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[Mangá/Anime] Mushishi: a arte de contar histórias sobre o ser humano

Escrito e desenhado pela artista japonesa Yuki Urushibara, o mangá chamado de Mushishi completa
17 anos. Mushishi recebeu o Prêmio de Ecelência em Mangá em !""# e o Prêmio $odansha,
tamb%m especiali&ado no gênero, em !""'.

Entre 1((( e !""! )oi publicado mensalmente na re*ista japonesa Gekkan Afutanūn, +ue se
notabili&ou por *eicular obras do gênero seinen manga. Essa subcategoria comporta dramas,
prprios das *i*ências da idade adulta.

Uma publica-o em +uadrinhos +ue pertence ao gênero drama e % direcionada ao p/blico adulto
pode causar admira-o aos 0no iniciados na arte japonesa de +uadrinhos e anima-2es. Por isso,
)aremos uma se-o para introdu&ir o leitor a esse uni*erso cheio de possibilidades.

1. Mangás e Animes vão muito além do universo infantil

3s trajetrias brasileira e japonesa no desen*ol*imento do gênero histria em +uadrinhos ti*eram


in4cio no s%culo 565. Por%m, os +uadrinhos hoje criados em l4ngua japonesa pouco têm a *er com
os +uadrinhos direcionados +uase eclusi*amente ao p/blico in)antil, +ue, desde os anos 1(7",
predominam entre as contribui-2es brasileiras para o gênero, com as publica-2es de Maur4cio de
ou&a, 8iraldo e da Editora 3bril. Por a+ui, a lacuna deiada tentou ser preenchida pelo frenesi de
editoras nacionais em comprar os direitos de publica-o de obras norte9americanas do gênero. 6sto
pouco a pouco ajudou a 0su)ocar a di*ersidade +ue outrora as publica-2es brasileiras
eperimentaram.

:o ;apo, atualmente, as *endas de li*ros do gênero mangá correspondem a cerca de !7< do total
de li*ros *endidos no pa4s e !"< do total de re*istas *endidas 1. =á uma impressionante *ariedade
de subcategorias ou, mais precisamente, gêneros de mangás +ue *ersam sobre +uais+uer assuntos,
sem receber censura ou julgamentos moralistas +uanto ao modo como as histrias sero
apresentadas. 3 categori&a-o tem o objeti*o de reunir as publica-2es direcionadas a um mesmo
p/blico9al*o, embora publica-2es para certos p/blicos tamb%m sejam apreciadas por outros. 3ssim,
o estatuto literário alcan-ado pelos +uadrinhos japoneses no tem ainda muitos correspondentes no
>rasil. 3 ece-o
+uadrinhos. :essemais
caso,conhecida ocorre certa
podem alcan-ar +uando obras literárias
notoriedade. Por%m,can?nicas
mesmo so adaptadas
assim, ao +ue
o estigma gênero
separa literatura 0para crian-as de literatura 0propriamente dita pre*alece no imaginário
brasileiro.

Um mangá % publicado de )orma seriada em grandes re*istas do gênero. 3ssim, uma re*ista cont%m
muitas histrias, mas cada uma apresenta um episdio /nico +ue será continuado no primo
eemplar. e uma histria obt%m sucesso, costuma ser compilada no )ormato li*ro, di*idida em
*olumes. Um artista +ue escre*e mangás @chamado de mangaka em japonêsA trabalha com alguns
ajudantes num pe+ueno est/dio, sob a responsabilidade de um editor de uma companhia editorial.
Buando o mangá % muito popular, costuma ser adaptado para anima-o de tele*iso @ animeA, )ato
+ue pode ocorrer antes ou depois do t%rmino das publica-2es peridicas !.
Um anime @estilo japonês de )ilme ou s%rie animadaA % uma outra )orma de arte, +ue apresenta

1ConteD
httpsDFeb.archi*e.orgFeb!"1!"G"'!#!1!HhttpDFFF.jetro.orgtrendsmarketIin)oImanga.pd)
!$ittelson, MarJ KJnn. The Soul of Popular CultureD Kooking at LontemporarJ =eroes, MJths, and
Monsters. LhicagoD pen Lourt, 1((N. 6>: (7N9"9N1!'9(#'#9N.
ri+ue&a de t%cnicas e caracter4sticas prprias. Buando se trata de uma adapta-o para a O, o
resultado, geralmente, mant%m os aspectos +ue o caracteri&am, con)orme o mangá +ue lhe ser*iu de
base. En*ol*e o trabalho de de&enas de pro)issionais, dentre eles roteiristas, desenhistas, dubladores
e sonoplastas, coordenados por um diretor, +ue imprime seu estilo ao )ilme ou ao seriado.
Qi)erentemente das anima-2es estadunidenses, em +ue % dada ên)ase ao mo*imento, os animes se
destacam pela +ualidade art4stica.

Em
:o*e!""H,
anos)s de Mushishi
depois, puderam
em !"1G, % +ue acon)erir
segundaatemporada
primeira temporada da>oa
)oi lan-ada. adapta-o dap/blico
parte do obra para a O.
brasileiro
te*e seu primeiro contato com o seriado em !"1G, pois a segunda temporada )oi disponibili&ada
pela :et)li. Por%m, os !' episdios da primeira temporada da s%rie @a mais encantadora, na minha
opinioA esto dispon4*eis no Youtube, legendados e R para +uem pre)erir R dublados em português.
Portanto, +uem decidir *er o anime no se enganeD trata9se de um *erdadeiro seriado de O,
concebido em arte e t%cnicas de anima-o, por%m de tema adulto, embora no contraindicado a
menores de 1N anos. Lomo eplicamos na introdu-o deste artigo, a categoria seinen in)orma +ue se
trata de um drama, o +ue pode )rustrar as epectati*as de desa*isados +ue esperam um modelo de
enredo em +ue há um embate entre bem e mal para o triun)o do bem e um )inal )eli&. :o % o +ue

encontramos em Mushishi.
. !in"o e os Mushis

Si)D
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3s caracter4sticas da s%rie, bem como suas peculiaridades sero discutidas nesta se-o. Lada
cap4tulo % constitu4do como um conto. :o se conecta necessariamente ao episdio anterior e tem
enredo prprio, com in4cio, meio e )im. 3ssim, um cap4tulo tem seus prprios personagens.
Entretanto, há dois personagens +ue atuam como elo de liga-o do enredo, pois esto presentes em
todos os episdiosD Sinko e os mushis.
Sinko % um *iajante +ue, entre m%dico, pes+uisador e colecionador de raridades, percorre lugares
rec?nditos do ;apo em busca de ajudar pessoas a lidar com uma estranha habilidade de *er, sentir,
ou*ir e interagir com criaturas naturais chamadas 0mushis.
0Mushi % uma pala*ra japonesa cujo signi)icado literal % 0inseto. :a obra de Yuki Urushibara, so
seres em contato com a *ida na sua )orma mais básica. s mushis esto na base @ou srcemA da *ida
como a conhecemos, entre dois planos, o do mundo sens4*el e o da realidade suprassens4*el,

meta)4sica, nesse sentido.


Em um dos episdios, nos % re*elado o princ4pio +ue norteia essa ideiaD s mushis estariam entre o
Yin e Yang, +ue so conceitos do taoismo e ep2em a dualidade de tudo +ue eiste no uni*erso.
Tepresentam as duas )or-as )undamentais opostas e complementares +ue se encontram em todas as
coisasD o yin % o princ4pio +ue rege a água, a escurido e a absor-o.  yang % o princ4pio +ue rege o
)ogo, a lu& e a ati*idade.
3ssim, cada ser, objeto ou pensamento possui um complemento impl4cito @ou in*is4*elA do +ual
depende para a sua eistência. Por isso, nada eiste no estado puro ou absoluto, e sim está em
cont4nua trans)orma-o.  sentido mais rele*ante desse conceito para os mushis % +ue +ual+uer
ideia pode ser *ista como o seu oposto +uando *isuali&ada a partir de outro ponto de *ista. 3ssim,
se o mundo )4sico tem sua importncia e e+uil4brio, a realidade suprassens4*el assegura essa

harmonia, nesse caso, na


prprias necessidades os mushis o )a&em.
s%rie. :o Ento,
há, ento, umtamb%m
embate,so considerados
como a partir
dissemos, entre bemdase suas
mal, mas
uma rela-o de e+uil4brio e complementaridade entre os planos )4sico e no )4sico, nos +uais os
mushis transitam.
3 )im de sobre*i*er, isto %, em busca de energia *ital, esses seres a)etam a realidade concreta de
*árias maneiras, dependendo da sua nature&a. 3lguns tipos de mushis alteram o climaV outros
assumem a eistência de plantas e há os +ue se instalam em objetos, animais e pessoas. Qos tipos
+ue se instalam em pessoas, alguns se mani)estam como doen-as 9 como o +ue entra no c%rebro do
hospedeiro W noite, se alimenta de suas memrias e % )or-ado a sair com a claridade do diaV outros,
mais )ortes, disputam com o ser humano o corpo, podendo matar o humano e habitar o cadá*er,

como se *i*o sobrenatural


caracter4stica esti*esse. Podem, ainda, di*idir
/til, entretanto, o corpo
a longo comperigosa,
pra&o, o humano,
)oraatribuindo9lhe
de controle e,alguma
em muitos
casos, )atal.

Em cada episdio, há um caso en*ol*endo o contato do ser humano com um tipo di)erente desses
seres. Portanto, o objeti*o % saber como o ser humano lidará ou reagirá a esse contato. 3ssim,
embora seres sobrenaturais estejam presentes, no so o )oco da obra. Mushishi tem a *er com os
dilemas, o so)rimento, os anseios, as escolhas do ser humano, bem como sua eposi-o a
)atalidades num meio hostil, mas, sobretudo, +uanto W presen-a ou ausência de *alores como
dignidade e )or-a nesse meio.
Essa proposta % *ista na arte sbria do anime. 3s cores so de tom sua*e e o tra-o % tradicional.
Essa sobriedade permeia a histria em meio aos silêncios +ue so parte da constru-o psicolgica
das personagens. =á um clima de melancolia e desalento no ar, +ue se mani)esta nas condi-2es
socioecon?micas das pessoas, nos locais onde os acontecimentos transcorrem.
Sinko % um Mushishi, isto %, algu%m +ue % membro de um grupo de pessoas +ue pes+uisam os
mushis, coletando dados e materiais relacionados a eles. Al%m de catalogá9los, Sinko busca listar
diagnsticos e solu-2es en*ol*endo problemas com a intera-o desses seres com humanos.

omente algumas pessoas podem de )ato *er os mushis. o elas +ue acabam por en)rentar
problemas, le*adas pelo 4mpeto de interagir com essas criaturas. Sinko % um tipo especial de pessoa
sens4*el aos mushis, pois ele tem a propriedade de atrair esses seres para perto de si, onde +uer +ue
esteja. Ento, le*a uma *ida necessariamente itinerante, já +ue % a /nica op-o poss4*el, no
podendo permanecer por muito tempo num mesmo lugar, sob a pena de alterar o e+uil4brio local.
3o longo dos episdios, *amos des*endando aspectos da *ida de Sinko. Embora a ên)ase no esteja
em sua histria pessoal 9 mesmo por+ue a personagem se *iu, em algum momento no passado,
obrigada a abrir mo de la-os e indi*idualidade R, trata9se de algu%m +ue encontrou sentido para
sua conturbada eistência ao ajudar outros a con+uistarem, sempre +ue poss4*el, um ponto de
e+uil4brio em meio ao caos.
).
A 2emente 3esada4: um dos e#isódios do anime
Oratamos dos elementos para compreender o enredo. 3gora podemos passar W descri-o do episdio
03 emente Pesada. Buando decidi escre*er sobre Mushishi, pensei em apresentar uma pe+uena
sinopse de alguns episdios, descre*endo )otos +ue mostrassem as caracter4sticas +ue eu +ueria
ressaltar. Entretanto, resol*i +ue seria mais interessante se me concentrasse em apenas um delesV
mais especi)icamente, no episdio ( da primeira temporada, com objeti*o de apresentar o anime ao
leitor.

 in4cio do episdio
acompanha apenas o (ritual
mostra uma cena intriganteD
da consuma-o do arro&,uma mulher durante
e admiramos como uma re)ei-o.
o alimento 3 cmerae
% celebrado
*alori&ado pelo po*o japonês, dada a bele&a desse momento constantemente retratado nessa
modalidade art4stica. Eis +ue ela percebe algo estranho.  homem +ue a acompanha pergunta 0+ual
% o problemaX. Ento, munida de um espelho, ela constata +ue há algo como um dente a crescer
em sua boca.  espelho re)lete a imagem.  ento a m/sica de abertura come-a.
0ementes +ue se enra4&am nos corpos dos pais e mes. Estendem a+uelas *erdes, *erdes )olhas...
Seram pesadas, pesadas )rutas.
Esta % a enigmática )ala +ue antecede a apresenta-o do t4tulo. :o in4cio de alguns cap4tulos, uma
*o& )eminina, +ue chamarei de 0narradora, pronuncia algumas )rases +ue instigam ainda mais o
espectador em rela-o ao tema abordado.
3 histria da s%rie % recheada de elementos do cotidiano +ue, para a *ida do japonês, so básicos e R
por isso R sagrados. 3 arte japonesa, nas suas di)erentes mani)esta-2es, busca enaltecer os
elementos dessa cultura. Lomo um memorial, essas mani)esta-2es art4sticas re/nem elementos do
cotidiano +ue representam uma meton4mia do po*o japonês na perpetua-o dessas tradi-2es. Em 03
emente Pesada, especi)icamente, o tema abordado tem a *er com a agricultura tradicional e com a
sobre*i*ência das *ilas de agricultores diante de desastres naturais, incluindo seus mitos e sua
religiosidade.
Esse tema se eplicita logo no in4cio do episdio, +uando Sinko tenta comprar comida de
camponeses em la*ouras de arro&. u*e +ue as condi-2es esto ruins e +ue no há sobras para
comerciali&ar. Um dos camponeses o aconselha a seguir adiante, em dire-o a outra *ila, +ue teria
alcan-ado prosperidade. 0 a /nica la*oura produti*a este ano.  camponês, ento, % repreendido
por seu companheiro de trabalho, +ue a)irmaD 09 :o dê ou*idos a ele.  arro& de lá no % normal. 3
cada desastre natural, eles têm uma colheita abundante. Parece +ue % uma maldi-o de seus
ancestrais.  uma colheita de despedida. utra pessoa será le*ada pelos nossos ancestrais. s
camponeses p2em9se a se perguntar +uem será a pessoa le*ada W morte este ano em )un-o dessa
maldi-o. Eles sabem +ue os mais )racos costumam ser escolhidos primeiro.
:o local indicado pelos homens, Sinko se aproima de um menino camponês.  garoto esta*a
cabisbaio. 3o perguntar se ha*ia comida para *ender, Sinko recebe como resposta +ue no há
nada para ser dado a um )orasteiro.  menino permanece olhando para o cho en+uanto )ala. 3)irma
+ue +uando conseguem uma boa colheita, de*em arma&ená9la. 3 con*ersa le*a Sinko a perguntar
se a boa colheita da+uele ano seria um milagre. 3 eplica-o recebida % +ue simD a *enera-o
correta aos ancestrais garantiria a prote-o. Por%m, ao ser con)rontado com o )ato de +ue a boa
colheita custaria, nesse caso, a *ida de uma pessoa, o menino responde +ue no há como e*itar. 
assim +ue Sinko se o)erece para ajudá9lo.
3o contar a histria da maldi-o da boa colheita, o pe+ueno camponês re*ela +ue, aps um desastre
natural, a la*oura seria produti*a, mas, no outono da+uele ano, algu%m teria uma 0 mizuha
crescendo em sua boca. Mizuha % uma pala*ra japonesa para designar um dente +ue cresce depois
+ue algu%m já está na idade adulta, e % considerado um s4mbolo de )elicidade e bên-o. Mas, no
enredo do anime, no se trata de bên-oD ao )inal da+uele ano o dente cairia e a pessoa morreria. 3
cren-a local credita a morte aos ancestrais, como o)erenda pela colheita milagrosa. 3 comunidade
acolhe o milagre com gratido, pois sem ele no teriam sido capa&es de sobre*i*er.
Sinko busca algo em comum entre as pessoas +ue morreram, pergunta se os corpos so enterrados e
o +ue % )eito do dente.  menino responde +ue os camponeses acreditam +ue os mais )racos % +ue
so escolhidos. s corpos so enterrados e o dente % santi)icado no templo de aishi, o homem +ue
cuida das )esti*idades da *ila.  pe+ueno camponês re*ela +ue está sendo preparado para se tornar
seu sucessor nessa )un-o. 3ps um tempo, apenas +uem consegue *er o dente % aishi, o
curandeiro.  por isso +ue o dente % santi)icado. Sinko pergunta, ento, por +ue ele )oi escolhido
como aprendi&.  menino responde +ue, assim como aishi, algumas *e&es ele consegue *er o +ue
outras pessoas no conseguem. Sinko decide, ento, conhecer o curandeiro.
3o )alar com o curandeiro, Sinko se apresenta como mushishi e di& estar a procura da semente

0:ara&u
semente. :o Mi. aishi
Orata9se de umare*ela +ueplantá*el
semente seu predecessor ha*ia recebido
obtida atra*%s um mushishi
de uma sei*a, a procura
uma mistura dessa a
preparada
partir de kouki, +ue %, basicamente, a prpria *ida. e algu%m controlasse a sei*a, poderia usá9la
para *i*er eternamente. Portanto, a sei*a teria sido selada por um mushishi dentro de uma semente
plantá*el, a :ara&u :o Mi. Buando a semente )osse usada, a terra ao seu redor )loresceria por um
ano, mas a *ida de uma das pessoas +ue se bene)iciariam com isso seria tirada.
Sinko +uestiona aishi se ele, em posse dessa in)orma-o, usaria a semente, persuadindo9o de +ue,
embora tal uso trouesse bene)4cios, a pessoa sacri)icada no teria escolha.  curandeiro argumenta
+ue, nesse caso, se uma *ida pudesse sal*ar duas, o uso da semente estaria justi)icado. :ote9se +ue
o enredo se constri com elementos de )ábula para tratar de uma +uesto %tica, W semelhan-a das
narrati*as m4ticas.
aishi pergunta a Sinko o +ue ele pretende )a&er se encontrar a semente, se pretende eliminá9la ou
usá9la. Sinko in)orma +ue, +uanto mais % usada, mais )orte a semente )ica, e isso destruiria o
e+uil4brio natural no local, em algum momento. aishi pergunta se por esse moti*o Sinko
conseguiria no usá9la. Sinko responde +ue no sabe, +ue nunca ha*ia morado numa *ila antes,
a)irmando +ue pro*a*elmente deiaria a terra +uando ela se esgotasse. :esse momento, o
curandeiro se ealta, di&endo +ue jamais abandonaria a terra onde esto enterrados os seus
ancestrais. 3 tradi-o do homem da terra % algo caro, +ue se con)unde com ele mesmo e a terra o
constitui. :as )alas do curandeiro o papel essencial da )% na *ila % sempre ressaltada.  o +ue
mant%m as pessoas moti*adas para resistir apesar da pobre&a e da )ome.

3o ser con)rontado +uanto ao uso da semente, o curandeiro a)irma +ue esta*am a )alar de uma
hiptese, isto %, apenas se tal semente eistisse. Ele a)irma +ue, nesse caso, pensaria mais a respeito,
já +ue a responsabilidade dessa semente seria muito pesada para uma pessoa carregar. 03ssim como
as pesadas sementes +ue caem de um talo crescido, sempre irá cair das mos e tocar o solo sem
saber da dor com +ue as pessoas so deiadas.
3ps a con*ersa entre Sinko e o curandeiro, o pe+ueno camponês pergunta a Sinko se irá 0sal*ar o
mundo. Sinko responde +ue sim, mas s se ti*er a apro*a-o da *ila inteira. :esse momento,
aishi retorna W cena, perguntando se Sinko irá +ueimar os campos. 03cha +ue o /nico jeito de
parar a maldi-o % destruindo a planta-o antes +ue o Mi&uha nas-a em algu%mX. Sinko mostra9se
satis)eito pelo )ato de +ue o curadeiro )inalmente tenha admitido o uso da semente. Por%m , o
curandeiro a)irma +ue, em rela-o W +ueimada dos campos, Sinko esta*a enganadoD 0Mesmo se
)i&er isso, ningu%m será sal*o e todos morrero de )ome.  mushishi a)irma +ue os moradores da
*ila s precisariam )icar longe do lugar por um ano. 3ssim, na prima*era, as cin&as teriam
)ertili&ado o solo. Por%m, aishi teme +ue as pessoas no *oltem, uma *e& +ue tenham partido da
*ila.
 curadeiro mostra9se cambaleante e, ao tentar impedir +ue Sinko reunisse os moradores da *ila,
acaba por cair. :esse momento, ao socorrê9lo, Sinko descobre +ue ele tem se en*enenado para )icar
)raco e tomar o lugar da prima *4tima da colheita milagrosa. Ele descre*e a histria do uso da
semente, +ue ocorreu apenas duas *e&es num inter*alo de *inte anos. Lonta sobre a deciso de usá9
la e sobre o )ato de a primeira *4tima ter sido sua esposa, e ele mesmo pretender ser a segunda
*4tima. 3ssim, aishi acaba por receber o Mi&uha. 3o con*alescer, entrega a semente +ue crescera
em sua boca ao pe+ueno camponês e depois morre.  menino chora.
Sinko retira a semente da mo do menino e pede +ue no conte a ningu%m sobre o +ue ele irá )a&er.
:esse momento, nos % re*elado +ue, antes de morrer, Sinko e aishi ti*eram uma con*ersa, em +ue
o mushishi re*ela +ue, se a semente )osse comida, teria o poder de re*i*er o ser +ue a ingeriu. Esse
ser no morreria jamais, mas se trans)ormaria em alguma coisa +ue no % humana. 3ssim, Sinko
pergunta se aishi poderia aceitar esse )ato.  curandeiro deseja saber se, agindo assim, Sinko no
estaria cometendo um ato +ue os mushishis so proibidos de reali&ar. Sinko responde +ue se ele no
contar, ningu%m irá saber. 3l%m disso, Sinko eplica +ue no sabe se )uncionará, e, mesmo +ue
)uncione, no pode di&er se seria bom para aishi. 0Coi por isso +ue eu abri as duas )eridas e tentei
descobrir +uem *ocê era. :o me importo em sujar minhas mos.
3ssim, aps a morte de aishi a semente % colocada em sua boca. :o dia seguinte, ele desperta. 3
*o& da narradora retorna e di& +ue a colheita da+uele ano )oi comentada para sempre. 3o mesmo
tempo nasceu outra lendaD no ano em +ue as colheitas de despedida terminaram, o arro& produ&ido
re*i*eu um homem morto, e esse homem se tornou imortal. 3 *o& conta +ue ele *olta*a de tempos
em tempos e conta*a ao po*o no*as )ormas de culti*ar a terra.

3 seguir, disponibili&amos um belo trailer com cenas mara*ilhosas do anime.


Orailer
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