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criança aprende
II
Nível 3
MÓDULO14
1
Módulo 14 – Explicar como a criança aprende
APOIO TECNICO
Revisão da linguagem: Félix José Mulhanga Requisitos de inscrição no módulo:
Colaboração e apoio técnico de Prazeres Sena Conclusão com êxito dos seguintes módulos do nível
Gonçalves, Svetlana K. Drivdal e Suzana Duarte 3: Módulos 1,-13
Progressão
NÚMERO DE CRÉDITOS: 4
2
Colecção dos guiões para a formação de Nível 3
Nota: Todos os guiões servem como referência e complementam o Programa Educativo
para crianças do 1º ao 5º anoproduzido peloMinistério da Mulher e da Acção Social
Módulo 1 - Observar crianças na instituição de Módulo 9 - Realizar os processos diários na
infância -Manuais VERDES para módulos sobre instituição de infância - Manuais VERDES para
processos pedagógicos módulos sobre processos pedagógicos
Módulo 2 - Explicar como a criança aprende (I) Módulo 10 - Lidar com comportamentos
– Manuais LARANJA para módulos de Base desviantes de crianças (I) -Manuais VERDES para
(abordagem chave) módulos sobre processos pedagógicos
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4
Índice
Tema I: Argumentar e discutir as suas dúvidas e questões em aberto em relação aos principais
aspectos da EICC - PARTE A…………………………………………………………………………………………………………….…….….13
Subtema 1:Apresenta as suas dúvidas e questões em aberto em relação à implementação dos
principais aspectos daEICC na sua instituição de infância …………………………………………………………………………14
Tema III: Argumentar sobre as suas percepções sobre a criança e sobre as percepções
sobre a criança na EICC………………………………………………………………………………………………………………………...…..59
Subtema 1: Argumenta sobre as suas percepções pessoais sobre a criança..…………………………………………….60
Subtema 2:Resume e argumenta sobre a percepção da criança na base da EICC.……….…………………………….64
Tema I: Argumentar e discutir as suas dúvidas e questões em aberto em relação aos principais
aspectos da EICC - PARTE B…………………………………………………….……………………………………………………………..…..71
Subtema 1:Apresenta as suas dúvidas e questões em relação à implementação dos principais
aspectos da EICC na sua instituição de infância.………………………………………………………………………………………….72
Subtema 2:Identifica os objectivos da ECE e EICC no contexto de diferentestipos de sociedade.…………..…73
Bibliografia…………………………………………………………………………………………………………………………………………….….77
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Introdução
Importância e Resumo do módulo
Este módulo é essencial, porque ajuda reflectir sobre tudo o que os formandos
Módulo 14 aprenderam no nível 3. Eles são encorajados a debaterem abertamente sobre questões,
dúvidas e os seus sentimentos que surgiram durante a implementação dos principais
aspectos da Educação Inclusiva e Centrada na Criança (EICC). É muito importante dar
este tempo, porque o que os formandos aprenderam durante esse curso, muitas vezes,
não corresponde às suas experiências e aos costumes de lidar com crianças. Debates
abertos sobre questões, dúvidas e sentimentos em relação à implementação da EICC
permitem-lhes entrar num processo de desenvolvimento, reflexão e construção activa,
contínua e consciente. Este processo é importante, para que os formandos não fiquem
com certas resistências sobre conceitos que possam não conhecer em relação a EICC.
7
Plano do módulo e Avaliação
Plano do Módulo
1
Usamos o conceito “participação activa:” para reforçar a importância da participação, sabendo que se trata de um pleonasmo.
8
Subtema 2: Resume e argumenta sobre a percepção da criança na base da EICC 3h30min Teste 2
* O tema I está dividido em duas partes. A parte A começa no início do módulo e continua em forma de círculos de
reflexão que se realizam no decorrer do módulo. O módulo termina com a parte B do tema I. De acordo com ohorário,
o formador deve distribuir os círculos de reflexão2 a 7 duma maneira igual sobre o curso. Podem ser realizados em
cada início dodia de aula ou no início dos seguintes subtemas: Subtemas 3, 5, 7 e 10 do tema II e Subtema 1 e 2 do
tema III.
**Como se trata do 14º módulo, é possível realizar um teste de 1h e 30min. Mas também seria possível dividir o teste e
fazer a primeira metade depois do subtema 5.
Se no fim do módulo ainda restar tempo, este deve ser usado para realizar mais círculos de reflexão.
Avaliação
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Dicas para o Formador
Aula de introdução ao módulo
No início do módulo (aula de Introdução) o formador deve:
Entregar aos formandos e aos assistentes cópias do plano do módulo e da tabela das avaliações;
Informá-los sobre a característica do módulo, os seus temas e subtemas e a avaliação dos mesmos;
Informá-los que o formador regularmente vai distribuir Textos Resumo que servem para o auto-estudo e que as
partes escritas em itálico sempre são os mais importantes para a preparação ao teste. Cada formando deve, logo
depois das aulas, tirar uma cópia dos textos distribuídos. As cópias devem ser trazidas dentro duma pasta para
cada aula, pois podem ser pedidos para utilização e revisão.Na mesma pasta devem constar a lista das atitudes do
educador (distribuída no módulo “Demonstrar conhecimentos na EICC”) e os exercícios que hão-de receber
durante as aulas;
Incentivar os assistentes a estudar intensivamente todos os Textos Resumo.
Dicas gerais
• Antes de iniciar as aulas o formador deve ter lido sobre o que vai ensinar, sobre se quer adicionar outros materiais de
aprendizagem para além dos sugeridos ou substituir em caso de falta e preparar todos os materiais de ensino –
aprendizagem. O Formador deve ter lido todo o manual para ter uma visão completa do que vai ensinar e poder fazer
ligações ou avisar sobre algum aspecto caso seja necessário.
• Preste atenção que em cada ACTIVIDADE encontrará na parte lateral esquerda algumas dicas específicas:
- Notas de orientação para o formador
- Onde encontrar soluções
- Tempo previsto
- Materiais e recursos que o formador deve trazer ou preparar para as aulas
- Preparação do formador para a aula
Lembre-se que na falta de alguma das recomendações confie na sua criatividade.
• Os exercícios encontram-se em português, mas é importante usar a língua materna do formando para que o
conhecimento seja apropriado ao seu contexto sociocultural.
• Dentro de um subtema podem surgir discussões que tocam assuntos de subtemas seguintes – neste caso é preciso
ser flexível: tratar imediatamente dos conteúdos ou remete-los para mais tarde.
• Nos debates e em outras actividades deve, em primeiro lugar, deixar os voluntários contribuírem.
• Sempre deve dar tempo para debates entre os formandos em relação a perguntas e dúvidas que apresentam.
• Nos exercícios e outros trabalhos em grupos pequenos deve avisar-se aos formandos 5 a 10min antes que a
actividade vai terminar.
• O formador deve ser flexível de inventar mais outros exercícios se um debate o exige.
• Em vários subtemas os formandos devem resumir o que já aprenderam durante o curso. O formador pode recordar-
lhes os principais módulos nos quais os formandos aprenderam sobre o respectivo subtema. Estes estão indicados
nos passos das actividades.
• O formador deve dar todos os subtemas com as suas respectivas actividades porque PIREP exige a avaliação de todos
os conteúdos dos subtemas.
• O debate no subtema 2 do tema III não deve necessariamente ficar no fim, mas sim ele pode ser incluído em qualquer
momento dentro deste módulo, bastando para o efeito que o formador ache o momento apropriado paraos
processos de discussão na turma.
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• Durante este módulo os formandos muitas vezes devem usar de forma resumida os seus conhecimentos adquiridos
nos outros módulos. Por isso o formador deve preparar-se para este módulo estudando os conteúdos dos Textos
Resumo dos módulos indicados nas actividades.
• Em preparação ao tema III o formador deve estudar o subtema 1 do primeiro tema do guião 1 (“Observar
crianças”).
O processo de ensino-aprendizagem
O processo de ensino - aprendizagem deste módulo deve ser activo, reflexivo e centrado no formando, dando ao
formando sempre tempo e possibilidade para apresentar dúvidas e para tematizar questões em aberto.
Materiais adicionais
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I Apresentar e discutir as suas dúvidas e questões em aberto em
relação aos princípios de aprendizagem, aos princípios de prática
pedagógica, ao papel do educador e aos métodos da EICC
PARTE A
Subtemas da PARTE A
Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender bem todos os conceitos
Tema I
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TEMA I PARTE A
1. Informe aos formandos que neste módulo terão tempo para apresentar
Preparação
• Estude o subtema 1 do Texto
Resumo 1.
14
PREPARÇÃO PARA OS CÍRCULOS DE REFLEXÃO
Entregue aos formandos o TEXTO RESUMO 1 para cada um tirar uma cópia. Informe-os
que na base deste texto devem continuamente preparar-se para os círculos de reflexão.
Devem também rever as várias listas de critérios de implementação dos módulos alistados
no Texto Resumo 1. Finalmente informe aosformandos para se lembrarem de situações de
tensão e de emoções fortes que viveram nas implementações.
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Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 1
- Aspectos principais da EICC –
- Princípios de pratica pedagógica –
[Tema I – subtema 1 e Tema II – subtema 1]
Os princípios de aprendizagem
1. A criança aprende duma maneira activa.
2. A criança aprende duma forma integrada.
3. A criança aprende ao brincar.
4. A criança precisa de liberdade para aprender.
5. A criança aprende por tentativa e erro.
6. Cada criança aprende de maneiras diferentes e individualizadas (ritmo, métodos,
conteúdos).
7. As necessidades da criança são a força motriz do seu desenvolvimento.
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Ligação entre os princípios de aprendizagem e os princípios de prática pedagógica
Módulos nos quais aprenderam em concreto a implementar os aspectos principais da EICC em cima
mencionados
• Observar crianças
• Promover Interações respeitosas
• Acompanhar crianças nas atividades livres
• Lidar com comportamentos desviantes
• Realizar Processos diários
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TEMA I PARTE A
18
4. Apresentação do processo e dos resultados do debate:
a) Encoraje um grupo a falar a toda a turma sobre o processo do seu debate, assim como a apresentar os
resultados do mesmo e as dúvidas/ questões que ficaram em aberto.
b) Encoraje mais um grupo a apresentar o seu trabalho.
c) Convide os formandos dos outros grupos a acrescentarem aspectos que acham importantes.
d) Em relação a cada dúvida ou questão que fica em aberto, dê inspirações ou coloque perguntas que
estimulam os formandos a continuarem a pensar e a debater.
e) Encoraje os formandos a refletirem durante todo o curso sobre as dúvidas que depois do debate ainda
restam
Cuidado: O formador não deve dar respostas em relação às dúvidas ainda existentes, mas sim inspirar os
formandos a refletirem mais sobre o assunto. Podem continuar a existir dúvidas. O exercício serve para iniciar
processos de reflexão nos formandos.
1. Coloque as folhas com os aspectos de desafio/ dúvida que se debateu nos círculos passados na parede e peça
um formando a lê-los.
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II Explicar os princípios da prática pedagógica
Subtemas
1. Nomeia os princípios da prática pedagógica na educação de crianças e
explica a sua ligação com os princípios de aprendizagem.
2. Identifica os aspectos da estimulação da criança por parte do adulto e
por parte dum ambiente preparado.
3. Identifica aspectos práticos de respeitar as necessidades da criança
4. Exemplifica a importância da escolha livre e define o que esta exige.
5. Explica como a interacção livre entre as crianças promove o seu
desenvolvimento.
6. Identifica aspectos da participação activa da criança.
7. Identifica os princípios de aprendizagem promovidos pelo uso e
experimentação de materiais por parte da criança.
8. Explica a actividade lúdica (ludicidade) como prática pedagógica
principal.
9. Justifica porquê se deve evitar comparações e competições entre as
Tema II
crianças.
10. Justifica porque é importante focalizar-se nos processos e não nos
resultados de aprendizagem.
Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender bem todos os conceitos
ensinados, é importante começar cada um dos subtemas com um resumo
dos conceitos aprendidos no subtema anterior.
Lembre-se de avisar os formandos para trazerem sempre todas as cópias
distribuídas, pois podem ser pedidos para utilização e revisão nas aulas.
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Tema II
Preparação
• Estude os princípios de
aprendizagem (módulo “Explicar
como a criança aprende I”)
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TEMA II
Tempo Actividade
1 hora
Preparação
• Estudeo Texto Resumo 2 e o
Exercício 1. 23
2. Identificação dos principais aspectosdeste princípio na base dum texto:
a) Peçaaos formandos para juntar-se em pares e entregue-lhes o
EXERCÍCIO 1para a leitura em conjunto.
b) Clarifiqueproblemasnoentendimentodotexto.
c) Incentive
osformandosaresponderemàsperguntasembaixodotextoeexplique-
lhesquedevembasear-seno texto.
d) Convide os formandos a partilhar com toda a turma os seus
resultados e a completar/ corrigir o que escreveram.
Texto Resumo 2
- Estimular crianças –
[Tema II – subtema 2]
Um ambiente preparado é
• seguro e estimulante
• físico e afectivo
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• organizado pelo educador
• explorado e usado por uma criança activa para desenvolver as suas potencialidades
(do módulo Preparar um ambiente para actividades livres I)
Um ambiente estimulante tem várias áreas de actividades onde as crianças podem agir na
base das suas diferentes necessidades e interesses.
Um ambiente estimulante tem vários materiais pedagógicos que permitem à criança
aprender agindo, descobrir, usar todos os sentidos…
Para poder criar um ambiente adequadamente preparado o educador deve basear-se nas
suasobservações regulares das crianças nas quais ele identifica as suas necessidades,
interesses e capacidades.
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Exercício 1
- Estimular as crianças –
[Tema II – subtema 2]
As crianças são as atoras do seu desenvolvimento, elas tem uma grande vontade de aprender
eaprendem melhor ao serem activas e ao brincar. As suas necessidades são a força motriz do
seu desenvolvimento. No entanto,as crianças não são capazes de preparar um ambiente onde
apanhamo queprecisam para o seu desenvolvimento e que lhes permite agir de acordo com esses
princípios de aprendizagem. Além disso a aprendizagem da criança pode ser mais intensa e
rápida se for estimulada de forma adequada.
As crianças podem ser estimuladas de duas maneiras principais: através do educador e através
dum ambiente preparado.
O educador em primeiro lugar é um estimulo para as crianças através do seu modelo, isto é da
suamaneira de ser, da sua personalidade: O que ele faz com entusiasmo, as crianças também
vão ter interesse de fazer. Como ele cuida dos materiais, as crianças também vão cuidar dos
materiais. Quando ele respeita outras pessoas, as crianças também vão respeitar outras
pessoas. …
Além disso a criança pode ser estimulada por um ambiente bem preparado. A preparação deste
ambiente é uma tarefa do educador. Ele, em conjunto com toda a equipa, deve criar diferentes
áreas de actividades cheias de vários materiais pedagógicos. Isto permite às crianças explorar e
usar este ambiente de forma activa para desenvolver as suas potencialidades. Assim, a criança,
enão o educador, fica no centro da acção. Para poder criar um ambiente estimulante o educador
deve observarregularmente as crianças para identificar as suas necessidades, interesses e capacidades.
O educador estimula as crianças também através da maneira como as acompanha nas
actividades livres: Ele não manda as crianças fazer algo, mas sim ajuda-as a direccionar-se à
área que corresponde à sua necessidade e ao interesse naquele momento. Ele não ajuda as
crianças que não precisam da sua ajuda. Ele ajuda crianças de forma a capacitá-las a continuar
em autonomia.
O educador estimula as crianças através de várias maneiras não directas e nem directivas como
por exemplo com um olhar, ao reconhecer o que a criança faz, ao comentar os trabalhos das
crianças dumamaneira adequada, ao trabalhar ele próprio com um material ou na oficina de expressão
plástica, ao expor os trabalhos das crianças etc.
Finalmente o educador estimula as crianças ao preparar e realizar interessantes actividades
dirigidas que permitem a participação activa das crianças. Sobre este aspecto vão aprender mais
no quarto nível do curso.
Respondem as seguintes perguntas:
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1. O princípio de prática pedagógica “Estimular as crianças” responde a quais princípios
de aprendizagem?
2. Porquê as crianças precisam de ser estimuladas?
3. Existem duas maneiras principais de estimular uma criança. Quais são?
4. De que forma o educador estimula as crianças em primeiro lugar?
5. O que é que o educador deve fazer para preparar um ambiente estimulante?
6. Em que o educador deve basear-se para poder preparar este ambiente?
7. O quê permite um ambiente estimulante?
8. O que é que o educador deve/ não deve fazer quando acompanhar as crianças nas
actividades livres com vista a estimular a elas?
27
TEMA II
28
• equesobreoaspectod)vão realizar umtrabalhoemgrupo.
EXERCÍCIO E DEBATE
29
Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 3
- Respeitar as necessidades das crianças -
[Tema II – subtema 3]
Necessidades principais e a sua hierarquia (do módulo “Como a criança aprende I”)
Em primeiro lugar:
Necessidades básicas
• Alimentação e repouso
• Amor (apego, atenção, e carinho)
• Protecção e segurança
Segundo:
Movimentação
Terceiro:
Necessidades de desenvolvimento e aprendizagem
• Imitação
• Experimentar duma maneira activa
• Fazer e analisar experiências
Necessidades sociais
• Sentir-se aceitado pelos outros
• Pertencer a um grupo social /participar
• Agir em conjunto com outras crianças
• Cooperar com os adultos
• Integridade da própria pessoa (manter dignidade própria…)
Exemplos de como as necessidades das crianças são a força motriz do seu desenvolvimento
Ex. 1: A criança tem a necessidade de mover-se e de mexer tudo
Isto leva a criança a correr, subir, andar de bicicleta com grande velocidade… e a fazer muitas
experiencias sensoriais. Isto desenvolve na criança por exemplo
• A motricidade grossa e fina
• Ligações complexas no cérebro que são a base para a sua inteligência e a capacidade
de aprender e entender algo
• A descobrir leis básicas de física
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Ex. 2 A criança tem a necessidade de interagir com outras crianças e de pertencer a um grupo
de pessoas.
Estas necessidadespermitemo desenvolvimento das seguintes capacidades na criança:
• Expressão linguística: Comunicar e expressar-se
• Entender que outras crianças têm intenções e ideias diferentes das suas e entender as
intenções e os pensamentos de si própria
• Colocar-se no ponte de vista de seu amigo (bases da empatia e da moral)
• Competências sócio-morais: Negociar, colaborar, partilhar
• Competências sócio-morais:Respeitar a si próprio e aos outros
• Ter paciência se os amigos não querem de imediato algo que ela quer e como ela quer
NOTA:
Os aspectos a) a c) já aprenderam nos seguintes módulos:
- Aspecto a) : no módulo “Observar crianças”
- Aspecto b) nos módulos ”Preparar um ambiente para as actividades livres I e II”
- Aspecto c): no módulo Acompanhar crianças nas actividades livres:
Apenas o aspecto d) é novo.
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Exercício 2
- Respeitar a hierarquia das necessidades das crianças
no trabalhopedagógico –
[Tema II – subtema 3]
Analisem cada uma das situações na base da seguinte pergunta: De que maneira os educadores
em cada uma das situações respeitam ou não a hierarquia das necessidades?
a) Estamos num centro infantil onde tem regras claras e muita liberdade. Uma das regras é que
as crianças devem arrumar tudo o que usaram antes de fazer uma outra actividade. Uma criança
brincoucom blocos de construção. Ao brincar não conseguiu concentrar-se e nem mostrou grande
interesse enquanto normalmente ela gosta muito de brincar nestaárea. De vezem quando ficou uns
minutos somente deitada no chão. Agora a criança quer sair desta área,mas o educador está
preocupado com o cumprimento das regras básicas e exige à criança para arrumar. A criança fica
para arrumar mas variasvezes deita-se no chão não fazendo nada. O educador continua exigir à
criança a arrumação.
b) A Joana é uma menina que há 2 anos gosta de ir brincar no seu centro infantil e sabe bem como
este funciona. Mas hoje, nas actividades livres, ela vai repetidas vezes à cozinha, volta a brincar,
vai à cozinha de novo.. Não se concentra em nenhuma das actividades. Por isto a educadora
decide apoiar a criança e junta-se a ela para trabalhar com ela com um material didáctico.
c) Hoje o Pedro trabalha nas actividades livres na oficina de expressão plástica. O Pedro começa a
pintar. Depois para e já não faz mais nada. Fica todo o tempo sentado. Ao invés de incentivar
o Pedro a continuar fazer algo, a educadora aproxima-se dele e pergunta o que se passa. O Pedro
responde apenas “nada”. A educadora não faz nada. Mais tarde verifica que o Pedro continua desta
maneira passiva não fazendo nada. Ela convide o Pedro a sentar-se no seu colo e pergunta mais uma
vez o que se passa. O Pedro não diz nada mas põe a sua cabeça no peito dela. A educadora dá muito
carinho ao Pedro. À tarde conta à mãe do Pedro sobre esta situação. A mãe explica que em casa
tem muita confusão porque ela e o seu marido pretendem separar-se.
d) Uma escolinha tem 30 crianças. A educadora é muito rígida e zanga muito com as crianças. Além
disso ela não coloca regras claras - hoje permite algo que amanha proíbe. Desde há pouco tempo
esta instituição tem um canto com materiais didácticos. Mas as crianças somente no início
mostraram interesse. Depois de alguns dias já não gostam tanto de brincar com estes
materiais. Preferem brincar no pátio. A educadora tira a conclusão de que as crianças não têm
interesse em experimentar os materiais daquele tipo.
e) Estamos num centro infantil no centro da cidade com as seguintes condições: As crianças
têm duas salas. Fora das salas tem um pátio. Mas como este pátio é muito pequeno e cimento –
os educadores preferem deixar as crianças brincar dentro. As salas são bonitas e tem muitos brinquedos.
Mas mesmo assim as crianças criam muita confusão, são agitadas e fazem barulho.
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Soluções
Situação a)
Na verdade é muito importante zelar com firmeza pelo cumprimento das regras básicas numa instituição
onde tem muita liberdade. Mas esta criança parece estar muito cansada. A necessidade
de descanso é uma necessidade básica e por isso tem prioridade em relação à necessidade de colaborar e
de ser social. A educadora pode ajudar a criança a arrumar e a encontrar um sítio calmo onde pode
descansar. Pode ser recomendável comunicar com os pais para informar sobre o cansaço da criança ou
saber mais sobre a razão do mesmo.
Situação b)
A Joana provavelmente tem fome. Fome é uma necessidade básica e por isto tem prioridade em relação à
necessidade de querer aprender algo. A educadora deve respeitar esta hierarquia e cuidar da fome da
criança ao invés de encoraja-la a trabalhar com um material didáctico. Pode ser também necessário
comunicar-se com os pais para resolver o problema em conjunto.
Situação c)
Apesar de a educadora não ter sabido o que se passava, conseguiu responder à necessidade da criança
no momento ao invés de convence-la a ser mais activa. Segurança é uma necessidade básica duma criança
e por isto tem prioridade. Uma criança que não se sente segura (por ex. porque em casa há confusão
entre os pais), não pode ser activa e não tem muito interesse em experimentar e aprender algo.
Situação d)
A educadora toma uma conclusão falsa. As crianças não continuam a brincar com este tipo de
material porque sentem-se inseguras na presença da educadora. Esta educadora é uma pessoa que
cria medo e que não reage duma maneira clara. As crianças nem podem orientar-se em regras
claras. Desta maneira este ambiente não respeita a sua necessidade básica de ter segurança.
Crianças não mostram interesse em aprender e experimentar num ambiente onde não se sentem seguras.
Situação e)
A necessidade das crianças de movimentar-se é muito grande. Muitas das crianças das cidades não têm
acesso a espaços para movimentar-se, mas sim ficam com muitos brinquedos e um televisor no seu
quarto. A necessidade de movimentar-se é mais forte do que a de colaborar e ser social. O não cumprimento
desta necessidade leva a criança também a não ser capaz de fazer algo com calma e concentração.
Por isso as crianças nesse centro não brincam bem e criam confusão, estão agitadas e fazem barulho. Ao criar
um centro infantil na cidade é preciso ter um espaço grande onde crianças podem satisfazer a necessidade de
movimentação.
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TEMA II
Actividade
Tempo
1h 30 min RESUMO, EXERCÍCIO E DEBATE
1. Convideosformandosparaidentificaremejustificaremos
Soluções princípiosdeaprendizagemcomos quaisaescolhalivreestáligada.
4. Debate na turma:
a) Convideumgrupoalertodososexemplosdoprimeiroaspecto.Seunsfor
mandosacharemumexemplocomo
nãosendoadequado,devemdebateremconjuntoatéchegaraumasoluç
ãocomum.Continuedamesmamaneiracomosoutrosaspectos.
b) Orienteumdebateem volta dasseguintesperguntas:
• Oqueéqueaescolhalivreexige?
• Porquêoexige?
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Informe aos formandos que cada um deve tirar uma cópia do Texto
Resumo 4e dos exemplos discutidos para o seu auto-estudo.
Texto Resumo 4
- Explicar a importância da escolha livre e define o que esta exige
[Tema II – subtema 4 ]
A escolha livre garante o respeito de todos os princípios de aprendizagem, em especial dos seguintes:
• A criança aprende duma maneira activa.
• A criança precisa de liberdade para aprender.
• A criança aprende por tentativa e erro.
• Cada criança aprende de maneiras diferentes e individualizadas (ritmo, métodos,
conteúdos).
• As necessidades da criança são a força motriz do seu desenvolvimento.
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TEMA II
Actividade
Notas para o formador
Antes de iniciar este subtema, pode RESUMO E ANÁLISE DE SITUAÇÕES
realizar o 3º círculo de reflexão.
1. Resumo do que já aprenderam:
Incentive
Tempo osformandosaresumiremoquejáaprenderamsobrecomoainterac
çãolivreentrecriançaspromoveodesenvolvimentodacriança
1 hora (módulos “Preparar um ambiente para as actividades livres I”,
“Promover uma interacção respeitosa com e entre as crianças”,
“Acompanhar crianças nas actividades livres”)
Soluções
1. Análise de situações:
No Texto Resumo 5 o formador encontra
a) Deixeosformandoscriarpequenosgrupos.Devemlerassituaçõ
informações sobre os subtemas 5,7 e 8 que
esdescritasnoEXERCÍCIO
precisa para orientar as actividades. 3.Emrelaçãoacadasituaçãodevemresponderàpergunta
“Qual a competência que a criança pode desenvolver
nestasituação?” Tem20minpararesolveremestatarefa.
Materiais b) Encorajeunsgruposaapresentarem
• Uma cópia do Texto Resumo 5 – atodaaturma,assuasrespostas. Ajude-os a chegar às
para o formador soluções correctas.[ver solução em baixo]
• Cópias do Exercício 3 – para cada
[ SOLUÇAO]
pequeno grupo
• Situações a): Cuidar dos outros e tomar a perspectiva do
outro
Preparação •
•
Situações b): Colaborar e negociar entre si
Situação c): Tomar a perspectiva do outro - perceber a
• Estude o Texto Resumo 5 e o opinião e intenção do outro
Exercício 3. • Situações d): Criar amizades
• Situação e): Aprender e ensinar uns dos outros
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Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 5
- Vários princípios de pratica pedagógica –
[Tema II – subtemas 5, 7 e 8 ]
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Exercício 3
- Como a interacção livre entre as crianças promove o seu desenvolvimento –
[Tema II – subtema 5]
Respondam em relação a cada situação à seguinte pergunta: “Qual a competência que a criança pode
desenvolver nestasituação?”
a) O João está a andar em cima duma tábua que colocou entre duas escadas. O Tom vem atrás dele, mas
não está seguro. Parece que vai cair. O João vai perto dele para ajudar. Depois colocam a tábua em
conjunto um pouco para baixo de tal maneira que dá bem para o Tom.
b) A Joaninha brinca com um carro lindo. O Gabriel está muito fascinado por este carro e pergunta à
Joaninha se pode receber o carro. A Joaninha nega. O Gabriel já sabe que não pode tirar o carro se a
Joaninha nega. Mas o carro dá tão bem para a estrada que ele construiu com blocos de construção. Ele
procura e encontra um comboio. Vai ao encontro da Joaninha e pergunta se em troca do comboio pode
ter o carro. A Joaninha nega. O Gabriel encontra um machibombo e fala mais uma vez com a
Joaninha. O Gabriel explica porquê precisa tanto daquele carro. A Joaninha diz: “Deixas brincar-me
com a estrada que construíste?” O Gabriel diz: “Já estou a brincar ai com o Nino.” Ao que a Joaninha
responde: ”Então, eu fico com o meu carro”. O Gabriel: “Ok, podes brincar connosco na nossa estrada
se me deres este carro.” A Joaninha aceita entregar o carro ao Gabriel, pega o machibombo e brinca
em conjunto com o Gabriel e o Nino na estrada construída pelo primeiro .
c) A Carla gosta muito do Júnior. Dá-lhe um abraço forte e um beijo. O Júnior não se sente bem e tenta
libertar-se da pressão da Carla. A Carla diz: “Espera, somos pai e mãe, vamos fazer casamento”. O Júnior
foge da Carla.
d) O Pedro é novo na instituição de infância. Ainda não conhece ninguém. Vai brincar na caixa de arreia.
Ai já está o Milton. Ele pretende construir um castelo. O Pedro começa a construir um outro castelo. O
Milton tem a ideia que podiam ser castelos de dois irmãos e que um podia visitar o outro. Eles constroem
estradas de um castelo para o outro. No fim constroem mais um castelo em conjunto muito melhor que
os primeiros dois. O Pedro fica muito feliz e conta em casa que já tem um novo amigo.
e) Sete crianças brincam na área de material didáctico com vários materiais. Só a Carla não. Ela fica
perto do Jorge que brinca com um material onde é preciso contar vários paus. A Carla nunca até então
havia brincado com este material. Ela observa o Jorge. Depois de ele terminar o jogo dele, ela continua
com o mesmo jogo contando os paus. Quando não sabe como continuar, pede o Jorge para ele
mostrar como fazer.
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TEMA II
Tempo Actividade
3h
• Resumo: 15min RESUMO
• Filme e Debate:45min
Incentive os formandos a resumirem o que já aprenderam durante o curso
• Exercício e Debate: 2h
sobre a participação activa das crianças (módulos “Acompanhar crianças
nas actividades livres” e“Processos diários”).
Soluções
FILME E DEBATE
No Texto Resumo 6
oformadorencontrainformaçõessobre 1. Reflexão sobre um filme:
este princípio de prática pedagógica Convide os formandos a assistirem o FILME 1. Devem analisá-lo e
que precisa para orientar as depois do filme apresentar de que maneira a criança participa
actividades. activamente no processo de tomar banho e ao ser vestido.
Se não tiver acesso ao filme, simule com um dos formandos a seguinte
situação:
Materiais Situação
• Ofilme 1
O Hugo, uma criança de 8 meses de idade, fez coco na fralda. A
quemostraumaeducadoradoinstit educadora vai com ele a um sítio preparado para trocar a roupa.
utoPicklernaHungriaadarbanhoea Ela pede o bebé para ele dar a sua perna tocando no mesmo
vestirumbebépermitindomuitapa momento a respectiva perna. O Hugo levanta a perna. A
rticipaçãodoladodele. educadora desde o início presta toda a sua atenção ao Hugo e
• Uma cópia do Texto Resumo 6 acompanha cada passo com as suas palavras sobre o que ela faz
• Cópiasdo Exercício 4 e da com o Hugo.
primeira página do Exercício 5 – Agora é preciso o Hugo virar para a educadora poder limpar o
paracadapequenogrupo traseiro dele. Ela não pega logo o Hugo e vira-lhe, mas sim diz:
“Hugo, preciso limpar o teu traseiro. Podes virar um pouco?” O
• Uma cópia da segunda página do
Hugo o faz. “Obrigada, assim posso limpar bem….”
Exercício 5
Súbito o Hugo vira a cabeça, fica muito irrequieto e olha para a
janela. A educadora acompanha o olhar do Hugo e pergunta
“Hugo, o que estás a ver ai? Ah, estás a ver o passarinho ai na
Preparação janela?” O Hugo dá tons de alegria. “É tão lindo este passarinho,
não é?”, diza educadora. Ela espera até o Hugo terminar de
• Analise no filme 1 de que expressar a sua alegria. Só depois continua a trocar a fralda. O
maneira o bebé participa Hugo sente a atenção que a educadora lhe presta e assim ele
activamente ao tomar banho e ao também presta atenção no agir da educadora. A educadora
ser vestida. deixou a nova fralda perto do Hugo. Ele já conhece bem o
• Se não tiver acesso ao filme, processo da troca de fraldas como a educadora sempre
prepare-se à simulação da acompanha cada passo com as suas palavras. Ele pega ele
situação descrita na caixa. próprio a fralda e entregue-a à educadora. No fim o Hugo precisa
• Estudeo Texto Resumo 6 e os de usar uma nova calça porque a outra ficou suja. A educadora
mostra ao Hugo duas calças: Uma de cor azul e outra de cor
Exercícios 4 e 5.
verde. O Hugo, ainda não capaz de falar, põe a sua mão na calça
verde…
39
2. Debate:
Incentive os formandos a debaterem sobre a questão quais as situações nas quais as crianças podem
participar activamente no quotidiano numa instituição de infância e como podem faze-lo.
EXERCÍCIOS E DEBATE
4. Exercícios individuais
a) Divida a turma em dois grupos e informe-os sobre a sua tarefa:
• Os formandos do primeiro grupo devem, individualmente, reflectir sobre a vida familiar tradicional
do seu grupo étnico e identificar situações nas quais as crianças são permitidas ou incentivadas a
participarem activamente.
• Cada formando do segundo grupo deve receber um papelinho com dois aspectos da participação
activa. Em relação a cada dos dois aspectos deve individualmente elaborar uma nova ideia sobre
como implementar este aspecto na sua instituição de infância.
• Informe aos formandos que têm 15 minutos para este trabalho.
b) Encoraje os formandos depois a apresentarem as suas ideias.
5. Incentive os formandos a explicarem com assuas palavras porque é importante deixar as crianças participar
activamente nos processos da sua vida.
Entregue uma cópia do TEXTO RESUMO 6 e informe os formandos que cada um deve tirar uma cópia
deste texto e do Exercícios 5 para o seu auto-estudo. Precisam também o exercício 4 para o auto-
estudo.
40
Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 6
- A participação activa da criança –
[Tema II – subtema 6]
41
e assim ninguém ouve os sinais dum bebé. Nem se leva a eles a seria, mas sim mesmo
ri-se do bebé. (por ex. quando uma tia quer pegar o bebé e o bebé nega).
Mas em outros momentos as crianças podem participar muito mais activamente em processos
diários do que as crianças da educação chamada educação moderna. Por exemplo já sabem desde
pequenas arrumar a sua cama, tomar banho sozinho, lavar a sua roupa. Para aprender isto são bem
acompanhados pelos adultos que ensinam ao demonstrar deixando as crianças imitar mais e mais.
42
Exercício 4
- Participação activa da criança –
[Tema II – subtema 6]
As crianças podem participar activamente em processos de alimentação, higiene e repouso, nos processos
de aprendizagem, na resolução de problemas e conflitos, etc. O educador tem a tarefa de promover esta
participação da criança em todos os momentos do dia.
Há momentos em que a criança ainda está muito limitada para cuidar de si próprio. Por exemplo um bebé
que precisa de comida ou que precisa de tomar banho. Mesmo nestes momentos o educador deve agir
duma maneira a permitir tanta participação quanto possível do lado da criança. Por ex.: tomar banho com
água um pouco mais frio ou mais quente, dar o pé que precisa ser calçado, pegar o beberão sozinho ou por
acolher sozinho na boca.
Para permitira participação activada criança em situações em que ainda não é capaz de cuidar de si própria, é
preciso a criança prestar atenção no que o educador faz e ela própria fazer tudo para participar activamente ao
invés de ficar passiva e deixar o educador agir.
De vez em quando o educador deve exigir da criança fazer isso. Mas a melhor maneira de permitir e garantir
a participação atenta da criança é o educador ele próprio no momento de apoio prestar toda a sua atenção
na criança e criar uma ligação intensa com ela comunicando a ela tudo que faz.
Os exemplos em cima referidos mostram que a o princípio “Participação activa” também exige a criação dum
ambiente que permite tomar decisões entre varias alternativas. O ambiente também deve ser preparado de
maneira que as crianças possam conseguir atingir e manejar os objectos que precisam para poderem
participar activamente. Por exemplo, precisa-se de vassouras no tamanho das crianças para uma criança
poder ela própria varrer o que caiu quando deixou cair alguma coisa dum jogo. Um jarro de água que sempre
fica numa mesa à altura das crianças com copos ao lado permite às crianças elas próprias servirem-se da água
quando sentem sede.
Crianças também participam ao darem as suas opiniões e ideias e ao expressarem o que sentem. Para elas
poderem fazer isto, o educador deve ouvi-las e incentiva-las a expressar as suas opiniões, ideias e
sentimentos.Não deve ignora-las, nem rir-se sobre as expressões delas, nem achar que não são importantes.
Deve leva-las a sério, mesmo que por vezes não seja possível realizá-las.
43
Exercício 5
- Participação activa da criança
[Tema II – subtema 6]
No quadro encontra os vários aspectos do princípio “participação activa da criança”. Associe estes
aspectos às situações. Escreva a alínea dos respectivos aspecto ao lado da situação (por ex. b) ).
Situação Aspecto da
“Participação
activa da
criança”
2) A instituição hoje não recebeu pão suficiente para o mata-bicho. Não é possível
cada criança ter 1/3 dum pão. O educador pede as crianças para darem ideias
sobre como lidar com esta situação.
3) O pai e o seu filho querem ir a uma loja e devem passar por um parque de
estacionamento de muitos carros. O pai exige a criança segurar a sua mão. A
criança nega e quer ir sozinho. O pai mesmo assim assegura a mão do seu filho
informando-lhe que a situação ali é perigosa porque em cada momento e de lado
um qualquer um carro pode vir e que por isso quer protegê-lo.
4) A criança quer ir brincar fora no pátio. Precisa de calçar os seus sapatos, mas ainda
não é capaz de o fazer. Enquanto o educador ajuda a criança, ela conversa com os
seus amigos, olhando de um lado para o outro. O educador não continua a ajudar
à criança e pede para ela dar o seu pé e para prestar atenção ao que ele o
educador esta fazendo.
5) A criança encontra uma tijela com feijão (seco). A seguir deita água dentro da
tijela e diz: “É estranho, esta água desaparece enquanto eu a ponho. A água está
semprea fugir.” A educadora pergunta se a criança teria interesse em fazer um
projecto sobre feijão nos dias seguintes.
6) Duas crianças estão a zangar-se uma com a outra. O educador não resolve o
conflito, mas primeiro põe a mão nos ombros de cada criança, acalma a situação e
pede a cada criança para expressar o que sente. Acompanha o diálogo entre as
crianças e presta atenção para elas não se interrompam mutuamente . Coloca
perguntas que ajudam as crianças a clarificarem a situação. Deixa as crianças
continuarem a dialogar até chegarem elas próprias a uma solução.
7) Uma mãe está num supermercado com a filha. Já passaram muito tempo lá
dentro. Agora devem esperar na caixa para pagar. A filha diz que já não quer
esperar mais porque se sente cansada. A mãe responde a ela dizendo: “Oh, posso
44
muito bem imaginar que te sentes cansada. Já estamos há muito tempo aqui
dentro e ainda temos que esperar muito tempo aqui na caixa. É chato. Mas
infelizmente não podemos sair sem as compras, porque precisamos da comida
para podermos cozinhar em casa. Por favor, aguente mais um pouco.”
45
Solução
Situação AspectosdaParticipação
1) O bebé toma leite do beberão. Fica irrequieta e dá sinais de já não querer a), f)
continuar a beber. Enquanto ainda restam 50ml, o educador deixa o bebé parar
beber.
2) A instituição hoje não recebeu pão suficiente para o mata-bicho. Não é possível a), e), f)
cada criança ter 1/3 dum pão. O educador pede as crianças para darem ideias
sobre como lidar com esta situação.
3) O pai e o seu filho querem ir a uma loja e devem passar por um parque de b)
estacionamento de muitos carros. O pai exige a criança segurar a sua mão. A
criança nega e quer ir sozinho. O pai mesmo assim assegura a mão do seu filho
informando-lhe que a situação ali é perigosa porque em cada momento e de
lado um qualquer um carro pode vir e que por isso quer protegê-lo.
4) A criança quer ir brincar fora no pátio. Precisa de calçar os seus sapatos, mas a),c)
ainda não é capaz de o fazer. Enquanto o educador ajuda a criança, ela
conversa com os seus amigos, olhando de um lado para o outro. O educador
não continua a ajudar à criança e pede para ela dar o seu pé e para prestar
atenção ao que ele o do educador esta fazendo.
5) A criança encontra uma tijela com feijão (seco). A seguir deita água dentro da a),e), f)
tijela e diz: “É estranho, esta água desaparece enquanto eu a ponho. A água
está sempre a fugir.” A educadora pergunta se a criança teria interesse em
fazer um projecto sobre feijão nos dias seguintes.
6) Duas crianças estão a zangar-se uma com a outra. O educador não resolve o a), e)
conflito, mas primeiro põe a mão nos ombros de cada criança, acalma a
situação e pede a cada criança para expressar o que sente. Acompanha o (d) e f))
diálogo entre as crianças e presta atenção para elas não se interrompam
mutuamente . Coloca perguntas que ajudam as crianças a clarificarem a
situação. Deixa as crianças continuarem a dialogar até chegarem elas próprias a
uma solução.
7) Uma mãe está num supermercado com a filha. Já passaram muito tempo lá a), f)
dentro. Agora devem esperar na caixa para pagar. A filha diz que já não quer
esperar mais porque se sente cansada. A mãe responde a ela dizendo: “Oh,
posso muito bem imaginar que te sentes cansada. Já estamos há muito tempo
aqui dentro e ainda temos que esperar muito tempo aqui na caixa. É chato.
Mas infelizmente não podemos sair sem as compras, porque precisamos da
comida para podermos cozinhar em casa. Por favor, aguente mais um pouco.”
8) Entre as 8h e as 9h as crianças duma escolinha tem o seu pequeno almoço. A a), c), d)
Carina hoje toma o seu pequeno-almoço juntamente com a sua amiga Joana e
o seu amigo António. Quando a Carina acaba de comer, leva o seu prato e a sua
chávena a uma bacia que fica no chão num cantinho. Lava a loiça que usou e
põe-a a secar numa mesa de altura baixa que fica ao lado da bacia. Na bacia
procura um pano com o qual volta a mesa onde comeu para limpar o seu lugar.
Devolve o pano pondo-o na bacia, lava as mãos e vai brincar.
46
TEMA II
Tempo duranteocursoemrelaçãoaoprincípio
“Usoeexperimentaçãodemateriaisporpartedacriança” (módulos
45 min “Explicar como a criança aprende I”, “Produzir materiais
pedagógicos” e“Preparar um ambiente para actividades livres I
e II”)
Soluções
2. Análise e Exemplificação:
NoTexto Resumo Convideosformandospara olharem os
5oformadorencontrainformaçõessobreos princípiosdeaprendizagem colados na parede.Baseando-
subtemas 5,7 e 8 senassuasexperiências e conhecimentos adquiridos durante o
queprecisaparaorientarasactividades. curso,eles
devemidentificarosprincípiosdeaprendizagemquesãorespeitado
spelapráticadousoeexperimentaçãode
Materiais materiaisporpartedacriança.Emrelaçãoacadaprincípiodeaprendi
zagemidentificadodevemdarumexemploquedemonstradequem
• Bostick ou fita-cola ou agulhas e
aneiraeleérespeitadoquandoacriançausaeexperimentamateriais
esteira
.
• A cópiatirada anteriormente do
Texto Resumo 5
• Coloque a folha gigante com os
princípios de aprendizagem na
parede.
Preparação
• Estude o Texto Resumo 5.
47
TEMA II
Informe aos formandos que o teste 1 vai ser RESUMO E DEBATE NA BASE DUM SIMULAÇÃO
depois dos próximos dois subtemas. Neste
teste deverão demonstrar conhecimentos 1. Resumo:
sobre todos os princípios de aprendizagem Oriente um debate na base das seguintes perguntas:
(ver os subtemas do tema II no plano do • Porquê a ludicidade deve ser a prática pedagógica principal
módulo que entregou no inicio do módulo). numa instituição de infância?
• Como a ludicidade deve ser a prática pedagógica principal
numa instituição de infância?
Ao responder os formandos devem basear-se nos
Tempo conhecimentos que adquiriam durante o curso (módulos
30 min “Explicar como a criança aprende I”, ”Produzir materiais
pedagógicos”, “Preparar um ambiente para actividades livres I
II”, “Acompanhar crianças nas actividade livres”).
Soluções
NoTexto Resumo 2. Debate na base duma simulação ou dum filme
5oformadorencontrainformaçõessobreos a) Simuleumaactividadedirigidana
subtemas 5,7 e 8 qualoeducadornãopermiteludicidade(oformadorcomoeduc
queprecisaparaorientarasactividades. adoreosformandoscomocrianças) ou mostre o FILME 2.
b) Convideosformandosaanalisaremestaactividadeeadarempr
opostassobrecomoeoquefazerrespeitandooprincípiodaludic
Materiais idade.
48
TEMA II
Actividade
Tempo
1 hora REFLEXÃO INDIVIDUAL, DEBATE E LEITURA D UM
TEXTO
49
Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 7
- Porquê evitar comparação e competições entre as crianças
[Tema II – subtema 9]
A aprendizagem é um processo individual – uma criança por exemplo pode aprender mais rápido
de que uma outra. Por isso não faz sentido fazer comparações entre as crianças.
Deve existir respeito perante uma criança, mas não é respeitoso desvalorizar os trabalhos de
crianças ao compará-los com outros trabalhos de uma outra criança. O respeito implica que a
individualidade de cada criança pode ser manifestada sem comparações.
É completamente uma outra situação quando o educador compara crianças ou mesmo usa as
comparações para envergonhar crianças. Isto são métodos que têm um efeito rápido no processo
de aprendizagem. Mas não tudo que funciona automaticamente é bom. Temos de tomar em conta
os efeitos colaterais deste método: O método de comparar muda a motivação da aprendizagem da
criança. A criança já não quer aprender por motivação intrínseca (por ela própria querer aprender
algo) e para avançar no seu desenvolvimento (para ela própria amanha ser melhor de que hoje).
Ao invés disso torna-se uma criança que quer aprender
• para ser melhor do que as outras ou/ e
• para agradar o educador evitando desta maneira castigos e situações de vergonha ou
querendo ser louvada.
Mas numa sociedade global de paz não precisamos de pessoas que querem concorrer umas com
as outras e que somente agem para evitar algo mal ou ter algo bom para si próprio. Precisamos de
pessoas que são capazes de colaborar umas com as outras disponibilizando as suas competências
a favor de todos e que agem por verdadeiro interesse ou entendimento e não somente para evitar
castigos ou vergonhas.
50
TEMA II
Actividade
Notas para o formador
Antes de iniciar este subtema, pode realizar o RESUMO
5º círculo de reflexão.
Convide os formandos a resumirem o que já aprenderam no
Se no fim deste tema II ainda restar tempo, o
módulo“Acompanhar crianças nas actividades livres” sobre este
formador deve fazer uma reflexão sobre o
princípio de aprendizagem na base das seguintes perguntas:
tema II.
• Porquê é importante focalizar-se nos processos e não nos
resultados de aprendizagem?
• O que o educador deve fazer/ não fazer para focalizar-se
Tempo nos processos e não nos resultados de aprendizagem?
1h 30min
• Resumo:15min
DEBATES NA BASE DE SITUAÇÕES DESCRITAS
• Debates: 1h
• Leitura1.dum Texto: 15min 1. Debate sobre a situação A:
a) Descreva a situação A1e depois a situação A2 doEXERCÍCIO
6. Pergunte aos formandos
Soluções • Quais as competências as crianças podem desenvolver
na situação A2?
No Texto Resumo 8 o formador encontra o
• Podem desenvolvê-las também na situação A1?
resumo das informações que os formandos já
debateram em outros módulos. O texto do b) Explique aos formandos que o educador na situação A1
Exercício 7 aprofunda este resumo. No somente tem interesse em atingir rapidamente resultados
Exercício 6 encontra todas as situações que de aprendizagem enquanto na situação A2 dá tempo para
precisa nas actividades e também as soluções. processos de aprendizagem.
c) Num dos módulos já falaram de outros processos de
aprendizagem de bebés para os quais for preciso dar tempo
Materiais e espaço adequado. Pergunte aos formandos se se
lembram. [ver solução em baixo]
• Uma cópia do Texto Resumo 8
• Uma cópia do Exercício 6
2. Debate sobre a situação B:
• Cópias do Exercício 7 – para cada
a) Descreva mais uma situação na qual o educador focaliza-
pequeno grupo
sena transmissão de conteúdos e resultados de
aprendizagem (a situação B no EXERCÍCIO 6).
Preparação b) Oriente um debate na base das seguintes perguntas:
Estude o Texto Resumo 8 e os • Como é que o educador deve mudar o seu agir para
Exercícios 6 e 7. incentivar processos de aprendizagem?
• Quais as competências que as crianças podem
desenvolver neste caso?
51
c) Peça um formando para ler devagar e com boa pronúncia a proposta e o possível exemplo escrito na
segunda página do EXERCÍCIO 6 e encoraje os formandos a analisar as competências que o rapaz
desenvolvenos processos ai descritos.
[ SOLUÇAO]
Entregue aos formandos o EXERCÍCIO 6e o Texto Resumo 8 para cada um poder tirar uma cópia para o auto-
estudo. Informe-os que no teste devem ser capazes de analisar situações semelhantes. Devem tirar também
cópias do EXERCÍCIO 7 para o seu auto-estudo.
52
Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 8
- Focalizar-se nos processos e não nos resultados de aprendizagem
[Tema II – subtema 10]
O que o educador deve fazer/ não fazer para focalizar-se nos processos e não nos resultados de
aprendizagem?
• Não dar importância que um resultado deve ser “bonito” ou “correcto”, mas valorizaro
processo dando espaço e tempo suficiente permitindo várias tentativas e a expressão
individual da criança.
• Aguentar se a criança não fazer assim como o educador acha melhor.
• Não dar uma ideia à criança que ainda não sabe o que fazer mas sim mostrar os vários
materiais que ela pode usar. (Chegar a uma ideia já é um processo importante.)
• Não iniciar com teoria e explicações. Primeiro a criança explora, experimenta, e só depois
se podem dar pequenas informações, para ajuda da criança, se necessário.
• Observar as crianças para identificar os processos de aprendizagem em que elas estão a
passar e para poder agir de maneira correcta para não interromper estes processos a
favor de resultados de aprendizagem.(O último aspecto é novo, enquanto sobre os outros já
debateram em outros módulos.)
53
Exercício 6
- Focalizar-se nos processos e não nos resultados da aprendizagem –
[Tema II – subtema 10]
Análise da situação A
A situação A1
Uma família na praia.
O pai vai com o seu filho de 2 anos e meio de idade para a água. O filho põe o pé na água e logo quer
voltar, porque tem medo. O pai carrega o filho e entra mais na água. Quando posto na água, o filho dá
sinais de medo. O pai e os outros adultos em volta dele riem-se sobre ele. O pai continua amergulhar o
filho um pouco na água porque quer ensiná-lo a entrar sem medo na água. Como o filho continua
dando sinais de medo, o pai começa a fazer jogos com ele. Esta situação repete-se várias vezes, até que
o filho começa a brincar na água.
A situação A2
Uma família na praia.
O pai vai com o seu filho de 2 anos e meio de idade para a água. O filho põe o pé na água e logo quer
voltar, porque tem medo. O pai entra sozinho na água e deixa o filho voltar dizendo que não faz mal
que ele tenha medo da água. Passam 2h na praia onde há muitas outras pessoas que têm muito prazer
em brincar na água.O filho continua distante da água brincando com arreia. Num certo momento o
filho, sozinho, aproxima-se na água. Os pais ficam no seu lugar observando-o a partir de uma certa
distância segura. Com cuidado a criança poe o seu pé na água. Depois os dois pés. Brinca vários
minutos assim com os pés na água. Depois já mais rápido, andando de um lado para ou outro. Ganha
coragem e entra mais profundamente na água ao ponto de a água ficar na altura da barriga. A criança
demostra ter muito prazer em brincar na água. Subitamente uma pequena onda vem por detrás e faz o
filho cair na água. O filho assusta-se bastante e sai da água. (Os pais também assustam-se mas ficam
calmas.) Depois o filho de novo volta, coloca-se com o traseiro em direcção às ondas, espera pela onda
seguinte e deixa-se empurrar por ela até cair somente ficando com a cabeça fora da água. Repete este
jogo com muito entusiasmo. Finalmente deita-se de barriga na água ficando somente com a cabeça
fora. A partir desta posição ele rastejapara fora e volta para dentro da água deixando somente a cabeça
fora. Ele repete isto várias vezes. As pessoas que passam ficam surpreendidas sobre a coragem deste
pequeno rapaz.
54
Análise da situação B
A situação B
Crianças em idade pré-escolar sentadas em cadeiras olhando para o quadro. A educadora escreve no
quadro o número 5 e deixa as crianças repetir várias vezes este número pronunciando-o, escrevendo-o
e pintando. Da mesma maneira ensina os outros números e sempre incentiva as crianças a cantarem a
sequência dos números que já aprenderam. Depois de pouco tempo as crianças conhecem os números
de 1-10 e podem dizê-los na sequência correcta.
Proposta sobre como trabalhar duma maneira a permitir processos de aprendizagem ao invés de
focalizar-sena transmissão de conteúdos e em atingir rapidamente resultados de aprendizagem
As crianças encontram vários cantos de interesse com materiais estimulantes. Nas actividades livres em
cada dia elas têm acesso livre a estes cantos e materiais.
Possível exemplo do que pode acontecer:
Um dia o Júnior pegaum material onde se deve juntar cápsulas com os mesmos números. Depois pega
um material onde deve por tantos paus numa lata segundo o número indicado na lata. O Júnior faz o
exercício até ao número 4. Mas infelizmente na lata com o número 4 verifica que lhe falta um
pauzinho. Então ele verifica que não havia contado correctamente. Repete, mas mais uma vez não
consegue. Pede a ajuda da educadora. Ela não mostra o erro, mas sim ajuda ao Júnior a vercomo
elamesmo faz o jogo. O Júnior repete. Desta vez funciona. Num outro dia o Juniorbrinca com os seus 2
amigos um jogo de berlindes. Cada um quer ter muitos berlindes. Começam a zangar-se uns com os
outros. O Júnior tem uma ideia: eles podem distribuir os berlindes em igual númeropara cada. O Júnior
dá a cada criança 4 berlindes. Um outro rapaz já sabe contar mais e pega os restantes berlindes
contanto até 7 para cada um. O Júnior presta muita atenção na contagem do seu amigo. Acha
fascinante como ele conta. …Num outro dia o Júnior brinca com amigos no canto ‘Faz de conta’.
Querem comer. Cada um deve receber um prato, uma colher e uma chávena. O Júnior conta quantas
crianças são e pede à Júlia para ir buscar 5 pratos e colheres. Ele vai buscar as chávenas. Quando
começam a “comer”, verificam que não contaram bem. Falta a loiça para uma criança... De tarde o
Juniorquer ir para a oficina de expressão plástica. Mas a educadora diz que já está cheia porque já
estão lá dentro 8 crianças. O Júnior não acredita. A educadora conta com ele as crianças…
As competências que o Júnior desenvolve nestes processos de aprendizagem( e NÃO na primeira versão da
situação B)
• Colocar-se uma meta de aprendizagem (aprender números)
• Aprender algo novo por curiosidade, motivação e iniciativa própria
• Ter iniciativa em momentos de desafio e procurar soluções (como distribuir os berlindes)
• Aprender por tentativa e erro e aguentar a frustração quando não consegue logo
• Procurar ajuda quando não sabe como fazer
• Prestar atenção a pessoas que já sabem mais para aprender delas
• Saber contar e entender a contagem e não apenas repetir uma sequência de números por ter
memorizado
• Aplicar na vida quotidiana o que aprendeu
Como o Júnior é o actor neste processo de aprendizagem , desenvolve além disso uma boa auto-estima.
55
Exercício 7
- Focalizar-se nos processos e não nos resultados de aprendizagem –
[Tema II – subtema 10]
Leiam o texto:
Não é suficiente nem é bom dar tanta importância à transmissão de conteúdos (conceitos etc.)
e de focar-se nos resultados da aprendizagem nas actividades na instituição de infância. É nos
processos de aprendizagem onde as crianças desenvolvem várias competências sociais e de
aprendizagem (aprendem a aprender). Mas estes processos levam tempo. Por exemplo o tempo
para poder aprender por tentativa e erro.
56
TEMA II
57
[ SOLUÇAO]
As crianças agem desta maneira activa, responsável e concentrada porque na respectiva instituição
o trabalho pedagógico baseia-se nos princípios de prática pedagógica que por sua vez respeitam os
princípios de aprendizagem (ver os princípios no texto 1).
58
III Argumentar sobre as suas percepções pessoais sobre a
criança e sobre as percepções sobre a criança em EICC
Subtemas
Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender bem todos os conceitos
ensinados, é importante começar cada um dos subtemas com um resumo
Tema III
59
TEMA III
Actividade
Notas para o formador
Antes de iniciar este subtema, pode RECORDACAO E RESUMO
realizar o 6º círculo de reflexão.
1. Deixe os formandos resumirem algumas das percepções sobre a criança
Osformandosjátrabalharamcomo que discutiram no inicio do curso. Entregue depois a cada formando o
exercício 8 logonoiníciodocurso. EXERCÍCIO 8 com o qual trabalharam nas primeiras aulas do curso e
deixe-os ler as perguntas e frases para eles se lembrarem.
Informe aos formandos que o trabalho
2. Pergunte os formandos sobre o que aprenderam sobre a importância
escrito a realizar neste subtema é um
das percepções sobre a criança no módulo“Demonstrar conhecimentos
produto que vai ser avaliado. Informe-os sobre a EICC”.[ver solução em baixo]
que não se avalia as percepções em si e
nem se essas correspondem ou não à
EICC, mas sim a capacidade do formando DEBATES EM PEQUENOS GRUPOS E NA TURMA
de argumentar e reflectir sobre uma
percepção sobre a criança que tem 3. Debate em grupos sobre as percepções dos formandos sobre a criança:
actualmente. Deixeosformandosformarpequenosgrupos. Incentive cada grupo a
debater sobre algumas daspercepçõesatuaissobreacriança de cada
[ SOLUÇAO]
Sobre a importância das percepções sobre a criança
Não faz sentido um educador implementar novos métodos que talvez contradizem as suas percepções
sobre uma criança. Deve haver uma harmonia entre os métodos usados e as percepções que o
educador tem sobre as crianças. Senão, depois de algum tempo vai deixar de implementar o que
aprendeu e voltar a trabalhar da maneira habituada. Todo aquele que trabalha com crianças tem de
passar por um processo de mudanças profundas porque tem de aprender a trabalhar duma maneira
diferente das próprias experiências e práticas habituais. Mudanças profundas são resultado de
mudanças nas raízes das nossas vidas, das nossas crenças. As raízes neste caso são as percepções
sobre a criança. Não seria bom aceitar simplesmente novas práticas ou exigir de si próprio uma
mudança imediata no seu trabalho. Pelo contrário é importante aceitar entrar num processo longo de
reflexão contínua das suas percepções sobre a criança na base dos novos conhecimentos e na base
das experiências que o formando/ educador faz na implementação do que aprende.
1. Informe aos formandos que devem realizar um trabalho da mesma maneira como acabam de trabalhar
nos grupos mas desta vez individualmente e por escrito. No fim vão entregar o trabalho paraser
avaliado.
3. Informe-os que no seu trabalho escrito devem usar a seguinte estrutura que por isso deve ser escrita no
quadro:
1) Apresentação e argumentação sobre uma das minhas percepções sobre a criança.
2) Mudanças que houve desde o início da minha formação e dúvidas que surgiram neste processo.
4. Acompanhe cada formando no seu trabalho clarificando perguntas e dúvidas sobre como realizar o
trabalho.
61
Materiais para fotocopiar
Exercício 8
- A minha percepção sobre a criança –
[Tema III – subtema 1]
Questionário
1. A criança está num processo de desenvolvimento e precisa de aprender muitas coisas. Como
podemos descrevê-la? - Como um recipiente que é preciso ser enchido? Tens outras ideias?
2. Qual é a diferença entre adultos e crianças?
3. A criança vem ao mundo como um ser bom ou mau? Porquê? A criança é um ser bom ou mau ou
ambas as coisas? Explica!
4. Uma criança faz algo de forma errada - o que temos que fazer e porquê?
5. Quem merece o maior valor (forma a sequencia correcta): uma criança, um homem, uma mulher
ou uma pessoa velha?
6. Uma criança boa é uma criança que: ......? (Preenche com as tuas ideias!)
7. Uma criança apresenta um comportamento agressivo. O que é que temos de fazer e porquê?
8. Uma criança de 3 anos deve ficar umas horas na casa duma outra mãe mas chora sempre. Que
criança é esta?
9. Crianças sempre querem mexer coisas, fazer barulho e quando se ensina algo têm dificuldades de
ficar quietas para ouvir – o que temos de fazer e porquê?
10. A mãe manda a criança estender a roupa. Mas a criança, ao invés de obedecer, pergunta sempre:
“Porquê estender a roupa com a parte interior fora e não de maneira como se usa a roupa?” A
mãe diz: “Sempre fizemos assim.” A criança insiste e continua perguntar. O que é que a mãe deve
fazer e porquê?
11. O pai está a reparar o carro e manda a criança trazer-lhe o martelo. A criança responde: “Agora
não posso, estou a lavar a minha boneca.” O que o pai deve fazer e porquê?
12. Como é que a criança aprende melhor? O que precisa para poder aprender bem?
13. Todas as crianças devem aprender e desenvolver as mesmas capacidades e da mesma maneira?
14. Porque é que a criança é importante e tem valor?
62
Marca atrás destas frases se achá-las correctas (C) ou falsas (F).
a) Pode se comparar uma criança com uma escultura que se torna mais e mais linda
nas mãos do educador.
b) A criança tem uma grande vontade de aprender.
c) As necessidades das crianças devem ser limitadas/ controladas para as crianças
poderem desenvolver-se e aprender as coisas importantes para a sua vida.
d) A criança não vai chegar a ser uma pessoa social se não for forçada/ obrigada para tal.
e) A criança sempre quer brincar e não quer fazer coisas sérias como por exemplo
aprender.
f) Crianças querem e sabem cooperar e cooperam desde cedo.
g) Não podemos dar muito carinho às crianças – senão ficam mimadas.
h) Temos de demonstrar às crianças sempre que sabemos mais e temos de trata-las com
uma certa rigidez (não tão gentil) – senão já não podemos dominá-las e isso vaifazer com
queelas deixem de respeita-nos.
63
TEMA III
2. Resumo:
Tempo a) Coloque as grandes folhas com os principais aspectos da EICC na
3h30min parede. Um formando deve ler emvoz alta os princípios de
• Informação e Resumo: 30min aprendizagem, um outro os princípios da pratica pedagógica e mais
• Debate Pro e Contra: 2h um outro os principais métodos e o papel do educador na EICC.
• Análise de situações: 1h b) Incentiveosformandos a resumiremasprincipais
percepçõessobreacriançasegundoa EICC [ver solução em baixo] e
escreva cada percepção identificada no quadro. Os formandos
Materiais devem copia-las.
• As folhas gigantes com os principais
aspectos da EICC [ SOLUÇAO]
• Cópias da parte A do Exercício 9 –
para pares de formandos e uma
cópia da parte B do Exercício 9
• Escreva cada uma das percepções
sobre a criança (ver na parte B do
Exercício 9) de forma bem visível
numa folha de papel separada (se
for possível os mitos numa outra cor
de que as percepções na base da
EICC).
• Bostick ou fita-cola
Preparação
Estude o Exercícios 9.
64
Principais percepções sobre a criança segundo a EICC
• A criança tem igual valor como o adulto.
• A criança está cheia de potencialidades.
• A criança possui características que são diferentes do
adulto.
• A criança tem muita vontade de aprender.
• A criança é o autor do seu desenvolvimento.
• A criança é um ser individual e integral.
• A criança é um ser social e cooperativo desde o
nascimento.
• As necessidades da criança são a força motriz do seu
desenvolvimento.
65
DEBATES PRO E CONTRA
2. Análise do debate:
Incentive os formandos que assistiram o debate a resumirem o que acharam muito interessante ou importante.
ANÁLISE DE SITUAÇÕES
1. Entregue a pares de formandos aPARTE Ado EXERCICIO 9 e peça-os para lerem a situação 1. Faça-os lembrar
que já falaram sobre as situações ai descritas no inicio do módulo 1 e quenaquela altura apresentaram muitos
mitos quando analisaram as situações. Informe-os que hoje devem tentar analisar as mesmas situações
partindo da percepção sobre a criança na base da EICC.
2. Peça um formando para repetir a primeira situação e coloque-ano quadro no lado esquerdoa folha de papel
como mito relacionado a esta situação e no lado direito a folha com a percepção sobre a criança na base da EICC
relacionado a esta situação.[ SOLUÇÃO na parte B doExercício 9]
3. Encoraje os formandos a analisarem esta situação na base da seguinte pergunta: Como posso entender esta
situação se eu partir da percepção sobre a criança na base da EICC? Devem usar para isto os conhecimentos
adquiridos no curso.
4. Para os formandos poderem auto-avaliar o seu trabalho, entregue a um formando a cópia da PARTE Bdo
EXERCICIO 9 e peça-o para ler emvoz alta a análise da respectiva situação ai descrita.
5. Deixe os formandos escolher outras situações do Exercício 9 e siga o mesmo processo como na 1ª situação.
Entregue aos formandos a cópia da segunda parte do EXERCÍCIO 9 e informe-os que cada um deve tirar uma
cópia para o seu auto-estudo. Isto não para memorizar, mas sim como inspiração para continuar a refletir
sobre as percepções sobre a criança na base da EICC.
66
Materiais para fotocopiar
Exercício 9 (Parte A)
- Argumentar sobre a percepção sobre a criança na base da EICC –
[Tema III – subtema 2]
Como posso entender estas situações se eu partir da percepção sobre a criança na base da EICC?
Situação 1
Existem crianças que precisam sempre de mexer em algo e têm problemas de se sentar com calma durante um longo
período de tempo. Por isso não podem concentrarem-se quando o educador quer ensinar algo. Para dar uma boa
aula, o educador pede para que eles parem de mover-se, cruzar os braços e fechar o “zipe”. Retira do alcance destas
crianças todos os brinquedos ou mesmo quaisquer objectos.
Situação 2
Existem crianças que se comportam mal. Por exemplo, as que batem noutras crianças; ou que tiram objectos delas
sem pedir; ou que não partilham os brinquedos com outras. Também muitas das vezes não querem fazer as tarefas
decasa, só se forem obrigadas. Por outro lado, já ouvimos os pais ou outros adultos a dizerem à criança: “Diz lá Bom
dia!”Não será que isso mostra que crianças apenas querem fazer o que gostam e não pensam nos outros e que por
isto oeducador deve força-las para elas se comportarem bem?
Situação 3
Um educador tem um grupo de crianças e quer ensina-las sobre os números. Do lado de fora da sala, vê-se através da
janela uma criança a brincar com uma bola. O grupo começa a prestar mais atenção ao que a criança lá fora está a
fazer.
Situação 4
Uma mãe vai com a sua filha a um supermercado para fazer compras. No fim das compras ficam na bicha para
efeituar o pagamento. A bicha é longa. Depois de algum tempo a filha começa a demonstrar à mãe abertamente que
já não quer ficar e que quer ir imediatamente para casa. A mãe fica zangada e diz: “Não sabes que na loja deves ficar
paciente –senão não podemos comer em casa. As outras crianças também têm de esperar.” A filha implica ainda mais
e depois chora e não havendo mudança começa a gritar…
Situação 5
Existe uma mãe que por gostar muito dos seus filhos deixa-os sempre que possível sentarem no seu colo, dá-lhes
carinho, fala muito com elas e quando se aleijam vai imediatamente ao seu encontro para as consolar, mostrando em
todos os momentos muita paciência… Estas crianças negam ficar com pessoas estranhas e quando obrigadas, chegam
mesmo a chorar.
Situação 6
Uma mãe numa conversa disse uma vez: Eu sei qual é o segredo com as crianças; não precisas bater. Mas também
não deves ser tão amigável para com elas. Se começas a brincar com elas ou se dás muito carinho, eles param de te
obedecer. Começam a brincar contigo, já não te levam a sério. Deves sempre falar com uma certa rigidez na vozcom
67
elas para elas saberem que devem ter um certo medo de ti. Assim vão-te respeitar e obedecer. Mas não precisas de
bater.
Situação 7
Uma menina está a brincar com um jogo de matemática que acha muito interessante e por isso está bastante
concentrada. Uma amiga chega e pede para brincar com ela. Mas a menina nega de partilhar o jogo com a amigae
quer continuar a fazer o jogo sozinha. A amiga reclama e mostra que está triste. Mas apesar disso a meninanão quer
partilhar o jogo com a amiga.
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Exercício 9 (Parte B)
- Argumentar sobre a percepção sobre a criança na base da EICC –
[Tema III – subtema 2]
Situação 1
Situação
Existem crianças que precisam sempre de mexer em algo e têm problemas de se sentar com calma durante um longo
período de tempo. Por isso não podem concentrarem-se quando o educador quer ensinar algo. Para dar uma boa
aula, o educador pede para que eles parem de mover-se, cruzar os braços e fechar o “zipe”. Retira do alcance destas
crianças todos os brinquedos ou mesmo quaisquer objectos.
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
As necessidades das crianças devem ser limitados/ As necessidades da criança são a força motriz para o seu
controlados para a criança poder desenvolver-se e desenvolvimento.
aprender as coisas importantes para a sua vida.
Análise da situação
Movimentar-se, brincar e comunicar são necessidades importantes das crianças. Ao invés de limitá-las, temos de criar
condições nas quais as crianças podem aprender ao movimentar-se, ao brincar e ao comunicar com outros. Muitos
movimentos, brincadeiras e conversas levam a criança a desenvolver muitas competências.
Situação 2
Situação
Existem crianças que se comportam mal. Por exemplo, as que batem noutras crianças; ou que tiram objectos delas
sem pedir; ou que não partilham os brinquedos com outras. Também muitas das vezes não querem fazer as tarefas
de casa, só se forem obrigadas. Por outro lado, já ouvimos os pais ou outros adultos a dizerem à criança: “Diz lá Bom
dia!” Não será que isso mostra que crianças apenas querem fazer o que gostam e não pensam nos outros e que por
isto o educador deve força-las para elas se comportarem bem?
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
A criança não vai chegar a ser uma pessoa social se A criança é social e cooperativa desde o nascimento.
não for forçada/ obrigada a tal.
Análise da situação
Se a criança se comportar mal, normalmente é um sinal que algo no seu ambiente não está bom para ela. Além disso
as crianças têm uma grande competência social: Seguem o modelo dos adultos de referência. Se os adultos sempre
cumprimentarem-se, as crianças também o fazem. Se os adultos batem, as crianças talvez também o fazem.
Situação 3
Situação
Um educador tem um grupo de crianças e quer ensinar sobre os números. Do lado de fora da sala, vê-se através da
janela uma criança a brincar com uma bola. O grupo começa a prestar mais atenção ao que a criança lá fora está a
fazer.
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
A criança sempre quer brincar e não quer fazer coisas A criança tem muita vontade de aprender.
69
sérias como aprender.
Análise da situação
Crianças não aprendem bem ao serem ensinados através de um professor que da explicações. Aprendem durante todo
o dia ao brincar, agir, mexer objectos, experimentar.
Situação 4
Situação
Uma mãe vai com a sua filha a um supermercado para fazer compras. No fim das compras ficam na bicha para o
pagamento. A bicha é longa. Depois de algum tempo a filha começa a demonstrar à mãe abertamente que já não
quer ficar e que quer ir imediatamente para casa. A mãe fica zangada e diz: “Não sabes que na loja deves ficar
paciente –senão não podemos comer em casa. As outras crianças também têm de esperar.” A filha implica ainda mais
e depois chora e não havendo mudança começa a gritar…
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
A criança não vai chegar a ser uma pessoa social se Crianças querem e sabem cooperar e cooperam desde cedo.
não for forçada/ obrigada para tal.
Análise da situação
A mãe moraliza o comportamento da criança ao invés de leva-la a sério. Lavando a criança e também a si própria a
sério ela poderia teragido por exemplo da seguinte maneira: “Posso imaginar que é difícil esperar tanto tempo. Tem
muito barulho aqui e não podes brincar. Mas não podemos sair da loja, porque senão não teremos nada para comer
em casa.Peco para ainda aguentares por uns momentos.”Mas o mau modelo da mãe (reagir duma maneira
emocional), a sua falta de respeito perante a criança (moralizar a criança) provocam o mau comportamento na
criança. Ou melhor: A criança coopera bem com a mãe, porque comporta-se da mesma maneira como ela: zangando,
sem respeito e não levando-a a sério.
Situação 5
Situação
Existe uma mãe que por gostar muito dos seus filhos deixa-os sempre que possível sentarem-se no seu colo, dá-lhes
carinho, fala muito com elas e quando se aleijam vai imediatamente ao seu encontro para as consolar, mostrando em
todos os momentos muita paciência… Estas crianças negam ficar com pessoas estranhas e quando obrigadas, chegam
mesmo a chorar.
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
Não podemos dar muito carinho às crianças – senão Crianças precisam de muito carinho e proximidade.
ficam mimadas.
Análise da situação
Não é possível dar carinho a mais a uma criança. A criança precisa da proximidade da mãe. Crianças bem acarinhadas
desenvolvem uma boa auto-estima porque sentem-se amadas e tornam-se pessoas mais independentes.
É muito normal que crianças de 3, 4 anos não queiram ficar com pessoas estranhas, porque nesta idade ainda
precisam de muita segurança que sentem na presença de pessoas que conhecem bem.
Crianças não tornam-se mimadas por serem acarinhadas, mas sim quando não se permite que elas assumam
responsabilidades (de arrumar o que usaram, de resolver algo sozinho, de cuidar de si ao subir e descer, de tomar uma
decisão por si própria….)
70
Situação 6
Situação
Uma mãe numa conversa disse uma vez: Eu sei qual é o segredo com as crianças: Não precisas bater. Mas também
não deves ser tão amigável para com elas. Se começas a brincar com elas ou se dás muito carinho, eles param de te
obedecer. Começam a brincar contigo, já não te levam a sério. Deves sempre falar com uma certa rigidez na voz com
elas para elas saberem que devem ter um certo medo de ti. Assim vão-te respeitar e obedecer. Mas não precisas de
bater.
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
Temos de mostrar às crianças que sabemos mais do Crianças não precisam ter medo para obedecer os adultos.
que elas e temos de tratá-las com uma certa rigidez –
senão já não podemos dominá-las e elas deixam de
nos respeitar.
Análise da situação
Crianças não precisam de ter medo para obedecer e para se comportar bem. Mas sim precisam de bons modelos. As
crianças desde ao nascer querem se orientar nos adultos de referência para agir assim como eles.
Criando uma relação intensa entre adulto e crianças, cheio de calor e alegria, mas também firmeza, faz com que a
criança sinta mais confiança e orientar se espontaneamente no adulto de referência. Naturalmente, a criança também
vai ser mais aberta e confrontar os adultos com as suas opiniões de vez em quando diferentes.
Situação 7
Situação
Uma menina está a brincar com um jogo de matemática que acha muito interessante e por isso está bastante
concentrada. Uma amiga chega e pede para brincar com ela. Mas a menina nega de partilhar o jogo com a amiga e
quer continuar a fazer o jogo sozinha. A amiga reclama e mostra que está triste. Mas apesar disso a menina não quer
partilhar o jogo com a amiga.
Mito Percepção sobre a criança na base da EICC
A criança não vai chegar a ser uma pessoa social se Crianças querem e sabem cooperar e cooperam desde cedo.
não for forçada/ obrigada para tal.
Análise da situação
Da situação descrita não podemos tirar a conclusão de que a menina não é social e não cooperativa. Ela talvez está
simplesmente envolvida num processo de aprendizagem muito intenso.
Cada pessoa tem o direito de fazer algo sozinho. A amiga deve respeitar a decisão da menina e esperar até ela acabar
o jogo ou mudar de opinião. Num outro momento pode ser ao contrário e a menina também deve primeiro perguntar
se a amiga permita-a brincarem juntas e depois deve aceitar a decisão dela.
71
I Apresentar e discutir as suas dúvidas e questões em aberto em
relação aos princípios de aprendizagem, da prática pedagógica, ao
papel do educador e aos métodos na EICC
PARTE B
Subtemas da PARTE B
Lembrete ao formador
Lembre-se que para o formando aprender bem todos os conceitos ensinados, é
importante começar cada um dos subtemas com um resumo dos conceitos
aprendidos no subtema anterior.
Lembre-se de avisar os formandos para trazerem sempre todas as cópias
Tema I
distribuídas, pois podem ser pedidos para utilização e revisão nas aulas.
72
TEMA I PARTE B
73
TEMA I
3. Conclusão:
Pergunte os formandos qual a conclusão que podem tirar deste
exercício.
74
Materiais para fotocopiar
Texto Resumo 9
- Objectivos de educação no contexto de diferentes tipos de sociedades –
[Tema I – subtema 2]
Sociedade fechada
Características principais
• Numa sociedade fechada as pessoas tem a mesma religião e cultura e pertencem
ao mesmo povo.
• A sociedade fechada conserva e guarda o que sempre existiu, sem grandes interacções
com o mundo global (manter o status quo).
Objectivos de educação
• Adaptar a pessoa à sociedade e suas hierarquias
Em concreto exige-se das pessoas a serem capazes de:
o obedecer aos mais velhos que sabem como agir nas várias situações de maneira
adequada (“bibliotecas vivas”)
o internalizar estas maneiras correctas de agir
o servir desta maneira a si próprias e à sua família
o valorizar e respeitar as pessoas da sua sociedade local dependendo do seu sexo,
da sua idade e das suas características individuais de acordo com a hierarquia na
mesma
Sociedade “global”
Características principais
• Numa sociedade global existe comunicação e colaboração entre pessoas e grupos
de pessoas de diferentes origens culturais, religiosas e nacionais.
• Como consequência desta comunicação e colaboração há continuamente mudanças
e situações não conhecidas.
• A vida e os seus desafios são muito complexos.
Objectivos de educação
• Desenvolver as potencialidades dum ser individualizado para ele poder servir para o
seu bem e para o bem da sociedade global
Concretamente exige-se das pessoas a serem capazesde:
o interagirem autonomia com muitas situações não conhecidas
75
o ter iniciativa e procurar soluções adequadas em situações não conhecidas e muito
complexas
o conhecer e saber usar as suas potencialidades/competências individuais
o disponibilizar estas competências não somente a favor de si próprio e da sua família
mas também da sociedade global (humanidade)
o valorizar e respeitar todos os seres humanos de igual intensidade independente do
seu sexo, da sua idade, das suas características individuais e da sua origem social,
cultural e nacional
Conclusão
• Cada tipo de sociedade tem uma educação que corresponde ao funcionamento
dessa sociedade.
• Por isso é preciso valorizar a ECE porque essa funciona bem para atingir os
objectivos de educação no contexto duma sociedade fechada. Pessoas que
trabalharam na base da ECE não fizeram um trabalho falso e não são menos
competentes, porque é uma abordagem adequadapara a vida numa sociedade
fechada.
• Simplesmente e preciso reconhecer que a EICC é uma abordagem que serve melhor
as necessidades/ exigências duma vida numa sociedade global. Esta é a razão pela
qual é preciso aprender agora a trabalhar na base desta abordagem.
• A educação actualmente praticada em muitas partes do mundo e chamada “educação
moderna” ainda não corresponde à EICC e desta maneira ela ainda não cumpre as
exigências duma sociedade global como a descrita anteriormente.
76
AGORA DEVE SE REALIZAR O TESTE 2.
77
Bibliografia do Módulo 14
Referências Bibliográficas
1. Benetti, S. (1996). Por uma educação criativa. Edições Paulinas: São Paulo.
78
Manuais de apoio ao formador centrado na
acção para o nível 3 do curso técnico
profissional de educadores de infância
aprovado pelo PIREP
79