Análise Crítica - Literacia Digital & Competência Digital
Boa Tarde, Caro Professor & Colegas,
De acordo com Buckingham, as primeiras noções de Literacia Digital datam a
década de 80. Buckingham sempre foi um dos que associou a literacia à alfabetização, traduzindo-se numa sólida ideia de educação. Desde então, vários autores tais como, Papaioannou, Junge e Hadjivassiliou teorizam a Literacia Digital como um conceito de características próprias, devido à sua dimensão abrangente, ao seu conteúdo multidisciplinar e teor polissémico. Rosado & Bélisle dão também o seu contributo, referindo a proporção evolutiva do digital, nomeadamente devido às suas competências, capacitação e reflexão crítica. E ainda, Pérez, Lankshear e Knobel focam-se no caracter multidisciplinar da Literacia Digital, demonstrando que esta se cruza com outras áreas de proximidade, essencialmente: “literacia da informação, literacia em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), literacia dos media, educação para os media” (Pérez Tornero, 2004: 41), o que vem a assinalar a pluralidade e diversidade do conceito fundamentada anteriormente por outros autores.
Contudo, apesar dos vários entendimentos, teorias e discussões sobre o
conceito de Literacia Digital, surgem formas práticas da sua aplicação, nomeadamente no ensino das crianças e jovens. O conceito em “fusão” com as tecnologias, vai se desenvolvendo e ganhando uma posição relevante na vida dos indivíduos e sociedades. É observável, com o passar do tempo, uma crescente apropriação dos meios tecnológicos nos âmbitos profissionais e académicos. Isto, veio a proporcionar um universo digital de aprendizagem e de novos recursos, em que segundo Pinto, prevalecem também novas formas de comunicação e inúmeros contributos ao exercício à cidadania.
Com o acompanhar desta evolução, surgem também na última década,
políticas de inclusão por via da Literacia Digital, desenvolvidas essencialmente pela Comissão Europeia. Em que a meu ver, demonstram que há uma consciencialização de novas necessidades morais e sociais que vão ao encontro da promoção de políticas tecnológicas da educação e do ensino e que a sua implementação é uma mais-valia para a coletividade.
Surgem deste modo, diversas recomendações direcionadas para os Estados-
membros, que visam o melhoramento, qualidade e apoio à educação, formação e aprendizagem e que reforçam a inclusão e desenvolvimento de competências essenciais por via da Literacia Digital. Estas conjunções de políticas, no meu ponto de vista, manifestam harmonia e perspetivas futuras saudáveis no campo do ensino, pois combinam a inclusão e a aprendizagem, sendo que merecem uma posição de destaque e continuidade.
Nota: Achei importante fazer uma breve análise introdutiva e desconstrução do
conceito de literacia digital, apoiada em alguns autores. Espero que esta reflexão seja um contributo para todos. E estou aberto a críticas e novas e diferentes opiniões!