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Alterações na resolução da ANEEL

sobre penalidades
Frederico Accon

1
XXV Simpósio Jurídico da ABCE
Alterações na resolução da ANEEL sobre penalidades
outubro • 2019
XXV SIMPÓSIO JURÍDICO DA ABCE
Alterações na resolução da ANEEL sobre penalidades
Sumário:

1. Grupo Energisa
2. Segurança Jurídica
3. Custo da Instabilidade Regulatória
4. Resolução Normativa ANEEL nº 63/2004
5. Aplicação da norma no tempo
6. Princípio do non bis in idem
7. Conceitos abertos: “infração for de baixa ofensividade”
8. Base de cálculo das penalidades
9. Agências Estaduais Conveniadas
Uma empresa com 114 anos
de experiência no setor elétrico
que se destaca pela ousadia planejada,

pela busca
incessante da
excelência e pelo crescimento
contínuo e sustentável.
GRUPO ENERGISA

R$ 2,8 bilhões
R$ 17 bilhões De investimentos
De Receita Líquida previstos para 2019

34 TWh Energisa Pará II

Em vendas EPB EBO


Energisa Pará I

Eletroacre ETO Energisa


Tocantins
Ceron Transmissora ESE

7,6 milhões EMT


674
Subestações
Consumidores
Energisa Goiás

862
Municípios
atendidos
EMS
ESS
ESS EMG ~1.700 km
ENF
ESS ESS De linhas de transmissão
ESS em construção
2º lugar
ISQP / ABRADEE
R$14 bilhões
De valor de mercado
15.218
Colaboradores
Números de set/18 LTM
ISQP/ABRADEE – Índice de Satisfação da Qualidade Percebida, medido pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica
Segurança Jurídica / Estabilidade Regulatória

“a segurança jurídica consiste no ‘conjunto de condições que tornam


possível às pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das
consequências diretas de seus atos e de seus fatos à luz da liberdade
reconhecida’. Uma importante condição da segurança jurídica está
na relativa certeza que os indivíduos têm de que as relações
realizadas sob o império de uma norma devem perdurar ainda
quando tal norma seja substituída”

(SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2006.)
Segurança Jurídica / Estabilidade Regulatória

ANDRÉ PEPITONE (discurso de posse: 15/08/2018):

“Cabe ao regulador estimular a eficiência, construir um ambiente competitivo, sustentável, com regras claras e
estáveis que transmitam segurança para manter propício e atraente o ambiente de negócios em nosso país”

RODRIGO LIMP (Senado Federal: 15/05/2018):

“E, nesse cenário de necessidade de grandes investimentos e escassez de recursos públicos para realizar tais
investimentos, é essencial a participação de capital privado tanto interno como externo para que a expansão do
setor ocorra como necessário. E o investidor de infraestrutura, o do setor elétrico em especial, tem uma visão de
longo prazo. Por isso, é de grande importância buscarmos sempre um ambiente de estabilidade regulatória e
de segurança jurídica, pois é esse ambiente que vai trazer a segurança para que os investimentos sejam
realizados.”

SANDOVAL FEITOSA (Senado Federal: 15/05/2018):

“O desafio de proporcionar um ambiente propício para investimentos dessa magnitude passa pela definição de
regras claras e por um clima de confiança que somente é possível ser criado com o esforço integrado entre o
Governo, o Poder Legislativo e a regulação setorial.”
Segurança Jurídica / Estabilidade Regulatória

EFRAIN CRUZ (Senado Federal: 11/07/2018):

“temos que incentivar o setor de infraestrutura, em especial o de energia elétrica, diante da necessidade de
grandes e constantes investimentos públicos e privados, tanto nacionais como internacionais, com uma
regulamentação transparente e que gere segurança para o setor.”

ELISA SILVA (Senado Federal: 27/11/2018):

“a regulação terá papel protagonista e fundamental no detalhamento das regras que impactam todos os
agentes, lidando com esses desafios e potenciais conflitos, e sempre com o viés de minimizar impactos aos
consumidores de energia do país e recuperar a credibilidade de um setor complexo e vital para a sociedade e
para a economia. A agência será fortemente cobrada para buscar um ambiente que promova a estabilidade
regulatória e a segurança jurídica do setor elétrico, pautando suas decisões de forma técnica.”
Custo da Instabilidade Regulatória

Fonte: Desafios da Nação: artigos de apoio, volume 2


(IPEA)

ORGANIZADORES: João Alberto De Negri, Bruno César


Araújo, Ricardo Bacelette
Custo da Instabilidade Regulatória

Fonte:
https://www.abdib.org.br/2019/04/26/medid
a-provisoria-579-provocou-impacto-de-quase-
r-200-bilhoes-nas-tarifas-diz-aneel/

Fonte: Apresentação XXIV Simpósio Jurídico da


ABCE - A Reforma do Modelo do Setor
Elétrico: Uma oportunidade de criar o futuro

Rafael Falcão Noda


Estabilidade Regulatória
Resolução ANEEL nº 274/2007
Resolução ANEEL nº 278/2007
Resolução Normativa ANEEL nº 63/2004 Resolução ANEEL nº 285/2007
Resolução ANEEL nº 300/2008
Resolução ANEEL nº 314/2008
Vigência: 15 anos (05.2004 – 12.2019) Resolução ANEEL nº 316/2008
Resolução ANEEL nº 317/2008
Resolução ANEEL nº 333/2008
Resolução ANEEL nº 334/2008
Resolução ANEEL nº 393/2009
Resolução ANEEL nº 470/2011
Resolução ANEEL nº 479/2012
Resolução ANEEL nº 500/2012
21 ALTERAÇÕES Resolução ANEEL nº 545/2013
Resolução ANEEL nº 560/2013
Resolução ANEEL nº 581/2013
Resolução ANEEL nº 678/2015
Resolução ANEEL nº 701/2016
Resolução ANEEL nº 729/2016
Resolução ANEEL nº 804/2018
Resolução ANEEL nº 846/2019
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
1. Aplicação da norma no tempo:

Constituição Federal de 1988:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro:

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer,
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
1. Aplicação da norma no tempo:

Resolução Normativa ANEEL nº 783/2017:

Art. 23. Todos os contratos de comercialização de energia elétrica estão submetidos ao disposto
nesta Resolução, incluindo aqueles já protocolizados na ANEEL ou elaborados pela CCEE, mas ainda
não registrados, homologados ou aprovados.

Parecer n. 00060/2019/PFANEEI7PGF/AGU

Desse modo, em conformidade com o disposto no citado artigo 23, entende-se que a norma
aplicável à espécie é a Resolução n. 783/2017.
Note-se que o mero protocolo do instrumento junto à Agência anteriormente à publicação da
Resolução n. 783/2017 não lhe assegura a aplicação da regulamentação anterior.
(...)
Além disso, o texto da Resolução n. 783/2017 estabelece claramente a distinção entre esses dois
atos, ao sublinhar que os atos já protocolizados mas não registrados devem se submeter à nova
regulamentação.
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
1. Aplicação da norma no tempo:

Questionamentos:

1. A REN nº 846/2019 será aplicada apenas às infrações cometidas após sua


vigência (dez/2019)?

2. Para as infrações cometidas até dez/2019, permanecerá a aplicação da


REN nº 63/2004, ainda que o processo fiscalizatório/Auto de Infração ocorra
na vigência da REN nº 846/2019?

3. Em casos quando o período fiscalizado se der parte na vigência da REN nº


63/2004 e parte na vigência da REN nº 846/2019 será aplicada apenas uma
das normas? A aplicação será proporcionalizada de acordo com o período de
infração?
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
2. Princípio do non bis in idem:

Definição: "impede a Administração Pública de impor uma segunda sanção administrativa a quem já
sofreu, pela prática da mesma conduta, uma primeira [sanção].“
(MELLO, Rafael Munhoz de. Princípios constitucionais de Direito Administrativo Sancionador: as sanções administrativas à luz da Constituição Federal de 1988. São
Paulo: Malheiros, 2007.)

Art. 5º As infrações à legislação setorial, (...) sujeitarão o agente infrator às penalidades de:
I - advertência;
II - multa;
III - embargo de obras;
IV - interdição de instalações;
V - obrigação de fazer;
VI - obrigação de não fazer;
VII - suspensão temporária de participação em licitações para obtenção de novas concessões, permissões
ou autorizações, bem como impedimento de contratar com a ANEEL e de receber autorização para
serviços e instalações de energia elétrica;
VIII - revogação de autorização;
IX - intervenção para adequação do serviço público de energia elétrica; e
X - caducidade da concessão ou da permissão.
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
2. Princípio do non bis in idem:

REN nº 846/2019
Art. 12. Constitui infração do Grupo IV:
(...)
XXI - descumprir disposições legais, regulamentares, contratuais ou constantes do ato
de concessão, permissão ou autorização relativas à gestão dos recursos econômico-
financeiros;

Novos Contratos de Concessão:


CLÁUSULA SÉTIMA – SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA
Subcláusula Primeira – O descumprimento por parte da DISTRIBUIDORA dos
parâmetros mínimos de Sustentabilidade Econômica e Financeira definidos neste
Aditivo Contratual implicará, sem prejuízo de outras ações fiscalizatórias:
I – limitação de distribuição de dividendos (...);
II – aceitação de regime restritivo de Contratos entre partes relacionadas;
III – a exigência de Aportes de Capital (...)
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
3. Conceitos abertos: “infração for de baixa ofensividade”

REN nº 846/2019
Art. 6º A Agência aplicará ao agente infrator a penalidade de advertência, nas infrações
passíveis de multa e enquadradas nos arts. 9º a 13, quando não houver reincidência
específica, conforme definido no art. 23, e a infração for de baixa ofensividade.

Dada a AUSÊNCIA DE DEFINIÇÃO OBJETIVA na norma, espera-se que que este conceito
seja mais bem delineado quando da criação de precedentes

Ex.: Quando a soma dos percentuais das variáveis (Art 22. abrangência, gravidade, danos e
vantagem auferida) for inferior a 50% ou X%, a infração será considerada como de baixa
ofensividade.
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
4. Base de cálculo das penalidades

REN nº 846/2019
Art. 21. A base de cálculo para aplicação de multa aos concessionários, permissionários
ou autorizados de instalações ou serviços de energia elétrica será o valor da Receita
Operacional Líquida - ROL ou o valor estimado da energia produzida nos casos de
autoprodução e produção independente, ambos correspondentes aos doze meses
anteriores à lavratura do Auto de Infração – AI.

Segmento de Distribuição de Energia Elétrica

Receito Operacional Líquida (ROL) = Parcela A (custo não gerenciável) + Parcela B (custo
gerenciável)

Ex.: Hidrologia desfavorável; aumento de encargos setoriais; aumento dos custos de


transmissão
Resolução Normativa ANEEL n° 846/2019
5. Agências Estaduais Conveniadas

REN nº 846/2019
Art. 47. As Agências Conveniadas com a ANEEL, para a execução das atividades
descentralizadas, poderão, com a observância às disposições e procedimentos desta
Resolução:
I - aplicar as penalidades referidas no art. 5º, incisos I, II, III, IV, V e VI; e
II - propor à Diretoria da ANEEL a imposição das penalidades indicadas no art. 5º, incisos VII,
VIII, IX e X.
§ 1º Os procedimentos referidos no caput poderão ser ajustados às peculiaridades de
cada Agência Conveniada, desde que:

NECESSIDADE DE UNIFORMIZAÇÃO DA ATUAÇÃO DAS AGÊNCIAS CONVENIADAS.


PRINCÍPIO DA ISONOMIA.
OBRIGADO

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