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Escola EB 2/3 Eng.

º Duarte Pacheco

Nome:____________________________________________ Nº________

1- Lê com atenção o texto que se segue:

— Nós amamos nossa filha, nós a salvamos.


A Andorinha Mãe respondia:
— Nós somos bons pais, protegemos nossa filha.
E se olhavam, admirando-se mutuamente. Proibiram terminantemente a
Andorinha de novamente aproximar-se do inimigo feroz. Se os juramentos da Andorinha
jovem não têm nenhum valor, bruscas proibições só fazem aguçar-lhe o interesse e a
curiosidade. Não que Sinhá fosse uma dessas andorinhas às quais basta que se diga «não
faça isso» para que imediatamente o façam. Ao contrário, terna e obediente, amava os
pais. Era bem comportada, amável e bondosa. Mas gostava que a convencessem das
coisas com boas e justas razões, e ainda ninguém lhe havia provado ser um pecado ou
um crime manter relações cordiais com o Gato Malhado. Assim, quando deitou a gentil
cabecinha sobre a pétala de rosa que lhe servia de travesseiro, havia decidido continuar a
conversa no outro dia:
— Ele é feio mas é simpático… — murmurou ao adormecer.
Quanto ao Gato Malhado, também ele pensou na arisca Andorinha Sinhá, naquela
primeira noite da primavera, ao repousar a cabeça no travesseiro. Aliás, eis uma coisa
que ele não possuía: travesseiro. Além de mau e feio, o Gato Malhado era um pobre de
Job; repousava a cabeça em cima dos braços. Sendo de pouco luxo, não reclamava. Falta
sentia de outras coisas: de afeição, de carinho e de salsichas vienenses.
Recolheu-se tarde. Antes, andara pelo parque, ao léu. Arranhara a casca de
troncos de árvores, miara sem motivo evidente, sentira desejo de voltar a vagabundear
nos telhados como praticara na distante adolescência. (…) Sentira-se muito moço, até
teve vontade de correr com os cães. E o teria feito, com certeza, se os cachorros não se
houvessem afastado, cheios de receio, quando ele os procurou. Tal fora o seu estado de
lassidão e de indefinido desejo que murmurou para si mesmo:
— Creio que estou doente.
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: Uma História de Amor, Jorge Amado
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2-Com base neste excerto, e em todo o conto, responde às perguntas.

2.1- «— Nós amamos nossa filha, nós a salvamos.»


Que acontecimento esteve na origem deste salvamento?

2.2- Os argumentos invocados pelos pais foram suficientes para convencerem a


Andorinha? Justifica.

2.3- Caracteriza psicologicamente a Andorinha Sinhá.

2.4- Por que razão pensava o Gato que estava doente?

2.5- Qual era a sua verdadeira doença?

2.6- Relaciona o tempo em que decorre a ação do conto com a história de amor
entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.

2.7- Explica, resumidamente, a origem da expressão «pobre de Job».

II

1-«— Nós somos bons pais, protegemos nossa filha.»


Transpõe esta frase do discurso direto para o discurso indireto,
procedendo às alterações necessárias.

A Andorinha Mãe disse __________________________________________________


_____________________________________________________________________

2- Transcreve do texto hipónimos das palavras que se seguem.

mamífero ave flor

2
3- Repara na frase «E o teria feito, com certeza, se os cachorros não se
houvessem afastado, cheios de receio, quando ele os procurou.»

Inscreve no respetivo retângulo a palavra que pertence à classe e subclasse


indicadas.

nome comum conjunção condicional preposição

verbo no pretérito pronome pessoal conjunção copulativa


perfeito

determinante artigo verbo no particípio


conjunção temporal
definido passado

4-Indica a função sintática das palavras sublinhadas.

a) A Vaca Mocha foi insultada pelo Gato Malhado.

b) A Andorinha era arisca.

c) O Tempo ofereceu à Manhã uma rosa azul.

5- Passa para a passiva as frases que se seguem:

a) A lágrima da Andorinha Sinhá tinha iluminado o solitário caminho do Gato


Malhado.
b) A Manhã apagou cada estrela enquanto caminhava em direção ao horizonte.

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