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TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE PRÁTICA VIOLONISTICA

Por Orlando Fraga

DO PROCESSO DE ESTUDO

1) Capacidade de absorção.

2) Capacidade de concentração – capacidade de focar.

3) Facilidade de reter e lembrar informação – memória musical (depende de treinamento


específico).

4) A qualidade e a quantidade do estudo é diretamente proporcional ao poder de concentração


do estudante. Concentração significa absoluta atenção na tarefa do momento. O segredo
está na mente alerta. Uma cuidadosa investigação da partitura (sem o instrumento), seguida
de uma prática a princípio lenta, produzem resultados melhores e mais rápidos. Leitura
imprecisa e desleixada resulta em frustração e agonia mais tarde quando se percebe os erros
e se tenta corrigi-los.

DOS OBEJETIVOS

5) O objetivo do estudo é o de fazer com que a execução corresponda à concepção ideal da


música. Antes de iniciar o estudo de uma partitura, observe o seguinte:

a. Precisão na leitura: notas corretas (leia as notas de verdade), ritmo (aprenda o


ritmo antes de ir ao instrumento), frase, dinâmica, tempo, etc.
b. Ouça o que você está tocando interna e externamente. Grave periodicamente e
ouça com imparcialidade.
c. Dedilhado é um conceito amplo que envolve muitos elementos técnicos como
dedo guia, pivô, saltos de todas as espécies, etc. Antecipar e resolver
mentalmente todos estes detalhes pode ser a diferença entre uma execução boa ou
ruim.

6) Algumas coisas para considerar enquanto estudando:

a. Qual o resultado final que pretendo atingir?


b. Qual o melhor meio de chegar lá?
c. Qual o melhor gerenciamento de tempo para atingir estes objetivos?

DO ESTUDO PRÓPRIAMENTE DITO

7) Planeje o trabalho do dia, da semana, do mês, do ano. Sempre pense a longo prazo.

8) Melhor 1 hora por dia que 5 horas no sábado.

9) Melhor que 1 horas... 2 horas. Melhor que 2 horas... 3 horas. Menos que isto, melhor
procurar outra profissão.

10) Pensando no que você planeja atingir durante as horas de prática a cada dia ajuda você
atingir um melhor resultado musical.
11) Seus olhos olham para a partitura, mas é a sua mente que deve dizer o que e como os seus
dedos devem traduzir esta informação para o instrumento.

12) A repetição de pequenas frases ou passagens difíceis ajuda a estabelecer o hábito da ação
refletida e ativa a memória muscular. A qualidade e a precisão da repetição é
importantíssima para se formar uma ideia mental limpa e acurada que resultará em uma
execução mais fluente e tranquila.

13) Erros e tropeços devem ser corrigidos imediatamente. Volte ao ponto em questão e reflitas
sobre o que está errado. Corrija o erro em sua mente. Só então prossiga.

14) A atenção vem primeiro; depois a mente toma conta; por último, os dedos seguem a
concepção. As mãos devem ser treinadas objetivando o direcionamento dos dedos.

15) O estudo não pode ser perfeito enquanto a mente estiver insegura e confusa. A visualização
deve ser clara; se você vai muito rápido perde os detalhes.

16) Se você não sabe muito bem o que fazer com a música, não faça nada. Espere até saber.

17) Avance um passo de cada vez. Mais que isto você tropeça.

18) Ao invés de estudar uma música difícil por um ano inteiro, estude várias outras mais fáceis
por 11 meses, preparando assim o terreno para estudar a música mais difícil em mês.

19) Música fácil não significa música ruim. Se Julian Bream costuma incluir em seu repertório
peças de primeiro ano... então...

20) Só existem duas maneiras de alguém se dar bem nesta profissão:

21) Se você optar pelo repertório consagrado, você terá de estudar tanto quanto eles estudaram.
E Eles não estão nesta profissão para brincar;

22) Por outro lado, você pode ser original (no sentido mais amplo da palavra); busque um novo
repertório.

23) Quando tocar originais de outros instrumentos, faça a sua própria transcrição. Isto o tornará
mais íntimo com a partitura e o fará conhecer muito melhor o seu instrumento. Aliás, os
tradutores de livros costumam dizer que, mais que a língua que está sendo traduzida, você
precisa saber muito mais a sua própria.

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