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ILUSTRISSÍMO SENHOR DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS E

RODAGEM DO ESTADO DO PARANÁ (DER) – CRUZEIRO DO OESTE - PR

Eu, Jurandir de Souza Junior, brasileiro, policial militar


rodoviário, portador da cédula de identidade RG nº 3.211.646-9, CPF 647510829-49,
residente e domiciliado na Rua Professora Odete Oberg, 795, no município de Cruzeiro
do Oeste/PR, venho respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com fundamento
na Lei n.º 9.503/97, interpor DEFESA PRÉVIA, contra aplicação de penalidade por
suposta infração de trânsito, prevista no artigo 203 V do CTB.

De acordo com o Auto de Infração n.º 116200-T000901628, o


veículo de propriedade do Requerente, GM/Corsa Sedan Premiun, placa ATL-7127,
suspostamente teria ultrapassado pela contramão linha de divisão de fluxos opostos,
conforme cópia da notificação em anexo.

O Recorrente, inconformado com a injusta pena que lhe foi


imposta, interpõe a presente defesa com base no artigo 5º, incisos LIV e LV, da CF e
artigos 282, § 4º e 286, do CTB e demais regras legais aplicáveis, requerendo a
invalidação da penalidade imposta pela autoridade de trânsito, conforme razões a
seguir expostas:

Segundo a notificação de trânsito acima citada, o Recorrente


teria sido autuado no dia 25/01/2014, às 11h09m, na Rodovia PR 323, KM 242 +50m,
por supostamente ter realizado ultrapassagem pela contramão em linha de divisão de
fluxos opostos, continua amarela, de forma a infringir o Artigo 203, V, do CTB.
Ocorre que o Requerente é Policial Militar Rodoviário, e no dia
dos fatos em questão encontrava-se realizando lotado no litoral paranaense em
virtude da realização de operações de verão.

O veículo citado na notificação, GM Corsa, placa ATL-7127, é o


único de propriedade do Requerente, o qual estava sendo usado por este durante as
operações de verão no litoral do Estado, motivo pelo qual se evidencia o flagrante erro
material na confecção da autuação, já que o veículo encontrava-se em local diverso do
que consta na notificação, no dia e horário dos fatos em questão.

Ainda, não fossem os fatos narrados mais que suficientes para


o cancelamento do auto de infração, como a única medida que se espera, o que
acredita-se que como medida de justiça será feito, o veículo do Requerente foi
equivocadamente autuado no dia 25/01/2014, contudo a notificação de imposição
de penalidade nº 1709914 foi postada apenas no dia 07/04/2014, ou seja, 72 dias
após o suposto cometimento da infração.
A autoridade de trânsito, no seu dever de fiscalizar, não
cumpriu as formalidades necessárias e indispensáveis para revestir de legalidade o seu
poder de polícia, viciando assim, o seu ato administrativo de nulidade absoluta
conforme descrição a seguir.

Isto porque os motoristas não podem ficar a mercê de serem


acusados de cometer infrações, sem que seja seguido e praticado o rito procedimental
instituído para a fiscalização e autuação, sob pena de que sejam cometidas,
diariamente, injustiças legais.

Ora a legislação vigente, bem como a jurisprudência, são claras


quanto aos prazos para postagem das notificações de autuações de trânsito. O artigo
281, § Único, II, do CTB, dispõe claramente, que :

"Art. 281. A autoridade de trânsito...

Parágrafo Único. O auto de infração será


arquivado e seu registro julgado insubsistente:

I - ...

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for


expedida a notificação da autuação".

O ilustre doutrinador Arnaldo Rizzardo (Comentários ao Código


de Trânsito Brasileiro, São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1998, pág. 716), dispõe
que a não emissão da notificação no prazo descrito em lei, decai o direito do Estado de
exigir o cumprimento desta obrigação. Recorremos as suas disposições:
"...A segunda embora configurada a infração, está
na decadência por falta de expedição do ato
notificatório da autuação. Uma vez recebido o
auto de infração, e homologado ou considerado
subsistente, terá a autoridade o prazo de trinta
dias para remeter a notificação . Decorrido este
lapso, não mais poderá ser exigido o cumprimento
das penalidades. É que desaparece o interesse do
Estado em punir. O decurso do tempo faz não mais
persistir o efeito da sanção.

... Incumbe a autoridade o cumprimento de sua


obrigação." 

Ainda, a jurisprudência é clara no mesmo sentido, a saber:

ANULATORIA - MULTA DE TRÂNSITO -


NOTIFICAÇÃO EXPEDIDA MAIS DE 30 DIAS APÓS A
DATA DA INFRAÇÃO - INOBSERVÂNCIA DO
CONTIDO NOS ARTIGOS 281 E 282, DO CTB -
NULIDADE - RECONHECIMENTO - SENTENÇA
MANTIDA. (TJ-SP - APL: 994071899306 SP , Relator:
Ferraz de Arruda, Data de Julgamento:
07/04/2010, 13ª Câmara de Direito Público, Data
de Publicação: 30/04/2010)

Claro está, portanto, que o órgão competente emitiu a


notificação fora do prazo previsto pela legislação, portanto, a infração deve ser julgada
insubsistente e ser arquivada, pois do contrário r. órgão julgador estará transpondo
autoritariamente as barreiras do direito e do bom senso.

ISTO POSTO, requer:

a) seja acolhido o presente Recurso, dentro do prazo legal e


com base no código de transito, para, depois de apreciado e julgado, seja considerado
totalmente procedente a fim de declarar a nulidade do Auto de Infração nº 116200-
T000901628, cancelando as penalidades dele decorrentes;
b) seja a infração julgada insubsistente por afrontar o art. 281,
§ Único, II do CTB, pela notificação ter sido expedida fora do prazo legal;

N. Termos.

P. e E. Deferimento.

Cruzeiro do Oeste, 19 de maio de 2014.

________________________________________

JURANDIR DE SOUZA JUNIOR

Rol de documentos anexos: 

- cópia da notificação (multa); 

- cópia da CNH (Carteira Nacional de Habilitação)

- cópia do CRLV
Documentos para ingressar com Processo de Defesa Prévia Pessoa Física
  - Fotocópia da Carteira de Habilitação
  - Fotocopia do Documento do Veículo
  - Notificação da Multa (ou fotocópia)
  - Defesa escrita

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