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DIREITO PENAL

QUESTÕES FGV
Prof. Saulo Fontana
1 (FGV/2021 – ADVOGADO – FUNSAÚDE/CE) Durante operação policial em localidade com presença de criminosos
armados, o policial Jonathan, temendo pela sua integridade física e de seus colegas policiais, se assusta ao ver sair de
uma casa um homem segurando um guarda-chuva com ponta metálica. Por pensar tratar-se de uma arma de fogo e
não de um guarda-chuva, Jonathan atira e vem a matar a vítima, Caio, que saía de casa em direção ao trabalho. Acerca
do erro praticado por Jonathan, assinale a opção que indica a tese de direito material que poderia ser usada em sua
defesa.

A) Erro de proibição, que, se for entendido como inevitável, isenta de pena e se for evitável poderá reduzi-la de um
sexto a um terço, nos termos do Art. 21 do CP.

B) Erro de tipo incriminador, na medida em que errou sobre um elemento constitutivo do crime, o que poderia, nos
termos do Art. 20, caput, do CP, afastar o dolo e permitir a punição por crime culposo, que existe no caso do
homicídio.

C) Erro na execução, na medida em que pensou que Caio estivesse portando uma arma de fogo, o que faz com que
ele seja isento de pena, nos termos do Art. 73 do CP.

D) Erro de tipo permissivo, previsto no Art. 20, § 1º, do CP, na medida em que acreditava estar diante de uma situação
fática que, se existisse, tornaria sua ação legítima. Se o erro for tido como justificável, ficará isento de pena. Caso se
entenda como evitável, responderá pelo crime na modalidade culposa, legalmente prevista no caso do homicídio.

E) Erro sobre o objeto, modalidade de erro acidental na qual o agente confunde um objeto com outro, o que poderá
isentar o réu de pena.
2 (FGV/2021 – AUDITOR FISCAL – SEFAZ/ES) José trabalha como guarda-vidas da piscina do Clube
Romano, aberto ao público das 8h às 22h, diariamente. A piscina do clube funciona das 9h às 21h,
de terça a domingo, sendo aberta por Antônio, que trabalha como zelador no mesmo clube. José é
sempre o primeiro a entrar na área da piscina, tão logo ela é aberta, para assumir seu posto no alto
da cadeira de guarda-vidas. Contudo, no dia 1º de novembro de 2020, ele não chegou no horário
porque sua condução atrasou. O espaço da piscina foi aberto por Antônio no horário habitual, mas
José somente chegou ao clube às 10h. Ao entrar na área da piscina deparou-se com uma cena
terrível: o corpo de uma criança morta, boiando na piscina. Sobre a conduta de José, assinale a
afirmativa correta.

A) José não praticou nenhum crime.


B) José omitiu-se na prestação de socorro (Art. 135 do CP).
C) José cometeu homicídio culposo (Art. 121, § 3º, do CP).
D) José cometeu homicídio culposo na modalidade comissiva por omissão, pois exercia a função de
garantidor (Art. 121, § 3º, c/c. o Art. 13, § 2º, ambos do CP).
E) José cometeu homicídio doloso na modalidade comissiva por omissão, pois exercia a função de
garantidor (Art. 121, caput, c/c. o Art. 13, § 2º, ambos do CP).
3 (FGV/2021 – AUDITOR FISCAL – SEFAZ/ES) Relativamente ao tema da aplicação da lei penal no
tempo, analise as afirmativas a seguir. I. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. II.
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, incidindo o princípio da abolitio
criminis aos crimes decorrentes de leis penais excepcionais e temporárias. III. A lei posterior, que de
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado e já iniciada a execução da pena. Está correto o que
se afirma em

A) II, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
4 (FGV/2020 – ESTAGIÁRIO FORENSE – MPE/RJ) Em outubro de 2019, Carlos iniciou a execução de um
grande crime de extorsão mediante sequestro, sendo que a restrição da liberdade da vítima durou mais
de 60 (sessenta) dias. Ocorre que, no mês de novembro de 2019, quando o delito já estava consumado,
entrou em vigor lei penal que aumentou a pena do crime de extorsão mediante sequestro. A vítima
apenas conseguiu sua liberdade no dia de Natal do ano de 2019, mesma data em que houve obtenção da
vantagem financeira pelo autor do fato, tendo ela comparecido em janeiro de 2020 ao Ministério Público
para narrar o ocorrido. Oferecida denúncia em face de Carlos pela prática do crime de extorsão mediante
sequestro e confirmada a autoria em instrução probatória, o promotor de justiça poderá requerer a
condenação de Carlos com base na:

A) lei em vigor em outubro de 2019, momento em que foi consumado o crime imputado, aplicando-se ao
Direito Penal o princípio do tempus regit actum;
B) lei em vigor no momento da apresentação das alegações finais, ainda que mais gravosa, aplicando-se
ao Direito Penal o princípio do tempus regit actum;
C) lei em vigor em outubro de 2019, por ser aplicável ao Direito Penal o princípio da irretroatividade da
lei penal mais gravosa;
D) inovação legislativa, pois o crime imputado somente restou consumado no dia da obtenção da
vantagem indevida;
E) inovação legislativa, ainda que mais gravosa, em razão da natureza do crime imputado.
5 (FGV/2020 – ESTAGIÁRIO FORENSE – MPE/RJ) Thiago, pessoa financeiramente humilde, alugou
uma bicicleta avaliada em R$ 2.000,00 pelo período de 2 (duas) horas para ir até uma entrevista de
emprego. Após a entrevista, chateado por não ter conseguido a vaga pretendida, acabou por pegar
a bicicleta de outra pessoa que estava estacionada no mesmo local, acreditando ser a que alugara.
Apesar de o modelo e o valor da bicicleta serem idênticos ao da que havia alugado, as cores eram
diferentes. Cinco minutos depois, Thiago veio a ser abordado por policiais militares que souberam
dos fatos, sendo indiciado, em sede policial, pela prática do crime de furto simples doloso. No
momento do oferecimento da denúncia, o promotor de justiça deverá concluir que a conduta de
Thiago é:

A) típica, mas deverá ser reconhecida causa de diminuição de pena em razão do erro de proibição,
que não era inevitável;
B) típica, mas deverá ser imputado o crime contra o patrimônio de natureza culposa, já que o erro
de tipo era evitável;
C) atípica, em razão do reconhecimento do princípio da insignificância;
D) atípica, diante do erro de proibição;

E) atípica, diante do erro de tipo.


6 (FGV/2020 – ESTAGIÁRIO FORENSE – MPE/RJ) Durante uma discussão verbal, Pedro percebeu que João estava
prestes a lhe desferir um golpe com pedaço de madeira, razão pela qual pegou uma pedra no chão, seu único meio de
defesa disponível, e a jogou em direção à cabeça do rival para se proteger da injusta agressão. Ocorre que, mesmo
após João já estar caído em razão da pedrada recebida, Pedro persistiu desferindo socos na face de João. João pegou
então um canivete que tinha no bolso e golpeou a perna de Pedro para que cessassem aquelas agressões. João
apresentou lesões graves em razão dos socos recebidos de Pedro após a pedrada. Já Pedro ficou apenas com lesões de
natureza leve em razão do golpe recebido com canivete. Descobertos os fatos em investigação, os autos são
encaminhados ao Ministério Público. Por ocasião da análise, deverá ser concluído que:

A) Pedro agiu em legítima defesa a todo momento, logo a conduta de João ao desferir golpe com canivete não pode
ser considerada amparada pela excludente de ilicitude, de forma que este poderá ser responsabilizado
criminalmente pelo ato;
B) Pedro agiu, inicialmente, amparado pela legítima defesa, mas houve excesso, possibilitando sua responsabilização
pelo resultado causado em razão deste, bem como a legítima defesa de João ao desferir o golpe com canivete;
C) Pedro não agiu amparado por qualquer excludente de ilicitude, podendo responder pelo crime de lesão corporal
dolosa, em razão da pedrada e socos, enquanto João agia em legítima defesa, afastando a sua responsabilidade
penal;
D) Pedro e João não agiram amparados por qualquer causa excludente da ilicitude, podendo ambos ser
responsabilizados pelas lesões causadas;
E) Pedro e João agiram em legítima defesa durante todo o tempo, de modo que nenhum dos dois poderia ser
responsabilizado criminalmente.
7 (FGV/2021 – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/RN) Durante uma partida de futebol, Rogério
agrediu Jonas com um soco, que lhe causou um leve ferimento no olho direito. No dia seguinte,
Jonas vai tirar satisfação com Rogério e, no meio da discussão, saca uma arma de fogo e parte na
direção de Rogério, que, então, retira de sua mochila um revólver que carregava legalmente e
dispara contra Jonas, causando sua morte.

Considerando a situação apresentada, com relação à morte de Jonas, Rogério:

A) responderá por homicídio, ficando, porém, isento de pena por ter atuado no exercício regular
de direito;
B) responderá por homicídio, pois provocou a situação em que se encontrava, afastando eventual
excludente de ilicitude;
C) não responderá por homicídio, considerando que agiu em legítima defesa, que é causa de
exclusão da culpabilidade;
D) responderá por homicídio culposo, pois agiu em excesso de legítima defesa;
E) não responderá por homicídio, pois agiu em legítima defesa, o que afasta a ilicitude de sua
conduta.
8 (FGV/2021 – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/RN) Lidiane, exímia nadadora, convida sua amiga
Karen para realizarem a travessia a nado de um rio, afirmando que poderia socorrê-la caso tivesse
qualquer dificuldade. Durante a travessia, Karen e Lidiane foram pegas por um forte redemoinho
que as puxou para o fundo do rio. Lidiane conseguiu escapar, mas, em razão da forte correnteza,
não conseguiu salvar Karen, que veio a falecer por afogamento.

Considerando o fato acima narrado, Lidiane:

A) será responsabilizada pelo homicídio de Karen por omissão imprópria, visto que criou a situação
de perigo e assumiu a posição de garantidora;
B) assumiu a função de garantidora, devendo responder pela omissão de socorro com resultado
morte;
C) assumiu a função de garantidora, mas não responderá pela morte de Karen, pois estava
impossibilitada de agir;
D) não será responsabilizada pela morte de Karen, visto que não possuía o dever de agir;
E) não assumiu a função de garantidora, devendo, contudo, responder pelo crime de omissão de
socorro com resultado morte.
9 (FGV/2021 – AGENTE E ESCRIVÃO – PC/RN) Joana caminhava pela rua, quando
percebeu que um cachorro de grande porte se desvencilhou da coleira de seu dono e
correu ferozmente em direção a uma criança que brincava na calçada. Com o objetivo de
proteger a criança, Joana atirou uma pedra na cabeça do animal, que veio a falecer.

Considerando os fatos acima, Joana agiu em:

A) estado de necessidade, que afasta a culpabilidade de sua conduta;


B) legítima defesa de terceiro, que afasta a tipicidade de sua conduta;
C) estado de necessidade, que afasta a ilicitude de sua conduta;
D) legítima defesa de terceiro, que afasta a ilicitude de sua conduta;
E) estado de necessidade, que afasta a tipicidade de sua conduta.
10 (FGV/2021 – AGENTE E ESCRIVÃO – PC/RN) Cássio, com a intenção de matar Patrício,
efetua disparo de arma de fogo em sua direção, que atinge seu braço e o faz cair no
chão. Enquanto caminha na direção de Patrício para efetuar novo disparo, Cássio
percebe a aproximação de policiais e se evade do local, deixando Patrício apenas com o
ferimento no braço.

Considerando os fatos narrados, Cássio deverá responder pelo crime de:

A) tentativa de homicídio;
B) tentativa de homicídio, com diminuição da pena pela desistência voluntária;
C) lesão corporal, pois houve desistência voluntária;
D) tentativa de homicídio, com diminuição da pena pelo arrependimento eficaz;
E) lesão corporal, pois houve arrependimento eficaz.
11 (FGV/2021 – ADVOGADO – IMBEL) João andava pela rua falando ao celular quando teve seu aparelho
furtado por uma pessoa que passou correndo de bicicleta. O furtador estava em uma bicicleta cinza,
usando moletom preto. Ao andar mais algumas quadras, João vê José, que usava um moletom preto,
sentando em cima de uma bicicleta cinza, falando ao celular, sendo o aparelho semelhante ao que
acabara de ser furtado. Acreditando, equivocadamente, que José era o autor do delito de furto que
acabara de sofrer, João tenta prendê-lo em flagrante. José tenta explicar que não era a pessoa procurada
e que estava há uma hora ali parado aguardando para fazer uma entrega. João não acredita e começa a
agredir José para obrigá-lo a entrar em um taxi, a fim de conduzi-lo a uma Delegacia de Polícia. Diante
disso, José agride João e se afasta do local. Tanto João quanto José sofrem lesões corporais leves.

Assinale a opção que indica as responsabilidades penais de João e de José, respectivamente.

A) Lesão corporal leve e lesão corporal leve.


B) Lesão corporal culposa e lesão corporal leve.
C) Nenhuma responsabilidade penal, porque agiu em exercício regular de direito putativo, e nenhuma
responsabilidade penal, porque agiu em legítima defesa real.
D) Nenhuma responsabilidade penal, porque agiu em exercício regular de direito, e lesão corporal leve.
E) Lesão corporal leve e nenhuma responsabilidade penal porque agiu em legítima defesa putativa.
12 (FGV/2021 – RESIDÊNCIA JURÍDICA – DPE/RJ) Observando as afirmações sobre os
princípios constitucionais penais, marque a alternativa INCORRETA:

A) O princípio da legalidade veda a existência de crime sem lei que o defina e impede a
existência de pena sem cominação legal.
B) O princípio da anterioridade permite que o fato praticado anteriormente à vigência da
lei penal que o define como crime seja punido.
C) O princípio da legalidade ou da reserva legal impede a criação de crimes e a
cominação de penas por medidas provisórias.
D) O princípio da lesividade ou da exclusiva proteção de bens jurídicos impede que a lei
consagre como crime fato que não acarrete lesão ou perigo de lesão a bem jurídico de
terceiro.
E) Tipos penais que não definem com clareza o fato proibido, tornando-o evidente,
violam o princípio da legalidade.
13 (FGV/2018 – ADVOGADO – AL/RO) Os crimes previstos no Código Penal e na legislação
extravagante podem ser classificados levando-se em consideração diversos fatores, como conduta,
resultado, sujeito ativo, dentre outros.

Sobre o tema em questão, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, é
correto afirmar que os crimes classificados como

A) omissivos impróprios não admitem tentativa.


B) próprios não admitem responsabilização de eventual partícipe que não possua a qualidade
exigida pelo tipo penal, ainda que um dos agentes preencha o requisito legal.
C) formais não preveem no tipo a existência de resultado naturalístico, de modo que restam
consumados com a realização do verbo núcleo.
D) permanentes não admitem que a lei penal nova mais grave seja aplicada ao agente, ainda que
sua vigência seja anterior à cessação da permanência, em respeito à irretroatividade da lei penal
mais gravosa.
E) não transeuntes são aqueles que deixam vestígios.
14 (FGV/2018 – ANALISTA JURÍDICO – TJ/SC) Flavio, pretendendo matar seu pai Leonel, de 59 anos,
realiza disparos de arma de fogo contra homem que estava na varanda da residência do genitor,
causando a morte deste. Flavio, então, deixa o local satisfeito, por acreditar ter concluído seu intento
delitivo, mas vem a descobrir que matara um amigo de seu pai, Vitor, de 70 anos, que, de costas, era com
ele parecido.

A Flavio poderá ser imputada a prática do crime de homicídio doloso, com erro:

A) sobre a pessoa, considerando a agravante de crime contra ascendente, mas não a causa de aumento
em razão da idade da vítima;
B) sobre a pessoa, considerando a causa de aumento em razão da idade da vítima, mas não a agravante
de crime contra ascendente;
C) de execução, considerando a agravante de crime contra ascendente, mas não a causa de aumento em
razão da idade da vítima;
D) de execução, considerando a agravante de crime contra ascendente e a causa de aumento em razão
da idade da vítima;
E) de execução, considerando a causa de aumento da idade da vítima, mas não a agravante de crime
contra ascendente.
15 (FGV/2018 – ANALISTA ADMINISTRATIVO – TJ/SC) A doutrina majoritária conceitua crime como
o fato típico, ilícito e culpável. Por sua vez, o fato típico envolve o elemento subjetivo do tipo, que
pode ser o dolo ou a culpa.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

A) o agente que pretende causar determinado resultado e tem conhecimento de que, com sua
conduta, causará, necessariamente, um segundo resultado e, ainda assim, atua, responderá por
dolo eventual em relação ao segundo resultado;
B) os tipos culposos estão sujeitos ao princípio da tipicidade, somente podendo ser punidos
quando devidamente prevista em lei a punição a título de culpa;
C) o agente que não quer diretamente o resulto, mas o prevê e aceita sua ocorrência a partir de
sua conduta, poderá ser responsabilizado pelo tipo culposo;
D) o tipo culposo exige a previsibilidade objetiva, mas se houver efetiva previsão, haverá dolo,
ainda que eventual;
E) o tipo culposo próprio, se presentes todos os demais elementos, admite a punição na
modalidade tentada.
16 (FGV/2018 – ANALISTA – MPE/AL) Durante uma festa rave, Bernardo, 19 anos, conhece Maria, e,
na mesma noite, eles vão para um hotel e mantém relações sexuais. No dia seguinte, Bernardo é
surpreendido pela chegada de policiais militares no hotel, que realizam sua prisão em flagrante,
informando que Maria tinha apenas 13 anos. Bernardo, então, é encaminhado para a Delegacia,
apesar de esclarecer que acreditava que Maria era maior de idade, devido a seu porte físico e pelo
fato de que era proibida a entrada de menores de 18 anos na festa rave. Diante da situação
narrada, Bernardo agiu em

A) erro de tipo, tornando a conduta atípica.


B) erro de tipo, afastando o dolo, mas permitindo a punição pelo crime de estupro de vulnerável
culposo.
C) erro de proibição, afastando a culpabilidade do agente pela ausência de potencial conhecimento
da ilicitude.
D) erro sobre a pessoa, tornando a conduta atípica.
E) erro de tipo permissivo, gerando causa de redução de pena.
17 (FGV/2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL) Júlia, primária e de bons antecedentes,
verificando a facilidade de acesso a determinados bens de uma banca de jornal, subtrai
duas revistas de moda, totalizando o valor inicial do prejuízo em R$15,00 (quinze reais).
Após ser presa em flagrante, é denunciada pela prática do crime de furto simples, vindo,
porém, a ser absolvida sumariamente em razão do princípio da insignificância.

De acordo com a situação narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da


insignificância, optou por absolver Júlia em razão da:

A) atipicidade da conduta;
B) causa legal de exclusão da ilicitude;
C) causa de exclusão da culpabilidade;
D) causa supralegal de exclusão da ilicitude;
E) extinção da punibilidade.
18 (FGV/2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL) Paulo, funcionário público do governo
brasileiro, quando em serviço no exterior, vem a praticar um crime contra a administração
pública. Descoberto o fato, foi absolvido no país em que o fato foi praticado.

Diante desse quadro, é correto afirmar que Paulo:

A) não poderá ser julgado de acordo com a lei penal brasileira por já ter sido absolvido no
estrangeiro;
B) somente poderá ser julgado de acordo com a legislação penal brasileira se entrar no
território nacional;
C) não poderá ter contra si aplicada a lei penal brasileira porque o fato não ocorreu no
território nacional;
D) poderá, por força do princípio da defesa real ou proteção, ser julgado de acordo com a lei
penal brasileira;
E) poderá, com fundamento no princípio da representação, ser julgado de acordo com a lei
penal brasileira.
19 (FGV/2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL) Leandro, pretendendo causar a morte de
José, o empurra do alto de uma escada, caindo a vítima desacordada. Supondo já ter
alcançado o resultado desejado, Leandro pratica nova ação, dessa vez realiza disparo de
arma de fogo contra José, pois, acreditando que ele já estaria morto, desejava simular um
ato de assalto. Ocorre que somente na segunda ocasião Leandro obteve o que pretendia
desde o início, já que, diferentemente do que pensara, José não estava morto quando
foram efetuados os disparos.

Em análise da situação narrada, prevalece o entendimento de que Leandro deve


responder apenas por um crime de homicídio consumado, e não por um crime tentado e
outro consumado em concurso, em razão da aplicação do instituto do:

A) crime preterdoloso;
B) dolo eventual;
C) dolo alternativo;
D) dolo geral;
E) dolo de 2º grau.
20 (FGV/2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL) Arlindo desferiu diversos golpes de faca
no peito de Tom, sendo que, desde o início dos atos executórios, tinha a intenção de,
com seus golpes, causar a morte do seu desafeto. No início, os primeiros golpes de faca
causaram lesões leves em Tom. Na quarta facada, porém, as lesões se tornaram graves, e
os últimos golpes de faca foram suficientes para alcançar o resultado morte pretendido.

Arlindo, para conseguir o resultado final mais grave, praticou vários atos com crescentes
violações ao bem jurídico, mas responderá apenas por um crime de homicídio por força
do princípio da:

A) subsidiariedade, por se tratar de progressão criminosa;


B) alternatividade, por se tratar de crime progressivo;
C) consunção, por se tratar de progressão criminosa;
D) especialidade, por se tratar de progressão criminosa;
E) consunção, por se tratar de crime progressivo.
21 (FGV/2018 – TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/AL) Disposições constitucionais e disposições
legais tratam do tema aplicação da lei penal no tempo, sendo certo que existem
peculiaridades aplicáveis às normas de natureza penal.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

A) a lei penal posterior mais favorável possui efeitos retroativos, sendo aplicável aos
fatos anteriores, desde que até o trânsito em julgado da ação penal;
B) a abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade, fazendo cessar os efeitos penais
e civis da condenação;
C) a lei penal excepcional, ainda que mais gravosa, possui ultratividade em relação aos
fatos praticados durante sua vigência;
D) os tipos penais temporários poderão ser criados através de medida provisória;
E) a combinação de leis favoráveis, de acordo com a atual jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, é admitida no momento da aplicação da pena.
22 (FGV/2020 – Estagiário Forense – MPE/RJ) Ramon foi denunciado pela prática de um crime de
estupro simples, sendo constatado ao longo da instrução, por meio de exame de insanidade mental, que,
na data dos fatos, ele era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato em razão de
desenvolvimento mental incompleto.

Confirmada a autoria e a materialidade, no momento das alegações finais, caberá ao promotor de justiça
buscar:

A) o reconhecimento da autoria e materialidade, sendo, porém, o agente isento de pena, de modo que
caberá aplicação de medida de segurança em razão da inimputabilidade de Ramon;
B) a absolvição própria do agente, não sendo aplicada qualquer pena privativa de liberdade ou medida
de segurança, diante da inimputabilidade do agente;
C) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se pena privativa de liberdade, com causa de diminuição
de pena em razão da inimputabilidade;
D) a condenação do réu, reduzindo-se a pena aplicada, porém, em um a dois terços em razão da semi-
imputabilidade do agente;
E) a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se medida de segurança, diante da semi-imputabilidade
do agente.
23 (FGV/2021 – Residência Jurídica – DPE/RJ) Observe as afirmações sobre o tema ação
penal: I) As infrações penais ensejam a propositura de ação penal pública incondicionada,
salvo previsão legal em sentido contrário. II) Arquivado o inquérito policial, o ofendido
poderá propor ação penal privada subsidiária da pública. III) A representação do
ofendido é condição de procedibilidade para a ação penal pública condicionada à
representação e deve observar a forma prevista em lei. IV) Nos casos de ação penal
privada, a renúncia ao direito de queixa aproveita a todos os supostos autores da
infração penal. V) O perdão do ofendido nos casos de ação penal privada é causa de
extinção da punibilidade que se opera independentemente da aceitação do suposto
autor da infração penal. Quais dos itens contêm afirmações corretas?
A) II e III.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e V.
E) I, IV e V.
24 (FGV – Analista Processual – MPE/RJ) Antony, estrangeiro que reside no Brasil há dois meses,
inicia em seu quintal uma plantação de maconha, com a intenção de utilizar aquele material para
fins medicinais, já que sua doença respiratória melhora com o uso da droga. Ao tomar
conhecimento de que seu vizinho, João, possui a mesma doença, decide transportar o material até
a residência de João, mas vem a ser abordado por policiais civis. Após denúncia pela prática do
crime de tráfico, durante seu interrogatório, Antony esclarece que tinha conhecimento de que
transportar maconha no Brasil era crime, mas acreditava na licitude de sua conduta diante da
intenção de utilizar o material para fins medicinais, esclarecendo, ainda, que essa conduta seria
válida em seu país de origem.

Com base apenas nas informações expostas, Antony agiu:

A) em erro de proibição, podendo gerar reconhecimento de causa de redução de pena ou


afastamento da culpabilidade;
B) em erro de tipo, o que gera o reconhecimento de causa de diminuição de pena;
C) com desconhecimento da lei, o que não afasta a culpabilidade;
D) em erro de proibição, afastando a tipicidade da conduta;
E) em erro de tipo, afastando a tipicidade da conduta.
25 (FGV/2018 – Estágio Forense – MPE/RJ) De maneira geral, os delitos tipificados no
ordenamento jurídico brasileiro são de concurso eventual, tendo em vista que podem ser
executados por uma ou mais pessoas. Excepcionalmente, porém, existem delitos de
concurso necessário, sendo indispensável a pluralidade de agentes para configuração do
tipo. Sobre o tema concurso de pessoas, é correto afirmar que:
A) o Código Penal, como regra geral, adota a teoria Monista, de modo que autor e
partícipe respondem pelo mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua
culpabilidade;
B) a participação de menor importância permite a aplicação de regime inicial de pena
menos severo, mas não poderá funcionar como causa de diminuição de pena;
C) as circunstâncias objetivas se comunicam aos coautores, diferente das de caráter
pessoal, que não se comunicam, ainda que elementares do tipo;
D) a pluralidade de pessoas e a relevância causal das condutas são requisitos para sua
configuração, mas não são requisitos para configurar o liame subjetivo;
E) os crimes classificados como próprios não admitem coautoria ou participação.
26 (FGV/2018 – Analista – MPE/AL) Em seu primeiro evento na faculdade, Rodrigo ingeriu,
com a intenção de comemorar, grande quantidade de bebida alcoólica. Apesar de não ter
intenção, a grande quantidade de álcool fez com que ficasse embriagado e, em razão desse
estado, acabou por iniciar discussão desnecessária e causar lesão corporal grave em José, ao
desferir contra ele dois socos. Todas as informações acima são confirmadas em procedimento
de investigação criminal. Ao analisar as conclusões do procedimento caberá ao Promotor de
Justiça reconhecer

A) a ausência de culpabilidade do agente diante da situação de embriaguez culposa.


B) a ausência de culpabilidade do agente em razão da embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito, aplicando-se medida de segurança.
C) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, inclusive com presença da agravante da
embriaguez pré-ordenada.
D) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, pois a embriaguez foi culposa, não sendo
possível imputar a agravante da embriaguez pré-ordenada.
E) a existência de conduta típica, ilícita e culpável, pois a embriaguez foi voluntária, não sendo
possível imputar a agravante da embriaguez pré-ordenada.
27 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJAL) Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira
imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de Fábio, seu irmão mais novo. Após
ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima, foi realizado exame de
insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão, Gabriel, em razão de
desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato.

Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a:

A) iinimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;


B) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
C) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade;
D) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de
pena;
E) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade.
28 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJAL) No Direito Penal, a doutrina costuma
reconhecer o concurso de pessoas quando a infração penal é cometida por mais de uma
pessoa, podendo a cooperação ocorrer através de coautoria ou participação.

Sobre o tema, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar que:

A) o auxílio material é punível se o crime chegar, ao menos, a ser cogitado;


B) as circunstâncias de caráter pessoal, diante de sua natureza, não se comunicam, ainda
que elementares do crime;
C) em sendo de menor importância a participação ou coautoria, a pena poderá ser
reduzida de um sexto a um terço;
D) teoria sobre concurso de agentes adotada pela legislação penal brasileira, em regra, é
a dualista;
E) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste.
29 (FGV/2018 – Advogado Legislativo – CÂMARA DE SALVADOR/BA) No dia 25 de dezembro de
2017, Carlos, funcionário público, recebe uma visita inesperada de João, seu superior hierárquico,
em sua residência. João informa a Carlos que estava sendo investigado pela prática de um delito e
exige que este altere informação em determinado documento público, mediante falsificação, de
modo a garantir que não sejam obtidas provas do crime que vinha sendo investigado, assegurando
que, caso a ordem não fosse cumprida, sequestraria o filho de Carlos e que a restrição da liberdade
perduraria até o atendimento da exigência. Diante desse comportamento de João, Carlos falsifica o
documento público, mas vem a ser descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art.
297 do Código Penal (falsificação de documento público).

Com base apenas nessas informações, o advogado de Carlos deveria alegar, em busca de sua
absolvição, a ocorrência de:

A) coação moral irresistível, causa de exclusão da culpabilidade;


B) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da culpabilidade;
C) estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude;
D) coação moral irresistível, causa de exclusão da ilicitude;
E) estrita obediência à ordem de superior hierárquico, causa de exclusão da ilicitude.
30 (FGV/2021 – Perito Criminal – PCRJ) A respeito do tema consumação e tentativa, é
correto afirmar que:

A) o estupro de vulnerável se consuma com a prática de ato de libidinagem específico


ofensivo à dignidade sexual da vítima;
B) a tentativa incruenta é modalidade de crime tentado no qual a vítima sofre
ferimentos;
C) quanto mais perto da consumação, maior será a fração redutora, pois menor a
reprovabilidade da conduta;
D) nos crimes de tipo misto alternativo, a prática de um dos verbos já é suficiente para a
consumação da infração;
E) a aferição da quantidade de pena a ser reduzida pela tentativa decorre da
culpabilidade do agente.
31 (FGV/2021 – Tabelião – TJSC) Flávia, pessoa humilde, presta serviços de faxineira em serventia
extrajudicial localizada na cidade de Florianópolis. Em determinada data, Flávia foi abordada na saída de
sua residência por pessoas ligadas ao tráfico dominante na localidade, que determinaram que ela
transportasse e guardasse arma de fogo em seu trabalho, pois terceiro iria no dia seguinte ao local para
buscar o material bélico. Os traficantes afirmaram que se Flávia não atendesse àquela determinação,
seria expulsa de sua casa, não tendo mais onde morar, bem como que sua mãe também sofreria as
consequências. Em razão disso, Flávia transportou um revólver, de calibre de uso permitido, mas com
numeração de série suprimida, para o trabalho, escondendo o material em uma lixeira. Após receber
denúncia, a autoridade policial determinou a realização de diligência no local. Com autorização dos
responsáveis, os policiais civis apreenderam a arma guardada por Flávia, que esclareceu o ocorrido.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Flávia agiu:

A) sob coação moral resistível, devendo ser reconhecida a prática do crime de porte de arma de fogo de
uso permitido, com causa de diminuição de pena;
B) sob coação física irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta;
C) sob coação moral irresistível, afastando-se a culpabilidade de sua conduta;
D) sob coação moral irresistível, afastando-se a ilicitude de sua conduta;
E) em legítima defesa, afastando-se a ilicitude de sua conduta.
32 (FGV/2021 – Tabelião – TJSC) Matheus, inconformado com a participação de Gustavo e Nilza, pais de
sua ex-companheira Mariana, no fim de seu relacionamento, decide praticar um crime de roubo na
residência do rico casal. Para isso, compra cordas e elásticos, que utilizaria para amarrar as mãos das
vítimas, além de um simulacro de arma de fogo. Momentos antes da prática delitiva, quando Matheus se
preparava para sair de casa, Mariana liga e demonstra interesse em retomar a relação, o que faz com
que Matheus decida não mais ir até a casa de Gustavo e Nilza, mas sim ao encontro de Mariana.

Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que a conduta de Matheus é:

A) típica, mas deve ser reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa em seu patamar mínimo,
tendo em vista que o critério a ser observado para definir o quantum de redução de pena é a
gravidade do delito;
B) típica, mas deve ser reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa em seu patamar
máximo, já que o critério a ser observado no quantum de redução de pena é o iter criminis percorrido;
C) atípica, em razão de não ter sido iniciada a execução;
D) atípica, em razão do arrependimento eficaz;
E) atípica, em razão da desistência voluntária.
33 (FGV/2021 – Tabelião – TJSC) Hugo, funcionário de estabelecimento comercial, insatisfeito
com seu empregador e querendo causar-lhe prejuízo, devidamente uniformizado e
identificado, entrega a Jairo, cliente da loja, um aparelho celular que estava exposto à venda,
dizendo tratar-se de um brinde. Jairo, então, coloca o aparelho em seu bolso e sai da loja,
quando é imediatamente abordado por seguranças do local, que encontram o objeto em sua
posse e o levam à delegacia de polícia, onde foi indiciado pelo crime de furto.

Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Jairo:

A) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas com causa de diminuição de pena,
pois agiu em erro de proibição evitável;
B) poderá ser responsabilizado pelo crime imputado, mas apenas na modalidade culposa,
pois agiu em erro de tipo acidental;
C) não poderá ser punido pelo crime imputado, pois estará isento de pena em razão de erro
de proibição inevitável;
D) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo provocado por terceiro;
E) não praticou o crime imputado, pois atuou em erro de tipo acidental.
34 (FGV/2021 – Técnico Judiciário – TJRO) Sobre a aplicação da lei penal no espaço, é
correto afirmar que:

A) pelo princípio da extraterritorialidade, aplica-se a lei penal brasileira aos fatos puníveis
praticados no território nacional, quando o agente for estrangeiro;
B) a lei brasileira adota o princípio da territorialidade como regra, ainda que de forma
atenuada, uma vez que ressalva a validade de convenções e tratados internacionais;
C) o princípio da nacionalidade ou da personalidade permite a extensão da jurisdição
penal do Estado titular do bem lesado para além dos seus limites territoriais;
D) o princípio real, de defesa ou de proteção permite a aplicação da lei penal da
nacionalidade do agente, pouco importando o local em que o crime foi praticado;
E) o princípio da universalidade ou cosmopolita aplica-se à lei penal da nacionalidade do
agente, pouco importando o local em que o crime foi praticado.
35 (FGV/2021 – Técnico Judiciário – TJRO) Quanto ao “tempo do crime”, o Código Penal
brasileiro adota a teoria:

A) da atividade;
B) do resultado;
C) da ubiquidade;
D) da consumação;
E) do efeito.
36 (FGV/2021 – Técnico Judiciário – TJRO) Quanto à interpretação da norma penal
incriminadora, fica vedada a realização de:

A) interpretação declarativa;
B) interpretação restritiva;
C) interpretação analógica;
D) interpretação extensiva;
E) analogia in malam partem.
37 (FGV/2021 – Oficial de Justiça – TJRO) Ao lado das hipóteses de erros essenciais
figuram os chamados erros acidentais, que, ao contrário daqueles, incidem sobre
elementos não essenciais à configuração do crime, não afetando a decisão a respeito da
imputação. Uma hipótese de erro acidental é:

A) erro de tipo;
B) erro sobre a pessoa;
C) erro de proibição;
D) descriminantes putativas;
E) erro mandamental.
38 (FGV/2021 – Oficial de Justiça – TJRO) Quando dois agentes, numa mesma dinâmica
fática, direcionando suas condutas um contra o outro, atuam em legítima defesa real
frente a uma atitude de legítima defesa putativa ou os dois agentes, numa mesma
dinâmica fática, direcionando suas condutas um contra o outro, atuam em legítimas
defesas putativas, concomitantemente, estará caracterizada hipótese de legítima defesa:

A) recíproca;
B) própria;
C) imprópria;
D) putativa;
E) sucessiva.
39 (FGV/2021 – Oficial de Justiça – TJRO) O conceito analítico de crime exige a realização
de um comportamento humano. Um comportamento humano que pode ensejar
interesse jurídico penal e responsabilização do agente que o desempenha é:

A) ação por coação física irresistível;


B) atos reflexos;
C) condutas culposas;
D) perda brusca de consciência;
E) atos automatizados.
40 (FGV/2021 – Oficial de Justiça – TJRO) Com relação à punibilidade da tentativa, é
correto afirmar que:

A) como regra, o Código Penal adotou a teoria subjetiva;


B) o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado é irrelevante;
C) a ausência de posse mansa e pacífica da coisa em crimes patrimoniais conduz à
tentativa;
D) a pequena ofensividade da conduta impede a caracterização da tentativa;
E) quanto maior o iter criminis percorrido, menor a fração da causa de diminuição.
41 (FGV/2020 – Estágio Forense – MPE/RJ) Jorge ingressou em uma loja de conveniência de determinado
posto de gasolina com a intenção de praticar um crime de roubo, portando um simulacro de arma de
fogo. Após ingressar no local e anunciar o assalto, verifica que a única pessoa presente e que estava
responsável pelo caixa era o adolescente Caio, de 16 anos de idade, que ajudava seu pai idoso,
verdadeiro proprietário do estabelecimento. Lamentando o fato de o adolescente estar trabalhando,
Jorge retira-se do local sem subtrair qualquer bem. Os fatos são descobertos pela autoridade policial
após divulgação das imagens da câmera de segurança, mas Caio e seu pai optam por não comparecer
em sede policial por não terem interesse em ver Jorge responsabilizado, diante da decisão do autor de
não subtrair bens durante a execução do delito.
Com base nas informações expostas, é correto afirmar que a conduta de Jorge configura:
A) conduta atípica, em razão do arrependimento eficaz e do desinteresse de Caio e seu representante
em verem o autor do fato responsabilizado pelo delito residual;
B) conduta atípica, em razão da desistência voluntária e do desinteresse de Caio e seu representante em
verem o autor do fato responsabilizado pelo delito residual;
C) crime de roubo simples, devendo ser reconhecida a causa de diminuição de pena em razão do
arrependimento posterior;
D) crime de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, com causa de redução de pena da
tentativa;
E) crime de roubo simples, com causa de redução de pena da tentativa.
42 (FGV/2021 – Advogado – IMBEL) Assinale a opção que apresenta motivos que extinguem
a punibilidade.

A) Morte do agente; retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; e, nos crimes de ação
privada, renúncia ao direito de queixa ou perdão aceito.
B) Anistia, graça ou indulto; retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; e,
nos casos de crimes patrimoniais, reparação do dano.
C) Prescrição, decadência ou perempção; renúncia do direito de queixa ou perdão aceito, nos
crimes de ação pública; e prescrição, decadência ou perempção.
D) Casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os costumes definidos na Parte Especial
do Código Penal; morte do agente; e prescrição, decadência ou perempção.
E) Anistia, graça ou indulto; retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
perdão extrajudicial, concedido pela vítima nos crimes praticados sem violência ou grave
ameaça.
43 (FGV/2021 – Residência Jurídica – DPE/RJ) Assinale a única alternativa
que NÃO configura uma causa excludente da ilicitude:

A) Coação moral irresistível.


B) Exercício regular do direito.
C) Estrito cumprimento do dever legal.
D) Legítima defesa.
E) Estado de necessidade.
44 (FGV/2019 – Analista Processual – MPE/RJ) Renato, Bruno e Diego praticaram
diferentes crimes de roubo com emprego de armas brancas. Renato, no ano de 2017, foi
condenado definitivamente pelo crime de roubo majorado pelo emprego de arma, pois,
em 2015, teria, com grave ameaça exercida com emprego de faca, subtraído um celular.
Bruno foi condenado, em primeira instância, em março de 2018, também pelo crime de
roubo majorado pelo emprego de arma, já que teria utilizado um canivete para ameaçar
a vítima e subtrair sua bolsa. A decisão ainda está pendente de confirmação diante de
recurso do Ministério Público, apenas. Diego, por sua vez, responde à ação penal pela
suposta prática de crime de roubo majorado pelo emprego de arma, que seria um
martelo, por fatos que teriam ocorrido em fevereiro de 2018, estando o processo ainda
em fase de instrução probatória. Ocorre que, em abril de 2018, entrou em vigor lei
alterando o art. 157 do CP, sendo revogado o inciso I do parágrafo 2º, e passando a
prever que apenas o crime de roubo com emprego de arma de fogo funcionaria como
causa de aumento de pena.
Considerando apenas as informações expostas e que a inovação legislativa não teria
inconstitucionalidades, as novas previsões:
A) seriam aplicáveis a Diego, que ainda não possui sentença condenatória em seu
desfavor, com base no princípio da retroatividade da lei penal benéfica, mas não
seriam aplicáveis a Renato e Bruno;
B) não seriam aplicáveis a Renato, que já possui condenação com trânsito em julgado,
aplicando-se o princípio da irretroatividade da lei penal, mas deveriam ser aplicadas a
Bruno e Diego;
C) não seriam aplicáveis a Renato, Bruno nem a Diego, já que os fatos imputados teriam
ocorrido antes de sua entrada em vigor, aplicando-se o princípio da irretroatividade da
lei penal;
D) seriam aplicáveis a Renato, Bruno e Diego, em razão do princípio da retroatividade da
lei penal mais benéfica;
E) seriam aplicáveis apenas a Bruno e Diego, mas não a Renato, diante do princípio
do tempus regit actum.
45 (FGV/2018 – Estágio Forense – MPE/RJ) Tradicionalmente, a doutrina majoritária brasileira
define crime como o fato típico, ilícito e culpável. Em relação à ilicitude, afirma-se que é o
comportamento humano contrário à ordem jurídica que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos
tutelados. Por outro lado, o Código Penal prevê situações que funcionam como causas de exclusão
da ilicitude, impedindo o reconhecimento da prática de crime, ainda que a conduta seja típica.

De acordo com o Código Penal, são causas legais de exclusão da ilicitude:

A) estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e coação moral
irresistível;
B) estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular
do direito;
C) estado de necessidade, legítima defesa, cumprimento de ordem de superior hierárquico e
exercício regular do direito;
D) estado de necessidade, legítima defesa, cumprimento de ordem de superior hierárquico, estrito
cumprimento do dever legal e exercício regular do direito;
E) estado de necessidade, legítima defesa, cumprimento de ordem de superior hierárquico e
coação moral irresistível.
46 (FGV/2018 – Estágio Forense – MPE/RJ) Jorge cumpre pena em razão de condenação definitiva pela
prática de determinado crime. Na mesma unidade prisional, mas em outra ala, Antônio encontra-se
preso preventivamente em virtude de ação penal, sem sentença, pela suposta prática de delito idêntico
ao de Jorge.

Em determinada data, Jorge e Antônio descobrem que entrou em vigor nova lei penal reduzindo a sanção
penal em abstrato prevista para o delito imputado a ambos, inclusive sendo a pena máxima atual inferior
àquela aplicada na sentença de Jorge.

Considerando as informações narradas, a inovação legislativa:

A) não poderá beneficiar Jorge, tendo em vista que já houve trânsito em julgado da sentença
condenatória, mas poderá ser aplicada a Antônio por ser mais favorável;
B) poderá ser aplicada a Antônio, pois se aplica à lei penal o princípio do tempus regit actum,
independentemente de a norma ser favorável ou desfavorável ao réu;
C) não poderá beneficiar Jorge e Antônio, tendo em vista que não estava em vigor na data dos fatos,
aplicando-se o princípio do tempus regit actum;
D) poderá beneficiar Jorge e Antônio, pois, em sendo mais favorável, deverá retroagir para atingir
situações pretéritas, ainda que já amparadas pela coisa julgada;
E) não poderá beneficiar Jorge e Antônio, tendo em vista que não ocorreu abolitio criminis, mas tão só
alteração da sanção penal aplicável.
47 (FGV/2019 – Técnico Superior Jurídico – DPE/RJ) Reconhecida a prática de um fato
típico, ilícito e culpável, o Estado tem o poder/dever de punir o seu infrator.

Todavia, há situações que fazem desaparecer o poder punitivo estatal, sendo correto
afirmar, de acordo com o Código Penal, que:

A) os prazos das prescrições da pretensão punitiva e da pretensão executória serão


reduzidos pela metade nos casos em que o agente era, ao tempo do crime, menor de
21 anos, ou maior de 60 na data da sentença;
B) a sentença que conceder o perdão judicial, após reconhecimento da materialidade e
autoria, não será considerada para efeitos de reincidência;
C) a anistia, concedida através de decreto presidencial, afasta os efeitos penais, primários
e secundários, e extrapenais da condenação;
D) a prescrição, a decadência e a perempção são causas de extinção da punibilidade do
agente nos crimes de ação penal pública;
E) o curso do prazo prescricional interrompe-se com o oferecimento da denúncia.
48 (FGV/2019 – Técnico Superior Jurídico – DPE/RJ) Ao final das comemorações da noite de Natal com
sua família, Paulo, quando deixava o local, acabou por levar consigo o presente do seu primo Caio,
acreditando ser o seu, tendo em vista que as caixas dos presentes eram idênticas. Após perceber o
sumiço do seu presente e acreditando ter sido vítima de crime patrimonial, Caio compareceu à Delegacia
para registrar o ocorrido, ocasião em que foram ouvidas testemunhas presenciais, que afirmaram ter
visto Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu em sede
policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia seguinte em sua residência.
Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública.

Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que:

A) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução de pena, a


depender de ser considerado vencível ou invencível;
B) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de pena do
arrependimento posterior;
C) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que se pretendia
atingir;
D) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja considerada atípica;
E) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica.
49 (FGV/2018 – Consultor Legislativo – AL/RO) José, pretendendo praticar crime de
peculato, ingressa em repartição pública com a chave que possuía em razão do cargo, na
parte da noite, com o objetivo de subtrair um computador da repartição. Quando estava
no interior do local, todavia, pensa sobre as consequências da sua conduta e que sua
família dependia financeiramente dele, razão pela qual deixa o local sem nada subtrair. O
segurança do local, todavia, informado por notícia anônima sobre a intenção de José, o
aborda na saída da repartição e realiza sua prisão em flagrante.

Considerando as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de José:

A) não configura conduta típica em razão do arrependimento eficaz;


B) não configura conduta típica em razão da desistência voluntária;
C) não configura crime em razão do arrependimento posterior;
D) configura tentativa de peculato em razão do arrependimento eficaz;
E) configura tentativa de peculato em razão da desistência voluntária.
50 (FGV/2018 – Advogado – AL/RO) Mévio, deputado estadual, estava de férias com sua família em
embarcação brasileira, de natureza privada, na França, quando acabou por praticar um crime de lesão
corporal grave contra um francês que foi desrespeitoso com seus filhos. Dias após do delito, Mévio
retornou ao Brasil sem que os fatos chegassem ao conhecimento das autoridades francesas, mas, em
razão de gravações por câmeras de celulares, o Ministério Público tomou conhecimento dos fatos.

Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que Mévio

A) não poderá vir a ser julgado no Brasil, já que o Código Penal adota o princípio da territorialidade e o
crime foi praticado em território estrangeiro.
B) não poderá vir a ser julgado no Brasil, pois, apesar de o Código Penal prever hipóteses de
extraterritorialidade, Mévio não estava a serviço da Administração e a vítima era estrangeira.
C) poderá vir a ser julgado no Brasil, ainda que já houvesse sido julgado no estrangeiro, diante da
extraterritorialidade incondicionada justificada por ser funcionário público, mas eventual pena
aplicada na França atenuaria a imposta no Brasil.
D) poderá vir a ser julgado no Brasil, sendo indispensável que, dentre outras condições, o autor ingresse
no país e não tenha sido absolvido na França.
E) poderá vir a ser julgado no Brasil, pois, apesar de o Código Penal não prever causas de
extraterritorialidade, aplica-se o princípio da territorialidade, já que a embarcação privada brasileira é
considerada território nacional.
51 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJSC) O perdão judicial poderá ser aplicado quando,
devidamente previsto em lei, as consequências da infração atingirem o próprio agente de
forma tão grave que a própria sanção se torne desnecessária.

Sobre o tema, é correto afirmar que:

A) o perdão judicial poderá ser aplicado no homicídio culposo, quando as consequências


atingirem o agente de forma grave o suficiente para tornar a pena desnecessária, mas não
na lesão corporal culposa;
B) a sentença que aplica perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência, em
que pese haja reconhecimento da prova da materialidade e da autoria;
C) o perdão judicial é previsto no Código Penal como causa de exclusão da culpabilidade, em
que pese haja tipicidade e ilicitude, gerando absolvição própria;
D) a sentença que reconhece perdão judicial impõe absolvição imprópria, gerando aplicação
de medida de segurança;
E) o perdão judicial é causa de exclusão da tipicidade, gerando absolvição própria.
52 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJSC) Em dificuldades financeiras, Ana ingressa, com
autorização da proprietária do imóvel, na residência vizinha àquela em que trabalhava
com o objetivo de subtrair uma quantia de dinheiro em espécie, simulando para tanto
que precisava de uma quantidade de açúcar que estaria em falta. Após ingressar no
imóvel e mexer na gaveta do quarto, vê pela janela aquela que é sua chefe e pensa na
decepção que lhe causaria, razão pela qual decide deixar o local sem nada subtrair.
Ocorre que as câmeras de segurança flagraram o comportamento de Ana, sendo as
imagens encaminhadas para a Delegacia de Polícia.

Nesse caso, a conduta de Ana:

A) configura crime de tentativa de furto em razão do arrependimento posterior;


B) configura crime de tentativa de furto em razão do arrependimento eficaz;
C) configura crime de tentativa de furto em razão da desistência voluntária;
D) não configura crime em razão da desistência voluntária;
E) não configura crime em razão do arrependimento eficaz.
53 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJSC) Durante uma tragédia causada pela natureza,
Júlio, que caminhava pela rua, é arrastado pela força do vento e acaba se chocando com
uma terceira pessoa, que, em razão do choque, cai de cabeça ao chão e vem a falecer.

Sobre a consequência jurídica do ocorrido, é correto afirmar que:

A) a tipicidade do fato restou afastada por ausência de tipicidade formal, apesar de haver
conduta por parte de Júlio;
B) a tipicidade do fato restou afastada, tendo em vista que não houve conduta penal por
parte de Júlio;
C) o fato é típico, ilícito e culpável, mas Júlio será isento de pena em razão da ausência de
conduta;
D) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica e ilícita, não é culpável, devendo esse
ser absolvido;
E) a conduta praticada por Júlio, apesar de típica, não é ilícita, devendo esse ser
absolvido.
54 (FGV/2018 – Oficial de Justiça – TJAL) O indulto, a graça e a anistia são trazidos pelo
Código Penal, em seu artigo 107, inciso II, como causas de extinção da punibilidade.
Apesar disso, são institutos que não se confundem.

Sobre tais causas de extinção da punibilidade, é correto afirmar que:

A) a anistia, o indulto e a graça geram a extinção dos efeitos penais primários e


secundários da condenação, permanecendo íntegros, apenas, os seus efeitos civis;
B) o indulto, diante de sua natureza coletiva, depende de provocação e requerimento do
beneficiado, não podendo ser declarada a extinção da pena de ofício pelo juiz;
C) o indulto gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários,
permanecendo íntegros, também, os efeitos civis da condenação;
D) a anistia gera a extinção dos efeitos penais primários, mas não os secundários,
permanecendo íntegros, também, os efeitos civis da condenação;
E) o indulto é concedido através de Decreto do Presidente da República, enquanto a
anistia e a graça são previstos em lei federal.
55 (FGV/2018 – Oficial de Justiça – TJAL) Mévio, superior hierárquico de Tício, Oficial de
Justiça, solicitou que ele alterasse o teor de determinada certidão em mandado de busca
e apreensão. Apesar de ter conhecimento de que a conduta não era correta, Tício
atendeu a solicitação de Mévio, já que este era seu superior hierárquico e os dois eram
também amigos de infância. Descobertos os fatos, foi instaurado procedimento
investigatório, razão pela qual Tício procura seu advogado para esclarecimentos.

Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Tício deverá esclarecer


que sua conduta configura:

A) fato típico, ilícito e culpável;


B) fato típico, mas não ilícito, em razão do estrito cumprimento do dever legal;
C) fato típico, mas não ilícito, em razão da obediência hierárquica;
D) fato típico e ilícito, mas não culpável, em razão da obediência hierárquica;
E) fato típico e ilícito, mas não culpável, em razão da coação moral irresistível.
56 (FGV/2018 – Oficial de Justiça – TJAL) No dia 02.01.2018, Jéssica, nascida em 03.01.2000,
realiza disparos de arma de fogo contra Ana, sua inimiga, em Santa Luzia do Norte, mas
terceiros que presenciaram os fatos socorrem Ana e a levam para o hospital em Maceió. Após
três dias internada, Ana vem a falecer, ainda no hospital, em virtude exclusivamente das
lesões causadas pelos disparos de Jéssica. Com base na situação narrada, é correto afirmar
que Jéssica:
A) não poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a Teoria da
Atividade para definir o momento do crime e a Teoria da Ubiquidade para definir o lugar;
B) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a Teoria do
Resultado para definir o momento do crime e a Teoria da Atividade para definir o lugar;
C) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a Teoria da
Ubiquidade para definir o momento do crime e a Teoria da Atividade para definir o lugar;
D) não poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a Teoria da
Atividade para definir o momento do crime e apenas a Teoria do Resultado para definir o
lugar;
E) poderá ser responsabilizada criminalmente, já que o Código Penal adota a Teoria do
Resultado para definir o momento do crime e a Teoria da Ubiquidade para definir o lugar.
57 (FGV/2018 – Técnico Judiciário – TJAL) João, funcionário público de determinado
cartório de Tribunal de Justiça, após apropriar-se de objeto que tinha a posse em razão
do cargo que ocupava, é convencido por sua esposa a devolvê-lo no dia seguinte, o que
vem a fazer, comunicando o fato ao seu superior, que adota as medidas penais
pertinentes.

Diante desse quadro, é correto afirmar que:

A) houve arrependimento eficaz, sendo o comportamento de João penalmente


impunível;
B) houve desistência voluntária, sendo o comportamento de João penalmente impunível;
C) deverá João responder pelo crime de peculato tentado;
D) deverá João responder pelo crime de peculato consumado, com a redução de pena
pelo arrependimento posterior;
E) deverá João responder pelo crime de peculato consumado, sem qualquer redução de
pena.
58 (FGV/2017 – Oficial de Justiça – TRT/SC) Oficial de Justiça ingressa em comunidade no
interior do Estado de Santa Catarina para realizar intimação de morador do local. Quando
chega à rua, porém, depara-se com a situação em que um inimputável em razão de doença
mental está atacando com um pedaço de madeira uma jovem de 22 anos que apenas
caminhava pela localidade. Verificando que a vida da jovem estava em risco e não havendo
outra forma de protegê-la, pega um outro pedaço de pau que estava no chão e desfere golpe
no inimputável, causando lesão corporal de natureza grave.

Com base apenas nas informações narradas, é correto afirmar que, de acordo com a doutrina
majoritária, a conduta do Oficial de Justiça:

A) não configura crime, em razão da atipicidade;


B) não configura crime, em razão do estado de necessidade;
C) configura crime, mas o resultado somente poderá ser imputado a título de culpa, em razão
do estado de necessidade;
D) não configura crime, em razão da legítima defesa;
E) configura crime, tendo em vista que não havia direito próprio do Oficial de Justiça em risco
para ser protegido.
59 (FGV/2016 – Estágio Forense – MPE/RJ) Tício, 18 anos, durante a comemoração de sua
aprovação no vestibular, ingere bebida alcoólica com seus amigos em um bar, apesar de não ter,
com isso, qualquer intenção de ficar bêbado ou praticar crimes, mas tão só de comemorar seu
sucesso nos estudos. Apesar disso, em razão da quantidade de cerveja que optou por ingerir, acaba
ficando completamente embriagado e desfere quatro socos na face do ex-namorado de sua irmã,
causando-lhe lesões gravíssimas. Considerando a hipótese narrada, é correto afirmar que a
embriaguez de Tício era completa e:

A) involuntária, logo exclui a imputabilidade penal;


B) culposa, logo exclui a imputabilidade penal;
C) voluntária em sentido estrito, não excluindo a imputabilidade penal e devendo ser reconhecida
a agravante da embriaguez preordenada;
D) culposa, mas não exclui a imputabilidade penal;
E) voluntária em sentido estrito, não excluindo a imputabilidade penal, mas não deve ser
reconhecida a agravante da embriaguez preordenada.
60 (FGV/2016 – Estágio Forense – MPE/RJ) Durante um almoço de família em uma
fazenda, Camila caminhava com sua filha Julia, de 02 anos, quando um touro selvagem
surgiu e passou a atacar a criança. Diante da situação de risco para a integridade física de
Julia, Camila pegou um machado que estava no chão e passou a golpear o animal, vindo a
causar sua morte. Nesse caso, é correto afirmar que Camila:

A) agiu em legítima defesa, causa de exclusão da antijuridicidade;


B) agiu em estado de necessidade, causa excludente da antijuridicidade;
C) responderá pelo crime de dano, pois não existe legítima defesa de terceiro;
D) agiu em legítima defesa, causa de exclusão da culpabilidade;
E) agiu em estado de necessidade, causa excludente da culpabilidade.
61 (FGV/2016 – Estágio Forense – MPE/RJ) Em relação à teoria da norma penal, no que
concerne à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, ao tempo do crime e ao
princípio da legalidade, é correto afirmar que:
A) considera-se cometido o crime tanto no momento da ação ou omissão, como no do
implemento do resultado;
B) a existência da norma penal em branco viola o princípio da legalidade;
C) os institutos da lei excepcional e temporária, previstos no artigo 3º do Código Penal,
não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988;
D) o instituto da abolitio criminis aplica-se apenas aos fatos criminosos anteriormente
consolidados que ainda não tenham sido alcançados por uma sentença penal
condenatória transitada em julgado;
E) nas situações de crime continuado e crime permanente, a aplicação de lei mais
gravosa que tenha entrado em vigor na constância da continuidade ou da
permanência não viola o princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
62 (FGV/2016 – Estágio Forense – MPE/RJ) É(são) causa(s) de extinção da punibilidade
presente(s) apenas em relação a crimes de ação penal pública de iniciativa privada:

A) perdão do ofendido;
B) perdão do ofendido e decadência;
C) decadência, renúncia ao direito de queixa e perdão do ofendido;
D) perdão judicial e perdão do ofendido;
E) perdão judicial, perdão do ofendido e renúncia ao direito de queixa.
63 (FGV/2016 – Estágio Forense – MPE/RJ) Uma pessoa recebe um tiro de revólver e,
após encaminhada ao hospital, já em recuperação, vem a falecer por força do
desabamento de uma parede de gesso situada em seu leito.

É correto afirmar que o autor do disparo:

A) responde pelo resultado, em virtude da teoria da equivalência dos antecedentes


causais adotada pelo Código Penal de forma absoluta;
B) responde pelo resultado, porque trata-se de uma concausa superveniente
relativamente independente;
C) responde pelo resultado, porque assim o desejou e acabou obtendo o seu intento,
ainda que com a colaboração de uma concausa;
D) não responde pelo resultado, porque a concausa superveniente quebra o nexo causal
determinante;
E) não responde pelo resultado, porque a sua conduta não teve o dolo de resultado
implementado.
64 (FGV/2016 – Analista Processual – MPE/RJ) Diz-se que o crime é doloso quando o
agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, e que o crime é culposo,
quando o agente deu causa a resultado previsível por imprudência, negligência ou
imperícia. Sobre o tema, é correto afirmar que:

A) o dolo direto de segundo grau também é conhecido como dolo de consequências


necessárias;
B) para a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a culpabilidade;
C) no crime culposo, a imprudência se caracteriza por uma conduta negativa, enquanto a
negligência, por um comportamento positivo;
D) o crime culposo admite como regra a forma tentada;
E) na culpa consciente, o agente prevê o resultado como possível, mas com ele não se
importa.
65 (FGV/2016 – Analista Portuário – Advogado – CODEBA) Diego e Júlio César, que exercem a
mesma função, estão trabalhando dentro de um armazém localizado no Porto de Salvador, quando
se inicia um incêndio no local em razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma
pequena porta que permite a saída dos trabalhadores do armazém, mas em razão da rapidez com
que o fogo se espalha, apenas dá tempo para que um dos trabalhadores saia sem se queimar.
Quando Diego, que estava mais próximo da porta, vai sair, Júlio César, desesperado por ver que se
queimaria se esperasse a saída do companheiro, dá um soco na cabeça do colega de trabalho e
passa à sua frente, deixando o armazém. Diego sofre uma queda, tem parte do corpo queimada,
mas também consegue sair vivo do local. Em razão do ocorrido, Diego ficou com debilidade
permanente de membro.

Considerando apenas os fatos narrados na situação hipotética, é correto afirmar que a conduta de
Júlio César

A) configura crime de lesão corporal grave, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
B) está amparada pelo instituto da legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude.
C) configura crime de lesão corporal gravíssima, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
D) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude.
E) está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclusão da culpabilidade.
66 (FGV/2016 – Analista Portuário – Advogado – CODEBA) Em uma embarcação pública
estrangeira, em mar localizado no território do Uruguai, o presidente do Brasil sofre um atentado
contra sua vida pela conduta de João, argentino residente no Brasil, que conseguiu se infiltrar no
navio passando-se por funcionário da cozinha, já planejando o cometimento do delito. O presidente
do Brasil, porém, é socorrido e se recupera, enquanto João é identificado e preso na Bahia, um mês
após os fatos.

Considerando a situação narrada, sobre a aplicação da lei penal no espaço, é correto afirmar que a
João

A) não pode ser aplicada a lei brasileira, já que o crime foi cometido no estrangeiro.
B) poderá ser aplicada a lei brasileira, com base no princípio da territorialidade.
C) poderá ser aplicada a lei brasileira, ainda que o autor do crime tenha sido absolvido ou
condenado no estrangeiro.
D) poderá ser aplicada a lei brasileira, desde que o autor do crime não seja julgado no estrangeiro.
E) não poderá ser aplicada a lei brasileira, já que o autor do crime é estrangeiro.
67 (FGV/2015 – Oficial de Justiça – TJRO) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes
que podem ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses
em que o concurso de pessoas é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais
pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em conjunto um delito, pode-se falar em
concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar que o Código Penal adotou, em
regra, a Teoria:

A) Pluralista, com exceções;


B) Dualista, sem exceções;
C) Monista, com exceções;
D) Dualista, com exceções;
E) Monista, sem exceções.
68 (FGV/2015 – Oficial de Justiça – TJRO) No dia 03.02.2015, Daniel ingressou na
residência da família Silva com a intenção de praticar um crime de roubo com emprego
de arma branca. Já no interior da residência, com uma faca na mão, mas antes de
subtrair qualquer bem, encontra uma foto de todos os membros da família abraçados.
Comovido com aquela imagem, decide deixar a residência antes mesmo de ser visto por
qualquer pessoa, não levando qualquer bem. Considerando a situação hipotética
narrada, é correto afirmar que Daniel responderá pelo(s):
A) crime de roubo majorado pelo emprego de arma, cabendo redução da pena em 1/3 a
1/2 em razão da tentativa;
B) atos já praticados, mas não pelo crime de roubo, já que houve desistência voluntária;
C) crime de roubo majorado pelo emprego de arma, cabendo redução da pena em 1/3 a
2/3 em razão da tentativa;
D) atos já praticados, mas não pelo crime de roubo, já que houve arrependimento eficaz;
E) atos já praticados, mas não pelo crime de roubo, já que houve arrependimento
posterior.
69 (FGV/2015 – Técnico Judiciário – TJRO) Henrique, não aceitando o fim do
relacionamento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a
saída da vítima do trabalho e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas
lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém,
e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao crime de lesão
corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no princípio da:

A) especialidade;
B) subsidiariedade expressa;
C) alternatividade;
D) subsidiariedade tácita;
E) consunção.
70 (FGV/2015 – Técnico Judiciário – TJRO) No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade de Ariquemes,
Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos
disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os
fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por transferi-lo de helicóptero
para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos
ferimentos causados pelos disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a
situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto
afirmar que, em relação a estes fatos, Felipe será considerado:

A) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o tempo do crime, enquanto
que o lugar do crime é definido pela Teoria da Ubiquidade;
B) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir o tempo do crime, enquanto
que o lugar é definido pela Teoria do Resultado;
C) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria do Resultado para definir tanto o tempo quanto o lugar
do crime;
D) imputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Ubiquidade para definir o momento do crime,
enquanto que a Teoria da Atividade determina o lugar;
E) inimputável, pois o Código Penal adota a Teoria da Atividade para definir tanto o tempo quanto o local
do crime.
71 (FGV/2015 – Agente de Fiscalização – TCM/SP) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo
e Bruno, encontram-se em um bar, após uma reunião cansativa de negócios. Ricardo bebia
doses de whisky e, mesmo não sendo essa sua intenção, acabou ficando embriagado.
Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um
comprimido de substância psicotrópica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou
completamente embriagado. Após, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua
prefeitura e apropriam-se de bens públicos para proveito próprio.
Considerando o fato narrado, é correto afirmar que:
A) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de força
maior;
B) Ricardo deverá responder pelo crime praticado, enquanto Bruno é isento de pena;
C) Ricardo e Bruno deverão responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca
exclui a imputabilidade penal;
D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderão criminalmente perante a Câmara
de Vereadores;
E) Ricardo e Bruno são isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do
segundo decorreu de força maior.
72 (FGV/2015 – Auditor Substituto – TCE/RJ) A embriaguez provocada pelo uso do álcool
pode excluir a culpabilidade quando:

A) for preordenada;
B) decorrer de força maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato;
C) for culposa;
D) for patológica;
E) for habitual.
73 (FGV/2015 – Auditor Substituto – TCE/RJ) Sobre o tema concurso de agentes, é
correto afirmar que:

A) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde,
ainda que o instigado não tenha iniciado a execução do delito;
B) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo
quando elementares do crime;
C) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor
houver praticado uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
D) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será
aplicada, com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave;
E) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas,
admitindo-se participação culposa em crime doloso.
74 (FGV/2015 – Analista Jurídico – DPE/RO) Joana foi para a festa de aniversário de sua
melhor amiga em uma boate e, feliz pela comemoração, passou a ingerir bebida alcoólica em
quantidade exagerada. Ao final da festa, Joana estava completamente alcoolizada, apesar de
ela não ter tido intenção de ficar nesse estado. Saindo da boate, deparou-se com sua inimiga
Gabriela e, alterada pela bebida, jogou um copo de vidro na cabeça desta, causando-lhe
lesões graves. Diante dessa situação, considerando apenas os fatos narrados e que esses
foram provados, é correto afirmar que Joana:

A) deverá ser absolvida impropriamente, com aplicação de medida de segurança, pois estava
inimputável no momento dos fatos;
B) deverá ser condenada, pois houve embriaguez voluntária e apenas a embriaguez culposa
exclui a imputabilidade;
C) deverá ser condenada, pois a embriaguez culposa não exclui a imputabilidade;
D) deverá ser absolvida, pois houve embriaguez completa e decorrente de caso fortuito ou
força maior;
E) deverá ser absolvida por ausência de culpabilidade, sem aplicação de medida de
segurança, já que a inimputabilidade era apenas momentânea.
75 (FGV/2015 – Analista Jurídico – DPE/RO) Carlos, primário e de bons antecedentes,
subtraiu, para si, uma mini barra de chocolate avaliada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta
centavos). Denunciado pela prática do crime de furto, o defensor público em atuação, em
sede de defesa prévia, requereu a absolvição sumária de Carlos com base no princípio da
insignificância. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o princípio da
insignificância:

A) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;


B) afasta a tipicidade do fato;
C) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
D) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
E) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade.
76 (FGV/2014 – Analista Administrativo – Advogado – PROCEMPA) Majoritariamente, a
doutrina conceitua crime como sendo um fato típico, ilícito e culpável. Como elementos
do fato típico estão a conduta, o resultado, o nexo de causalidade e a tipicidade.

Com relação a tais elementos, assinale a afirmativa correta.

A) Não há crime sem resultado jurídico.


B) Na teoria finalista da ação, o dolo e a culpa devem ser analisados na antijuridicidade.
C) A coação moral irresistível, diferentemente da resistível, afasta a própria conduta e,
assim, a tipicidade.
D) Para que seja reconhecida a tipicidade material, basta a simples adequação da
conduta ao tipo penal.
E) A superveniência de causa relativamente independente que, por si só, produza o
resultado, faz com que o agente apenas responda pelo resultado a título de culpa.
77 (FGV/2014 – Analista Administrativo – Advogado – PROCEMPA) As opções a seguir
apresentam causas de extinção da punibilidade, à exceção de uma. Assinale-a.

A) Indulto e graça.
B) Prescrição e decadência.
C) Anistia.
D) Morte da vítima.
E) Perdão aceito, nos crimes de ação privada.
78 (FGV/2014 – Analista Administrativo – Advogado – PROCEMPA) Com relação ao
tema responsabilidade penal no concurso de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.

A) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de


sua culpabilidade.
B) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos
grave responde por este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
C) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
D) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção,
devendo todos os participantes responder pelo mesmo crime.
E) Não há participação dolosa em crime culposo.
79 (FGV/2014 – Advogado – SUSAM) Prevalece na doutrina o conceito de crime como
sendo um fato típico, ilícito e culpável. Acerca destes requisitos do crime, assinale a
afirmativa correta.

A) A coação moral resistível exclui a culpabilidade, enquanto a coação física exclui a


conduta e, assim, o fato típico.
B) O Código Penal vigente reconhece o estado de necessidade exculpante como causa de
exclusão da ilicitude.
C) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado dolosamente.
D) A legítima defesa, o estado de necessidade, o exercício regular de direito, o estrito
cumprimento de dever legal e o consentimento do ofendido são causas de exclusão
de ilicitude, podendo o último, em alguns casos, excluir a própria tipicidade.
E) A embriaguez culposa completa exclui a culpabilidade.
80 (FGV/2014 – Estágio Forense – MPE/RJ) Jorge pretende matar seu desafeto Marcos.
Para tanto, coloca uma bomba no jato particular que o levará para a cidade de Brasília.
Com 45 minutos de voo, a aeronave executiva explode no ar em decorrência da
detonação do artefato, vindo a falecer, além de Marcos, seu assessor Paulo e os dois
pilotos que conduziam a aeronave. Considerando que, ao eleger esse meio para realizar
o seu intento, Jorge sabia perfeitamente que as demais pessoas envolvidas também
viriam a perder a vida, o elemento subjetivo de sua atuação em relação à morte de Paulo
e dos dois pilotos é o:

A) dolo alternativo;
B) dolo eventual;
C) dolo geral ou erro sucessivo;
D) dolo normativo;
E) dolo direto de 2º grau ou de consequências necessárias.
81. (FGV/2021 – Perito Criminal – PCRJ) Do ponto de vista legislativo,
constitui espécie de crime contra a vida:

a) lesão corporal seguida de morte;

b) abandono de recém-nascido com resultado morte;

c) maus-tratos com resultado morte;

d) instigação, auxílio ou induzimento à automutilação;

e) tortura com resultado morte.


82. (FGV/2021 – Notariais – TJSC) Com a ajuda de funcionários de
determinada serventia extrajudicial, Pablo obteve certidão com conteúdo
falso que permitiria que realizasse diversos negócios jurídicos fraudulentos
em prejuízo de terceiros. Com a certidão em mãos, Pablo realizou negócio
jurídico com Vitor, vindo a causar neste o prejuízo de R$ 50.000,00, pois
apenas após o pagamento dos valores, Vitor tomou conhecimento de que a
certidão era falsa e que Pablo não poderia realizar o negócio. Na semana
seguinte, no mesmo local e com o mesmo modus operandi, Pablo novamente
apresentou a certidão falsa, dessa vez para Vanessa, pretendendo realizar
negociação semelhante àquela feita com Vitor. Vanessa, contudo, desconfiou
da veracidade da certidão e informou os fatos à autoridade policial, sendo
constatada a falsidade antes do pagamento dos valores. Vanessa e Vitor
manifestaram interesse em ver Pablo responsabilizado por seus atos.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que Pablo deverá ser
responsabilizado por:

a) dois crimes de estelionato consumados apenas, diante da natureza formal do delito,


não podendo ser reconhecida a continuidade delitiva em razão da pluralidade de vítimas;

b) dois crimes de estelionato consumados, diante da natureza formal do delito, além do


crime de falsidade, já que a potencialidade lesiva do falso não se exauriu;

c) dois crimes de estelionato consumados apenas, diante da natureza formal do delito,


podendo ser reconhecida a continuidade delitiva;

d) um crime de estelionato consumado e um tentado, além do delito de falsidade, já que


a potencialidade lesiva do falso não se exauriu;

e) um crime de estelionato consumado e um tentado, apenas, aplicando-se o princípio da


consunção em relação ao falso.
83. (FGV/2021 – Notariais – TJSC) No interior de serventia extrajudicial,
Joana buscava obter determinada certidão. Enquanto aguardava o
funcionário, verificou que, do lado de dentro do balcão, havia um
compartimento com moedas que eram utilizadas para facilitar a entrega
de troco aos clientes. Diante da facilidade da situação, aproveitou para
subtrair R$ 60,00 em moedas, valor que seria utilizado para comprar um
presente de aniversário para sua filha. Ocorre que a conduta de Joana foi
registrada pelas câmeras de segurança, chegando os fatos ao
conhecimento da autoridade policial. Foi constatado, ainda, que Joana era
primária, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato policial ou
judicial.
Considerando apenas as informações expostas, a conduta praticada por Joana se
adequaria, abstratamente, ao delito de:

a) peculato, sendo inaplicável o princípio da insignificância em razão da natureza de


crime contra a Administração Pública;

b) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a


tipicidade da conduta;

c) peculato, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a


culpabilidade da agente;

d) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a tipicidade


da conduta;

e) furto, podendo ser aplicado o princípio da insignificância, que afastaria a


culpabilidade da agente.
84. (FGV/2021 – Notariais – TJSC) Gabriel, funcionário público
responsável pela emissão de certidões em órgão público, verificou que o
solicitante Pedro tinha extrema urgência na obtenção da certidão
solicitada. Informou o fato a seu vizinho Luiz, que estava desempregado, e
juntos decidiram ir até a residência de Pedro e exigir R$ 1.000,00 para
cada um para que Gabriel agilizasse a concessão da certidão pretendida.
Pedro prometeu efetuar o pagamento no dia seguinte, mas decidiu não
atender à exigência e comparecer em sede policial para narrar o ocorrido.

Considerando as informações expostas, Gabriel deverá responder pelo


delito de concussão:
a) na forma consumada, assim como Luiz, apesar de não ser funcionário
público e da natureza de crime próprio do delito;

b) na modalidade tentada, assim como Luiz, apesar de não ser funcionário


público e da natureza de crime próprio do delito;

c) na forma consumada, enquanto Luiz será responsabilizado pelo crime


de extorsão consumado;

d) na modalidade tentada, enquanto Luiz será responsabilizado pelo


crime de extorsão tentado;

e) na forma consumada, enquanto Luiz será responsabilizado pelo crime


de extorsão tentado.
85. (FGV/2021 – Advogado – IMBEL) Carla, sob influência do estado
puerperal, desejando matar seu filho Guilherme, recém-nascido que
estava em uma incubadora no hospital onde acabara de nascer, levanta
de sua cama e vai até o berçário, local onde seu filho se encontrava.

Lá chegando, Carla pega sua arma de fogo, aponta na direção da


incubadora de seu filho e, no momento do disparo, devido ao tranco da
arma, acerta a incubadora ao lado da do seu filho, matando Joaquim, filho
de Paula, outra paciente do hospital.
Diante do caso narrado é correto afirmar que Carla responderá pelo crime de

a) infanticídio por erro sobre a pessoa, nos termos do Art. 20, § 3º, do Código
Penal.

b) homicídio, uma vez que só poderia haver infanticídio se tivesse acertado o


próprio filho.

c) infanticídio por erro na execução, nos termos do Art. 73 do Código Penal.

d) infanticídio em razão da incidência do Art. 74 do Código Penal, que trata do


resultado diverso do pretendido.

e) homicídio em razão do erro na execução, nos termos do Art. 73 do Código


Penal.
86. (FGV/2021 – Juiz – TJPR) João subtraiu um celular de Maria, no dia
24/12/2019, mediante grave ameaça consistente na promessa de ofender sua
integridade corporal, exercida com o emprego de uma faca de 22 cm de
lâmina. A ação foi percebida por guardas municipais, em patrulhamento, que
detiveram João de imediato, ainda com a faca na mão e com o celular
subtraído. A tipicidade adequada dessa conduta é:

a) roubo simples tentado;

b) roubo simples consumado;

c) roubo qualificado pelo emprego de arma;

d) roubo qualificado pelo emprego de arma branca, tentado;

e) roubo qualificado pelo emprego de arma branca, consumado.


87. (FGV/2021 – Auditor Fiscal – SEFAZ/ES) Durante uma fiscalização de
rotina in loco de um determinado estabelecimento comercial, dois fiscais
solicitam ao comerciante a documentação pertinente. O comerciante
exibe os documentos aos fiscais e estes constatam a ocorrência de
irregularidades que os obrigariam a autuar o estabelecimento. Os fiscais
comunicam ao comerciante que ele será autuado, momento em que este
oferece a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para que eles deixassem
de fazer a autuação. Os fiscais responderam que estariam de acordo
mediante o pagamento de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). O
comerciante afirma que não tem essa quantia e os fiscais realizam a
autuação na forma da lei. Diante da narrativa, assinale a afirmativa
correta.
a) O comerciante e os fiscais não cometeram nenhum crime, pois não foi
efetivado o pagamento de dinheiro e o estabelecimento foi regularmente
autuado.

b) O comerciante cometeu o crime de corrupção e os fiscais cometeram o


crime de concussão, todos na modalidade tentada.

c) O comerciante cometeu o crime de corrupção ativa na modalidade


tentada e os fiscais não cometeram nenhum crime.

d) O comerciante cometeu o crime de corrupção ativa e os fiscais


cometeram o crime de corrupção passiva.

e) O comerciante cometeu o crime de corrupção e os fiscais cometeram o


crime de prevaricação.
88. (FGV/2021 – Auditor – TCE/AM) Relativamente ao tema dos crimes
contra a administração pública, especificamente quanto ao conceito penal
de funcionário público, é correto afirmar que:

a) o funcionário público, para os efeitos penais, é todo aquele que exerce


cargo, emprego ou função pública, desde que de forma remunerada;

b) a pessoa que exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal não pode ser equiparada a funcionário público para fins
penais;

c) se o funcionário público for ocupante de cargo em comissão, a pena


pelo crime funcional será aumentada da terça parte;
d) a pessoa que trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública não pode ser equiparada a funcionário público para fins penais;

e) o particular que atua em coautoria ou participação com o funcionário


público na prática do crime funcional não responde pelos crimes de
funcionário público, mesmo que tenha conhecimento da qualidade
funcional de seu comparsa.
89. (FGV/2021 – Auditor – TCE/AM) Desejando apropriar-se de dinheiro público,
Caio, funcionário concursado da Prefeitura de Manaus, elabora o seguinte plano
criminoso: (1) valendo-se de seu cargo e função na secretaria de fazenda daquele
município, Caio cadastra a conta-corrente da empresa de seu cunhado Tício como
sendo uma das contas de uma das empresas que vencera uma licitação para
execução de serviços à prefeitura; (2) ao realizar a autorização para pagamento
dessa empresa, Caio destina apenas 95% dos valores à conta-corrente da empresa
regularmente contratada e 5% para a conta-corrente da empresa de seu cunhado; (3)
Tício, por sua vez, saca os valores, dividindo-os com Caio na proporção de 50% para
cada um; (4) Mévio, também funcionário concursado da prefeitura e trabalhando na
mesma secretaria, cuja responsabilidade é conferir os pagamentos autorizados por
Caio antes da liberação, deixa, por negligência, de fazer a conferência, de modo que
o desvio ocorre. A responsabilidade penal de Caio, Tício e Mévio, respectivamente, se
configura como:
a) peculato doloso, estelionato qualificado, peculato culposo;

b) peculato doloso, peculato doloso, peculato culposo;

c) peculato culposo, peculato doloso, nenhum crime;

d) peculato doloso, peculato doloso, nenhum crime;

e) estelionato qualificado, estelionato qualificado, nenhum crime.


90. (FGV/2020 – Estágio Forense – MPE/RJ) Flávio, com a intenção de
subtrair um automóvel, desferiu facadas no pescoço de Hugo, condutor
do automóvel, vindo a causar a morte da vítima. Ocorre que os fatos
foram presenciados por policial militar que passava pelo local, de modo
que foi realizada a prisão em flagrante de Flávio antes de ele efetivamente
subtrair o veículo pretendido.
Com base apenas nas informações expostas, Flávio, de acordo com a jurisprudência
dos Tribunais Superiores, deverá ser responsabilizado pelo(s) crime(s) de:

a) roubo consumado e homicídio doloso qualificado consumado, em concurso formal;


b) roubo tentado e homicídio doloso qualificado consumado, em concurso formal;
c) roubo tentado e homicídio doloso qualificado consumado, em concurso material;
d) latrocínio consumado;
e) latrocínio tentado.
91. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) João, fiscal de um Município
do Estado Alfa, passava por uma rua de comércio popular com a família,
quando seu filho avistou um comerciante vendendo balões de
personagens infantis e insistiu que queria um. João, então, se dirigiu ao
vendedor e exigiu que ele lhe desse o balão pretendido pelo filho, que
estava sendo vendido para outro casal, dizendo que trabalhava para a
Prefeitura e que, se não fosse atendido, chamaria a guarda municipal para
apreender os objetos e lavrar o auto próprio. Ao proceder da forma
narrada, João praticou, em tese, a conduta tipificada como:
a) extorsão;

b) concussão;

c) corrupção passiva;

d) exercício arbitrário das próprias razões;

e) corrupção passiva, mas João terá sua tipicidade afastada pelo princípio
da insignificância.
92. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Gustavo, ouvido na
condição de testemunha em ação penal, prestou declarações falsas em
busca de auxiliar seu amigo Luiz, que figurava como réu no processo. Dias
depois, após alegações finais apresentadas pelo Ministério Público, mas
antes da sentença, Gustavo se arrependeu de sua conduta,
comparecendo em juízo e apresentando declarações no sentido de que
tinha prestado informações na condição de testemunha que não
condiziam com a realidade, se retratando daquelas declarações prestadas
em audiência. O magistrado competente determinou a reprodução da
prova, bem como a extração de cópias para apurar o ocorrido. Com base
nas informações expostas, a autoridade policial deverá concluir que
Gustavo praticou a conduta tipificada abstratamente como crime de:
a) falso testemunho, punível na modalidade tentada, com causa de aumento de
pena pela circunstância de as declarações se destinarem a produzir prova em
processo penal;

b) falso testemunho, punível na forma consumada, com causa de aumento de


pena pela circunstância de as declarações se destinarem a produzir prova em
processo penal;

c) falso testemunho, punível na modalidade tentada, sem qualquer causa de


aumento de pena;

d) falso testemunho, punível na forma consumada, sem qualquer causa de


aumento de pena;

e) falso testemunho, mas o fato não será punível em razão da retratação


realizada.
93. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Enquanto realizava
compras em uma famosa loja de grife da cidade, Roberto iniciou
discussão com a vendedora Joana, vindo a afirmar, na presença de quinze
clientes, que o mau atendimento só poderia ter sido causado por uma
“negrinha que deveria estar comendo banana”. Joana ficou envergonhada
com toda a situação, optando por ir para casa e não contar a ninguém
sobre o ocorrido. Contudo, a proprietária do estabelecimento
compareceu em sede policial e narrou os fatos.
Considerando apenas as informações expostas, é correto afirmar que o delegado:

a) deverá instaurar inquérito policial, pois o crime em tese praticado foi de injúria
racial sem causa de aumento, que é de ação penal pública incondicionada;

b) não poderá instaurar inquérito policial, pois o crime em tese praticado foi de
injúria racial majorada, que exige representação da vítima;

c) deverá instaurar inquérito policial, pois foi praticado crime de racismo, que é de
ação penal pública incondicionada;

d) não poderá instaurar inquérito policial, pois foi praticado crime de injúria racial
simples, que é de ação penal privada;

e) deverá instaurar inquérito policial, pois o crime praticado foi de injúria racial
majorada, que é de ação penal pública incondicionada.
94. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Haroldo convence Bruna a
aplicarem um golpe no casal de noivos Marcos e Fátima, apresentando-se
como organizadores de casamento. Após receberem do casal vultosa
quantia para a organização das bodas, Haroldo e Bruna mudaram de
cidade e trocaram de telefone. Percebendo que haviam sido vítimas de
um golpe, Marcos e Fátima registraram os fatos na delegacia,
demonstrando interesse em ver os autores responsabilizados pelo crime
de estelionato. Após o registro da ocorrência, Bruna, arrependida, por
conta própria, efetuou a devolução ao casal de parte do dinheiro que
havia recebido. Considerando que houve reparação parcial do dano:
a) a conduta de Haroldo e Bruna tornou-se atípica, tratando-se de mero
ilícito civil;

b) Haroldo responderá por estelionato consumado, enquanto Bruna terá


sua tipicidade afastada pela reparação parcial do dano;

c) Haroldo e Bruna responderão por estelionato, devendo Bruna ter sua


pena diminuída pelo arrependimento posterior;

d) Haroldo responderá por estelionato tentado, enquanto Bruna terá sua


tipicidade afastada pela reparação parcial do dano;

e) Haroldo e Bruna responderão por estelionato, sem a causa de


diminuição da pena pelo arrependimento posterior.
95. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Wesley havia alugado um
apartamento parcialmente mobiliado e, após o encerramento do contrato
de locação, chamou Sidney, seu amigo, que nunca havia estado no imóvel,
para ajudá-lo com a retirada de seus pertences. Durante a mudança,
Wesley garantiu a Sidney que a televisão que se encontrava na sala era de
sua propriedade e deveria ser retirada, embora Wesley tivesse ciência de
que o aparelho pertencia ao proprietário do imóvel. Ao perceber a
situação, o proprietário do imóvel registrou boletim de ocorrência contra
Wesley e Sidney.
Analisando os fatos acima narrados, a conduta dos agentes pode ser assim
classificada:

a) Wesley e Sidney responderão pelo crime de furto, em razão do concurso de


pessoas;

b) Wesley responderá por furto doloso, enquanto Sidney responderá pelo


mesmo crime na modalidade culposa;

c) apenas Wesley responderá por furto, pois Sidney agiu em erro sobre o objeto,
ficando isento de pena;

d) apenas Wesley responderá por furto, pois Sidney agiu em erro de tipo
provocado por terceiro, sendo atípica sua conduta;

e) Sidney agiu em erro de tipo, afastando a culpabilidade da conduta de ambos


os agentes.
96. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Saulo se desentendeu, na fila do caixa de
um supermercado, com outra consumidora, Viviane, que estava no 8º mês de gestação, e
lhe desferiu um fortíssimo soco no rosto. Em razão do golpe, Viviane perdeu o equilíbrio
e caiu com a barriga no chão. Ao ser levada ao hospital, foi constatado que Viviane
apresentava lesão leve na face, mas que havia perdido o bebê em decorrência da queda.

Considerando o estado gravídico evidente de Viviane, a conduta praticada por Saulo


configura o crime de:

a) lesão corporal seguida de morte;

b) lesão corporal qualificada pelo aborto;

c) aborto na modalidade dolo eventual, apenas;

d) aborto culposo, ficando a lesão corporal absorvida;

e) lesão corporal leve em concurso formal com aborto na forma culposa.


97. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Renan convence Patrick a
furtarem bens de uma residência, que estava desabitada. No dia seguinte,
o dono da casa, João, 51 anos, toma conhecimento do ocorrido e aciona a
polícia, que, após investigação, identifica Renan e Patrick, apurando no
curso do inquérito que Renan sabia que o imóvel era de seu pai adotivo, o
que Patrick desconhecia.

Com base nessas informações, as condutas de Renan e Patrick podem ser


assim tipificadas:
a) nenhum dos dois responderá por furto qualificado, considerando que foi
praticado contra ascendente de Renan e que tal circunstância se comunica
objetivamente a Patrick;

b) o fato praticado por Renan é atípico, pois a vítima era seu ascendente, enquanto
Patrick responderá por furto simples, pois a circunstância tem natureza subjetiva;

c) os dois poderão ser condenados por furto qualificado, pois o desconhecimento de


Patrick quanto à condição do lesado afasta a relevância desta circunstância para
ambos;

d) ambos responderão por furto qualificado, pois a circunstância especial somente


incidiria caso Renan possuísse parentesco sanguíneo com a vítima;

e) Renan estará isento de pena, enquanto Patrick responderá por furto qualificado,
pois a condição de descendente de Renan possui natureza subjetiva e não se
comunica a Patrick.
98. (FGV/2021 – Delegado de Polícia – PCRN) Durante evento na loja de
uma operadora de telefonia móvel, Tereza, aproveitando-se da distração
dos funcionários, subtraiu para si um aparelho celular. Ao chegar em casa,
sua mãe descobriu o fato e a convenceu a comparecer à delegacia para
devolver o aparelho subtraído, o que foi por ela feito no dia seguinte.

Diante dos fatos narrados, a conduta de Tereza configura:

a) furto na forma tentada, pois houve arrependimento eficaz;

b) furto na forma tentada, pois houve desistência voluntária;

c) atipicidade, em razão do arrependimento eficaz;


d) furto na forma consumada, com a causa de diminuição pelo
arrependimento posterior;

e) furto na forma consumada, sem causa de diminuição de pena, pois a


restituição da coisa não se deu de maneira espontânea.
99. (FGV/2021 – Agente e Escrivão – PCRN) Jonas, agente policial de
determinado estado, e seu primo Hélio, desempregado, subtraíram da
delegacia na qual o primeiro exercia suas funções, computadores que
haviam sido substituídos por equipamentos novos e que se encontravam
guardados, tendo a dupla se aproveitado das facilidades decorrentes do
cargo exercido por Jonas.
Ao tomar conhecimento dos fatos, a autoridade policial deverá
reconhecer que Jonas praticou:

a) crime de peculato, devendo Hélio responder pelo mesmo delito;

b) crime de furto qualificado, assim como Hélio;

c) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por peculato culposo;

d) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto qualificado;

e) crime de peculato, enquanto Hélio responderá por furto simples.


100. (FGV/2021 – Agente e Escrivão – PCRN) Durante uma festa de
confraternização, Bartolomeu escuta Fred, o dono da residência, comentar que
havia perdido um valioso cordão de ouro. No meio da festa, ao se abaixar para
amarrar o sapato, Bartolomeu nota que o cordão que Fred disse ter perdido está
embaixo do sofá, e o pega para si sem ser notado.

Nessas condições, a conduta de Bartolomeu configura:

a) crime de furto;

b) crime de receptação;

c) conduta atípica penalmente;

d) crime de apropriação indébita;

e) crime de apropriação de coisa achada.

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