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Freud vai iniciar o texto fazendo uma indagação de como a psicanálise pode trazer uma

solução para o porquê e como sobre o desenvolvimento da neurose, o porquê e como a


pessoa fica doente. Primeiro então se é necessário encontrar uma solução para um
problema mais restrito: porque alguém caí doente num tipo de neurose e não no outro.
Freud vai falar então do problema da “escolha da neurose”. O que se sabe até o
presente sobre o problema é que apenas uma pode ser dita como certeza no assunto,
lembrar que se divide os determinantes patogênicos da neurose em que aqueles que
uma pessoa traz consigo, para a sua vida e aqueles em que a vida lhe traz- sendo assim
o primeiro de constituição do indivíduo e o outro acidental. Somente o determinate
patogênico é via de regra estabelecido.

Os motivos para determinar a escolha da neurose são inteiramente do tipo


constitucional, isto é, que eles tem caráter de disposições e são independentes de
experiências que operam patologicamente.
E aonde se deve procurar a fonte destas disposições? Tornamo-nos cientes de que as
funções psíquicas as envolvidas. Principalmente a função sexual, mas também várias
importantes funções do ego - precisam passar por um longo processo de
desenvolvimento antes de chegar ao estado características do adulto normal. Podemos
então presumir que estes desenvolvimentos não são sempre tão serenamente realizados
que a função total atravesse esta modificação regular progressiva. Onde quer que uma
parte dela se apegue a um estágio anterior o que Freud chamou de “ponto de
fixação”, para qual a função pode regredir se o indivíduo ficar doente devido a alguma
perturbação externa.

Assim, nossas disposições são inibições de desenvolvimento. Vários estudos então


foram feitos através da psicanálise, Freud diz que o método de trabalho, que visa
descobrir condições normais pelo estudo de suas perturbações, levou-nos a adotar uma
linha de ataque muito singular e inesperada. A ordem em que as principais formas de
psiconeuroses são geralmente enturmaras; histeria, neurose obsessiva, paranóia,
demência precoce (corresponde à ordem das idéias em que o desencadeamento destas
perturbações ocorre.) já na formas histéricas, podem ser observadas mesmo na primitiva
infância; a neurose obsessiva geralmente apresenta seus primeiros sintomas no segundo
período da infância (entre a idade de 6 a 8 anos); enquanto as outras duas psiconeuroses,
que foi unido como título de “parafrenia”, não aparecem senão depois da puberdade e
durante a vida adulta. Estes distúrbios os últimos a surgir foram os primeiros a se
mostrar acessíveis a indagação de Freud. As características peculiares em ambos, como
por exemplo, a megalomania, afastamento do mundo dos objetos, dificuldade
aumentada na transferência. Foi então concluído obrigatoriamente que a fixação
disposicional deve ser procurada antes de a escolha objetal ter-se estabelecido. Na fase
do auto-erotismo e do narcisismo. Assim, estas formas de moléstia, que fazem seu
aparecimento tão tardiamente remontam a inibições e fixação muito primitivas.

Isto, por conseguinte, nos levaria a supor que a disposição a histeria e a neurose
obsessiva, sendo as duas neuroses de transferência produzem seus sintomas bem cedo
na vida, reside em fases posteriores de desenvolvimento libidinal. Em que ponto delas
se deveria encontrar uma inibição desenvolvi mental, e qual seria a diferença de fases
que determina uma disposição para a neurose obsessiva, em contraste com a histeria?
Freud se apóia em sua observação clínica de um caso individual para responder.
Durante um longo período estudou uma paciente cuja neurose experimentou uma
mudança fora do comum. Começou, após uma experiência traumática como uma
histeria direta com ansiedade e manteve esse caráter por alguns anos. Certo disso se
transformou numa neurose obsessiva do tipo mais grave. Poderia ser visto como um
documento bilingual e demonstrar como conteúdo idêntico pode ser expresso, pelas
duas neuroses em linguagens diferentes. Por outro lado, ameaçava contradizer
completamente a teoria já estabelecida de que a disposição origina-se da inibição do
desenvolvimento. A menos que estivesse preparado para aceitar a suposição de que uma
pessoa poderia possuir mais de um ponto fraco em seu desenvolvimento libidinal.
Durante o decurso do caso Freud relata que a neurose obsessiva não constituía outra
reação ao mesmo trauma que primeiramente provocará a histeria de ansiedade; era uma
reação a uma segunda experiência, que havia apagado completamente a primeira.

A paciente era feliz e queria ter filhos, logo saber que não poderia ter filhos do marido
que era seu único objeto de amor, adoeceu. A histeria de ansiedade com que reagiu a
está frustração correspondia, como ela própria logo aprendeu a compreender, ao repúdio
de fantasias de sedução em que seu firmemente implantado desejo de um filho
encontrava expressão. Fez tudo que o marido não descobrisse que esse era o motivo de
seu adoecimento. Mas Freud diz ter boas razões para assegurar que todos possuem
em seu próprio inconsciente, um instrumento com que possuem em seu próprio
inconsciente, um instrumento com que podem interpretar as elocuções do
inconsciente das outras pessoas. O marido da paciente compreendeu sem qualquer
explicação da parte dela, o que a ansiedade de sua esposa significava. Sentiu-se
magoado, sem demonstrar. E por sua vez, reagiu neuroticamente, fracassando - pela
primeira vez nas relações sexuais com ela. Logo o marido partiu para uma viagem e a
esposa acreditou que ele havia se tornado permanentemente impotente e produziu seus
primeiros sintomas obsessivos no dia anterior a volta de seu marido.

O conteúdo de sua neurose obsessiva era uma compulsão por lavagem e limpeza
escrupulosas, bem como medidas protetores extremamente enérgicas contra danos
graves que pensava que outras pessoas tinham razão para temer dela - isto é formações
reativas contra seus próprios impulsos anal-erotico e sádicos. Sua necessidade sexual foi
obrigada a encontrar expressão nestas formas, após sua vida genitália ter perdido todo
valor devido à impotência do único homem que lhe poderia importar.

Esse então foi o ponto de partida para o novo fragmento que Freud formulou. De
primeira havia apenas distinguido a fase de auto - erotismo durante a qual os instintos
parciais do indivíduo, cada um por sua conta, buscam satisfação de seus desejos no
próprio corpo e depois a combinação de todos os instintos componentes para a escolha
de um objeto sob a primazia dos órgãos genitais a vir em nome da reprodução.
Freud vai trazer argumentos sobre um exame da “organização sexual pré genital”
(a) o papel extraordinário desempenhado por impulsos de ódio e crotismo anal na
sintomatologia da neurose obsessiva já impressionou muitos observadores. Os instintos
componentes em apreço mais uma vez assumiram a representação dos instintos genitais,
dos quais foram precursores no processo de desenvolvimento.
Freud vai retomar sobre o caso clínico falado anteriormente e vai pontuar:

1. A vida sexual da paciente começou em sua infância com


fantasias de espancamento
2. O casamento que se realizou muito cedo iniciou uma
época de atividade sexual normal. O papel de esposa feliz se sucedeu por
vários anos até que houve sua primeira grande frustração que provocou sua
neurose histérica. E quando isso foi seguido por pela perda de valor de sua
vida genital, a vida sexual, retornou ao estádio infantil do sadismo.

A psicanálise sustenta-se com o reconhecimento dos instintos componentes sexuais, das


zonas erógenas e da ampliação, que assim se torne possível, do conceito de “função
sexual”, em contraste com a “função genital”, mais restrita. Além disso, a observação de
desenvolvimento normal das crianças é em si própria suficiente para fazer-nos rejeitar
qualquer tentação desse tipo.

No campo de desenvolvimento do caráter da neurose obsessiva estão sujeitos a


encontrar forças intituais. O fracasso da repressão e o retorno do reprimido -
acham-se ausentes na formação do caráter. A repressão não entra em ação ou alcança
sem dificuldades, seu objetivo de substituir o reprimido por formações reativas e
sublimações. Daí os processos de formação de caráter serem mais obscuros e menos
acessíveis a análise que os neuróticos. A disposição a neurose obsessiva é conhecida
como uma regressão da vida sexual ao estádio pré genital sáfico e anal erótico.
É através do caso descrito por Freud nesse texto que existe a
confirmação da ocorrência da organização sexual pré genital sádica anal-erotica.

Em suma Freud vai dizer que para a histeria uma relação íntima com a
fase final do desenvolvimento libidinal, que se caracteriza pela primazia dos órgãos
genitais e pela introdução da função reprodutora. Na neurose histérica, está aquisição
acha-se sujeita a repressão, que não implica regressão ao estágio pré genital. A lacuna
na determinação da disposição, devida a ignorância do desenvolvimento do ego, é ainda
mais evidente na neurose obsessiva. Por outro lado, não é difícil demonstrar que outra
regressão, a um nível mais primitivo, ocorro também na histeria. A sexualidade das
crianças do sexo feminino é como sabemos, dominada e dirigida por um órgão
masculino (O clitóris) é amiúde se comporta com a sexualidade dos meninos. É comum
na neurose histérica que está sexualidade masculina reprimida seja reativada e entoa que
a luta defensiva por parte dos instintos egossintonicos seja dirigida contra ela.

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