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13-16
Pr Luis Filipe A. Correa
INTRODUÇÃO
O sal e a luz são metáforas domésticas que fala da influência dos cristãos bem-aventurados no mundo. A
relevância de sua vida pessoal contagia a sociedade. Toda casa, por mais pobre que seja, usava e usa esses
elementos domésticos indispensáveis. Daí a importância de reconhecermos os valores espirituais implícitos
nesses símbolos. O papel do cristão é duplo: como sal, ele interrompe ou retarda o processo de corrupção
do mundo; e, como luz, ele brilha para desfazer as trevas de um mundo evidentemente escuro. Sal para
salgar e luz para iluminar, este é o papel do cristão no mundo. Aprofundemos mais a metáfora.
Jesus costumava ensinar mediante o uso de figuras de linguagem próprias do contexto de sua audiência.
Veja que o discurso de Jesus é direto e categórico: “Vós sois o sal da terra”. O sal possuía naquela época e
ainda possui, duas funções pelo menos: a de preservar e a de temperar alimentos. O que significa dizer
que, para Jesus, os seus discípulos são agentes de conservação capazes de retardar a putrefação ou
apodrecimento da terra, bem como de trazer sabor, tempero, a este mundo em desequilíbrio. Qual uma
carne que se deteriora, o mundo está apodrecendo socialmente, eticamente, moralmente, etc. A igreja,
portanto, tem como papel salgar e conservar a terra, influenciando a sociedade. Essa era a expectativa de
Jesus, que numa sociedade corrompida, seus seguidores se posicionassem de modo a fazer a diferença.
Jesus trata da relevância cristã utilizando a figura do sal, porque o sal era um material amplamente utilizado
na sociedade antiga, bem como na dele (cf. Ed 7.21,22; Mc 9.50; Cl 4.6). Por exemplo, o sal era utilizado
como dinheiro nas transações comerciais. É daí que vem a expressão “salário”, que se origina do latim
salarium, que significa "dinheiro de sal". Além disso, destacasse o seu valor nutritivo, principalmente
quando o assunto é o sabor dos alimentos como já vimos. Porém, o sal também tinha, e ainda tem, um
elevado valor medicinal. Você sabia que na falta de creme dental, em tempos passados, se usava o sal para
escovar os dentes? Isso sem falar do seu poder de conservação, pois, num tempo onde não havia geladeira
nem freezer, o sal era importantíssimo porque ajudava a conservar os alimentos perecíveis, evitando ou
adiando a deterioração deles, de modo que podiam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de seus
valores nutricionais. Se não fosse o sal, por exemplo, o bacalhau português e norueguês chegaria ao Brasil
podre! Entretanto, o que podemos tirar de lição prática dessa metáfora para a vida do salvo em Jesus?
Aprendemos que a presença do cristão na sociedade serve como elemento de preservação. Ora, o mundo
não está pior porque as ações dos verdadeiros discípulos do Senhor contribuem para evitar o seu
apodrecimento. A sanalidade do cristão é o seu caráter cristão conforme descrito anteriormente nas bem-
aventuranças, isto é, o verdadeiro discipulado, visível em atos e palavras. Eis o desafio. Por nosso
testemunho contribuímos para que os valores éticos, nem se diluam em meio às torpezas e aos desvios
morais do mundo em que vivemos. Então, uma pergunta não quer calar: Por que há tantos crentes vivendo
como sal dentro do saleiro (templo religioso)? Nossa vocação é salgar, não uma vida religiosa insípida!
Esse símbolo é forte e de grandes significados. Eis algumas lições que podem ser extraídas: a) a escuridão
não consegue jamais prevalecer ante a luz. Quando esta chega, as trevas desaparecem; b) por outro lado, a
ausência absoluta de luz permite que a escuridão prevaleça em termos absolutos de modo que nada fica
visível aos olhos humanos. Por isso, a afirmação categórica do Mestre: "Vós sois a luz do mundo" (v.14). Em
outras palavras, a luz permite os homens conhecerem na prática a verdade do evangelho através do
testemunho de cada cristão.
Fato interessante é que o primeiro elemento a ser criado por Deus foi a luz, justamente com o intuito de se
opor às trevas. Trevas e luz não se combinam ou misturam; são inimigas implacáveis e irreconciliáveis.
Aonde a luz chega, as trevas têm de arrumar suas malas e ir embora. Da mesma forma é o cristão como luz,
ele não se mistura com as trevas, pelo contrário, combate e abomina as trevas do pecado (cf. 2 Cor 6.14; Ef
5.8-13). Aonde o cristão chega a luz de Jesus brilha no ambiente.
Num blecaute de luz, à noite, torna-se complicado ver as coisas. Uma dona de casa, por exemplo, a olho nu,
encontra certa dificuldade de limpar determinados lugares escuros de uma casa. A escuridão atrapalha ver
a sujeira. Porém, quando o sol bate na janela e forma uma faixa de luz, é que pode perceber determinadas
sujeiras. De natureza, a luz é traz visibilidade. Ela é capaz de expor os pecados e revelar os erros. Ora, onde
o crente estiver a visibilidade positiva de sua fé tem o poder de mostrar aos homens o estado de suas almas
e, ao mesmo tempo, é capaz de atrair os homens a Cristo.
Não podemos ser como uma cidade ou vila escondida num vale, cujas luzes ficam ocultas, mas como uma
cidade edificada em um monte, cujas luzes são claramente visíveis a quilômetros de distância.
São várias as lições que podemos extrair das metáforas sal e luz. Nelas descobrimos as responsabilidades
que estão sobre os cristãos no mundo. Três se destacam.
Há uma grande diferença entre igreja e o mundo, ou pelo menos deveria haver. É bem verdade que alguns
ímpios adotam bem um disfarce de cultura cristã e que, em contrapartida, há crentes professos que não
diferem em nada dos ímpios, negando o nome de cristão através de seu comportamento mundano. Mas a
diferença essencial não pode ser revogada. As imagens distinguem o mundo dos cristãos, como o seco e o
molhado, como as cores preto e branco, assim são luz e trevas e sal e deterioração. A diferença é óbvia e
clara.
3.2. Os cristãos têm que aceitar a responsabilidade que essa diferença traz.
Quando Jesus enfatiza que os discípulos são sal e luz, Ele os chama à responsabilidade do ofício. Era como
Jesus estivesse dizendo assim: “vocês não podem falhar para com o mundo em que foram chamados a
servir”. Vocês são sal e luz. O sal não tem valor dentro do saleiro, ele tem que salgar. A luz não tem valor se
ficar escondida, ela tem que brilhar. Embora sejamos moral e espiritualmente distintos dos ímpios, não
podemos nos afastar da sociedade, pelo contrário, devemos salgar a terra e brilhar no mundo. Está diante
de nós essa vocação cristã, estamos em vantagem nessa tarefa de influenciar o mundo. Temos Jesus, seu
evangelho, seus ideais e o seu poder a nosso favor. Temos e somos o que o mundo não tem e não é, mas
precisa urgentemente.
Os cristãos têm de considerar que sua responsabilidade é dupla, como vimos acima, embora seus efeitos
sejam complementares. Uma é a função negativa do sal: impede e evita a deterioração. Já a segunda
função é positiva, brilhar como luz: ilumina e brilhar em meio às trevas. Assim, Jesus mostra a dupla
influência do cristão na sociedade: negativa de impedir a propagação do pecado e positiva, de propagar a
verdade, a beleza e a proposta do evangelho de Jesus ao mundo. Seria, por assim dizer, evangelização e
ação social, pregação da fé e pratica de boas obras, proclamação e ação!
CONCLUSÃO
O propósito maior de o cristão ser sal e luz é glorificar a Deus (v.16). Deus é exaltado em sua glória quando
cumprimos nosso papel de cristãos.
Portanto, o cristão não pode perder sua característica distintiva de sal da terra e luz do mundo, mas primar
pela excelência espiritual, conservar suas convicções cristãs, seus valores, padrões e estilo de vida. Com isto
todos perceberão que ser crente é muito mais do que frequentar a igreja.
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