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MATERIAL COMPLEMENTAR DO LÍDER

Até quando na primeira fase?


“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da  estatura  da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos

como meninos...” Ef. 4:13 e 14.

Nunca foi o alvo de Deus que seus filhos vivessem sempre como crianças em sua grande casa, a igreja.
O que o apóstolo Paulo escreveu foi: “Até que todos cheguemos à perfeita varonilidade”, ou seja, ao pleno amadurecimento espiritual.
Infelizmente, o que muitas vezes encontramos hoje em dia aparenta mais com um ‘orfanato’, e não com uma igreja. Onde se tem inúmeras crianças sem pai,
espiritualmente falando. Ali existem muitas atividades e nenhum, ou quase nenhum, relacionamento de paternidade. Poucas pessoas atuam como cuidadores espirituais
para que esses novos nascidos cresçam. E esse é o motivo de Jesus estabelecer o discipulado na vida cristã da igreja, para poder gerar “paternidade” entre os membros
e assim existir o crescimento coletivo. Esta ajuda mútua entre os santos cria enraizamento e progresso espiritual para todos.
Quando olhamos alguns fatos espirituais poderemos reconhecer se crescemos como pensamos, ou nos encontramos ainda como crianças no “jardim” de Deus:
a) Nas Orações - orações repetitivas ou ainda voltadas para o “eu”, centradas no ego. É de se supor que, se uma pessoa está se desenvolvendo em seu
relacionamento com o Senhor, as coisas que ela diz agora, devem ser bem diferentes de quando ela foi salva. Quanto mais crescemos, mais temos o que orar à Deus,
dado que a convivência diária com Sua presença desenvolve naturalmente nosso diálogo. Entretanto, podemos continuar fazendo as orações de sempre e cantar hinos
com o mesmo espírito de sempre, sem uma natural renovação, onde o diálogo com Deus e a adoração nunca passam do estágio inicial.
b) Na unidade - a falta de unidade ou as divisões na igreja (I Co. 1:11-13). O Ap. Paulo disse aos crentes de Corinto que o fato de uns se apegarem a Pedro;
a Apolo e a ele próprio era sinal de imaturidade espiritual. Os coríntios estavam brigando entre si. Eram partidários, cada um de um líder. Sabemos que uma casa
dividida não poderá subsistir (Mt. 12:25), e o corpo de Cristo, dessa forma, perde a sua força, a sua unção (Sl. 133) e não produz seu aumento (crescimento) em amor (Ef.
4:16).
c) No Compartilhamento - Outro indicativo de imaturidade é se estamos sempre mais interessados em receber do que em doar, ou seja, constantemente
querendo que o Senhor nos abençoe, que Ele faça isto ou aquilo para nós, o tempo todo, e nunca paramos de pedir. A pessoa madura também sabe dar, compartilhar,
dividir com os outros... Dar é um atributo de um adulto!
d) No interesse somente nos dons do Espírito - quando há uma busca unilateral somente naquilo que o Espírito pode nos dar de Dons Espirituais e nenhum
compromisso no desenvolvimento das características do fruto do Espírito. Vemos isso na prática, por exemplo, quando chega um pregador com o ministério de
cura, o local de culto fica lotado. Percebe que as crianças também adoram aquilo que venha trazer forte impressão? É certo que a pessoa madura não desprezará a
cura, claro, mas estará mais interessada no amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (características do fruto do
Espírito em nós) e não se distrairá buscando somente as curas, milagres, as bênçãos materiais etc.
Se somos crianças, não saberemos dar o valor devido à cada coisa!
Percebamos que qualquer hora que for oferecido a uma criança uma nota de R$100,00 (cem reais) e um chocolate para ela escolher, é certo que irá preferir o chocolate.
Se ainda somos meninos agiremos da mesma forma com relação às coisas materiais. Sempre preferiremos um bom celular, um tênis legal, um carro zero, e na melhor
das hipóteses, os Dons Espirituais. Isto pode estar acontecendo porque nosso conceito de valores ainda é egocêntrico e sem amadurecimento.
e) No gerar - Ainda uma outra evidência de imaturidade é a falta do entendimento de que também se é um cooperador no Reino, tornando-se madura a
ponto de gerar, ser fértil no espírito. A infertilidade acontece com aqueles que já são cristãos há vários anos e ainda não conseguem levar outros a Cristo, ou seja, o
máximo que conseguem é convidar alguém para assistir ao culto. Se uma pessoa aceitar o convite de ir para o culto num domingo, ele pensa que cumpriu seu dever. -
"Pastor, trouxe um amigo ao culto, mas daqui para a frente é com o senhor." E assim, o pastor se torna a única ovelha no aprisco com a responsabilidade de gerar e
cuidar!
Agora fica mais claro porque muitas vezes os Projetos que planejamos na igreja local, iniciam mas não tem duração, maturação e geração de frutos, porque temos igrejas
cheias de crianças espirituais, que mesmo bem intencionadas, realizam tarefas que deveriam estar sendo assumidas por adultos, correndo assim, um grande risco de
haver frustrações e desânimos no início da caminhada cristã.
Elas fazem grandes promessas: "conte comigo”, “tamo junto”, “eu vou conseguir dessa vez, prometo”, vou obedecer” etc. As crianças espirituais também têm pouco
senso de responsabilidade e comprometimento.
E a pergunta que fazemos é: o que devo fazer para crescer então? Comer e digerir a comida é a resposta. Como assim? Em Ap. 10:9-10, lemos: “Fui,

pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o  livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce

como mel. Tomei o  livrinho  da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo”.

O significado desta experiência do evangelista João para nós, é que não importa se o que tomamos ainda é leite, ou alimento mais sólido, ele será uma doce

revelação para nós, será motivo de alegria ou mesmo de arrependimento, entretanto, para que este alimento produza crescimento, precisaremos aprender a DIGERI-

LO. A digestão, conforme lemos, sempre nos será amarga, ou seja, não será igualmente tão prazerosa quanto quando comemos (entenda aqui comer por: ouvirmos ou

lermos no nível de aquisição de conhecimento). Mas, a digestão acontece quando a revelação da Palavra, o alimento que recebemos, é provado, ou seja, QUANDO

CHEGA A HORA DE APLICÁ-LO DE FATO EM NOSSAS VIDAS. É, portanto, a obediência ao que Deus falou. Nesse momento amargo a Palavra é digerida, e é o que

faz com que o crente obediente receba a nutrição através de sua submissão, e assim, consiga crescer espiritualmente. Dt. 8:2, 3 e 16. Os que não se submetem em

obediência à Palavra que receberam não se nutrem espiritualmente e assim continuam crianças espirituais. Hb. 5:11-14.

REFLEXÕES:

1. Você se percebeu vivendo algum sintoma descrito acima?

2. Como está hoje a digestão da Palavra de Deus em sua vida?


C.C. Sem Fronteiras - Desenvolvendo os Valores do Reino

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