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DIÁLOGO

IMAGINÁRIO

DEUS
Para uso dos que creem e dos que não creem
Serg e Toussaint

DIÁLOGO
IMAGINÁRIO

DEUS 0 0 ^ 0

Vara uso dos que creem e dos que não creem

I a E dição

O rdem Rd sa c k u z
G RA N D E LO JA DA JU RISD IÇÃO
OE LÍNGUA PO RTUGU ESA

C u ritib a - PR
2014
T rad u zid o d o o rig in al francês, de m aio de 2011

Dialogue imaginaire avec Dieu

Tradução: Janaína Ravagnani

C O O R D E N A Ç Ã O E S U PE R V IS Ã O
H élio d e M oraes e M arques, F. R. C.
G ra n d e M estre

B IB L IO T E C A R O SA C R U Z
O R D E M RO SA CRU Z, A M O R C
G R A N D E LOJA DA JU R ISD IÇ Ã O DE
LÍN G U A P O R T U G U E SA
I a E dição em L íngua P o rtu g u esa
2014

IS B N -9 7 8 -8 5 -3 1 7 -0 2 2 0 -4

T odos os d ireito s reserv ad o s à


O R D E M RO SA C R U Z, A M O R C
G R A N D E LOJA D A JU R ISD IÇ Ã O
D E LÍN G U A P O R T U G U E SA

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Talvez pareça presunçoso o objetivo do autor
deste livro, mas prosseguindo na leitura entendemos
melhor suas intenções. Longe de pretender
conhecer plenamente a “posição” da Divindade
relativamente a vários assuntos importantes, o
Frater Serge Toussaint, Grande Mestre da AMORC
para os países de língua francesa, faz, na verdade,
um exercício filosófico, apoiando-se no misticismo
rosacruz, para extrair daí alguns ensaios muito
úteis à nossa reflexão transcendental.
E se pudéssemos “entrevistar” a Divindade?
Evidentemente, a “entrevista” a que o livro alude
não se realizaria fora do ser humano, mas por
meio de um diálogo interior, do homem com o
Deus do seu coração, no silêncio da alma. É assim
que os rosacruzes sempre ensinaram a estabelecer
contato com o Grande Arquiteto do Universo,
concordando com Santo Agostinho, quando este
declarou em suas Confissões:
“Tarde te amei , ó Beleza tão antiga e tão nova,
tarde te amei! Estavas dentro de m im e eu estava
fora, e aí te procurava... Estavas comigo e eu estava
contigo... Mas Tu me chamaste, clamaste e rompeste
a minha surdez. Brilhaste, resplandeces-te e curaste
a minha cegueira.”
É meu desejo que este “diálogo” hipotético possa
inspirar o leitor à consecução de um diálogo real
com Deus, o que só será possível pela aplicação da
mística em sua vida, pela aplicação das técnicas
que ajudam a silenciar a mente, sensibilizar seus
centros psíquicos e ampliar o compasso de sua
consciência ao máximo ângulo possível, a fim de
que as palavras do Cántico dos Cânticos ganhem
real significado: “Aquietai-vos e sabei que Sou
D eus ...” (Salmos 46:10). Ou seja, o homem e Deus
são um só.

Paz Profunda.

Hélio de Moraes e Marques


GRANDE MESTRE
Um dos maiores mistérios ao qual o homem tem
sido confrontado desde que ele adquiriu a aptidão
para refletir sobre a sua condição, e sobre o lugar
que ele ocupa no universo, é o da existência ou não
de Deus. Através dos séculos e dos milênios, são
raras as pessoas que não se fizeram esta pergunta.
Neste início do século XXI e do III Milênio, ela
tornou-se tão atual quanto o fato da humanidade
estar atravessando uma crise existencial sem
precedente, e procurando desesperadamente se
encontrar. Seus indicadores econômicos, sócio-
políticos, geopolíticos, científicos, tecnológicos,
éticos, religiosos etc., indicadores que ela tem
gradualmente forjado no curso da história,
começam a vacilar e criam expectativa. Sobre este
assunto, pode-se ler no Manifesto que a AMORC
publicou em 2001, sobre um plano mundial:

“A Humanidade atual está ao mesmo tempo


perturbada e desamparada. Os imensos progressos
que ela realizou no plano material não lhe
trouxeram verdadeiramente felicidade e não
lhe permitem entrever o futuro com serenidade:
guerras, fome, epidemias, catástrofes ecológicas,
crises sociais, atentados contra as liberdades
fundamentais, são outros tantos flagelos que
contradizem a esperança que o Ser Humano
depositara em seu futuro”

Mais do que nunca, a humanidade se encontra


numa encruzilhada, talvez pelo fato dela mesma
possuir os meios para se autodestruir e desaparecer.
Sem nos ater ao “catastrofismo” ou a uma visão
apocalíptica, todo indivíduo suficientemente
sensível e inteligente não pode deixar de inquietar­
se face à situação atual do mundo. Esta inquietação
é tanta, que um número crescente de pessoas
se sente infeliz, e começa a interrogar-se sobre o
verdadeiro sentido da existência. Por extensão,
esta tomada de consciência leva muitas dessas
pessoas a se perguntarem (novamente) se Deus
existe ou, como Nietzsche afirmou, se ele morreu.
Inicialmente, esta questão admite duas respostas
principais: “sim” ou “não”. Mas nenhuma destas
duas respostas é realmente satisfatória, pois elas
são demasiado formais e não explicam nada.
Deve-se, portanto, ir além e tentar explicá-las. Para
isto, eu os proponho a compartilhar um diálogo
imaginário com Deus, este Deus que existe ou que
não existe, segundo as concepções de cada um.

Naturalmente, este diálogo pressupõe que Deus


existe, sendo que você talvez faça parte daqueles
ou daquelas que não creem na sua existência.
Neste caso, sem dúvida você julgará este diálogo
não somente surrealista, mas também pueril e
até presunçoso, e você está em seu direito. Talvez
ele seja, ao contrário, uma fonte de reflexão e de
meditação? Na verdade, não há outro objetivo a
não ser o de incitá-lo a aprofundar suas próprias
crenças e, como fez Blaise Pascal em seu tempo
através de seu célebre “Pari”, a posicioná-lo, mesmo
que provisoriamente, a respeito da existência ou da
não-existência de Deus, e sobre a sua concepção
sobre isso. Qualquer que seja a conclusão a que você
chegue após tê-lo lido, eu desejo sinceramente a
você aquilo a que todos nós aspiramos: a felicidade.
Eu lhe proponho “jogar este jogo” e que você se
aproprie das questões que se seguem, como se você
as fizesse a Quem de direito. Quanto às respostas,
elas não têm evidentemente nada de dogmático, e
por uma razão evidente...

Serge Toussaínt
Diálogo

- “Deus, aqueles que não creem em Você


pensam que se Você existisse não haveria na
Terra nem guerra, nem sofrimento, nem doença,
nem miséria”. O que você diz disso?
- Que não sou eu quem declara e faz as
guerras. São os próprios homens. São então eles os
responsáveis pelos sofrimentos e pelos horrores que
delas resultam. Isto me entristece enormemente,
pois são naturalmente a paz e a harmonia que eu
desejo a vocês.

- Mais foi Você quem criou os hom ens...


- Não para que se matem entre si. Se eles o
fazem, é porque utilizam mal seu livre-arbítrio e
porque agem por impulso, não pela alma, mais
por seus egos, naquilo que há de mais humano. Se
eles colocassem sua inspiração no que há de mais
divino neles, a ideia de se destruírem mutuamente
nem lhes chegaria ao espírito. Pelo contrário, eles
teriam o desejo sincero de amar-se e de se ajudarem
mutuamente.
- E com relação a estes milhares de homens,
mulheres e crianças que morrem de fome ao
redor do mundo?
- Em muitos dos casos, os famintos surgem por
causa das guerras, e então, mais uma vez, por causa
dos homens. A superpopulação é igualmente um
fator agravante em certos países; seria necessário que
os povos provassem a sua sabedoria nesse sentido,
pois ter crianças não é só um objetivo próprio, mas
supõe que tenhamos condições de responder às
suas necessidades mais legítimas. Além disso, se
vocês fossem menos egoístas uns com relação aos
outros, teriam o desejo sincero de compartilhar seus
recursos alimentares com os mais necessitados, e
não espoliar aquilo que eles possuem.

- E as doenças?
- A maior parte é devida a falta de higiene, ou ao
fato dos homens violarem as leis naturais que regem
seus corpos. Fumar, beber muito álcool, ingerir
um alimento não saudável ou mal equilibrado, não
descansar suficientemente, a falta de atividades
físicas, cultivar pensamentos negativos etc. são
vários fatores que demandam responsabilidade, e
que geram doenças.
- Mas os homens não são responsáveis pelas
doenças hereditárias ou genéticas, principal­
mente aquelas que atingem crianças inocentes?
Geralmente eles são indiretamente
responsáveis, pois os pais, bisavós e tataravós
violaram as leis naturais desenvolvendo vícios que
foram transmitidos a alguns de seus descendentes.
Sendo assim, contrariamente ao que vocês pensam
em geral, não é na verdade o acaso que faz com que
certa pessoa ou certa criança sofra de uma doença
hereditária ou genética. Na maioria dos casos, sua
alma escolheu esta prova antes de reencarnar e já
sabia que ela herdaria um corpo difícil de assumir.
No entanto, tudo deve ser feito para curar essas
doenças e amenizar os sofrimentos físicos e morais
que as acompanham.

- Mas por que essas pessoas teriam escolhido


encarnar em um corpo doente?
- Para compensar erros de comportamento
cometidos em suas vidas precedentes, com relação
a eles mesmos ou a outros. Ou ainda, para despertar
neles ou em outros virtudes tais como a coragem, a
paciência, a compaixão etc.
- E quanto àqueles que não escolheram?
- Em termos humanos, podemos dizer que estes
seriam vítimas d a "fatalidade ”, ou seja, de uma prova
que não depende nem da sua escolha, nem de sua
responsabilidade, mas que, apesar das aparências,
é algo útil à sua evolução espiritual. Estou certo de
que isto os parecerá injusto, mas não é, pois como
compensação eles se beneficiam na vida seguinte de
condições mais felizes do que teriam normalmente.
- Então nós vivemos diversas vezes sob a
Terra?
- Naturalmente. De que serviria uma só
vida? Se vocês estão sob a Terra, é para evoluir
espiritualmente, ou seja, para despertar as virtudes
inerentes à alma que os anima, tais como a coragem,
a paciência e a compaixão, das quais acabei de
falar, mas também a humildade, a generosidade, a
integridade, a não violência, a benevolência etc. E
como tal objetivo não pode ser atingido em uma
só vida, cada um de vocês deve reencarnar tantas
vezes quanto for necessário.
- Mas então, o que pensar do paraíso e do
inferno?
- Tanto um quanto outro nunca existiram. Na
origem, as religiões criaram estes dois conceitos
para incentivar os homens a praticar o bem e
dissuadi-los de praticar o mal. Aparentemente isto
não foi suficiente. Não dizemos que “o inferno está
cheio de boas intenções?”
- No entanto foi justam ente Você quem
inspirou as religiões.
- É o que dizem. Tanto é que não pertenço
a nenhuma delas. Eu diria mesmo que eu me
reconheço bem pouco naquilo que elas ensinam» e
de forma alguma no comportamento de vários fiéis.

- Com o assim?
- Desde que os homens perceberam a minha
existência, eles não pararam de me dirigir cultos,
com o objetivo de obter minha clemência e outros
favores, como se eu fosse um Ser antropomórfico
que mora em algum lugar do céu e que decide
pessoalmente sobre a sorte deles, inclusive sobre o
momento de sua morte. O que dizer então de todos
os horrores e todos os crimes que cometeram em
meu Nome!
- Então não é Você quem decide qual é a hora
de nossa morte?
- Em regra geral, não. Se, como acabei de
dizer, vocês negligenciam seus corpos a ponto
de desenvolver doenças graves, se vocês são
imprudentes na sua forma de conduzir a vida, ou
ainda, se vocês a colocam em perigo em atividades
extremas; se vocês constroem suas habitações em
lugares inapropriados e tornam seu meio natural
inviável etc. vocês não deveriam espantar-se pelo
fato de morrerem prematuramente.

- Precisamente, alguns pensam que é


Você que está na origem dos terremotos, das
erupções vulcânicas, das tempestades e de
outros cataclismos que devastam nosso planeta e
provocam, a cada vez, milhares de mortes...
- Eles estão errados. A Terra que vocês têm
o privilégio de habitar é um ser vivo que se
transforma continuamente através dos tempos.
Ela mudou muito desde que existe, e continuará
se transformando, mas não sem confrontá-los
ao que vocês chamam de “cataclismos”. E para
àqueles entre vocês que vivem nas regiões de risco,
a probabilidade de conhecer desordens naturais é
maior, juntamente com os dramas humanos que
podem delas resultar. Mas graças ao progresso da
ciência, vocês estão conseguindo cada vez mais
prevê-las e se proteger.
- Então Você não é contra a ciência?
- Não, tanto não sou contra como sou eu quem
inspira os cientistas às descobertas que contribuem
ao bem-estar dos homens. Infelizmente, a
maioria deles são racionalistas demais e lhes falta
espiritualidade, o que explica as divagações atuais
da ciência, notadamente no campo médico. Sendo
assim, é bem verdade que “ciência sem consciência
não é nada além da ruína da alm a”

- Quais divagações?
- O excesso de medicamentos e de vacinas,
quando alguns possuem efeitos secundários que fa­
zem deles perigosos sem serem, no entanto, eficazes;
a clonagem reprodutiva, que é um atentado à vida
e à dignidade humana; a manipulação genética das
plantas, onde várias acabam se tornando nocivas à
saúde etc. Sem negar os benefícios e o bem-estar
que a medicina trouxe a vocês, ela acabou se dis­
tanciando daquilo que é natural e, por isso mesmo,
tornou-se uma causa de doenças, o que é paradoxal.

- Na maioria dos Textos sagrados é dito que


Você criou o homem à sua imagem. Se o julgamos
pelo seu comportamento, a perfeição que as reli­
giões atribuem a Você deixa a desejar...
- Não sou eu o autor de nenhum livro dito
sagrado. Por mais inspiradores que eles possam ser
para aqueles que fizeram deles o guia de sua fé, eles
foram escritos por homens e para os homens, e
ainda, dentro de um contexto histórico, geográfico
e sociológico bem particular. Sendo assim, é
verdade que vocês foram criados à minha imagem,
no sentido de que vocês possuem uma alma que
emana de mim e que faz de cada um de vocês um
ser virtualmente perfeito. O objetivo da presença
de vocês na Terra e de sua evolução espiritual é
precisamente tomar consciência desta perfeição
latente e de exprimi-la através de seus pensamentos,
palavras e ações.
- Você criou o homem tal como ele é?
- Não. Ele é resultado de uma evolução milenar
que começou no instante mesmo em que a vida
apareceu em seu planeta. Para convencê-lo, basta
somente pensar no que era o homem nos tempos
pré-históricos. Saiba que ele ainda evoluirá muito
durante os próximos séculos, tanto sob o plano
físico quanto mental e espiritual. Contanto que,
naturalmente, ele não desapareça pelo efeito de
suas próprias escolhas...
- Como assim?
- Vocês não podem mais ignorar que o futuro
da humanidade está ameaçado. Por negligências,
por orgulho e por cobiça, vocês colocaram a natu­
reza em perigo, em um ponto em que sua própria
sobrevivência tornou-se incerta. Se vocês persis­
tirem nesta direção, sua espécie desaparecerá em
médio prazo, e vocês serão os únicos responsáveis.
- O que acontecerá com o universo?
- Como se o universo dependesse da humani­
dade! Deveria estar claro para vocês que eu não
criei o universo com o objetivo de que um só
planeta entre bilhões abrigue a vida. Existem
outros mundos, e cada um deles participa na
Evolução Cósmica - este processo universal que eu
coloquei em funcionamento no início dos tempos
e que vocês chamam de “big bang”.
- Com o que se parecem estes outros mundos?
- Àquilo que seu planeta foi e será, se ele seguir o
curso natural de sua evolução. Ao contrário do que
vocês pensam, as leis pelas quais opero no universo
são simples e relativamente pouco numerosas. São
as mesmas leis que regem a vida, de modo que se
manifestam através de arquétipos universais. Desta
forma, os vegetais, animais, e os seres que habitam
os outros mundos não são fundamentalmente di­
ferentes daquelas que habitaram, habitam e habita­
rão a Terra.
- As humanidades que vivem em outros pla­
netas são mais ou menos evoluídas que a nossa?
- Algumas são menos; outras são mais. Eu
acrescentaria que as que são mais evoluídas que
a sua não possuem a intenção de invadi-los para
exterminá-los ou escravizá-los. Senão, elas já o
teriam feito há muito tempo. Quanto a isso, eu
lamento a visão que a maioria entre vocês ainda
possuem do que qualificam como “extraterrestres”.
Vocês estão errados em projetar sobre eles as suas
crenças e as suas tendências bélicas. Sem aguardá-
los como se aguardássemos um messias, vocês
deveriam se preparar para a vinda deles, pois eles
virão; e terão muito que ensinar a vocês.

- Por que eles ainda não vieram?


- É você quem diz isso. O que é certo é que
vocês ainda não estão prontos a acolhê-los como
eles merecem, ou seja, com humanidade. E ao
contrário de vocês, eles são bastante pacientes.

- Porque Você criou o universo?


- Porque eu me sentia só e porque desejava
com partilhar o que sou com seres sensíveis. Eu
então criei o universo, feito de forma que ele se
tornasse o receptáculo da vida, e dotei toda cria-
tura viva de urna forma de consciência adaptada
a seu estatuto. A hum anidade da qual você faz
parte inscreve-se neste processo cósmico e inte­
gra potencialm ente a perfeição que me atribuem
justamente. É desta forma, como eu já disse, que
vocês possuem uma alma que faz de vocês seres
virtualm ente perfeitos. Meu mais caro desejo é
que cada um de vocês tome consciência disto, e
ajam em conseqüência disto, e que conheçam,
desta m aneira, a felicidade.

- Mas então a humanidade não está na Terra


por causa da queda de Adão e Eva, após um
castigo Seu?
- Não. Isto que é chamado de “Queda do
homem” nos textos religiosos ou tradicionais é
uma alegoria. Adão e Eva nunca existiram como
casais primitivos, e nunca houve da parte deles
um “pecado original”, e muito menos um castigo
dirigido a eles. Na verdade, Eva representa a alma
hum ana e Adão o corpo humano, de maneira que
se produz uma “queda” cada vez que uma criança
nasce sob a Terra e que urna alma se encarna em
um corpo. Por extensão, Eva simboliza igualmente
a alma coletiva da humanidade, e Adão o género
humano.
- É verdade que Você criou o universo em sete
dias?
- Não. Esta duração mencionada em alguns es­
critos também é uma alegoria. A criação do uni­
verso e o surgimento da vida necessitaram de bi­
lhões de anos e continuam ainda hoje. Na verdade,
elas se inscrevem numa dimensão que integra ao
m esm o tempo o passado, o presente e o futuro.

- Por que Você não sai de Seu silêncio para


Se mostrar aos homens, falar com eles, ter a
confiança deles?
- Porque, como eu já te disse, eu não sou um
Super-Homem animado pelos pensamentos e
pelas emoções que são próprias a vocês.

- Então, quem é Você?


- Eu sou ao mesmo tempo a Inteligência, a
Consciência e a Energia universal, atemporal e im ­
pessoal que está na origem de toda a Criação. Como
tal, vocês não podem nem me conhecer, nem me
compreender. Mas eu me manifesto no universo,
na natureza e no próprio homem por meio de leis
que vocês podem, e até devem estudar. Na verdade,
é no respeito dessas leis que está o bem-estar que
vocês procuram mais ou menos conscientemente.
- Mas quais são essas leis?
- Em sua linguagem, eu diria que são as leis
ditas naturais (como a alternância do dia e da
noite, a sucessão das estações...), as leis universais
(como a gravidade, a propagação da luz...), e as leis
espirituais (como o karma, a reencarnação...). Ora,
se é um fato que vocês progridem nos estudos das
leis naturais e universais, fato que me agrada, você
negligenciam muito o estudo das leis espirituais,
o que explica em grande parte o estado atual do
mundo.

- E o que fazer então?


- Consagrar-se mais à espiritualidade.

- Mas é o que fazem várias pessoas através das


religiões!
Não confunda “espiritualidade” com
“religiosidade”!

- E qual é a diferença que existe entre as duas?


- A religiosidade é fundada sob as crenças que
as religiões ensinam sobre mim ou sobre o profe­
ta ou messias associado a elas. Infelizmente, estas
crenças são muito frequentemente dogmáticas e na
maioria das vezes errôneas. Além do mais, muitas
não estão adaptadas à sua época. Quanto à espiri­
tualidade, ela é baseada no desejo de compreender
o sentido profundo da existência e sob o conhe­
cimento das leis das quais falei anteriormente. Ela
é então uma garantia de abertura de espírito e de
sabedoria.

- Creio que esta sutileza de linguagem não seja


suficiente para convencer os ateus a acreditarem
em Você...
- Não pretendo convencê-los de minha
existência, já que isso é impossível. Eu sei, no
entanto, que o melhor mestre dos homens é o
tempo, e que ele encarregar-se-á de conduzir cada
um deles a se renderem à evidência, e de saberem
que não tem como eu não existir.

- Mas e então?
- Cada um deve entender que o universo,
a natureza e a humanidade são uma realidade
tangível. A partir daí, existe necessariamente um
Criador na origem desta realidade. A verdadeira
pergunta que os homens deveriam se fazer a meu
respeito não é para saber se existo ou não, mas,
antes disso, para saber em que medida eu interfiro
em suas vidas individual e coletiva.
- A resposta para esta questão?
- Na medida do respeito que eles dedicam
às minhas leis, no sentido em que já expliquei
anteriormente.

- Sem procurar convencer, o que Você diria


para “pleitear” Tua existência?
- Se eu não existisse, você acredita de verdade
que o mais sábios entre os filósofos, os pensadores,
os teólogos, cientistas e outros grandes espíritos
com os quais a humanidade conta, teriam admitido
minha existência como uma evidência? Você acha
sinceramente que eles teriam se nutrido durante
toda a vida de ilusões e de quimeras? E depois...

- E depois o que?
- Quando consideramos o que vocês atingiram
de mais belo e de mais útil nas ciências, nas artes,
na literatura, na arquitetura..., e quando pensamos
nos sentimentos mais nobres que vocês são capazes
de provar e de exprimir, como o amor, a amizade,
a compaixão, o “encantamento”..., como vocês
podem duvidar que possuam em vocês alguma
coisa de divino?
- Mas o que signiñca “qualquer coisa de
divino”?
- É a alma que está em vocês.

- Em que ela consiste exatamente?


- Precisamente, ela não possui nenhuma con­
sistência, pois ela não é uma substância. Ela é a es­
sência espiritual que os anima e que faz de cada um
de vocês um ser consciente. Como tal, ela impreg­
na todo seu ser, como o ar que preenche uma casa.

- Em que momento ela penetra em nossos


corpos?
- No momento do nascimento, quando a crian­
ça inspira pela primeira vez. Inversamente, é no
momento da morte quando vocês dão seu último
suspiro, que ela deixa definitivamente seu corpo.

- Como a alma faz do homem um ser


consciente?
- Contrariamente ao que pensam a maioria de
vocês, não é o cérebro a sede da consciência, pois
ela é um atributo da alma. Certamente, a alma uti­
liza o cérebro para exprimir-se através das suas fa­
culdades sensoriais e mentais, mas ela possui for­
mas de percepção que transcendem este órgão.
- Da onde vêm as almas?
- Todas provém da Alma universal, esta Essência
cósmica que emanei de mim mesmo no momento
em que criei o universo, e da qual ele mesmo está
impregnado. É por isso, como já disse, que elas são
virtualmente puras e perfeitas.

- E os animais, eles também possuem uma


alma?
- De um modo geral, ele evoluem sob a impulsão
de uma alma coletiva específica a cada espécie. Isto
colocado, os animais mais evoluídos, sobretudo
aqueles que vivem perto de vocês, chegam a se
emancipar de sua alma coletiva e a gerar uma alma
individual, que confere a eles uma forma primitiva
de consciência de si. É por isso que são sensíveis e
inteligentes. Vocês mesmos não dizem, a propósito
de alguns deles, que só lhes faltaria falar? Mas este
processo evolutivo não pára por aí...

- O que quer dizer?


- Num dado momento, os mais evoluídos entre
os mais evoluídos acendem ao reino humano e
conhecem sua primeira vida neste reino. Um novo
ciclo de evolução começa então para eles.
- Inversamente, um ser humano pode se
reencarnar em um animal?
- Não. Isto seria contrário à lei da evolução e
não serviria para nada.

- Nem mesmo para “resgatar” os erros ou para


reparar o mal cometido em uma vida anterior ao
encontro de outrem?
- Não. Todo ser humano reencarna no reino
humano e assume neste reino as conseqüências do
que ele fez nas vidas anteriores, principalmente na
precedente.

- Se voltamos à condição humana, então para


que serve acreditar na Tua existência e interessar-
se pela espiritualidade?
- Para nada, se esta crença e este interesse não
forem acompanhados de um comportamento tão
digno quanto possível no plano humano. Quanto a
isso, o único fato de crer em minha existência não
melhora as coisas. É desta forma que muitos fiéis,
em todas as religiões, comportam-se pior até que
os ateus, sem falar dos fanáticos e dos extremistas
religiosos. Da mesma forma, a fé, somente ela, não
é suficiente para ser feliz. Se fosse, todos os que
creem seriam felizes.
- Então, o que pode deixar os homens felizes?
- Como eu já disse, é o conhecimento das leis que
regem o universo, a natureza e o próprio homem, o
que pressupõe estudá-las e respeitá-las. Ignorá-las
ou violá-las só pode causar provas e sofrimentos.
Tendo consciência ou não, cada um de vocês é, em
grande parte, o artesão de sua felicidade ou de sua
desgraça. Sendo assim, insisto, vocês estão todos
destinados a serem felizes e não infelizes.

- Então o sofrimento não é uma necessidade


para evoluir?
- Não. É verdade que o sofrimento, seja ele
físico ou moral, leva vocês geralmente a se fazerem
perguntas sobre a razão de seu estado, e a refletirem
sobre a condição humana, o que leva geralmente às
tomadas úteis de consciência. Às vezes ele chega
a levar um ateu a conduzir uma busca espiritual.
Mesmo assim, ele não é necessário para abrir-
se à espiritualidade e para evoluir interiormente.
O ideal seria fazer de tudo para não sofrer.
Quanto a aqueles que creem agradar-me se auto
penitenciando, estão totalmente errados.
- Como compreender que algumas pessoas
passam por muito mais provas que outras?
- Justamente, todos os sábios que viveram
entre vocês, os ensinaram, sob uma forma ou sob
outra, que cada um colhe cedo ou tarde aquilo
que semeia. Em aplicação a esta lei espiritual,
chamada de “karma” nas religiões e nas tradições
orientais, aquilo que vocês pensam, dizem e fazem
condiciona seu futuro e traz a vocês sucesso,
alegria e felicidade, ou, ao contrário, fracasso,
sofrimento e tristeza. Esta lei não é nem punitiva,
nem repressiva; ela tem por objetivo fazê-los
tomar consciência daquilo que é bom ou mau
no comportamento humano. Através disso ela os
incita continuamente a exprimir o melhor de vocês
mesmos, ou seja, de evoluírem espiritualmente.

- Nós realmente somos responsáveis por todas


as provas às quais nós somos confrontados?
- Como regra geral, sim. No entanto, lembre-
se do que eu te disse sobre a fatalidade. Pode
acontecer também que uma prova seja resultado
de um karma não individual, mas coletivo.

- Como assim?
- Aplicando seu livre arbítrio no cotidiano, vocês
criam um karma individual que pode ser positivo
ou negativo. Mas cada comunidade, cada nação e
mesmo a humanidade criou um karma coletivo
que também pode ser negativo ou positivo. Ora,
isto influi positivamente ou negativamente sob cada
um de vocês, sem que sua responsabilidade esteja
necessariamente engajada. Para dar um exemplo,
aquilo que vocês chamam de “desemprego” parece
um karma coletivo negativo que resulta de más
escolhas econômicas. A partir disso, todo indivíduo,
por mais corajoso e competente que seja, pode sofrer
deste karma coletivo e não encontrar trabalho.

- Como saber o que é bom e o que é ruim no


comportamento humano?
- As noções de bem e de mal são parte integrante
da consciência humana. No mais profundo de vo­
cês, mesmo se à vezes escolham ignorar, sabem que
certos comportamentos são positivos e que outros
são negativos. Desta forma, demonstrar tolerância,
gentileza, generosidade, solidariedade, fraternida­
de, amor... vêm a ser o bem. Ao contrário, calu­
niar, mentir, manipular, agredir, matar, odiar... faz
parte do mal. Durante toda a sua vida você deve es­
colher entre estas duas vias, ficando bem claro que
uma é um caminho de harmonia e de serenidade, e
a outra de discórdia e de tormenta. É isso que gera
todo o problema de seu livre-arbítrio.
- O que são os “pecados” a que as religiões se
referem?
- Alguns deles se parecem efetivamente a atos
e comportamentos que podemos qualificar como
“maus” ou “negativos”, pois eles realmente atentam
contra sua dignidade ou sua integridade. Mas outros
são arbitrários, no sentido em que correspondem à
faltas ou erros considerados como tais pela religião
concernente, sendo que elas não são na verdade
religião nem sob o plano humano, nem mesmo
no divino. Qualquer que seja, nenhum “pecado”
pode ser suficientemente grave para causar uma
“danação” definitiva do “pecador”.

- Mas então, o que se deve pensar da confíssão


destes pecados a uma autoridade religiosa?
- Que ela não pode, em caso algum, anular as
conseqüências kármicas das faltas ou dos erros
cometidos, principalmente se prejudicaram outros.

- É verdade que o diabo existe, e que ele incita


os homens a praticarem o mal?
- Não. O diabo nunca existiu, não mais que os
demônios. Infelizmente, este personagem mítico
fez nascerem falsas crenças e superstições que esti­
mularam o medo, e conduziram alguns de vocês a
cometerem atos de bruxaria, e a cometerem crimes
diversos. Na verdade, o mal é obra do próprio ho­
mem, e resulta de uma aplicação negativa do seu li-
vre-arbítrio. É desta maneira que ele pode cometer
atos ditos “diabólicos” ou “demoníacos”.

- Então, o que significa o exorcismo?


- Esta prática não possui nenhum fundamento
ontológico nem nenhuma eficácia. Sendo que
o diabo não existe, ele não pode possuir um ser
humano durante a sua vida, nem a sua alma após a
sua morte. Neste caso, nos encontramos no campo
da ignorância e da superstição.

- Nesta ordem de ideias, o que pensar daqueles


que praticam magia negra e bruxaria?
- Que eles não possuem nenhum poder a não
ser aquele que vocês os atribuem. Ninguém pode
prejudicar o outro através deste tipo de prática.

- Os anjos existem?
- Eu sei que a maioria das religiões refere-se a
eles, e os assimilam a seres espirituais que, segundo
estas religiões, me ajudam no quotidiano para que
tenha êxito a minha grande obra através da Criação.
Algumas fazem deles, igualmente, mensageiros
encarregados de contatar vocês em meu nome.
Além desta abordagem religiosa, deve-se enxergar
neles planos de consciência cósmica.

- Nós devemos acreditar em milagres?


- Contrariamente à crença popular, não se trata
de intervenções da minha parte para curar tal
pessoa, proteger outra, sabe-se lá mais o quê. Eles
correspondem a fatos ou a fenômenos que têm sua
origem nas leis naturais, universais ou espirituais.
Seus aspectos “miraculosos” são devidos ao fato de
que vocês são incapazes de compreender sua causa
real no momento em que eles se produzem.

- M udando de assunto, qual é a origem das


raças?
- A humanidade, como eu já te falei, não
provém de um casal original, como ocorrência
de Adão e Eva, como diz a Bíblia. Ela é o ápice da
evolução milenar, que a vida seguiu sob a Terra,
desde a aparição dos primeiros seres unicelulares.
Creia nisso ou não, ela emergiu do reino animal
através de vários centros, em lugares diversos e em
épocas diferentes, daí a existência das raças.
- Existe uma raça mais evoluída que a outra?
- Não. Mas por outro lado, existem, em cada
raça, indivíduos mais evoluídos que outros.
- O que se deve compreender por “mais
evoluídos que outros”?
- Isto significa que alguns entre vocês, em todas
as raças juntas, são melhores que outros sob o plano
humano. Em outras palavras, eles despertaram
mais qualidades humanas: são mais modestos,
mais generosos, mas tolerantes, mais corajosos...
Ora, despertaram esta inteligência do coração que
faz o valor e a dignidade de todo ser humano.
- Como explicar esta diferença?
- Pelo número de encarnações que cada um
de vocês viveu, e pelos esforços que desenvolveu
em vida para aperfeiçoar-se sob o plano humano.
Alguns entre vocês são “velhas almas”, no sentido
que já conheceram numerosas vidas e adquiriram
mais experiência, mais maturidade, mais sabedoria.
Outros, em comparação, são “almas jovens”, o
que explica o fato de serem menos experientes,
menos maduras, menos sábias. Mas elas evoluem
necessariamente em direção a um nível de
consciência mais elevado. Trata-se simplesmente
de uma questão de tempo.
- Um homem sempre foi e sempre será um
homem, vida após vida, e uma mulher, uma
mulher?
- Não. De uma vida para outra um homem pode
tornar-se uma mulher e inversamente, segundo o
que sua alma escolher para conduzir bem o caminho
de sua evolução espiritual. Naturalmente, uma
encarnação em homem não possui nada de superior
a uma encarnação em mulher, e reciprocamente.

- Escolhemos também a família e o país nos


quais reencarnamos?
- De maneira geral, sim. Aí também esta escolha
está condicionada pelas experiências que vocês
desejam conhecer para melhor progredir sob o plano
interior. Sendo assim, o país de seu nascimento não
é necessariamente aquele onde você deve viver.

- Reencarnamos indefinidamente, ou existe


um final para este processo?
- Cada um reencarna-se pelo tempo em que for
imperfeito e que tenha erros a reparar.

- E quando nos tornamos perfeitos?


- Sua alma funde-se definitivamente na Alma
universal, em plena consciência e em perfeito
conhecimento de causa. A partir daí, eia não tem
mais obrigação de reencarnar e é parte integrante
disso que eu sou, uma Essência cósmica.

- Nós conservamos a mesma família, vida


após vida?
- Não necessariamente. Assim, quanto mais
os laços afetivos são fortes entre os membros de
uma família, mais suas almas tornam-se gêmeas,
ao ponto de reencarnarem no mesmo círculo
familiar ou de perseguirem juntas a sua evolução
espiritual. Geralmente, os papéis mudam. É desta
maneira que os avós podem tornar-se as crianças,
as crianças os pais, os pais os irmãos e irmãs etc.
Na verdade, todas as permutações são possíveis.

- As almas-gêmeas limitam-se aos membros


da família?
- Não. Esta noção se estende às pessoas que
possuem um nível de consciência equivalente,
e entre as quais existe uma grande afeição. Além
dos membros da “família de sangue”, os amigos
ou pessoas próximas são frequentemente almas-
gêmeas, o que explica sua ligação mútua e
afinidades em diferentes áreas.
- Nós podemos nos lembrar das nossas vidas
passadas?
- Sim, mas não de forma sistemática, e
somente por fragmentos. Não se deve forçar nada
com relação a isso, pois se você não se lembra
espontaneamente de suas vidas passadas, é porque
existe uma boa razão para isso.
- Qual?
- Vocês economizam a lembrança de coisas
indignas que vocês podem ter feito em alguma
delas, e vocês evitam, desta maneira, o trauma que
isto poderia produzir na sua vida presente.
- Como ter certeza de que reencarnamos?
- Já aconteceu a todos de terem uma sensação
de “déjà vu”. É também a reencarnação que explica
a atração que às vezes vocês têm por algum país
que jamais visitaram, por uma civilização antiga,
um período histórico etc. Acontece ainda com
as crianças prodígio, que, desde muito novos
fazem coisas que precisariam de uma experiência
impossível de ser adquirida em poucos anos.

- Como conciliar a reencarnação e a ressur­


reição do corpo, pregada por algumas religiões?
- A ressurreição não tem nenhum fundamento
ontológico. De quer serviria ressuscitar no mesmo
corpo? E em que idade? Como conceber que corpos
enterrados há séculos ou incinerados possam se
reconstituir e reviver? Seguramente, é a sua alma
que “ressuscita” de modo que ela reencarna cada
vez em um novo corpo. E para isso ninguém
precisa esperar o “julgamento final”, o qual dizem
que farei ao final dos tempos.

- O fato de que a população mundial


esteja aumentando, não é contraditório ao da
reencarnação?
- Não, pois independentemente daqueles e
daquelas entre vocês que reencarnam, a Alma
universal emana dela própria tantas almas quanto
necessário para responder às necessidades da
humanidade. Pense ainda naquilo que eu te disse
a respeito dos animais mais evoluídos, os quais
acendem um dia ao reino humano.

- Existe uma ligação entre o nível de consciência


de uma pessoa e seu nível intelectual?
- Não. Em alguns indivíduos muito inteligentes
e muito cultos, faltam consideravelmente
humanismo e espiritualidade. Mas cedo ou tarde
sua inteligência e sua cultura param de causar
ilusões e os deixam frente a frente com eles mesmos.
É então o momento para eles se interrogarem sobre
o sentido profundo da existência e de começar uma
buscar interior.
- Isso significa que todo ser humano, cedo ou
tarde, vai em direção a uma busca espiritual?
- Sim, e isto independentemente de sua raça,
nacionalidade, seu meio sócio-cultural... Como
eu já te disse, é isso que justifica a sua existência.
De vida em vida vocês tomam gradualmente
consciência da necessidade de melhorarem
através do contato com outros, o que os conduz a
trabalharem por vocês próprios e se aperfeiçoarem.
- Mas nós não dizemos que a “perfeição não
existe neste mundo”?
- Mesmo que vocês não tenham consciência
disso objetivamente, a aspiração à perfeição faz
parte da sua natureza profunda. Você notará
também que vários entre vocês são perfeccionistas
naquilo que fazem. Sob a impulsão de sua alma,
vocês não cessam de se aperfeiçoar, e através daí,
de evoluir espiritualmente. À vista humana este
processo é bastante longo, ao ponto de parecer
imperceptível. Mas ele prossegue inexoravelmente,
até o dia em que, em uma de suas sucessivas vidas,
você tenha acesso, se não à perfeição, mas pelo
menos ao estado de sabedoria.
- Mas o que é a sabedoria?
- É o estado de consciência de todo individuo
que manifesta em seu comportamento as virtudes
inerentes à sua alma, a qual, lembrando, é pura e
perfeita em essência.

- Um estado como este me parece inacessível!


- Você se engana. Ele é acessível em longo
prazo, como prova disso temos a vida de alguns
entre vocês que construíram sabedoria. Mas
arriscando surpreende-lo, o mais importante aos
meus olhos não é alcançar este estado, mais sim
de empenhar-se para alcançá-lo. Imagine o que
seria o mundo se todos os homens, imperfeitos
que são, se empenhassem cada dia em tornarem-se
melhores em seus julgamentos e comportamentos.
Você há de convir que a Terra não estaria assim tão
longe deste famoso paraíso que as religiões situam
em algum lugar do céu.

- Deve-se ser perfeito ou próximo da perfeição


para ser feliz?
- Não. Como acabei de te dizer, é mais louvável o
esforço para se aperfeiçoar que a própria perfeição,
ao olhar das leis que regem sua evolução espiritual.
Ter a consciência de que o objetivo da vida é o
de melhorar, e o de trabalhar vocês mesmos para
alcançarem este objetivo, só pode ser algo benéfico
para vocês sob todos os planos, e torná-los felizes.
É isso que explica o porquê de vocês ficarem felizes
com vocês mesmos, quando superam uma de suas
fraquezas ou transmutam um de seus defeitos.
- O que Você entende por “transmutar”?
- Todo defeito é a ausência da qualidade oposta.
Por exemplo, o orgulho é a ausência da humildade,
o egoísmo é a ausência da generosidade etc. O
melhor meio de “vencer” um defeito não é, portanto,
combatê-lo, mas substituí-lo pela qualidade
oposta, qualidade que vocês possuem virtualmente
e que só precisa ser despertada. Aí se encontra o
fundamento da transmutação espiritual que vocês
devem colocar em prática para se aperfeiçoarem.
- Quais são, segundo Você, os defeitos mais
nocivos do homem?
- Aqueles que atentam mais contra a sua inte­
gridade, sua dignidade, e seu bem-estar. Assim é
o orgulho, que está na origem da maior parte dos
conflitos e das guerras; a inveja, que leva vocês a
cobiçar os bens do próximo; a cobiça, que os leva a
colocar em perigo o planeta no qual vivem; o ran­
cor, que destila em vocês o desejo da vingança.
- E as qualidades mais úteis?
- Aquelas que mais contribuem para o bem co­
mum: a tolerância, a benevolência, a generosidade,
a não-violência, e naturalmente, o amor.

- Mas não precisamos crer em Você para


conduzir uma busca espiritual, e assim sabermos
que é bom aperfeiçoar-nos, melhorarmos?
- Não, mas o fato de saber que este trabalho é o
que justifica sua presença na Terra, e que ele bene­
ficia sua alma de vida em vida, confere a ele uma
dimensão que transcende a morte. Além disso, ele
condiciona sua pós-vida, no sentido de que ela será
tão feliz quanto foi a sua boa-vontade aqui na Terra.

- Nós temos razão em temer a morte?


- Não, e eu não entendo este temor, pois ela
continua sendo para vocês o maior dos mistérios e
obra do desconhecido. No entanto, ela não marca
o fim definitivo de sua existência.

- Mas e então?
- Na verdade ela é somente uma transição, uma
passagem em direção ao m undo espiritual. No m o­
mento em que vocês dão seu último suspiro, sua
alma deixa gradualmente seu corpo físico, volta a
ser a energia-consciência que ela era antes de en­
carnar, e harmoniza-se no invisível com o plano
de consciência correspondente ao nível de evolu­
ção que ela atingiu em conseqüência da vida que
acabou de se encerrar. Ali, ela prepara sua próxima
encarnação, em companhia de seres queridos que
vieram do além, e de outras almas que estão no
mesmo plano cósmico.

- Mas se as coisas acontecem assim, por que


não temos nenhuma prova tangível?
- Na verdade, existem vários testemunhos de
pessoas que, logo após um acidente, no momento
de uma operação cirúrgica, após um choque
violento... viveram as premissas da morte e tiveram
acesso provisoriamente ao além. Mas “o pior surdo
e pior cego é aquele que não quer escutar e nem
ver.” Além do mais, é melhor mesmo que vocês
nem saibam o quanto a morte não é o nada que
vocês tanto temem.

- Por quê?
- Porque muitos entre vocês iriam preferir
morrer a viver em um mundo onde as contradições
são tantas, as dificuldades numerosas, e as provas
freqüentes: dito de outra forma, onde a felicidade
é dificilmente acessível e tào rara de alcançar.
E é também para evitar esta tentação que vocês
possuem um instinto de vida tão forte.

- Mas, no entanto, existem entre nós, pessoas


que se suicidam todos os dias!
- É infelizmente este o caso, mas estes que
colocam fim em suas vidas o fazem geralmente por
desespero, e não por que realmente sabem o que é
o pós-vida. Mais do que outros, eles precisam da
sua compreensão e da sua compaixão.

- Algumas religiões afirmam que as almas


daqueles que se suicidam não conhecem jamais
a paz no além, e erram eternamente nos limbos!
- É tão falso quanto o fato dos limbos
existirem. Na verdade, a alma de uma pessoa que
se suicida segue o mesmo processo que qualquer
outra no momento de sua morte, e é somente
no além que ela entende que isso trará para sua
próxima encarnação dificuldades e provas, das
quais ela queria se livrar quando tirou sua vida.
Ela se conscientiza também que a vida, apesar das
vicissitudes que comporta, é o bem mais precioso
que existe.
- Por associação de ideias, isso me faz pensar
na pena de morte que, em alguns países, atinge
alguns condenados. O que você pensa disso?
- Um de seus filósofos disse certeiramente que
não deveríamos jamais tirar de um ser humano
aquilo que não somos capazes de devolver a ele.
A vida é o direito mais inalienável para quem dela
goza, e ao olhar das minhas leis, a pena de morte é
como se fosse um crime que gera responsabilidade
kármica, tanto para quem decidiu, como para
quem executou. E bem melhor do que liberar no
invisível a alma de um assassino que arrisca fazer
o mesmo quando reencarnar, seria ajudá-lo a se
conscientizar da extrema gravidade de seu ato, e
dar a ele a possibilidade de reparação.

- Se a vida é um direito inalienável, o que


devemos pensar da eutanásia?
- Quando uma pessoa é portadora de uma do­
ença incurável, e não temos condições de aliviar
seu sofrimento, abreviar esta vida é um ato hum a­
nitário que todos deveriam aprovar, sobretudo se
for solicitado. Contrariamente ao que acreditam
alguns entre vocês, a dor não é redentora, nem ex­
piatória.
- E o aborto?
- Como eu te disse, é no momento do nascimento
que a alma penetra no corpo da criança e faz dela
um ser consciente. Isso significa que ela ainda não
está no feto, e que o aborto não provoca a morte de
um ser humano “formado”, na falta de um termo
mais apropriado. Por outro lado, priva-se uma
alma do corpo que estava preparado a animá-la
para uma nova vida. Não se trata então, de um ato
anodino. Os pais que fazem esta escolha devem
refletir sobre as razões profundas que os levaram a
agir desta forma, pois isso traz conseqüências para
sua responsabilidade kármica.

- Sobre a im portância que devemos dar à vida,


o que Você pensa sobre a doação de órgãos?
- Que é um ato generoso e útil. Eu sei que vários
entre vocês não se interessam ou são contra, alguns
por razões religiosas. No entanto, toda alma, antes
ou após a morte, só tende a se alegrar com a ideia
de que uma parte do corpo que era seu pôde salvar
uma vida e aliviar sofrimentos.

- Nós podem os fazer contato com as almas


dos mortos?
- Sim, mas é bem difícil. Aqueles que vocês
chamam de “médium” conseguem às vezes,
colocando-se em um estado intermediário. A
melhor maneira de estabelecer tal contato é o de
elevar-se interiormente em direção ao mundo
espiritual, visualizando com confiança o ser
querido que você deseja contatar.

- Como se identifica um contato assim?


- Se ele ocorre, você tem a impressão de ter visto
o rosto do falecido ou de escutá-lo, sendo que deve
ficar claro que tal comunhão espiritual é sempre
breve e fugidia. Ao menos, ela permite o contato
com o falecido, e de adquirir a convicção de que a
morte é tão somente uma transição da alma.

- Alguns se utilizam das preces para chegar


até Você. O que Você diz disso?
- O texto de uma prece, por mais sagrado e
inspirador pelo que diz, não proporciona contato
comigo. Não sendo um Ser antropomórfico, eu
não posso escutá-lo, mesmo quando ele é recitado
em voz alta. Aquilo a que sou sensível, enquanto
Inteligência Universal, é o estado de consciência
no qual vocês se colocam quando rezam, mesmo
se vocês o fazem com suas próprias palavras e
mentalmente. Dito de outra forma, é o chamado
do seu coração e de sua alma que eu percebo.
- E o que diz da meditação?
- Ela é o melhor meio não de me contatar, mas
de comungar com a minha Sabedoria e de receber
dela, inspiração. Tudo o que foi dito de mais
verdadeiro a meu respeito foi fruto de meditações
que os mais sábios entre vocês fizeram, para tentar
me contatar e me compreender.

- Que importância devemos atribuir aos


sonhos?
- Os mais inspiradores correspondem a uma
comunhão de sua alma com o mundo espiritual e
permite a vocês conhecer melhor vocês mesmos.
Vocês devem, então, estar atentos aos seus sonhos,
principalmente aqueles cujos conteúdos os
questionam.

- O que Você pensa dos ateus e dos


materialistas?
- São seres em via de evolução, assim como os
que creem e os espiritualistas. Eu acrescentaria que
vários ateus se tornaram ateus após terem rejeitado
crenças religiosas que antes foram as deles, mais
frequentemente porque elas não respondiam mais
a seus questionamentos. Quanto aos materialistas,
eles pensam erroneamente que a Criação se reduz
ao mundo material e que somente este pode trazer
o bem-estar e a felicidade. Mas tanto uns quanto
outros são chamados a reencontrar ou a adquirir fé.

- Mas a fé é um sentimento religioso!


- Não, ela é própria de todos entre vocês que
admitem a minha existência, qualquer que seja
a concepção que eles tenham de mim, quer
pertençam ou não a uma religião.

- Você pode prever o futuro do mundo?


- Seu futuro não está pré-determinado, e não
sou eu quem decide. Ele depende de vocês e será
aquele que vocês construírem individualmente
e coletivamente. No mais profundo de vocês
mesmos, vocês possuem o conhecimento e a
sabedoria que deveriam perm itir a vocês de estar
em conformidade com as suas esperanças mais
desejadas. É seu papel, portanto, tomar consciência
destes conhecimentos e de agir em conseqüência,
sendo que o mundo não passa de um só país.

- Precisamente, alguns entre nós são contra a


chamada “globalização”. Eles têm razão?
- Não, pois ela corresponde a uma etapa
“programada” na evolução da humanidade. Era
inevitável que os países e as nações que a constituem
acabassem um dia por entrelaçar as relações
políticas, econômicas, culturais e outras. Mais
que temê-la, vocês deveriam alegrar-se, pois este
processo é um fator de aproximação e paz entre os
homens. Naturalmente, vocês ainda têm muito que
fazer para que ela contribua ao bem-estar de todos
e de cada um, sem exceção.

- Contrariamente ao que algumas pessoas


pensam, o mundo então não estaria prestes a
desaparecer em um apocalipse definitivo?
- Não. É certo que a situação da humanidade
é preocupante. Em várias áreas, pode-se ter um
sentimento de que ela está, se não em via de desa-
parição, ao menos em declínio. Mas além das apa­
rências, ela está numa fase de mutação que deveria
conduzir à reestruturação e ao planejamento de
um belo futuro para si. Se ela chegou nesta situação
é porque, de uma forma geral, vocês se tornaram
muito individualistas e demasiado materialistas.
Mas ainda não é tarde demais para reagir.

- O que fazer então?


- Dar ao seu futuro uma orientação humanista
e espiritualista.
O que devemos compreender por
“humanista”?
- O humanismo consiste em tudo fazer para
tornar os homens felizes, sem distinção de raça,
nacionalidade, meio sócio-cultural, ou de qual­
quer outro elemento aparentemente distintivo. Isto
implica colocar a seu serviço todos os principais
setores da sociedade: a economia, a política, a tec­
nologia, a ciência, etc. Mas para isso ainda falta que
aqueles que dirigem estes setores sejam, eles pró­
prios, humanistas, o que ainda está longe de ser o
caso. É preciso igualmente que cada um de vocês
seja cuidadoso do bem-estar dos outros, o que su­
põe exercitar mutuamente a tolerância, a generosi­
dade, a benevolência etc. Isto leva à necessidade de
vocês se aperfeiçoarem e se comportarem verda­
deiramente como cidadãos do mundo.

- Como nos tornamos tão materialistas?


- É normal que vocês busquem melhorar suas
condições de vida, e adquirirem certo conforto
material. Esta aspiração é legítima, e faz parte da
natureza humana. Mas com o tempo vocês come­
çaram a se comportar como se esse fosse o objeti­
vo último de sua existência, ao ponto de quererem
sempre mais e mais posses, bens e riquezas. O que
dizer então do culto ao corpo e das aparências,
para o qual vocês se entregam cada vez mais, e do
qual vocês fizeram quase uma religião? Ora, sou
forçado a constatar que isso não os torna necessa­
riamente mais felizes.

- A espiritualidade é suficiente para fazer


feliz?
- Não. O ideal é levar uma vida que se equilibre
entre o material e o espiritual. Interessar-se somente
pela espiritualidade é tão prejudicial quanto
procurar a felicidade somente na materialidade.
Vocês são corpo e alma. Consequentemente, vocês
devem responder às necessidades, aos desejos e às
aspirações tanto de um quanto do outro.

- E se tivéssemos que escolher entre


humanismo e espiritualidade?
- Vocês vão se espantar, mas deveriam privi­
legiar o humanismo, pois sua felicidade depende
antes de tudo da sua aptidão de se respeitarem e
respeitar uns aos outros. Sendo assim, vocês só o
conseguirão a partir do momento em que admiti­
rem que todos os seres humanos possuem a mes­
ma origem espiritual e que, além das aparências,
eles são almas-gêmeas.
- Tal tomada de consciência levará muito
tempo!
- Sim, mas mais urna vez, é ela que justifica sua
presença na Terra. E déla depende seu futuro.

- O que fazer para acelerá-la?


- A humanidade precisa mais do que nunca
de um projeto federativo e unificador. No estado
atual das coisas, ele deveria ser a preservação de
seu planeta, pois sua sobrevivência depende disso.
Se vocês conseguirem fazer disso urna causa
mundial, vocês se aproximarão da natureza, e
compreenderão o quanto ela é urna obra-prima da
Criação. Fazendo isto, vocês se despertarão para
a espiritualidade, no sentido místico do termo.
A partir daí, vocês se renderão à evidência: o
homem não é fruto do acaso ou de um conjunto
de circunstâncias. Se ele vive sobre a Terra, é por
um objetivo bem preciso: evoluir gradualmente
em direção ao estado de sabedoria.

- Isto quer dizer, como alguns acreditam, que


a humanidade evolui em direção a uma teocracia?
- Não. A noção de teocracia possui uma cono­
tação religiosa e supõe que aqueles que governam
vocês o façam em Meu nome. A história mostrou
quantos erros tal presunção pode levar. A espiri­
tualidade não pode ser uma forma de governo; ela
deve ser uma escolha de vida individual, estando
claro que quantos mais entre vocês se conforma­
rem com isso, melhor será para a humanidade.

- Você seria laico?


- A esta questão, um tanto quanto capciosa, eu te
responderia com este ditado que muitos conhecem:
“Dai a Cesar o que é de Cesar, e dai a Deus, o que
é de Deus.” Em outras palavras: “Não misturem
política e religião”. Os dogmas que são próprios
a elas as tornam inconciliáveis. Em vista de tudo
que eu te disse até agora, o ideal neste caso é o de
trabalhar em direção a uma laicidade espiritualista
ou, se você preferir, de espiritualidade laica.

- Se o futuro não é pré-determinável, o que


pensar daqueles que dizem adivinhá-lo ou prevê-
lo?
- Por razões que vocês achariam difíceis de
compreender, o tempo se aplica somente ao mundo
material. Sob o plano espiritual, o passado, o pre­
sente e o futuro são simultâneos e são somente um
na Consciência Cósmica. Harmonizando-se com
ela, é possível então obter visões sobre o futuro.
Mas tal harmonização é difícil de ser realizada, de
modo que muito poucas pessoas são capazes de
entrever o que o futuro os reserva. E depois, é real­
mente útil sabê-lo?

- Um profeta ou um messias comparável a


Moisés, Buda, Jesús, M aomé... vai reencarnar
no decorrer deste século para guiar os homens a
urna vida de sabedoria?
- Não. Isto pertence ao passado, nos tempos
em que os homens precisavam das religiões para
viver sua fé. Além do mais, eles atingiram um
nível de consciência suficientemente elevado para
se conduzirem e assumirem eles mesmos as suas
evoluções espirituais.

- Para terminar, eu gostaria de te fazer uma


pergunta: Por que você solicitou esta entrevista?
- Talvez porque você inspirou em mim o desejo
de fazê-lo?

- Quem sabe!
A Ordem Rosacruz, AMORC é um a organização interna­
cional, de caráter cultural, fraternal, não-sectário e não-
dogmático, de homens e mulheres dedicados ao estudo e
aplicação prática das leis naturais que regem o universo e a
vida.

Seu objetivo é promover a evolução da humanidade através


do desenvolvimento das potencialidades de cada individuo e
propiciar urna vida harmoniosa com saúde, felicidade e paz.

A Ordem Rosacruz oferece um sistema eficaz e comprovado


de instrução e orientação para o autoconhecimento e com pre­
ensão dos processos que determinam a mais alta realização
humana. Essa profunda e prática sabedoria, cuidadosamente
preservada e desenvolvida pelas Escolas de Mistérios esotéri­
cos, está à disposição de toda pessoa sincera, de mente aberta e
motivação positiva e construtiva.

Para mais informações, os interessados podem solicitar o


informativo gratuito “O Domínio da Vida”, escrevendo ou
telefonando para:

O rdem Rosacruz, AMORC


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Fax: (41) 3351-3065e 3351-3020
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Missão Rosacruz

A O rd e m R osacruz, A M O R C é u m a
O rg an ização In te rn a c io n al de caráter

m ístico-filosófico, que tem p o r M ISSÃO


d e sp e rta r o p o ten cial in te rio r d o ser
h u m a n o , au x ilian d o -o em
seu d esenvolvim ento, em esp írito de
fratern id ad e, resp eitan d o a lib erd ad e
in d iv id u al, d e n tro d a T radição e
d a C u ltu ra R osacruz.
Este livro é um ensaio de uma conversa in ti­

ma com Deus. Ele procura responder como a

Grande M ente Cósmica pode nos orientar em

direção aos nossos pensamentos, palavras e

açòes mais acertados. E um convite à rejlexão

que o Frater Serge Toussaint Grande Mes-

irç da Ordem Rosacru/ de Lingua Francesa,

nos f a / sob a lu z do pensam ento rosacru/.

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