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Caso 3 Número aluno: Ricardo Martins Geraldes

Data: 06/12/2014 Nome Aluno: 34420

1. Gestão do Conhecimento - Conceitos Relevante


1) Epistemologia – É o ramo da filosofia que estuda o conhecimento e a crença justificada. Como
estudo do conhecimento, a epistemologia está preocupada em responder a perguntas como:
Quais são as condições necessárias e suficientes para o conhecimento? Qual a sua estrutura?
2) Crença – A filosofia contemporânea da mente, genericamente, usa o termo “crença” para se
referir à atitude que normalmente tomamos para algo que consideramos como verdadeiro. Ou
seja, uma «atitude proposicional».
3) Conhecimento – Entende-se por conhecimento como um conjunto de crenças que foram
provadas, e justificadas, como verdadeiras. Dito de outro modo, é o cruzamento entre verdade
e crença. A aquisição de conhecimento envolve processos complexos de cognição, a saber:
Percepção; Comunicação; Razão.
4) Epistemologia Social - Epistemologia Social é o estudo das dimensões sociais do conhecimento
ou informação. Procura identificar as forças sociais e influências responsáveis pela produção de
conhecimento assim concebida. Tem um papel central na sociedade, no processo reflexivo de
formação de conhecimento.
5) Cultura Epistémica – Segundo Karin Knorr-Cetina, as culturas epistémicas são uma amálgama de
arranjos e mecanismos que, num dado campo, constroem o modo como sabemos aquilo que
sabemos. É uma cultura que cria e sanciona o conhecimento.

2. Gestão do Conhecimento numa Organização – Conceitos Relevantes


1) Corporativismo – É uma forma de organização político-económica, que se distancia do dirigismo
estatal puro e do liberalismo radical. O Corporativismo implica a existência de organismos
profissionais que assumem o controlo (em detrimento do papel do Estado) dos principais
aspectos da economia, moldando aspectos económicos, morais e culturais de uma dada
sociedade.
2) Capital Intelectual – É o património de conhecimento, criatividade e inteligência (materializado
pelas pessoas/processos/tecnologia) numa dada organização. Como activo intangível, o CI tem o
potencial de gerar valor acrescentado e sustentável ao longo do tempo.
3) Conhecimento Explícito/ Tácito – CE é a informação ou conhecimento que pode ser capturado e
transformado para alguma forma tangível, i.e., colocar um dado conhecimento num documento
ou base de dados. CT: Informação ou conhecimento que alguém tem na sua cabeça. É menos
concreto que o C. Explícito, sendo mais uma “compreensão não-falada” sobre algo, sendo mais
difícil a sua extensão e concretização tangível.
4) Storytelling – como o nome indica, é a prática de contar histórias dentro de uma empresa,
como ferramenta de comunicação e partilha de conhecimento, de forma a envolver e a inspirar
as pessoas de uma organização.
5) Tecnologias de Informação – Considerado como o primeiro estádio da Gestão do Conhecimento,
as TI podem ser definidas como a aplicação de computadores e equipamento de
telecomunicações para guardar, extrair, transmitir e manipular dados, num contexto,
maioritariamente, organizacional.
6) Arquitectura da Informação – a AI tem como princípio ajudar as pessoas a compreender o seu
espaço e, dessa forma, encontrar o que se está procurando no mundo real ou on-line. Dito de
outro modo, é um projecto ou design estrutural e económico de ambiente de informação
compartilhada.
7) Arquitectura de Conteúdo - Como complemento à Arqui. Da Informação, a Arqui. De Conteúdo
ajuda a organizar e a classificar os componentes de um conteúdo particular, de forma a torna-lo
mais eficaz, reutilizável e útil.

3. Gestão de Conhecimento e Curadoria da Informação – Estado da Arte

Do latim cognoscere, o conhecimento incorpora em si um acto, uma acção: o acto de conhecer. Desta
acção, considera-se dois elementos básicos: o sujeito capaz de adquirir conhecimento ou capacidade de
conhecer, e o objecto cognoscível. Esta acção de colecta, análise e interpretação, é algo que fazemos
diariamente, mesmo que não conscientemente. Mas, o valor acrescentado começa quando se adquire
consciência sobre esta acção cognoscível. Fundamentalmente, gestão de conhecimento é essa tomada
de consciência sobre o acto de conhecer. Segundo o ABC of Knowledge Management (2005), a Gestão
de Conhecimento é baseada na ideia que o recurso mais valioso de uma organização é o conhecimento
dos seus colaboradores.

Mark Myers, num artigo intitulado: Knowledge Management: How Do You Know What You Know?
(2001), fala da gestão do conhecimento como uma prática obrigatória para qualquer organização na
economia do conhecimento. Myers faz a analogia comparando KM com um pequeno banco de três
pernas: Pessoas, processos e tecnologia. As pessoas são os detentores do conhecimento, os processos
são os procedimentos para que o conhecimento possa ser transmitido, e finalmente, a tecnologia é o
meio através do qual um sistema de gestão de conhecimento pode ser gerido e armazenado. Mas, não
importa o quão sofisticado o software possa ser. A disciplina humana continua a ser um elemento
necessário na Gestão do Conhecimento. Somente os seres humanos podem descartar os dados
obsoletos, avaliar a autenticidade das fontes, e julgar a opinião de um autor. Esse ser humano é o
Curador de Informação.

Porquê Curadoria da Informação? Um curador de informação, ou de conteúdos, é uma espécie de


corretor de conhecimento crítico, que procura, procede à colecta, e partilha o conteúdo com maior
relevância para área de actuação. Tal como um curador de museu que usa as suas ligações, ideias e
experiências para seleccionar, catalogar e interpretar obras de arte para um público específico, também
os curadores de conhecimento, filtram, interpretam e condensam a essência das informações da sua
área em conhecimento significativo.

Segundo Rohit Bhargava, curador de tendências e fundador do Influential Marketing Group, podemos
enumerar seis princípios capitais para a curadoria da informação: (1) Agregação, que constitui o acto de
encontrar as informações mais relevantes sobre um determinado tema e torná-lo disponível.(2) A
destilação, como um acto de condensação de dados em pedaços mais gerenciáveis de informação, onde
ressaltam as ideias mais importantes. (3) Elevação. Identificar tendências maiores a partir de uma
variedade de fontes e informações. (4) Mash-ups. Combinação de diferentes informações para criar
novas perspectivas, criando uma justaposição de ideias para criar narrativas.(5) Cronologia, através da
organização da informação ao longo de uma linha de tempo, de modo a mostrar uma compreensão
evolutiva de um assunto particular. E por último (6) Envolvência, como o acto de ligar comunidades de
informação e stakeholders. Ou seja, facilitar os intercâmbios e ajudar a criar novas redes, novas
dinâmicas informacionais.
Na Era da Informação, ditada pela tirania da velocidade e do espectáculo, uma optimização da
informação e do conhecimento, são imprescindíveis, quer a nível individual, quer a nível organizacional.
Face ao enorme fluxo de informação, que somos bombardeados todos os dias, devemos estar aptos a
comportar toda a informação que nos chega às mãos. Práticas de Curadoria da Informação e
concepções de Gestão do Conhecimento são as respostas necessárias para os desafios que a nossa
sociedade enfrenta e irá enfrentar no futuro. Em suma, qualquer organização irá estar apta neste
mundo de capitalismo informacional incorporando a primeira etapa na curadoria da informação que é
acrescentar valor. Como? Através de uma arquitectura de conteúdo, aliado a uma arquitectura de
informação.

4. Questões para discussão


Os processos, ou modos de gestão do conhecimento já são pensados desde Platão 1, as dinâmicas da
curadoria de informação, acompanham-nos desde o início das primeiras técnicas de alfabetização 2, a
questão que se pode erguer é: Será que iremos chegar ao tempo em que todos estes métodos, de
gestão e curadoria da informação, irão ser governados e processados apenas por técnicas
computacionais3?

5. Referências
1. Gestão do Conhecimento – Conceitos relevantes
1. http://plato.stanford.edu/entries/epistemology/
2. http://plato.stanford.edu/entries/belief/
3. http://en.wikipedia.org/wiki/Knowledge
4. http://plato.stanford.edu/entries/epistemology-social/#2
5. Knorr-Cetina, Karin (1999 a), Epistemic Cultures, How the Sciences Make Knowledge.
Cambridge & London: Harvard University Press
2. Gestão do Conhecimento numa Organização – Conceitos Relevantes
1. http://www.infopedia.pt/$corporativismo
2. http://www.portal-gestao.com/item/6347-o-que-%C3%A9-o-capital-intelectual.html

1
Platão relata no seu conto Fedro, a história do Rei egípcio Thamus, e de Theuth, o inventor da palavra
escrita. Neste conto, Theuth apresenta a sua nova invenção que iria melhorar tanto a sabedoria como o
conhecimento dos egípcios. Ao que o Rei Thamus vê com certa desconfiança, pois encara a escrita como
uma ferramenta de depósito, em vez de verdadeiro conhecimento retido. Thamus argumenta que esta
“invenção nova” irá infectar o povo egípcio com conhecimento falso, e como irão adquirir novo
conhecimento através de uma fonte externa, não serão obrigados a reter mentalmente grandes
quantidades de conhecimento.
2
Deixamos aqui uma citação do filósofo francês, Bernard Stiegler, retirado do site do Museu Côa: «O
alfabeto significou o advento da primeira mnemotécnica [...]. As mnemotécnicas possibilitam a retenção
material do tempo, preservando o passado numa forma re-activável segundo características próprias da
mnemotécnicas. [...] Este é, obviamente, um tema importante, dado que as mnemotécnicas, que se
tornaram mnemotecnologias, são neste momento o núcleo do desenvolvimento industrial.»
(http://www.arte-
anguage=pt&Page=Saberes&SubPage=ComunicacaoELinguagemCultura&Menu2=Mnemotecnica).
Poderíamos, então, especular que a invenção do alfabeto foi a invenção de uma proto-tecnologia da
informação, de forma a gerir o nosso conhecimento.
3
Abordamos esta questão, tendo em conta a noção de individuação dos processos técnicos. Consultar o
filósofo e mecanólogo, Gilbert Simondon.
3. http://www.kmworld.com/Articles/Editorial/What-Is-.../What-is-KM-Knowledge-
Management-Explained-82405.aspx
4. http://www.library.nhs.uk/knowledgemanagement/
5. http://en.wikipedia.org/wiki/Information_technology
6. http://iainstitute.org/en/learn/resources/what_is_ia.php
7. http://www.pybop.com/2012/04/information-architecture-vs-content-architecture-
definition/

3. Gestão de Conhecimento e Curadoria da Informação – Estado da Arte


 http://www.rohitbhargava.com/about
 http://davinci-institute.net/home/index.php?
option=com_content&view=article&id=13:why-content-curation-
&catid=1:curation&Itemid=10
 http://www.thefreelibrary.com/Knowledge+Management
%3A+How+Do+You+Know+What+You+Know%3F-a077058294
 http://www.philecon.capcog.com/informational-capitalism
 http://www.kmworld.com/Articles/Editorial/What-Is-.../What-is-KM-Knowledge-
Management-Explained-82405.aspx
 http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/knowledge/docs/ABC_of_KM.pdf

4. Questões para discussão


http://en.wikipedia.org/wiki/Knowledge

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