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História do Movimento Adventista em Marília

Tossaku Kanada
Em 1928 nasceu esta tão falada Marília. De início eram apenas quatro
casas de tábuas e alguns ranchinhos, nos arredores. Ninguém, nem mesmo o
mais otimista viajante que hoje visita esta desenvolvida capital da Alta
Paulista, concilia a deslumbrante maravilha que ante seus olhos se projeta,
com o curto espaço de tempo para a criação desta metrópole da Paulista Nova.
Marília nascia para crescer. Obedeceu ao leme que lhe traçou a rota indo além
dos mais lisongeiros augúrios. É já hoje um centro de cultura, progresso,
civilização e religião. Sua população alcança além de 22.000 habitantes.
Marília, na sua eloquente e pujante lufa-lufa, apresentava-se também como
uma porta missionária para a causa adventista.
Juntamente com os fundadores de Marília figuravam duas famílias
adventistas vindas de Ibitinga. Localizamos no bairro de Jangada. Estes
irmãos eram como que a semente da futura igreja e hoje, quando com a graça
de Deus, se ergue neste centro mais uma coluna da verdade, êstes irmãos,
regozijam-se no selo da igreja recém-construída. Não foi, naturalmente, sem
pesados sacrifícios que a causa do Mestre aqui desabrochou. O inimigo,
sempre alerta contra a bandeira de Emanuel, esteve em atividade. Durante os
anos de 1930 e 1931 a primeira escola sabatina contava apenas cinco
membros. Dêstes, alguns se mudaram, e durante 1932 e 1933 o número se
reduziu ainda mais. Alguns, vendo vir o lôbo, perdendo a confiança no
Pastor, foram após heresias e falsos doutores que andam seguindo suas
próprias concupicências. Os reveses que às vêzes sentimos são indícios de que
sempre Deus está conosco, provando-nos,, e que, si persistirmos, Ele logo nos
levará do mais decepcionante fracasso ao mais dilatado sucesso.
De 1933 a 1935 o grupinho esteve bem reduzido. Quasi daria para
desanimar. Surgiu o ano de 1935 e com êle novas esperanças. O
evangelista Carmo Naufal mudou-se, para cá. Dirigiu uma série de
conferências públicas, mas sua breve transferência fez com que Marília se
conservasse impenetrável. Necessário se tornara decifrar o enigmático
problema da evangelização de Marilia.
A direção da obra organizou novos planos, e em 1938 o signatário vinha
para cá. Reinicia-se então o trabalho. Ânimo, fé no Senhor e estimulo
foram novamente inculcados naqueles que ainda mantinham acesas as
lâmpadas da verdade. Alimentavam-se já algumas idéias de construção de
um templo.
No dia 3 de junho do ano seguinte, 1939, abriam-se com emoção e
entusiasmo as portas para as conferências no centro da cidade. Com o
salão, a princípio sempre lotado, desenrolou-se todo o curso natural das
conferências, e no dia 23 de outubro do mesmo ano iniciou-se, sob. a
alegria de todos os gestos de louvor a Deus, a construção do futuro
templo. A 16 de março do corrente ano, sábado de inesquecíveis
reminiscências, a bela metrópole da Nova Paulista assistia à inauguração
da igreja que guarda' os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus.
Hoje, olhando para os dias do passado, somos levados a dar graças a
Deus por tudo quanto Ele fez por nós. Não foi sem sacrifícios que tudo Isso se
realizou. Havia evidência de que era Deus quem dirigia o trabalho e tocava em
todos os seus escolhidos para fazerem a obra. Grandes esforços, sacrifícios
inauditos foram experimentados pelos irmãos na construção do templo.
Os habitantes de Marília movidos em seu coração, vendo a disposição de
cada membro, auxiliaram-nos bondosamente. A êles nossa profunda gratidão.
Agradecemo-los aqui, os eficientes esforços que a Associação Paulista
fez em nos ajudar com a sua parte preponderante. A.todos os irmãos das
demais egrejas que nos auxiliaram. E tanto em suas orações como com seus
donativos, nosso preito de gratidão.
Rogamos ao Senhor que lhes devolva, cem vêzes tanto, aquilo que nos
deram. O interesse surge hoje em cada canto, aqui em Marilia. Muitos são
levados a pasmar vendo o que êste povinho vem realizando. Todos os que
lerem estas linhas façam de suas orações momentos oportunos de ações de
graças aos céus e supliquem para que o Senhor da seara envie ceifeiros para a
Sua seara.
Tossako Kanada, “História do Movimento Adventista em Marília”,
Revista Adventista, jun. 1940, p. 13.

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