Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CasoSemanal3 GC CI
CasoSemanal3 GC CI
Do latim cognoscere, o conhecimento incorpora em si um acto, uma acção: o acto de conhecer. Desta
acção, considera-se dois elementos básicos: o sujeito capaz de adquirir conhecimento ou capacidade de
conhecer, e o objecto cognoscível. Esta acção de colecta, análise e interpretação, é algo que fazemos
diariamente, mesmo que não conscientemente. Mas, o valor acrescentado começa quando se adquire
consciência sobre esta acção cognoscível. Fundamentalmente, gestão de conhecimento é essa tomada
de consciência sobre o acto de conhecer. Segundo o ABC of Knowledge Management (2005), a Gestão
de Conhecimento é baseada na ideia que o recurso mais valioso de uma organização é o conhecimento
dos seus colaboradores.
Mark Myers, num artigo intitulado: Knowledge Management: How Do You Know What You Know?
(2001), fala da gestão do conhecimento como uma prática obrigatória para qualquer organização na
economia do conhecimento. Myers faz a analogia comparando KM com um pequeno banco de três
pernas: Pessoas, processos e tecnologia. As pessoas são os detentores do conhecimento, os processos
são os procedimentos para que o conhecimento possa ser transmitido, e finalmente, a tecnologia é o
meio através do qual um sistema de gestão de conhecimento pode ser gerido e armazenado. Mas, não
importa o quão sofisticado o software possa ser. A disciplina humana continua a ser um elemento
necessário na Gestão do Conhecimento. Somente os seres humanos podem descartar os dados
obsoletos, avaliar a autenticidade das fontes, e julgar a opinião de um autor. Esse ser humano é o
Curador de Informação.
Segundo Rohit Bhargava, curador de tendências e fundador do Influential Marketing Group, podemos
enumerar seis princípios capitais para a curadoria da informação: (1) Agregação, que constitui o acto de
encontrar as informações mais relevantes sobre um determinado tema e torná-lo disponível.(2) A
destilação, como um acto de condensação de dados em pedaços mais gerenciáveis de informação, onde
ressaltam as ideias mais importantes. (3) Elevação. Identificar tendências maiores a partir de uma
variedade de fontes e informações. (4) Mash-ups. Combinação de diferentes informações para criar
novas perspectivas, criando uma justaposição de ideias para criar narrativas.(5) Cronologia, através da
organização da informação ao longo de uma linha de tempo, de modo a mostrar uma compreensão
evolutiva de um assunto particular. E por último (6) Envolvência, como o acto de ligar comunidades de
informação e stakeholders. Ou seja, facilitar os intercâmbios e ajudar a criar novas redes, novas
dinâmicas informacionais.
Na Era da Informação, ditada pela tirania da velocidade e do espectáculo, uma optimização da
informação e do conhecimento, são imprescindíveis, quer a nível individual, quer a nível organizacional.
Face ao enorme fluxo de informação, que somos bombardeados todos os dias, devemos estar aptos a
comportar toda a informação que nos chega às mãos. Práticas de Curadoria da Informação e
concepções de Gestão do Conhecimento são as respostas necessárias para os desafios que a nossa
sociedade enfrenta e irá enfrentar no futuro. Em suma, qualquer organização irá estar apta neste
mundo de capitalismo informacional incorporando a primeira etapa na curadoria da informação que é
acrescentar valor. Como? Através de uma arquitectura de conteúdo, aliado a uma arquitectura de
informação.
5. Referências
1. Gestão do Conhecimento – Conceitos relevantes
1. http://plato.stanford.edu/entries/epistemology/
2. http://plato.stanford.edu/entries/belief/
3. http://en.wikipedia.org/wiki/Knowledge
4. http://plato.stanford.edu/entries/epistemology-social/#2
5. Knorr-Cetina, Karin (1999 a), Epistemic Cultures, How the Sciences Make Knowledge.
Cambridge & London: Harvard University Press
2. Gestão do Conhecimento numa Organização – Conceitos Relevantes
1. http://www.infopedia.pt/$corporativismo
2. http://www.portal-gestao.com/item/6347-o-que-%C3%A9-o-capital-intelectual.html
1
Platão relata no seu conto Fedro, a história do Rei egípcio Thamus, e de Theuth, o inventor da palavra
escrita. Neste conto, Theuth apresenta a sua nova invenção que iria melhorar tanto a sabedoria como o
conhecimento dos egípcios. Ao que o Rei Thamus vê com certa desconfiança, pois encara a escrita como
uma ferramenta de depósito, em vez de verdadeiro conhecimento retido. Thamus argumenta que esta
“invenção nova” irá infectar o povo egípcio com conhecimento falso, e como irão adquirir novo
conhecimento através de uma fonte externa, não serão obrigados a reter mentalmente grandes
quantidades de conhecimento.
2
Deixamos aqui uma citação do filósofo francês, Bernard Stiegler, retirado do site do Museu Côa: «O
alfabeto significou o advento da primeira mnemotécnica [...]. As mnemotécnicas possibilitam a retenção
material do tempo, preservando o passado numa forma re-activável segundo características próprias da
mnemotécnicas. [...] Este é, obviamente, um tema importante, dado que as mnemotécnicas, que se
tornaram mnemotecnologias, são neste momento o núcleo do desenvolvimento industrial.»
(http://www.arte-
anguage=pt&Page=Saberes&SubPage=ComunicacaoELinguagemCultura&Menu2=Mnemotecnica).
Poderíamos, então, especular que a invenção do alfabeto foi a invenção de uma proto-tecnologia da
informação, de forma a gerir o nosso conhecimento.
3
Abordamos esta questão, tendo em conta a noção de individuação dos processos técnicos. Consultar o
filósofo e mecanólogo, Gilbert Simondon.
3. http://www.kmworld.com/Articles/Editorial/What-Is-.../What-is-KM-Knowledge-
Management-Explained-82405.aspx
4. http://www.library.nhs.uk/knowledgemanagement/
5. http://en.wikipedia.org/wiki/Information_technology
6. http://iainstitute.org/en/learn/resources/what_is_ia.php
7. http://www.pybop.com/2012/04/information-architecture-vs-content-architecture-
definition/