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Universidade Licungo
Faculdade de Economian e Gestão
Curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos

Trabalho Individual da Cadeira de Direito Administrativo I


Nome do Estudante: Lucas Paulo Mussa Somar Júnior; 2º Ano; Regime Pós-Laboral

Tema: Devolução de Poderes

Segundo (Amaral 2013), a Devolução de poderes é o sistema em que todos os interesses


públicos a prosseguir pelo Estado, ou pelas pessoas colectivas de população e território, são
postos por lei a cargo das próprias pessoas colectivas a que pertencem.

As pessoas colectivas públicas que recebem devolução de poderes são entes auxiliares ou
instrumentais, ao serviço da pessoa colectiva de fins múltiplos que as criou.

Vantagens
A principal vantagem da devolução de poderes é a de permitir maior comodidade e eficiência
na gestão, de modo que a Administração Pública, no seu todo, funcione de forma mais eficiente,
uma vez que se descongestionou a gestão da pessoa colectiva principal.

Desvantagens
Quais são os inconvenientes da devolução de poderes? São a proliferação de centros de decisão
autónomos, de patrimónios separados, de fenómenos financeiros que escapam em boa parte ao
controle global do Estado.

Regime Jurídico
A devolução de poderes é feita sempre por lei.
Os poderes transferidos são exercidos em nome próprio pela pessoa colectiva pública criada
para o efeito. Mas são exercidos no interesse da pessoa colectiva que os transferiu, e sob a
orientação dos respectivos órgãos.
As pessoas colectivas públicas que recebem devolução de poderes são entes auxiliares ou
instrumentais, ao serviço da pessoa colectiva de fins múltiplos que as criou.
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Sujeição à Tutela Administrativa e à Superintendência

Importa começar por afirmar que os instrumentos públicos e as empresas públicas estão sujeitos
a tutela administrativa. Não se pense, pois, que pelo facto de essas entidades se encontrarem,
também sujeitas a superintendência não se acham submetidas a tutela.

Mas as entidades que exercem administração indirecta por devolução de poderes estão sujeitas
a mais do que isso: além da tutela administrativa, elas estão sujeitas ainda a uma outra figura, a
de um poder ou conjunto de poderes do Estado, a que a Constituição chama superintendência.

A superintendência, é o poder conferido ao Estado, ou a outra pessoa colectiva de fins múltiplos,


de definir os objectivos e guiar a actuação das pessoas colectivas públicas singulares colocadas
por lei na sua dependência.

É pois, um poder mais amplo, mais intenso, mais forte, do que a tutela administrativa. Porque
esta tem apenas por fim controlar a actuação das entidades a ela sujeitas, ao passo que a
superintendência se destina a orientar a acção das entidades a ela submetidas.

Temos três realidades distintas:

A superintendência é um poder mais forte do que a tutela administrativa, porque é o poder de


definir a orientação da conduta alheia, enquanto a tutela administrativa é apenas o poder de
controlar a regularidade ou a adequação do funcionamento de certa entidade: a tutela controla,
a superintendência orienta.

Natureza Jurídica da Superintendência

Três orientações são possíveis, nomeadamente:

A superintendência como tutela reforçada

é a concepção mais generalizada entre os juristas. Corresponde à ideia de que sobre os institutos
públicos e as empresas públicas os poderes da autoridade responsável são poderes de tutela. Só
que, como comportam mais uma faculdade do que as normalmente compreendidas na tutela,
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isto é, o poder de orientação, entende-se que a superintendência é uma tutela mais forte, ou
melhor, é a modalidade mais forte da tutela administrativa.

A superintendência como hierarquia enfraquecida

é a concepção que mais influencia na prática a nossa Administração. Considera nomeadamente


que o poder de orientação, a faculdade de emanar directivas e recomendações, não é senão um
certo “enfraquecimento” do poder de direcção, ou a faculdade de dar ordens e instruções;

A superintendência como poder de orientação

É a concepção que preconizamos. Consiste fundamentalmente em considerar que a


superintendência não é uma espécie de tutela nem uma espécie de hierarquia, mas um tipo
autónomo, sui generis, situado a meio caminho entre uma e outra, e com uma natureza própria.

A superintendência também não se presume: os poderes em que ela se consubstancia são, em


cada caso, aqueles que a lei conferir, e mais nenhum. A lei poderá aqui ou acolá estabelecer
formas de intervenção exagerada; a Administração Pública é que não pode ultrapassar, com os
seus excessos burocráticos, os limites legais.

A superintendência tem natureza de um poder de orientação. Nem mais, nem menos: não é um
poder de direcção, nem é um poder de controlo.

Quelimane, Junho de 2022

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