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Sumativa
Avaliação e Gestão de Risco de Violência
Doméstica
Formadora: Sandra Ribeiro
Entidade Formadora
Caso Élia
Élia tem uma relação de 8 anos com o companheiro, Rui. Durante todos estes anos, foi humilhada, insultada
e abusada sexualmente. Rui não a agredia fisicamente, mas chegou a apertar-lhe o pescoço. Quando tudo
começou, Élia vivia num quarto alugado no mesmo prédio onde habitava o futuro companheiro. Depois de
dois anos de namoro, foram viver juntos. O sítio para onde vão é próximo da casa da família de Rui. Quando
fazem as mudanças, Élia repara nas primeiras alterações de comportamento dele. Começou a mostrar-se
preocupado com o dinheiro, a culpá-la pelas dificuldades económicas e a mostrar-se agressivo. Élia nunca
se integrou no núcleo familiar. Élia estava sozinha, não tinha família. Antes de se juntar, tinha alguns amigos,
com quem foi perdendo o contacto, pois Rui criava problemas com todas as suas relações. O companheiro
de Élia ameaçava constantemente colocá-la fora de casa, caso alguma coisa o desagradasse. As
discussões surgiam a propósito de problemas com dinheiro, exigências sexuais ou as supostas amizades e
saídas de Élia. Élia habituou-se ao terror permanente de ser verbalmente agredida ou ameaçada de ser
colocada fora de casa, ameaça que Rui cumpriu algumas vezes, deixando-a sozinha na escada do prédio
durante a noite inteira. Muitas vezes, por se recusar a ter relações sexuais ou porque o jantar não estava
pronto a horas. Entretanto, começou a sentir-se pressionada a engravidar, o que acabou por acontecer. Nos
últimos meses da primeira gravidez, Élia deixou de trabalhar, agravando-se a sua dependência económica.
Ele dava-lhe dinheiro para compras, que Élia sentia que tinha de aplicar rapidamente porque no dia seguinte
ele pedia-lhe de volta, pois gastava o seu ordenado muito depressa e, posteriormente exigia-lhe dinheiro.
Com o nascimento do primeiro filho, a situação de violência agrava-se. O companheiro nunca aceitou bem
a personalidade da criança, sensível e tímida. Acusava o filho de ser “maricas” e culpava Élia por ele não
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Formadora: Sandra Ribeiro
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ser o modelo de rapaz que sonhara. A filha nasceu um ano e meio mais tarde, e ele
aceitava-a melhor, dizia “esta sim, é minha filha”. A distinção entre os dois filhos foi-se agravando. Élia volta
a trabalhar mais tarde numa ocasião em que o companheiro perde o emprego. Nesse período, era ele que
estava em casa quando as crianças voltavam da escola. Quando Élia chegava, as crianças contavam
episódios de violência com o pai. A situação estava cada vez mais grave, as agressões sucediam-se. Élia
pensava muitas vezes em sair, mas tinha receio de perder os filhos. Numa das várias ocasiões em que Élia
foi posta na rua, vai para casa da sua única amiga, deixando os filhos com o pai. Élia sai de casa, tenta
amiga, com gritos à sua porta, onde vociferava: “se aqui continuas vamos todos, vamos todos de uma vez,
primeiro eles, depois tu e eu a seguir.” Longe dos seus filhos, pois Rui impede-a de os contactar, e temendo
que aquele cumprisse com as ameaças proferidas, sem trabalho nem dinheiro e a sujeitar a amiga à
presença sistemática e violenta do ex-companheiro, Élia acaba por voltar para casa, contudo, receando pelo
que possa acontecer, contacta o Gabinete de Apoio á Vítima, onde pede ajuda.
Bom trabalho!