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Dedico esse livro para Magna, minha adorável mãe, Humberto, meu pai, Eduardo e
Patrícia, meus irmãos. Ninguém se cria sozinho, assim é em nosso lar, assim é no
Reino de Deus. Se temos uma família nos céus, temos uma aqui na terra também,
ambas são importantes para o nosso desenvolvimento. Grato sou por cada um deles.
"Acima de tudo, uma sensação da presença e santidade de Deus impregnava cada área da experiência
humana, em casa, no trabalho, nas lojas e nas tavernas. A eternidade parecia inevitavelmente próxima e
real."
Efion Evans
Sumário
Dedicatória
Prefácio
Sumário
Introdução
Como recém-nascidos
O Espírito Santo
A Presença
Unção
Rendição
O poder do reino
A experiência
O conselheiro
Frutos do Espírito Santo
Os testemunhos são eternos
Obediência
A Glória é de Deus
Em qualquer lugar
Introdução
Davi sabia que não poderia dar nada de valor nessa terra ao
Senhor, pois tudo que tinha vinha da mão Dele. Sabia que nem todos
os recursos que possuía seriam capazes de criar algo à altura de Deus.
Mas sabia que poderia agradar ao Senhor, caso o honrasse.
O rei Davi, porém, respondeu a Araúna: "Não! Faço questão
de pagar o preço justo. Não darei ao Senhor aquilo que pertence a
você, nem oferecerei um holocausto que não me custe nada". (1
Crônicas 21:24).
Um altar de pedras não é nada pra Deus, mas se esse for
construído com as próprias mãos, demonstra honra, e isso agrada ao
Senhor e lá é estabelecida a sua Presença. Se um grupo de pessoas
decide usar o máximo dos seus recursos para construir um altar em
honra ao Senhor em ouro, isso agrada a Deus, não pelo ouro, mas
pelo sentimento verdadeiro de querer agradar-lhe. A ele é dada toda
honra. Mas igualmente Deus aceitará um altar de chão batido, se isso
for o máximo que alguém pode dar. Não é o material que é contado,
não são os excessos de recursos que são considerados, mas, sim, a
vontade de honrar a Presença de Deus, de honrar ao Senhor e ao
Espírito Santo.
“O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou pai,
onde está a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o
temor que me devem?”, pergunta o Senhor dos Exércitos a vocês,
sacerdotes. "São vocês que desprezam o meu nome!". Mas vocês
perguntam: “De que maneira temos desprezado o teu nome?”
(Malaquias 1:6).
A Presença tem que ser honrada e respeitada, pois ela é Deus.
Davi a amava e desejava, pois sabia que nela encontrava todos os
recursos para vencer na vida. O seu futuro está ligado a ela. Estar nela
era ter a paz e a bondade de Deus o acompanhando. Na Presença, ele
tinha a orientação para as suas questões pessoais e questões do reino.
Era necessário segui-la para continuar vencendo.
Uma coisa pedi ao Senhor, é o que procuro: que eu possa viver
na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a
bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo. (Salmos
27:4).
Como diz o Pastor Bill Johnson todas as vezes que você
demonstrar afeto pela Presença, Ela virá. Salomão, após a construção
do templo, em seu grande dia de inauguração, junto ao povo de Israel
fez uma grande oração pedindo a Deus a sua Presença naquele
santuário, era lá que ficaria a arca da aliança e as relíquias sagradas
dos hebreus. Lá seria a casa de oração, lugar para honrar a Deus. Lá
se fez a maior oferta já realizada: vinte e dois mil bois e cento e vinte
mil ovelhas para serem sacrificadas. O rei queria honrar ao Senhor
oferecendo um grande holocausto, o templo foi construído com
materiais nobre e procedimentos especiais, tudo era único. A intensão
era oferecer o melhor a Deus. Nesse templo, se estabeleceu a
Presença e se tornou por centenas de anos a sua casa. Entendemos que
não eram os materiais, ouro e animais sacrificados que atraíram a
atenção do Senhor, mas, sim, a vontade de oferecer algo que custasse,
pagar um preço alto em demonstração de honra àquele que se
hospedaria lá. Deus se estabelece em lugares bem mais humildes,
desde que se demonstre honra e respeito a ele de acordo com os
recursos, procedimentos e pessoas que estão em cada lugar.
Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu pedido de
misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que o
teu servo faz hoje na tua presença. (1 Reis 8:28).
E Deus honrou tudo que recebeu, e estabeleceu a sua Presença.
Mas com o passar dos anos e depois de vários reis assumirem o trono,
a honra foi diminuindo e o respeito ao que eles tinham de algo de tão
precioso foi minguando também. Com o passar dos anos, a
obediência aos decretos de Deus diminuiu e as pessoas agiam
segundo a sua própria vontade, não respeitando o que foi um dia
acordado. Era obrigatório trazer animais sem defeito para sacrificar,
mas já eram trazidos animais doentes, aleijados e roubados e não se
via mal algum nisso. O sacrifício consistia em uma perda pessoal,
algo de valor em troca do perdão de Deus. O Senhor não se alimenta
de animais mortos. O sacrifício consistia em honrar o relacionamento
com ele perdendo algo, mas o povo começou a trazer ofertas sem
valor. Eles faziam o procedimento, mas não mantiveram o sentido
verdadeiro do que era feito. A oferta se realizava, mas não tinha valor
algum o que eles faziam.
“Ah, se um de vocês fechasse as portas do templo. Assim ao
menos não acenderiam o fogo do meu altar inutilmente. Não tenho
prazer em vocês", diz o Senhor dos Exércitos, “e não aceitarei as
suas ofertas”. (Malaquias 1:10).
Após o livro de Malaquias, foram 400 anos de silêncio, até a
vinda de João Batista e depois Jesus. Quando ele entrou naquele, se
enfureceu com o comércio que existia lá. A casa do Senhor havia se
tornado lar de saqueadores, de ladrões que roubavam no deserto e os
vendiam os produtos no templo para quem quisesse sacrificar. Era um
desrespeito a Deus. Jesus expulsou aqueles mercadores de lá e disse
que aquele templo era casa de oração e não de comércio.
Seus discípulos lembraram-se que está escrito: "O zelo pela tua
casa me consumirá". (João 2:17).
O zelo é o ciúme daquilo pelo que temos afeto. Cuidamos e
demonstramos zelo do que amamos. Valorizamos quem amamos ao
ponto de desejar estar perto e proteger, pois queremos manter o
relacionamento o quanto necessário. Se temos uma companheira ou
companheiro pelo qual temos afeto, qualquer um que se aproximar
dele e que possa representar uma diminuição do meu contato com
essa pessoa, me causará ciúmes. Não é um sentimento de posse, não é
um sentimento negativo, é um sinal de amor, pois valorizamos aquele
que amamos.
A Bíblia diz que Deus é zeloso, ou seja, que ele tem ciúme
pelos relacionamentos que mantém e faz o possível para perpetuá-los.
Jesus amava a presença divina acima do edifício do templo, amava a
Presença de Deus estabelecida lá, Ela foi esquecida e desonrada, Ele
era descendente de Davi, o qual pediu a Deus que todos os seus
vivessem na sua Presença, que deveria ser honrada e respeitada, e não
tratada daquela maneira.
Concordam com isso as palavras dos profetas, conforme está
escrito: “Depois disso voltarei e reconstruirei a tenda caída de Davi.
Reedificarei as suas ruínas, e a restaurarei, para que o restante dos
homens busque o Senhor, e todos os gentios sobre os quais tem sido
invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas” (Atos
15:15-17).
A igreja é a reconstrução da tenda de Davi, realização do sonho
de erguer um lugar de adoração e louvores a Deus, honrando a sua
Presença e amando estar perto do Pai. Davi ergueu a tenda, colocou a
arca da aliança dentro, vestiu um manto sacerdotal e se rendia a Deus
naquele lugar. Ele estabeleceu louvores vinte e quatro horas, destinou
pessoas a escrever salmos de adoração e desejou ao máximo honrar e
manter aquela presença naquele lugar. Davi tinha ciúmes de Deus e
desejava tê-lo bem perto da sua vida e do seu coração. Aquela
Presença que cuidou dele o tempo todo, agora deveria ser cuidada e
amada para todo o sempre.
Quando reunimos em nossa igreja local, o foco deve ser a
Presença de Deus. Reunimo-nos em volta do que representa Deus na
terra e A adoramos. Deixamos o Espírito Santo agir em nossa vida e
conduzir a reunião; se a Presença e o Santo Espírito se sentirem bem-
vindos, honrados e obedecidos a reunião flui para um momento
maravilhoso. Se a presença é benquista em nosso lar e é erguido um
altar não necessariamente físico, mas espiritual, baseado em rendição
e orações, a Presença ficará lá. E assim como foi na casa de Obede-
Edom, que recebeu a arca e prosperou em todos os sentidos, aquele
que hospeda a maravilhosa Presença de Deus prosperará e viverá a
glória de Deus em seu lar. A doce Presença promove ricas mudanças
no ambiente onde é estabelecida.
Adoração acima de tudo
Davi adorava a Deus, o que não lhe era uma obrigação. Seu
coração se dobrava diante do Senhor para adorar. Era uma atitude
genuína e isso tornava aquele lugar especial. O diabo sabe do poder
da adoração e, por isso, tenta impedir que esse momento aconteça na
vida de uma pessoa. Vai fazer de tudo para que as pessoas não se
acheguem a Presença de Deus e vivam essa comunhão maravilhosa.
Moisés um dia chegou diante de Faraó e disse que queria levar
o povo para adorar no deserto, fazer uma festa a Deus e necessitaria
que fosse fora da cidade. A proposta de Moisés não era levar o povo
embora, mas simplesmente prestar culto ao Senhor no deserto, adorar
e louvar. Mas a resposta de Faraó, não foi favorável, e reuniu os seus
capatazes e mandou aumentar o seu trabalho.
No mesmo dia o faraó deu a seguinte ordem aos feitores e
capatazes responsáveis pelo povo: "Não forneçam mais palha ao
povo para fazer tijolos, como faziam antes. Eles que tratem de
ajuntar palha! Mas exijam que continuem a fazer a mesma
quantidade de tijolos; não reduzam a cota. São preguiçosos, e por
isso estão clamando: ‘Iremos oferecer sacrifícios ao nosso Deus’.
Aumentem a carga de trabalho dessa gente para que cumpram suas
tarefas e não dêem atenção a mentiras". (Êxodo 5:6-9).
A proposta de Moisés era levar o povo para adorar, mas o Faraó
mandou aumentar os trabalhos dos hebreus para que com isso eles se
esquecessem dessa ideia. Uma forma fácil de limitar uma pessoa em
sua devoção a Deus são os entretenimentos e trabalhos. Vivemos hoje
na era da informação, onde temos acesso a muitos meios de
comunicação e com um valor acessível. Todos possuem televisão em
casa, e, em muitos casos, mais de uma. Grande parcela da população
possui telefones inteligentes com acesso à internet, dispõem de
sistemas de comunicação em redes sociais que se prendem em
comunicações intermináveis, consumindo horas do dia.
A maioria assume compromissos em demasia: trabalhos,
estudos, cursos e entretenimentos. O longo tempo gasto em tudo isso
e em conversas em redes sociais e telefones esmagando o seu tempo
com Deus. O tempo livre escorre, pois os programas favoritos,
novelas intermináveis, filmes interessantes e programas sociais
consomem muito tempo. Os usuários não se apercebem que tudo isso
é descartável, julgando essas atividades diárias como indispensáveis.
Todo o excesso de informação e atividades gerará cansaço
físico e mental. As atividades da Igreja são as primeiras a serem
cortadas, logo elas que ajudam a melhorar a nossa saúde. O diabo
sabe que a falta de tempo fará as pessoas se distanciarem da igreja e
de seu chamado ministerial.
Podemos fazer uma conta simples: se uma pessoa dorme oito
horas por dia, quer dizer que ela tem dezesseis horas ativas,
multiplicando pelos dias da semana, chegamos a um total de 112
horas acordados semanalmente. Muitos gastam geralmente quatro
horas da semana indo a dois cultos, duas horas no meio da semana e
outras na reunião dominical. Não é de estranhar que esse pequeno
período receba a culpa pelo cansaço da vida dela? Não seria por causa
das outras 108 horas mal gastas? A verdade é que o tempo de
adoração a Deus recebe a culpa pelo excesso de trabalho
desenvolvido pela pessoa. É a palavra de Faraó: é só aumentar o
trabalho e eles vão esquecer essas coisas!
Se a pessoa estiver muito atarefada, vai deixar de orar, deixar de
jejuar, não vai frequentar as reuniões, abandonar atividades
ministeriais. Quanto menor o tempo, maior é o corte na vida cristã.
Essa é uma maneira de oprimir pessoas sem confrontá-las, pois, a
culpa foi dada a Moisés que queria libertar o povo. Eles concluíram
que era melhor viver sendo oprimido a ter uma revolução na vida que
lhe custasse algo.
Render-se a Deus custa esforço e trabalho. Exige perseverança
diante dos empecilhos que se formarão para evitar a sua devoção e
comunhão com o Senhor. Deste modo, todas as coisas vão cooperar
para evitar uma vida espiritual saudável. Alegações de doenças,
problemas de toda ordem, necessidade de ir às compras, de fazer
visitas inevitáveis surgem na hora de ir ao culto. Não se julgará tudo
isso como opressão, mas como problemas do dia a dia. Um coração
rendido tem que transpor essas barreiras e se dispor a Deus, vencendo
as demandas do cotidiano e se entregando ao Santo Espírito de Deus.
Unção
O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de
onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos
do Espírito. (João 3:8)
No Antigo Testamento, o conhecimento sobre o Espírito Santo
era muito restrito. Sabia-se de sua existência, mas pouco se dizia
sobre quem era. Um dos que mais falou e escreveu sobre a terceira
pessoa da trindade foi o rei Davi. Mesmo sem ter referências sobre
essa pessoa maravilhosa, o rei de Israel vivenciou e registrou do que
aprendeu em seu dia a dia.
O Santo Espírito não é um objeto de estudo, mas uma pessoa e
deve ser tratado como tal. Não se aprende sobre o Espírito Santo,
deve-se andar com Ele. Sendo Deus, é tão indecifrável como o Deus
Pai e Jesus. Ele é majestoso, perfeito e amoroso. Devemos aprender
como andar, escutar, vivenciar, honrá-lo e respeitá-lo como ser divino
que é.
Nosso primeiro entendimento sobre ele deve ser: O Espírito
Santo é uma pessoa, ou seja, um ser dotado de “sentimentos”,
inteligência e tem personalidade própria. É Deus onisciente,
onipresente, onipotente, como parte integrante da trindade. Os
participantes da trindade sempre concordam entre si. Não existe
divisão ou desentendimento entre eles. O vento sopra onde quer, ou
seja, ninguém pode mandar ou acreditar que pode controlar o Santo
Espírito. Ele é soberano e incontrolável, mas ao mesmo concordante
com os planos de Deus Pai.
Quando entramos em uma igreja evangélica de tradição
pentecostal, um dos conceitos mais arraigados que se tem é: ser
batizado pelo Espírito Santo. Todo novo convertido é ensinado sobre
a importância do batismo nas águas e o batismo do Espírito. É meta
para todos que seguem a igreja receber esses batismos.
E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a
Cristo. (Romanos 8:9B).
Com o intuito de alcançar o batismo, dediquei-me ao jejum e à
oração, frequentava todas as reuniões de orações coletivas e
fervorosamente seguia a todas as orientações que eram passadas;
prestava atenção a todas as ministrações, pois acreditava que em
algum momento poderia acontecer. Quando se aproximava o final da
reunião, preparava-me para ir à frente, perto do altar, para receber a
oração, inúmeras vezes o ministro da noite falou que Deus iria batizar
pessoas com o Espírito Santo, mas nada ocorria comigo.
Certo dia, decidi fazer melhor. Por ocasião de uma viagem de
uma semana em outra cidade, decidi que todas as noites iria me
dedicar à oração e à leitura da palavra para alcançar o tão sonhado
batismo. E então, ao final de cada tarde, após o trabalho que
realizaria na cidade, me trancaria no quarto de hotel e me dedicaria a
buscar a Deus.
Foi uma semana tão intensa, e vivida com tanta fé que esperava
fechá-la com chave de ouro: ser finalmente batizado. Dia após dia,
fazia o possível para alcançar a minha meta, que era extremamente
difícil, pois orar uma hora somente já era uma eternidade e ainda mais
passar a semana toda me dedicando a algo que não fazia o tempo
passar, era dispendioso. Mas acreditava que era capaz de realizar esse
feito.
Ao chegar o fim de semana, já estava preparado para ter um
grande final de semana, mas, para a minha tristeza, o que eu tanto
sonhava não aconteceu. Inúmeras vezes tentei fazer algo diferente do
comum, mas o resultado era sempre o mesmo, e as minhas opções
foram diminuindo, pois, parecia difícil demais.
Já estava acostumado a perseverar no que eu buscava, estava
decidido a alcançar. Mas, após bom tempo de tentativas, e não
obtendo a resposta que desejava, o ânimo foi sendo substituído por
dúvida, questionamentos como “Será que Deus quer me batizar?”, ou
“Eu nasci pra isso?”. Essas questões foram tomando o meu coração.
Comecei a duvidar que aquilo realmente fosse pra mim. Às vezes,
nem todos seriam batizados, e eu poderia ser uma dessas pessoas e
então, a empolgação foi paralisada pela sensação de que Deus não
queria aquilo pra mim. Eu não seria um dos escolhidos.
Certo dia, ouvi o conteúdo do livro de ensino da igreja que
frequentava, nele constava que para alguém trabalhar na obra deveria
ser batizado com o Espírito Santo. Nesse tempo, eu já realizava
alguns trabalhos naquela comunidade e fui surpreendido por essa
informação. Cheguei então ao meu pastor e disse que entregaria o
cargo, pois não serviria para essa função devido a não ter recebido o
Espírito Santo.
Ele sabiamente me explicou que aquela regra não deveria ser
entendida assim, pois existiam pessoas que exerciam as funções na
igreja sem ter recebido tal batismo. Mas aquela história já me
consumia. Via-me impotente diante de tal situação e perguntava:
Como eles conseguiram? O que eles fizeram para alcançar? Qual foi o
jeito? Era um questionamento que me seguia, mas ao mesmo tempo
deixei de tentar ser o que eu não era. Cheguei à conclusão que não
conseguiria.
Naquela mesma semana ocorreria um congresso de homens, e
uma turma da igreja iria a esse evento. Decidi ir também, certo de que
seria muito legal. Nunca tinha participado de nenhum encontro desse
tipo. Combinamos que o grupo da igreja sairia junto, em um comboio
de carros até o local do evento. Mas devido o atraso de alguns, saímos
muito depois do horário combinado e acabamos chegando ao
finalzinho da primeira e única ministração daquela noite. Chegamos
com fome pra falar a verdade, porém a reunião já estava acabando.
Sentamos nas últimas cadeiras do auditório e ficamos esperando o
término do culto. Antes do final, o pastor ministrante daquela noite
convidou a todos para a frente, pois naquela noite Deus iria batizar
com o Espírito Santo. Pensei comigo: não orei nada essa semana.
Como se não bastasse ainda havia chegado ao final da reunião,
perdendo o que foi dito naquela pregação. Não achei que poderia
acontecer nada pelo meu estado de espírito. Mas como notei que
todos estavam indo à frente, acompanhei. Ao chegar comecei a notar
que as pessoas já estavam falando em línguas e já se movimentavam
dando sinal que o Espírito Santo estava lá. Eu me concentrei para orar
e me preparei para me esforçar como era de costume. De repente, o
ministrante da noite se aproximou de mim e disse: “Relaxa, não pensa
em nada, fique somente falando glória”. Decidi acreditar nele, fechei
os olhos, fiquei somente dizendo: glória! glória! glória! Fique
marcando passo com a palavra dita, mantendo um ritmo tranquilo.
Não fiquei nervoso e ansioso como das outras vezes. Passaram-se
alguns minutos assim. Mantive a tranquilidade e o ritmo das palavras
e me desapeguei de tudo. Em certo momento, o pastor volta a falar
comigo: “Você não notou, mas já foi batizado!” Abri rapidamente os
olhos e quando abri a boca, ela estava mexendo sozinha e dizia coisas
inexplicáveis. Era uma sensação incrível. Comecei a pular de alegria e
desejar que aquele momento não acabasse nunca. Depois disso,
entendi que não era eu que geraria o batismo, mas o Espírito Santo,
que batiza quando e como quer.
Era necessário que eu compreendesse que não geraria essa etapa
em minha vida e que de nenhuma maneira iria ocorrer como eu havia
planejado ou pensado. De mil maneiras pensei como seria, mesmo
assim Deus escolheu de uma forma diferente. Assim como você pode
estar imaginando que lhe poderá acontecer dessa forma é fato preciso
dizer-lhe que será de uma maneira totalmente nova e inimaginável.
Nós não geramos isso. Nós vivemos o batismo. É ele, o Espírito
Santo, que desce sobre nós, e não somos nós que pegamos o cálice e
fazemos por nós mesmos.
Não são suas orações, não é a sua capacidade, é a sua
rendição (Kathryn Kuhlman).
Benny Hinn retrata situação semelhante em seu livro: Kathryn
Kuhlman. Após a morte da nobre senhora de Deus, ele é convidado
para ministrar um culto especial em memoria dela. Ele olhou para o
tamanho do auditório e ficou amedrontado diante do possível público
que estaria lá. Nunca foi apresentado à pastora, só a conhecendo de
púlpito. Sabia que era respeitada em todos os Estados Unidos e que
viriam pessoas de longe para prestigiar aquela noite.
Esse reverendo nunca tinha ministrado com tanta gente, e
substituir a senhora Kuhlman não era tarefa fácil. Encontrou com
alguém da equipe dela que o orientou a não ficar orando. Deveria
dormir e descansar para a noite. Ele ficou assustado e não obedeceu.
Sua tarefa seria árdua. Então se dedicou à oração durante as cinco
horas que antecederia a reunião para se preparar. No inicio do culto, o
auditório estava lotado. Ele não sabia como fazer. Esperou o louvor
tocar e ficou angustiado pensando como ministrar. Ao entrar, estava
nervoso e não conseguia falar corretamente. Após trinta longos
minutos e nada acontecer, se rendeu e disse: “Eu não consigo mais”.
Nessa hora, ouviu a voz de Deus dizendo-lhe que era isso que
esperava, uma rendição, e que naquela hora Deus assumiria.
Depois de cerca de trinta minutos que pareceram uma
eternidade, finalmente levantei meus braços e clamei: "Não
consigo! Senhor, não consigo fazer isso!".
Neste exato momento, escutei uma voz que dizia: "Fico feliz
porque você não consegue. Agora, eu farei".
Naquele mesmo instante, a apreensão e o medo
desaparecerem. Meu corpo físico relaxou. Comecei a falar
palavras que não havia preparado e o poder de Deus começou a
tocar as pessoas por todo o auditório. Benny Hinn (Livro: Kathryn
Kuhlman).
Não são pelas orações, apesar de elas serem importantes. Não é
pela capacidade, mas pela rendição. A oração e o jejum sendo usado
como forma de fortalecimento não têm valor. Mas, quando seu
objetivo é dependência de Deus, o poder é liberado.
Ela citou Isaías 52, onde Deus disse: "Desperta, desperta,
veste-te da tua fortaleza, ó Sião". Ela explicou que as palavras
"Desperta, desperta" significavam "Ore, ore", assim como o
Senhor nos disse para "vigiar e orar". Ao longo dos anos, esta
mensagem adquiriu um grande significado para mim. O custo
pessoal mencionado pela senhorita Kuhlman era a oração - e
naquela reunião tomei a decisão de que pagaria o preço. Aquela
era a chave para a liberação do poder de Deus (Benny Hinn, no
livro Kathryn Kuhlman).
Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois
não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece
a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de
acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as
coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de
acordo com o seu propósito. (Romanos 8:26-28)
Compreender a rendição é algo extremamente difícil. Como
entender a necessidade de dar o melhor e ao mesmo tempo entender
que não gerará resultado com isso? É quando compreendemos que o
Espírito de Deus não é um robô que funciona em resposta as nossas
ações, mas que ele existe e tem inteligência. Ele recebe o nosso
esforço e devoção, mas à sua maneira dará a resposta.
A Bíblia diz que ele faz como quer, ou seja, não podemos
controlar, programar ou combinar o resultado esperado. O que nos
cabe é pedir ou tocar seu coração com nossa fé e perseverança. Tudo
começa quando demonstramos um interesse real por Ele e
começamos a nos entregar seriamente a esse relacionamento. Mas em
certo ponto notamos que não conseguimos realizar tal feito, pois
depende do outro lado aceitar o convite. Então muitas vezes ficamos
frustrados com o silêncio ou a ausência da pronta resposta. Ficamos
surpreendidos que após o tentar e não conseguir, de uma maneira
inusitada e não programada por nós, Deus responde ao nosso apelo e
dá um sinal que lhe interessa esse relacionamento.
Como o amor é gerado de uma forma não programada, também
o é nosso relacionamento com Deus. Não podemos planejar ou
acertar. Devemos nos entregar e render, e ele virá, pois sempre vem.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e
conhece as minhas inquietações. (Salmos 139:23).
Davi se rendeu, quando cuidava de ovelhas em um pasto, e
encontrou o Senhor. Foi chamado pelo profeta e ungido para receber
o Espírito Santo. Onde você está, se o seu coração desejar
ardentemente se dobrar diante de Deus para recebê-lo, assim
acontecerá na sua vida.
Não tente controlar o Senhor, não tente programar o seu
encontro, deseje mais do que nunca estar perto dele e peça. O Espírito
Santo está a escuta e satisfará o desejo do seu coração.
...
As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo
contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.
Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o
conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para
torná-lo obediente a Cristo. (2 Coríntios 10:4-5).
Um dos significados que eu obtive em um dicionário sobre a
palavra rendição foi: Ceder. E o exemplo era: Quando vencido, a
fortaleza se rendia. As portas da fortaleza eram abertas, e o vencedor
entrava e tomava o domínio dela. Entende-se que cada um tem uma
fortaleza em si: a sua vontade! Cada um é senhor de si, com o pleno
direito de comandar a sua vida. A rendição é a permissão de entrada
de Deus dentro da fortaleza, sem brigas e sem ser tomada à força. É
ceder à vontade, abaixando as armas e permitindo que o outro lado
vença. Para que a rendição aconteça, três coisas devem ser destruídas
no ser humano: a fortaleza, os argumentos e a pretensão humana.
A fortaleza é essa proteção que cada um faz de si, impedindo o
domínio de Deus. Ela não faz parte do reino de Deus. As leis não têm
valor no seu interior da fortaleza, que toma suas próprias decisões.
Assim, a vontade de Deus não é soberana dentro dela.
O argumentar pode ser infinito, ou seja, não ter fim, pois
muitos não argumentam segundo a realidade, mas de acordo com
linhas de entendimentos, que podem ser verdadeiros ou falsos. São os
sofismas, capacidade de deturpar ou adulterar a sua informação para
usar em prol de sua defesa! Quantos não usam a Bíblia adulterando o
seu conteúdo para respaldar as suas atitudes erradas? O pior é que,
além de adulterar, eles se arvoram em donos da verdade. Sofismas são
acumulativos e cercam aqueles que rejeitam conscientemente ou
inconscientemente a verdade. A rendição acontece quando decidimos
não mais argumentar, mas nos entregar ao conhecimento de Deus.
Jesus é a verdade, por maior que seja o nosso conhecimento, ele
sempre estará certo e o seu conhecimento sempre será a verdade, a
verdade que liberta.
Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com
a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor,
por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco
para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha
própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em
Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé. (Filipenses
3:8-9).
A pretensão, que vem do latim L. PRAETENDERE, que teria
um significado de “estender à frente, alegar, colocar adiante”, seria
algo como “vontade de” ou “irá fazer”. Temos pretensões de muitas
coisas, de fazê-las a nossa maneira. Planejamos e executamos
segundo a nossa vontade humana. A rendição destrói não somente o
sofisma, mas também as suas pretensões. É semelhante a destruir as
suas raízes e tudo que foi gerado com ela. É uma árvore que dará
frutos ruins e tudo deve ser destruído.
Na Bíblia, temos muitos exemplos de pessoas rendidas, como
Moisés, Abraão, Jonas e muitos outros. Quem de nós tomaria uma
decisão extremamente importante de largar a sua mulher e filhos e
voltar para um lugar em que outrora foi um assassino e fugitivo
porque ouviu uma voz que saia de um arbusto? Quem de nós decidiria
apresentar o seu filho em sacrifício porque Deus mandou? Quem de
nós decidiria morrer para salvar vidas somente pela vontade de Deus?
Quem de nós iria a uma cidade cheia de pessoas cruéis e sanguinárias
para pregar o amor de Deus e a retidão? Em todos esses casos existe a
ação conjunta do Espírito Santo juntamente com um homem com o
coração rendido.
Em uma das minhas férias, decidi passar uma semana
descansando em uma cidade chamada Caldas Novas, conhecida por
suas águas aquecidas e por seu ambiente praiano, apesar de estar
localizada no meio do país, a quilômetros do mar, bem no meio do
cerrado. Como sou acostumado a viajar, lembrei que os preços
executados em tais locais são exorbitantes. Então decidi me precaver:
comprei antecipadamente o que eu iria consumir de bebidas em uma
loja local de baixo preço em minha cidade; comprei um engradado de
refrigerante, duas garrafas grandes de água mineral e achocolatado
em caixinhas para o meu filho.
Ao chegar ao hotel, coloquei tudo em minha bolsa e entrei. E já
no quarto, exatamente no momento que eu estava descarregando as
bebidas e depositando no frigobar, minha esposa pegou o manual do
quarto e disse: “Aqui está dizendo que é proibido trazer alimentos de
fora!”. Parei, pensei e disse comigo mesmo: “Já comprei tudo, não dá
para voltar atrás, vou consumir assim mesmo!”. Estava decidido a
utilizar o que eu tinha trazido, não via nenhum problema nisso. Mas
Deus me falou ao coração que eu estava errado e que era necessário
obedecer às regras do local. Não importava se eram por mim vistas
como justas ou injustas. Aquele hotel tinha regras e deveriam ser
obedecidas. Relutei por algumas horas, mas, no final da noite,
coloquei na bolsa tudo que havia comprado e guardei no carro. É
melhor obedecer! Não é mais fácil, mas é melhor! Honrei o meu
compromisso com o hotel, obedecendo às regras impostas, e honrei a
Deus, ouvindo a sua voz, mesmo quando ela ia contra a minha
vontade. Se somos capazes de ceder nas pequenas coisas, logo
cedemos também nas grandes. Mas aquele que não cede nem em
pequenas circunstâncias nunca se renderá a Deus, e a sua vida será
sempre uma fortaleza a ser vencida.
No teu Espírito em tua presença
...
Certa noite, após a reunião da minha comunidade, uma obreira
veio me procurar, pois uma parente sua estava com câncer e queria
fazer uma campanha de oração em sua casa. Prontamente aceitei a
proposta. O combinado seria sete dias de visitas realizadas nas tardes
de sábado consecutivamente. Nós daríamos uma palavra e oraríamos
pela sua cura.
No primeiro dia, preparei-me e junto com um pequeno número
de irmãos fomos à casa da pessoa enferma. Mas nos assustamos ao
ver a aparência da moça. Ainda jovem, não aparentava doença. No
entanto, fomos informados do que estava acontecendo. Era portadora
de leucemia, câncer na tireoide e também em certa parte da região
abdominal. Nunca descobri ao certo. Era uma situação difícil e evitei
ficar perguntando sobre o assunto.
Fiz uma ministração simples e oramos. Ela ofereceu um lanche.
Conversamos um pouco e logo saímos. Assim repetimos na segunda
reunião, fazendo o que tínhamos combinado. Era o possível a ser
feito. Naquela mesma noite, ao orar, Deus me questionou: “Você
realmente acredita que aquela pessoa vai ser curada assim?”, “Não!”
respondi em minha mente, “Você é capaz de compreender que ela
pode realmente morrer?”, entendi que eu não estava levando a sério
como deveria. Agia como em um procedimento cotidiano, tanto faria
pra mim que ela fosse curada ou não. Deus me chamava a atenção ao
que estava acontecendo. Eu deveria mudar a maneira de agir.
Liguei para algumas pessoas que estavam participando dessa
campanha e compartilhei o que Deus tinha falado. Convoquei para
um jejum e oração pela causa daquela moça, que tinha uma real
chance de morte. Passei a semana a orar e jejuar em prol dela, e para a
terceira reunião consegui um ministro de louvor para tocar e dessa
vez a palavra seria mais profunda. No final, oraríamos com toda fé
para ver o milagre de Deus naquela casa. Agiríamos como
verdadeiros ministros de Deus levando a fé e a possibilidade de um
milagre naquela situação.
Após essa última reunião, fiquei muito feliz pela nossa conduta
e mantive o propósito de oração e jejum. No sábado seguinte, me
preparei para ministrar e fui à casa dos amigos que estavam
participando da campanha para nos levarem ao nosso destino. Seria
um dia totalmente diferente dos outros.
Ao chegar à casa da paciente, notei que havia muito mais
pessoas. Ela convidara seus melhores amigos. Havia um ar de alegria
no ambiente. No início da reunião, pedi para contar a novidade, e
assim ela falou: Nesta semana fui realizar os exames de tireoide como
rotineiramente fazia. Mas algo aconteceu diferente. Após realizar o
ultrassom do órgão, levei o resultado ao médico, que olhou pasmo
para exame. Ele pediu para refazer o exame, e assim ela o fez. Ele
ficou olhando os exames e não conseguia acreditar. Pediu outro
exame de sangue e, novamente, ao receber o resultado, ficou sem
palavras. Ele disse que não sabia o que estava acontecendo, mas todos
os nódulos haviam desaparecido. Ela pegou o exame anterior e o
exame atual e diante de todos nós mostrou os resultados diferentes.
No anterior, o ultrassom mostrava 12 marcas coloridas representando
os nódulos de câncer; no atual, não nenhum. De forma milagrosa,
todos desapareceram. Comemoramos naquela tarde como nunca.
Cantamos louvores a Deus e nos alegramos com aquela notícia. O
Senhor tinha curado o câncer de tireoide daquela moça. Presenciamos
um autêntico milagre de Deus.
Ela continuou o testemunho dizendo que o médico constatou
que o sangue dela estava completamente limpo, e que ela poderia
fazer o transplante de medula para resolver o seu caso de leucemia.
Ficamos sabendo naquele dia que a sua melhor amiga era doadora
compatível com ela. Deus resolvia dois problemas com um só
milagre.
Viagem a Argentina
Como uma vez foi dito pelo Pr. Marcio Valadão, as virtudes
provenientes do fruto do Espírito Santo são semelhantes a gomos de
uma mesma laranja. O fruto é um só, mas seus atributos são muitos.
São virtudes interligadas, ou seja, um influencia o outro, gerando e
sendo gerado, onde um está é bem certo que o outro esteja também.
Amor, amabilidade, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio andam juntos e são características dos
súditos do Reino de Deus.
E do seu interior fluirão rios de água viva. O gerado vai ser
dado como um rio de água doce, que vai desembocar da sua vida e
passar para outras pessoas. Porque esse fruto é para ser saboreado
pelo próximo e não por si só. Convidamos os outros para degustar
esse doce fruto, que é o Espírito Santo. E aquele que gostar poderá
pegar a semente e semear em si próprio para ser assim também e
gerar tão maravilhoso fruto. É tempo de boa colheita. Nada de frutos
amargos, mas somente frutos capazes de melhorar o relacionamento
na família, no casal, entre os filhos, entre os amigos, entre você e
Deus.
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem
a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário,
sirvam uns aos outros mediante o amor. Toda a lei se resume num só
mandamento: "Ame o seu próximo como a si mesmo". (Gálatas 5:13-
14).
Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito.
(Gálatas 5:25).
A ação direta do Espírito Santo no corpo e mente gerará um
novo ser com uma nova mentalidade e atitude. A convivência com o
Altíssimo transforma o ser, dando-lhe um caráter e personalidade
aprovável, pois agora é amorosa e sabe viver o amor; gera benefícios;
sabe viver na alegria independente do contexto; transmite paz, sendo
capaz de suportar tribulações, sendo comprometido, manso e tendo o
seu domínio próprio.
Os testemunhos são eternos
Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder pertence
a Deus. (Salmos 62:11).
Deus escolheu fazer uma parceria com o homem. A obra
redentora tem a coparticipação do ser humano como ferramenta de se
achegar aos outros e levar a sua redenção. Ele poderia fazer tudo
sozinho, mas antes decidiu confiar nas pessoas e entregar dons e
capacidades para cumprir a sua missão. Sabia que ninguém estaria
habilitado para realizar tão maravilhoso feito. Mas através do
sacrifício de Jesus e do direcionamento e poder do Espírito Santo se
tornariam capazes de serem aperfeiçoados ao ponto de alcançar a
salvação e entrar no Reino de Deus.
Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem
de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.
(Efésios 2:8-9).
Nós recebemos todos os recursos para, mediante a graça de
Deus, ser conduzidos à salvação. Até a fé provém de Deus. Ninguém
pode dizer que alcançou a salvação ou se salvou, mas antes devemos
render a glória do ato somente a Deus. Ele criou os recursos para
irmos aos céus. É Ele que desenhou um plano que pudesse
aperfeiçoar pessoas ao ponto de serem consideradas dignas da
salvação. Se alguém deve ser engrandecido por isso é Deus. Se não
fosse o amor de Deus, o sacrifício de Jesus e a ação direta do Espírito
Santo ninguém por mais capaz que seja não chegaria nem perto das
portas do Reino.
Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer;
(Romanos 3:10).
Somos considerados justos por causa da justificativa de Cristo
que levou consigo os nossos pecados. Jesus reconciliou a humanidade
com Deus, removendo a inimizade e unindo o Pai aos seus filhos.
Recebemos isso pela graça, ou seja, um favor imerecido.
Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em
nosso favor quando ainda éramos pecadores. (Romanos 5:8).
Semelhantemente recebemos os dons de Deus pela graça. Ele
gera esses recursos sobre pessoas que deseja usar para ministrar sobre
outros. Os dons são dados para serem usados em favor da obra
salvadora, são derramados para serem usados em prol das
necessidades que Deus identifica. Quando uma pessoa traz uma
revelação para alguém, aquilo não foi planejado por essa. De repente,
as palavras surgem e vão de encontro a necessidade. Uma cura nunca
é programada, ou seja, o profeta não chega e decide curar alguém.
Antes ele ora pelos enfermos e alguns são curados e outros não.
Quem decide o que vai acontecer é somente Deus e não o ministro.
Este tem a missão de ministrar e orar, mas quem receberá o toque é
Deus que indica. O poder pertence a Deus e não ao homem.
Ao ministro é necessário ter a consciência de que o que está
acontecendo não provém dele, mas de Deus. Esse conhecimento não
vem naturalmente, mas diante da necessidade de se glorificar a Deus
pelos sinais e milagres. O ministro tem que saber que a glória do feito
pertence somente a Deus. Não se deve roubá-la, dizendo que aquilo
aconteceu por ser um homem de oração, por ser ele especial ou por
ter virtudes que ninguém tem. A verdade é que Deus derrama sua
graça sobre as pessoas e delas se serve para abençoar a outros. O Pr.
Bill Johnson diz que devemos entender que não é pra você, é por
você. Devemos compreender que coisas estão acontecendo não por
causa da importância do ministro, mas, sim, pela vontade de Deus de
abençoar vidas. A bênção não tem como finalidade o homem de
Deus. O Senhor se serve do ministro como canal para chegar a outros.
"Eu sou o Senhor; esse é o meu nome! Não darei a outro a
minha glória nem a imagens o meu louvor. (Isaías 42:8).
O poder não está no homem. Ele não é a fonte da ação e do
milagre. O poder pertence a Deus. Os créditos do que acontece são
somente para Deus. Se uma revelação sobre a vida de alguém
ocorreu, o mérito é de Deus. Se alguém é curado, o mérito é de Deus;
se um milagre aconteceu, o mérito é de Deus; se a reunião foi
maravilhosa, o mérito é de Deus; se em algum lugar está-se tendo um
avivamento o crédito é do Senhor. Devemos glorificar a Deus, mesmo
que tudo isso esteja passando por um somente homem. O Senhor o
está usando para abençoar. Glória a Deus por isso, pois ele teve
misericórdia de muitas vidas.
O homem foi feito para glorificar a Deus e o colocar em um
lugar de honra. Sendo assim, somos justos, pois é ele que realiza o
feito e faz chegar a sua misericórdia ao povo. Deus levanta alguém na
humanidade para transmitir as suas bênçãos e graça. O Espírito usa
pessoas que, através de seus dons e palavras, levam milagres e curas
aos outros.
Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer
em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não
podem fazer coisa alguma. (João 15:5).
Somente quando se está ligado a Deus é que a unção é
derramada. Sem esse contato, o óleo deixa de ser canalizado para o
homem. São necessárias a rendição do ministro diante de Deus e a sua
busca de humildade para que o dom continue a passar por ele para
tocar outras vidas. Quem controla o fluxo é o Senhor. Quem não está
em comunhão com ele, não recebe o que é necessário para dar frutos.
Que sejamos como vasos destampados, prontos para receber o
óleo fresco do dom de Deus que será derramado em prol dos seus
projetos.
...
Grande ferramenta de ajuda ao próximo é a intercessão, ou seja,
a oração feita em prol das necessidades do outro. Uma das formas
mais poderosas de amar ao próximo é orar por ele, suplicar ao Senhor
para que possa estender a sua mão direita poderosa para ajudá-lo em
suas necessidades. Quando o resultado da oração se manifesta, quem
merece o crédito, aquele que orou ou quem realizou o milagre?
Ambas as partes são importantes, mas o crédito é de quem realizou,
ou seja, Deus. O resultado não aconteceu pelo poder da oração, ou
seja, não emanou daquele que estava a suplicar, mas veio do
Altíssimo, que, com o seu coração cheio de graça, realizou o feito. O
intercessor é aquele que coloca a sua confiança em Deus e se humilha
diante dele esperando a sua benevolência. A oração é uma atitude de
confiança no Senhor, de crer que as suas mãos podem alcançar o
próximo e realizar o que ninguém poderia realizar. Glória do feito é
dada a Deus, somente a ele.
Jesus certa vez narrou uma história de dois homens que subiram
ao templo para orar, o primeiro era fariseu e orava ressaltando a sua
atitude de oração e jejum, de como era fiel em seu dízimo e como
cumpria os requisitos da lei, se dizia superior ao que estava ao lado,
um publicano. Este orava com a cabeça baixa por ter vergonha de si e
suplicava pela misericórdia do Senhor. O Mestre ensinou que o
fariseu não saiu justificado, mas o publicano sim. A oração não é
lugar de soberbos, mas de humildes que estão dispostos a se rebaixar
diante de Deus e reconhecer a sua soberania, que reconhecem a sua
dependência de Deus e a necessidade do seu socorro. Quem se achega
a Deus para se exaltar será humilhado, mas aquele que se rebaixa
diante do Senhor, esse sim será justificado.
A oração não é uma ordem aos poderes celestiais, mas uma
súplica àquele que tem todo o poder sobre os céus e a terra.
...
Acredito que tudo isso pode ser entendido como a promessa
retratada na parábola do filho pródigo. Após a sua volta, arrependido
e disposto a obedecer, foi realizada uma grande festa pelo seu retorno.
Mas isso não foi bem visto pelo outro filho, pois esse permanecia
trabalhando e servindo, não desperdiçando o patrimônio do seu pai. A
sua reclamação é que nunca se achou no direito de pegar um animal
para festejar com os seus amigos. O pai nesse momento revelou uma
das maiores promessas da Bíblia: Tudo que é meu é seu!
Disse o pai: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que
tenho é seu”. (Lucas 15:31).
O texto não está dizendo que tudo foi dado ao filho, mas que
tudo era compartilhado com ele, ou seja, não é do filho, mas está a
sua disposição, embora continue na posse do Pai. Deus dá o direito de
uso ao filho, mas este se deve lembrar que tudo é propriedade do Pai.
E que se deve usar sabiamente, pois ele confia que é possível dar aos
filhos e serem bem usados. O filho pródigo recebeu tudo e fez mal
uso. Mas aquele que ficou, compartilhava tudo com o Pai e por isso
não desperdiçou os recursos.
Deus compartilha os seus recursos, seus dons, virtudes e
riquezas do Reino com os seus filhos. Quem é filho e servo receberá
dos recursos dos céus para agir em favor dos propósitos de Deus.
Devemos ter a compressão de que os bens estão a nossa disposição
para quando necessitarmos. É vontade de Deus que sejam usados,
desde que se saiba quem é o dono de tudo isso.
Em qualquer lugar
...
Realizo um trabalho social com um grupo de pessoas cristãs.
Uma vez por mês separamos cestas básicas doadas por nós mesmos e
conhecidos, e levamos em uma região de desfavorecimento social
onde muitas famílias passam por dificuldades financeiras. Vamos de
casa em casa, tendo um tempo de comunhão com as pessoas e
momentos de edificação. O pastor que iniciou o trabalho tem a sua
igreja localizada lá. Então conhece as famílias que têm real
necessidade de uma visita. É sempre uma alegria quando na manhã de
sábado nos reunimos para levar os alimentos e adentrar as casas,
podendo conversar diretamente com os necessitados e compartilhar
de suas dificuldades. Oramos e profetizamos a transformação do
Senhor naquela casa. Mês após mês podemos ver a graça de Deus
vindo sobre famílias e lares.
Certo dia, íamos para a casa de um assistido, o Betão, pedreiro
por profissão, que há muito tempo tinha virado alcoólatra e andava
como mal podendo se sustentar em pé. Ele tinha um cinturão
composto de várias garrafinhas de cachaça, sem contar as que
estavam escondidas pela casa. Todas as vezes que íamos a sua casa
ele mal conseguia falar devido ao seu alto grau de embriaguez.
Mensalmente íamos lá e orávamos ministrando a transformação de
Deus naquela casa e abençoando a família. Certo dia, ao chegar lá, o
vimos sóbrio e assustamos com aquilo. No outro mês, ao visitar
novamente, estava sóbrio, já não andava com as garrafinhas. No outro
mês o vimos trabalhando e construindo a sua casa. Milagrosamente
testemunhamos aquele homem largando o vício e retornando ao seu
trabalho. A família se alegrou ao ver a mudança de vida, de um
bêbado em um pai de família trabalhador. Membros da nossa equipe
choraram ao ver o resultado, pois tinham duvidado que um dia viriam
ele assim tão bem. Então íamos fazer a visita em sua casa mais uma
vez levando novamente o suprimento para ajudar, quando cruzamos,
um homem de aparência nordestina que estava parado em frente à rua
que levava à casa do Betão, nos viu carregando uma cesta básica de
alimentos e estendeu a mão e disse: “Vocês fazem...”, ele não sabia
exatamente o que dizer, por isso completei: “ajuda social?”, ele
acenou com a cabeça indicando que era isso que queria dizer.
Aproximamos dele, que contou a sua história: veio do Piauí
juntamente com a sua mulher e filhas, pois lá estava em grande
dificuldade financeira. Juntou o pouco dinheiro que tinha e veio tentar
a sorte na cidade. Ao chegar alugou uma pequena casa e foi tentar
encontrar trabalho. Sem sucesso, em suas andanças pelas ruas à
procura de emprego, um ladrão roubou o pouco dinheiro que tinha e
seus documentos. Ele agora estava com o aluguel atrasado e não tinha
o que comer. Nós estávamos habituados a ouvir histórias falsas para
conseguir ajuda então decidimos constatar a veracidade dos fatos,
falamos para ele esperar que nós iriamos fazer a visita programada e
depois iriamos falar com ele. Ele ficou esperando no mesmo lugar a
nossa volta.
Ao voltar, o colocamos em nosso carro e falamos que iriamos
em sua casa para comprovar se essa história era verdadeira mesmo.
Fomos por aquelas ruas de chão batido descendo para a região mais
pobre daquele lugar. Paramos em frente a uma casa onde a sua esposa
esperava à porta, assustada, pois tinha acabado de ocorrer um
homicídio naquela rua. Entramos rapidamente na casa e conhecemos
a sua família. Ele tinha uma esposa e três lindas filhas e moravam em
uma pequena casa alugada juntamente com os seus móveis. Ele abriu
a geladeira e tinha somente um saco de ossos que tinha conseguindo
em um açougue local. Nós perguntamos o que ele tinha comido.
Respondeu dizendo que tinha conseguido um punhado de arroz e fubá
com o Betão ofertado para a sua família se alimentar. Perguntamos o
que ele tinha comido, ele disse: “Tomei um suco de abacate ontem”.
O mais interessante dessa história foi que ele tinha nos abordado
procurando emprego, apesar de estar com muita fome, a sua vontade
era encontrar um emprego para resolver o seu problema. Ele estava
com o aluguel atrasado ao ponto de ser despejado, a família passando
fome e ele desempregado, uma situação realmente difícil. Concluímos
que realmente ele precisava de uma ajuda. Pegamos uma grande cesta
de alimentos e deixamos naquela casa, mas uma pergunta me veio à
mente naquele momento e assim eu disse: “Vemos que realmente
precisa receber a ajuda, assim o faremos, mas queria te perguntar se
você acredita em Deus? Pois veja bem, cruzamos na sua frente
carregando alimentos, e agora estamos aqui entregamos algo e
acredito que podemos encontrar emprego para você, isso é muita
coincidência, você acredita que foi Deus que fez isso?”. Ele disse que
todas as noites juntamente com a sua esposa escutavam um CD de
louvores que conseguiu e choravam, disse que acredita em Deus e
chorava ao ouvir músicas que falavam de alguém que se importa com
as pessoas. Pedi então para colocar essa música, pois naquele dia
queria chorar um pouco também. Eu e o Pr. Clésio nos acomodamos
nas cadeiras e ficamos prontos para escutar. A esposa dele foi ao
quarto e colocou a música que eles ouviam, de repente a presença de
Deus tomou aquele lugar. Chorávamos compulsivamente, pessoas se
ajoelhavam e era incontrolável segurar as lágrimas. Sabíamos que
naquele momento Jesus estava lá. Ao sair, peguei o dinheiro que
estava em minha carteira dei na mão daquele senhor e disse para
comprar uma boa carne e fazer uma boa refeição. O que tínhamos
vivido naquele momento era impossível não compreender a intenção
de Deus para aquela família. Naquela mesma semana um membro do
nosso grupo conseguiu um emprego em uma construção para ele e
outro conseguiu uma nova moradia para eles viverem. O que eu
entendi desse dia é que tínhamos vivido um autêntico milagre de
Deus e que nunca teríamos presenciado isso se tivéssemos
negligenciado esse trabalho, pois em qualquer lugar o Espírito se
manifestaria e que a graça de Jesus usaria a nossa vida para abençoar
aquela família.
Sensível ao Espírito Santo
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, benditos
de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado
desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de
comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês
me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive
enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me
visitaram”.