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SECRETARIA DE ESTADO DE SANEAMENTO E ENERGIA

COORDENADORIA DE SANEAMENTO

DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS EXISTENTES E PROJETADOS E


AVALIAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
BÁSICO DO MUNICÍPIO DE ILHABELA

- PRODUTO2

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO


BÁSICO PARA AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HÍDRICOS DA SERRA DA MANTIQUEIRA,
PARAÍBA DO SUL E LITORAL NORTE – UGRHIS 1,2 e 3.

Setembro / 2010
SECRETARIA DE
SANEAMENTO E ENERGIA

Cliente:

CSAN – SECRETARIA DE SANEAMENTO E ENERGIA DE SÃO PAULO

Codificação: Revisão: Data de Emissão:

0872.RT.13.S.3902 00 Setembro/2010

PLANOS INTEGRADOS REGIONAIS DE SANEAMENTO BÁSICO PARA


AS UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS DA
SERRA DA MANTIQUEIRA, PARAÍBA DO SUL e LITORAL NORTE –
UGRHI’s 1, 2 e 3

DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS EXISTENTES E PROJETADOS E AVALIAÇÃO DA


PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO DO MUNICÍPIO DE
ILHABELA - PRODUTO 2

Emitido por: Local:

Consórcio PLANSAN 123 São Paulo - SP


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SANEAMENTO E ENERGIA

1 SUMÁRIO
2 SUMÁRIO........................................................................................................................ 1
3 1. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 4
4 2. DADOS E CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE DA UGHRI 03 .......................... 4
5 2.1 DESCRIÇÃO GERAL ..................................................................................... 4
6 2.2 ASPECTOS FÍSICOS ..................................................................................... 5
7 2.3 VEGETAÇÃO E USO DO SOLO .................................................................... 6
8 2.4 CLIMA ........................................................................................................... 10
9 2.5 CONJUNTURA SOCIO-ECONÔMICA ......................................................... 10
10 2.6 DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA UGRHI 03 ............................................... 11
11 2.7 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................ 15
12 2.8 INSERÇÃO DE ILHABELA NA UGRHI 03 ................................................... 17
13 2.9 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................... 19
14 3. BASES E FUNDAMENTOS LEGAIS DOS PLANOS MUNICIPAIS DE
15 SANEAMENTO ..................................................................................................... 19
16 3.1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 19
17 3.2. ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS ............................................................... 21
18 3.2.1 Abastecimento de Água Potável ................................................................ 21
19 3.2.2. Esgotamento Sanitário ............................................................................... 23
20 3.2.3. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos....................................... 23
21 3.2.4. Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas .................................... 25
22 3.3. TITULARIDADE DOS SERVIÇOS................................................................ 25
23 3.3.1. Essencialidade ............................................................................................ 25
24 3.3.2. Titularidade do Saneamento na UGRHI em Estudo .................................. 25
25 3.3.3. Atribuições do Titular ................................................................................. 27
26 3.3.4. Formas de Exercício da Titularidade dos Serviços .................................. 32
27 3.4. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: MODELOS INSTITUCIONAIS .................. 35
28 3.4.1. Prestação Direta pela Prefeitura Municipal ............................................... 35
29 3.4.2. Prestação de Serviços por Autarquias ...................................................... 36
30 3.4.3. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista
31 Municipais ................................................................................................... 36
32 3.4.4. Prestação Mediante Contrato ..................................................................... 36
33 4.1. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL
34 NORTE - COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE
35 (CBH-LN) - IPT - 2002 .................................................................................. 40
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36 4.2. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS 2004-2007 - CONSÓRCIO


37 JMR/ENGECORPS - JULHO/2005............................................................... 40
38 4.3. PLANO DIRETOR PARA DISPOSIÇÃO FINAL DOS LODOS E DEMAIS
39 RESÍDUOS PRODUZIDOS PELOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE
40 ÁGUA E ESGOTOS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO -
41 ESTUDOS TÉCNICOS E PROJETOS ETEP LTDA - SETEMBRO/2005 ..... 43
42 4.5 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO ASSOCIADOS A
43 ESCORREGAMENTOS E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ILHABELA -
44 TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA IG-CEDEC DE 28/04/2006 -
45 INSTITUTO GEOLÓGICO - OUTUBRO/2006 .............................................. 44
46 4.5. RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE
47 ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO LITORAL NORTE DO ESTADO DA SÃO
48 PAULO - COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA
49 QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO LITORAL NORTE
50 - CP- ÁGUA - 2008 ....................................................................................... 46
51 4.6. PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - UGRHI 03 -
52 2009 - COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE -
53 DEZEMBRO/2009 ........................................................................................ 47
54 5 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................... 51
55 5.1 SISTEMA PRINCIPAL .................................................................................. 51
56 5.1.1 Produção ..................................................................................................... 51
57 5.2 SISTEMAS ISOLADOS ................................................................................ 58
58 5.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 60
59 6 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ..................... 60
60 6.1 SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS ....................................................... 60
61 6.2 SISTEMAS ISOLADOS ................................................................................ 62
62 6.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 64
63 7 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
64 RESÍDUOS SOLIDOS .......................................................................................... 66
65 7.1 VISÃO GERAL DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE
66 RESÍDUOS SÓLIDOS – SISTEMA PRINCIPAL, SISTEMAS ISOLADOS E
67 DOMICÍLIOS DISPERSOS ........................................................................... 66
68 7.1.1 Divisão de Atribuições................................................................................ 66
69 7.1.2 Limpeza Pública .......................................................................................... 66
70 7.1.3 Resíduos Sólidos Domiciliares .................................................................. 68
71 7.1.4 Resíduos Sólidos Inertes ........................................................................... 74
72 7.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde ................................................................ 74
73 7.2 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS, OBRAS, PLANOS E PROJETOS............... 75

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74 8 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA ................................ 75


75 8.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS...................................................................... 75
76 8.2. PRINCIPAIS OCORRENCIAS ...................................................................... 77
77 8.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ..................................................................... 78
78 9 DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO ...................................................... 78
79 9.1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 78
80 9.2 INFORMAÇÕES FÍSICAS ............................................................................ 79
81 9.3 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS .................................................................. 79
82 9.4 INDICADORES ............................................................................................. 81
83 9.4 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82
84 10 FONTES CONSULTADAS E INFORMAÇÕES DISPONIBILIZADAS ................. 82
85 11 ANEXOS I - DESENHOS ...................................................................................... 82
86 11.1 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE
87 ABASTECIMENTO DE ÁGUA – EXISTENTE (desenho nº 0872-DS-13-S-
88 3901/00). ...................................................................................................... 82
89 11.2 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE
90 ESGOTAMENTO SANITÁRIO – EXISTENTE (desenho nº 0872-DS-13-S-
91 3902/00). ...................................................................................................... 82
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94 1. APRESENTAÇÃO

95 Este relatório compõe o “Produto 2 – Descrição dos Sistemas Existentes e Projetados e


96 Avaliação da Prestação dos Serviços de Saneamento Básico no Município de Ilhabela”
97 no âmbito do Contrato CSAN No 001/SSE/2009 firmado entre a SECRETARIA DE
98 SANEAMENTO E ENERGIA - SSE e o CONSÓRCIO PLANSAN 123, constituído pelas
99 empresas ETEP, JNS e HAGAPLAN, tendo por objeto final a elaboração de Planos
100 Integrados Regionais de Saneamento Básico e Atividades de Apoio Técnico à
101 Elaboração de Planos Integrados Municipais de Saneamento Básico para as Unidades
102 de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra da Mantiqueira, Paraíba do Sul e
103 Litoral Norte – UGRHIs 1, 2 e 3.

104 Destaca-se que o “Produto 2”, como um todo, é o conjunto constituído por todos os
105 relatórios, com conteúdos que objetivam descrever e avaliar a situação atual do
106 saneamento básico, elaborados para cada um dos municípios inseridos nas UGRHIs 1,
107 2 e 3, excluído São José dos Campos que já tem seu Plano Integrado de Saneamento.

108 2. DADOS E CARACTERÍSTICAS DE INTERESSE DA UGHRI 03

109 2.1 DESCRIÇÃO GERAL

110 O gerenciamento de recursos hídricos no Estado de São Paulo passou a ser feito por
111 meio de Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs) com a Lei
112 Estadual nº 9.034, que dividiu o Estado em 22 unidades. A Unidade de Gerenciamento
113 de Recursos Hídricos do Litoral Norte (UGRHI 03) contempla quatro municípios, sendo
114 eles: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

115 Da área total da UGRHI 03, cerca de 80% são formadas por áreas continentais e 20%
116 por áreas insulares, sendo que estas últimas são representadas pela Ilha de São
117 Sebastião e por outras 61 ilhas, ilhotas e lajes.

118 A Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Litoral Norte – UGRHI 03 -


119 limita-se a nordeste com o Estado do Rio de Janeiro, a noroeste com a UGRHI 02, a
120 sudoeste com a UGRHI Baixada Santista e Alto Tietê e a sudeste com o Oceano
121 Atlântico. Esses limites compreendem uma área de 1.977 km².

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123 UGRHI 03

124
125 Fonte: Relatório Síntese. Diagnóstico da Situação atual dos Recursos Hídricos do Litoral Norte, IPT

126 Na parte continental da UGRHI 03 existem diversas bacias hidrográficas cujos cursos
127 d’água partem das porções mais elevadas da Serra do Mar em direção ao Oceano
128 Atlântico e desembocam neste através de vários exutórios. A maior delas é a do rio
129 Juqueriquerê (junção dos rios Camburu e Claro), que apresenta uma área de
130 drenagem em torno dos 420 km2. Também na Ilha de São Sebastião os seus cursos
131 d’água desembocam no Oceano Atlântico através de diferentes exutórios.

132 2.2 ASPECTOS FÍSICOS

133 De forma sucinta, em relação às características do meio físico, destacam-se: a


134 presença de rochas ígneas e metamórficas nas porções serranas e sedimentares e na
135 planície; acentuadas declividades ao longo de toda a Serra do Mar; e espessas
136 camadas de solo de alteração intempérica e alta pluviosidade. Tais características,
137 associadas, atuam como condicionantes naturais para as elevadas suscetibilidades da
138 região a escorregamentos, erosões e inundações. Os padrões de uso e ocupação do
139 solo são, notadamente, de uso institucional, representado pelos parques estaduais, e
140 secundariamente, de uso antrópico. O relevo da UGRHI 03 é caracterizado como
141 Província Costeira.

142 O litoral norte pode, de forma simplificada, ser dividido em dois grandes
143 compartimentos: encostas e planícies, incluindo uma zona de transição entre esses
144 entes. Considera-se também a praia como uma segunda zona de transição entre a
145 planície e o mar.

146 A formação florestal da Mata Atlântica está presente em toda a área, bem preservada,
147 sobretudo no âmbito dos limites dos Parques Estaduais da Serra do Mar e de Ilhabela,
148 fator positivo para a preservação tanto da quantidade como da qualidade dos
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149 mananciais, uma vez que a vegetação desempenha importante papel na contenção
150 dos processos erosivos. Os principais ecossistemas da região são a Mata Atlântica,
151 restinga, litoral rochoso, praias arenosas e pequenos fragmentos de manguezal.

152 Recursos Minerais

153 As atividades de mineração que aparecem na região estão relacionadas a rochas


154 ornamentais, materiais para construção civil, material de empréstimo, argilas, turfa e
155 água mineral.

156 Um grande desafio na atualidade é o aproveitamento de forma racional dos resíduos


157 provenientes de processos industriais, operações de lavra e beneficiamento de rochas
158 ornamentais.

159 Na construção civil, destaca-se a utilização dos agregados: areias, cascalhos e rochas
160 para brita, e rochas para cantaria. A produção de brita tem distribuição irregular ao
161 longo da Serra do Mar, com atividades em maior ou menor grau, de desmatamento e
162 remoção das camadas de solo situadas sobre o maciço. As alterações ambientais
163 comumente associadas à produção de brita, a partir de pedreiras, decorrem de
164 vibração, ruído, emissão de particulado, transporte, conflitos com uso e ocupação do
165 solo, etc. O desmatamento e o decapeamento executados sobre o maciço, modificam a
166 circulação das águas de superfície e de subsuperfície, instabilizando as porções
167 superiores dos taludes. As pedreiras, quando abandonadas, acabam por interferir na
168 instabilização dos maciços rochosos a partir da própria frente de lavra.

169 Áreas de Risco

170 Na UGRHI 03 verifica-se a presença de áreas degradadas, relativas a


171 escorregamentos/erosão e ao desmatamento. Os processos erosivos se intensificam
172 com o avanço da ocupação desordenada que atinge áreas destinadas à conservação
173 ambiental. A erosão não tem sido mais acelerada devido às próprias dificuldades que a
174 topografia serrana oferece à ocupação antrópica, mas que, por outro lado, favorece as
175 instabilidades de solos e encostas.

176 As encostas da Serra do Mar têm na vegetação, seu agente retardador e inibidor de
177 escorregamentos. A malha de raízes desempenha um papel mecânico resistente e a
178 floresta cumpre um papel fundamental na interceptação, na retenção e na eliminação
179 (evapotranspiração) de grande parte das águas de chuva, impedindo sua ação direta
180 sobre o solo, e diminuindo e diluindo no tempo sua capacidade de saturação.

181 2.3 VEGETAÇÃO E USO DO SOLO

182 A área territorial utilizada para as atividades antrópicas no litoral norte compreende
183 uma estreita faixa costeira devido à existência legal do Parque Estadual da Serra do
184 Mar que estabelece, na maioria das vezes, o limite superior para a área em que é
185 admitida a ocupação urbana. As características geotécnicas e condições de acesso
186 determinam, ainda, que essa ocupação se dê predominantemente nas áreas de
187 planície, baixas encostas e fundos de vale.
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188 As funções urbanas dos quatro municípios da região (Caraguatatuba, Ilhabela, São
189 Sebastião, Ubatuba) são muito semelhantes, excetuando-se os serviços portuários de
190 São Sebastião. Os municípios têm hoje, como função principal, o atendimento aos
191 turistas e veranistas, através dos serviços de restaurantes, hotéis, acampamentos,
192 estabelecimentos varejistas e outros. Esse grupo de funções caracteriza a
193 homogeneidade da região, que se reflete nos tipos de uso e ocupação do solo.

194 O uso predominante do solo em toda a região é o residencial turístico, que se


195 apresenta na maioria das vezes em loteamentos e condomínios horizontais próximos à
196 orla marítima, tendendo hoje à verticalização e expansão para o interior. As sedes
197 municipais e seus arredores mais próximos agregam a maior concentração de
198 população fixa que se distribui também em alguns núcleos tradicionais e outros mais
199 recentes, estes últimos decorrentes do aumento da população fixa em função do
200 contingente migratório para a construção civil.

201 Nas praias de ocupação mais antiga a população fixa local, que antes ocupava a zona
202 da orla marítima, já foi deslocada para o interior enquanto que nas praias de acesso
203 mais difícil esse deslocamento ainda não se deu ou apenas se inicia. A população no
204 litoral norte chega quase a dobrar na temporada, pelo afluxo da população flutuante.
205 Cobertura Vegetal na UGRHI 03

206
207 Fonte: IF (2005). Extraído do Documento: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

208 Os usos de comércio e serviço estão concentrados nos núcleos urbanos, sendo que
209 em algumas praias já começam a se tornar expressivos. O uso industrial é pontual, não

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210 se registrando nenhuma aglomeração de estabelecimentos que mereça destaque no


211 perímetro regional. O tipo de ocupação denominado uso institucional apresenta a maior
212 área de uso. São espaços ocupados por atividades públicas municipais, estaduais e
213 federais, além do Parque Estadual da Serra do Mar que abrange cerca de 80% do
214 território.

215 Unidades de Conservação

216 A UGRHI 03 possui as Unidades de Conservação que estão apresentadas no quadro a


217 seguir:

UC Proteção Legal Área (ha) Administração Municípios


Parque Nacional - PN
Decretos
Federais nº
Serra da Bocaina 104.000 IBAMA Ubatuba
68.172/71 e nº
70.694/72
Parque Estadual - PE
Decretos
Estaduais nº Instituto Caraguatatuba, São
P.E. Serra do Mar 315.390
10.251/77 e nº Florestal (SMA) Sebastião e Ubatuba
13.313/79
Decreto Estadual Instituto
P.E. Ilha Anchieta 828 Ubatuba
nº 9.629/77 Florestal (SMA)
Decreto Estadual Instituto
P.E. Ilhabela 27.025 Ilhabela
nº 9.414/77 Florestal (SMA)
Estação Ecológica E.E.
Decreto Federal
E.E. Tupinambás 2.445,2 IBAMA Ubatuba e São Sebastião
nº 94.656/87
Área de Proteção Ambiental - APA
Lei nº 848/92 e
Decreto Prefeitura
APA Alcatrazes - São Sebastião
Municipal nº Municipal
2.029/97
Decreto
Prefeitura
APA Ilha de Itaçucé Municipal nº - São Sebastião
Municipal
1.964/96
218 continua
219

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UCA Proteção Legal Área (há) Administração Municípios
Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN
Gradual
RPPN Morro do Portaria IBAMA
22,8 Participações Ubatuba
Curussú-Mirim n° 87/99
LTDA
Portaria IBAMA
RPPN Sítio do Jacu 1,59 Bernard Ledue Caraguatatuba
n° 52/01
RPPN Toque-Toque Portaria IBAMA
2,70 Mieko Kishi São Sebastião
Pequeno n° 09/00
Portaria IBAMA João Batista
RPPN Rizzieri 1.282,00 São Sebastião
n° 05/03 Baldine Rizzieri
Área sob Proteção Especial - ASPE
ASPE do Centro de
Biologia Marinha da Resolução SMA
107 SMA São Sebastião
Universidade de São de 10/2/87
Paulo - Cebimar
ASPE do Costão do Resolução SMA
199,32 SMA São Sebastião
Navio de 10/2/87
ASPE do Costão de Resolução SMA
192 SMA São Sebastião
Boiçucanga de 10/2/87
Área Natural Tombada - ANT
ANT Serra do Mar e Resolução n° Caraguatatuba, Ilhabela,
1.300.000 Condephaat
de Paranapiacaba 40/85 São Sebastião e Ubatuba
ANT Ilhas do Litoral Resolução n° Caraguatatuba, São
- Condephaat
Paulista 8/94 Sebastião e Ubatuba
ANT Núcleo Caiçara Resolução nº
176,27 Condephaat Ubatuba
de Picinguaba 7/83
Terra Indígena - TI
TI Boa Vista do Decreto Federal
920,66 FUNAI Ubatuba
Sertão do Prumirim n° 94.220/87
Decreto Federal
TI Ribeirão Silveira 948,40 FUNAI São Sebastião
n° 94.568/87
Reserva Biosfera
Reserva da Biosfera Conselho
Cerca de Caraguatatuba, Ilhabela,
da Mata Atlântica - Nacional da
35.000.000 São Sebastião e Ubatuba
RBMA RBMA
Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, dez/2009

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221 2.4 CLIMA1

222 O litoral norte caracteriza-se por pequenas planícies costeiras encontradas entre os
223 esporões da Serra do Mar, à exceção da Enseada de Caraguatatuba, que constitui a
224 maior porção sedimentar da região. Essa região, localizada no limite da zona tropical, é
225 fortemente influenciada pelos sistemas tropicais e polares, que atuam de forma
226 desigual, sendo que estes últimos determinam o ritmo climático regional. O confronto
227 entre esses dois sistemas é um dos principais responsáveis pela precipitação
228 pluviométrica da região, caracterizada como uma das mais chuvosas do país.

229 Os maiores índices pluviométricos encontram-se nas encostas de Ubatuba (Mato


230 Dentro, 3.200 mm) e os menores índices (1.371 mm) são registrados em Ilhabela, na
231 porção voltada para o canal, onde quase não penetram os fluxos atmosféricos (efeito
232 de sombra).

233 As chuvas são mais abundantes no verão, perfazendo 37% do volume total, sendo
234 janeiro, geralmente, o mês mais chuvoso. Na primavera, o confronto entre os sistemas
235 tropicais e extratropicais, ambos úmidos, provocam chuvas intensas e constantes,
236 apresentando índices pluviométricos elevados totalizando 29% do volume. O outono e
237 inverno têm uma participação de 19,3 e 14,7%, respectivamente.

238 No tocante à temperatura, a região do litoral norte não apresenta uma variação sazonal
239 tão marcante quanto na porção interior do território paulista. Os meses mais quentes do
240 ano estão relacionados com período de verão, com médias superiores a 24 oC e os
241 meses mais frios correspondem a junho, julho e agosto, cujas médias variam entre 17 e
242 20oC.

243 2.5 CONJUNTURA SOCIO-ECONÔMICA

244 De acordo com o IBGE, no ano de 2000, nos quatro municípios que compõem a
245 UGRHI 03, a população total era de 223.914 habitantes e a população flutuante chegou
246 a 1.450.000 turistas, cerca de 6,5 vezes mais que a moradora.

247 A atividade econômica mais importante na UGRHI 03 é o turismo de veraneio, com a


248 predominância do setor terciário, comércio e serviços, o qual constitui a mola
249 propulsora do desenvolvimento regional. A extensa orla marítima e temperaturas
250 agradáveis o ano todo, propiciam condições propícias para atividades de lazer praiano.
251 Uma implicação direta é o grande número de moradias de uso ocasional, de hotéis e
252 de pousadas já existentes; a tendência é de expansão com o advento de novas
253 construções para atender à demanda turística.

254 O Terminal Marítimo da Petrobrás, em São Sebastião, é também, uma referência


255 importante na infraestrutura econômica da região, embora tenha uma capacidade
256 limitada como potencializador de outros investimentos. Há, ainda, a agricultura, em
257 algumas áreas destinadas à cultura de gengibre.
1
Fonte: Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos pelos Sistemas de Águas e
Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo - SABESP, Relatório Final, elaboração: Estudos Técnicos e
Projetos ETEP Ltda, 2005
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258 2.6 DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA UGRHI 03

259 A UGRHI do Litoral Norte é dividida em 34 sub-bacias hidrográficas e esta


260 compartimentação mostra-se bastante particular na região. Destacam-se as bacias
261 hidrográficas referentes aos rios da Iriri/Onça, Fazenda/Bicas, Itamambuca, Perequê-
262 Mirim, Juqueriquerê, Maresias, Juqueí, Una e Camburi.

263
264 Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

265 Águas Subterrâneas

266 O Litoral Norte conta com dois sistemas aqüíferos: o sistema aqüífero fraturado
267 correspondente a terrenos cristalinos da Serra do Mar, permeáveis por fraturamento de
268 rochas e o sistema aqüífero sedimentar (aqüífero litorâneo), permeáveis por porosidade
269 granular, correspondendo a sedimentos ao longo das praias. Os citados Sistemas
270 Aqüíferos Cristalino e Litorâneo ocorrem, respectivamente, em cerca de 85 e 15% da
271 área do Litoral Norte.

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273 Potencialidade de água Subterrânea na UGRHI 03

274
275 Fonte: DAEE/IG/IPT/CPRM (2005). Extraído do Documento: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

276 A porção do aquífero Cristalino que está contida na UGRHI 03 está com sua maior
277 dimensão protegida pelo Parque Estadual da Serra do Mar, apresentando baixíssima
278 ocupação antrópica. Os dois sistemas aquíferos da UGRHI 03, por serem livres,
279 apresentam vulnerabilidade natural à contaminação, no entanto, o Aquífero Litorâneo,
280 por ser um meio contínuo (sedimentar), é considerado mais sensível à contaminação
281 que o Aquífero Cristalino (meio descontínuo).

282

12
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SANEAMENTO E ENERGIA

283

Disponibilidade Hídrica Subterrânea na UGRHI 03


Sub-bacias Oferta (m³/s)
Área (km²)
Hidrográficas Q7,10 50% Q7,10
1 79,9 0,860 0,430
2 74,2 1,090 0,545
3 166,4 2,170 1,085
4 21 0,240 0,120
5 56,4 0,640 0,320
6 37,5 0,480 0,240
7 102,6 1,350 0,675
8 16,5 0,250 0,125
9 61,5 0,710 0,355
10 67,7 0,700 0,350
11 23,6 0,300 0,150
12 4,2 0,490 0,245
13 35,5 0,490 0,245
14 25,3 0,430 0,215
15 39,8 0,670 0,335
16 419,4 2,790 1,395
17 16,8 0,060 0,030
18 10,6 0,190 0,095
19 18,1 0,310 0,155
20 21,9 0,210 0,105
21 28,1 0,160 0,080
22 33,2 0,381 0,191
23 36,2 0,540 0,270
24 24 0,330 0,165
25 14,9 0,210 0,105
26 120,7 1,720 0,860
27 18,9 0,113 0,057
28 13,1 0,080 0,040
29 12,3 0,110 0,055
30 49,8 0,230 0,115
31 38,3 0,160 0,080
32 91,3 0,500 0,250
33 85,6 0,480 0,240
34 29,2 0,150 0,075
Total 1.957,00 19.594 9.797
Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte
2009, CBH Litoral Norte, dezembro/2009.

284

13
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SANEAMENTO E ENERGIA

285 Águas Superficiais

286 Conforme já mencionado, os índices mais elevados de pluviosidade da região


287 encontram-se no alto da Serra do Mar e nas encostas de Ubatuba, enquanto que os
288 menores índices são registrados em Ilhabela.

Disponibilidade de Recursos Hídricos na UGRHI 03 e Estado de SP

UGRHI 03 Litoral Norte Estado de São Paulo

Vazão Mínima Superficial (Q7/10) 27,0 893,0


Disponibilidade
(m³/s) (1)

Reservas Exploráveis Água Subterrânea 8,2 336,1

Disponibilidade Total 35,2 1.229,1

(1) PERH, 2005. Fonte: “Situação dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo - ano base 2007”, SMA, 2009.

289
Disponibilidade Hídrica nas Sub-bacias da UGRHI 03 - Litoral Norte
Área de Disponibilidade
3
Sub-Bacia Município Drenagem Hídrica (m /s)
2
(km ) Q7,10
Rio Fazenda / Bicas Ubatuba 79,9 0,860
Rio Iriri / Onça Ubatuba 74,2 1,090*
Rio Quiririm / Puruba Ubatuba 166,4 2,170*
Rio Prumirim Ubatuba 21,0 0,240*
Rio Itamambuca Ubatuba 56,4 0,640*
Rio Indaiá / Capim Melado Ubatuba 37,5 0,480*
Rio Grande de Ubatuba Ubatuba 102,6 1,350
Rio Perequê-Mirim Ubatuba 16,5 0,250*
Rio Escuro / Comprido Ubatuba 61,5 0,710*
Rio Maranduba/Arariba Ubatuba 67,7 0,700
Rio Tabatinga Ubatuba/Caraguatatuba 23,6 0,300*
Rio Mocóca Caraguatatuba 40,2 0,490*
290 continua
291

14
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292 continuação
Área de Disponibilidade
3
Sub-Bacia Município Drenagem Hídrica (m /s)
2
(km ) Q7,10
Rio Massaguaçu/Bacuí Caraguatatuba 35,5 0,490*
Rio Guaxinduba Caraguatatuba 25,3 0,430*
Rio Santo Antonio Caraguatatuba 39,8 0,670*
Rio Juqueriquerê Caraguatatuba/São Sebastião 419,4 2,790
Rio São Francisco São Sebastião 16,8 0,060
São Sebastião São Sebastião 10,6 0,190*
Ribeirão Grande São Sebastião 18,1 0,310*
Paúba São Sebastião 21,9 0,210*
Rio Maresias São Sebastião 28,1 0,160
Rio Grande São Sebastião 33,2 0,381*
Rio Camburi São Sebastião 36,2 0,540*
Rio Barra do Saí São Sebastião 24,00 0,330*
Rio Juqueí São Sebastião 14,9 0,210*
Rio Una São Sebastião 120,7 1,720*
Córrego do Jabaquara Ilhabela 18,9
Córrego Bicuíba Ilhabela 13,1 0,080*
Córrego Ilhabela/ Cachoeira Ilhabela 12,3 0,110
Córrego Paquera/Cego Ilhabela 49,8 0,230*
Cor. São Pedro/ São Sebastião/ Frade Ilhabela 38,3 0,160
Córrego Sepituba / Ipiranga/ Boneti/
Ilhabela 91,3 0,500*
Enchovas/ Tocas
Córrego Manso/ Engenho/
Ilhabela 85,6 0,480*
Castelhano/ Cabeçuda
Córrego do Poço Ilhabela 29,2 0,150*
Total 1.957,0 19,600
Fonte: CBH litoral norte - IPT/ nov/2000; Q 7,10 = Vazão Superficial Mínima Disponível; (*) Dados de Cadastro DAEE.

293 2.7 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

294 A utilização dos recursos hídricos é feita para diferentes tipos de uso conforme
295 definição do DAEE, sendo eles: Industrial: (uso em empreendimentos industriais, nos
296 seus sistemas de processo, refrigeração, uso sanitário, combate a incêndio, além de
297 outros), Urbano (água que se destina predominantemente ao consumo humano em
298 núcleos urbanos, tais como cidades, bairros, distritos, vilas, loteamentos, condomínios,
299 comunidades, dentre outros), Irrigação (água utilizada em irrigação das mais distintas
300 culturas agrícolas), Rural (uso da água em atividades na zona rural, tais como
15
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301 aqüicultura, pecuária, dentre outros, excetuando-se o uso na irrigação que possui
302 classificação específica, conforme citado anteriormente), Mineração (diz respeito a toda
303 a água utilizada nos processos de mineração, incluindo lavra de areia), Recreação e
304 Paisagismo (uso em atividades de recreação, tais como piscinas, lagos para pescaria,
305 bem como para composição paisagística de propriedades (lagos, chafarizes, etc, e
306 outros), Comércio e Serviços (utilização da água em empreendimentos comerciais e
307 prestadores de serviços, seja nas suas atividades propriamente ditas ou com fins
308 sanitários em shopping centers, postos de serviços, hotéis, clubes, hospitais, etc.) e
309 outros (utilização da água em atividades que não se enquadram em nenhuma das
310 anteriores ou senão, quando a fonte de informação ou de registro do uso da água não
311 especifica claramente em qual a categoria se enquadra um determinado usuário.

312 As tabelas apresentadas ilustram os diversos tipos de utilização e foram extraídas do


313 Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte (2009):
314 Caracterização geral da utilização dos recursos hídricos na captação subterrânea e superficial na
315 UGRHI 03

3
Demanda (m /s)
Usos
Captação Subterrânea Captação Superficial

Urbano 0,186 1,61

Rural - 0,512

Comércio e Serviços 0,003 -

Industrial 0,005 0,468

Geração de energia - 0,006

Outros 0,019 0,213

Total 0,213 2,809


316

16
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317 2.8 INSERÇÃO DE ILHABELA NA UGRHI 03

318 Localização
319 Localização do Município de Ilhabela na UGRHI 03

320
321 Fonte: Plano de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte 2009

322 O município de Ilhabela está localizado na Região Administrativa de São José dos
323 Campos e Região de Governo de Caraguatatuba, no Litoral Norte, a cerca de 190 km
324 da capital paulista. Limita-se a noroeste com o Canal de São Sebastião e a norte, leste,
325 sul e oeste com o Oceano Atlântico.

326 Acesso

327 O acesso a Ilhabela é realizado via balsa, a partir da cidade de São Sebastião, que por
328 sua vez é acessada pela Rodovia Dr. Manoel Hippolito Rego (SP-055).

329 Ocupação Populacional

330 A cidade de Ilhabela conta com 28.5262 habitantes, distribuídos em uma área de
331 348,30 km² e densidade de 81,90 hab/km². Mais da metade da população localiza-se
332 em zona urbana, pois a taxa de urbanização é de 99,16%.

333 A evolução da população urbana e rural em Ilhabela é apresentada no quadro a seguir,


334 sendo que enquanto a população urbana no município foi gradativamente crescendo, a

2
Projeção SEADE, consulta set/2010
17
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335 população rural obteve seu pico nos anos de 1990 e 1995 (247hab), com posterior
336 redução nos anos seguintes, alcançando, no ano de 2009, cerca de 232 habitantes.

Local 1980 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009
Evolução da População urbana
Ilhabela 7.515 12.550 16.349 20.506 24.361 25.107 25.875 26.656 27.458
Evolução da população rural
Ilhabela 228 247 247 246 227 223 218 225 232
Fonte: SEADE/2010

337 Unidades de Conservação

338 As Unidades de Conservação que abrangem o município de Ilhabela estão


339 identificadas no quadro a seguir:

UC Proteção Legal Área (há) Administração Municípios

Parque Estadual
Decr. Est. 9.414/77 27.025 IF Ilhabela
de Ilhabela

Tombamento da
Serra do Mar e Ubatuba, Caraguatatuba,
Res. Est. 40/85 1.300.000 CONDEPHAAT
de São Sebastião e Ilhabela
Paranapiacaba

Reserva da Conselho
Cerca de Ubatuba, Caraguatatuba,
Biosfera da Mata - Nacional da
35.000.000 São Sebastião e Ilhabela
Atlântica RBMA RBMA

Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT.

340 Sub-bacias

341 A UGRHI 03 foi dividida em 34 sub-bacias, distribuídas nos quatro municípios que a
342 configuram. O quadro a seguir apresenta as sub-bacias identificadas em Ilhabela,
343 (mapa ilustrativo do item 2.6 do presente relatório):

344

18
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345

Nº Sub-bacia Área (km²)


27 Córrego do Jabaquara 18,9
28 Córrego Bicuíba 13,1
29 Córrego Ilhabela/ Cachoeira 12,3
30 Córrego Paquera/ Cego 49,8
31 Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade 38,3
32 Córrego Sepituba/ Ipiranga/ Boneti/ Enchovas/ Tocas 91,3
33 Córrego Manso, Engenheiro, Castelhano/ Cabeçuda 85,6
34 Córrego do Poço 29,2
Fonte: CBH litoral norte – IPT / Plano Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, 2009, IPT

346 2.9 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

347 - Plano de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte 2009, Comitê de Bacia Hidrográfica do
348 Litoral Norte, dezembro/2009;

349 - RELATÓRIO Nº 57.540 - Plano de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Litoral


350 Norte, Comitê de Bacia Hidrográfica do Litoral Norte, Fundo Estadual de Recursos
351 Hídricos – Fehidro, IPT;

352 - Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004/2007 – UGRHI 03 Litoral Norte, Governo
353 do Estado de São Paulo – Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Consórcio
354 JMR/Engecorps;

355 - Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo – Ano base 2007, Governo
356 do Estado de São Paulo – SMA e Coordenadoria de Recursos Hídricos, São Paulo,
357 2009;

358 - Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos pelos
359 Sistemas de Águas e Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo - SABESP,
360 Relatório Final, elaboração: Estudos Técnicos e Projetos ETEP Ltda, 2005;

361 - SEADE, consultas via site oficial em agosto/2010.

362 3. BASES E FUNDAMENTOS LEGAIS DOS PLANOS MUNICIPAIS DE


363 SANEAMENTO

364 3.1. INTRODUÇÃO

365 O presente item trata das questões jurídicas e institucionais que interferem na
366 elaboração dos planos municipais de saneamento básico nas seguintes Unidades

19
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SANEAMENTO E ENERGIA

367 Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos: UGRHI 3/Litoral Norte,


368 conforme a divisão dos recursos hídricos do Estado de São Paulo, estabelecida no
369 Anexo I da Lei nº 9.034 de 27-12-1994.

370 Os planos de saneamento estão previstos na Lei nº 11.445, de 5-1-2007, que


371 dispõe sobre as diretrizes nacionais para o saneamento básico. Essa lei, que revogou
372 a norma anterior – Lei nº 6.528, de 11-5-1978, veio estabelecer, após longo período de
373 discussões em nível nacional, uma política pública para o setor do saneamento, com
374 vistas a estabelecer a sua base de princípios, a identificação dos próprios serviços, as
375 diversas formas de sua prestação, a obrigatoriedade do planejamento e da regulação,
376 o âmbito da atuação do titular dos serviços, assim como a sua sustentabilidade
377 econômico-financeira, além de dispor sobre o controle social da prestação.

378 Vale dizer que, com a edição dessa lei abriram-se, sob o aspecto institucional, novos
379 caminhos para a prestação dos serviços de saneamento básico e também para o
380 alcance dos objetivos ambientais e de saúde pública que envolvem a matéria.
381 Evidentemente, um longo caminho existe entre a edição da lei e a efetiva melhoria dos
382 níveis de qualidade ambiental desejados. Os planos de saneamento básico consistem,
383 dessa forma, em um dos instrumentos de alcance da efetividade da norma, conforme
384 será detalhado adiante.

385 Também será objeto de análise a Lei nº 11.107/07, que dispõe sobre os consórcios
386 públicos e que veio apresentar novos arranjos institucionais para a execução de
387 atividades inerentes aos Poderes Públicos, como é o caso do saneamento básico,
388 tanto no que se refere ao exercício da titularidade como à prestação dos serviços.

389 Com a edição da Lei nº 12.305, de 2-8-2010, que institui a Política Nacional de
390 Resíduos Sólidos, e considerando a forte interação entre essa norma e a Lei de
391 saneamento, serão verificados alguns conceitos aplicáveis aos municípios, no que se
392 refere aos planos de resíduos sólidos.

393 Serão abordados ainda dois temas fundamentais: a titularidade e a prestação dos
394 serviços. Em relação à titularidade, será verificado no que consiste essa atividade e as
395 formas legalmente previstas para o seu exercício. Quanto à prestação dos serviços de
396 saneamento básico cabe estudar as diversas formas de prestação, incluindo a
397 prestação regionalizada, modalidade prevista na Lei nº 11.445/07 e se caracteriza
398 pelas seguintes situações:

399 um único prestador do serviço para vários Municípios, contíguos ou não;

400 uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, inclusive de sua


401 remuneração;

402 compatibilidade de planejamento3.

403

3 Lei nº 11.445/07, art. 14.

20
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SANEAMENTO E ENERGIA

404

405 3.2. ABRANGÊNCIA DOS SERVIÇOS

406 A Lei nº 11.445/07 define, como serviços de saneamento básico, as infra-estruturas e


407 instalações operacionais de quatro categorias:
408 a. abastecimento de água potável;
409 b. esgotamento sanitário;
410 c. limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
411 d. drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

412 3.2.1 Abastecimento de Água Potável

413 O abastecimento de água potável é constituído pelas atividades, infra-estruturas e


414 instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação
415 até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição 4. Isso significa a
416 captação em um corpo hídrico superficial ou subterrâneo, o tratamento, a reservação e
417 a adução até os pontos de ligação e é um forte indicador do desenvolvimento de um
418 país, principalmente pela sua estreita relação com a saúde pública e o meio ambiente.

419 Para o abastecimento público, visando prioritariamente ao consumo humano, são


420 necessários mananciais protegidos e uma qualidade compatível com os padrões de
421 potabilidade legalmente fixados, sob pena de ocorrência de diversas doenças, como
422 diarréia, cólera etc. No que se refere à diluição de efluentes, muitas vezes lançados
423 ilegalmente in natura e sem o adequado tratamento pelos serviços de abastecimento
424 de água e esgotamento sanitário, a poluição dos corpos hídricos compromete as
425 captações de água das cidades que se encontram a jusante.

426 É dever do Poder Público garantir o abastecimento de água potável à população,


427 obtida dos rios, reservatórios ou aquíferos. A água derivada dos mananciais para o
428 abastecimento público deve possuir condições tais que, mediante tratamento, em
429 vários níveis, de acordo com a necessidade, possa ser fornecida à população nos
430 padrões legais de potabilidade, sem qualquer risco de contaminação. Os serviços de
431 água e esgotamento sanitário, essenciais em todos os centros urbanos, usam a água
432 de duas formas: para o abastecimento e para a diluição de efluentes. O fator captação
433 da água encontra-se estreitamente ligado à idéia do lançamento das águas servidas.
434 Parte da água captada é devolvida ao corpo hídrico, após o uso, o que implica que a
435 água servida deve submeter-se a tratamento antes da devolução, para que não
436 prejudique a qualidade desse receptor.

4 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, a.

21
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SANEAMENTO E ENERGIA

437 Os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade


438 da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são competência da
439 União, vigorando a Portaria nº 518, de 25-3-2004, do Ministério da Saúde, que aprovou
440 a Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano.

441 O Decreto nº 5.440, de 4-5-2005, que estabelece definições e procedimentos sobre o


442 controle de qualidade da água de sistemas de abastecimento e institui mecanismos e
443 instrumentos para divulgação de informação ao consumidor sobre a qualidade da água
444 para consumo humano, fixa, em seu Anexo – Regulamento Técnico sobre Mecanismos
445 e Instrumentos para Divulgação de Informação ao Consumidor sobre a Qualidade da
446 Água para Consumo Humano, as seguintes definições:

447 água potável – água para consumo humano cujos parâmetros


448 microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de
449 potabilidade e que não ofereça riscos à saúde5;

450 sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação


451 composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à
452 produção e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a
453 responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de
454 concessão ou permissão6;

455 solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – toda


456 modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de
457 abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário,
458 distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e
459 vertical7;

460 controle da qualidade da água para consumo humano – conjunto de


461 atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação
462 de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a
463 verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a
464 manutenção desta condição8;

465 vigilância da qualidade da água para consumo humano – conjunto de ações


466 adotadas continuamente pela autoridade de saúde pública, para verificar se a
467 água consumida pela população atende a esta norma e para avaliar os riscos
468 que os sistemas e as soluções alternativas de abastecimento de água
469 representam para a saúde humana9.

5 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, I.


6 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, II.
7 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, III.
8 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, IV.
9 Decreto nº 5.440/05, art. 4º, V.

22
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470 3.2.2. Esgotamento Sanitário

471 O esgotamento sanitário constitui-se pelas atividades, infra-estruturas e instalações


472 operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos
473 esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
474 ambiente10.

475 Os esgotos urbanos lançados in natura, principalmente em rios, têm sido fonte de
476 preocupação dos governos e da atuação do Ministério Público, pela poluição da água
477 ou, no mínimo, pela alteração de sua qualidade, principalmente no que toca ao
478 abastecimento das populações a jusante. Certamente, o índice de poluição que o
479 lançamento de esgotos provoca no corpo receptor depende de outras condições, como
480 a vazão do rio, o declive, a qualidade do corpo hídrico, a natureza dos dejetos etc. Mas
481 estará sempre degradando, em maior ou menor grau, a qualidade das águas, o que
482 repercute diretamente na quantidade de água disponível ao abastecimento público.

483 E, para que essa água se torne potável, mais complexo – e caro – será o seu
484 tratamento. Ou seja, a disponibilidade de água para o abastecimento público depende,
485 entre outros fatores, do tratamento dos esgotos domésticos, questão que o país ainda
486 não conseguiu equacionar. A aplicação da Lei nº 11.445/07 pode vir a modificar essa
487 situação. Daí a importância dos planos de saneamento, entre outros instrumentos da
488 política de saneamento.

489 Tanto o abastecimento de água como o esgotamento sanitário, pela complexidade da


490 prestação, custos de obras – Estações de Tratamento de Água – ETA e Estações de
491 Tratamento de Esgotos – ETE, redes, ligações, observância das normas e padrões de
492 potabilidade – possuem um sistema de cobrança direta do usuário, por meio de tarifas
493 e preços públicos. A Lei de Saneamento determina, nesse sentido, que os serviços
494 terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
495 mediante remuneração pela cobrança dos serviços de abastecimento de água e
496 esgotamento sanitário preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos,
497 que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos
498 conjuntamente11.

499 3.2.3. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

500 A limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, considerados juridicamente como


501 elementos integrantes do saneamento básico, representam o conjunto de atividades,
502 infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento
503 e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de
504 logradouros e vias públicas12.

505 A limpeza urbana, de competência municipal, é outra fonte de inúmeros problemas


506 ambientais e de saúde pública, quando prestada de forma inadequada. Cabe também
507 ao Poder Público garantir a coleta, o transporte e o lançamento do lixo em aterros
10 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, b.
11 Lei nº 11.445/07, art. 29, I.
12 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, c.

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508 sanitários adequados, devidamente licenciados, que impeçam a percolação do


509 chorume – “líquido de elevada acidez, resultante da decomposição de restos de
510 matéria orgânica, muito comum nas lixeiras” 13 – em lençóis freáticos e a ocorrência de
511 outros danos ao ambiente e à saúde das populações.

512 Na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos


513 urbanos recicláveis ou reutilizáveis, atividades praticadas por associações ou
514 cooperativas, é dispensado o processo de licitação,14 como forma de estimular essa
515 prática ambiental.

516 O serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é


517 composto, assim, pelas seguintes atividades:

518 coleta, transbordo e transporte do lixo doméstico e do lixo originário da


519 varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

520 triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por


521 compostagem, e disposição final do lixo doméstico e do lixo originário da
522 varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

523 varrição, capina e poda de árvores em vias e logradouros públicos e outros


524 eventuais serviços pertinentes à limpeza pública urbana.15

525 Assim como para os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a Lei
526 nº 11.445/07 determina que a limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos urbanos
527 terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
528 mediante remuneração pela cobrança de taxas ou tarifas e outros preços públicos, em
529 conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades16.

530 A Lei nº 12.305/201017, ao instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispõe


531 expressamente sobre a necessidade de articulação dessa norma com a Lei nº
532 11.445/07, entre outras leis18. Cabe ressaltar que a nova norma trata de questões que
533 impactam os sistemas vigentes nos serviços de limpeza urbana, na medida em que
534 estabelece, em seus objetivos, “a não geração, redução, reutilização, reciclagem e
535 tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente
536 adequada dos rejeitos”, que por sua vez significa a “distribuição ordenada de rejeitos
537 em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou
538 riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
539 adversos”19.

13 FORNARI NETO, Ernani. Dicionário prático de ecologia. São Paulo: Aquariana, 2001, p. 54.
14 Lei nº 8.666/93, art. 24, XXVII.
15 Lei nº 11.445/07, art. 7º.
16 Lei nº 11.445/07, art. 29, II.
17 A Lei nº 12.305/10 entrou em vigor na data de sua publicação, mas a vigência do disposto nos artigos 16 e 18 ocorrerá em dois anos da referida publicação.
18 Lei nº 12.305/10, art. 5º.
19 Lei nº 12.305/10, art. 3º,VIII.

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540 3.2.4. Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas

541 Já a drenagem e manejo das águas pluviais urbanas consistem no conjunto de


542 atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas
543 pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de
544 cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas 20.
545 Possui uma forte relação com os demais serviços de saneamento básico, pois os
546 danos causados por enchentes tornam-se mais ou menos graves proporcionalmente à
547 eficiência dos outros serviços de saneamento. Águas poluídas por esgoto ou por lixo na
548 ocorrência de enchentes aumentam os riscos de doenças graves, piorando as
549 condições ambientais e a qualidade de vida das pessoas.

550 Nos termos da lei do saneamento, os serviços de manejo de águas pluviais urbanas
551 terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível,
552 mediante remuneração pela cobrança dos serviços na forma de tributos, inclusive
553 taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades21.

554 3.3. TITULARIDADE DOS SERVIÇOS

555 3.3.1. Essencialidade

556 Teoricamente, o que distingue e caracteriza o serviço público das demais atividades
557 econômicas é o fato de ele ser essencial para a comunidade. A sua falta, ou a
558 prestação insuficiente ou inadequada podem causar danos a pessoas e a bens.

559 Por essa razão, a prestação do serviço público é de titularidade do Poder Público,
560 responsável pelo bem estar social. Trata-se, pois, de um “serviço público, prestado pela
561 Administração ou por seus delegados, de acordo com normas e sob o controle do
562 Estado, para satisfazer as necessidades da coletividade ou a conveniência do
563 Estado”.22

564 Cabe salientar que a ação de saneamento executada por meio de soluções individuais
565 não se caracteriza como serviço público quando o usuário não depender de terceiros
566 para operar os serviços, da mesma forma que as ações e serviços de saneamento
567 básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de
568 responsabilidade do gerador.23

569 3.3.2. Titularidade do Saneamento na UGRHI em Estudo

570 Todo serviço público, por ser essencial, se encontra sob a responsabilidade de um ente
571 de direito público: União, Estado Distrito Federal ou Município. Essa repartição de
572 competências para cada serviço é estabelecida pela Constituição Federal. Assim, por
573 exemplo, os serviços públicos de energia elétrica são de titularidade da União,
574 conforme estabelece o art. 21, XII, b. Os serviços públicos relativos ao gás canalizado

20 Lei nº 11.445/07, art. 3º, I, b.


21 Lei nº 11.445/07, art. 29, II.
22 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 329.
23 Lei nº 11.455/07, art. 5º.

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575 competem aos Estados, em face do art. 25, II. Já os serviços públicos de titularidade
576 dos Municípios não estão descritos na Constituição, que apenas determina, para esses
577 entes federados, a prestação de serviços públicos de “interesse local”, diretamente ou
578 sob o regime de concessão ou permissão.24

579 Embora não haja qualquer dúvida quanto à titularidade dos municípios no que se refere
580 aos serviços de limpeza urbana e drenagem, em relação ao saneamento, há, porém,
581 uma discussão entre Estados e Municípios que tramita no Supremo Tribunal Federal,
582 ainda sem solução25..

583 Paralelamente, a CF/88 transferiu aos Estados a competência para instituir regiões
584 metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, agrupando Municípios
585 limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
586 públicas de interesse comum.26

587 Em tese, os serviços de saneamento em cidades localizadas em regiões


588 metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões, seriam de titularidade
589 estadual, cabendo aos Estados assumir a titularidade nas hipóteses do art. 25, § 3º.
590 Contudo, muitos serviços de saneamento vêm sendo prestados por Municípios
591 localizados em regiões metropolitanas, situação que permanece ao longo de décadas.
592 Quando da promulgação da Constituição de 1988, não se alterou o que era já uma
593 tradição.

594 Diante desse impasse, e da indefinição do STF na solução da matéria, a Lei federal nº
595 11.107, de 6-4-2005 – Lei de Consórcios Públicos – veio alterar esse quadro,
596 estabelecendo novos arranjos institucionais para a prestação de serviços públicos,
597 inclusive os se saneamento básico, que tiram o foco da questão da titularidade. No
598 novo modelo, os entes federados podem fazer parte de um único consórcio, o qual
599 contratará os serviços e exercerá o papel de concedente, por delegação, através de lei.

600 A Lei nº 11.445/07, adotando essa linha, não define expressamente o titular do serviço,
601 prevendo apenas que este poderá delegar a organização, a regulação, a fiscalização e
602 a prestação dos serviços, mediante contrato ou convênio, a outros entes federativos,
603 nos termos do art. 24127 da Constituição Federal e da Lei nº 11.107/05. Cabe lembrar
604 que a delegação também pode ser concedida ao particular, nos moldes da Lei nº
605 8.987/95.

606 No caso da UGRHI objeto deste estudo, que se encontram fora de regiões
607 metropolitanas, não há dúvida de que os municípios são os titulares de todos os
608 serviços de saneamento básico28 e responsáveis pelos planos municipais de

24 CF/88, art. 30, V.


25 ADI/1842 – Ação Direta de Inconsticionalidade.
26 CF/88, art. 25, § 3º.
27 “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos.” Redação da EC nº 19/98.
28 A discussão acerca da titularidade – entre Estado e Municípios, sobretudo em Regiões Metropolitanas - foi uma das causas do atraso no consenso necessário à aprovação
da política nacional do saneamento.

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609 saneamento além de todas as outras ações relativas à sua correta prestação, com os
610 seguintes objetivos: cidade limpa, livre de enchentes, com esgotos coletados e tratados
611 e água fornecida a todos nos padrões legais de potabilidade.

612 3.3.3. Atribuições do Titular

613 É importante verificar no que consiste a titularidade de um serviço público. Já foi visto
614 que sua característica básica é o fato de ser essencial para a sociedade constituindo,
615 por essa razão, competência do Poder Público, responsável pela administração do
616 Estado. De acordo com o art. 9º da Lei nº 11.445/07, o titular dos serviços – no caso
617 presente, o município - formulará a respectiva política pública de saneamento
618 básico, devendo, para tanto, cumprir uma série de atribuições.

619 Essas atribuições referem-se ao planejamento dos serviços, sua regulação, a


620 prestação propriamente dita e a fiscalização. Cada uma dessas atividades é distinta
621 das outras, com características próprias. Mas todas se interrelacionam e são
622 obrigatórias para o município, já que a Lei nº 11.445/07 determina expressamente as
623 ações correlatas ao exercício da titularidade, conforme segue29:

624 I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei;

625 II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente


626 responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos
627 de sua atuação;

628 III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde


629 pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para
630 abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à
631 potabilidade da água;

632 IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários;

633 V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do


634 caput do art. 3o da Lei nº 11.445/07;

635 VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o


636 Sistema Nacional de Informações em Saneamento;

637 VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da
638 entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos
639 documentos contratuais.

640 Cabe ressaltar que o Município, sendo o titular dos serviços, pode e deve exercer todas
641 as atividades relativas a essa titularidade – organização (planejamento), regulação,
642 fiscalização e prestação dos serviços - ou delegá-las a terceiros, por meio de
643 instrumentos jurídicos próprios, de acordo com o que a lei determina.

29 Lei nº 11.445/07, no art. 9º.

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644 3.3.3.1. Planejamento

645 A organização ou planejamento consiste no estudo e na fixação das diretrizes e metas


646 que deverão orientar uma determinada ação. No caso do saneamento, é preciso
647 planejar como será feita a prestação dos serviços de saneamento, de acordo com as
648 características e necessidades locais, com vistas a garantir que essa prestação
649 corresponda a resultados positivos, no que se refere à melhoria da qualidade ambiental
650 e da saúde pública. O planejamento também corresponde ao princípio da eficiência 30,
651 pois direciona o uso racional dos recursos públicos. Nessa linha, a Lei nº 11.445/07
652 menciona expressamente os princípios da eficiência e da sustentabilidade
653 econômica como fundamentos da prestação dos serviços de saneamento básico31.

654 Elaborar os planos de saneamento básico constitui um dos deveres do titular dos
655 serviços32. A elaboração desses planos se encontra no âmbito das atribuições legais
656 do município. Segundo a Lei nº 11.445/07, em seu art. 19, a prestação de serviços
657 públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser específico para cada
658 serviço – abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem.

659 O conteúdo mínimo estabelecido para os planos de saneamento é bastante abrangente


660 e não se limita a um diagnóstico e ao estabelecimento de um programa para o futuro.
661 Evidentemente, é prevista a elaboração de um diagnóstico da situação e de seus
662 impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários,
663 epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das
664 deficiências detectadas33. É necessário o conhecimento da situação ambiental, de
665 saúde pública, social e econômica do Município, verificando os impactos dos serviços
666 de saneamento nesses indicadores.

667 A partir daí, cabe traçar os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a
668 universalização34, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a
669 compatibilidade com os demais planos setoriais. Cabe lembrar que o princípio da
670 universalização dos serviços, previsto no art. 2º da lei de saneamento, consiste na
671 ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento
672 básico35, de modo que, conforme as metas estabelecidas, a totalidade da população
673 tenha acesso ao saneamento.

674 Uma vez estabelecidos os objetivos e metas para a universalização dos serviços, cabe
675 ao plano a indicação de programas, projetos e ações necessárias para atingir os
676 objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e
677 com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de
678 financiamento.

30 Previsto na Constituição Federal de 1988, art. 37.


31 Lei nº 11.445/07, art. 2º, VII.
32 Lei nº 11.455/07, art. 9º, I.
33 Lei nº 11.445/07, art. 19, I.
34 A universalização do acesso aos serviços de saneamento consiste em um dos pilares da política nacional de saneamento, nos termos do art. 2º, I da Lei nº 11.445/07.
35 Lei nº 11.445/07, art. 3º, III.

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679 Os planos de saneamento básico devem estar articulados com outros estudos
680 efetuados e que abranjam a mesma região. Nos termos da lei, os serviços de
681 saneamento básico serão prestados com base, entre outros princípios, na articulação
682 com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à
683 pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras
684 de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as
685 quais o saneamento básico seja fator determinante36.

686 Essa articulação deve ser considerada na elaboração dos planos de saneamento, com
687 vistas a integrar as decisões sobre vários temas, mas que na prática, acabam por
688 impactar o mesmo território.

689 Embora a lei não mencione expressamente, deve haver uma correspondência
690 necessária do plano de saneamento com o Plano Diretor, instrumento básico da
691 política de desenvolvimento urbano, objeto do art. 182 da Constituição37. Nos termos
692 desse dispositivo, o Plano Diretor constitui lei municipal e é o instrumento básico da
693 política de desenvolvimento e de expansão urbana38.

694 Um ponto fundamental, nesse passo, consiste no fato de que a lei de saneamento, nos
695 termos do seu art. 19, § 3º, estabelece que os planos de saneamento básico
696 deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográficas em que
697 estiverem inseridos. O Município não é detentor do domínio da água, mas sua atuação
698 é fundamental na proteção desse recurso. O lixo e o esgoto doméstico, gerados nas
699 cidades, são fontes importantes de poluição dos recursos hídricos.

700 Embora o Município seja um ente federado autônomo, a norma condiciona o


701 planejamento municipal, ainda que no tocante ao saneamento, a um plano de caráter
702 regional, qual seja o da bacia hidrográfica39 em que se localiza o Município. Essa regra
703 é de extrema importância, pois é por meio dela que se fundamenta a necessidade de
704 os Municípios considerarem, em seu planejamento, fatores externos ao seu território
705 como, por exemplo, a bacia hidrográfica.

706 Ainda na linha de projetos e ações a serem propostos, a lei prevê a indicação, no plano
707 de saneamento, de ações para emergências e contingências. Merece destaque o
708 item que prevê, como conteúdo mínimo dos planos de saneamento, mecanismos e
709 procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
710 programadas40. Trata-se de um avanço na legislação, pois estabelece, desde logo,
711 que o conteúdo do plano deve ser cumprido, com a devida indicação de como aferir
712 esse cumprimento.

713 Nota-se que os planos de saneamento, pelo conteúdo mínimo exigido na lei,
714 extrapolam o planejamento puro e simples, na medida em que estabelecem, desde

36 Lei nº 11.445/07, art. 2º, VI.


37 CF/88, art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
38 CF/88, art. 182, § 1º.
39 Ou Unidade de Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI.
40 Lei nº 11.445/07, art. 19, V.

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715 logo, as metas a serem cumpridas na prestação dos serviços, as ações necessárias ao
716 cumprimento dessas metas e ainda os correspondentes mecanismos de avaliação. No
717 próprio plano, dessa forma, são impostos os resultados a serem alcançados.

718 Tendo em vista a necessidade de correções e atualizações a serem feitas, em


719 decorrência tanto do desenvolvimento das cidades, como das questões técnicas
720 surgidas durante a implantação do plano, os planos de saneamento básico vem ser
721 revistos periodicamente, em prazo não superior a 4 anos, anteriormente à elaboração
722 do Plano Plurianual41.

723 No que se refere ao controle social, a lei determina a “ampla divulgação das propostas
724 dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamentem, inclusive com a
725 realização de audiências ou consultas públicas”42.

726 No que diz respeito à área de abrangência, o plano municipal de saneamento básico
727 deverá englobar integralmente o território do município43.

728 O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer ao plano de


729 saneamento básico elaborado para o conjunto de Municípios atendidos44.

730 3.3.3.2. Regulação e Fiscalização

731 Regulação é todo e qualquer ato, normativo ou não, que discipline ou organize um
732 determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade,
733 impacto sócio-ambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por
734 sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços
735 públicos45.

736 É inerente ao titular dos serviços públicos a regulação de sua prestação, o que implica
737 o estabelecimento de normas específicas, garantindo que a sua prestação seja
738 adequada às necessidades locais já verificadas no planejamento dos serviços,
739 considerada a universalização do acesso. Uma vez estabelecidas as normas, faz parte
740 do universo das ações a cargo do titular fiscalizar o cumprimento das normas pelo
741 prestador dos serviços.

742 Conforme já mencionado, o planejamento e regulação encontram-se estreitamente


743 relacionadas, lembrando que cada atribuição correspondente à titularidade -
744 planejamento, regulação, fiscalização e a prestação dos serviços, embora possuam
745 características específicas, formam um todo articulado, mas não necessariamente
746 prestados pela mesma pessoa. Daí a idéia de que deve haver uma distinção entre a
747 figura do prestador e do regulador dos serviços, para que haja mais eficiência,
748 liberdade e controle, embora ambas as atividades se reportem aos titular. Nessa linha,
749 a Lei prevê que o exercício da função de regulação atenderá aos princípios da

41 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 4o.


42 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 5o.
43 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 8o.
44 Lei nº 11.445/07, art. 17.
45 Decreto nº 6.017/05, art. 2º, XI.

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750 independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira


751 da entidade reguladora e da transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das
752 decisões46.

753 O art. 22. da Lei nº 11.445/07 estabelece como objetivos da regulação:

754 I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a
755 satisfação dos usuários;

756 II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

757 III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos
758 órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência;

759 IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos
760 contratos como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a
761 eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos
762 de produtividade.

763 Note-se que esses objetivos dizem respeito ao planejamento e à regulação dos
764 serviços, na medida em que tratam tanto da fixação de padrões e normas relativas à
765 adequada prestação dos serviços47 como à garantia de seu cumprimento. Além disso,
766 a regulação inclui o controle econômico financeiro dos contratos de prestação de
767 serviços regulados, buscando-se a modicidade das tarifas, eficiência e eficácia dos
768 serviços e ainda a apropriação social dos ganhos da produtividade.

769 Cabe ao titular dos serviços de saneamento a adoção de parâmetros para a garantia
770 do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per
771 capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas
772 à potabilidade da água48. No que se refere aos direitos do consumidor, cabe ao titular
773 dos serviços fixar os direitos e os deveres dos usuários.

774 Um ponto a destacar consiste na obrigação do titular estabelecer mecanismos de


775 controle social, definido como o “conjunto de mecanismos e procedimentos que
776 garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos
777 processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados
778 aos serviços públicos de saneamento básico”49.

779 Cabe também ao titular estabelecer sistema de informações sobre os serviços,


780 articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento 50. Os sistemas de
781 informações se articulam com os planos, na medida em que fornecem informações à

46 Lei nº 11.445/07, art. 21.


47 Segundo o art. 6º, § 1o da Lei nº 8.97/95, serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade,
cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
48 Lei nº 11.445/07, art. 9º, III.
49 Lei nº 11.445/07, art. 3º, IV.
50 Lei nº 11.445/07, art. 9º, VII.

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782 sua elaboração e, ao mesmo tempo, são alimentados pelas novas informações obtidas
783 na elaboração desses planos.

784 Cabe também ao titular dos serviços intervir e retomar a operação dos serviços
785 delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em
786 lei e nos documentos contratuais.

787 Na prestação regionalizada, as atividades de regulação e fiscalização poderão ser


788 exercidas por órgão ou entidade de ente da Federação a que o titular tenha delegado o
789 exercício dessas competências por meio de convênio de cooperação entre entes da
790 Federação, obedecido o disposto no art. 241 da Constituição Federal e por consórcio
791 público de direito público integrado pelos titulares dos serviços 51. E, no exercício das
792 atividades de planejamento dos serviços, o titular poderá receber cooperação técnica
793 do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores52.

794 Na prestação regionalizada, a entidade de regulação deverá instituir regras e critérios


795 de estruturação de sistema contábil e do respectivo plano de contas, de modo a
796 garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos serviços estejam em
797 conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei53.

798 3.3.4. Formas de Exercício da Titularidade dos Serviços

799 As atividades de regulação, prestação dos serviços e seu controle, inerentes ao titular,
800 podem ser efetuadas por ele ou transferidas a terceiros, pessoa jurídica de direito
801 público ou de direito privado, conforme será verificado adiante.

802 O exercício da titularidade consiste em uma obrigação. Por mais óbvias que sejam as
803 atividades necessárias para que se garanta o atendimento da população, essas
804 atividades devem estar descritas em uma norma ou em um contrato. Sem a fixação das
805 atividades a serem realizadas, não há como exigir do prestador o seu cumprimento de
806 modo objetivo.

807 Essa é uma crítica que se faz aos casos em que os serviços são prestados diretamente
808 pela municipalidade, por intermédio dos Departamentos de Água e Esgoto e das
809 autarquias especialmente criadas por lei para a prestação desses serviços. A questão
810 que se coloca é que o titular dos serviços - Município - não estabeleceu as regras a
811 serem cumpridas, nem mesmo nas leis de criação dos SAAES. Além disso, em se
812 tratando de órgãos e entidades da administração municipal, existe uma coincidência
813 entre o responsável pela prestação dos serviços e o responsável pelo controle e
814 fiscalização. Cabe ponderar que raramente se encontra uma regulação municipal
815 estabelecida para os serviços nessas categorias.

816 Na legislação aplicável à criação e implantação desse modelo – DAE e SAAE -, não se
817 cogitava de estabelecer a regulação nem fixar normas para a equação econômico-
818 financeira dos serviços baseada na cobrança de tarifa e preços públicos e muito menos
51 Lei nº 11.445/07, art. 15.
52 Lei nº 11.445/07, art. 15, parágrafo único.
53 Lei nº 11.445/07, art. 18, parágrafo único.

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SECRETARIA DE
SANEAMENTO E ENERGIA

819 a universalização do acesso era tratada como uma meta a ser atingida
820 obrigatoriamente.

821 Daí o estabelecimento, nos últimos anos, de novos modelos institucionais de prestação
822 dos serviços e mesmo do exercício da titularidade, com o objetivo de tornar mais
823 eficiente a prestação dos serviços de saneamento básico.

824 3.3.4.1.Delegação à Agência Reguladora

825 A Lei nº 11.445/07 permite que a regulação de serviços públicos de saneamento básico
826 seja delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída dentro dos
827 limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma
828 de atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes
829 envolvidas54.

830 O Estado de São Paulo instituiu, pela Lei Complementar nº 1.025, de 7-12-2007,
831 regulamentada pelo Decreto nº 52.455, de 7-12-2007, a Agência Reguladora de
832 Saneamento e Energia - ARSESP, entidade autárquica e vinculada à Secretaria de
833 Saneamento e Energia do Estado de São Paulo. Em relação ao Saneamento, cabe à
834 ARSESP regular e fiscalizar os serviços de titularidade estadual, assim como aqueles,
835 de titularidade municipal, que venham a ser delegados à ARSESP pelos municípios
836 paulistas que manifestarem tal interesse 55.

837 Isso significa que, mesmo nos casos em que a titularidade dos serviços de saneamento
838 pertença aos municípios, como é o caso vigente na UGRHI em estudo, podem esses
839 entes celebrar convênio com ARSESP, no qual são delegadas a essa agência as
840 competências do titular dos serviços de saneamento no que se refere à regulação e à
841 fiscalização.

842 No caso dos municípios que concederam os serviços de saneamento – água e


843 esgotamento sanitário - à SABESP, por contrato de programa, ou concessão a
844 particular, esses entes poderão celebrar convênio de cooperação com a ARSESP, mas
845 não estão obrigados a fazê-lo, pois o modelo é flexível. Apenas a Lei Complementar
846 Estadual 1.025/07 exige, todavia, que a celebração do convênio de cooperação seja
847 precedida pela apresentação de laudo que ateste a viabilidade econômico-financeira
848 dos serviços56.

54 Lei nº 11.445/07, art. 23, § 1º.


55 A ARSESP é a nova denominação da Comissão de Serviços Públicos de Energia CSPE, que teve as suas competências estendidas para o saneamento básico.
56 Artigo 45 - Fica o Poder Executivo do Estado de São Paulo, diretamente ou por intermédio da ARSESP, autorizado a celebrar, com Municípios de seu território,
convênios de cooperação, na forma do artigo 241 da CF/88, visando à gestão associada de serviços de saneamento básico, pelos quais poderão ser delegadas ao Estado,
conjunta ou separadamente, as competências de titularidade municipal de regulação, fiscalização e prestação desses serviços.
§ 1º - Na hipótese de delegação ao Estado da prestação de serviços de saneamento básico, o prestador estadual celebrará contrato de programa com o Município, no qual
serão fixadas tarifas e estabelecidos mecanismos de reajuste e revisão, observado o artigo 13 da Lei nº 11.107/05, e o Plano de Metas Municipal de Saneamento.
§ 2º - As tarifas a que se refere o § 1º deste artigo deverão ser suficientes para o custeio e a amortização dos investimentos no prazo contratual, ressalvados os casos de
prestação regionalizada, em que esse equilíbrio poderá ser apurado considerando as receitas globais da região.
§ 3º - As competências de regulação e fiscalização delegadas ao Estado serão exercidas pela ARSESP,... vedada a sua atribuição a prestador estadual, seja a que título for.

33
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SANEAMENTO E ENERGIA

849 3.3.4.2. Delegação a Consórcio Público

850 A figura do consórcio público encontra-se prevista no art. 241 da Constituição Federal
57
851 e seu regime jurídico foi fixado pela Lei nº 11.107, de 6-04-2005, regulamentado pelo
852 Decreto nº 6.017, de 17-1-2007.

853 Consórcio público é “pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação,
854 na forma da Lei nº 11.107/05, para estabelecer relações de cooperação federativa,
855 inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação
856 pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como
857 pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”58.

858 Somente podem participar como consorciados do consórcio público os entes


859 Federados: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, não podendo nenhum ente
860 da Federação ser obrigado a se consorciar ou a permanecer consorciado. Sua
861 constituição pode ocorrer de uma única vez ou paulatinamente, mediante a adesão dos
862 consorciados ao longo do tempo. No presente caso, os formatos podem ser: 1. Estado
863 e Município e 2. somente municípios.

864 Os objetivos do consórcio público são determinados pelos entes da Federação que se
865 consorciarem59. Entre os objetivos do consórcio60 encontra-se “a gestão associada de
866 serviços públicos”, que significa “a associação voluntária de entes federados, por
867 convênio de cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da
868 Constituição Federal”61.

869 O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá da prévia
870 subscrição de protocolo de intenções62 o que envolve as seguintes fases: 1. subscrição
871 de protocolo de intenções63; 2. publicação do protocolo de intenções na imprensa
872 oficial64; 3. promulgação da lei por parte de cada um dos partícipes, ratificando, total ou
873 parcialmente, o protocolo de intenções65 ou disciplinando a matéria66 e 4. celebração
874 do contrato67.

§ 4º - Quando o convênio de cooperação estabelecer que a regulação ou fiscalização de serviços delegados ao prestador estadual permaneçam a cargo do Município, este
deverá exercer as respectivas competências por meio de entidade reguladora que atenda ao disposto no artigo 21 da Lei nº 11.445/07, devendo a celebração do convênio ser
precedida da apresentação de laudo atestando a viabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços.
§ 5º - Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, a ARSESP poderá atuar como árbitro para solução de divergências entre o prestador de serviços e o poder concedente.
57 “Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos.” Redação da EC nº 19/98.
58 Decreto nº 6.017/07, art. 2º, I.
59 Lei nº 11.107/05, art. 2º.
60 Decreto nº 6.017/07, art. 3º, I.
61 Lei nº 11.445/07, art. 3º, II.
62 Lei nº 11.107/05, art. 3º.
63 Lei nº 11.107/05, art. 3º.
64 Lei nº 11.107/05, art. 4º, § 5º.
65 Lei nº 11.107/05, art. 5º.
66 Lei nº 11.107/05, art. 4º, § 4º.
67 Lei nº 11.107/05, art. 3º.

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SANEAMENTO E ENERGIA

875 O protocolo de intenções é o contrato preliminar, resultado de uma ampla negociação


876 política entre os entes federados que participarão do consórcio. É nele que as partes
877 contratantes definem todas as condições e obrigações de cada um e, uma vez
878 ratificado mediante lei, converte-se em contrato de consórcio público.

879 3.4. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS: MODELOS INSTITUCIONAIS

880 O titular – Município - pode prestar diretamente os serviços de saneamento ou autorizar


881 a delegação dos mesmos, definindo o ente responsável pela sua regulação e
882 fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação68. Releva notar que “a
883 delegação de serviço de saneamento básico não dispensa o cumprimento pelo
884 prestador do respectivo plano de saneamento básico em vigor à época da
885 delegação”69. Desse modo, havendo qualquer ato ou contrato de delegação, cabe ao
886 prestador cumprir o plano de saneamento em vigor na época da edição desse ato ou
887 mesmo contrato.

888 No quadro jurídico-institucional vigente, os serviços de saneamento são prestados


889 segundo os modelos a seguir descritos. Em geral, a prestação de tais serviços é feita
890 por pessoas distintas, muitas vezes em arranjos institucionais diferentes, dentro das
891 possibilidades oferecidas pela legislação em vigor. Dessa forma, para tornar mais claro
892 o texto, optou-se por tratar dos modelos institucionais e, em cada um, aborda cada tipo
893 de serviço, quando aplicável.

894 A prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico poderá ser


895 realizada por órgão, autarquia, fundação de direito público, consórcio público, empresa
896 pública ou sociedade de economia mista estadual, do Distrito Federal, ou municipal, na
897 forma da legislação ou empresa a que se tenham concedido os serviços 70. Os
898 prestadores que atuem em mais de um Município ou que prestem serviços públicos de
899 saneamento básico diferentes em um mesmo Município manterão sistema contábil que
900 permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada serviço
901 em cada um dos Municípios atendidos e, se for o caso, no Distrito Federal71.

902 3.4.1. Prestação Direta pela Prefeitura Municipal

903 Os serviços são prestados por um órgão da Prefeitura Municipal, sem personalidade
904 jurídica e sem qualquer tipo de contrato, já que, nessa modalidade, as figuras de titular
905 e de prestador dos serviços se confundem em um único ente – o Município. A Lei nº
906 11.445/07 dispensa expressamente a celebração de contrato para a prestação de
907 serviços por entidade que integre a administração do titular72.

908 Os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são prestados, em


909 vários Municípios, por Departamentos de Água e Esgoto, órgãos da Administração

68 Lei nº 11.445/07, art. 9º, II.


69 Lei nº 11.445/07, art. 19, § 6o .
70 Lei nº 11.445/07, art. 16.
71 Lei nº 11.445/07, art. 18.
72 Lei nº 11.445/07, art. 10.

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SANEAMENTO E ENERGIA

910 Direta Municipal. A remuneração ao Município, pelos serviços prestados, é efetuada


911 por meio da cobrança de taxa ou tarifa. Em geral, tais serviços restringem-se ao
912 abastecimento de água, à coleta e ao afastamento dos esgotos. Não há um registro
913 histórico importante de tratamento de esgoto nesse modelo, situação que, nos últimos
914 anos, vem sendo alterada graças à atuação do Ministério Público fundamentada na Lei
915 nº 7.347, de 24/07/85, que dispõe sobre a Ação Civil Pública. Tampouco as tarifas e
916 preços públicos são cobrados com base em uma equação econômico-financeira
917 estabelecida.

918 Os serviços relativos à drenagem e ao manejo das águas pluviais urbanas são em
919 geral prestados de forma direta por secretarias municipais.

920 Os serviços de limpeza urbana são prestados pelo órgão municipal, sem a existência
921 de qualquer contrato.

922 3.4.2. Prestação de Serviços por Autarquias

923 A autarquia é uma entidade da administração pública municipal, criada por lei para
924 prestar serviços de competência da Administração Direta, recebendo, portanto, a
925 respectiva delegação. Embora instituídas para uma finalidade específica, suas
926 atividades e a respectiva remuneração não se encontram vinculadas a uma equação
927 econômico-financeira, pois não há contrato de concessão. Tampouco costuma se
928 verificar, nas respectivas leis de criação, regras sobre sustentabilidade financeira ou
929 regulação dos serviços.

930 Os SAAE – Serviços Autônomos de Água e Esgoto são autarquias municipais com
931 personalidade jurídica própria, autonomia administrativa e financeira, criadas por lei
932 municipal com a finalidade de prestar os serviços de água e esgoto.

933 3.4.3. Prestação por Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista


934 Municipais

935 Outra forma indireta de prestação de serviços pelo Município é a delegação a


936 empresas públicas ou sociedades de economia mista, criadas por lei municipal. Nesses
937 casos, a lei é o instrumento de delegação dos serviços e ainda que haja, como nas
938 autarquias, distinção entre o titular e o prestador dos serviços, tampouco existe
939 regulação para os serviços.

940 3.4.4. Prestação Mediante Contrato

941 De acordo com a Lei nº 11.445/07, a prestação de serviços de saneamento básico,


942 para ser prestada por uma entidade que não integre a administração do titular, quer
943 dizer, que não seja um DAE (administração direta) ou um SAAE (administração
944 indireta), depende da celebração de contrato, sendo vedada a sua disciplina mediante
945 convênios, termos de parceria ou outros instrumentos de natureza precária. 73 Não
946 estão incluídos nessa hipótese os serviços públicos de saneamento básico cuja
947 prestação o Poder Público, nos termos de lei, autorizar para usuários organizados em
73 Lei nº 11.455/07, art. 10, caput.

36
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SANEAMENTO E ENERGIA

948 cooperativas ou associações, desde que limitados a determinado condomínio, e


949 localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa
950 renda, onde outras formas de prestação apresentem custos de operação e manutenção
951 incompatíveis com a capacidade de pagamento dos usuários e os convênios e outros
952 atos de delegação celebrados até 6-4-2005.74

953 3.4.4.1. Condições de Validade dos Contratos

954 Para que os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico sejam
955 válidos, e possam produzir efeitos jurídicos, isto é, o prestador executar os serviços e a
956 Administração pagar de acordo com o que foi contratado, a lei impõe algumas
957 condições, relativas aos instrumentos de planejamento, viabilidade e regulação, além
958 do controle social.

959 Em primeiro lugar, é necessário que tenha sido elaborado o plano de saneamento
960 básico, nos termos do art. 19 da Lei nº 11.445/07. E de acordo com o plano elaborado,
961 deve ser feito um estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da
962 prestação universal e integral dos serviços, de forma a se conhecer o custo dos
963 serviços, ressaltando que deve se buscar a universalidade da prestação.75

964 A partir do plano e do estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira, é preciso


965 estabelecer as normas de regulação dos serviços, devendo tais normas preverem
966 os meios para o cumprimento das diretrizes da Lei de Saneamento e designar uma
967 entidade de regulação e de fiscalização76.

968 A partir daí, cabe realizar audiências e consultas públicas sobre o edital de licitação, no
969 caso de concessão, e sobre a minuta do contrato. Trata-se de uma forma de tornar
970 públicas as decisões do poder municipal, o qual se submete, dessa forma, ao controle
971 social77.

972 Além disso, os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser
973 compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico78, o que corresponde ao
974 estabelecimento da equação econômico-financeira relativa aos serviços.

975 3.4.4.2. Contrato de Prestação de Serviços

976 Além da exigência, em regra, da licitação, a Lei nº 8.666/93 estabelece normas


977 específicas para que se façam o controle e a fiscalização dos contratos, estabelecendo
978 uma série de medidas a serem tomadas pela Administração ao longo de sua execução.
979 Tais medidas referem-se ao acompanhamento, à fiscalização, aos aditamentos, às
980 notificações, à aplicação de penalidades, À eventual rescisão unilateral e ao
981 recebimento do objeto contratado.

74 Lei nº 11.455/07, art. 10º, § 1º.


75 Lei nº 11.445/07, art. 11, II.
76 Lei nº 11.445/07, art. 11, III.
77 Lei nº 11.445/07, art. 11, IV.
78 Lei nº 11.445/07, art. 11§2º

37
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982 O acompanhamento e a fiscalização da execução dos contratos constituem poder-


983 dever da Administração, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse
984 público. Se em uma contratação estão envolvidos recursos orçamentários, é dever da
985 Administração contratante atuar de forma efetiva para que os mesmos sejam aplicados
986 da melhor maneira possível.

987 Quando a Administração Pública celebra um contrato, fica obrigada à observância das
988 regras impostas pela lei, para fiscalizar e controlar a execução do ajuste. Cabe ao
989 gestor de contratos fiscalizar e acompanhar a correta execução do contrato. A
990 necessidade de haver um gestor de contratos é definida expressamente na Lei no
991 8.666/93, em seu art. 67. Segundo esse dispositivo, a execução do contrato deverá ser
992 acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente
993 designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de
994 informações pertinentes a essa atribuição.

995 Esse modelo é utilizado, sobretudo, para a Limpeza Urbana. O modelo é o de contrato
996 de prestação de serviços de limpeza – coleta, transporte e disposição dos resíduos -,
997 poda de árvores, varrição, entre outros itens.

998 No caso da Drenagem Urbana, as obras, quando não realizadas pelos funcionários
999 municipais, são realizadas por empresas contratadas de acordo com a Lei nº 8.666/93.

1000 No caso do abastecimento de água e esgotamento sanitário, a complexidade da


1001 prestação envolve outros fatores, como o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos
1002 e a política tarifária, entre outros fatores, que remetem à contratação por meio de
1003 modelos institucionais específicos.

1004 3.4.4.3. Contrato de Concessão

1005 Concessão de serviço público é o contrato administrativo pelo qual a Administração


1006 Pública delega a um particular a execução de um serviço público em seu próprio nome,
1007 por sua conta e risco. A remuneração dos serviços é assegurada pelo recebimento da
1008 tarifa paga pelo usuário, observada a equação econômico-financeira do contrato.

1009 O art. 175 da Constituição Federal estatui que “incumbe ao Poder Público, na forma da
1010 lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre mediante licitação,
1011 a prestação de serviços públicos. De acordo com o seu parágrafo único, a lei disporá
1012 sobre: 1. o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviço público,
1013 o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de
1014 caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 2. os direitos dos
1015 usuários; 3. política tarifária e 4. obrigação de manter o serviço adequado. As Leis n os
1016 8.987, de 13-2-1995, e 9.074, de 7-7-1995, regulamentam as concessões de serviços
1017 públicos.

1018 Para os contratos de concessão, assim como para os contratos de programa, a Lei
1019 nº 11.445/07 estabelece informações adicionais que devem constar das normas de
1020 regulação, conforme segue: 1. autorização para a contratação, indicando prazos e a
1021 área a ser atendida; 2. inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de
38
SECRETARIA DE
SANEAMENTO E ENERGIA

1022 expansão dos serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da


1023 energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem
1024 prestados; 3. as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas; 4. as
1025 condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos
1026 serviços, em regime de eficiência, incluindo a) o sistema de cobrança e a composição
1027 de taxas e tarifas; b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas; c) a
1028 política de subsídios; d) mecanismos de controle social nas atividades de
1029 planejamento, regulação e fiscalização dos serviços; e) - as hipóteses de intervenção e
1030 de retomada dos serviços79.

1031 3.4.4.4. Contrato de Programa

1032 As Empresas Estaduais de Saneamento Básico – CESB –, criadas no âmbito do


1033 PLANASA – Plano Nacional de Saneamento foram instituídas sob a forma de
1034 sociedades de economia mista, cujo acionista controlador é o governo do respectivo
1035 Estado. É o caso da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -
1036 SABESP, cuja criação foi autorizada pela Lei nº 119, de 29/06/7380, tendo por objetivo
1037 o planejamento, execução e operação dos serviços públicos de saneamento básico em
1038 todo o Estado de São Paulo, respeitada a autonomia dos municípios.

1039 A SABESP é concessionária de serviços públicos de saneamento. Para tanto, atua


1040 como concessionária, sendo que parte desses contratos remonta à década de setenta,
1041 pelo prazo de trinta anos, o que significa que alguns já estão renegociados e outros em
1042 fase de nova negociação por meio dos chamados “contratos de programa”
1043 celebrados com os Municípios.

1044 3.4.4.5. Empresa Privada

1045 O fundamento legal para a contratação de uma entidade privada pelo Poder Público
1046 por meio do instituto da concessão é o art. 30, V, combinado com o art. 175 da
1047 Constituição, e Leis nos 8.987, de 13/2/95 e 9.074, de 07/07/95.

1048 Por meio da concessão de serviço público, o titular do serviço público delega a um
1049 particular a sua execução em nome, por conta e risco do mesmo. A remuneração é
1050 assegurada pelo recebimento da tarifa paga pelo usuário.

1051

79 Lei nº 11.445/07, art. 11, § 2º.


80 Alterada pela Lei nº 12.292/2006.

39
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1052 4. ESTUDOS, PLANOS, PROJETOS, OBRAS, LEVANTAMENTOS E


1053 LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS EXISTENTES

1054 Os principais estudos, planos, projetos, obras, levantamentos e licenciamentos


1055 ambientais existentes, consultados para elaboração do presente produto, são listados a
1056 seguir:

1057 4.1. PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO LITORAL


1058 NORTE - COMITÊ DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE
1059 (CBH-LN) - IPT - 2002

1060 O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A – IPT apresentou
1061 para o Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte os resultados obtidos na
1062 elaboração do “Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos e elaboração do
1063 Plano das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte – URGHI 3”.

1064 Os objetivos dos trabalhos realizados foram: definição de metas para o gerenciamento
1065 dos recursos hídricos da UGRHI; proposição de ações de curto (até 2003), médio
1066 (2003-2010) e longo prazos (2010-2020); discussão com o CBH-LN e apresentação da
1067 proposta em reuniões municipais; elaboração do Plano de Gerenciamento dos
1068 Recursos Hídricos do Litoral Norte até 2020.

1069 Dentre os itens abordados, foi realizada uma caracterização da então situação da bacia
1070 do Litoral Norte, em 2002, destacando-se os seguintes tópicos:

1071 - Caracterização Geral da UGRHI 3

1072 - Uso e Ocupação do Solo

1073 - Recursos Hídricos

1074 - Saneamento Básico

1075 - Resíduos Sólidos

1076 - Áreas Degradadas

1077 - Inundações

1078 4.2. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS 2004-2007 - CONSÓRCIO


1079 JMR/ENGECORPS - JULHO/2005

1080 O Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004 a 2007 traz a situação dos recursos
1081 hídricos no Estado de São Paulo, caracterizando o estado em UGRHIs. Ele aborda a
1082 caracterização física em seus aspectos geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos,
1083 a caracterização socioeconômica, a evolução jurídico-institucional da situação dos
1084 recursos hídricos, a disponibilidade, usos e demandas dos recursos hídricos estaduais,
1085 a situação quanto aos serviços de saneamento e a situação das áreas degradadas pela
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1086 erosão, movimento de massas, assoreamento e inundações. Abaixo seguem os


1087 aspectos mais importantes abordados no Plano.

1088 Abastecimento de Água

1089 Em termos de abastecimento de água, os dados do SEADE (2000) indicam para a


1090 cobertura global do Estado um valor da ordem de 97%. Cumpre destacar que os
1091 números obtidos com o emprego dos levantamentos do SEADE diferem daqueles
1092 constantes no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos do Estado de S. Paulo
1093 (CRH/CORHI/DAEE, 1999). Isso se deve ao fato de que o índice de abastecimento de
1094 água do SEADE exprime a porcentagem de domicílios particulares permanentes
1095 atendidos por uma única ligação.

1096 Um aspecto de grande relevo para o uso racional dos recursos hídrico é o controle de
1097 perdas nos sistemas de abastecimento de água. As perdas podem ser de duas
1098 naturezas: perdas físicas, compreendendo os vazamentos na rede de distribuição e,
1099 perdas não físicas ou financeiras, ligadas aos volumes de água consumida pelos
1100 usuários, mas não faturado pelas empresas concessionárias, provocadas por ligações
1101 clandestinas ou deficiências no sistema de hidrometração/micromedição da
1102 concessionária.

1103 Existe uma relação entre o índice de perdas d’água, os índices de hidrometração
1104 (ligações de águas medidas/total de ligações de água existentes) e o volume de água
1105 micromedido (volume médio de água apurado por medidores de vazão instalados nos
1106 ramais prediais). Esses índices, bem como as relações entre os mesmos, constroem
1107 um quadro mais preciso das perdas de água existentes em cada empresa de
1108 saneamento básico.

1109 Apesar de todo o esforço da SABESP e demais concessionárias de serviços de


1110 abastecimento de água no Estado, para diminuir as perdas nos seus sistemas, estas
1111 continuam elevadas.

1112 Avaliações mais recentes, ainda não oficializadas, indicam que a relação entre o
1113 volume micromedido e o volume produzido situar-se-ia no Estado em torno dos 47%.

1114 Coleta e Tratamento de Esgotos

1115 Com relação aos sistemas de esgotos sanitários, em termos de coleta, a cobertura
1116 atinge 84% da população urbana do Estado; porém o tratamento dos esgotos só chega
1117 aos 38% da população urbana atendida com coleta de esgotos, mostrando a
1118 necessidade de aumentar essa cobertura, que é essencial para melhorar a qualidade
1119 das águas superficiais do Estado.

1120 Disposição de Resíduos Sólidos

1121 Para este serviço, há análises do Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos (IQR)
1122 dos municípios do Estado, conforme dados obtidos do “Inventário Estadual de
1123 Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2003” publicado pela CETESB em 2004. O

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1124 relatório em foco destaca a evolução referente à qualidade de resíduos dispostos


1125 adequadamente, que passou de 10,9% em 1997 para 70,9% em 2003.

1126 Metas do Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004-2007

1127 As metas deste Plano estão divididas em três níveis: estratégicas, gerais e específicas.
1128 As principais características dessas metas se encontram resumidas a seguir.
1129 Meta Estratégica 1: Criar e manter atualizada uma Base de Dados do Estado de São
1130 Paulo (BDRH-SP) relativa ás características e situação dos recursos hídricos
1131 1. Desenvolver um Sistema de Informações em recursos hídricos
1132 2. Implementar uma sistemática de aquisição de dados básicos
1133 3. Implantar o monitoramento de uso e disponibilidade de recursos hídricos
1134 4. Realizar levantamentos visando o planejamento e conservação de recursos
1135 hídricos e a elaboração de estudos e projetos
1136 Meta Estratégica 2: Gerir efetiva e eficazmente os recursos hídricos superficiais e
1137 subterrâneos de modo a garantir o seu uso doméstico, industrial, comercial, ecológico,
1138 recreacional, na geração de energia, em navegação e na pecuária
1139 1. Implementar o gerenciamento efetivo dos recursos hídricos superficiais e
1140 subterrâneos (inclui outorga, fiscalização, cobrança)
1141 2. Promover a articulação interinstitucional, a participação e a parceria com o setor
1142 privado
1143 3. Acompanhar e desenvolver o Plano através de um conjunto de indicadores
1144 básicos
1145 Meta Estratégica 3: Proteger, Recuperar e Promover a Qualidade dos Recursos
1146 Hídricos com Vistas à Saúde Humana, à Vida Aquática e à Qualidade Ambiental
1147 1. Promover estudos visando o reenquadramento dos corpos d'água em classes
1148 preponderantes de uso
1149 2. Recuperar a qualidade dos recursos hídricos incentivando o tratamento de
1150 esgotos urbanos
1151 3. Implementar ações de proteção e controle de cargas poluidoras difusas,
1152 decorrentes principalmente de resíduos sólidos, insumos agrícolas, extração
1153 mineral e erosão
1154 4. Implementar ações de licenciamento e fiscalização visando assegurar a
1155 qualidade das águas superficiais e subterrâneas
1156 5. Apoiar os municípios no atendimento de problemas cruciais de qualidade da
1157 água para abastecimento, em áreas críticas
1158 Meta Estratégica 4: Contribuir para o Desenvolvimento do Estado e do País,
1159 Assegurando o Uso Múltiplo, Racional e Sustentável dos Recursos Hídricos em
1160 Benefício das Gerações Presentes e Futuras
1161 1. Promover o uso racional dos recursos hídricos
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1162 2. Acompanhar e promover o uso múltiplo e sustentável dos recursos hídricos


1163 3. Estabelecer diretrizes e medidas contra superexplotação e contaminação de
1164 águas subterrâneas
1165 Meta Estratégica 5: Minimizar as Conseqüências de Eventos Hidrológicos Extremos e
1166 Acidentes que indisponibilizem a Água
1167 1. Apoiar as iniciativas de implantação de medidas não estruturais no controle de
1168 inundações
1169 2. Elaborar planos e projetos específicos visando o controle de eventos
1170 hidrológicos extremos
1171 3. Implementar as intervenções estruturais de controle de recursos hídricos
1172 4. Prevenir e administrar as conseqüências de eventos hidrológicos extremos
1173 Meta Estratégica 6: Promover o Desenvolvimento Tecnológico e a Capacitação de
1174 Recursos Humanos, a Comunicação Social e Incentivar a Educação Ambiental em
1175 Recursos Hídricos
1176 1. Promover o desenvolvimento tecnológico e treinar e capacitar o pessoal
1177 envolvido na gestão dos recursos hídricos, em seus diversos segmentos;
1178 2. Promover a comunicação social e a difusão ampla de informações alusivas a
1179 recursos hídricos
1180 3. Promover e incentivar a educação ambiental

1181 4.3. PLANO DIRETOR PARA DISPOSIÇÃO FINAL DOS LODOS E DEMAIS
1182 RESÍDUOS PRODUZIDOS PELOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA
1183 E ESGOTOS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO -
1184 ESTUDOS TÉCNICOS E PROJETOS ETEP LTDA - SETEMBRO/2005

1185 O Plano Diretor em pauta teve como objetivo básico equacionar a disposição final de
1186 três tipos de resíduos produzidos nos sistemas de abastecimento de água e nos
1187 sistemas de esgotamento sanitário operados pela SABESP no litoral norte do estado
1188 de São Paulo, a saber: lodos produzidos nas estações de tratamento de água, lodos
1189 produzidos nas estações de tratamento de esgoto e os demais resíduos produzidos
1190 nos sistemas de água e esgoto, oriundos dos tratamentos preliminares das ETA´s e
1191 ETE´s, resíduos peneirados nas estações de pré-condicionamento e coletados nas
1192 estações elevatórias de esgoto.

1193 Esse trabalho abordou inicialmente as intervenções necessárias para a obtenção dos
1194 lodos na fase semi-sólida, onde o teor de matéria seca era da ordem de 20%, forma
1195 esta onde este resíduo passou a ser objeto de análises para a melhor forma de
1196 disposição final.

1197 A quantificação dos lodos a serem produzidos é de decorrência direta de três fatores
1198 básicos: das vazões a serem tratadas, da qualidade das águas brutas a serem tratadas
1199 e dos coagulantes introduzidos. Através de formulação empírica foi possível determinar

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1200 as quantidades de sólidos a serem produzidos para as estimativas e projeções


1201 abordadas neste Plano Diretor.

1202 Quanto às soluções de disposição final, os lodos de ETA´s apresentaram duas


1203 alternativas básicas: encaminhamento a aterro, em solução conjunta ou exclusiva, e
1204 aplicação na construção civil, para a fabricação de produtos cerâmicos ou mesmo
1205 blocos de concreto.

1206 4.5 MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO ASSOCIADOS A


1207 ESCORREGAMENTOS E INUNDAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ILHABELA
1208 - TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA IG-CEDEC DE 28/04/2006 -
1209 INSTITUTO GEOLÓGICO - OUTUBRO/2006
1210 Este trabalho teve como objetivo apresentar os resultados do mapeamento de risco do
1211 município de Ilhabela/SP. O propósito foi fornecer subsídios à Defesa Civil Estadual
1212 para a identificação e o gerenciamento das situações de risco relacionadas a
1213 escorregamentos e inundações em áreas residenciais do município. Foi adotado uma
1214 abordagem que conjugasse a utilização de imagens de sensoriamento remoto de alta
1215 resolução e critérios simples para a setorização do risco, de forma a permitir um fácil
1216 entendimento por parte dos operadores de Planos Preventivos de Defesa Civil e uma
1217 rápida implementação de ações de prevenção e mitigação em áreas prioritárias.

1218 Os estudos foram realizados em 12 áreas-alvo definidas e indicadas previamente pela


1219 COMDEC de Ilhabela, onde foram identificadas situações de risco, com graus
1220 diferenciados quanto à probabilidade de ocorrência, à tipologia dos processos
1221 geodinâmicos envolvidos, e à severidade dos potenciais eventos, resultando na
1222 delimitação de 27 setores de risco, conforme apresentado na Figura a seguir.

1223

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1224
1225 Figura: Distribuição das áreas de risco em Ilhabela (Fonte: IG, 2006)

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1226 Do total dos setores em risco, 23 setores apresentaram risco a escorregamentos em


1227 encostas e 4 apresentaram risco a inundação/solapamento de margens. Com relação
1228 ao risco a escorregamentos em encostas, 3 setores apresentaram grau de risco baixo,
1229 7 apresentaram grau de risco médio, 10 apresentaram grau de risco alto e 3 grau de
1230 risco muito alto. Quanto ao risco a inundação/solapamento de margens, 2 setores
1231 apresentaram grau de risco alto e 2 setores apresentaram grau de risco muito alto.

1232 Um total de 451 moradias foram identificadas como sujeitas a algum tipo de risco nos
1233 setores mapeados, sendo que 432 moradias foram consideradas em áreas sujeitas a
1234 escorregamentos (40 em grau de risco baixo, 140 em grau de risco médio, 220 em grau
1235 de risco alto e 32 em grau de risco muito alto) e 19 moradias estão em áreas sujeitas a
1236 ocorrência de inundação (13 em grau de risco alto e 6 em grau de risco muito alto). O
1237 número de moradias foi estimado por meio da observação e contagem direta em
1238 imagens de satélite e, em algumas áreas, pela da contagem em campo.

1239 Os resultados do mapeamento mostram que dos 27 setores de risco mapeados,


1240 distribuídos em 12 áreas, 17 setores enquadraram-se nas classes de risco muito alta e
1241 alta, compreendendo 271 moradias em risco frente a processos de: escorregamentos
1242 (presentes em quase todas as áreas mapeadas); queda e rolamento de blocos (com
1243 destaque para as áreas denominadas Cantagalo e Morro dos Mineiros); inundação e
1244 solapamento de margens de córregos (presentes nas áreas denominadas Engenho
1245 Novo/Água Branca, Barra Velha 3 e Barra Velha 4).

1246 4.5. RELATÓRIO DE SITUAÇÃO DAS SOLUÇÕES ALTERNATIVAS DE


1247 ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO LITORAL NORTE DO ESTADO DA SÃO
1248 PAULO - COMISSÃO PERMANENTE DE ACOMPANHAMENTO DA
1249 QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO DO LITORAL NORTE -
1250 CP- ÁGUA - 2008

1251 O objetivo principal deste levantamento foi o de conhecer a situação do abastecimento


1252 de água das populações sem acesso á rede pública da SABESP, bem como as
1253 soluções adotadas para o suprimento de água, onde as informações foram coletadas
1254 em campo utilizando-se uma planilha padrão para registro de dados e que,
1255 posteriormente, alimentaram outro sistema de registro informatizado, utilizando-se o
1256 programa EXCEL do sistema Operacional Windows.

1257 Adotou-se o critério de efetuar o levantamento apenas em áreas desprovidas de


1258 sistema de abastecimento operadas pela SABESP, embora se tenha o conhecimento
1259 que muitos imóveis atendidos pela rede pública fazem uso das soluções alternativas de
1260 abastecimento. Foram objeto de cadastramento todas as soluções alternativas de
1261 abastecimento de água que atendem mais de um imóvel, residencial ou comercial.

1262 Verificou-se que o perfil da população atendida por soluções alternativas de


1263 abastecimento de água é diferenciado entre os municípios. Enquanto em
1264 Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba há uma predominância de população fixa que se
1265 abastece por este tipo de fonte, em São Sebastião a população flutuante se constitui
1266 em uma parcela significativa da população atendida por soluções alternativas.

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1267 Das análises realizadas, verificou-se que a melhor situação é do município de


1268 Caraguatatuba que apesar de ter uma população fixa maior do Litoral Norte, detém a
1269 menor população atendida por soluções alternativas coletivas de abastecimento de
1270 água. A pior situação encontrada é o do município de Ubatuba que detém a maior
1271 população atendida por tais soluções, agravada pelo fato de em sua grande maioria se
1272 constituir em população residente.

1273 Ilhabela e São Sebastião se encontram em uma situação intermediária, porém o


1274 diferencial entre ambas é que enquanto em Ilhabela a população que se abastece de
1275 soluções alternativas é predominantemente a fixa, em São Sebastião é grande o
1276 contingente de população flutuante atendida por este tipo de fonte alternativa.

1277 Verificou-se também que das 406 soluções alternativas de abastecimento de água
1278 utilizadas pelas populações dos municípios de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião
1279 e Ubatuba, apenas 27 (6,7%) são dotadas de sistema de cloração como forma de
1280 tratamento e, destes, 13 (3,2%) são dotados de processo de filtração. De acordo com o
1281 levantamento efetuado, verificou-se que das 406 soluções alternativas 287 (70,7%) a
1282 rede de distribuição é constituída por mangueiras flexíveis, tubulação mais sujeita a
1283 avarias, e por conseqüência, vazamentos permitindo assim a entrada de contaminação
1284 externa. Esta situação aponta para uma risco à Saúde Pública, visto que o consumo de
1285 água de qualidade duvidosa ou inadequada implica na possibilidade de transmissão do
1286 diversas doenças denominadas de veiculação hídrica, tais como: gastroenterites,
1287 hepatites dos tipos A e E, febre tifóide, criptosporidiose, amebíase, giardíase, entre
1288 outros.

1289 Assim, o levantamento conclui que é necessário definir uma estratégia inter-
1290 institucional para estudar soluções para estes tipos de abastecimento de água, pois a
1291 situação do abastecimento de água às populações fixa e flutuante do Litoral Norte do
1292 Estado de São Paulo é preocupante, considerando o grande número de pessoas que
1293 não tem acesso à rede pública de abastecimento de água pela SABESP.

1294 4.6. PLANO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE - UGRHI 03 -


1295 2009 - COMITÊ DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO LITORAL NORTE -
1296 DEZEMBRO/2009

1297 Este relatório compreende a Revisão do Plano de Bacia da UGRHI 03 2008/2011,


1298 definida de acordo com a Lei Estadual de Recursos Hídricos n o7663/91 e suas
1299 regulamentações ou, mais especificamente, pela Lei no 9.034/94, de 27/12/1994, que
1300 dispôs sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos para o biênio 1994/95.

1301 O Plano constitui-se em um dos mais importantes instrumentos de gestão e


1302 gerenciamento dos recursos hídricos e é uma exigência da Política Estadual de
1303 Recursos Hídricos, que deve ser cumprida por todos os Comitês de Bacia Hidrográfica
1304 do Estado de São Paulo, pois é nele que são organizados os elementos técnicos de
1305 interesse e estabelecidos objetivos, diretrizes, critérios e intervenções necessárias para
1306 o gerenciamento dos recursos hídricos, ordenados na lógica de programas, metas e
1307 ações para execução em curto, médio e longo prazos.

47
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1308 Diagnóstico Geral da UGRHI 03

1309 Na questão da qualidade das águas (particularmente as superficiais), a UGRHI 03


1310 apresenta de forma geral bons índices de qualidade, mas alguns pontos monitorados
1311 na Bacia recebem influência muito forte de populações que residem a montante, tal
1312 como é o caso da Bacia do rio Barra do Saí, classificada como ruim no ano de 2007.
1313 Mas, também, na região mais populosa da UGRHI, ou seja, na Sub-Bacia do rio
1314 Juqueriquerê, constata-se qualidade ruim em 2007 no índice de proteção da vida
1315 aquática, considerando-se o monitoramento efetuado pela CETESB.

1316 Esse problema está associado diretamente às porções de lançamento direto do esgoto
1317 sem o devido tratamento prévio. Analisando-se os municípios da UGRHI como um
1318 todo, constata-se que o índice de coleta da carga poluidora de origem doméstica é
1319 baixo, dos quatro municípios, três coletam em média 30% da carga poluidora, mas
1320 todos tratam 100% dos volumes coletados.

1321 Quanto ao lixo doméstico, constatou-se situações relativamente boas, considerando-se


1322 o indicador IQR, que mostra condições de tratamento dos resíduos sólidos domiciliares,
1323 monitorado pela CETESB, pois a grande maioria dos municípios apresentou condições
1324 adequadas no ano de 2007. Apenas o município de Ubatuba possui condição
1325 inadequada.

1326 Em relação ao quadro geral do balanço de ofertas e demandas de recursos hídricos, a


1327 UGRHI possui 24 sub-bacias utilizando menos de 25% da oferta hídrica, 5 sub-bacias
1328 utilizando menos de 37,5% e mais ou igual a 25% da oferta hídrica, 1 sub-bacia
1329 utilizando mais ou igual a 37,5% e menos que 50% da oferta hídrica e 4 sub-bacias em
1330 situação crítica, utilizando mais de 50% da oferta hídrica.

1331 A UGRHI possui rede de monitoramento de qualidade e quantidade dos recursos


1332 hídricos e acompanhamento sistemático pelos órgãos competentes; sendo que, no
1333 âmbito do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos, ações no
1334 sentido de adensamento dessa malha de monitoramento.

1335 Qualidade das Águas Superficiais

1336 As fontes de poluição das águas superficiais possuem origens diversas estando,
1337 principalmente, associadas ao tipo de uso e ocupação do solo e relacionadas a cargas
1338 pontuais de origem doméstica e cargas difusas de origem urbana. O uso predominante
1339 do solo na UGRHI 03 é urbano. Apresenta o maior índice de vegetação natural do
1340 Estado, que corresponde a 8,1% de sua área total, onde são encontrados
1341 remanescentes contínuos da Mata Atlântica, abriga dezessete áreas protegidas,
1342 divididas em cinco Unidades de Conservação Integral, quatro Unidades de Uso
1343 Sustentável e oito áreas especialmente protegidas.

1344 O deflúvio superficial urbano transporta os poluentes que se depositam na superfície do


1345 solo, que são carreados pelas águas das chuvas para os cursos d´água superficiais,
1346 estando o seu potencial de contaminação associado à ausência de coleta de esgotos
1347 ou à deficiência de limpeza pública. Por sua vez, o deflúvio superficial agrícola está

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1348 condicionado às práticas agrícolas utilizadas e à época do ano que se realizam as


1349 atividades de cada safra (preparação para o plantio, aplicação de fertilizantes e
1350 defensivos agrícolas e a colheita). Na época de chuvas, é grande a contribuição de
1351 sedimentos proveniente dos processos erosivos.

1352 As fontes de poluição de origem urbana ou doméstica estão diretamente relacionadas


1353 com a estrutura do saneamento ambiental no município. Para abranger os diferentes
1354 poluentes presentes nos cursos d’água, a Cetesb seleciona indicadores ambientais de
1355 qualidade da água, sendo consideradas 50 variáveis mais representativas, compara e
1356 faz a análise destes para manter a qualidade necessária e fomentar a melhoria desta.

1357 Cargas Poluidoras de Origem Doméstica

1358 As cargas poluidoras de origem doméstica referem-se aos pontos de lançamento de


1359 esgotos, coletados em áreas urbanas pela Sabesp.

1360 No município de Ilhabela o tratamento de esgoto é de 100%, dos 4% coletado. Estima-


1361 se que a carga orgânica lançada diariamente é da ordem de 1.442 Kg de DBO , em
5,20
1362 diversos córregos que vão para o mar.

1363 No município de São Sebastião são lançados diariamente 3.399 Kg de DBO . O


5,20
1364 tratamento é de 100% dos 30% da carga orgânica poluidora coletada.

1365 Em Ubatuba são coletados 28% dos esgotos e 100% tratados. É lançada diariamente
1366 nos rios e seus tributários uma carga poluidora de 3.218 Kg de DBO .
5,20

1367 Em Caraguatatuba apenas 35% de seu esgoto é coletado e 100% desse esgoto é
1368 tratado. Assim é lançada diariamente nos rios e seus tributários uma carga de 3.429 kg
1369 de DBO5, 20.

1370 Resíduos Sólidos Domésticos

1371 As informações acerca da geração de resíduos domésticos foram obtidas no Inventário


1372 Estadual de Resíduos Domiciliares, elaborado pela CETESB com dados de 1997 a
1373 2007.

1374 A quantidade de resíduos sólidos domésticos gerados por município é calculada


1375 aplicando-se o índice de produção per capita obtido pela CETESB em pesagens
1376 periódicas. Esse tipo de estimativa consiste em método prático, mas podem ocorrer
1377 desvios em relação ao que ocorre na realidade, em decorrência de vários fatores, tais
1378 como: tipo de atividade produtiva predominante, nível sócio econômico, sazonalidade
1379 de ocupação, nível de interesse e participação da população em programas de coleta
1380 seletiva e de ações governamentais que objetivem a conscientização da população
1381 quanto à redução da geração de resíduos.

1382 Os índices utilizados consideram apenas os resíduos de origem domiciliar, ou seja,


1383 aqueles gerados nas residências e no pequeno comércio, não sendo computados os
1384 resíduos gerados em indústrias, na limpeza de vias públicas, podas, limpezas de
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1385 córregos e outros que freqüentemente são enviados para os aterros sob uma
1386 classificação única de resíduos sólidos urbanos.

1387 Os 4 municípios que possuem sede na Bacia do Litoral Norte, geram 131,9 toneladas
1388 diárias de resíduos sólidos de origem doméstica. O município de Caraguatatuba gera
1389 39,04% de todo os resíduos sólidos domésticos na Bacia.

1390 Comparando as condições dos municípios no período de 1997 a 2007, nota-se que o
1391 município de Ubatuba até 2006 destinava seus resíduos sólidos domiciliares em
1392 condições inadequadas.

1393 O município de Ilhabela em 1997 tinha condição controlada, a partir de 2000 até 2003
1394 estava em condição inadequada e, de 2004 a 2007, estava no enquadramento
1395 adequado com valor de IQR igual a 10.

1396 Já no município de São Sebastião houve uma melhora do IQR no ano de 2005, que
1397 passou a ter condição adequada até 2007.

1398 Em Caraguatatuba o IQR passou a ter condição adequada somente no ano de 2007.
1399 Segundo a CETESB, em 2008 os municípios não possuíam o TAC (Termo de
1400 Compromisso de Ajustamento de Conduta). Ressalta-se que apenas o município de
1401 Ubatuba não tinha Licença de Instalação e de Operação.

1402 Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde

1403 A Lei N° 12.300/2006, que instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado
1404 de São Paulo, define Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) como os provenientes de
1405 qualquer unidade que execute atividades de natureza médico-assistencial humana ou
1406 animal; provenientes de centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na
1407 área de farmacologia e saúde; medicamentos e imunoterápicos vencidos ou
1408 deteriorados; provenientes de necrotérios, funerárias e serviços de medicina legal; e os
1409 provenientes de barreiras sanitárias. Esse tipo de resíduo merece atenção especial
1410 desde sua geração até o da destinação final, por trazer risco tanto à saúde pública
1411 como ao meio ambiente.

1412 Neste Plano de Bacias encontram-se informações do ano de 2007 sobre os Resíduos
1413 Sólidos de Serviços de Saúde, originárias das empresas responsáveis pela coleta,
1414 tratamento e disposição final, descritas na tabela abaixo. Sabe-se que o grupo A
1415 abrange os resíduos que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente
1416 devido à presença de agentes biológicos (resíduos hospitalares) e o grupo B abrange
1417 drogas quimioterápicas, resíduos farmacêuticos e demais produtos considerados
1418 perigosos.
1419

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1420
1421 Tabela: Síntese das informações sobre a coleta, tratamento e destinação dos resíduos de
1422 serviços de saúde.

1423 5 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

1424 5.1 SISTEMA PRINCIPAL

1425 5.1.1 Produção

1426 O abastecimento de água do Município de Ilhabela atualmente atendido pela SABESP


1427 limita-se à porção oeste da ilha e é realizado por três sistemas produtores, a saber:

1428 - Pombo (ao sul),

1429 - Água Branca (região central) e

1430 - Armação (ao norte).

1431 O distrito de Paranabi situa-se na costa leste da ilha, junto à Baia dos Castelhanos e
1432 não é abastecido.

1433 Os sistemas Água Branca e Armação operam em conjunto no mesmo sistema


1434 distribuidor.

1435 5.1.1.1 Sistema Produtor Pombo

1436 O Sistema Produtor Pombo, fica situado mais ao sul da área urbanizada da Ilha.

1437 A captação de água é realizada no córrego do Pombo, por meio de uma pequena
1438 barragem de nível, com bacia hidrográfica com área da ordem de 8,31 km², que produz
1439 uma vazão mínima de permanência de aproximadamente 74 l/s. Da barragem a água é
1440 aduzida por uma tubulação de ferro fundido (Ø 200 mm) por gravidade com extensão
1441 aproximada de 80 m até uma caixa de areia, onde são feitas também as aplicações do
1442 cloro (Hipoclorito de Sódio), soda e flúor seguindo para uma ETA

1443 A ETA é uma estação compacta, do tipo filtração direta pressurizada, composto por
1444 unidades pré-fabricadas de filtros verticais e uma estação elevatória a montante dos
1445 filtros; tem uma produção de água tratada em média 40 l/s (144 m3/h), com capacidade

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1446 nominal de 50l/s. Essa operação é toda automatizada, 24 h/dia. e não há equipamento
1447 para medição da vazão de saída na ETA.

1448 Além das unidades descritas, a ETA também conta com um conjunto de bombas para
1449 lavagem de filtros, sala de comando dos filtros, casa de química e depósitos de
1450 materiais. A estação conta também com equipamento básico para análises de
1451 parâmetros químicos e toda a área que compreende a ETA está cercada.

1452 Saindo da ETA a água tratada é conduzida para um reservatório de 100m3, instalado
1453 na mesma área da estação; para posterior distribuição.

1454 A distribuição a partir deste ponto é feita por gravidade atendendo os bairros Feiticeira,
1455 Curral e Praia Grande e parcialmente bairros vizinhos aos citados.

1456
1457 ETA Pombo - filtros pressurizados horizontais (fonte: ETEP/2005)

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1458
1459 ETA Pombo - caixas de areia e tubulação de recalque para filtros (fonte: ETEP/2005).

1460
1461 ETA Pombo - reservatório em 1º plano e filtros ao fundo (fonte: ETEP/2005).

1462 5.1.1.2 Sistema Produtor Água Branca

1463 O Sistema Produtor Água Branca, situado na parte mais central da Ilha; é o maior
1464 sistema em operação e o único dotado de um tratamento completo.

1465 A captação é realizada no córrego Água Branca, na parte central do lado oeste da Ilha,
1466 na bacia do córrego Perequê, através de uma barragem de nível, com uma bacia de
1467 contribuição de 8.24 km² e contando com uma vazão explorável da ordem de 74 l/s.

1468 Da barragem a água é aduzida por uma tubulação de ferro fundido até uma caixa de
1469 areia, onde ocorre o reforço proveniente do sistema Armação (Ø 250 mm), localizada a

53
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1470 aproximadamente 100 m de distancia da caixa de area, de onde a água é conduzida


1471 para uma caixa de quebra-pressão com “by-pass”, utilizada para prover uma maior
1472 capacidade ao sistema. Deste ponto a água segue por gravidade, com diâmetro de 300
1473 mm, para alimentação da ETA.

1474 A ETA opera toda por gravidade, composta por 2 conjuntos de floculadores,
1475 decantadores e filtros (4 unidades), cada um com capacidade de 25 l/s, operando 24
1476 h/dia com operador porque não é automatizada.

1477
1478 ETA Água Branca - vista geral das instalações (fonte: ETEP/2005).

1479 Após o tratamento a água segue para um reservatório, o maior em operação no


1480 município, com capacidade de 2000 m3.

1481
1482 ETA Água Branca, a direita reservatório de 2.000, a direita reservatório de 2.000m³
1483 - Vista Geral (fonte: PlanSan).

1484 O rede de distribuição de água tratada atende os bairros Perequê, Morro dos Mineiros,
1485 Saco da Capela, Centro, Morro do Castelo, e parcialmente os bairros adjacentes aos
1486 citados.
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1487 No período de alta temporada, parte da área atendida por este sistema passa a receber
1488 água do Sistema Armação.

1489 5.1.1.3 Sistema Produtor Armação

1490 O Sistema Produtor Armação, situado mais ao norte de Ilhabela, é o menor sistema
1491 existente.

1492 A captação é realizada no córrego Armação, através de uma barragem de nível na cota
1493 50 m aproximadamente. Com uma bacia hidrográfica de contribuição em torno de 1
1494 km², a vazão mínima é da ordem de 8 l/s. A partir da barragem a água é aduzida por
1495 uma tubulação recebendo a desinfeção por cloro (“pinga pinga”) no seu curso, até a
1496 estação de tratamento de água.

1497 A ETA opera 24 h/dia, por gravidade, composta apenas por um conjunto de dois filtros
1498 do tipo fluxo ascendente, com capacidade nominal de 10 l/s, operação manual porque
1499 não é automatizada.e qualidade insatisfatória do manancial.

1500 O Sistema não possui reservação e após o tratamento segue diretamente para
1501 distribuição, atendendo aos bairros ao norte da ilha, ou seja Viana, Siriuba, Ponta
1502 Azeda, Armação e Ponta das Canas.

1503
1504 ETA Armação - vista geral (fonte: ETEP/2005).

1505 5.1.2 Caracterização do Sistema de Reservação

1506 O sistema de reservação de água tratada da Ilhabela, concentra-se no Sistema Água


1507 Branca.

1508 A capacidade total de reservação do sistema Água Branca é mostrada a seguir no


1509 quadro 5.1.2.

1510

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1511 QUADRO 5.1.2


1512 RESERVAÇÃO - SISTEMA ÁGUA BRANCA
Reservatório Tipo Volume (m³)

Engenho D´água 1 - Baixo Semi-enterrado 40

Engenho D´água 1 - Alto Semi-enterrado 14

Morro dos Mineiros Semi-enterrado 35

Tesouro da Colina Apoiado 50

Água Branca Semi-enterrado 2.000

Cantagalo Apoiado 50

Morro da Cruz 1 Apoiado 50

Morro da Cruz 2 Apoiado 50

Total - 2.289
1513 Fonte: Relatório Informações Gerenciais - I da SABESP-RN, novembro de 2003

1514 5.1.3 Caracterização da distribuição por Sistema Produtor

1515 5.1.3.1 Rede de distribuição do Sistema Distribuidor Pombo

1516 O sistema distribuidor atendido pelo sistema Pombo contava em novembro de 2003
1517 com 16.688 metros de rede distribuidora, incluindo 703 metros de adutoras.

1518 Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total


1519 existente no sistema distribuidor Pombo. Todas as ligações ativas de água são
1520 hidrometradas.

1521 QUADRO 5.1.3.1


1522 LIGAÇÕES - SISTEMA POMBO
Categoria
Item
Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 739 47 2 6 5 799

Total de economias 823 47 2 6 13 891


1523 Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003

1524 5.1.3.2 Rede de Distribuição do Sistema Distribuidor Água Branca

1525 A rede de distribuição possui uma extensão de 73.169 m, incluindo 933 metros de
1526 adutoras.

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1527 Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total


1528 existente no sistema distribuidor Água Branca. Todas as ligações ativas de água são
1529 hidrometradas.

1530 QUADRO 5.1.3.2


1531 LIGAÇÕES - SISTEMA ÁGUA BRANCA
Categoria
Item
Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 5.287 618 27 72 46 6.050

Total de economias 5.569 618 27 72 101 6.387


1532 Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003

1533 Na área de influência do Sistema Distribuidor Água Branca estão implantados sete
1534 “boosters” e uma estação elevatória de água (EEA) da rede de distribuição, abaixo
1535 descritos:

1536 1. “Booster” Sergipe (fora de operação);

1537 2. “Booster” Santa Catarina (fora de operação);

1538 3. “Booster” para o bairro de Barra Velha Alta, com um reservatório de sobras de 50
1539 m³, dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo telefônico;

1540 4. “Booster” para o bairro de Reino, junto ao próprio sistema Água Branca, que opera
1541 24 horas/dia;

1542 5. “Booster” para o bairro do Morro da Cruz, ou Itaguassu, queopera 24 horas/dia;

1543 6. “Booster” para o bairro de Itaquanduba ou Morro dos Mineiros, com um reservatório
1544 de sobras de 40 m³, dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo
1545 telefônico;

1546 7. “Booster” para a Praia da Pedra do Sino, que permanece ligado quando o sistema
1547 Armação está fora de operação;

1548 8. EEA para o bairro do Engenho d’Água, com um reservatório de sobra de 14 m³,
1549 dotado de um sistema de liga-desliga automatizado via cabo telefônico.

1550 5.1.3.3 Rede de Distribuição do Sistema Distribuidor Armação

1551 O sistema distribuidor Armação contava em novembro de 2003 com 4.303 metros de
1552 rede distribuidora, incluindo 300 metros de adutoras.

1553 Em relação ao número de ligações de água, o quadro abaixo apresenta o total


1554 existente no sistema distribuidor Armação. Todas as ligações ativas de água são
1555 hidrometradas.
1556 57
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1557 QUADRO 5.1.3.3


1558 LIGAÇÕES E ECONOMIAS - SISTEMA ARMAÇÃO
Categoria
Item
Residencial Comercial Industrial Pública Mista Total

Total de ligações 261 13 3 2 1 280

Total de economias 273 13 3 2 3 294


1559 Fonte: Relatório Informações Gerenciais I – SABESP RN, novembro de 2003

1560 5.2 SISTEMAS ISOLADOS

1561 Atualmente os bairros Santa Cruz, Barreiro, Lajeado, Machadinho, Sertãozinho, Santo
1562 Antônio não são abastecidos pela Sabesp e contam com sistema próprio de
1563 abastecimento. Os bairros distantes da sede como Pico Agudo, Rio Preto de Baixo, Rio
1564 Preto de Cima, Cassununga e Fazenda Velha também não são atendidos pela Sabesp.

1565 O abastecimento destas localidades não está previsto no Plano de Ampliação da


1566 SABESP.

1567 A caracterização dos sistemas isolados não foi disponibilizada pelo município.

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1568

1569

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1570 5.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS

1571 A Sabesp atua no município de Ilhabela desde 1975, quando o decreto 6.892 de 16 de
1572 outubro de 1975 autorizou a Sabesp a incorporar a Companhia de Saneamento da
1573 Baixada Santista – SBS e administrada pela Unidade de Negócio Litoral Norte desde
1574 1996, quando foi criada. A concessão dos serviços do sistema de abastecimento de
1575 água esta em processo de renovação com a Prefeitura de Ilhabela.

1576 Em 2009, a Sabesp implantou duas adutoras de 900 e 2.950 metros, respcetivamente,
1577 com o objetivo de melhorar a distribuição e produção de água para o abastecimento da
1578 região central de Ilhabela.

1579 Demandas de obras do município:

1580 - Sistema de Abastecimento de Água Pombo – Melhoria e ampliação;

1581 - Sistema de Abastecimento de Água - Água Branca – Melhoria e ampliação;

1582 A estação não possui caixa de chegada, impossibilitando a regularização da


1583 vazão de entrada de água bruta no local pelo operador da ETA e,
1584 consequentemente, limitando a operação da mesma. O sistema não tem
1585 medidor de vazão (tanto na entrada quanto na saída) na estação.

1586 - Sistema de Abastecimento de Água - Armação – Melhoria e ampliação.

1587 O sistema armação em épocas de muita chuva costuma apresentar problemas


1588 de cor e turbidez.

1589 Ver desenho nº 0872-DS-13-S-3901/00

1590 6 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

1591 6.1 SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS

1592 Ilhabela dispõe de sistema de esgotos sanitários somente na região central da cidade,
1593 incluindo os Bairros Saco da Capela e Santa Tereza.

1594 Este sistema é formado por redes coletoras, elevatórias de esgotos, Estação de Pré-
1595 Condicionamento (EPC) e disposição final por emissário submarino no Canal de São
1596 Sebastião.

1597 A área do sistema é esgotada por duas bacias (bacia 4 - Saco da Capela e bacia 5 -
1598 Santa Tereza) que, juntas, totalizam cerca de 13.265 metros de rede coletora e 624
1599 ligações domiciliares.

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1600 Os esgotos coletados nessas bacias são bombeados por duas elevatórias (bacia 4,
1601 localizada a cerca de 950 metros ao sul da EPC e bacia 5 a cerca de 450 metros ao
1602 norte da EPC), para o poço de sucção da elevatória da EPC.

1603 O sistema de disposição final compreende uma estação de pré-condicionamento (EPC)


1604 e um emissário submarino com 260 metros de extensão e 250 mm de diâmetro em
1605 PEAD, que lança os esgotos a 24 metros de profundidade no canal de São Sebastião.

1606 A EPC, construída em 1997, está localizada na margem esquerda do rio Nossa
1607 Senhora da Ajuda, no final da rua Dr. Carvalho e é composta das seguintes unidades:
1608 estação elevatória final, peneira estática para remoção de sólidos grosseiros e tanque
1609 de contato para a ação do hipoclorito de sódio na desinfecção dos efluentes.

1610 Para controle dos odores gerados pelos gases da EPC, objeto de queixas da
1611 comunidade de Ilhabela, foi executado em 2001 um projeto de sistema de controle de
1612 odores.

1613 O quadro a seguir mostra uma visão geral do sistema de esgotamento sanitário do
1614 município de Ilhabela.

1615 QUADRO 6.1


Descrição 1997 2009

Ligações (un) 90 624

Redes (m) 1.307 13.265

Emissários / Interceptores (m) 74 260

Estações elevatórias (un) 0 5

Estações de tratamento de Esgotos 0 1

Capacidade de tratamento (l/s) 0 30

Índice de coleta 1% 4%

Índice de tratamento 100% 100%

População atendida por coleta e tratamento de esgoto 172 1.304

Fonte: Sabesp

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1616
EPC Saco da Capela – Edificação EPC Saco da Capela - tanque de contato
(fonte: ETEP/2005). (fonte: ETEP/2005).

1617 6.2 SISTEMAS ISOLADOS

1618 Atualmente os bairros Santa Cruz, Barreiro, Lajeado, Machadinho, Sertãozinho, Santo
1619 Antônio não são atendidos pela Sabesp e contam com sistema de fossa septica. Os
1620 bairros distantes da sede como Pico Agudo, Rio Preto de Baixo, Rio Preto de Cima,
1621 Cassununga e Fazenda Velha também não são atendidos pela Sabesp.

1622 O atendimento destas localidades não está previsto no Plano de Ampliação da


1623 SABESP.

1624

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1625
1626

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1627 6.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS

1628 Em relação ao sistema de esgotos sanitários, o município de Ilhabela possui


1629 atualmente 624 ligações , cuja coleta é feita através de 13.265 m de rede coletora e
1630 260 m de emissário submarino. Atualmente, 4% da população urbana do município têm
1631 seu esgoto coletado, sendo que 100% dos esgotos coletados são encaminhados à
1632 Estação de Pré-Condicionamento.

1633 Obras de Ampliação do Sistema de Esgotamentos Sanitarios em andamento:

1634 a. Sistema de Esgotamento Sanitários ITAQUANDUBA – ETAPA 2 FASE 2

Obras Quant. Valor (R$)

Rede Coletora 1.008 m 731.138,74

Estação Elevatória de Esgotos (EEE 1.1-1, 1.1-2, 1.2, 1.3- 8 unid 2.530.256,36
1, 1.3-2, 2.1, 2.2 e 3.1)

Linha de recalque 3.192,93 m 1.698.006,34

Estação de Pré-condicionamento 154 l/s 2.281.257,58

Emissário terrestre 190 m 165.440,07

Emissário submarino 941 m 5.059.898,97

Fonte: Sabesp

1635 - Início: 07/08/2008


1636 - Término: 31/01/2010 (aditivo: 29/05/2010)
1637 - População beneficiada: 30.536 habitantes
1638 - Bairros Beneficiados: Barra Velha (operacionalização das redes implantadas),
1639 Itaquanduba, Itaguassu e Perequê.
1640 - Investimento Total: R$ 12.465.998,06

1641 b. Sistema de Esgotamento Sanitários PRAIA DO PINTO E PONTA AZEDA

Obras Quant.

Rede coletora 1.388 m

Ligações 176 unid.

Estação Elevatória de Esgotos (EEE 1, 2, 3 e 4) 4 unid.

Linha recalque 746 m


Fonte: Sabesp

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1642 - Término: 31/01/2010 (aditivo: 29/05/2010)


1643 - População beneficiada: 1.650 habitantes que abrangem as áreas das.
1644 - Bairros Beneficiados: Praias do Pinto e Ponta Azeda
1645 - Investimento Total: R$ 1.155.501,93

1646 c. Sistema de Esgotamento Sanitários ITAQUANDUBA – ETAPA 3 – Reversão


1647 dos esgotos do Saco da Capela

Obras Quant.

Rede coletora 14.321,30 m

Ligações 1.046 un

Estação Elevatória de Esgotos 3.2 1 un

Adequação da Estação Elevatória de Esgotos Saco da Capela 1m

Linha recalque 2.010 m

Fonte: Sabesp

1648 - Início: jun/2010


1649 - Término: 3Mai/2012
1650 - População beneficiada: 15 mil habitantes que abrangem as áreas das.
1651 - Bairros Beneficiados: Pitaquanduba, itaguaçu, Perequê e Saco da Capela
1652 - Investimento Total: R$ 8.452.888,62

1653 Demandas de obras do município:

1654 Ampliação dos serviços de coleta e tratamento para os sistemas isolados da


1655 Ilhabela por parte da Sabesp.

1656 Registro de ocorrências em sistema isolados de esgoto, mantidos pela Prefeitura:

1657 A fossa coletiva foi construída pela prefeitura


1658 no bairro Barra Velha. O sistema não comporta
1659 mais a quantidade de esgoto que recebe. Os
1660 dejetos escorrem pelas paredes de concreto e
1661 pelas bordas e caem em um riacho, que está
1662 em uma área que deveria ser preservada. Além
1663 do mal cheiro, o vazamento de esgoto traz
1664 outros incômodos como ratos, aranhas e
1665 baratas. A prefeitura espera resolver o
Publicado no SOS Rios do Brasil 1666 problema quando a Sabesp concluir a rede
Referencia 22/04/2009 1667 coletora, em 2011.

1668 Ver desenho nº 0872-DS-13-S-3902/00

1669
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1670 7 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE


1671 RESÍDUOS SOLIDOS

1672 7.1 VISÃO GERAL DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE


1673 RESÍDUOS SÓLIDOS – SISTEMA PRINCIPAL, SISTEMAS ISOLADOS E
1674 DOMICÍLIOS DISPERSOS

1675 7.1.1 Divisão de Atribuições

1676 No município de Ilhabela, a divisão dos serviços de limpeza urbana e manejo de


1677 resíduos sólidos apresenta atualmente a seguinte configuração:

Grupo Atividade Executor


Limpeza pública Varrição de passeios, vias e praias Prefeitura Municipal

Manutenção de passeios e vias Prefeitura Municipal

Manutenção de áreas verdes Prefeitura Municipal

Limpeza pós feiras livres Prefeitura Municipal

Manutenção de bocas de lobo Prefeitura Municipal

Resíduos sólidos domiciliares Coleta e translado Prefeitura Municipal

Transbordo e transporte Sem informações

Reaproveitamento e/ou tratamento Prefeitura Municipal

Destinação final Prefeitura Municipal

Resíduos sólidos inertes Coleta e translado Sem informações

Reaproveitamento e/ou tratamento Sem informações

Destinação final Sem informações

Resíduos de serviços de saúde Coleta e transporte Sem informações

Tratamento Sem informações

Destinação final Sem informações

1678 Observando-se o quadro, nota-se que a própria Prefeitura Municipal, através de sua
1679 Secretaria de Meio Ambiente, assume a execução de diversos serviços, como limpeza
1680 pública e coleta e triagem de resíduos sólido domiciliares. Quanto aos resíduos inertes
1681 e de serviços de saúde, ainda não forneceu informações.

1682 7.1.2 Limpeza Pública

1683 Os principais serviços de limpeza pública realizados no município são os seguintes:

66
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1684 - varrição de passeios, vias e praias;

1685 - manutenção de passeios e vias;

1686 - manutenção de áreas verdes;

1687 - limpeza pós feiras livres; e

1688 - manutenção de bocas de lobo.

1689  Varrição de Passeios, Vias e Praias

1690 A varrição de passeios e vias é realizada manualmente, com periodicidades variáveis


1691 em função das características dos locais atendidos. A limpeza é executada por equipes
1692 padrão compostas por duplas de varredores, que se alternam nas funções de varrer e
1693 juntar os detritos e de recolhê-los no lutocar e trocar os sacos plásticos depois de
1694 cheios.

1695 A coleta dos sacos com os detritos resultantes da varrição manual é realizada pela
1696 própria equipe da coleta domiciliar convencional, que os conduz até a destinação final.

1697 A limpeza das praias é realizada manualmente por equipes padrão e os detritos
1698 resultantes são recolhidos por uma frota de 4 caminhões, que também atende à
1699 manutenção de áreas verdes.

1700  Manutenção de Passeios e Vias

1701 A manutenção dos passeios e vias se processa através dos serviços de capina das
1702 ervas daninhas surgentes nos pisos, de roçada dos matos e de raspagem das poeiras
1703 e areias acumuladas pelas águas de chuva nas sarjetas.

1704 Estes serviços são executados por equipes padrão, com periodicidades variáveis em
1705 função das características dos locais atendidos e da intensidade das chuvas que
1706 interferem na proliferação das ervas daninhas e matos.

1707 Também os detritos e restos vegetais resultantes destes serviços são recolhidos pela
1708 mesma frota que atende à limpeza de praias e à manutenção de áreas verdes.

1709  Manutenção de Áreas Verdes

1710 Por áreas verdes, entendem-se todos os espaços públicos recobertos por vegetação
1711 rasteira ou de maior porte, como praças, canteiros centrais e outros.

1712 A manutenção das áreas verdes, realizada através dos serviços de corte de gramíneas
1713 e de poda de árvores, se restringe apenas ao perímetro urbano.

67
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1714 Estes serviços são executados por equipes padrão, com periodicidades variáveis em
1715 função da intensidade das chuvas que interferem no crescimento da vegetação e da
1716 época adequada para cada espécie e os restos vegetais resultantes destes serviços
1717 são recolhidos pela mesma frota que atende à limpeza de praias e à manutenção de
1718 passeios e vias.

1719 No momento, a área até então usada para sua disposição já se encontra saturada e a
1720 municipalidade está em busca de outro local.

1721  Limpeza de Feiras Livres

1722 A limpeza dos locais após a realização de feiras livres é realizada através da varrição e
1723 recolhimento dos resíduos sólidos.

1724 A coleta dos sacos com os detritos resultantes deste serviço de limpeza é realizada
1725 pela própria equipe da coleta domiciliar convencional, que os conduz até a destinação
1726 final.

1727  Manutenção de bocas de lobo

1728 A manutenção das bocas de lobo distribuídas pelas vias públicas inseridas no
1729 perímetro urbano é realizada através da limpeza, desobstrução e recolhimento dos
1730 detritos formados, quase sempre, de poeiras, terra e principalmente areias trazidas
1731 pelas águas das chuvas e pelos ventos.

1732 Os detritos resultantes deste serviço são recolhidos pela mesma frota que atende à
1733 limpeza de praias e à manutenção de passeios e vias e de áreas verdes.

1734 7.1.3 Resíduos Sólidos Domiciliares

1735 Dada a importância deste segmento dentro do gerenciamento municipal, a


1736 caracterização dos serviços relativos aos resíduos sólidos domiciliares foi subdividida
1737 de acordo com os seguintes temas:

1738 - coleta e translado dos resíduos;

1739 - transbordo e transporte dos resíduos;

1740 - reaproveitamento e/ou tratamento dos resíduos; e

1741 - destinação final dos resíduos.

1742  Coleta e translado dos resíduos

1743 De acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares da CETESB, a


1744 geração em função da população residente se aproxima de 10,3 t/dia. Porém, como
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1745 ocorre com os demais municípios sujeitos ao acréscimo da população flutuante


1746 decorrente da sazonalidade provocada pelos turistas com moradia e os de passagem,
1747 imagina-se que a geração média deva ser substancialmente superior, atingindo cerca
1748 de 20 a 30 t/dia.

1749 No município, para a coleta de lixo que atinge 98% das residências domicílios,
1750 incluindo as Comunidades Tradicionais, são praticadas duas modalidades:

1751 - coleta regular porta a porta dos resíduos sólidos do tipo “úmido”, que englobam
1752 principalmente a parcela orgânica presente no lixo; e

1753 - coleta seletiva porta a porta dos resíduos sólidos do tipo “seco”, representados
1754 pelos materiais recicláveis.

RESÍDUOS MATERIAIS
BAIRROS
ORGÂNICOS RECICLÁVEIS
Bexiga: Osmundo, Escola Anna Leite, R. Benedito José Lourenço (parte
2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados
de baixo), R. da Caixa D’Água, Pousada Por do Sol, Pousada do China

Bexiga: R. Benedito José Lourenço (parte de cima), R. da Captação da


3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados
SABESP, R. dos Eucaliptos, R. Conde D’Eu

Portinho, São Pedro, Curral, Praia Grande, Veloso 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Portinho (Campo de Futebol), Av. Mário Covas (a partir do bairro Borrifos) Diariamente 3ª, 5ª e sábados

Praia do Julião, Mirante da Ilha, Feiticeira (parte de cima) 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Feiticeira (parte de baixo), R. Sergipe (Barra Velha) 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Barra Velha (Gleba II) 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Barra Velha (Gleba II – R. Amapá, R. Macapá, R. Rio Branco) 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Barra Velha (Gleba I) 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

R. dos Carijós Diariamente 2ª, 4ª e 6ª feiras

Reino, Toca, Green Park 3ª, 5ª e sábados 3ª e 6ª feiras

CESP 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Av. Faria Lima Diariamente 3ª, 5ª e sábados

Morro da Cruz 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª, 5ª e sábados

Perequê 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Jardim Éden 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Água Branca 3ª, 5ª e sábados 2ª, 4ª e 6ª feiras

Cocaia, Costa Bela I , Costa Bela II 2ª, 4ª e 6ª feiras 3ª e 6ª feiras

Bairros do Norte (Avenida) Diariamente Diariamente

Siriúba I (até Pacuíba) 2ª, 4ª e 6ª feiras 5ª feiras

Saco do Indaiá 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

1755 Continua
1756
1757

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1758 Continuação
RESÍDUOS MATERIAIS
BAIRROS
ORGÂNICOS RECICLÁVEIS
Vila (morro do cemitério) Diariamente 2ª, 5ª e sábados

Vila (Centro) Diariamente Diariamente

Itaguassú, Itaquanduba 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Saco da Capela 2ª, 4ª e 6ª feiras 2ª, 4ª e 6ª feiras

Engenho D’Água I, Engenho D’Água II 3ª, 5ª e sábados 3ª, 5ª e sábados

Grandes Geradores (mercados, pousadas e lojas) Diariamente 3ª, 5ª e sábados

1759 Observando o quadro, nota-se que nos bairros mais centrais do município, onde se
1760 concentra a maior parte dos domicílios e estabelecimentos, ambas as coletas são
1761 processadas diariamente, ou seja de segunda a sábado.

1762 Nos demais bairros, com uso predominantemente residencial, a frequência destas
1763 coletas é predominantemente alternada, variando de 1 a 3 dias por semana.

1764 Para a coleta regular dos resíduos sólidos domiciliares do tipo “úmido”, são mobilizados
1765 4 caminhões do tipo coletor compactador, cada qual acompanhado de equipe padrão
1766 formada por motorista do caminhão e coletores.

1767 Para facilitar a posterior triagem por tipo de material, a coleta seletiva dos resíduos
1768 sólidos do tipo “seco” se utiliza de 3 caminhões sem compactação, igualmente
1769 acompanhados de suas guarnições.

1770  Transbordo e transporte dos resíduos

1771 Como a Prefeitura Municipal não mencionou nenhum tipo de transbordo de resíduos
1772 sólidos, presume-se que os do tipo “úmido” são transportados para a destinação final
1773 através dos próprios caminhões coletores compactadores que os recolhem, o mesmo
1774 acontecendo com os do tio “seco”.

1775  Reaproveitamento e/ou Tratamento dos Resíduos

1776 A separação final e o reaproveitamento dos materiais recicláveis oriundos da coleta


1777 seletiva porta a porta é realizado no Centro de Triagem, que pode ser observado nas
1778 fotos subsequentes.

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1779
1780 Vista das instalações do Centro de Triagem (Fonte: Plansan 123)

1781
1782 Vista do galpão do Centro de Triagem (Fonte: Plansan 123)

1783 Supõe-se que, embora de propriedade da Prefeitura Municipal, este Centro de Triagem
1784 seja operado no sistema de cooperativa de catadores já que, conforme informação da
1785 municipalidade, é responsável pela fonte de renda de 23 famílias.

1786  Destinação Final dos Resíduos


1787 Segundo consta no Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares da CETESB,
1788 até o ano de 2009, os resíduos sólidos domiciliares do tipo “úmido” e dos demais
1789 detritos não reaproveitáveis gerados no município foram destinados ao Aterro Sanitário

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1790 de Tremembé, operado pela empresa Resicontrol do Grupo Veólia, situado no


1791 município de mesmo nome, no Vale do Paraíba do Sul.
1792 Porém, pelo fato de não ter sido citada nenhuma operação de transbordo que pudesse
1793 otimizar esse transporte a longa distância e pela falta de informações mais precisas da
1794 Prefeitura Municipal, deduz-se que a destinação dos resíduos sólidos domiciliares do
1795 tipo “úmido” e dos demais detritos não reaproveitáveis esteja ocorrendo em unidade
1796 localizada no próprio município.
1797 As fotografias a seguir apresentadas sugerem tratar-se de um aterro dotado de
1798 impermeabilização de base, caracterizada pela manta plástica que reveste sua
1799 superfície inferior.
1800 Além disso, supõe-se ser dotado de sistema de captação de líquidos percolados no
1801 interior do maciço, uma vez que apresenta reservatório para chorume, e de gases,
1802 através de tubos de concreto.
1803 Finalmente, por ser equipado com retroescavadeira e trator de esteiras, deve obedecer
1804 aos procedimentos recomendáveis a um aterro sanitário, como compactação e
1805 cobertura das células de lixo.
1806

1807
1808 Vista dos taludes revestidos por manta plástica impermeabilizante (Fonte: Plansan 123)

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1809
1810 Vista de tubos de concreto usados nos drenos verticais (Fonte: Plansan 123)

1811
1812 Reservatório de chorume (Fonte: Plansan 123)

73
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1813 Retroescaveira e trator de esteiras (Fonte: Plansan 123)

1814 Tendo em vista que a unidade é dotada de impermeabilização de base, sistemas de


1815 captação de líquidos percolados e de gases e reservatório de chorume, além de
1816 equipamentos utilizados nas práticas recomendáveis de implantação, operação e
1817 manutenção, pode-se concluir que o município está atendido por um aterro sanitário, a
1818 ser enquadrado pela CETESB como “com condição adequada”, devendo ter Licença de
1819 Instalação – LI e Licença de Operação – LO.
1820 Porém, por ser recente, ainda não compareceu no Inventário Estadual do ano de 2009
1821 e, assim sendo, não recebeu seu IQR – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos
1822 que, certamente, pelo que se constatou pelas fotografias, deverá ser no mínimo igual
1823 ou superior a 8,0.
1824 7.1.4 Resíduos Sólidos Inertes

1825 Os resíduos sólidos urbanos, convencionalmente qualificados como “inertes”,


1826 abrangem os entulhos gerados pela construção civil, a partir de obras novas, reformas
1827 e/ou demolições.

1828 No caso de Ilhabela, este segmento tem grande importância devido à crescente
1829 urbanização verificada nos últimos anos, particularmente através de casas de veraneio
1830 que, em muitos locais, já se aproximam dos limites máximos das cotas topográficas
1831 impostas pelas áreas de preservação ambiental.

1832 Por informação obtida junto à Prefeitura, sabe-se que o material oriundo da construção
1833 civil é entregue já separado, como madeira, aços e concreto, e que os entulhos deste
1834 último tem sua maior parte reaproveitada através de trituração, para ser utilizada como
1835 cascalho.

1836 7.1.5 Resíduos de Serviços de Saúde

1837 Apesar de não ter sido fornecida informação pela municipalidade, pelo fato de estar
1838 sendo cogitada uma unidade de tratamento térmico que atenda aos quatro municípios
1839 integrantes da UGRHI 3, deduz-se que o município de Ilhabela segue os mesmos
1840 procedimentos adotados pelos demais, ou seja, atualmente exporta seus resíduos de
1841 serviços de saúde para unidades localizadas no Vale do Paraíbe do Sul.
74
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1842 Se esta premissa for válida, as prováveis unidades utilizadas para o tratamento desses
1843 resíduos são o micro ondas da empresa ATT Ambiental Tecnologia e Tratamento Ltda.,
1844 localizado no município de Jacareí/SP, ou o incinerador da empresa Pioneira Ambiental
1845 Ltda., localizado no município de Suzano/SP, ambas dotadas de Licença de Instalação
1846 – LI e Licença de Operação – LO.

1847 7.2 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS, OBRAS, PLANOS E PROJETOS

1848 Apesar da escassez de informações, pode-se afirmar que os serviços de limpeza


1849 urbana e de manejo dos resíduos sólidos efetuados no município aparentam atender às
1850 necessidades da comunidade, mesmo tendo de se submeter ao aumento de demanda
1851 deflagrado pela população flutuante em determinados períodos do ano.
1852 Assim, a maior preocupação se concentra no gerenciamento da destinação
1853 ambientalmente adequada para os resíduos, mediante custos admissíveis.
1854 Com relação aos resíduos sólidos domiciliares, o fato da municipalidade já estar
1855 promovendo coleta seletiva e direcionando o seu produto a um Centro de Triagem já
1856 representa um largo passo para o seu bom gerenciamento.
1857 Além disso, constata-se pelas fotos anteriores, que a unidade de disposição final para
1858 os resíduos não reaproveitáveis, em preparação ou já em operação, assegura os
1859 padrões de aterro sanitário, através de seus dispositivos de proteção à saúde pública e
1860 ao meio ambiente.
1861 Desta forma, as preocupações se concentram na indefinição de local para a destinação
1862 final dos demais resíduos, particularmente para aqueles gerados pelos serviços de
1863 manutenção de áreas verdes.
1864 Apesar do seu descarte irregular não provocar os mesmos impactos de contaminação
1865 dos resíduos não inertes, este tipo de detritos também podem degradar terrenos e o
1866 meio ambiente adjacente através, principalmente, da erosão de encostas e do
1867 assoreamento das drenagens e cursos d’água.
1868 Finalmente, no que se refere aos resíduos de serviços de saúde, por exigir destinação
1869 final especializada, para evitar os altos custos deorrentes de sua exportação para as
1870 unidades do Vale do Paraíba do Sul, a municipalidade não vê outra solução que não
1871 seja através de um esforço conjunto dos quatro municípios do Litoral Norte.
1872

1873 8 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA

1874 8.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

1875 Ilhabela está situada na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste, segundo a Agência
1876 Nacional das Águas (ANA), na Bacia Hidrográfica do Litoral Norte. De acordo com a
1877 CETESB uma região litorânea pode abrigar três tipos de recursos hídricos superficiais;
1878 as águas doces; as águas estuarinas ou salobras e as águas marinhas ou salinas. No
1879 Litoral Norte, região onde está localizado o município de Ilhabela, os rios apresentam-
75
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1880 se geralmente com pequeno curso e volume de água, sucedendo-se curtos trechos
1881 meândricos de planície aos vales abruptos e quedas d’água de regime torrencial na
1882 estação chuvosa.

1883 As chuvas constituem-se em uma das principais causas da deterioração da qualidade


1884 das águas das praias. Esgotos, lixos e outros detritos são carreados para as praias
1885 através de galerias, córregos e canais de drenagem na ocorrência de chuvas,
1886 produzindo, assim, um aumento considerável na densidade de bactérias nas águas
1887 litorâneas. Deve-se lembrar ainda, a prática disseminada na região litorânea de se ligar
1888 o sistema coletor de águas pluviais à rede de esgoto, assim como a interligação dos
1889 sistemas coletores de esgoto à rede de drenagem pluvial, que também são muito
1890 prejudiciais à qualidade sanitária das águas das praias. Durante as marés de enchente,
1891 o grande volume de água afluente, além de favorecer a diluição dos esgotos presentes
1892 nas águas das praias, age no sentido de barrar cursos d'água eventualmente
1893 contaminados. Já nas marés vazantes, ocorre o fenômeno inverso, havendo uma
1894 drenagem das águas dos córregos para o mar, levando maior quantidade de esgotos
1895 às praias.

1896 O município de Ilhabela está inserido nas Bacias Hidrográficas constituídas pelos
1897 Córrego do Jabaquara, Córrego Bicuíba, Córrego Ilhabela/Cachoeira, Córrego
1898 Paquera/Cego, Córrego São Pedro/ São Sebastião/ Frade, Córrego Sepituba / Ipiranga/
1899 Boneti/ Enchovas/ Tocas, Córrego Manso/ Engenho/ Castelhano/ Cabeçuda e Córrego
1900 do Poço.

1901 O posto pluviométrico de Ilhabela, conforme consulta ao banco de dados do DAEE –


1902 Departamento de Águas e Energia Elétrica é o de prefixo E2-012, conforme quadro a
1903 seguir:

Município Prefixo do Posto Nome Altitude Latitude Longitude Bacia


Vertente
Ihabela E2-012 Ihabela 10 m 23°47’ 45°21’
Atlântico(LN)
1904 Fonte: DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica

1905 Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas a Agricultura –


1906 CEPAGRI (www.cpa.unicamp.br), o clima da região é caracterizado por temperatura
1907 média anual de 24,8°C, oscilando entre mínima média de 18,1°C e máxima média de
1908 31,5°C. A precipitação média anual é de 1507,4 mm.

1909 A análise das precipitações foi elaborada com os dados do posto pluviométrico E2-012,
1910 o qual apresenta um histórico maior de dados e, cuja localização está mais próxima à
1911 área urbana de Ilhabela.

1912 A figura a seguir possibilita uma análise temporal das características das chuvas,
1913 apresentando a distribuição das mesmas ao longo do ano, bem como os períodos de
1914 maior e menor ocorrência.

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1915
1916 Precipitação média mensal no período de 1943 a2004 – posto E2-012
1917 (Fonte: Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, acesso em 21 de setembro de 2010)

1918 Por meio do gráfico acima é possível verificar uma variação sazonal da precipitação
1919 média mensal com duas estações representativas, uma predominantemente seca e
1920 outra predominantemente chuvosa, apresentada na maior parte do município.

1921 O período mais chuvoso ocorre de outubro a abril, quando os índices de precipitação
1922 média mensal são superiores a 107,8 mm, enquanto que o mais seco corresponde aos
1923 meses de maio a setembro com destaque para junho, julho e agosto, que apresentam
1924 médias menores que 76,2 mm.

1925 Deve-se ressaltar que os meses de janeiro, fevereiro e março apresentam os maiores
1926 índices de precipitação, atingindo uma média de 215,8 mm e 194,4 mm e 204,8 mm,
1927 respectivamente.

1928 8.2. PRINCIPAIS OCORRENCIAS

1929 - Dia 19 de janeiro de 2010, equipes de manutenção trabalhavam no Itaquanduba,


1930 na construção do muro de contenção da via que dá acesso à parte alta do bairro, que
1931 com o acúmulo de chuva, cedeu, causando um buraco, com o barro invadindo o
1932 terreno de uma residência.

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1933
1934 O diretor de obras orienta a equipe na construção do muro de sustentação (Fonte: Informativo
1935 Prefeitura Municipal de Ilhabela - Foto: Leninha Viana/ PMI)

1936 - Informação Publicada em 7 de março de 2009 – Agencia Globo. A prefeitura de


1937 Ilhabela confirmou um caso de leptospirose na cidade. Outros 7 casos ainda estão
1938 sendo investigados. Os pacientes residem em bairros distintos do município, por isso
1939 acredita-se que não haja uma única fonte de contaminação. A maioria dos casos tem
1940 uma relação com o contato com inundações ou enchentes, pois a urina de animais
1941 contaminados, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama,
1942 elevando o risco do contato humano com a bactéria.

1943 - Há relatos de alagamentos nas ruas próximas a orla nos períodos de chuvas,
1944 sobre a influência das mares altas; concentranto as águas pluviais por falta de
1945 escoamento.

1946 8.3 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS

1947 O sistema de drenagem necessita de cadastro para verificação de sua capacidade. A


1948 partir daí deverá ser executadas as ampliações/implantações identificadas.

1949 9 DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO

1950 9.1 INTRODUÇÃO

1951 Os serviços de abastecimento de água e de Esgotamento Sanitário do município de


1952 ILHA BELA, pertencente a URGRHIU 3, são prestados pela Cia. de Saneamento
1953 Básico do Estado de Paulo - SABESP.

1954 A presente análise financeira tem como objetivo a criação de parâmetros para a
1955 projeção do fluxo de caixa descontado e obter informações sobre o grau de

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1956 sustentabilidade financeira. Baseia-se em dados estatísticos, físicos e financeiros


1957 associados à prestação dos serviços, obtidos junto ao SNIS para os anos de 2006,
1958 2007 e 2008.

1959 9.2 INFORMAÇÕES FÍSICAS

1960 A Tabela 1 a seguir mostra o resultado da pesquisa referente aos dados físicos mais
1961 importantes para a análise que se pretende.

1962 Tabela 1
PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Dados Físicos
Município: - ILHABELLA
Descrição Un. 2006 2007 2008
Urbana Hab 25.919 23686 25.336
População Atendida com água Hab 19.582 20.427 21.252
Atendida com Esgoto Hab 1.177 1.199 1.211
Água ativas Quant. 7.965 8.214 8.660
Água -Micromedidas Quant. 7.965 8.214 8.660
Ligações Água -Totais Quant. 8.611 8.907 9.356
Esgoto Totais Quant. 572 598 626
Esgoto Ativas Quant. 540 552 577
Ativas de Água Quant. 9.252 9.532 10.036
Economias
Ativas de Esgoto Quant. 677 688 710
Produzido de Água 1000/m³/ano 2.938 3.016 3.254
Consumido de Agua 1000/m³/ano 1.873 2.075 2.015
Faturado de Água 1000/m³/ano 2.142 2.338 2.300
Volumes
Coletado – Esgoto 124 143 136
Faturado de Esgoto 1000/m³/ano 177 201 194
Tratado de Esgoto 1000/m³/ano 124 143 136
Empregados Quant. 31 28 28
Fonte: SNIS

1963 A visualização das informações físicas mostra que os dados apresentam uma razoável
1964 consistência, onde não se denota nenhuma oscilação brusca na tendência de todas as
1965 variáveis, a não ser com relação à população urbana do município, no ano de 2006

1966 9.3 INFORMAÇÕES FINANCEIRAS

1967 A tabela 2 a seguir mostra as informações financeiras obtidas na fonte citada.

1968

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1969 Tabela 2

PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO


Dados Financeiros - R$ a preços correntes
Município: - ILHABELLA
Descrição Un. 2.006 2.007 2.008
Operacional direta - Água R$ 4.498.124 5.166.510 5.202.929
Operacional direta - Esgoto R$ 559.088 665.724 663.741
Receitas
Indiretas R$ 154.567 172.704 240.451
Total R$ 5.211.779 6.004.939 6.107.121
Pessoal R$ 3.109.226 3.127.736 3.075.426
Materiais R$
Produtos Químicos R$ 362.211 494.183 532.980
Energia Elétrica R$ 671.383 734.243 668.232
DEX
Serviços R$ 1.912.434 2.114.587 2.535.955
Gerais R$ 945.361 1.117.772 997.341
Fiscais R$ 100.032 488.338 456.262
Total R$ 7.100.646 8.076.859 8.266.196
Geração Própria de Recursos R$ (1.888.868) (2.071.921) (2.159.074)
Amortização R$ 1.501.269,45 1.053.039 959.367
Serviço da 732.455
Juros R$ 961.779 710.925
Dívida
Total R$ 2.463.049 1.785.494 1.670.292
Contribuição para Investimento R$ (4.351.916) (3.857.415) (3.829.367)
Despesas Capitalizáveis R$ 1.017.075 221.115 392.759
Água R$ 1.283.569 1.038.847 1.169.376
Investimento 197.356
Esgoto R$ 536.480 711.901
s
Outros R$ 1.120.993 18.894 61.211
Total R$ 3.958.117 1.476.211 2.335.248
Fluxo Livre R$ (8.310.033) (5.333.626) (6.164.614)
Arrecadação 5.060.768,60 5.983.620 6.103.244
Créditos de Contas a Receber R$ 1.130.165,22 744.407 1.221.478
Fonte: SNIS

1970 A tabela mostra um comportamento consistente das variáveis, em termos de tendência.

1971 A prestação dos serviços, de acordo com tais dados, produz uma Geração de
1972 Recursos Próprios negativa. Consequentemente não gera recursos financeiros com a
1973 prestação dos serviços suficientes para cobrir os dispêndios financeiros com as
1974 despesas de exploração.

1975 Assim sendo, existe a necessidade de transferir recursos para atender esta
1976 insuficiência e para atender as necessidades de investimento para a expansão dos
1977 serviços.

1978 Deve ser levantado junto à Sabesp, se as informações de despesas incorporam as


1979 indiretas, com a administração de operação e central ou se referem tão-somente às
1980 despesas diretas da prestação dos serviços.

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SECRETARIA DE
SANEAMENTO E ENERGIA

1981 9.4 INDICADORES

1982 Para criar uma base de parâmetros para subsidiar a projeção do Fluxo de Caixa
1983 Descontado calculou-se os indicadores físicos e financeiros constantes da Tabela 3.

1984 Tabela 3
PLANSAN123 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
Indicadores
Município: - ILHABELLA
Descrição Indicador Unidade 2006 2007 2008
Produtividade 1000Lig_A/Emprg. Empregado 3,89 3,41 3,23
Indice Faturamento Vol.Faurado/Vol.Consumido Coeficiente 1,14 1,13 1,14
Densidade Água Economias/Ligação Água Coeficiente 1,16 1,16 1,16
Densidade Esgoto Economias/Ligação Esgoto Coeficiente 1,25 1,25 1,23
Físicos

Consumo Médio Água m³/Ligação/mês m³ 30,7 30,6 31,3


Coleta Média Esgoto m³/Ligação m³ 19,1 21,5 19,7
Indice de Inatividade-Água Ligações totais/inativas % 7,5% 7,8% 7,4%
Indice de Inatividade-
Esgoto Ligações totais/inativas % 5,6% 7,7% 7,8%
Perdas (VP - VC)/VP \* % 36,2% 31,2% 38,1%
Tarifa Média de Agua Receita Agua/Vol.Fat.Agua R$ 2,10 2,21 2,26
Tarifa Média de Esgoto Receita Esg./Vol.fat.Esg R$ 3,16 3,31 3,42
Custo Médio - Pessoal Desp.Pessoal/Empregado R$ mil 100 112 110
Custo Médio - Materiais Desp.Mat/Ligação (A+E) R$ 0 0 0
Desp.P.Quim./Vol.Agua
Financeiros

Custo Médio - P.Quim. Prod. R$ 0,1233 0,1639 0,1638


Desp.E.Eletrica/Vol.Agua
Custo Médio - E.Elétrica Prod R$ 0,2285 0,2435 0,2053
Desp.Serviços/Ligação
Custo Médio - Serviços (A+E) R$ 224,86 241,23 274,54
Custo Médio - Gerais Desp.Gerais/Ligação (A+E) R$ 111,15 127,51 107,97
Custo Médio - Fiscais Desp.Fiscais/Ligação (A+E) R$ 11,58 54,86 48,69
Magem Operacional GPR/RT \** % -36,2% -34,5% -35,4%
Inadimplência (RT-RA)/RT \*** % 2,9% 0,4% 0,1%
Atrasos acumulados CR/RT* 365 \**** Dias 79 45 73
\* VP - Volume Produzido de Agua e VE - Volume Consumido de Água
\** GPR - Geração Própria de Recursos e RT - Receita Total
\*** RT - Receita Total e RA - Receita Arrecadada
\**** CR - Contas a Receber de Usuários e RT - Receita total
1985

1986 Os indicadores estão refletindo a qualidade dos dados primários, onde se observa uma
1987 razoável consistência, em termos de tendência e podem ser utilizados como
1988 parâmetros básicos para as projeções financeiras, após uma confirmação pela Sabesp.

81
SECRETARIA DE
SANEAMENTO E ENERGIA

1989 9.4 CONCLUSÃO

1990 Para a elaboração do fluxo de caixa descontado é preciso efetuar as projeções dos
1991 dados físicos que compõem os sistemas de abastecimento de água e de esgotamento
1992 sanitário, conforme constam na tabela 1, bem como os investimentos necessários para
1993 cumprir as metas do Plano de Saneamento, além da criação de cenários alternativos,
1994 para a realização de uma análise de sensibilidade.

1995 10 FONTES CONSULTADAS E INFORMAÇÕES DISPONIBILIZADAS

1996 - Dados de campo obtidos nas visitas técnicas realizadas ao município.

1997 - Plano Gestor de Turismo Estância Balneária de Ilhabela - Caracterização Geral


1998 da Destinação Turística 2005

1999 - “Plano Diretor para Disposição Final dos Lodos e Demais Resíduos Produzidos
2000 pelos Sistemas de Águas e Esgotos do Litoral Norte do Estado de São Paulo”,
2001 elaborado pela Estudos Técnicos e Projetos Etep Ltda em atendimento ao
2002 Contrato CSS Nº. 19.729/01 e sua A.S. Nº. 01 de setembro/2005, firmado com a
2003 SABESP.

2004 - “site: www.sabesp.gov.sp.br”

2005 11 ANEXOS I - DESENHOS

2006 11.1 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE


2007 ABASTECIMENTO DE ÁGUA – EXISTENTE
2008 (desenho nº 0872-DS-13-S-3901/00).

2009 11.2 PLANTA 1:35.000 – LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA DE


2010 ESGOTAMENTO SANITÁRIO – EXISTENTE
2011 (desenho nº 0872-DS-13-S-3902/00).

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