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13-16
Introdução:
O cristianismo não é teórico. Toda doutrina cristã tem uma implicação prática para
a vida do crente.
O caráter cristão não é apenas teórico.
Depois de descrever o caráter do crente, Jesus passa agora a mostrar as
conseqüências deste caráter.
Basicamente Jesus nos ensina que uma vez que o cristão possui o caráter descrito
nas bem aventuranças, ele produz alguns efeitos práticos.
Ele faz isso lançando mão de duas metáforas (figuras de comparação) muito
conhecidas de todos desde antes de seu tempo. Os discípulos de Jesus conheciam bem
o sal e a luz. Estavam familiarizados com estes elementos domésticos.
O sal e a luz são elementos muito comuns em nosso dia-a-dia. Estamos tão
familiarizados com sua presença que somente podemos perceber sua importância
quando: estamos doentes e proibidos de comer sal; Quando a energia acaba e ficamos
sem luz no meio da noite.
Assim, as características destes elementos os tornam indispensáveis à nossa vida.
Por isso a metáfora de Jesus é tão simples e ao mesmo tempo tão profunda.
Ela mostra que o cristão é alguém muito simples em sua essência, mas de grande
poder em sua influência. Isso por causa de sua constituição essencial.
Contudo o efeito desta influencia só pode ser sentido se o cristão estiver em
contato com o mundo. E especialmente se ele mantiver essas características essenciais.
Isso torna indispensável a existência de uma relação entre o cristão e o mundo a sua
volta.
Assim, a idéia fundamental do texto é:
Sal fora do saleiro – O sal não tem função se não for lançado sobre os alimentos.
A igreja e o mundo são opostos. As figuras usadas por Jesus demonstram isso.
A igreja é o sal. Um elemento quimicamente estável e preservado por suas
características essenciais.
O mundo é um elemento perecível. Está em processo de decomposição e não
pode, por si só, impedir isso.
A igreja é a luz.
O mundo está em trevas.
"Vocês vão viver em meio a diferenças, a coisas que lhes são estranhas. Vou jogá-
los dentro de algo que é radicalmente o oposto de vocês. Vocês não estão no mundo para
procurar uniformidade para as suas próprias vidas. Ao contrário, vocês vão viver num
ambiente essencialmente avesso a vocês, para que possam alterá-lo 1."
1
Caio Fábio; Sal fora do saleiro; versão e-book. P. 5.
1Jo 2.15,16
Nem devemos nos conformar com este mundo
Rm 12.1,2
1Pe 2.11,12.
Conclusão:
Um dos grandes dilemas do mundo evangélico de nossos dias é em até que ponto
devemos nos envolver com a cultura.
Neste texto Jesus nos mostra que não podemos escapar de relação com o mundo
e com a cultura ao nosso redor.
Estamos no mundo.
Fomos salpicados nele. Contudo esta relação não pode ser uma relação amigável
de compartilhamento ou de simbiose (vida em conjunto, compartilhamento).
Definitivamente o crente não compartilha da vida do mundo porque não possui o
caráter do mundo.
Então o mundo precisa da igreja, e a igreja tem que estar no mundo sem, contudo,
ser do mundo.
Contudo esta relação é capaz de produz efeitos ou resultados.
No próximo estudo veremos quais são os efeitos desta relação.
II. Os efeitos produzidos na relação da Igreja com o mundo
Os efeitos causados pela igreja em contato com o mundo são decorrentes também
de sua natureza.
Os elementos usados por Jesus nestas metáforas são elementos que representam
a constituição essencial da igreja.
Assim os efeitos produzidos são semelhantes aos efeitos produzidos pelo sal e
pela luz sobre aquilo com o qual entram em contato.
1. Preservação
Presente na figura do sal.
Uma das qualidades do sal é que ele preserva os alimentos do processo de
degradação.
O sal não empresta suas qualidades ao alimento e o torna mais vívido, ao
contrário, o sal age como um anti-séptico impedindo a putrefação dos alimentos sobre os
quais é lançado.
A. Coletivamente:
A igreja age como sal de forma coletiva quando expõe publicamente sua posição
como consciência do estado. Temos visto isso nos últimos dias principalmente por causa
da PL 112/06 que está tramitando no Congresso Nacional.
Esse posicionamento coletivo da Igreja é muito positivo.
Mostra que a Igreja não está apenas preocupada consigo mesma ou apenas com
as questões religiosas, mas também com o bem estar da sociedade como todo, crente e
incrédula.
Esse deve ser o papel da Igreja no mundo ela está inserida.
Não ser dona do estado, mas de não ser capacho.
Deve ser consciência deste e levantar, quando preciso a bandeira da verdade
bíblica com o fim de coibir o avanço da iniqüidade.
Cristo dirige-se em seu sermão aos seus discípulos. Aquele era o colégio
apostólico, o primórdio da igreja neo-testamentária.
Contudo Cristo fala de um caráter individual na introdução do seu sermão. Cada
cristão individualmente deve viver como um agente de preservação da deterioração do
mundo.
De que forma?
Ele faz isso vivendo o caráter descrito por Cristo nas bem-aventuranças.
Ex: Rodinha de piadas impuras. O crente chega e... elas acabam. Mas será que
hoje elas têm acabado mesmo?
Se não fazemos diferença nos círculos íntimos, como queremos fazer diferença a
nível nacional?
Se nós, os crentes, vivêssemos mais o real caráter de Cristo descrito nas bem-
aventuranças desde nossa individualidade mais intima, não haveria necessidade de
passeata contra a PL 122/06.
E mesmo que houvesse, com certeza teríamos muito mais apoio daqueles que
nem crentes são. Pois a sociedade como um todo estaria mais impregnada com a
cosmovisão cristã.
Outra função do sal é dar sabor, tornar mais agradável ao paladar os alimentos.
Mas é interessante que o sal não realça o sabor dos alimentos. Ele confere sabor.
Um arroz sem sal não tem gosto de nada. Macarrão sem sal é quase intragável. Não tem
gosto próprio.
Assim a igreja em contato com o mundo não o torna mais agradável, palatável,
mas lhe confere sabor, qualidade de vida.
É claro que isso não se refere a Deus. Nem a igreja, nem nada, podem fazer com
que Deus goste mais, ou se sinta melhor, ou se agrade mais do mundo, porque o mundo
jaz no maligno e está sob Sua ira.
A igreja torna o mundo mais habitável a si mesma e a toda humanidade. Ou seja,
ele o torna mais agradável para a existência humana.
1Tm 2.1,2; Rm 13.1-7;
“Não podemos tornar a sociedade perfeita, mas podemos melhorá-la. A historia
está cheia de exemplos de melhora social por meio da influencia cristã 2”.
Exemplos:
Abraham Kuyper – “Conosco, o que importa não é a influência que temos agora,
mas a que teremos daqui a cinqüenta anos... Quantos da próxima geração serão
seguidores dos nossos princípios? (...) Lutar contra um mal social isolado ou resgatar os
indivíduos, embora excelente, é muito diferente de agarrar o problema sócio-econômico
em si com o sagrado entusiasmo da fé”.
Falta tempo pra falar de tantos cristãos que cumpriram com zelo este papel.
2
Stott, A Biblia toda o ano todo. p. 193
3. Iluminação / Esclarecimento / Revelação
Conclusão:
Contudo estes efeitos apontados por Cristo como naturais aos crentes quando em
contato com o mundo, precisam de algumas condições para serem produzidos.
É sobre isso que trataremos nos próximo estudo.