue em movimento constante. E continuará se afastando mesmo
quando se sentirem parados… Então olhem bem ao redor, aproveitem enquanto a dimensão de tudo
aqui ainda é normal, ainda não se transformou em fotografia. Olhem com o máximo de afeto que
puderem, pois estão olhando para o próprio passado. Forcem-se, por assim dizer, a encarar de frente
o melhor. Duvido que encontrem lugar que se lhe compare.

[1] Discurso de formatura proferido em junho de 1989, na Faculdade Dartmouth, em Hanover, New
Hampshire, nos Estados Unidos.

[2] Menção ao verso de Thomas Hardy, If way to the better there be, it exacts a full look at the worst
(“Se existe um caminho para o melhor, ele exige que se encare o pior”), do poema “In Tenebris – II”.
 

[3] No original, fling your soul upon the growing gloom, uma livre citação de “The Darkling
Thrush”, de Thomas Hardy.

[4] Dartmouth fica à beira do rio Connecticut, que separa os estados de New Hampshire e Vermont.

JOSEPH BRODSKY
Poeta russo, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1987. Seu livro de ensaios Menos que Um foi editado no Brasil pela
Companhia das Letras

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