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02/03/2016 Falcão, 

o Deus Solar

Falcão, o Deus Solar
Falcão, o Deus Solar
Falcão, o Deus Solar

Introdução 
Touro Ápis  O DEUS NACIONAL DO Egito, o
Touro Mnévis  maior de todos os deuses, juiz supremo,
Touro Buchis  criador do universo e fonte de toda a
Babuíno  vida, era o Sol, objeto de adoração em
Chacal  qualquer lugar. A sede de seu culto
Lobo  ficava em Heliópolis (On em egípcio), o
Íbis  mais antigo e próspero centro comercial
Leoa  do Baixo Egito, onde ele encabeçava um
Gata  conjunto de nove deuses (enéade), o mais
Falcão  importante grupo de divindades do
panteão egípcio. Era o pai de Shu e
Sol no Horizonte  Tefnut, avô de Geb e Nut, bisavô de
Osíris, Ísis, Seth e Néftis e trisavô de
Hórus de Edfu  Hórus. O deus­Sol é retratado pela arte
Hórus Antigo  egípcia sob muitas formas e
Hórus Menino  denominações. Seu nome mais vetusto é
Atum, divindade representada como um
Hórus, Filho  homem barbado usando a coroa dupla do
de Ísis  faraó, que simbolizava especialmente o
Sol ao entardecer. Era ele o deus­Sol
Olho de Hórus  original de Heliópolis.
Filhos de Hórus
Deus da Guerra
Leão  E
NTRETANTO, O NOME mais
Escaravelho  comum do deus­Sol é Rá, com o qual até
mesmo Atum se identificou. Simbolizava
Carneiro de Amon o Sol no auge do seu esplendor e podia
ser representado por um falcão; por um
Carneiro de homem com cabeça de falcão usando o
Khnum  disco solar, o uraeus ou a coroa dupla e,
mais raramente, por um homem. Como
Rã  viajava pelas águas do céu e do mundo subterrâneo, muitas vezes era mostrado utilizando uma
Escorpião  barca. Quando representado por uma cabeça de falcão, como essa que se vê acima proveniente
Deus Terra  do templo de Hieracômpolis, estabelecia­se uma identidade com Hórus, outro deus solar
adorado em várias partes do país desde tempos remotos. Esse nome é derivado da antiga
Guardião dos palavra egípcia hr (her), a qual em sua forma mais primitiva era a preposição acima ou sobre,
Horizontes  pois Hórus, o falcão, pairava acima de todo o país e de seus habitantes e era o símbolo natural
do rei que reinava sobre todo o Egito. Para ver outra foto da cabeça de falcão mostrada acima,
Pássaro Alma  clique aqui. Ela é de ouro com olhos de obsidiana e deve ter sido feita na VI dinastia (c. 2323 a
Fênix  2150 a.C.) e, talvez, modificada no decorrer da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.).
Bode 
Crocodilo 
Hipopótamo  O
 FALCÃO, CUJA VISTA É TÃO PODEROSA que é ele o único animal a poder fixar o
Vaca  Sol, é, por excelência, o animal de Hórus, o deus­Sol. Já no período pré­dinastico os reis eram
Peixes  conhecidos como seguidores de Hórus. Durante o Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.), o
Abutre  deus­Sol era adorado como pai legítimo do faraó reinante, criador de todas as leis e entidade de
quem emanava toda a autoridade visível. O deus­Sol governava nos céus como um soberano
Naja da Colheita  divino, contrapartida celestial do faraó. Hórus, representado pelo falcão, era o deus do céu, um
símbolo da realeza divina e o protetor do faraó reinante.
Naja do Cume do
Ocidente 
N
O CURSO DA HISTÓRIA DO EGITO, esse deus foi pessoalmente identificado com o rei,

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Serpente Uraeus  talvez porque aquela ave podia voar através dos céus a grandes alturas e vigiar o império. Todo
faraó, ao reinar, usava o nome de Hórus como o primeiro dos seus títulos e seu trono era o
Serpente Apófis  trono de Hórus. Para os egípcios o faraó era Hórus, o falcão celeste, cujos olhos representavam
o Sol e a Lua. Nos relevos há várias cenas nas quais o deus Hórus aparece ao lado do faraó
Serpente como criaturas iguais, da mesma estirpe.
Defensora 

Serpentes do A INFLUÊNCIA DO DEUS ADORADO EM ON espalhou­se por todo o país desde os
Inferno  tempos mais remotos, de tal modo que os deuses locais foram se assimilando ao deus­Sol e o
ritual da maioria dos templos egípcios acabou por ter como base a liturgia celebrada no templo
Glossário do deus­Sol em Heliópolis.

EM TANIS, arqueólogos encontraram
esqueletos de falcões dentro de pequenas
jarras. Nekhen, a Hieracômpolis dos
gregos, teve um deus falcão como sua
divindade local e o nome da cidade
significa justamente Cidade do Falcão.

SEGUNDO A LENDA — nos conta o
egiptólogo Alan Shorter — a cada manhã
Rá surgia por trás de Manu, a montanha
da aurora e singrava os céus em sua barca
dos milhões de anos, acompanhado pelos
deuses de seu séquito.

 
 

ACREDITAVAM ALGUNS QUE Rá
envelhecia no decorrer do dia. De manhã,
era uma criança recém­nascida, ao meio­
dia um herói na plenitude da vida e, no
crepúsculo, um velho cambaleando, com
passos incertos, rumo ao Ocidente. O deus
utilizava duas barcas. Durante o dia, ele
cruzava os céus a bordo da barca Manjet,
mas, ao entardecer, ele tomava uma outra
barca, chamada Mesektet, para a sua viagem noturna, jornada que o levava pelas regiões do
inferno.

A ESTELA DO FARAÓ WADJ, da I Dinastia (c. 2920 a 2770 a.C.), que se vê acima, tem
dois metros e 50 centímetos de altura e nela o falcão­
­símbolo de Hórus protege o rei, simbolizado pela serpente, e o palácio, representado por suas
muralhas. Entretanto, uma das mais famosas cenas de Hórus é a escultura do falcão
empoleirado no trono atrás da cabeça do faraó Kéfren (c. 2520 a 2494 a.C.), o construtor da
segunda pirâmide de Gizé em altura. A ave abraça o faraó com suas asas para voar com ele
rumo aos céus. Hórus também estava vinculado à deusa Hátor. Ela era o olho de Rá, o deus­
Sol, a esposa do rei vivo e a mãe do rei que estava por vir. O nome da deusa era escrito com o
hieróglifo do falcão Hórus dentro de um retângulo, significando A Morada de Hórus.

O DEUS HÓRUS FOI CULTUADO SOB VÁRIAS FORMAS, sendo que devemos
distinguir o Hórus solar do Hórus — filho de Osíris. Assim temos:

HÓRUS SOLAR

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Em Heliópolis, como Harakhti — Hórus no horizonte —, era a
manifestação do Sol ao surgir e se pôr. Muitas vezes identificado a
Rá, quando passava a se chamar Rá­Harakhti. Representado como
um homem com cabeça de falcão ou simplesmente como um
falcão.

 
 
Como Hórus de Edfu, era adorado nessa
cidade, onde tinha um importante centro de
culto já que o local era tido como o palco da vitória dessa divindade
sobre Seth. Aparecia como um homem com cabeça de falcão ou como
um falcão, e também representado por um disco solar provido de asas de
falcão, figura que era talhada nas portas de muitos templos. Ao lado, um
falcão colossal de granito cinza da entrada da sala hipóstila do templo de
Edfu.

Em Letópolis era cultuado como Haroéris — Hórus, o
antigo, o velho ou o primogênito —, a divindade que lutou contra Seth, o deus
do mal. Representado como um falcão, ou como um homem com cabeça de
falcão e o disco solar sobre ela, era o protetor do rei por excelência.

HÓRUS, FILHO DE OSÍRIS

Em Heliópolis essa divindade era adorada também sob outra forma.
Recebia o nome de Heru­pa­khret, palavra egípcia que significa
Hórus, o menino, e que os gregos traduziram para Harpócrates,
identificando­o com uma divindade do silêncio. Tratava­se de uma
forma tardia de Hórus no seu aspecto de ser o filho de Ísis e Osíris
quando criança e fazia parte da enéade daquela cidade, tendo sido
cultuado em muitos santuários do país. Nesse caso é representado
por uma criança nua, usando a coroa dupla do faraó ou um penteado
infantil com tranças e chupando o dedo. Muitas vezes é retratado
sendo amamentado por Ísis ou por Hátor. Também podia ser
identificado com o deus­Sol que renascia a cada manhã, sendo,
então, mostrado a emergir de uma flor de lótus que flutua sobre as
águas celestiais.

Finalmente, sob o nome de Harsiese era
encarado especificamente como filho de Ísis,
o vingador de Osíris e protótipo do filho
obediente. Nesse caso era representado como um homem com cabeça
de falcão, usando a coroa dupla dos faraós.

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