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Educação a Distância
Caderno de Estudos
MÉTODOS DE REPRESENTAÇÃO
GRÁFICA
UNIASSELVI
2011
NEAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Elaboração:
Prof. Ademir Moretto
Prof. André Marcelo Santos de Souza
Prof. Saulo Vargas
519
M844m Moretto, Ademir
Métodos de representação gráfica / Ademir Moretto;
André Marcelo Santos de Souza e Saulo Vargas. Indaial :
UNIASSELVI, 2011.
201 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-419-5
Caro(a) acadêmico(a)!
Esta disciplina introduzirá os conceitos necessários para que você possa projetar e
entender uma projeção tridimensional num plano.
Para facilitar a compreensão dos conteúdos pelo acadêmico, organizamos este Caderno
de Estudos em três unidades, obedecendo a um critério de conhecimentos. Tentamos, com
isso, fazer com que você, caro acadêmico, tenha o conceito teórico dos temas antes de aplicá-
los. Para um melhor desenvolvimento das habilidades práticas e teóricas, projetamos este
Caderno, levando em conta que você disponha de, pelo menos, uma régua, um compasso e
dois esquadros (30° e 45º), bem como folhas A4 e lápis 6B para desenho.
Com isso, este Caderno proporcionará um apoio pedagógico para você iniciar seu
conhecimento histórico no mundo geométrico, a aplicação das projeções e dos Métodos de
Representação Gráfica.
Sempre que você precisar esclarecer dúvidas sobre os conteúdos ou sobre atividades
presentes no seu Caderno de Estudos, entre em contato conosco! Não se esqueça de fazer
as atividades, elas são importantes para o seu aprendizado.
Bons estudos!
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas.
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações.
Desejo a você excelentes estudos!
UNI
INTRODUÇÃO E FUNDAMEMENTOS DA
GEOMETRIA
Objetivos de aprendizagem
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PLANO DE ESTUDOS É
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Esta Unidade está dividida em cinco tópicos. Em cada um D
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deles, você encontrará atividades que o auxiliarão na compreensão
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dos conteúdos apresentados.
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TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DOS MÉTODOS DE P
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA R
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TÓPICO 2 – NORMAS TÉCNICAS E
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TÓPICO 3 – DEFINIÇÕES E PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS DA T
GEOMETRIA A
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TÓPICO 4 – CONSTRUÇÕES DE ÂNGULOS COM O COMPASSO Ã
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TÓPICO 5 – CONSTRUÇÃO DE MEDIATRIZ, RETAS PARALELAS
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E RETAS PERPENDICULARES
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UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Através do texto que segue, poderemos perceber que foi preciso normalizar a maneira
de utilizar a geometria descritiva e transformá-la numa linguagem universal. Por representar M
as mais variadas linguagens gráficas, dentro da matemática, engenharia e incorporando além É
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dos desenhos projetivos os não projetivos, a geometria descritiva, nesse Caderno de Estudos, O
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será também denominada de Métodos de Representação Gráfica. O
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De acordo com Debray (1994), em todas as épocas, as sociedades tinham uma maneira
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de representar a realidade em particular. Os egípcios utilizavam uma perspectiva horizontal,
É também chamada de método egípcio, os hindus a perspectiva irradiante, os chineses e os
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O japoneses a perspectiva a olho de pássaro e os bizantinos a perspectiva invertida. Para os
D bizantinos, a boa perspectiva seria o inverso da imagem real, o que está longe é representado
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S maior do que está mais perto.
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E Porém, nenhuma das perspectivas elaboradas atravessou seu perímetro cultural de
R origem, diferentemente da perspectiva cônica, desenvolvida no Ocidente por Brunelleschi e
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Alberti que unificou o mundo subordinando todas as outras. (JARCEM, 2002).
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S A seguir, apresentaremos uma retrospectiva histórica, relacionando os métodos de
E representação gráfica existentes em determinadas épocas. Além disso, é conveniente resgatar
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T alguns dos principais precursores e sua contribuição nos Métodos de Representação Gráfica,
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Ç desde a pré-história até os dias atuais.
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Na Era Glacial, Idade do Gelo, cerca de 10.000 anos a.C., as pinturas rupestres de
animais como o bisão, o cavalo, o mamute e a rena eram elaboradas umas sobre as outras,
sugerindo que a própria ação de pintar era mais importante do que a imagem resultante. (ATLAS
DA HISTÓRIA DO MUNDO, 1995).
O ser humano, na pré-história, encontrou maneiras para registrar seus vestígios através
de grafismos e desenhos. Uma das primeiras formas foi a pintura rupestre. Foram encontradas
pinturas rupestres em vários locais do mundo como na França, África, Espanha e no Piauí
(Brasil).
Essa pintura tem suas características focadas em cenas do dia a dia. Nas paredes das
cavernas foram encontrados símbolos da vida, da morte, de céu e da terra, como veremos na
figura a seguir.
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FIGURA 1 – PINTURA RUPESTRE
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FONTE: Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-na-antiguidade/
pintura-rupestre-1.php>. Acesso em: 4 abr. 2011. G
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2.1.2 Os hieróglifos
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FIGURA 2 – HIERÓGLIFOS: CAMBRA FUNERÁRIA EGÍPCIA
D FONTE: Disponível em: <http://mundonanet.sites.uol.com.br/egipcia2.jpg>. Acesso em: 4
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abr. 2011.
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3 O SURGIMENTO E CARACTERÍSTICAS
S DA GEOMETRIA ABSTRATA
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T Segundo Boyer (1996), aproximadamente há 300 a.C., os gregos apreciavam a
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Ç geometria não apenas em virtudes de suas aplicações práticas, mas por tentar entender a
à matéria por ela mesma. Foi o grego Euclides que sistematizou a geometria, que fundamenta
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a representação gráfica no livro “Os Elementos”. Esse livro foi o modelo de como devia ser o
G pensamento científico, exercendo, portanto, influência no Ocidente até o século XIX.
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F A geometria abstrata é uma característica marcante da arte grega até o século V a.C.,
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quando nem a figura humana nem a natureza tinham ainda conquistado definitivamente o seu
lugar.
Na Idade Média, a geometria era a disciplina mais desenvolvida sob o ponto de vista da
abstração científica e, para Platão, a mais adequada para investigar o domínio suprassensível.
Os autores Thuillier (1994), Wertheim (2001) e Koyré (1982) afirmam que a aplicação
de métodos científicos na expressão gráfico-visual só começou próximo ao Renascimento,
quando se fortaleceu a demanda por expressões realistas que baseada em métodos universais,
agregassem credibilidade à representação. A partir da Antiguidade Clássica, entretanto, já se
nota uma clara tensão entre a realidade e a sua representação. Este fato se mostra cada vez
mais comprometido com a busca pela maior verossimilhança possível com o real. Com isso,
apesar da impossibilidade da representação atingir a expressão plena e absoluta da realidade,
as bases da busca pelo aprimoramento e pela maior eficácia dos métodos de representação
gráfica estavam lançadas.
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Na figura a seguir, podemos notar o domínio de alguns conhecimentos científicos e
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técnicas de harmonia dentro da geometria, como a simetria dos comprimentos de onda das D
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faixas ornamentais, os círculos distribuídos de forma proporcional e concêntrica. S
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FIGURA 3 – ÂNFORA PROTOGEOMÉTRICA (1000 a.C) R
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FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/
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commons/thumb/7/7c/Amphora_protogeometric_BM_A1123. I
jpg/220px-Amphora_protogeometric_BM_A1123.jpg >. Acesso C
em: 3 de abr. 2011. A
8 TÓPICO 1 UNIDADE 1
As figuras humanas e de animais começaram a aparecer nas pinturas com maior
frequência só depois do século V a.C. Nessa época, ainda não havia a preocupação com
as cenas do entorno do tema abordado como mostra a figura a seguir, a cena de Aquiles
sacrificando Pentesileia.
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E FIGURA 4 – VASO ÁTICO (530 a.C.)
FONTE: Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/_yRVSlJx8_mw/S7bTAORXH2I/
R AAAAAAAABTw/AchVL6BQsv8/s400/pentesilea-y-aquiles%5B1%5D.
E jpg>. Acesso em: 13 mar. 2011.
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O pintor Polignoto de Tasos foi um dos primeiros artistas gregos, que representava
E graficamente deuses e heróis mitológicos em louças. No tempo do Imperador Péricles, os
N
T artistas Agatarco e Apolodro pintavam cenas semelhantes à realidade que viam, entretanto não
A
foram do gosto de Aristóteles, que viu nestas cenas uma renúncia às grandezas mitológicas.
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à (SCHAARWACHTER, 2001).
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Por outro lado, em 180 a.C., a escultura já tinha melhores resultados que as pinturas
para representar os objetos e o espaço sobre superfícies. A escultura é mais uma modelagem
tridimensional física de formas, para a qual o mais importante é ter bom senso de proporção
e uma boa noção das leis de formação do que saber projetar sobre o plano.
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FIGURA 6 – ALTAR DE PÉRGAMO (180 a. C.)
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FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/39/Gigantomaquia_-_ F
Altar_de_P%C3%A9rgamo.jpg>. Acesso em: 22 mar. 2011. I
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A igreja católica detinha o poder na Idade Média. O saber estava fortemente ligado à
religião. A responsabilidade de guardar os textos relacionados à filosofia, geometria e astronomia
cabia às ordens religiosas. Por imposição e opressão da ordem religiosa nada se podia fazer,
evoluir, inovar sem o consentimento da igreja. Com isso perdeu-se muito na arte e na evolução
das representações gráficas. Nesse contexto, a aplicação da geometria em pinturas sacras,
atinge o ápice nas grandes catedrais medievais, onde os conhecimentos ficavam restritos à
igreja e aos artistas.
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R FIGURA 7 – CATEDRAL MEDIEVAL - CATEDRAL DE MILÃO (DUOMO DI MILANO), ITÁLIA
E FONTE: Disponível em: <http://blog.romances.com.br/2010/11/05/a-vida-na-idade-media/>.
S Acesso em: 14 mar. 2011.
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Caro(a) acadêmico(a)! Uma luna é basicamente uma forma
crescente, mostrada aqui hachurada, que é formada pela
intersecção de círculos. A área da luna pode ser calculada com
exatidão, dando motivo para especulação de que ela era a chave
para a “Quadratura do Círculo”. Observe-se que na figura a seguir,
o quadrado ABDC é quatro vezes maior do que o quadrado AFOE.
A diferença em áreas relativas dos dois quadrados e também dos
dois círculos formando a Luna são, portanto, proporcionais.
FONTE: Adaptado de: <http://bibliot3ca.wordpress.com/
proporcoes-humanas-agrippa>. Acesso em: 2 abr. 2011.
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Na figura a seguir, as relações proporcionais exclusivas mostradas
pelo corpo humano parecem ter sido conhecidas em tempos
antigos. Vitrúvio (cerca de 30 a.C) no Livro III de seu tratado De
Architecture detalhou estas proporções por escrito.
FONTE: Disponível em: <http://bibliot3ca.wordpress.com/
proporcoes-humanas-agrippa>. Acesso em: 2 abr. 2011.
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FIGURA 9 – HOMEM VITRUVIANO
D FONTE: Disponível em: <http://bibliot3ca.wordpress.com/proporcoes-humanas-
E agrippa>. Acesso em: 2 abr. 2011.
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5 O SURGIMENTO DA PERSPESCTIVA
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T No fim da Idade Média foi desenvolvida a perspectiva artificialis, também conhecida
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Ç como perspectiva exata ou perspectiva cônica, imaginada como sistema geral de coordenadas
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geométricas, vindo a atender à necessidade de representar locais e edificações, marcando
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assim uma nova etapa nos Métodos de Representação Gráfica.
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Á De acordo com Boyer (1996), o uso da perspectiva cônica é um ponto que difere a
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arte renascentista da medieval na representação plana de formas tridimensionais. Diz-se
C que o arquiteto Florentino Fillippo Brunelleschi (1377-1446) deu atenção à necessidade da
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UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
representação gráfica das formas, mas a primeira contemplação formal a este respeito foi
dada por Leon Alberti em um tratado de 1435 (impresso em 1511) chamado Della Pictura.
Alberti começa discutindo de uma maneira geral os princípios da redução (em perspectiva),
e logo após escreve um método elaborado para representar um “plano de figura” vertical de
uma coleção de quadrados em um “plano de terra” horizontal. A perspectiva cônica, então, foi
desenvolvida pelos arquitetos Renascentistas Brunneleschi e Alberti.
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FIGURA 11 – FLORENÇA – CAPITAL DO RENASCIMENTO – IGREAJA SANTA MARIA DEL
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FIORE - SUA CÚPULA É OBRA DE FLORENTINO FILLIPPO BRUNELLESCHI Á
(1377-1446) F
FONTE: Disponível em: <http://www.destinosdeviagem.com/italia-florenca-a-capital-do- I
renascimento/>. Acesso em: 10 abr. 2011. C
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Thuillier (1994); Wertheim (2001); Koyré (1982) confirmam que foi a teorização da
perspectiva que trouxe base científica às técnicas de representação do espaço, entidade esta
indispensável ao desenvolvimento da mecânica Newtoniana que se seguiria.
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N FIGURA 12 – ANNUNCIATION FROM ST. ANTHONY'S ALTAR, 1467, PERUGIA - PIERO
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DELLA FRANCESCA
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FONTE: Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/26911776@N06/2517271240/in/
à photostream/>. Acesso em: 9 abr. 2011.
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Por último, ao final do século XX, surge a Computação Gráfica que, mais do que
um simples meio de representação, é na verdade, uma mudança radical nos processos
de expressão da forma, constituindo-se numa segunda quebra de paradigmas. Qualquer
forma modelada virtualmente pode ser rebatida ou projetada sobre qualquer plano ou sob
qualquer tipo de projeção que desejarmos. Esta nova possibilidade desvia as preocupações
tradicionais de representar um objeto, para a atividade de construir este objeto segundo a
sua geometria espacial real e não a geometria da sua projeção. M
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FONTE: Disponível em: <http://www.degraf.ufpr.br/artigos_graphica/UMA%20ABORDAGEM%20
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HISTORICA%20E%20CIENTIFICA%20DAS%20TECNICAS%20DE%20REPRESE.pdf>. D
Acesso em: 25 abr. 2011. O
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FIGURA 13 – LINHA DO TEMPO (1ª PARTE)
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E FONTE: Disponível em: <http://www.degraf.ufpr.br/artigos_graphica/UMA%20ABORDAGEM%20
HISTORICA%20E%20CIENTIFICA%20DAS%20TECNICAS%20DE%20REPRESE.pdf>.
R Acesso em: 15 fev. 2011.
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Nunca é demais insistir na importância histórica do desenho de base
científica, que viabilizou a aplicação das técnicas de representação
gráfica em todos os aspectos da sociedade ocidental [...].
A contextualização do conhecimento deve ser valorizada para
melhorias efetivas nos processos educacionais. É importante
perceber as inter-relações e implicações mais amplas por trás do
tecnicismo cujo objetivo é contribuir para ampliar os conhecimentos
intelectuais de forma mais sensata, do que ministrando intensivos
treinamentos que só obliteram o significado e a visão global do
que estão fazendo.
FONTE: Disponível em: <http://www.degraf.ufpr.br/artigos_
graphica/UMA%20ABORDAGEM%20HISTORICA%20E%20
CIENTIFICA%20DAS%20TECNICAS%20DE%20REPRESE.pdf>.
Acesso em: 25 abr. 2011.
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FIGURA 14 – LINHA DO TEMPO (2ª PARTE) N
FONTE: Disponível em: <http://www.degraf.ufpr.br/artigos_graphica/UMA%20ABORDAGEM%20HISTORICA%20 T
E%20CIENTIFICA%20DAS%20TECNICAS%20DE%20REPRESE.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2011. A
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Caro(a) acadêmico(a)! Para melhor entender a história da evolução da era F
digital e computação gráfica com vídeos, acesse ao site: <http://gdpais. I
blogspot.com/2009/08/uma-breve-historia-da-computacao.html>. C
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Taton (1951, p. 52) afirma que “a técnica da construção dos edifícios requereu o
esclarecimento, de métodos gráficos destinados a permitir o desenvolvimento de projetos e
facilitar a realização eficiente dos mesmos. O aperfeiçoamento destes métodos contribuiu ao
surgimento da geometria descritiva [...]”.
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GEOMETRIA DESCRITIVA
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P A Geometria Descritiva é de presença obrigatória nos currículos dos cursos de
R
E Arquitetura, Design Industrial, Matemática e as Engenharias de modo geral. Inteiramente
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desenvolvida por Monge, é de enorme importância do ponto de vista tecnológico. Sem a
E
N geometria descritiva é certo que a engenharia não teria progredido tanto no século XX. O
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esquema de Monge, usando representação de sólidos em superfícies planas, por meio de
A
Ç duas projeções (horizontal e frontal), facilita a visualização de relações espaciais e constitui-
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se em método uniforme para a resolução gráfica de problemas como o da determinação
dos pontos em que duas superfícies se interceptam. Tentativa e erro no caso de corte de
G
R superfícies metálicas, poderiam conduzir a grandes desperdícios, evitados pelos métodos
Á ensinados por Monge.
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Gaspard Monge, o professor que “via muito bem no espaço”, ocupa um lugar
definitivo na história da Geometria Descritiva e, por conseguinte, no desenho técnico e na
construção mecânica.
O revolucionário projetista do exército de Napoleão para resolver problemas da
engenharia militar, o francês Gaspard Monge desenvolveu a geometria descritiva.
No final do século XVIII, o Exército Francês era o único que dispunha de métodos de
cálculo para determinar as melhores posições para escapar do fogo da artilharia inimiga. Para
fugir dos complicados cálculos usualmente empregados nesse e em outros problemas da
engenharia militar, o matemático Gaspard Monge (1746-1818) desenvolveu uma técnica tão
simples que não recebeu atenção dos superiores. Assim começou a geometria descritiva, que
hoje se aplica não só a desenhos ou projetos técnicos, mas também às artes e à fotografia.
Ainda adolescente, após fazer um mapa elogiado por especialistas, Monge foi
incentivado a ingressar na escola militar, onde desenvolveu sua técnica para representar no
papel as manobras militares, de tal forma que nada ficasse sob a mira do inimigo.
Ao perceberem a genialidade e a importância bélica do novo método, os militares o
mantiveram em segredo por 15 anos. Só era permitido ensiná-lo aos futuros engenheiros
M
militares. Somente em 1794, em plena Revolução Francesa, Monge pôde divulgar sua É
T
invenção em escolas civis de Paris. O
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A ideia da geometria descritiva é notável e elegante pela simplicidade. Basicamente S
é a representação ou projeção (perspectiva) de sólidos e figuras tridimensionais sobre um
D
plano. Por esse método, uma figura é projetada inicialmente em um plano vertical, em retas E
perpendiculares a ele e num plano horizontal.
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FONTE: Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/marinap/ccdi/tpfinal/geometria.htm>. Acesso em: P
2 abr. 2011. R
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8 A GEOMETRIA NA ERA DA INFORMÁTICA Ç
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A elaboração de imagens confeccionadas em softwares teve seu início com o avanço
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tecnológico, permitindo assim a construção de perspectivas virtuais, simulando a realidade, R
Á
sem precisar ter um modelo em tamanho natural. F
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Borda (2001) explica que na representação gráfica do objeto arquitetônico, a diferença
entre as bases conceituais e tecnológicas da geometria descritiva e dos sistemas da informática
ora se superpõem e ora se distanciam. Com o recurso da geometria das projeções, na geometria
descritiva, as imagens bidimensionais não só representam o objeto como se comportam como
elementos que o determinam. Nos sistemas de informática, recorrendo integralmente ao
tratamento analítico, as imagens bidimensionais são resultados da maquete virtual construída
em três dimensões. Então, as técnicas da computação gráfica diferem da geometria descritiva
no controle gráfico do objeto. Esse controle se verifica a partir da imagem bidimensional
na geometria descritiva, enquanto que é feito a partir da imagem do objeto tridimensional
diretamente armazenada em dados analíticos na gráfica virtual.
S!
DICA
A geometria descritiva (GD) é uma ciência desenvolvida no século XVIII por Gaspar
Monge (MONGE, 1811) com o objetivo de otimizar o projeto e a construção de fortificações. A
M partir daí, este conhecimento passou a ser tratado como ciência militar, sendo ensinado nas
É
escolas militares até os dias atuais. Os cursos de engenharia tiveram suas origens nas escolas
T
O militares no final do século XIX (MIRANDA, 2001) e a geometria descritiva é uma disciplina
D
O básica usada nos currículos desde então.
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D Segundo Pinheiro (2003), até o final do século XVIII, não existia o ensino de arquitetura
E
comparável ao atual. Os séculos XV e XVI, marcados pelo surgimento de extenso número de
R tratados de caráter técnico, científico e artístico, registraram avanços no ensino da arquitetura,
E
P com obras que representaram uma contribuição decisiva ao contato – que então se realizava
R – entre saber científico e técnico-artesanal.
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N Caro(a) acadêmico(a)! Leia atentamente o texto que segue para compreender melhor
T o conceito de Geometria Descritiva.
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A Geometria Descritiva é uma ciência que estuda os métodos de representação gráfica
das figuras espaciais sobre um plano e surgiu no século XVIII. Seu principal objetivo é a
G
R construção de vistas, obtenção das verdadeiras grandezas de cada face do objeto através
Á de métodos descritivos e também a construção de protótipos de objeto representado.
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UNIDADE 1 TÓPICO 1 21
Embora a Geometria Descritiva tenha surgido no século XVIII, já desde 300 anos
antes de Cristo, Euclides elaborou um tratado de geometria “Elementos" que era composto
por 13 livros, uma obra completa apresentada com base num raciocínio dedutivo. Esta obra
apresenta muitos dos princípios essenciais que são a base geométrica dos atuais métodos
de representação.
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Caro(a) acadêmico(a)! E
Quando olhamos para um objeto, temos a sensação de profundidade P
e relevo. As partes que estão mais próximas de nós parecem R
maiores e as partes mais distantes aparentam ser menores. O E
desenho, para transmitir essa mesma ideia, precisa recorrer S
a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva. E
Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto em N
um único plano, de maneira a transmitir a ideia de profundidade T
A
e relevo. A figura a seguir mostra um objeto do mesmo modo
Ç
como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a ideia de três Ã
dimensões: comprimento, largura e altura. O
FONTE: Adaptado de: <http://mdmat.mat.ufrgs.br/anos_iniciais/
representacao/representacao.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2011. G
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Os métodos de Representação Gráfica são técnicas realizadas
através de esboços técnicos e desenhos de precisão.
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R FIGURA 16 – GEOMETRIA DESCRITIVA E DESENHO GEOMÉTRICO
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FONTE: Disponível em: <http://www.desenho.org/index.php>. Acesso em: 10 abr. 2011.
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9 COMPUTAÇÃO GRÁFICA
[...]
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24 TÓPICO 1 UNIDADE 1
[...]
PRINCIPAIS APLICAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
Denise Schuler
Hitomi Mukai
O Desenho Técnico
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O desenho começou a ser usado como meio preferencial de representação do projeto T
arquitetônico a partir do Renascimento, quando as representações técnicas foram iniciadas O
D
nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo da Vinci. O
S
Dessa forma, seu entendimento envolve certo nível de treinamento. Por este motivo, este
tipo de desenho costuma ser uma disciplina importante nos primeiros períodos das faculdades
de arquitetura.
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I
C
A
28 TÓPICO 1 UNIDADE 1
RESUMO DO TÓPICO 1
• O homem sempre teve a necessidade de transmitir o que via e sentia. Na pré-história, ele
começou a desenhar nas paredes de rochas das cavernas. Expressava esses sentimentos
através de desenhos, grafismos e foi evoluindo através dos tempos. Uma das primeiras formas
foi a pintura rupestre. Foram encontradas pinturas rupestres em vários locais do mundo como
na França, África, Espanha e no Piauí (Brasil).
• De acordo com Debray (1994), em todas as épocas, todas as sociedades tinham uma maneira
de representar a realidade em particular. Os egípcios utilizavam uma perspectiva horizontal,
M também chamada de método egípcio, os hindus a perspectiva irradiante, os chineses e os
É
T japoneses a perspectiva a olho de pássaro, os bizantinos a perspectiva invertida. Para os
O Bizantinos, a boa perspectiva seria o inverso da imagem real, o que está longe é representado
D
O maior do que está mais perto.
S
• A geometria como outros ramos da matemática, sofreu várias mudanças de uma época para
outra, evoluindo rapidamente em alguns períodos, e mais lentamente em outros. Essas
mudanças foram acontecendo, principalmente pela decorrência dos fatos da conjuntura da
época.
M
É
T
O
D
O
S
D
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P
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I
C
A
30 TÓPICO 1 UNIDADE 1
ID ADE
ATIV
AUTO
I - A geometria abstrata é uma característica marcante da arte grega até o século V a.C.,
quando nem a figura humana nem a natureza tinham ainda conquistado definitivamente
o seu lugar.
II - Na Idade Média, a geometria não era a disciplina mais desenvolvida sob o ponto de
vista da abstração científica e, para Platão, não era a mais adequada para investigar o
domínio suprassensível.
III - A igreja católica detinha o poder na Idade Média, porém o saber não estava ligado
à religião. A responsabilidade de guardar os textos relacionados à filosofia, geometria e
astronomia não cabia às ordens religiosas.
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1
TÓPICO 2
NORMAS TÉCNICAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! A sociedade, desde a sua criação, foi evoluindo e foi necessário
estabelecer normas, regras e leis para uma boa convivência até no dias atuais.
D
E
R
2 CRIAÇÃO DAS NORMAS TÉCNICAS E
P
R
E
Foram estabelecidos códigos para regulamentar as relações entre engenheiros, S
E
consumidores, empreiteiros, entre outros. Cada país cria suas próprias normas. No Brasil, a N
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) foi criada em 1940. A ABNT é a entidade T
A
responsável de elaborar e aprovar essas normas. Desta forma, aborda desde a denominação Ç
e classificação dos desenhos até a representação gráfica. Ã
O
G
As normas da ABNT são registradas no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, R
Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras – NBR para poderem estar de Á
F
acordo com as normais internacionais aprovadas pela ISO. I
C
A
32 TÓPICO 2 UNIDADE 1
A ISO (International Organization for Standardization), criada em 1947 em Londres, é
a norma responsável que facilita as transações de produtos e serviços entre os países.
• NBR 13142 – Desenho Técnico – Dobramento de Cópias, que fixa a forma de dobramento
de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, eles são
dobrados até as dimensões do formato A4.
• NBR 8402 – Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos que, visando
à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar a
possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos
técnicos.
UNI R
E
P
R
Existem ainda outras normas que regulamentam os desenhos na E
Engenharia. Pesquisando o Catálogo da ABNT, você encontrará S
várias normas do Desenho Técnico. E
N
T
A
Ç
UNI Ã
O
REMISSÃO À LEITURA G
Você encontra na íntegra a NBR 6492 que é a norma que R
Á
regulamenta a Representação de Projetos de Arquitetura no
F
site: <http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/kelly/ I
materiais/NBR6492.pdf>. C
A
34 TÓPICO 2 UNIDADE 1
4 FORMAS DE ELABORAÇÃO E
APRESENTAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
M
É Finalmente, a partir dos anteprojetos devidamente modificados e corrigidos são
T
O elaborados os desenhos definitivos que servirão para execução dos estudos feitos.
D
O
S Os desenhos definitivos são completos, elaborados de acordo com a normalização
D envolvida, e contêm todas as informações necessárias à execução do projeto.
E
FONTE: Disponivel em: <http:www.eel.usp.br/na_apostila/pdf/capitulo1.pdf>. Acesso em 15 abr. 2011.
R
E
P
R
E LEITURA COMPLEMENTAR
S
E
N Denise Schuler
T
A Hitomi Mukai
Ç
Ã
O Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de
atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a NBR
G
R 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que normaliza a
Á execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 11534, que normaliza
F
I a representação de engrenagens em desenho técnico. Uma consulta aos catálogos da ABNT
C mostrará muitas outras normas vinculadas à execução de algum tipo ou alguma especificidade
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 35
de desenho técnico.
O formato básico do papel, designado por A0 (A zero), é o retângulo cujos lados medem
841mm e 1.189mm, tendo a área de 1m² . Do formato básico, derivam os demais formatos.
Existem vários tipos de papéis, mas o ideal para o iniciante seria o papel sulfite branco,
que é fácil de encontrar e é barato. O tamanho mais usado para desenho é o tipo A4, encontrado
em blocos, cadernos de espiral ou mesmo em folhas soltas. Existe ainda o A3 que é um pouco
maior e usado por desenhistas profissionais. O A4 é muito bom para estudos e esboços rápidos
e o A3 é usado mais para trabalhos mais acabados. Existem outros tipos de papéis que podem
ser usados para adquirir-se experiência.
G
A3 297x420 25 7 175 0,5 R
Á
F
A4 210x297 25 7 175 0,5 I
C
A
36 TÓPICO 2 UNIDADE 1
Os formatos da série “A” têm como base o formato A0, cujas dimensões guardam entre
si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal (841 2 =1189), e que
corresponde a um retângulo de área igual a 1 m2. Havendo necessidade de utilizar formatos fora
dos padrões mostrados na tabela 1, é recomendada a utilização de folhas com dimensões de
comprimentos ou larguras correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões.
Material
M
É
T
O Para traçados apoiados em esquadro ou régua,
D
O o grafite jamais deverá tocar suas superfícies, evitando
S
assim indesejáveis borrões. Para conseguir isso, incline
D ligeiramente a lapiseira/lápis conforme a figura ao lado:
E
R
E
P
R
E O grafite do compasso deverá ser apontado em forma de cunha, sendo o chanfro voltado
S
E para o lado contrário da ponta seca, conforme o ilustrado a seguir:
N
T
A
Ç
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G
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I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 37
A Origem do Desenho Técnico
O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título “Geometrie
Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico.
R
Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o único E
P
órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao R
desenvolvimento tecnológico brasileiro. Buscando difundir seus serviços a todo o território E
S
nacional, a ABNT lançou em 1º de agosto de 2000, através da parceria tecnológica com a E
N
Target um site, exclusivo para pesquisa e compra de normas técnicas que disponibiliza de
T
forma rápida e fácil a relação de todos os títulos de normas da ABNT. A
Ç
Ã
São mais de 11.000 normas catalogadas de vários setores que podem ser adquiridas O
Por essa razão, é fundamental e necessário que o desenhista conheça com segurança
todas as normas do desenho técnico mecânico. Como em outros países, existe no Brasil uma
associação (ABNT) que estabelece, fundamenta e recomenda as normas do desenho Técnico
Mecânico, as quais serão expostas gradativamente no desenvolvimento deste curso, como
também as normas DIN.
Normas ABNT
Normas ISO
Normas DIN
M
É DIN - Deutsche Normen (antigamente Deutsche Industrie - Normen). Editada pelo DIN -
T
O
Deutsche Institut fur Normung – Instituto Alemão para Normalização. Representante no Brasil:
D ABNT - que possui na sua sede no Rio de Janeiro e na Delegacia de São Paulo coleções
O
S completas e em dia de todas as normas DIN.
D
FONTE: Disponível em: <wiki.ifsc.edu.br/.../ARU_PB_01-Apostila_de_Planta_Baixa_Introducao_ao_
E
Desenho_Tecnico.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2011.
R
E
P
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E A!
S NOT
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T
A
São mais de 11.000 normas catalogadas de vários setores que
Ç podem ser adquiridas tanto em formato impresso (papel) quanto
à digital. É a evolução da normalização agilizando seus negócios.
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 2 39
RESUMO DO TÓPICO 2
• Cada país elabora as suas normas técnicas. No Brasil, são aprovadas e editadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940. É o único órgão
responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao
desenvolvimento tecnológico brasileiro.
• Conhecemos algumas normas técnicas que regulam o desenho técnico que são
regulamentadas pela ABNT. São mais de 11.000 normas catalogadas de vários setores que
podem ser adquiridas tanto em formato impresso (papel) quanto digital. É a evolução da
normalização agilizando seus negócios.
no ano de 1490. D
E
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Ç
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40 TÓPICO 2 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
1 Qual a importância da criação das normas técnicas da ABNT para o desenho técnico?
I - Cada país cria suas próprias normas. No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) foi criada em 1940. A ABNT é a entidade responsável de elaborar e
aprovar essas normas.
IV - NBR 10647 – Desenho Técnico – Norma Geral, cujo objetivo é definir os termos
M empregados em desenho técnico.
É
T
O Assinale a alternativa CORRETA:
D
O a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
S
b) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
D c) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
E
d) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
R
e) ( ) As afirmativas I, II e IV estão corretas.
E
P
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S
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C
A
UNIDADE 1
TÓPICO 3
Definições e proposições
fundamentais de Geometria
1 INTRODUÇÃO
Segundo Ardevan Machado (1973, p. 11), “a Geometria Descritiva tem por finalidade
representar no plano as figuras do espaço, de modo a podermos, com o auxílio da Geometria
Plana, estudar suas propriedades e resolver os problemas relativos às mesmas”. M
É
T
De acordo com Rabelo (2005), as figuras estudadas na Geometria são de modo O
D
geral, a associação de uma ou mais formas específicas, formas estas denominadas formas O
geométricas. A Geometria, como qualquer outra ciência, fundamenta-se em observações e S
experiências para estabelecer os conceitos e as propriedades que embasam todo seu acervo D
científico. Tais conceitos e propriedades constituem as proposições geométricas. E
R
E
Este tópico tem como principal objetivo proporcionar a você o entendimento de como P
funciona a construção dos conceitos e das ideias da geometria. Busca também introduzir você R
E
aos conceitos e ideias fundamentais que regem a Geometria. S
E
N
Claro que selecionamos as ideias que serão importantes para a compreensão da T
A
Geometria Descritiva, que é a nossa disciplina. Porém, você verá que Geometria é sempre Ç
Geometria. Ã
O
G
Apesar de teórica essa parte é muitíssimo importante para o aluno, caso a compreensão R
não se dê por completo nesse tópico, todo o aprendizado futuro ficará comprometido. Á
F
I
C
A
42 TÓPICO 3 UNIDADE 1
2 Definições Fundamentais
Geometria: estuda figuras (objetos) através das propriedades dos seus elementos,
definindo, caracterizando e padronizando suas formas e dimensões.
Veja alguns exemplos de formas geométricas que provavelmente você deve já deve
ter estudado.
FIGURA 17 – POLÍGONOS
FONTE: Os autores
IMPO
RTAN
TE!
M
É
T
O
As formas geométricas estão presentes em vários elementos do nosso
D
O mundo. Basta que você olhe atentamente ao seu redor. Pare um minuto
S e conte quantas formas geométricas tem ao seu redor.
D
E
Proposições Geométricas: conceitos e propriedades estabelecidas através de
R
E observações e experiências que fundamentam todo o estudo geométrico.
P
R
E Postulado: é uma proposição, aceita consensualmente, e que não precisa de
S
E demonstração matemática. Os postulados fundamentam a Geometria.
N
T
A Teorema: é uma proposição “mais elaborada”, e que não é tão trivial ao entendimento.
Ç
à Esta proposição só é tida como verdadeira se houver uma demonstração matemática que a
O comprove.
G
R
Corolário: é uma proposição decorrente diretamente de um teorema qualquer. A
Á
F validação do teorema “mãe” faz, quase que instantaneamente, o corolário ser demonstrado e,
I
C consequentemente, validado.
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 43
Problema: é uma proposição que exige solução, a qual deve ser obtida através de
aplicações de preposições específicas (postulados, teoremas e corolários).
Forma: quando comparamos a aparência de algo com outro objeto qualquer, estamos
avaliando a forma dos dois elementos. Por exemplo, se dizemos que uma determinada melancia
se parece com uma bola de futebol, estamos querendo dizer que as formas de ambas são
parecidas.
OBS: No espaço tridimensional, todos os objetos têm três dimensões: altura, largura
e espessura.
Ponto: é o mais simples dos elementos e o que dá suporte a todas as outras ideias.
Entendê-lo é a parte mais importante e o suficiente para que possamos entender toda a
geometria. Não existe definição para ponto, pois é um ente primitivo da Matemática, uma
ideia que todo ser humano é capaz de compreender sem explicação. Mesmo assim, “o fato
de ponto, reta, plano e espaço serem noções primitivas da Geometria não significa que não
se possa reforçar a intuição do aluno a respeito dessas noções”. (ELON et al, 2004, p. 164).
M
Por exemplo, a ponta de um compasso nos dá a ideia de ponto. É
T
O
Linha: é uma sequência contínua de pontos. D
O
S
O trajeto feito por um beija-flor ao beber o néctar das flores nos dá a ideia de linha.
D
E
Reta: se a distância entre dois pontos quaisquer de uma linha é a menor possível, R
então essa linha é chamada de reta. Para indicar uma reta, utilizamos uma letra minúscula do E
P
nosso alfabeto: R
E
S
E
N
T
A
Ç
FIGURA 18 – RETA Ã
FONTE: Os autores O
G
R
Á
F
I
C
A
44 TÓPICO 3 UNIDADE 1
Segmento de reta: dados dois pontos distintos de uma reta qualquer, o trecho entre os
dois pontos é denominado segmento de reta. Para indicar um segmento de reta, utilizamos as
letras da extremidade.
FIGURA 19 – SEGMENTO AB
FONTE: Os autores
Semirreta: um ponto A qualquer de uma reta a divide em duas partes, que são chamadas
de semirretas. Consequentemente, podemos dizer que uma semirreta tem começo (no ponto
que divide a reta), mas não tem fim. Para indicar uma semirreta, basta considerar um ponto
M em cada uma das partes. Para determinar a direção da semirreta referida, colocar uma flecha
É acima do ponto A e do ponto considerado.
T
O
D
O → →
semirreta: semirreta:
S
D
E FIGURA 20 – Semirreta
FONTE: Os autores
R
E
P Plano: é a região formada pelo deslocamento de uma reta por uma única direção. Para
R
indicar um plano, ou parte dele, utilizamos uma letra do alfabeto grego: α (alfa), β (beta), γ
E
S (gama),...
E
N
T
A
Ç
Ã
O FIGURA 21 – PLANO
FONTE: Os autores
G
R
Á O deslocamento da concha de uma retro escavadeira ao espalhar um monte de barro
F
I
nos dá a ideia de um plano. Assim também a folha desse caderno de estudo nos dá a ideia
C de plano.
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 45
3 Proposições
[...] Uma proposição geométrica pode ser aceita com ou sem comprovação. A
proposição aceita sem comprovação pode ser entendida através de fatos e situações do
cotidiano.
Forma e dimensão são conceitos que podem ser compreendidos melhor quando se
fazem analogias a coisas conhecidas. Quando se diz, por exemplo, que determinado objeto
parece uma laranja, na verdade estamos dizendo que o objeto tem a “forma” de uma laranja.
Quando se diz, por outro lado, que uma árvore é mais alta que outra, na verdade estamos
dizendo que a altura (dimensão) de uma é maior que a (dimensão) da outra. M
É
T
As noções de ponto, reta, plano e espaço são puramente intuitivas e, ao contrário O
D
do que ocorre com os conceitos de forma e dimensão, “emprestam” sua concepção para O
descrever determinadas situações. [...] S
D
FONTE: RABELLO, Paulo Sérgio Brunner. Sistemas projetivos e métodos de representação gráfica. E
Apostila de Geometria Descritiva. Cabo Frio, 2005.
R
E
Aparecerão também algumas novas definições que serão necessárias para um melhor P
R
entendimento das proposições, estas definições aparecem nesse momento e não anteriormente, E
S
para que o leitor possa ver sua consequência direta. E
N
T
As proposições estão indicadas por P1, P2, P3, ... E as definições por Def1, Def2, Def3, ... A
Ç
Ã
P1: Há um número infinito de pontos, retas e planos. O
G
P2: Um ponto pertence a um número infinito de retas e planos. R
Á
F
I
P3: Uma reta contém infinitos pontos e pertence a infinitos planos. C
A
46 TÓPICO 3 UNIDADE 1
Def1: Três ou mais pontos são ditos colineares quando pertencem a uma mesma reta.
A
B
C
Para entender essa proposição, basta imaginar três pontos distintos e não colineares em
uma mesa de cozinha. Por esses três pontos, podemos desenhar três retas distintas, tomando
os pontos dois a dois. Usamos essas retas como direção de deslocamento e, com uma régua,
desenhamos inúmeros segmentos de reta por toda a extensão dessas três direções. Quando
desenharmos “todas” os segmentos de reta, verificaremos que a mesa ficará toda preenchida
e, além disso, não há como desenharmos segmentos de reta fora da mesa. Concluiremos,
então, que os três pontos iniciais foram suficientes para “construirmos” a superfície da mesa,
o que é a nossa proposição inicial.
M UNI
É
T
O
D
O
(ATENÇÃO)! Observe P5 no esquema a seguir. Se você continuar a
S
preencher a região limitada pelas retas, por segmentos de reta, teremos
D um plano.
E
R
E
P
R
E
S
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A
Ç
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O
G
R
Á
F FIGURA 23 – TRÊS PONTOS FORMAM UM PLANO
I FONTE: Os autores
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 47
Def2: Duas ou mais retas são ditas coplanares quando pertencem a um mesmo plano.
Def3: Duas retas distintas são concorrentes quando há um ponto em comum entre elas.
Este ponto é chamado ponto de intersecção das retas.
OS!
FUTUR
DOS
ESTU
D
E
R
E
P
R
E
FIGURA 26 – RETAS PERPENDICULARES
S
FONTE: Os autores E
N
Quando r é perpendicular a s, indicamos por: r ⊥ s. T
Def5: Duas retas distintas são paralelas quando têm a mesma direção. A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
FIGURA 27 – RETAS PARALELAS C
FONTE: Os autores A
48 TÓPICO 3 UNIDADE 1
As retas r e s têm a mesma direção, ou seja, não possuem pontos em comum. Então,
dizemos que r e s são retas paralelas e indicamos r // s.
Def6: Duas retas são reversas quando não existe um plano que contenha as duas ao
mesmo tempo.
Para medir o ângulo formado por duas retas reversas, basta tomar um ponto A qualquer
de da reta r e traçar por esse ponto uma nova reta t paralela à reta s. Agora, é só medir o
ângulo entre a reta r e t.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S FIGURA 29 – ÂNGULOS DE REVERSAS
E FONTE: Os autores
N
T Se o ângulo formado por duas retas reversas for reto, podemos chamá-las de retas
A
Ç ORTOGONAIS, caso contrário, chamamos de retas OBLÍQUAS.
Ã
O
TE!
RTAN
G IMPO
R
Á
F
I No próximo tópico, você estudará os principais tipos de ângulos.
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 3 49
P7: Dois planos distintos determinam uma reta a qual pertence aos dois. (Esta reta
pode ser imprópria).
P8: Três planos distintos, que não contêm uma mesma reta em comum, determinam
um ponto em comum. (Este ponto pode ser impróprio)
P9: Uma reta e um ponto que não lhe pertence determinam um plano.
P10: Uma reta pertence a um plano, quando pelo menos dois de seus pontos pertencem
ao plano.
P11: Duas retas coplanares determinam um ponto comum. (Esse ponto pode ser
impróprio)
4 Elementos Impróprios
É sabido que duas retas paralelas não terão pontos em comum. Porém, ao olharmos
os trilhos de uma estrada de ferro, mesmo sabendo que eles nunca se tocarão, temos a nítida
impressão que eles se encontram no “horizonte”. Com isso, temos a ideia de um “ponto de
M
encontro”. Esse ponto é chamado de ponto impróprio. É
T
O
Podemos estender a ideia para planos paralelos que, no infinito “se encontrarão”, D
formando uma reta imprópria. Imagine as paredes laterais de um grande corredor. Temos a O
S
impressão que elas se encontrarão no horizonte, formando uma reta imprópria.
D
E
Um plano impróprio necessita de elementos impróprios, por exemplo, um ponto (é
R
preciso três) impróprio, ou uma reta (é preciso duas) imprópria. E
P
R
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S
E
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T
A
Ç
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O
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R
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I
C
A
50 TÓPICO 3 UNIDADE 1
RESUMO DO TÓPICO 3
Definições
fundamentais:
Geometria, Forma Geométrica, Proposições Geométricas. Postulados, Teorema, Corolário,
Problema, Forma, Dimensão, Linha, Reta, Segmento de Reta, Semirreta, Plano, Retas
Paralelas, Retas concorrentes e Retas Perpendiculares, Retas Reversas, Pontos Colineares,
Retas Coplanares.
Proposições
importantes:
Há um número infinito de pontos, retas e planos.
Um ponto pertence a um número infinito de retas e planos.
Uma reta contém infinitos pontos e pertence a infinitos planos.
Um plano contém um número infinito de pontos e retas.
Duas retas concorrentes determinam um plano.
M Dois planos distintos determinam uma reta que pertence aos dois. (esta reta pode ser
É
imprópria)
T
O Três planos distintos, que não contêm uma mesma reta em comum, determinam um ponto
D
O em comum. (este ponto pode ser impróprio)
S Uma reta e um ponto que não lhe pertence determinam um plano.
D Uma reta pertence a um plano, quando pelo menos dois de seus pontos pertencem ao plano.
E
Duas retas coplanares determinam um ponto comum. (esse ponto pode ser impróprio)
R Elementos impróprios: “algo que não existe, mas nossos olhos veem”.
E
P
R
E
S
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A
Ç
Ã
O
G
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F
I
C
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 51
IDADE
ATIV
AUTO
1 Utilize as palavras ponto, reta ou plano, e escreva a ideia que você tem quando vê:
a) um campo de futsal.
b) a marca de um lápis numa folha de papel.
c) um fio da rede elétrica bem esticado.
d) a porta da sua sala de aula.
e) as linhas divisórias de uma quadra de basquete.
f) uma estrela no céu.
g) A mesa de jantar na sua casa.
h) O encontro de duas paredes do seu quarto.
i) Uma cartolina.
j) Um grão de areia em uma duna.
9 Sobre um mesmo plano são dados três pontos não colineares: A, B, C. Quantas semirretas
com origem em cada um desses pontos e passando por um dos outros pontos podem
ser traçadas? Sugestão: faça a figura para dar a resposta.
M
É
T
O
D
O
S
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UNIDADE 1
TÓPICO 4
Construções de Ângulos
com Compasso
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você, caro(a) acadêmico(a) poderá familiarizar-se com o uso do compasso.
Construiremos, passo a passo, os ângulos mais simples, veremos como dividi-los ao meio,
permitindo, assim, a construção de vários outros.
Aproveitaremos também para definirmos o que é ângulo agudo, obtuso, reto e raso,
bem como o que são ângulos complementares e suplementares.
Duas semirretas, de mesma origem, formam duas regiões a que chamamos de ângulo. R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
FIGURA 30 – ÂNGULO O
FONTE: Os autores
G
• O ponto O é o vértice do ângulo. R
Á
F
• As semirretas e são os lados do ângulo. I
C
A
54 TÓPICO 4 UNIDADE 1
ÇÃO!
ATEN
M
É
T
O
D FIGURA 31 – ÂNGULO RETO
O FONTE: Os autores
S
D
E
2.1.2 Ângulo agudo
R
E
P
R Todo ângulo menor que 90º.
E
S
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T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I FIGURA 32 – ÂNGULO AGUDO
C FONTE: Os autores
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 55
D
Ângulo de 360o, quando as duas semirretas coincidem. E
R
E
P
R
E
S
E
FIGURA 35 – ÂNGULO 360 º N
FONTE: Os autores T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
56 TÓPICO 4 UNIDADE 1
IMPO
RTAN
TE!
Quando as duas semirretas coincidem, podemos ter, também, um ângulo nulo.
M
É
T
O
D
O
S FIGURA 37 – ÂNGULO COMPLEMENTAR
FONTE: Os autores
D
E
R
E
P 2.3 Ângulo Suplementar
R
E
S
Dizemos que um ângulo α é suplementar de um ângulo β, quando α + β = 180º. Em
E
N outras palavras, será suplementar de um ângulo à medida que falta para completar 180º.
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
FIGURA 38 – ÂNGULO SUPLEMENTAR
I
C
FONTE: Os autores
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 57
Resolução:
A figura acima representa um ângulo reto, cuja medida é de 90o.
D
De acordo com o problema, temos a seguinte equação: E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
3 Construções de Ângulos de 60º e 120º R
Á
F
São os ângulos mais simples que temos para construir, com exceção óbvia do 180º I
C
(ângulo raso) e do 360º. A
58 TÓPICO 4 UNIDADE 1
IMPO
RTAN
TE!
Repita cada passo numa folha para você internalizar o processo.
2º passo: Colocar a ponta seca do compasso no ponto inicial, construir uma meia lua,
e marcar
M
É o ponto de intersecção entre a meia lua e o segmento de reta.
T
O
D
O
S
D
E
FIGURA 40 – 2º PASSO PARA 60º
R FONTE: Os autores
E
P
R 3º passo: Mantendo a abertura do compasso que foi usada para construir a meia lua,
E coloque a ponta seca no ponto de intersecção marcado e trace uma marca sobre a meia lua.
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
FIGURA 41 – 3º PASSO PARA 60º
G
R FONTE: Os autores
Á
F
I
4º passo: Marque um ponto na intersecção da marca feita com o compasso e a meia
C lua, depois trace uma semirreta que inicie no ponto inicial e passe por esse ponto.
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 59
Pronto! Temos um ângulo de 60º. Se quisermos fazer do outro lado, basta marcar o
ponto do 2º passo no lado esquerdo ao invés do direito, como nós fizemos.
M
É
FIGURA 43 – ÂNGULO DE 120 º - ESQUERDA T
FONTE: Os autores O
D
Então, sabemos que, o lado esquerdo, é 120º O
S
D
Se quisermos construir 120º no lado direito, basta fazer o 60º no lado esquerdo.
E
R
E
P
R
E
S
E
N
FIGURA 44 – ÂNGULO DE 120 º - DIREITA T
FONTE : Os autores A
Ç
Ã
O
G
4 Bissetriz R
Á
F
É denominada bissetriz de um ângulo qualquer a semirreta que divide esse ângulo em I
C
dois ângulos congruentes.
A
60 TÓPICO 4 UNIDADE 1
FIGURA 45 – BISSETRIZ
FONTE: Os autores
ÇÃO!
ATEN
Sejam duas semirretas com ponto inicial O e com um ângulo qualquer entre elas.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
FIGURA 46 – PASSO 0 PARA BISSETRIZ
P FONTE: Os autores
R
E 1º passo: Colocamos a ponta seca do compasso no ponto inicial e fazemos marcas nas
S
E duas semirretas. A abertura do compasso tem que permanecer a mesma para as duas marcas.
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I FIGURA 47 – 1° PASSO PARA BISSETRIZ
C FONTE: Os autores
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 61
3º passo: Compasso com uma abertura maior que a metade da distância entre P1 e
P2. Colocamos a ponta seca em P1 e fazemos uma marca entre as semirretas. Repetimos o
procedimento com a ponta seca em P2. Essas marcas têm que ser feitas de tal forma que haja
ponto em comum entre elas.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
FIGURA 50 – 4° passo para bissetirz N
FONTE: Os autores T
A
Ç
ÃO! Ã
Ç
ATEN O
G
R
Á
Se você repetiu cada passo numa folha, PARABÉNS. Se não, repita F
todo o processo para um melhor entendimento. I
C
A
62 TÓPICO 4 UNIDADE 1
Esses ângulos são muito usados, e veremos que, a partir da ideia de obtenção destes
ângulos, poderemos construir vários outros.
M
É
T
O
D FIGURA 51 – 1° PASSO PARA 90°
O FONTE: Os autores
S
D
2º Passo: Faça a bissetriz dos ângulos 60º e 120º.
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A FIGURA 52 – 2° PASSO PARA 90°
Ç FONTE: Os autores
Ã
O
Pronto, a bissetriz marca um ângulo de 90º.
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 63
IMPO
RTAN
TE!
Construa, numa folha, os ângulos de 15o, 45o e 75o e mostre o que você
aprendeu.
6 TranSposição de ângulo
Muitas vezes não sabemos a medida de um ângulo e precisamos transpô-lo sobre uma
reta qualquer. Veremos, agora, como isso é feito.
IMPOR
TANT
E!
M
É
T
O
D
O
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para S
facilitar o entendimento. D
E
Considere o ângulo BÔA, que iremos transpor para sobre uma reta.
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FIGURA 53 – ÂNGULO PARA TRANSPOR Ã
FONTE: Os autores O
2º passo: Abra o compasso na medida OA, e trace um arco com essa medida, colocando
a ponta seca sobre O’. Na intersecção desse arco com a reta, marque o ponto A’.
3º passo: Abra o compasso na medida AB, e trace um arco com essa medida, colocando
a ponta seca sobre A’, cortando o arco anterior. Na intersecção dos arcos, marque o ponto B’.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T FIGURA 57 – 4° PASSO PARA TRANSPOR
A FONTE: Os autores
Ç
Ã
O Pronto, o ângulo B’Ô’A’ é a transposição do ângulo BÔA
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 65
RESUMO DO TÓPICO 4
Como construir os principais ângulos: 15º, 30º, 45º, 60º, 75º, 90º, 120º utilizando compasso. D
E
Bissetriz de um ângulo qualquer é a semirreta que divide esse ângulo em dois ângulos R
E
congruentes. P
R
E
Como construir a bissetriz de um ângulo utilizando apenas régua e compasso. S
E
N
Transposição de ângulos usando apenas régua e compasso.
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
66 TÓPICO 4 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
Para que você, caro acadêmico, possa melhor fixar o conteúdo, procure responder
às seguintes autoatividades.
a) raso
b) agudo
c) reto
d) obtuso
M
É 4 Determine o valor de x em cada uma das figuras:
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
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F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 4 67
c) 45º d) 75o
e) 105o f) 135o
D
E
G
R
Á
F
I
C
A
68 TÓPICO 4 UNIDADE 1
M
É
T
O
D
O
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E
P
R
E
S
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T
A
Ç
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O
G
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F
I
C
A
UNIDADE 1
TÓPICO 5
Construção de Mediatriz,
Retas Paralelas e Retas
Perpendiculares
1 INTRODUÇÃO
Reservamos este espaço para que o aluno aprenda a construir retas paralelas e
perpendiculares, bem como consiga definir e construir a mediatriz de um segmento.
M
É
T
2 Retas Paralelas O
D
O
S
Já vimos anteriormente, a definição de retas paralelas. Vimos também que duas retas
paralelas “geram” um ponto impróprio (que é “o ponto de encontro” das retas no infinito). Agora, D
E
vamos aprender como construir retas paralelas a uma reta r qualquer.
R
E
TE! P
RTAN R
IMPO
E
S
E
N
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para T
A
facilitar o entendimento. Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
70 TÓPICO 5 UNIDADE 1
Veja:
______________________________________ r
M
É
T
O
D
O
S
D
E
FIGURA 60 – 2° PASSO PARA O PARALELISMO
R FONTE: Os autores
E
P
R 3º passo: Segure o esquadro 2 firmemente, e faça o esquadro 1 “deslizar” pelo 2.
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
FIGURA 61 – 3° PASSO PARA O PARALELISMO
C
A FONTE: Os autores
UNIDADE 1 TÓPICO 5 71
4º passo: Sem mexer no esquadro 1, tire o esquadro 2 e trace uma reta s paralela a r.
Notação de paralelismo: r // s.
Podemos colocar essa reta s em qualquer lugar. Basta “levá-la” com os esquadros
apoiando o que irá se deslocar no outro fixo repetidas vezes.
ÇÃO!
ATEN
D
E
No tópico passado, aprendemos a construir um ângulo reto e podemos usar aquele
R
conhecimento para construir duas retas perpendiculares. Contudo, nesse espaço, faremos isso E
P
usando os esquadros, apenas por ser uma forma mais rápida.
R
E
S
1º passo: Desenhe uma reta r, apoie um dos esquadros nessa reta. E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
FIGURA 63 – 1° PASSO PARA PERPENDICULARISMO F
FONTE: Os autores I
C
A
72 TÓPICO 5 UNIDADE 1
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P FIGURA 65 – 3° PASSO PARA PERPENDICULARISMO
R FONTE: Os autores
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 73
ÇÃO!
ATEN
Se você repetiu cada passo numa folha, PARABÉNS. Se não, repita todo
o processo para um melhor entendimento.
4 Mediatriz
M
É
T
Dado um segmento de reta AB, mediatriz será a reta que divide o segmento de reta O
D
AB em duas partes congruentes. Em outras palavras, é a reta que passa no meio de AB. Ou O
ainda, “a mediatriz de um segmento AB é a reta m perpendicular à AB, passando pelo ponto S
M
É
T
O
D FIGURA 69 – 3° PASSO PARA MEDIATRIZ
O FONTE: Os autores
S
4º passo: Passar uma reta sobre os dois pontos de intersecções P1 e P2, obtidos através
D
E das marcações feitas nos dois passos anteriores.
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
FIGURA 70 – 4° PASSO DA MEDIATRIZ
A FONTE: Os autores
UNIDADE 1 TÓPICO 5 75
5 Transposição de imagem
Para reproduzir essa figura, precisamos usar todos os conteúdos vistos até aqui, além,
é claro, de uma boa criatividade.
M
É
TE!
RTAN T
IMPO
O
D
O
S
Não esqueça de repetir cada passo do processo numa folha para facilitar
D
o entendimento. E
R
1º passo: Representar os vértices da figura por letras maiúsculas. E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FIGURA 72 – 1° PASSO – TRANSPOR IMAGEM Ã
O
FONTE: Os autores
G
2º passo: Traçar um segmento de medida O’E’. Para isso, basta abrir o compasso na R
medida OE e marcar esse comprimento sobre uma reta suporte. Á
F
I
C
A
76 TÓPICO 5 UNIDADE 1
3º passo: Faça uma reta perpendicular a O’E’ que passe pelo ponto O’. Veja no item 3
(retas perpendiculares) como se faz.
M
É
T
O
D
O
S
G
R
Á
F FIGURA 76 – 5° PASSO – TRANSPOR IMAGEM
I FONTE: Os autores
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 77
6º passo: Trace uma reta paralela a O’A’ passando por E’. Veja no item 2 (retas paralelas)
como se faz. Marque o ponto U’ na intersecção das duas últimas retas traçadas.
7º passo: Abra o compasso na medida AB e, com a ponta seca em A’, trace um arco. M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
FIGURA 79 – 7° PASSO – TRANSPOR IMAGEM E
FONTE: Os autores S
E
N
8º passo: Abra o compasso na medida OB e, com a ponta seca em O’, trace um arco. T
Na intersecção desses arcos, marque o ponto B’. A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
78 TÓPICO 5 UNIDADE 1
M
É 10º passo: Traçar um segmento de reta entre: O’ e B’, A’ e B’, B’ e C’, E’ e C’, U’ e C’.
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R FIGURA 82 – 10° PASSO – TRANSPOR IMAGEM
E FONTE: Os autores
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 79
NOT
A!
O compasso e a régua (sem escala) são conhecidos como instrumentos
euclidianos, pois os postulados dos Elementos de Euclides restringem
o uso da régua e do compasso de acordo com as regras:
com a régua permite-se traçar uma reta de comprimento indefinido,
LEITURA COMPLEMENTAR
Howard Eves
Por volta do ano 980, o matemático árabe Abûl-Wefã (940-998) propusera o uso da
régua junto com um compasso enferrujado,i sto é, um compasso de abertura fixa. Em vista
do teorema de Poncelet-Steiner precisamos, na verdade, usar o compasso apenas uma vez,
depois do que podemos abandoná-lo. Em 1904, o italiano Francesco Severi foi ainda além e
mostrou que tudo de que se precisa é um arco, por menor que seja, de uma circunferência e seu
centro, a fim de levar a termo todas as construções euclidianas com régua apenas. Também foi
demonstrado, por Adler e outros, que se pode realizar qualquer construção euclidiana com uma
régua de duas bordas, não importa se estas sejam ou não paralelas. Há muitos teoremas de
construção intrigantes como estes, cujas demonstrações requerem engenhosidade considerável.
D
E
R
E
P
R
E
S
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T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 81
RESUMO DO TÓPICO 5
Como
construir retas paralelas utilizando apenas dois esquadros.
Como
construir retas perpendiculares usando apenas dois esquadros.
Mediatriz
será a reta que divide o segmento de reta AB em duas partes congruentes.
Como
construir a reta mediatriz usando régua e compasso.
Como
transpor figuras.
M
É
T
O
D
O
S
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R
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P
R
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S
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T
A
Ç
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O
G
R
Á
F
I
C
A
82 TÓPICO 5 UNIDADE 1
IDADE
ATIV
AUTO
Com vistas a que você, caro(a) acadêmico(a), possa melhor fixar os conteúdos,
apresentamos, em seguida, alguns exercícios referentes ao conteúdo estudado:]
1 Utilize dois compassos e trace uma reta paralela a cada reta dada.
a)
M
É b)
T
O
D
O
S
D
E
R
E 2 Trace uma reta perpendicular a cada reta dada.
P
R
E
S a)
E
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T
A
Ç
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O
G
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F
I
C
A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 83
b)
M
É
T
O
D
4 Utilizando compasso e esquadro, reproduza figura a seguir, na mesma escala. O
S
D
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P
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S
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G
R
Á
F
I
C
A
84 TÓPICO 5 UNIDADE 1
6 Traçar uma reta perpendicular a outra passando pelo ponto 0, com o auxílio do compasso.
8 Dada uma circunferência qualquer, divida-a em três partes congruentes com auxílio
do compasso.
M
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P
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A
UNIDADE 1 TÓPICO 5 85
IAÇÃO
AVAL
M
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Ç
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A
86 TÓPICO 5 UNIDADE 1
M
É
T
O
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O
S
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R
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S
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T
A
Ç
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O
G
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F
I
C
A
UNIDADE 2
SISTEMAS DE PROJEÇÕES
Objetivos de aprendizagem
A partir do estudo desta Unidade, o(a) acadêmico(a) estará
apto a:
M
PLANO DE ESTUDOS É
T
O
D
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada O
tópico, vocês encontrarão atividades que o(a) ajudarão na fixação da S
aprendizagem. D
E
R
E
P
R
TÓPICO 1 – PROJEÇÕES E
S
TÓPICO 2 – SISTEMA CÔNICO E SISTEMA CILÍNDRICO E
N
TÓPICO 3 – SISTEMA MONGEANO T
A
Ç
TÓPICO 4 – PROJEÇÃO DE UM PONTO
Ã
O
G
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C
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T
A
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O
G
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Á
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C
A
UNIDADE 2
TÓPICO 1
Projeções
1 INTRODUÇÃO
Podemos afirmar que o pai da Geometria Descritiva foi Gaspar Monge, um sábio
desenhista francês e excepcional geômetra, que a definiu como sendo a “arte” de representar
figuras espaciais num plano.
Essa forma de representação permite trabalhar todos os problemas tridimensionais
com desenhos feitos num plano.
D
Imaginem se, ao ler uma planta de alguma construção, o engenheiro não fosse capaz E
de obter com exatidão o seu tamanho, a distância entre os pilares etc. Por isso, Monge fez R
algumas adaptações nos sistemas de projeção existentes, conseguindo extrair todos os detalhes E
P
necessários para solucionar os problemas de um objeto tridimensional. R
E
S
Nessa unidade, estudaremos os sistemas que serviram de base para Monge e E
N
evoluiremos até chegarmos ao Sistema Mongeano. T
A
Ç
Ã
O
2 O que é projeção
G
R
Á
Projeção é o processo pelo qual incidem raios sobre um objeto em um plano chamado F
I
plano de projeção.
C
A
90 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Plano de projeção
Objeto
Raio projetante
Centro de projeção
Não há motivo para complicarmos o que é projeção porque a ideia de projeção é quase
que intuitiva, uma vez que sua ocorrência se dá em diversos segmentos do nosso cotidiano.
Trata-se de um fenômeno físico que acontece normalmente na natureza ou que pode ser
produzido artificialmente pelo homem.
1º) “Ao incidirem sobre uma placa opaca, os raios solares produzem sobre a superfície
de um piso claro, uma figura escura a que chamamos comumente de sombra. O contorno da
sombra nada mais é que a projeção do contorno da placa na superfície do piso”.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
FIGURA 83 – PROJEÇÃO DE FIGURA
T
A
FONTE: Os autores
Ç
à 2º) “As imagens que vemos numa tela de cinema são as projeções dos fotogramas
O
contidos na fita de celuloide quando sobre eles incidem os raios luminosos emitidos pela
G
R
lâmpada do projetor”.
Á
F
I Plano de projeção: tela do cinema
C Objeto: os fotogramas da fita
A
UNIDADE 2 TÓPICO 1 91
M
É
T
O
D
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S
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P
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S
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T
A
Ç
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G
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F
I
C
A
92 TÓPICO 1 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 1
Gaspar
Monge é considerado por muitos o “pai” da projeção espacial num plano.
Projeção
é a “sombra” obtida de um objeto num plano.
Obtivemos
a noção de:
Plano de Projeção
Objeto
Raio Projetante
Centro de Projeção.
M
É
T
O
D
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P
R
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S
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N
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A
Ç
Ã
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G
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Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 1 93
IDADE
ATIV
AUTO
Caro(a) acadêmico(a), para que você possa melhor fixar os conteúdos estudados
neste Tópico, procure resolver estas atividades:
1 Um carro estacionado sob um poste com luz ligada, à noite, em uma rua, tem sua
sombra projetada sobre a rua. Identifique, no problema, o plano de projeção, o centro
de projeção, o raio projetante e o objeto.
3 Em qual(is) ramo(s) da(s) atividade(s) humana(s) você acha que a projeção ajudará
para o estudo de objetos?
M
É
T
O
D
O
S
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P
R
E
S
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A
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C
A
94 TÓPICO 1 UNIDADE 2
M
É
T
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S
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S
E
N
T
A
Ç
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G
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F
I
C
A
UNIDADE 2
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos dois sistemas muito importantes, para que o acadêmico
tenha conhecimento de sua existência.
M
É
T
2 Sistema Cônico O
D
O
É o sistema de projeção em que os raios projetantes partem de um ponto “visível”. Esse S
ponto será o vértice do cone, que se formará entre esse ponto, o objeto e a sua projeção no D
plano de projeção. Esse tipo de projeção acontece quando o centro de projeção (fonte de luz) E
está a uma distância finita do objeto. Nesse caso, o ponto de vértice recebe o nome de ponto R
E
próprio. P
R
E
Por aproximar-se muito do modo como “enxergamos”, as técnicas com projeções cônicas, S
E
também chamadas de “perspectivas”, são muito utilizadas quando desejamos representar algo
N
de modo mais próximo do real. Quando temos um centro de projeção próprio, deste centro T
A
saem raios de projeção divergentes em direção ao plano de projeções. Isto provoca projeções Ç
com o que chamamos de “pontos de fuga”. Ã
O
G
Veja no desenho: R
Á
F
I
C
A
96 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Esse sistema faz com que a projeção não represente o tamanho verdadeiro do objeto.
Não é difícil notar que quanto mais próximo do objeto o centro de projeção estiver, maior será
a distorção entre o tamanho original e a projeção. Para que isso não ocorra, o método mais
utilizado é o cilíndrico.
3 Sistema Cilíndrico
G
R
Observe no desenho:
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 97
UNI
Esse tipo de projeção é excelente, pois dá uma indicação precisa do tamanho do objeto,
sem precisarmos de cálculos auxiliares de proporção e trigonometria. Uma escala direta será
o bastante.
A projeção cilíndrica é dividida em ortogonal e oblíqua. Uma ideia simples para entender M
é pensar que a ortogonal é quando o centro de projeção é o “sol do meio dia”, e a oblíqua seria É
T
quando o centro de projeção é o “sol das outras horas”. O
D
O
Veja: S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
FIGURA 86 – SISTEMA CILÍNDRICO – OBLÍQUO E ORTOGONAL Á
FONTE: Os autores F
I
C
A
98 TÓPICO 2 UNIDADE 2
G
R
Á
F
I
C
A
100 TÓPICO 2 UNIDADE 2
M
É Contudo é notório que, mesmo com a projeção cilíndrica, muitas características do
T objeto se perdem principalmente se for complexo como uma casa, um prédio, uma ponte, um
O
D viaduto etc.
O
S
Pensando nisso é que Monge criou seu sistema de projeção, que consiste em projetar
D
E o objeto em dois planos ortogonais, um plano horizontal (PH) e um Plano Vertical (PV) que
será estudado no próximo tópico.
R
E
P
R
E
S
E 4 Projeções Cilíndricas x Projeções Cônicas
N
T
A
Ç Apesar do sistema de projeção cônica não representar o tamanho real do objeto como
à o sistema de projeção cilíndrico, ele aparece com frequência nas revistas em quadrinhos e
O
até mesmo nosso dia a dia.
G
R
Á O texto a seguir, Harris e Scalo (2008), analisa perfeitamente essa situação.
F
I
C Observe por um minuto a figura a seguir e tente compreendê-la tridimensionalmente.
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 101
M
É
T
O
FIGURA 91 – QUADRINHO USANDO PROJEÇÃO CÔNICA D
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/ O
DTarq_M2.htm>. Acesso em: 29 Maio 2008. S
D
E
Qual das duas figuras você compreende melhor? R
E
P
Na primeira, foi usada uma técnica de projeção cilíndrica e na segunda uma técnica R
de projeção cônica. E
S
E
N
Embora as duas figuras sejam projeções bidimensionais de uma situação tridimensional, T
a segunda figura parece-nos mais familiar. A
Ç
Ã
O
Isto se dá devido ao fato deste tipo de projeção estar mais próximo a como nossos
olhos veem. G
R
Á
Quando observamos o desenho a seguir, F
I
C
A
102 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Embora saibamos que trilhos da linha de trem são paralelos e, portanto, “nunca deveriam
se encontrar”, podemos ver seu encontro: “eles se encontram num ponto de fuga (PF)”. Como
este ponto é real apenas para nossos olhos, dizemos que duas paralelas se encontram sim,
mas no infinito, onde está seu centro de projeções impróprio. (0∞).
M
É
T
O
4.1 PERSPECTIVA CAVALEIRA
D
O
S Representar uma figura em três dimensões sobre um único plano nunca foi fácil, até
D mesmo para aqueles que se consagraram artistas e arquitetos há muito tempo. Os resultados
E são surpreendentes, pois enquanto os artistas criaram a perspectiva cônica, os arquitetos
R utilizavam-se da perspectiva cavaleira.
E
P
R Parzysz (1991), em um de seus estudos, percebeu que a representação em perspectiva
E
S paralela mostrou-se mais eficiente que a perspectiva central porque os desenhos estavam
E
N
mais próximos do real.
T
A
Ç A perspectiva cavaleira é fornecida pela projeção cilíndrica oblíqua de suas faces em
à casos específicos em que posicionamos o objeto, ficam paralelas ao plano de projeção conforme
O
as figuras de perspectiva cavaleira a seguir.
G
R
Á
F
I
C
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UNIDADE 2 TÓPICO 2 103
R
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P
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104 TÓPICO 2 UNIDADE 2
D
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G
R
Á FIGURA 95 – PERSPECTIVA CÔNICA
F FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&rlz=1T4SKPT_
I pt-BRBR397BR 402&q=PERSPECTIVA%20CONICA&um=1&ie=UTF-
C
8&source=og&sa=N&tab=wi&biw=1259&bih=505>. Acesso em: 15 abr. 2011.
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 105
NOT
A!
Estimado(a) acadêmico(a)! A perspectiva cônica pode ser
entendida como uma ciência, um ramo da óptica, uma disciplina
que floresceu para melhor representar os desenhos que na
época eram de muita importância na Grécia Antiga e em Roma,
durante a Idade Média.
M
É
T
O
FIGURA 96 – O ANÚNCIO DE SANTO EMÍDIO D
O
FONTE: Disponível em: < http://www.profcardy.com/geodina/perspectiva-
S
conica.php.>. Acesso em: 14 abr. 2011.
D
E
Os artistas elaboravam suas próprias regras antes da invenção da perspectiva cônica
R
e até então não sentiam falta dos fundamentos matemáticos que dariam às suas perspectivas E
uma lógica que eles mesmos criaram. P
R
E
Na Itália, os romanos já haviam desenvolvido um sistema racional baseado nos princípios S
E
ópticos. Nos séculos XII e XIV, os italianos imaginavam construções empíricas, combinando N
T
observações da natureza e relações simples de proporções. A
Ç
Ã
Os pintores do norte da Europa resolviam os problemas que os italianos não conseguiam O
resolver, graças a um estudo minucioso da natureza, dando uma maior atenção às cores e à G
luminosidade. R
Á
F
No início do século XV, em meio ao cenário artístico e intelectual de Florença, I
C
A
106 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Contudo, se fosse para apontar um inventor dessa arte pictórica, segundo este mesmo
autor, o nomeado seria Filippo Brunelleschi (1377-1446). Brunelleschi demonstrou seu interesse
e compreensão por problemas de perspectiva ao planejar e executar a impressionante
construção da abóboda da catedral de sua cidade (CROSBY, 1999). Ele revelou também a
existência de um “potencial ilusionístico da representação perspectivada” com uma pintura
construída em perspectiva, da seguinte forma:
Esta ilusão de que as imagens em perspectiva são carregadas de realismo deve ser
M
É constantemente confrontada, pois elas não são, incontestavelmente, constituídas de simples
T
O espelhos do mundo. “Trata-se, afinal, de sistemas simbólicos, produtos da experiência humana,
D construídos a partir de conjuntos de crenças socialmente constituídos”. (FRAGOSO, 2003, p.
O
S 106).
D
E
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P
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S
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G
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Á
F
FIGURA 97 – MOSTRANDO A PROFUNDIDADE – IGREJA MATRIZ DE SANTO TIRSO
I
FONTE: Disponível em: <http://br.olhares.com/igreja_matriz_de_santo_tirso_foto3181496.
C
A html>. Acesso em: 14 abr. 2011.
UNIDADE 2 TÓPICO 2 107
D
E
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E
P
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S
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N
T
A
Ç
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O
O pintor deveria adotar uma posição fixa, com relação aos objetos que iria reproduzir,
pois para criar geometricamente a ilusão de profundidade, o pintor deve partir de um ponto
de vista perfeitamente definido. Brunelleschi utilizou um dispositivo engenhoso e complicado:
o espectador deve fica atrás do painel pintado, no qual se abria um orifício e mirar o painel
através deste orifício por meio de um espelho.
[...] uma nova maneira de sentir, pensar e ver o mundo [...]. Esta nova percep-
ção abriu a possibilidade para um modo próprio de representação do espaço:
um espaço em perspectiva. Oriunda das problemáticas de representação
do espaço tridimensional, inserida num campo de conhecimento específico,
pautada por um novo modo de olhar, a perspectiva foi criada como um método
capaz de reproduzir de “modo real” o que vemos. Este caráter realista leva
à crença de que existe um mundo organizado, medido e padronizado [...].
M
É
(FLORES, 2007a, p. 28).
T
O
D Segundo Flores (2007a), essa nova percepção de mundo renascentista repercutiu
O
em diversos aspectos, no modo como o conhecimento é construído, no método de como os
S
saberes são ensinados, no estilo de como as relações sociais são criadas, enfim, na forma de
D
E se perceberem as coisas.
R
E A janela de vidro para a perspectiva é o plano em que é esboçado o desenho. Na Figura
P
R
a seguir, visualiza-se o caixilho envidraçado de Albrecht Dürer, que pode ser entendido como
E uma janela de vidro, um dos seus diferentes instrumentos perspectivos, também chamada de
S
E máquina para desenhar em perspectiva.
N
T
A
Ç
Ã
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G
R
Á
F
I
C FIGURA 100 – CAIXILHO ENVIDRAÇADO DE ALBRECHT DÜRER
A FONTE: Flores (2007a, p. 70).
UNIDADE 2 TÓPICO 2 109
M
É
FIGURA 101 – REPRESENTAÇÃO DO MÉTODO DE ALBERTI - NOÇÃO DE PERSPECTIVA T
FONTE: Parramón (apud FLORES, 2007a, p. 53). O
D
O
S
No século XV, a pintura e a matemática estavam encadeadas uma na outra, sendo
tema de muitos tratados escritos no período. A título de exemplo, citam-se aqui os estudos D
E
de dois artistas: Piero Della Francesca (1416-1492), que escreveu três tratados a respeito
de aritmética, geometria e pintura, e Albrecht Dürer, que propôs em sua primeira obra a tão R
E
desejada relação entre a teoria matemática e a prática do artesão, considerando a geometria P
R
como uma “geometria construtiva”. Dürer tinha como objetivo principal “fundar a pintura sobre E
a certeza matemática e tornar as instruções reunidas em sua obra amplamente acessíveis aos S
E
leitores pintores, artesãos e matemáticos”. (FLORES, 2007a, p. 180). N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
110 TÓPICO 2 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 2
Sistema
cônico é quando o ponto de projeção está a uma distância finita do objeto.
No
sistema cônico o real tamanho da figura não é mantida, dificultando o estudo do objeto
apenas pela projeção.
O
sistema cilíndrico tem como ponto de projeção um ponto impróprio, ou seja, o seu ponto
de projeção está no infinito.
Dentro
do sistema cilíndrico podemos ter o caso oblíquo e o ortogonal. Este último é mais
usado por manter as proporções do objeto mais fidedignas.
A
base do sistema mongeano é o sistema de projeção cilíndrico ortogonal.
M
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S
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P
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E
S
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Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 2 111
IDADE
ATIV
AUTO
Caro(a) acadêmico(a), com vistas a uma melhor fixação dos conteúdos estudados
neste tópico, procure resolver os exercícios que seguem:
4 Você consegue imaginar no cotidiano uma situação perfeita de uma projeção cilíndrica?
Justifique.
M
É
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P
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Ç
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112 TÓPICO 2 UNIDADE 2
M
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T
O
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C
A
UNIDADE 2
TÓPICO 3
Sistema Mongeano
1 INTRODUÇÃO
Poderíamos ter juntado este tópico com o anterior, mas o sistema Mongeano é tão
usado atualmente que preferimos dar uma ênfase especial ao falarmos dele.
Como esse sistema é o adotado no mundo das projeções, o assunto é tratado de forma
bem completa, para que o aluno consiga entender e visualizar seu formato e suas nomenclaturas.
M
2 Sistema Mongeano É
T
O
D
Para suprir os problemas da projeção de um objeto em um único plano, Monge bolou O
S
um sistema de dupla projeção simultânea. O objeto é projetado, ao mesmo tempo, num plano
horizontal (PH) e num plano vertical (PV). Verifique: D
E
R
E
P
R
E
S
E
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T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
FIGURA 102 – SISTEMA MONGEANO I
FONTE: Os autores C
A
114 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Notem que, na figura, estamos projetando um círculo que estava situado no espaço, em
dois planos. No plano horizontal (PH), vimos a circunferência exatamente como ela é. No plano
vertical (PV) vimos apenas um segmento de reta. Embora pareça que o PH já seria suficiente,
é o PV que nos dá a certeza que o objeto é apenas um círculo. Além do mais, sem o PV não
saberíamos a localização do objeto.
Embora, a figura acima seja muito bonita, ela não é fácil de desenhar, pois estes planos
ortogonais complicam bastante. Contudo, não precisamos desenhá-los, basta lembrarmos
que eles existem, e isso é fundamental. Nós usaremos a épura para representar os desenhos
projetados no sistema mongeano. Com a épura, o desenho fica facílimo, mas sua leitura só
fica clara quando lembrarmos onde e de como ela fora obtida.
Caso a projeção será feita em dois planos, serão consideradas duas posições
simultâneas do observador. Utilizando os dois planos, surgem quatro possibilidades para alocar
o objeto que será projetado. Estas quatro regiões são conhecidas como diedros.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
FIGURA 104 – PLANOS DE PROJEÇÕES PERPENDICULARES P
FONTE: Disponível em: <http://200.195.174.230/Materiais/755_433.pdf>. Acesso R
em: 29 mar.2011. E
S
E
N
Um objeto pode estar localizado em qualquer dos quatro diedros que terá sua projeção T
A
horizontal e vertical. A Geometria Descritiva estuda essas projeções nos quatro diedros. Os Ç
elementos de projeção plano, objeto, observador tem uma ordem diferente em cada diedro Ã
O
e em relação a cada plano de projeção. Embora o observador esteja no infinito na projeção
G
cilíndrica ortogonal, o mesmo foi colocado na ilustração para que se possa perceber melhor R
a ordem em que cada elemento está. A ordem dos elementos de projeção é a seguinte em Á
F
cada um dos diedros: I
C
A
116 TÓPICO 3 UNIDADE 2
M
É
T
O FIGURA 105 – ORDEM DOS ELEMENTOS DE PROJEÇÃO
D FONTE: Disponível em: <http://200.195.174.230/Materiais/755_433.pd>. Acesso em: 29 mar. 2011.
O
S
Esta representação considera os quatro diedros, podendo ser efetuada em um
D
E dos quatro. Portanto, há a necessidade da escolha de um dos diedros para definir a sua
representação. A representação final das projeções não poderá ser um conjunto de planos
R
E perpendiculares entre si. Desta maneira, os planos devem ser rotacionados de tal maneira
P
R
que todas as imagens projetadas estejam em um mesmo plano. No caso de um objeto estar
E no segundo ou no quarto diedro, haverá uma sobreposição de imagens:
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I FIGURA 106 – SOBREPOSIÇÃO DAS PROJEÇÕES DOS OBJETOS DO
C SEGUNDO E QUARTO DIEDROS
A FONTE: Os autores.
UNIDADE 2 TÓPICO 3 117
No desenho técnico brasileiro, utilizamos o primeiro diedro como base para a construção
das vistas.
Para que o objeto seja representado sem que haja dúvida sobre suas características,
são utilizados três planos de projeção. Estes planos são dispostos de maneira ortogonal entre
si, dois a dois, de maneira semelhante às faces de um cubo.
M
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T
O
D
O
S
D
E
R
E
FIGURA 108 – PROJEÇÃO DE DOIS OBJETOS DISTINTOS RESULTANDO AS P
R
MESMAS IMAGENS
E
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_ S
M3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2011. E
N
T
A
Na figura a seguir, as arestas tracejadas são as verticais. Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
118 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Perceba que as projeções nos dois planos são idênticas entre si. Para garantir que um
objeto seja representado sem que haja dúvida sobre suas características, são utilizados três
planos de projeção. Estes planos são dispostos de maneira ortogonal entre si, dois a dois, de
maneira semelhante às faces de um cubo.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E FIGURA 110 – TRÊS PLANOS DE PROJEÇÃO ORTOGONAIS ENTRE SI
P
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/
R
E DTarq_M3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2011.
S
E
N
T Van Hiele (1986) considera importante à visualização, a representação mental, a análise
A
Ç dos conceitos, são passos para a formalização do conhecimento. Os modelos reais como
Ã
O
subsídios têm sido utilizados como recursos didáticos em outras áreas do conhecimento e não
tem sido diferente nos métodos de representações geométricas para facilitar a compreensão
G
R tridimensional.
Á
F
I Para a projeção tridimensional, serão indispensáveis três projeções simultâneas de um
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 119
mesmo objeto com o observador alocado a uma distância infinita de cada um dos planos, nas
direções dos respectivos vetores normais.
A figura a seguir mostra que com as três vistas, pelo menos uma delas será diferente
das vistas projetadas do outro objeto. Por isso a importância do terceiro plano.
M
É
T
O
D
FIGURA 112 – PROJEÇÃO DE DOIS OBJETOS DISTINTOS RESULTANDO EM PELO O
S
MENOS UMA IMAGEM DIFERENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_M3.htm>. D
Acesso em: 29 mar. 2011. E
R
E
P
R
2.1.1 Épura mongeana E
S
E
N
Uma vez que não existe mais dúvida em relação ao objeto projetado, pode-se T
A
desconsiderar o objeto e utilizar apenas as suas projeções. Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
120 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Para manipular estas representações com facilidade, os planos deverão ser rotacionados
de tal maneira que as representações fiquem dispostas em um único plano.
M
É
T
O
D
O
S
D
E FIGURA 114 – ABERTURA DA ÉPURA
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/
R DTarq_M3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2011.
E
P
R
E Esta representação das vistas ortográficas em um único plano é denominada épura
S
E mongeana. As vistas ortográficas são as representações das projeções de um objeto em planos
N
T distintos, defasados de 90° entre si. Elas são descritas em um único plano denominado épura
A mongeana. As vistas ortográficas podem ser classificadas em:
Ç
Ã
O • Vistas ortográficas principais.
G • Vistas ortográficas auxiliares.
R
• Vistas secionais.
Á
F
I
C As vistas ortográficas principais são as projeções de um objeto em planos cujos vetores
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 121
normais coincidam com as direções dos eixos da base do E3. As vistas ortográficas auxiliares
são projeções em um plano auxiliar que pode ser alocado e rotacionado de maneira conveniente
para que planos inclinados e oblíquos possam ser representados em sua verdadeira grandeza.
Os cortes e seções são representações da intersecção de um plano secante com o objeto de
interesse, exaltando detalhes internos aos objetos.
S!
DICA
Lembrando que foram utilizados três planos de projeção para identificar univocamente
o objeto, podem ser utilizados outros planos ortogonais entre si, dois a dois, de tal maneira
que os planos de projeção sejam distribuídos como as faces de um cubo. Estas seis faces
possuirão seis imagens simultâneas de objeto.
M
É
T
O
D
O
S
D
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R
E
P
R
E
S
E
N
T
FIGURA 115 – OS SEIS PLANOS DE PROJEÇÃO A
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/ Ç
DTarq_M3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2011. Ã
O
G
Para representar as seis vistas, devem-se abrir os planos sob a forma de épura com R
Á
a seguinte distribuição: F
I
C
A
122 TÓPICO 3 UNIDADE 2
A vista que melhor identifica as características do objeto é definida como vista frontal.
Quando o objeto é observado no aspecto tridimensional, temos à esquerda da vista frontal a
vista lateral direita. De maneira análoga, os elementos que podem ser observados à direita da
vista frontal, temos aí a vista lateral esquerda. Quando o objeto for representado por cima, a
partir da posição frontal, temos a vista superior, localizada abaixo da frontal e analogamente
a vista inferior, localizada acima da frontal. A sexta vista ortográfica principal é oposta a vista
frontal e é denominada de vista posterior. Convencionou-se que sua localização seria ao lado
da vista lateral esquerda.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R FIGURA 117 – NOMENCLATURA DAS VISTAS
E FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_
S M3.htm>. Acesso em: 20 mar. 2011.
E
N
T
A A distribuição das vistas ortográficas obtém-se na abertura da épura:
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 123
Um cuidado muito especial dever ser tomado no espaçamento entre as vistas da épura,
pois, esse espaçamento deve ser o mesmo entre todas as vistas ortográficas principais.
M
É
T
O
D
O
S
FIGURA 119 – AS SEIS VISTAS ORTOGRÁFICAS PRINCIPAIS
FONTE: Disponível em: <http://www.rau-tu.unicamp.br/~luharris/DTarq/DTarq_M3.htm>. D
Acesso em: 20 mar. 2011. E
R
E
No projeto arquitetônico, usamos basicamente as vistas principais que são utilizadas P
no 1˚ diedro, conforme especificam as normas técnicas brasileiras de desenho. R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
124 TÓPICO 3 UNIDADE 2
3 Épura
M
É
T Nada mais é que o modo de apresentação e como desenhamos uma projeção no sistema
O
D mongeano. Com este modo, o desenho de qualquer objeto se resume a alguns segmentos
O
S de reta.
D
E Cabe salientar aos alunos, novamente, que é importantíssimo entender bem como é
conseguida a épura, pois a sua leitura fica óbvia quando os conceitos básicos estão entendidos.
R
E
P
R A épura vem da rotação do plano horizontal (PH) até se encontrar ao plano vertical (PV).
E Ao ser feito isso, parecerá que temos um único plano, o que facilita muito na hora de desenhar,
S
E mas que exige cautela na hora de fazer sua leitura.
N
T
A Obtendo a épura:
Ç
Ã
O
Para facilitar a visualização, imaginaremos um ponto P no 1º diedro, com projeção P’
G no PVS e projeção P’’ no PHA.
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 125
Agora faremos a rotação, no sentido horário, do plano horizontal até que ele coincida
com o plano vertical.
M
É
T
O
D
O
S
R
E
P
UNI R
E
S
E
N
A rotação do plano horizontal de 90o feita acima é conhecida como T
rebatimento. A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
126 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Onde:
PH – Plano Horizontal
PV – Plano Vertical
PVS – Semiplano Vertical Superior
PVI – Semiplano Vertical Inferior
PHA– Semiplano Horizontal Anterior
PHP – Semiplano Horizontal Posterior
LT – Linha de Terra
M
Todos os desenhos das projeções no sistema mongeano serão feitos na épura, que é
É esta última etapa desenhada acima.
T
O
D
O
S
UNI
D
E
R
Na épura são representadas exclusivamente as projeções de uma
E determinada figura.
P
R
E O segmento de reta que liga as projeções P’ e P’’ é chamado de linha de chamada e é
S
E perpendicular à linha de terra.
N
T
A A linha de Terra em épura pode ser representada por LT ou pelas letras x e y nas suas
Ç
à extremidades, mas o usual é colocarmos dois pequenos traços nas extremidades como mostra
O
a figura acima.
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 127
4 Cota e Afastamento
M
É
A cota do ponto P será a exata distância entre P’’ e a Linha de Terra (LT). Podemos T
pensar como sendo a “altura” do ponto P, ou a distância entre o ponto e o plano horizontal (PH). O
D
O
S
O afastamento do ponto P será a exata distância entre P’ e a Linha de terra (LT).
Podemos pensar como sendo o deslocamento lateral do ponto P, ou a distância entre P e o D
E
plano vertical (PV).
R
E
Para reforçar, Pinheiro (1990, p. 12) explica da seguinte maneira: “a distância de um P
R
ponto ao plano horizontal (π) de projeção denomina-se cota; a distância de um ponto ao plano E
vertical (π’) de projeção denomina-se afastamento”. S
E
N
T
A cota e o afastamento constituem as coordenadas de um ponto, mas não são suficientes A
para a exata localização desse ponto no espaço, pois temos uma infinidade de pontos com a Ç
Ã
mesma cota e afastamento. O
G
Precisamos então de mais uma coordenada, a abscissa, que tomamos a partir de um R
Á
ponto marcado arbitrariamente sobre a linha da terra, denotado por 0 (zero), que chamaremos F
de origem do sistema. Quando a abscissa estiver situada à direita da origem ela é positiva, e I
C
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128 TÓPICO 3 UNIDADE 2
D
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G
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UNIDADE 2 TÓPICO 3 129
RESUMO DO TÓPICO 3
Sistema
mongeano: dupla projeção ortogonal, uma projeção com ponto de projeção acima
do objeto (dando a projeção no plano horizontal PH) e outra com ponto de projeção ao lado
do objeto (gerando a projeção no plano vertical PV).
Épura: é obtida através da rotação do Plano Horizontal. É o método mais utilizado por preservar
Linha
de terra: é a reta de intersecção entre o PV (plano vertical) e o PH (plano horizontal).
Também podemos notar sua presença na épura, dividindo esta ao meio.
Linha
de chamada: é o segmento de reta que une as projeções P’ e P’’ de um ponto.
Cota:
é a “altura” de um ponto no espaço. Na épura é a exata distância entre a LT e P’’.
Afastamento:
é a “distância lateral” de um ponto no espaço. Na épura é a distância entre a M
LT e P’. É
T
O
Abscissa:
é a distância da origem do sistema a intersecção das projeções. Na épura é a D
O
distância entre a origem e a linha de chamada. S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
130 TÓPICO 3 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
a) cota:
b) afastamento:
c) abscissa:
M
É
3 Faça as projeções do ponto P no PH e PV, e destaque a cota, o afastamento e a
T
O abscissa na figura a seguir. (você pode usar a técnica de retas paralelas, vista no
D
O Tópico1, para desenhar as projeções):
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
4 Faça o rebatimento dos planos da figura da questão 4 para obter a épura, e destaque
R
Á a cota o afastamento e a abscissa.
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 3 131
a) ( ) P(-2,4,-2).
b) ( ) P(2,4,-2).
c) ( ) P(-2,4,2).
d) ( ) P(2,4,2).
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
132 TÓPICO 3 UNIDADE 2
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2
TÓPICO 4
Projeção de um Ponto
1 INTRODUÇÃO
É exatamente nisso que nos baseamos ao organizarmos esse material, reforçar bastante
a projeção de ponto e de reta para que depois o aluno possa “caminhar” sozinho na planificação
de figuras mais complexas.
M
Neste tópico daremos a noção exata de como projetar um ponto na épura, mostraremos É
T
o que acontece com a cota e com o afastamento quando o ponto se encontra nos quatro diedros O
D
e, por fim, conseguiremos saber o diedro de origem do ponto no espaço apenas observando O
o sinal da cota e do afastamento. Não levaremos em conta a abscissa do ponto, pois ela não S
R
E
P
R
2 Projeção de Um Ponto na Épura E
S
E
N
Quando olhamos a épura, temos que lembrar que o que vimos é a projeção do ponto P T
A
inicial e não o próprio ponto P. Esta noção, apesar de óbvia, causa muita confusão nos alunos Ç
mais distraídos. Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
134 TÓPICO 4 UNIDADE 2
No 1º Diedro
M Concluímos, então, que, quando a cota (distância entre P’’ e LT) está acima da LT, terá
É
T um valor positivo. E quando o afastamento (distância de P’ e LT) está abaixo da LT, terá um
O
D
valor positivo.
O
S
D UNI
E
R
E
P Para reforçar: Para ter valor positivo, a cota tem que aparecer acima
R da LT e o afastamento abaixo.
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 135
Notem que, ao “girarmos” o plano horizontal, a projeção P’ do ponto P vai parar acima
da LT. Porém, ela ainda indica o afastamento e, com isso, concluímos que, quando o ponto
está no segundo diedro, tanto a cota como o afastamento aparecem acima da LT na épura.
Vale lembrar que a cota é positiva (está aparecendo acima da LT) e o afastamento é
negativo (está acima da LT e é para baixo que ele é positivo).
No 3º diedro
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
FIGURA 128 – PONTO NO 3° DIEDRO Ç
FONTE: Os autores Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
136 TÓPICO 4 UNIDADE 2
Notem que a cota aparece abaixo da LT e o afastamento acima. Isso indica que ambos
os valores são negativos, uma vez que estão localizados numa posição contrária à que ocorre
com o ponto do 1º diedro.
No 4º diedro
A épura nos mostra as duas medidas abaixo da LT, o que nos indica que o afastamento
é positivo e a cota, negativa.
Exemplos
M
É
T
O
1) Construa a épura de um ponto P [1, 5, -3].
D
O
S Solução: Sabemos que o 1 é a abscissa, 5 é o afastamento e -3 é a cota. Afastamento
positivo e cota negativa nos dão um ponto no 4º diedro (ver quadro resumo). A épura do 4º
D
E diedro tem ambas as medidas a seguir da LT, logo:
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 137
UNI
Solução: Com o uso de uma régua graduada, medimos que a origem (0) está a 1,5cm
da linha da chamada. Portanto, a abscissa mede 1,5cm. Como a linha de chamada está à
M
esquerda da origem, temos abscissa negativa. É
T
O
Medimos que P’ está a 2cm acima da LT, que P’’ está 4cm abaixo, P’ representa o D
O
afastamento e P’’ a cota. Temos o afastamento acima da LT e a cota abaixo da LT. Isso indica S
que ambas as medidas são negativas e o ponto se encontra no 4º diedro.
D
E
Portanto: P [-1,5; -2; -4]. R
E
P
3) Determine o diedro que se encontra o ponto P [3, -8, 7] R
E
S
Solução: Sabemos que o 3 é a abscissa, -8 é o afastamento e 7 é a cota. Como o E
N
afastamento é negativo e a cota é positiva, então, o ponto P pertence ao segundo diedro (ver T
quadro resumo). A
Ç
Ã
O
UNI
G
R
Á
F
Para sabermos em qual diedro está um ponto, não precisamos da abscissa, I
basta que tenhamos o valor da cota e do afastamento. C
A
138 TÓPICO 4 UNIDADE 2
3 PROJEÇÃO DE UM PONTO
PERTENCENTE AO PLANO NA ÉPURA
Até o presente momento, tratamos apenas dos pontos que estão localizados em um
dos quatro diedros. Mas, um ponto pode pertencer a alguns dos planos: PHA, PHP, PVS, PVI,
ou até mesmo a intersecção dos planos que chamamos de linha da terra (LT).
Todos os pontos de cota nula pertencem ao plano horizontal, que pode ser PHA ou PHP.
Caro estudante, como você está familiarizado com o sistema mongeano e com a épura,
faremos a representação dos pontos P ∈ PHA e Q ∈ PHP na mesma figura
M
É
T
O
D
O
S
D
E
Todos os pontos de afastamento nulo pertencem ao plano vertical, que pode ser PVS
ou PVI.
D
Já a projeção Q’’ ≅ Q vai parar abaixo da LT, e a projeção Q’ permanece sobre a LT. E
E podemos dizer que o afastamento é nulo, pois está em acima da linha da terra e a cota é
R
negativa, pois está abaixo da linha da terra. E
P
R
E
S
E
3.3 PONTO PERTENCENTE A LINHA DA TERRA N
T
A
Ç
Todos os pontos de cota nula e afastamento nulo pertencem à linha da terra, e suas
Ã
projeções coincidem. O
G
Observe a figura em que P ∈ LT: R
Á
F
I
C
A
140 TÓPICO 4 UNIDADE 2
Após o rebatimento as projeções P’ e P’’ ficam sobre a linha da terra, veja o resumo
no quadro, a seguir.
M
Cota + + - - 0 0 + - 0
É Acima Acima Abaixo Abaixo Acima Abaixo
T LT LT LT LT LT LT
O
D
QUADRO 1 – RESUMO
O FONTE: Os autores
S
D LEITURA COMPLEMENTAR
E
Monge foi ministro da marinha e, como tal, engajou-se na tarefa de produzir armas e
munições para armada. Foi o maior responsável, junto ao Diretório, pela criação da Escola
Politécnica, da qual se tornou professor. Ganhou o afeto e a admiração calorosos de Napoleão,
a quem acompanhou, juntamente com o matemático Joseph Fourier (1768-1830), à malfadada
expedição de 1798 ao Egito. No retorno à França, reassumiu suas funções na Escola Politécnica,
na qual sempre se mostrou um professor singularmente brilhante. Suas aulas serviram de
inspiração a uma série de grandes geômetras, entre eles Charles Dupin (1784-1873) e Jean
M
Victor Poncelet (1788-1867), o primeiro responsável por contribuições de vulto ao campo da É
geometria diferencial e o segundo ao da geometria projetiva. T
O
D
O
Considera-se ainda que Monge, além de criador da Geometria Descritiva, seja também S
o pai da geometria diferencial.
D
E
FONTE: EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Tradução de Hygino H. Domingues.
Campinas: Editora da UNICAMP, 2004. p. 489 – 490. R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
142 TÓPICO 4 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 4
Conseguir
projetar um ponto é um grande passo para projetar qualquer objeto, uma vez que
qualquer objeto é formado por infinitos pontos.
No
1º diedro a cota e o afastamento são positivos, na épura a cota aparece acima da LT e o
afastamento abaixo.
No
2º diedro a cota é positiva e o afastamento é negativo, na épura ambos aparecem acima
da LT.
No
3º diedro a cota e o afastamento são negativos, na épura o afastamento aparece acima
da LT e a cota abaixo.
No
4º diedro a cota é negativa com o afastamento positivo, a cota e o afastamento aparecem
na épura abaixo da LT.
Quadro de resumo:
1º 2º 3º 4º PHA PHP PVS PVI LT
M Diedro Diedro Diedro Diedro
É
T Afastamento + - - + + - 0 0 0
O
Abaixo Acima Acima Abaixo Abaixo Acima
D
O LT LT LT LT LT LT
S Cota + + - - 0 0 + - 0
R
E
Quando a cota é nula o ponto pertence ao plano horizontal, e o afastamento é positivo
P se estiver abaixo da LT e negativo se estiver acima da LT.
R
E
S Quando o afastamento é nulo o ponto pertence ao plano vertical, e a cota é positiva se
E
N estiver acima da LT e negativa se estiver abaixo da LT.
T
A
Ç Quando a cota e o afastamento são nulos o ponto pertence a linha da terra.
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 143
IDADE
ATIV
AUTO
2 Desenhe a épura dos pontos a seguir, considerando que todos tem abscissa nula:
a) cota = 2, afastamento = -3
b) cota = 4, afastamento = 5
c) cota = -1, afastamento = -6
d) cota = -4, afastamento = 5
e) cota = 0, afastamento = 2,5
f) cota = -1,2; afastamento = 0
g) cota = 0; afastamento = 0
D
E
R
E
P
R
E
S
b) E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
144 TÓPICO 4 UNIDADE 2
c)
d)
e)
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R b) Ponto no 2º diedro
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 145
c) Ponto no 3º diedro
d) Ponto no 4º diedro
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
e) Ponto no Plano Vertical Superior E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
146 TÓPICO 4 UNIDADE 2
M
É
T
O
D
O
S
D
E
h) Ponto no Plano Horizontal Inferior
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 2 TÓPICO 4 147
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
148 TÓPICO 4 UNIDADE 2
IAÇÃO
AVAL
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3
P R O J E Ç Õ E S D E R E TA S , V E R D A D E I R A
GRANDEZA E POLÍGONOS NA ÉPURA
Objetivos de aprendizagem
M
É
PLANO DE ESTUDOS T
O
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada D
O
um deles, você encontrará exercícios e desafios que o ajudarão a S
compreender toda a Unidade. D
E
R
E
P
R
E
TÓPICO 1 – PROJEÇÃO DE RETAS PARALELAS EM
S
RELAÇÃO A UM DOS PLANOS E
N
TÓPICO 2 – SEGMENTOS OBLÍQUOS AOS DOIS T
PLANOS DE PROJEÇÃO A
Ç
TÓPICO 3 – VERDADEIRA GRANDEZA Ã
O
TÓPICO 4 – PROJEÇÕES DE POLÍGONOS
G
R
Á
F
I
C
A
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Desde o início do Caderno de Estudos, você está adquirindo conhecimentos para que
consiga desenhar e entender desenhos tridimensionais projetados em épura.
O que você deveria entender é que não importa a forma do objeto no mundo
tridimensional. O objeto terá sempre apenas três dimensões. Cada parte do objeto pode ser M
pensada como uma figura num plano. Esta figura, por sua vez, pode ser pensada como a união É
T
de várias retas e sabemos que uma reta é a união de infinitos pontos. O
D
O
Claro que não ficaremos projetando infinitas retas para formar um objeto, muito menos S
infinitos pontos. Para projetar um objeto, projetamos os segmentos que “contornam” o objeto. D
E
É para isto que estudaremos agora. Veremos como projetar retas nas mais variadas R
E
posições no plano de dupla projeção ortogonal e representaremos as mesmas na épura. P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
2 Ideias Básicas O
G
Já foi visto anteriormente que uma reta é a união de infinitos pontos, embora R
Á
necessitemos de apenas dois para definir exatamente a reta. É nessa pequena necessidade F
I
que nos basearemos para projetar a reta, pois a projeção de um ponto pertencente a qualquer C
A
152 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Em outras palavras, para projetar uma reta, basta projetar dois pontos dessa reta e
traçar, pelos pontos projetados, as retas projetadas (uma projetada no PH e outra no PV).
Projetaremos segmentos de reta, que nada mais são que partes finitas de uma reta,
embora seja sabido que, ao desenharmos um segmento, praticamente desenhamos a ideia
da sua reta suporte. Por esse motivo, as definições vistas para segmentos, neste tópico e no
tópico 2, estendem-se às retas.
UNI
M
É 3.1 Segmento Paralelo aos Dois Planos
T
O
D
O Dado um segmento AB no 1º Diedro, paralelo ao PV (Plano Vertical) e ao PH (Plano
S Horizontal). Temos a seguinte projeção, usando os planos ortogonais:
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F FIGURA 133 – SEGMENTO PARALELO
I FONTE: Os autores
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 153
Este tipo de segmento é o mais fácil de ser projetado na épura, pois ambas as projeções
dão a verdadeira grandeza (VG) do segmento.
OS!
FU TUR
DOS
ESTU
Notem que o segmento A’’B’’ e o segmento A’B’, são projeções do segmento original AB.
O interessante é que conseguimos a projeção do segmento sem nos preocuparmos com este, M
É
apenas projetamos os seus pontos extremos A e B da mesma forma feita na unidade passada. T
O
D
Usaremos esta tática para todos os segmentos, reduzindo, com isso, a sua projeção a O
S
uma projeção simultânea de dois pontos.
D
E
IMPO
RTAN
TE!
R
E
P
R
E
S
E
Para projetar um segmento, projetamos seus pontos extremos como N
visto na unidade anterior. T
A
Ç
Cabe salientar, ainda, que as retas que tenham as duas projeções na épura, paralelas Ã
O
à linha de terra, podem ser chamadas de reta paralela à linha de terra ou ainda reta fronto-
horizontal. G
R
Á
F
I
C
A
154 TÓPICO 1 UNIDADE 3
M UNI
É
T
O
D
O Usamos o símbolo: ≅ para indicar a coincidência entre os pontos
S
D
E Vale chamar atenção do aluno para que perceba que o segmento AB é perpendicular
ao PH, fazendo com que a projeção dos pontos extremos A e B no PH coincidam.
R
E
P
R
Na épura teremos a situação descrita da seguinte forma:
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C FIGURA 136 – ÉPURA DO SEGMENTO PERPENDICULAR AO PH
A FONTE: Os autores
UNIDADE 3 TÓPICO 1 155
Se o segmento é perpendicular ao PH, então, ele é paralelo ao PV. Com isso, a projeção
A’’B’’ tem o mesmo tamanho de AB, ou seja, representa a VG de AB.
O afastamento e a abscissa são idênticos para todos os pontos do segmento AB, por
isso A’ e B’ são pontos coincidentes na épura. A reta que tenha essas características também
é conhecida por reta vertical.
Para uma melhor absorção dos conceitos faremos a projeção e a épura também
para esse caso, embora tenhamos a certeza de que, com algum esforço, o aluno já tenha a
capacidade de imaginar o que irá acontecer.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
FIGURA 137 – SEGMENTO PERPENDICULAR AO PV E
FONTE: Os autores P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
156 TÓPICO 1 UNIDADE 3
Na épura:
M
É
T
O
3.3 Segmento Paralelo a um dos
D Planos de Projeção
O
S
Quando temos certeza de que um segmento AB é paralelo a um dos planos, não
D podemos afirmar muito em relação ao outro plano, porque o segmento pode ser paralelo,
E
perpendicular ou oblíquo.
R
E
P Já houve casos de ele ser paralelo aos dois planos e de ser paralelo a um e perpendicular
R
E ao outro. Então, ater-nos-emos a mostrar a projeção de um segmento paralelo a um plano e
S oblíquo ao outro.
E
N
T
A Começaremos com o segmento paralelo ao PH. Na dupla projeção ortogonal teremos:
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 157
Na épura:
M
É
T
O
FIGURA 140 – ÉPURA SEGMENTO PARALELO AO PH D
FONTE : Os autores O
S
Na Épura
M
É
T
O
D
O
S
FIGURA 142 – ÉPURA DE SEGMENTO PARALELO AO PV
D FONTE: Os autores
E
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
FIGURA 144 – EXEMPLO 1 – ÉPURA Ç
FONTE: Os autores Ã
O
Observações: G
R
Á
1ª) Como os pontos A e B têm afastamento e cotas iguais, ambas as projeções dão a F
I
verdadeira grandeza (VG) da reta. C
A
160 TÓPICO 1 UNIDADE 3
2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta fronto-horizontal, pois é paralela
aos dois planos, ou porque tem abscissas diferentes e afastamentos e cotas iguais.
IMPO
RTAN
TE!
Qualquer dúvida com relação ao sinal do afastamento ou da cota,
consulte o quadro de sinais no final do Tópico 4, da Unidade 2.
Solução: O ponto A [1, 1, 3] tem afastamento (1) abaixo da LT e cota (3) acima da LT.
O ponto B [3, 2, 3] tem afastamento (2) abaixo da LT e cota (3) acima da LT.
M
É
T
O
D
O FIGURA 145 – EXEMPLO 2 – ÉPURA
S FONTE: Os autores
D
E
Observações:
R
E 1ª) Como os pontos A e B têm cotas iguais, então, a projeção A’’B’’ representa a VG e
P é paralelo a LT.
R
E
S
E 2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta horizontal, pois é paralela ao
N plano horizontal, ou porque tem abscissas e afastamentos diferente e cotas iguais.
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 161
RESUMO DO TÓPICO 1
Para
projetar um segmento de reta, basta fazermos as projeções de seus pontos extremos
e depois uni-los.
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas diferentes e afastamentos e cotas
iguais, então, o segmento é paralelo aos dois planos de projeção em que se projeta a VG.
Se
os pontos extremos de um segmento têm cotas diferentes e abscissas e afastamentos
iguais, então, o segmento é perpendicular ao PH e paralelo ao PV em que é projetada a VG
do segmento.
Se
os pontos extremos de um segmento têm afastamentos diferentes e cotas e abscissas
iguais, então, o segmento é perpendicular ao PV e paralelo ao PH em que é projetada a VG
do segmento.
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas e afastamentos diferentes e cotas M
iguais, então, o segmento é paralelo ao PH em que é projetada a VG. É
T
O
D
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas e cotas diferentes e afastamentos O
iguais, então, o segmento é paralelo ao PV em que é projetada a VG. S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
162 TÓPICO 1 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 1 163
M
É
T
O
d) Reta Paralela aos dois planos - Reta Fronto-Horizontal D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
164 TÓPICO 1 UNIDADE 3
M
É
T
O
D g) Reta Perpendicular à Linha de Terra - Reta de Perfil
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No tópico passado, já vimos como projetar um segmento de reta. Não mudará nada
agora, pois faremos a projeção do mesmo jeito. Colocamos os segmentos oblíquos em um
tópico separado para que o leitor consiga identificar que a projeção dos segmentos oblíquos
não têm a Verdadeira Grandeza (VG).
Quando o segmento de reta é oblíquo aos dois planos (PV e PH), em relação à Linha
de Terra (LT) ele poderá ser oblíquo ou ortogonal.
M
É
T
O
2 Segmento Ortogonal a LT. D
O
S
R
E
TE! P
RTAN
IMPO R
E
S
E
N
Uma reta é dita Ortogonal a outra se forem reversas e formarem um T
ângulo de 90º. A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
166 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Na épura
M
É
T
O
D
O
S FIGURA 147 – ÉPURA DO SEGMENTO ORTOGONAL A LT
FONTE: Os autores
D
E
Nenhuma das projeções A’B’ ou A’’B’’ tem a VG do segmento AB.
R
E
P As duas projeções, tanto no PH quanto no PV, são perpendiculares à LT. Isso acontece
R
E porque todos os pontos do segmento AB têm a mesma abscissa e afastamento e cota diferente.
S
E
N A reta que tem essas características é chamada de reta de perfil.
T
A
Ç Exemplo: Represente na épura o segmento de reta AB de extremos A [1, 2, 3] e B [1, 3, 2].
Ã
O
G
Solução: O ponto A [1, 2, 3] tem afastamento (2) abaixo da LT e cota (3) acima da LT.
R O ponto B [1, 3, 2] tem afastamento (3) abaixo da LT e cota (2) acima da LT.
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 2 167
Observações:
2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta perfil, pois é ortogonal à LT, ou
porque tem abscissas iguais e afastamentos e cotas diferentes.
3 Segmento Oblíquo a LT
M
É
TE!
RTAN T
IMPO
O
D
O
S
Uma reta é oblíqua à outra se ambas forem reversas e não formarem
D
um ângulo de 90º.
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
FIGURA 149 – SEGMENTO OBLÍQUO A LT I
FONTE: Os autores C
A
168 TÓPICO 2 UNIDADE 3
Na épura:
As duas projeções, tanto no PH quanto no PV, não são perpendiculares a LT. Isso
acontece porque todos os pontos do segmento AB têm abscissa, afastamento e cota diferente.
A reta que tem essas características é chamada de reta qualquer ou reta genérica.
M Solução: O ponto A [1, 1, 2] tem afastamento (1) abaixo da LT e cota (2) acima da LT.
É
O ponto B [2, 2, 3] tem afastamento abaixo (2) da LT e cota (3) acima da LT.
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A FIGURA 151 – EXEMPLO DE ÉPURA DE RETA QUALQUER
Ç FONTE: Os autores
Ã
O Observações:
G
R 1ª) Como os pontos A e B têm abscissas, afastamento e cotas diferentes, então, os
Á segmentos projetados A’B’ e A’’B’’ não representam a VG.
F
I
2ª) A reta que passa pelos pontos A e B chama-se reta qualquer, pois é oblíqua a LT, ou
C
A porque tem abscissas, afastamento e cotas diferentes.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 169
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, estudamos vários pontos referentes aos segmentos oblíquos aos
dois planos de projeção, os quais apresentamos, resumidamente, a seguir, para que
você, caro(a) acadêmico(a), possa fixá-los melhor:
Se
os pontos extremos de um segmento têm abscissas iguais e afastamentos e cotas
diferentes, então, o segmento é ortogonal à LT, suas projeções são perpendiculares a LT e
não apresentam a VG.
então, o segmento é oblíquo à LT, suas projeções não são perpendiculares à LT e não
apresentam a VG.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
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F
I
C
A
170 TÓPICO 2 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
M
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T
A
Ç
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G
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Á
F
I
C
A
UNIDADE 3
TÓPICO 3
VERDADEIRA GRANDEZA
1 INTRODUÇÃO
A Verdadeira Grandeza (VG) de um segmento de reta é o seu real tamanho. Como você
já viu nos tópicos anteriores, nem sempre as projeções ficam do mesmo tamanho do que o
segmento original. Na verdade, para a projeção ficar com o mesmo tamanho, o segmento tem
que estar em determinadas posições em relação aos planos de projeção.
Nada disso é novidade para vocês. Contudo, no Tópico 2 desta Unidade, lidamos com
segmentos cujas projeções não apresentam a VG do segmento original. Por motivos óbvios,
é evidente que ter pelo menos uma das projeções mostrando a VG do segmento original é M
muitíssimo benéfico. É
T
O
D
O que mostraremos neste tópico é o que fazer para conseguir a VG de segmentos O
projetados como os do Tópico 2 que, primeiramente, não nos dão projeções que mostram a VG. S
D
E
R
E
P
2 VG DE UM SEGMENTO
R
CONTIDO NUMA RETA DE PERFIL E
S
E
Não esqueçam de que este tipo de reta foi vista e explicada no Tópico 2 desta Unidade. N
T
Naquele momento, vimos que nenhuma das projeções do segmento conservava a VG grandeza A
do segmento original. Contudo, sabíamos que o segmento inicial era ortogonal à LT (Linha de Ç
Ã
Terra). O
G
Sabendo disso, para conseguir a VG do segmento, basta “criar” um plano ortogonal à R
Á
LT e aos planos de projeção. Este plano será, evidentemente, paralelo ao segmento. Como F
sabemos que planos paralelos têm projeções com VG, solucionaremos o nosso problema. I
C
A
172 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Para facilitar a compreensão das frases escritas acima, faremos um esquema mostrando
tal fato.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T FIGURA 153 – PLANO PERFIL (PP)
A FONTE: Os autores
Ç
Ã
O
Este Plano é chamado de Plano de Perfil (PP).
G
R
Á Observando só o 1º diedro dos três planos ortogonais entre si, teremos:
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 173
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
FIGURA 155 – OBTENÇÃO DA ÉPURA REBATENDO PH, PV E PP I
FONTE: Os autores C
A
174 TÓPICO 3 UNIDADE 3
Com essa simples medida nós conseguimos uma projeção A’’’B’’’ com a VG do segmento
AB, que era o nosso objetivo inicial.
Podemos construir a épura de um segmento contido numa reta perfil com a VG sem
representá-la no sistema mongeano. Para isso, teremos que utilizar compasso e as técnicas de
construção de retas paralelas com esquadros, conforme estudado no Tópico 3, da Unidade1.
1º Passo: Trace duas retas r e s paralelas à LT, passando por B’’ e A’’.
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R FIGURA 157 – 1° PASSO – VG DO SEGMENTO DE RETA PERFIL
E FONTE: Os autores
S
E
N 2º passo: Projete o segmento A’B’ na reta r, colocando a ponta seca do compasso em
T
A B’’ e a outra ponta em A’ e, em seguida, a ponta seca em B’’ e a outra ponta em B’. O resultado
Ç dessa operação foi o segmento CB’’’.
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 175
M
FIGURA 159 – 3° PASSO – VG DO SEGMENTO DE RETA PERFIL É
FONTE: Os autores T
O
D
4º passo: Traçar o segmento de extremos A’’’B’’’ que apresenta a VG. O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FIGURA 160 – 4° PASSO – VG DO SEGMENTO DE RETA PERFIL Ã
FONTE: Os autores O
G
R
Á
F
I
C
A
176 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IMPO
RTAN
TE!
Observe que construímos a épura com a VG, sem precisar da nova LT.
3 VG DE UM SEGMENTO CONTIDO
NUMA RETA QUALQUER
Vimos, no Tópico 2 desta unidade, que uma reta qualquer é oblíqua aos dois planos
de projeção e também a LT.
Como sabemos, uma vez tendo o plano paralelo, teremos uma projeção com a VG
garantida. Os desenhos facilitarão a compreensão:
M
É
Essa é a projeção de um segmento AB, contido numa reta qualquer:
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F FIGURA 161 – PROJEÇÃO DE UMA RETA QUALQUER
I
FONTE: Os autores
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 177
Agora, rotacionamos um dos planos, até que ele fique paralelo ao segmento, sempre
mantendo a ortogonalidade entre o PV e o PH.
M
Abandonando o PH (Plano de Projeção Horizontal inicial) e adotando como “novo” PH É
o PH’ (Plano de Projeção Horizontal rotacionado), teremos o seguinte: T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
FIGURA 163 – “NOVO” PH PARA SISTEMA ORTOGONAL F
FONTE: Os autores I
C
A
178 TÓPICO 3 UNIDADE 3
M
É
T
O
D
O
S
G
R
Á
F
I
C
FIGURA 166 – ÉPURA ROTACIONADA
A FONTE: Os autores
UNIDADE 3 TÓPICO 3 179
Notem que os afastamentos dos pontos A e B não mudam com a rotação. O que muda
são as cotas apenas, que igualam entre si.
Veremos como construir a épura de um segmento contido numa reta qualquer com a
VG sem representá-lo no sistema mongeano. Para isso, teremos que utilizar o compasso e as
técnicas de construção de retas paralelas com esquadros, estudadas no Tópico 3 da Unidade1.
M
FIGURA 167 – OBTENÇÃO DA VG DO SEGMENTO QUALQUER É
FONTE: Os autores T
O
1º passo: Traçar duas retas r e s paralelas a LT, passando por A’ e B’’. D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
M
É
T
O
D
O FIGURA 170 – OBTENÇÃO DA VG DO SEGMENTO QUALQUER – 3°
S PASSO
FONTE: Os autores
D
E
4º Passo: Traçar o segmento de extremos DA’’ que apresenta a VG.
R
E
P
R
E
S
E
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T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F FIGURA 171 – OBTENÇÃO DA VG DO SEGMENTO QUALQUER – 4°
I PASSO
C FONTE: Os autores
A
UNIDADE 3 TÓPICO 3 181
RESUMO DO TÓPICO 3
Plano
Perfil é um plano ortogonal a LT, ao PH e ao PV.
Para
obter a VG de uma reta perfil, basta projetá-la no PP.
Para
obter a VG de uma reta qualquer, basta rotacionarmos um dos planos (PH ou PV) até
que ele fique paralelo ao segmento.
M
É
T
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O
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T
A
Ç
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F
I
C
A
182 TÓPICO 3 UNIDADE 3
IDADE
ATIV
AUTO
M
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T
O
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O
S
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T
A
Ç
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O
G
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I
C
A
UNIDADE 3
TÓPICO 4
Projeção de Polígonos
1 INTRODUÇÃO
Veremos dois casos: polígono paralelo a um dos planos de projeção e ortogonal aos
dois planos.
Projetar um polígono nada mais é que projetar os vértices desse polígono. Sempre
tentaremos projetar os polígonos mostrando uma projeção que tenha todos os lados, mantendo M
a VG, para conseguir ter uma noção correta do polígono. É
T
O
D
O
S
R
É o caso mais fácil, pois em um dos planos de projeção o triângulo aparecerá com as E
projeções de todos os seus lados, mantendo suas VGs. Essa informação já é trivial para nós, P
R
porque nos tópicos anteriores vimos várias vezes que um plano paralelo “recebe” projeção de E
S
segmento mantendo a VG. E
N
T
Vale lembrar que um polígono será paralelo a um plano α quando o plano que contém A
Ç
esse polígono é paralelo ao plano α. Esta afirmação é reforçada pela definição de planos
Ã
paralelos feitos por Príncipe Junior (1977, p. 147): “dois planos são paralelos quando um deles O
M
É
FIGURA 172 – POLÍGONO PARALELO AO PH
T
O
FONTE: Os autores
D
O
S
D TE!
RTAN
E IMPO
R
E
P
R Para verificar se um polígono é paralelo ao PH, basta verificar se as
E cotas dos vértices são iguais.
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 185
Na épura teremos:
Como o triângulo é paralelo ao PH, todos os pontos do triângulo têm a mesma cota, o
que, na épura, aparece como um segmento (acima da LT). E, abaixo da LT, teremos o triângulo,
mantendo a VG de seus lados.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
FIGURA 174 – POLÍGONO PARALELO AO PV I
C
FONTE: Os autores
A
186 TÓPICO 4 UNIDADE 3
IMPO
RTAN
TE!
Para verificar se um polígono é paralelo ao PV, basta verificar se o
afastamento dos vértices é igual.
Na épura teremos:
G
R
Á
F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 187
IMPO
RTAN
TE!
Para verificar se um polígono é ortogonal aos PV e OH basta verificar se
a abscissa dos vértices são iguais.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
FIGURA 177 – ÉPURA DO PLÍGONO ORTOGONAL AOS PLANOS
Ç
FONTE: Os autores Ã
O
É nítida a falta de visualização do triângulo nessa épura. Faremos o que para sanar G
R
esse problema? O mesmo que fizemos para visualizar a VG da reta de perfil, criaremos um Á
plano ortogonal ao PH e ao PV (que por consequência será paralelo ao polígono). Com isso, F
I
obteremos a épura: C
A
188 TÓPICO 4 UNIDADE 3
M
É
T
O
D
O
S
D
E FIGURA 179 – ÉPURA DA PROJEÇÃO COM TRÊS PLANOS
FONTE: Os autores
R
E Com o plano auxiliar ortogonal ao PH e ao PV, temos a projeção do triângulo, mostrando
P
R a VG dos seus lados originais.
E
S
E Observe os seguintes exemplos:
N
T
A
1) Construa a épura do triângulo ABC de vértices A [1, 2, 3], B [3, 2, 4] e C [2, 2, 3].
Ç
Ã
O
Solução: Como os três vértices possuem o mesmo afastamento (2), podemos dizer que
G o triângulo é paralelo ao PV, o que, na épura, aparece como um segmento (abaixo da LT), e
R
Á acima da LT teremos o triângulo, mantendo a VG de seus lados.
F
I
C Portanto, basta localizar cada vértice na épura e uni-los.
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 189
IMPO
RTAN
TE!
Qualquer dúvida com relação ao sinal do afastamento ou da cota, consulte
o quadro de sinais no final do Tópico 4, da Unidade 2.
D
E
R
E
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F
I
FIGURA 181 – EXEMPLO DE ÉPURA COM SEGMENTO ORTOGONAL C
FONTE: Os autores A
190 TÓPICO 4 UNIDADE 3
D
E
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E
P
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A
Ç
Ã
O
G
R
Á
F FIGURA 183 – VG DO TRIÂNGULO ORTOGONAL – 2° PASSO
I FONTE: Os autores
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 191
3º passo: Leve o segmento A’’C” até D, que dará origem ao segmento A’’’C’’’.
4º passo: Basta ligar os pontos A’’’, B’’’ e C’’’ e você terá a épura com a VG
(∆A’’’B’’’C’’’).
M
É
T
O
D
O
S
D
E
R
E
P
R
E
S
FIGURA 185 – VG DO TRIÂNGULO ORTOGONAL – 4° PASSO E
FONTE: Os autores N
T
A
Ç
Ã
O
G
R
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F
I
C
A
192 TÓPICO 4 UNIDADE 3
LEITURA COMPLEMENTAR
Ian Stewart
G
R
Á
F
I
A Estrutura de Yoshimura corresponde ao modo principal de
C
A
achatamento de um cilindro.
UNIDADE 3 TÓPICO 4 193
enrolá-la como um cilindro. O papel se deforma, então, como ocorre com uma folha de metal.
Mosaicos Semirregulares
Em 1850, o matemático suíço Ludwig Schläfli demonstrou que existem, além dos
regulares, oito tipos uniformes e “semirregulares”, nos quais todas as peças são polígonos
regulares, mas não necessariamente idênticos. Designamos essas peças pelo símbolo de
Schläfli, que assinala a natureza das peças ao redor de cada vértice. Por exemplo, a colméia
é assinalada (6³), quer dizer, seis triângulos equiláteros em cada vértice, e (44), ou seja, quatro
quadrados.
G
R
Só restam, então, os mosaicos (3 ), (3³.4²) e (3².4.3.4), que não só podem ser dobrados,
6
Á
como enrolados em cilindro, como a estrutura de Yoshimura. Esses três mosaicos devem F
I
merecer a atenção dos engenheiros. Eles podem ser dobrados de várias maneiras. A figura C
A
194 TÓPICO 4 UNIDADE 3
A segunda unidade básica (em verde) contém quatro quadrados e supõe-se também
que ela seja a única dobradura com essa particularidade. A terceira (em azul) contém seis
quadrados; há várias dobraduras desse tipo, e deixo aos leitores a possibilidade de encontrar
outras. A última (em laranja) contém oito quadrados, e há novamente várias dobraduras desse
tipo. Deixo também aos leitores a possibilidade de encontrar as que correspondam a (36) e (3³.4²).
M
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Ç
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F
I
C
A
UNIDADE 3 TÓPICO 4 195
superfície obtida pelo achatamento de um cilindro real. Além disso, o achatamento pode ser
simulado por computador; basta fazer como se as peças planas do mosaico sejam ligadas por um
material elástico. Os resultados são úteis tanto em arquitetura como em inteligência mecânica.
É sempre animador ver como a matemática reconcilia uma arte antiga com a modernidade.
FONTE: Extraído e adaptado de: STEWART, Ian. Mosaicos e origami. Scientific american. São Paulo,
Ed. especial: Etnomatemática, n. 11, p. 78-79.
M
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A
Ç
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I
C
A
196 TÓPICO 4 UNIDADE 3
RESUMO DO TÓPICO 4
Para uma melhor fixação dos conteúdos tratados, apresentamos, para você,
caro(a) acadêmico(a), um breve resumo:
Para
projetar um polígono, basta projetar os vértices desse polígono e ligá-los.
Se
os vértices de um polígono têm cotas iguais, então, esse polígono é paralelo ao PH em
que é projetada a VG do polígono.
Se
os vértices de um polígono têm afastamentos iguais, então, esse polígono é paralelo ao
PV em que é projetada a VG do polígono.
Se
os vértices de um polígono têm abscissas iguais, então, esse polígono é ortogonal aos
planos PH e PV, e sua VG fica projetada no PP.
M
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UNIDADE 3 TÓPICO 4 197
IDADE
ATIV
AUTO
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198 TÓPICO 4 UNIDADE 3
IAÇÃO
AVAL
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A
199
REFERÊNCIAS
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Ed. Edgard Blucher LTDA, 1996.
KUHN, T. A Estrutura das Revoluções Científicas. 2. ed. São Paulo: Ed. Perspectiva,
1981.
LIMA, Elon Lages et al. A Matemática do ensino médio. V. 2. Rio de Janeiro: Sociedade
Brasileira de Matemática, 2004.
PINHEIRO, Virgílio Athayde. Noções de geometria descritiva I: ponto, reta e plano. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico S. A., 1990.
S. M. Ulbricht, 1998.
WERTHEIM, M. Uma História do Espaço: de Dante à Internet. 1. ed. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2001.
M
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