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Criminalidade, violência e prevenção Se a criminologia permite concluir que crianças ou irmãos; baixos indicadores de conhecimento e

socialmente marginalizadas e vitimadas pela violência inteligência; e separação da criança do pai ou da mãe.
(estratégias de prevenção, tipos de doméstica possuem chances muito maiores de  Paradigmas de má influência familiar
prevenção, fatores de risco desenvolver condutas infracionais na adolescência, tal o Negligência
informação pode ser lida por policiais ou por o Conflito
 Investimento em prevenção gera economia no longo
operadores do direito de forma a presumir que jovens o Perda
prazo
com esse histórico são “suspeitos”. Vale ressaltar que o Comportamento e valores desviantes
 No RJ o gasto com Seg Pub. é 2,7x mais que com
casos assim deveriam, pelo contrário, estimular  escolas com altas taxas de infração tendem a ter
Saúde e 21,7x mais que com a Sec de Desenv. Social
programas de proteção às crianças em situação de baixas taxas de frequência, alunos com deficiências de
 Experimento na Holanda: investimentos de caráter
risco” aprendizagem e oriundos de famílias de baixa renda
preventivo em desenvolvimento social seriam muito
mais efetivos do que aumentar o policiamento com a o que há de intolerável no fenômeno da vitimização é  um dos fatores responsáveis pela infração é a alta
contratação de mil novos policiais precisamente a quantidade de medo, dor, sofrimento taxa de punição e a ausência do costume de premiar
 notadamente para os chamados “crimes de e redução da qualidade de vida que ele carrega. Esses e/ou elogiar os alunos em classe.
oportunidade” –, uma correta intervenção de caráter são os custos que não podem ser estimados. Fatores de Riscos na Escola
preventivo desencadeada pela polícia pode fazer  Incentivo a um maior vínculo familiar, ensino de um
enorme diferença. Essas possibilidades são,
Políticas Associadas a Fatores de Risco
comportamento desejável pelos pais e criação de
 Fatores de Risco Individuais
entretanto, mais dificilmente percebidas em um limites na escola e recompensas ao bom
contexto histórico marcado pelo “modelo reativo”  Fatores de Risco na Família
comportamento tiveram bons resultados. Essas
 Policiamento reativo é incapaz de enfrentar  Fatores de Risco na Escola
crianças eram mais intolerantes à violência
especificamente os fatores de risco Fatores de risco individuais  taxas de criminalidade respondiam à configuração de
 Temperamento três fatores básicos:
Estratégias de Prevenção
 Personalidade o O esforço exigido para a prática do crime;
Prevenção Primária
 Impulsividade o O risco concreto que se corre ao praticá-lo;
 Alvo: Comunidade inteira
 Hiperatividade o O tamanho da recompensa oferecida pela sua
 PROERD, Vizinhança Solidária
 Deficiência de atenção realização.
Prevenção Secundária
Fatores de risco na família Outros Fatores de Risco
 Alvo: proteção de pessoas com alto risco de se
 Chave: educação dos pais  Mídia
iniciarem na delinquência
 Baixos investimentos com resultados surpreendentes  Desorganização comunitária
 Formando Cidadão, Guarda Mirim
 Aproximação de profissionais da saúde no  Gangues
Prevenção Terciária acompanhamento de recém nascidos reduziu os casos  Amigos
 Alvo: aqueles que já iniciaram um processo de de abuso, negligência familiar e prisões
criminalização  Fatores preditivos para o crime: falta de cuidado
 Maria da Penha, Manuscrito de Fé apropriado com as crianças; comportamento
antissocial na infância; agressões sofridas pelos pais
Objetivos da polícia listados por Goldstein Princípios de Robert Peel Polícia de consentimento
(2003) 1. A polícia deve ser estável, eficaz e organizada
militarmente, debaixo do controle do governo.
(características);
 Prevenir e controlar condutas amplamente
reconhecidas como atentatórias à vida e à 2. A missão básica para a polícia existir é prevenir  Poder de polícia legitimado – comum concordância
propriedade (crimes graves); o crime e a desordem; a capacidade da polícia  Cooperação pública
 Auxiliar pessoas que estão em risco de dano físico, realizar suas obrigações depende da aprovação  Pacificação das relações sociais – legitimidade social
como as vítimas de um ataque criminoso; pública de suas ações.
 Criar e manter um sentimento de segurança na 3. A polícia necessita realizar segurança com o Hierarquia, cadeia de comando
Formação e treinamento
comunidade. desejo e cooperação da comunidade, na
 Proteger as garantias constitucionais, como o direito à observância da lei, para ser capaz de realizar Restrição da liberdade da ação
Organização
policial
liberdade de expressão e de reunião; seu trabalho com confiança e respeito do burocrática
Mandato da lei
 Dar assistência àqueles que não podem se cuidar público. Uso limitado
Arma como último recurso
4. O nível de cooperação do público para Da força
sozinhos: os bêbados, os viciados, os deficientes
mentais, os deficientes físicos e menores; desenvolver a segurança pode contribuir na
 Facilitar o movimento de pessoas e veículos. diminuição proporcional do uso da força.
Imparcialidade na ação
 Solucionar conflitos, sejam eles entre poucas pessoas, 5. Uso da força pela polícia é necessário para Proibição do voto aos policiais

grupos ou pessoas em disputa contra seu governo; manutenção da segurança, devendo agir em
Policial como servo da
 Identificar os problemas que têm potencial de se obediência à lei, para a restauração da ordem, Neutralidade
população
e só usá-la quando a persuasão, conselho e política
tornarem mais sérios para o cidadão, para a polícia ou Espírito público
Indicadores e critérios de um
para o governo. advertência forem insuficientes. Efetividade
serviço de qualidade
6. A polícia visa à preservação da ordem pública
Objetivos e Princípios da Polícia em benefício do bem comum, fornecendo
informações à opinião pública e demonstrando
Metropolitana de Robert Peel; ser imparcial no cumprimento da lei.
Concentração nas atividades de
patrulha ostensiva,
uniformizada e visível
Objetivos da Força Policial Disciplinada 7. A polícia sempre agirá com cuidado e jamais Primazia da(controlável pela população)

 Proteger o inocente demonstrará que se usurpa do poder para


fazer justiça. prevenção
Controle, responsabilização,
 Restabelecer a fé do público transparência e prestação de
Accountability
contas
 Sustentar a lei 8. O teste da eficiência da polícia será pela
ausência do crime e da desordem, e não pela
“O constable deve ser civil e cortês com as pessoas de capacidade de força de reprimir esses
qualquer classe ou condição. Ele deve ser problemas.
particularmente atento para não intervir 9. A Polícia deve esforçar-se para manter
desastradamente ou sem necessidade, de modo a não constantemente com o povo um
arruinar sua autoridade. ...Ele deve lembrar que não relacionamento que dê realidade à tradição de
existe nenhuma qualidade tão indispensável ao que a polícia é o povo e o povo é a polícia.
policial como uma aptidão perfeita para conservar seu
sangue frio.”
Eras do policiamento moderno ERA DA COMUNIDADE (1980-2000) POLICIAMENTO TRADICIONAL OU
 “Era da solução de problemas” COMBATE PROFISSIONAL DO CRIME
 Identificação e atendimento das necessidades das  Contexto da “Era da Reforma”
comunidades  Concebido num contexto histórico que buscava
ERA DA  Crescimento da importância da parceria entre polícia diminuir os conflitos urbanos que surgiam diante da
ERA DA ERA DA ERA DA
INCERTEZA
POLÍTICA REFORMA COMUNIDADE e comunidade ausência de estratégias policiais eficientes na Era da
2000 – Dias
1830-1930 1930-1980 1980-2000
atuais  Problemas que afetam a qualidade de vida da Política (1830-1930)
população  Transformação do cenário de amadorismo para o
 Parcerias comunitárias eficazes – prevenção e solução profissionalismo
de crimes  O objetivo do policiamento tradicional é criar uma
 Era da Política força de combate do tipo militar, disciplinada e
ERA DA INCERTEZA (2000 - ???) tecnicamente sofisticada, focada no controle e na
 Era da Reforma  “Nova Era / Era da Informação”
 Era da Comunidade resolução de crimes
 Virada do século (ameaças, 11 de setembro)
 Era da Incerteza  Patrulhas motorizadas com rádio
 Pluralização do policiamento, adaptação, respostas
 Atendimento 190 (911)
ERA DA POLÍTICA (1830-1930) interagências
 Tentativa de sensação de onipresença
 Divisões contraterrorismo / inteligência
 Relações estreitas entre polícia e autoridades políticas  Tática essencialmente reativa, deixou lacunas na
(nomeação e contratação de policiais)  Continuidade da parceria entre polícia e comunidade
capacidade da polícia lidar com determinados tipos de
 Estilo paramilitar, sem profissionalização delitos e delinquentes envolvendo pessoas
Estratégias do policiamento moderno
 Foco em servir aos politicamente poderosos sofisticadas e poderosas;
 Corrupção e desempenho de diversas funções sociais UMA ESTRATÉGIA DE POLICIAMENTO PODE  A prevenção do crime acabou sendo negligenciada,
 Época marcada por necessidade de ordem social e DIRECIONAR: em favor do caráter reativo da ação policial, que atua
segurança (sociedade dinâmica e rápida mudança) após a ocorrência dos fatos
 Os objetivos da polícia
 Existia uma certa participação da comunidade  Pouca ou nenhuma ênfase é dada à mobilização
 Seu foco de atuação
 Descentralização comunitária e na análise das causas do crime
 Como a polícia se relaciona com a comunidade
 Há um grande distanciamento entre a polícia e a
ERA DA REFORMA (1930-1980)  Principais técnicas utilizadas pela instituição policial
comunidade
 “Era profissional”
 “Cidadãos exigiam reformas e remoção da política do ERA DA REFORMA ERA DA COMUNIDADE POLICIAMENTO ESTRATÉGICO
policiamento 1930-1980 1980-2000  Contexto da “Era da Reforma”
 Surgimento das primeiras Academias de Polícia Policiamento Policiamento Orientado  Tentativa de melhorar o policiamento tradicional,
 Aplicação da lei com foco no tradicional combate ao Tradicional ou Combate para o Problema acrescentando reflexão e energia à missão básica do
Profissional do Crime
crime controle e do combate ao crime (MOORE;
Policiamento
 Captura de criminosos e repressão ao crime Policiamento Comunitário TROJANOWICZ, 1988).
organizado Estratégico
 Ênfase numa maior capacidade para lidar com os  O policiamento comunitário, que é a atividade prática QUAL A RELAÇÃO ENTRE O
crimes que não estão bem controlados pelo modelo da filosofia de trabalho da polícia comunitária, POLICIAMENTO ORIENTADO PARA O
tradicional enfatiza a criação de uma parceria eficaz e eficiente PROBLEMA E O POLICIAMENTO
 O objetivo básico da polícia permanece o mesmo: entre a comunidade e a polícia. COMUNITÁRIO???
controle efetivo do crime  policiamento comunitário tem a necessidade de
 Reconhece que a comunidade pode ser um deixar a comunidade nomear seus problemas e
importante instrumento de auxílio para a polícia buscar solucioná-los em parceria com a polícia
 Recebem ênfase: os crimes praticados por  Presença de parceiros imprescindíveis
delinquentes individuais sofisticados e associações  O objetivo finalístico é para além do combate ao
criminosas crime, pois permite a inclusão da redução do medo
 incrementou unidades especializadas de do crime, da manutenção da ordem e de alguns tipos
investigação de serviços sociais de emergência.
 apesar da polícia ter melhorado sua capacidade de  Método IARA
lidar com os delitos de rua, a partir do emprego de
patrulhas direcionadas, sua capacidade de prevenir o
crime ainda é mínima

POLICIAMENTO ORIENTADO PARA O


PROBLEMA (POP)
 Contexto da “Era da Comunidade”
 Estratégia que tem como objetivo principal melhorar IDENTIFICAR
ANALISAR
AVALIAR
RESOLVER  POP é um método a ser utilizado no policiamento
o policiamento profissional, acrescentando reflexão
comunitário
e prevenção criminal.
 POP permite ser implementado de duas formas
 “Desafia a polícia a lidar com a desordem e situações
o com o envolvimento comunitário
que causem medo, visando um maior controle do
o ou isoladamente,
crime” (OLIVEIRA, 2013, p. 376).
 enquanto o comunitário, essencialmente precisa do
 Implica em um programa, com sugestões sobre o que
envolvimento da comunidade.
a polícia precisa fazer”
 o crime pode ser minimizado (ou até mesmo extinto)
Paradigmas de Segurança no Brasil; -
através de ações preventivas
 Essa estratégia exige da polícia um aumento do seu Conceitos de Polícia Comunitária
repertório de opções ao reagir contra o crime na sua
 Segurança Nacional
causa raiz, o que implica em ir muito além do
 Segurança Pública
patrulhamento preventivo, investigação e detenções
 Segurança Cidadã
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO Segurança Nacional
 Contexto da “Era da Comunidade”
 Proteção dos interesses nacionais
 Regime Militar – Forças Armadas pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
 Ameaça à soberania, aos interesses nacionais I - polícia federal; V - polícias militares e corpos de
 Indivíduos sem participação nas decisões bombeiros militares......
 Instituições de repressão.
Segurança Cidadã
 Promoção da convivência e cidadania
 Participação social/sociedade civil
 Violência multicausal
 Políticas públicas articuladas (gestão local)
 Cidadão como ponto central

Segurança Pública
 Preservação da ordem pública
 Redemocratização do país – CRFB/88
 Integridade das pessoas e do patrimônio Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito
 Papel das instituições policiais e responsabilidade de todos, é exercida para a
 Segurança como papel de todos preservação da ordem pública e da incolumidade das
A política de segurança pública, mesmo após o
processo de redemocratização, foi imposta pelos
governos visando o atendimento de situações
imediatistas. Apresenta-se desconstituída de
continuidade, desarticulada entre as instituições e
esferas de poder e sem a devida participação da
sociedade na definição e estruturação das ações.

O processo de estruturação da política de segurança


pública exige rupturas, mudanças de paradigmas,
sistematização de ações pontuais combinadas a
programas consistentes e duradouros fincados,
sobretudo, na valorização do ser humano sob todos os
aspectos, levando em consideração os contextos sociais
de cada cidadão

Quadro de ações e medidas em segurança integrada


MEDIDAS
PERMANENTES
ATITUDE
1) AÇÕES
PREVENTIVA
COMUNITÁRIAS

Políticas de Segurança Pública 2) AÇÕES DE MELHORIA


[...] considera-se a segurança pública um processo ATITUDE ATITUDE
articulado, caracterizando-se pelo envolvimento de REPRESSIVA OPERATIVA
interdependência institucional e social, enquanto a
política de segurança pública pode ser definida como a
forma de instituir mecanismos e estratégias de
controle social e enfrentamento da violência e da
criminalidade, racionalizando as ferramentas da
punição
Conceitos de Polícia Comunitária crime, desordens físicas e morais, e em geral a Princípios de Polícia Comunitária
decadência do bairro, com o objetivo de melhorar a
A polícia comunitária, fundamentada no preceito da qualidade de vida da comunidade 1. Filosofia e Estratégia Organizacional
corresponsabilidade para a construção de um A base desta filosofia é a valorização da comunidade.
ambiente social saudável, constitui-se em norte Trojanowicz e Bucqueroux Para direcionar seus esforços, a polícia, ao invés de
primordial para a legitimidade das ações policiais buscar ideias pré-concebidas, busca junto às
comunidades, os anseios e as preocupações das
Ênfase nas ações de policiamento de proximidade,
mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos de
com foco na resolução de problemas” e o “incentivo ao
segurança
desenvolvimento de programas e projetos com foco na
promoção da cultura de paz, na segurança comunitária 2. Comprometimento da Organização com a
e na integração das políticas de segurança com as concessão de poder à Comunidade
políticas sociais existentes em outros órgãos e Dentro da comunidade, os cidadãos devem ser
entidades não pertencentes ao sistema de segurança Polícia Comunitária é uma filosofia organizacional
convidados para participar, como plenos parceiros da
pública assentada na ideia de uma Polícia prestadora de
polícia, dos direitos e das responsabilidades envolvidas
serviços, agindo para o bem comum para, junto da
Numa sociedade democrática, a responsabilidade pela na identificação, priorização e solução dos problemas
comunidade, criarem uma sociedade pacífica e ordeira.
manutenção da paz e a observância da lei e da Não é um programa e muito menos Relações Públicas. 3. Policiamento Descentralizado e
comunidade, não é somente da Polícia. É necessária
Polícia Comunitária é uma atitude, na qual o policial, Personalizado
uma polícia bem treinada, mas o seu papel é o de
como cidadão, aparece a serviço da comunidade e não É necessário um policial plenamente envolvido com a
complementar e ajudar os esforços da comunidade,
como uma força. É um serviço público, antes de ser comunidade, conhecido pela mesma e conhecedor de
não de substituí-los
uma força pública suas realidades.
É entendida como a conjugação de todas as forças
vivas da comunidade [...] sob a coordenação de Polícia Comunitária é o policiamento mais sensível aos 4. Resolução Preventiva de Problemas em curto
policiais especialmente designados, no sentido de problemas de sua área, identificando todos os e em longo prazo
preservar a segurança pública, prevenindo e inibindo os problemas da comunidade, que não precisam ser só os A ideia é que o policial não seja acionado pelo rádio,
delitos ou adotando as providências para a repressão da criminalidade. Tudo o que se possa afetar as mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o número
imediata. Deve ser entendida também como uma pessoas passa pelo exame da Polícia. É uma grande de chamadas (190) deve diminuir
filosofia de atuação da Polícia Militar, marcada pela parceria entre a Polícia e a Comunidade
5. Ética, Legalidade, Responsabilidade e
intensa participação da comunidade na resolução dos
Para Nazareno Marcineiro, a Polícia Comunitária é uma Confiança
problemas afetos à Segurança Pública
nova parceria entre a população e a polícia, buscando, A polícia comunitária pressupõe um novo contrato
é uma filosofia e estratégia organizacional que acima de tudo, uma conscientização popular acerca da entre a polícia e os cidadãos aos quais ela atende, com
proporciona uma nova parceria entre a população e a responsabilidade social de cada indivíduo e, ainda, do base no rigor do respeito à ética policial, da legalidade
polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia comprometimento de ambas as partes na solução de dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança
quanto a comunidade devem trabalhar juntas para problemas e na busca da melhoria da qualidade de vida mútua. Por ex.: é impossível praticar policiamento
identificar, priorizar e resolver problemas da comunidade comunitário sem respeito aos direitos humanos
contemporâneos tais como crime, drogas, medo do
6. Extensão do Mandato Policial O que não é Policiamento Comunitário  Interação
Cada policial passa a atuar como um comandante de 1. Policiamento Comunitário não é uma tática, nem um  Fixação do Efetivo
área de polícia local, com autonomia e liberdade para programa e nem uma técnica
tomar iniciativa, dentro de parâmetros rígidos de 2. Policiamento Comunitário não é apenas relações
Polícia e Cidadania
responsabilidade públicas  Polícia participa no desenvolvimento de uma
3. Policiamento Comunitário não é anti-tecnologia sociedade democrática, deslocando a ênfase do
7. Ajuda às pessoas com Necessidades 4. Policiamento Comunitário não é condescendente controle social para a mediação de conflitos.
Específicas com o Crime  Supervisão Comunitária da Polícia
Valorizar as vidas de pessoas mais vulneráveis: jovens, 5. Policiamento Comunitário não é espalhafatoso e  Defesa dos Direitos Humanos
idosos, minorias étnicas, pobres, portadores de nem camisa “10”  Isenção Politico-partidária
necessidades especiais, desalojados ou desabrigados, 6. Policiamento Comunitário não é paternalista
etc. Isso deve ser um compromisso inalienável do
Controle da Qualidade Total
7. Policiamento Comunitário não é uma modalidade ou
policial  Produtividade
uma ação especializada isolada dentro da Instituição
 Orientação pelo Cliente-cidadão
8. Policiamento Comunitário não é uma Perfumaria
8. Criatividade e apoio básico  Qualidade em primeiro lugar
9. Policiamento comunitário não pode ser um enfoque
Ter confiança nas pessoas que estão na linha de frente  Ação orientada por prioridades
de cima para baixo
da atuação policial, na atividade fim, confiar no seu  Ação orientada por fatos e dados
10.Policiamento Comunitário não é uma fórmula
discernimento, sabedoria, experiência e, sobretudo na (cientificidade)
mágica ou panaceia
educação profissional que recebeu. Isso propiciará  Controle dos processos
11.O Policiamento Comunitário não deve favorecer
abordagens mais criativas para os problemas  Controle da dispersão dos resultados
ricos e poderosos
contemporâneos da comunidade  Clientes no processo
12.Policiamento Comunitário não é uma simples
 Controle prévio (proatividade na prevenção)
9. Mudança interna edificação
13.Policiamento Comunitário não pode ser  Ação de bloqueio de problemas recorrentes
O policiamento comunitário, como prática, exige uma
interpretado como um instrumento político-  Valorização humana
abordagem plenamente integrada, envolvendo toda a
partidário mas uma estratégia da Corporação  Comprometimento da alta direção
organização. É fundamental a adequação de seus
cursos e respectivos currículos, bem como de todos os Profissionalização
seus quadros de pessoal. É uma mudança que se Características da Polícia Comunitária  Ênfase proativa na aferição dos resultados
projeta para 10 ou 15 anos  Gestão participativa e prestação de contas  Reação técnica e legal
10. Construção do Futuro  Polícia e Cidadania  Qualificação (treinamento/formação)
Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial  Controle da Qualidade Total  Valorização da inteligência policial
descentralizado e personalizado, com endereço certo. A  Profissionalização  Implementação do policiamento velado
ordem não deve ser imposta de fora para dentro, mas  Opção pelo policiamento integrado
Gestão participativa e prestação de contas
as pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia  Metodologia científica para a administração
 Comunidade participa na escolha das
como um recurso a ser utilizado para ajudá-las a prioridades através dos Consegs
resolver problemas atuais de sua comunidade
 Foco na melhoria da qualidade de vida
Elementos de Polícia Comunitária “Seis grandes forças da Polícia  conhecimento mais aprofundado das questões
das comunidades
 Prevenção do crime baseada na comunidade Comunitária”
 Reorientação das atividades de patrulhamento 1. Organização Policial
o Descolamento do atendimento 190 2. A Comunidade
 Aumento da responsabilização da polícia 3. Autoridades Constituídas e Organismos
 Descentralização do comando Governamentais
 Supervisão 4. Comunidade de Negócios
 Policiamento orientado para solução de 5. Outras Instituições
problemas. 6. A Mídia

Deveres e atividades do policiamento Se não houver uma disposição da polícia de pelo menos Reconhecimento de um Conseg
tolerar a influência do público sobre suas operações, a
comunitário Polícia Comunitária será percebida como relações
 Homologação pela SESP
 Carta Constitutiva – assinada pelo Secretário da
 Repressão; públicas e a distância entre polícia e o público será cada SESP e pelo Coordenador Estadual dos Consegs
 Patrulha Dirigida vez maior
outiliza-se de informações definir o planejamento da Finalidades
patrulha; não é aleatória Conselhos Comunitários de Segurança  Canalizar as aspirações da comunidade;
 Identificação e Priorização dos Problemas (conceito, finalidades, atribuições dos  Promover e implantar programas de
 Envolvimento da Comunidade; orientação e divulgação de ações de
Membros Natos) autodefesa nas comunidades;
 Troca de Informações;
 Organização Colegiados comunitários deliberativos e consultivos,  Desenvolver um trabalho auxiliar de combate
 Resolução de Conflitos; sem fins lucrativos, apolíticos e apartidários, vinculados às causas da violência;
 Encaminhamento; às diretrizes emanadas pela Secretaria de Estado da  Articular a comunidade visando à solução de
 Resolução de Problemas. Segurança Pública e Administração Penitenciária, com o problemas ambientais e sociais que tragam
 Comunicação; objetivo principal de organizar as comunidades e implicações policiais
 Visitas; interagir de forma estritamente técnica e privilegiada  Congregar lideranças locais e realizar ações
 Recrutamento e Supervisão de Voluntários com os órgãos de segurança pública, cumprindo as integradas visando a qualidade de vida
 Projetos de Prevenção; diretrizes emanadas pelo Poder Público e pelo  estimular a troca de experiências e a
 Combate à Desordem; Regulamento Estadual dos CONSEGs realização de ações de defesa social
 Tarefas Administrativas/Profissionais  Incentivar e organizar o voluntariado, local de Autonomia e isenção político-partidária
 Grupos Especiais; debate e de promoção da solidariedade, meio  Os conselhos devem ter autonomia em relação
 Comunicação com o Setor Privado; para criação de redes de proteção (atitudes e ao poder público, embora devam estar
 Comunicação com as Instituições não Lucrativas cuidados que reduzem a ação de infratores da articulados com ele;
lei);
 diagnosticar problemas da comunidade
 Todavia, deverão funcionar de forma apolítica V – um representante da Circunscrição Regional de V – orientar tecnicamente o CONSEG na formulação e
do ponto de vista da defesa de legendas Trânsito – CIRETRAN; e veiculação de campanhas educativas dirigidas à
partidárias ou da promoção de autoridades. VI – um representante do Núcleo de Educação. comunidade, visando a aumentar seu grau de
 Políticos podem participar, mas é vedada a autoproteção e inibir infrações e acidentes evitáveis,
autopromoção. Atribuições que possam trazer prejuízo às pessoas e ao patrimônio;
Art. 28. Os Membros Natos deverão atuar em conjunto VI – motivar o trabalho conjunto da comunidade,
Estrutura mínima
com os demais integrantes da diretoria executiva, na Polícias e demais setores do Governo, para a busca de
 Presidente
aplicação de uma segurança cidadã e na defesa dos soluções dos problemas que geram a criminalidade;
 Vice
interesses comunitários, objetivando a paz social.
 1º Secretário VII – fiscalizar os trabalhos eleitorais do respectivo
 1º Tesoureiro § 1º Em caso de divergência técnica entre os Membros CONSEG;
Natos, o fato será levado à apreciação da Coordenação
Estrutura Opcional Estadual. VIII – mediar e tomar todas as medidas ao seu alcance
 2º Secretário para que se preserve um ambiente de respeito e
 2º Tesoureiro § 2º Os Membros Natos não exercerão qualquer cargo tolerância nas reuniões do CONSEG;
 Conselho Fiscal na Diretoria Executiva no CONSEG, nem ocuparão
cargos nos Conselhos de Ética e Disciplina, Conselho IX – divulgar, perante a comunidade, os membros que
 Conselho Deliberativo
Deliberativo e Conselho Fiscal. exercem funções na Diretoria Executiva, Conselho de
 Conselho de Ética e Disciplina
Ética e Disciplina, Conselho Deliberativo e Conselho
Membros Natos Art. 29. Compete aos Membros Natos: Fiscal;
I – o Delegado de Polícia, titular do Distrito Policial I – identificar e convidar as forças ativas da comunidade X – zelar pela preservação da ética e disciplina no
circunscricional a área do CONSEG; para implantar ou reativar o Conselho, nos termos do CONSEG, garantindo ao Presidente desempenhar as
II – o Comandante da Unidade Policial Militar caput dos artigos 45, 46 e 47 deste Regulamento; funções que lhe são atribuídas pelo artigo 13 deste
circunscricional a área do CONSEG;
II – viabilizar, de comum acordo com a Diretoria Regulamento, podendo, inclusive, tomar conhecimento
III – o Supervisor ou cargo equivalente da unidade da
Executiva e membros do CONSEG a implantação de de toda a documentação, mesmo reservada, referente
Guarda Municipal circunscricional a área do CONSEG.
diretrizes, normas e procedimentos visando à ao assunto, em arquivo no CONSEG;
Parágrafo único. É permitida a participação do
Departamento de Execução Penal – DEPEN, bem como homogeneização de ações em prol da segurança XI – caberá aos Membros Natos responder pelo
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar na condição pública; CONSEG no período de vacância pré-eleitoral quando
de Membros Natos. III – ouvir a comunidade, por intermédio do CONSEG, houver mais de uma chapa.
propondo prioridades e diretrizes para os Sistemas de Parágrafo único. Os membros citados no artigo 26,
Art. 27. Poderão também participar como Convidados: Segurança Pública; incisos I e II, representarão exclusivamente a Secretaria
I – um representante da Prefeitura do Município; IV – promover a realização de palestras e encontros, de Estado da Segurança Pública e Administração
II – um representante do Poder Judiciário; objetivando orientar e qualificar tecnicamente os Penitenciária no respectivo CONSEG, dentro de suas
III – um representante do Ministério Público Estadual; membros do CONSEG; competências, devendo, em suas participações,
IV – um representante da Associação Comercial e informar sobre a variação dos índices de criminalidade
Industrial do Município; da área e medidas que as respectivas Polícias estejam
adotando para proporcionar maior segurança à por 03 (três) reuniões consecutivas, será comunicada à
comunidade. Coordenação Estadual dos CONSEGs para as medidas
disciplinares cabíveis.
Art. 55. A Reunião Ordinária deverá obedecer à pauta
padrão, contendo, no mínimo, o seguinte: Outras informações
 Não há impedimento para o Conseg se tornar
I – abertura pelo Presidente;
uma PJ
II – composição da mesa;  Ao menos uma reunião por mês
 A comunidade participa do Conseg, ou seja,
III – saudação à Bandeira Nacional;
não é representativa, mas participativa
IV – leitura e aprovação da Ata de Reunião anterior;  Conseg não olha a segurança strictu sensu
somente, mas também questões para além:
V – leitura da correspondência recebida e expedida;
o lixo, terreno baldio, dengue, pichação...
VI – breve prestação de contas pelo 1º. Tesoureiro,  Caso seja perguntado se está certo formar um
pelas Polícias e das tarefas distribuídas nas reuniões conseg para comprar arma pra pm -> está
anteriores; errado!!!
 Mas caso se pergunte que a partir de um
VII – ordem do dia, com tema principal a ser tratado;
conseg é possível comprar armamento para a
VIII – assuntos gerais; pm para melhorar o serviço policial --->está
certo!!!
IX – palavra livre com inscrição prévia junto à mesa; o A questão são as premissas e os
X – síntese dos assuntos tratados e comunicação da objetivos
próxima reunião;  Membro do conseg = ser morador ou trabalhar
na circunscrição;
XI – encerramento.  Se for membro nato não pode ser membro da
§ 1.º As decisões dos temas tratados em reunião serão diretoria executiva dele (presidente, vice,
tomadas, sempre que cabível, por votação aberta, da secretario...)
qual poderão participar os Membros Efetivos
presentes.

§ 2.º A presença dos Membros Natos à reunião mensal


dos CONSEGs devidamente homologados é obrigatória,
seja pela presença da autoridade policial ou de seu
agente policial como representante imediato.

§ 3.º A ausência injustificada do Membro Nato, seja ela


da autoridade policial ou de seu representante legal,

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