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SEJAM BEM-VINDOS AO CIRCUITO LEGISLATIVO!

Uma boa forma de iniciar nosso estudo é entendendo melhor sobre a essência deste
material.

Em que consiste o material de circuito para otimização do estudo da legislação?

A organização de um material de legislação objetivamente comentada visa auxiliar o


candidato em uma assimilação de conhecimentos básicos para os concursos de
magistratura em sua principal fonte de questões: a tão negligenciada lei! Logo ela,
que define vidas da primeira fase até a prova oral.

Como perceberão em nosso estudo de provas objetivas de juiz de direito substituto,


o conhecimento básico é o principal responsável pelo avanço do candidato para as
fases decisivas dos concursos para carreira. Não adianta querer correr de forma
desenfreada sem uma estratégia definida para assimilação do que lhe é essencial. As
provas definem isso concurso a concurso. Especialmente na primeira fase, que é o
maior gargalo para a maioria dos candidatos para carreira.

As notas de corte já giram acima de 80% de acertos em diversos TJ`s, o que não nos
permite o luxo de estudar sem uma definição de conclusão das leis que integram um
edital. Em nossos materiais de legislação comentada teremos a oportunidade de
acelerar sua assimilação de termos, prazos, destaques, pegadinhas, comparativos de
institutos e outros tantos detalhes que definem quem avança ou não.

A jurisprudência vem na sequência como fonte primordial de nossa atenção, sobre


ela também teremos um tratamento especial no clube. Inclusive com uma nova
forma de estudar as decisões dos tribunais superiores (STF, STJ e TSE). Sem prejuízo
de apontamentos pontuais também neste material de estudo da legislação sobre
posições pautadas em súmulas e jugados, como perceberão desde a primeira
semana.

Sobre o destrinchar do estudo de doutrina, atuamos de forma mais aprofundada em


outras turmas (regulares e extensivas), com materiais mais extensos e explicativos,
sem prejuízo que este formato de estudo aqui apresentado seja de total relevância
em sua rotina. Até por isso, incentivaremos nossos alunos de todas as fases a também
utilizarem este material como apoio. Após o sorteio do ponto 24 horas de prova oral,
um material como este salva uma vida. Assim como é crucial para otimização dos
aspectos legais com maior clareza e associação.

Não subestimem esta leitura!

Parece simples, mas não é bem assim... Ter um material como este para estudo e
revisão pode soar leve no começo, mas o compromisso diário seguido das questões
semanalmente enviadas para verificação de assimilação realmente demonstrarão
quem tem o perfil de se manter em foco por muito tempo. A evolução na pontuação
certamente virá para quem levar este conceito e as demais ferramentas do clube com
seriedade.

Lei seca aprova! E em nosso clube ela não será tão seca assim. Pois sempre será
pensada na medida que lhe permita correr seu estudo sem deixar de assimilar o
básico que precisa seguir impregnado em sua pele.

Quanto ao estudo para 2ª fase, também teremos uma ferramenta de desmistificação


sobre esta preparação, com a apresentação de todas as provas dos últimos 10 anos
em um espaço que permitirá a participação de todos os nossos alunos em amplo
debate.

Para sua reflexão

Um dado importante sobre a última prova de magistratura aplicada no país (TJ-MS


2020):

Das 100 questões, cerca de 70% estavam pautadas no conhecimento da lei seca, 28%
na jurisprudência e apenas 2% recorriam a uma maior conceituação doutrinária.

Não é nada simples entregar este conteúdo tão simplificado em suas mãos. Por trás
de cada grifo, tabela, comentário destacado, existe muito suor e pesquisa para que
sua luta fique menos árdua, especialmente em uma realidade em que o ideal é que
você sempre brigue para avançar de fase.

Talvez você não saiba ainda, mas sabe aquele candidato incrível que está classificado
para duas provas orais de magistratura? Pois é, ele precisou e precisará estudar com
muito foco a legislação em seus detalhes: prazos, procedimentos, institutos,
conceitos e não há uma receita mais honesta do que fazer com consistência. E é isso
que não queremos que deixe de ser feito por nossos alunos neste vertente de circuito
legislativo do clube: encarar com seriedade a fonte das principais informações e
questões em todas as fases! Se você pensa que estudar dessa forma servirá apenas
para 1ª fase, pergunte a importância do domínio da lei seca para o candidato que
reprovou na prova de sentença penal por 0,1 por ter deixado de colocar 1 artigo
exigido no espelho (onde o examinador gostaria apenas de conferir sua menção na
prova e não encontrou porque ele foi esquecido...). O domínio da lei, além de ser
nossa preocupação principal, é a base para todo o resto.

Essa é uma verdade que incomoda em quem tenta se boicotar não encarando o
desafio de frente: Não se tem como fugir!

É preciso estratégia para vencer este patamar e, sem dúvida, um clube da


magistratura será um aliado neste sentido.

Outro destaque que merece ser evidenciado é nosso total compromisso com a
atualização constante de tudo que for apresentado! E o melhor, com o olhar vigilante
constante e a um botão de participação de todos nossos assinantes, que agora terão
a oportunidade de participar de uma forma proativa nunca vista antes.
A maior parte dos melhores candidatos de magistratura do país passaram e passam
por aqui desde 2015.

Vários primeiros lugares em seus concursos: TJ-RJ (17 dos 18 aprovados no último
concurso estudaram ao nosso lado), TJ-SP 188 (dos 86 aprovados, 80 passaram pelo
Mege), TJ-CE 2019 (9 alunos entre os 10 primeiros colocados, 99 aprovados ao todo),
apenas para citar 3 exemplos de tribunais com peculiaridades próprias e onde o
índice de resultados comprova a experiência de nossas atuações. São mais de 800 em
18 TJ`s diversos atuando fase a fase do concurso.

Estude este material com atenção! Prepare-se para responder as questões


pertinentes aos seus artigos em nossos simulados semanais e mensais. Com o passar
dos dias e com as aplicações de provas você perceberá a sua pontuação subir 5, 10,
15, 20, 25 ou até mais, tudo em sintonia com o seu esforço.

Grifos, fundos e tabelas

Os grifos estarão voltados aos elementos essenciais para sua fixação.

Sempre que o assunto a ser trabalhado necessitar da apresentação de um


conceito/princípio exigido em prova, a nossa equipe apresentará um fundo cinza
para identificação de nossa intervenção de leitura para apontamento.

As tabelas estarão presentes em todos os cenários emergenciais. Não pouparemos


sistematização! Ao final desta leitura você se sentirá familiarizado com aquilo que
antes parecia tão desafiador. O melhor parâmetro será a resolução de questões nos
simulados e, posteriormente, nas provas oficiais. Não queremos deixar questões
simples na mesa! Somos obcecados por aprovações e não pouparemos esforços
para que, no que depender do Mege e do esforço de vocês, nossos alunos
continuem ocupando percentuais próximos do preenchimento de 100% das vagas
de magistratura em qualquer TJ.

Dúvida? Insegurança? Direcionamento?

Qualquer aspecto relacionado ao seu ambiente de preparação poderá ser debatido


em nossa ferramenta de “suporte ao aluno”. Portanto, não se sinta sozinho nessa
caminhada. O que seria realmente impossível fazendo parte do clube e com a
interação que ele permitirá logo mais com as ferramentas colaborativas que serão
apresentadas.

Sobre nossa primeira semana

Selecionamos as 6 (seis) disciplinas tradicionais. O início de civil, processo civil,


constitucional, penal, processo penal e uma surpresa em administrativo... Você deve
levar um pequeno susto ao se deparar com a lei de desapropriação (ela foi inserida
de propósito neste início, sabemos que é um campo pouco visitado e não queremos
mais deixa-la tão distante de seus olhos).
AGORA É HORA DE DAR O PRIMEIRO PASSO!

A sua caminhada para aprovação começa com o básico bem assimilado e este
material fará parte desta percepção bem alinhada. Não se esquece que o estudo
não es esgotará por aqui, nossa programação contará com muitas atividades e não
seria positivo permitir que leituras sejam acumuladas. Diante disso, chegou a vez
de fazer sua parte e iniciarmos com tudo este compromisso que certamente trará
uma evolução em sua jornada em busca da toga.

Confie em nossa mentalidade de valorização da legislação nesta vertente do clube


e garanta os pontos decisivo que não farão falta nos próximos desafios!

Bons estudos!
NOTA AO LEITOR DA 1ª VERSÃO
E já estamos na 2ª versão do circuito! Isso significa que muitos candidatos percorreram
um edital inteiro ao nosso lado e agora poderão iniciar um processo de revisão de tudo
que foi proposto (e que será ampliado nesse novo estudo).

De agora em diante, todos os materiais conterão este espaço para sinalizar previamente,
ao nosso aluno que já percorreu o circuito, as mudanças que serão apresentadas em
cada tópico de disciplina.

Desse modo, o aluno poderá fazer anotações ou colar post-its em sua versão já
estudada, a depender de uma maior ou menor alteração realizada na nova versão.

É importante destacar que, em nome da efetividade do estudo na proposta de nosso


formato de revisão acelerada da legislação, alguns pontos serão mantidos na íntegra ao
que já foi veiculado. Isso ocorrerá quando entendermos que não houve uma
necessidade de ampliação em seu conteúdo.

E o que será ampliado daqui para frente? Além de novas leis que surgirão para estudo,
os tópicos ganharão novos comentários, julgados ou até mesmo dispositivos inseridos
(ou suprimidos) no texto oficial por conta de alterações legislativas.

Outra novidade é a rápida sinalização do que do artigo que já foi objeto de questão em
prova objetiva de magistratura durante o próprio corpo de leitura da lei; e não apenas
ao final do tópico na tabela que faz menção aos artigos cobrados. Dessa forma, o aluno
poderá perceber imediatamente os dispositivos preferidos para sua revisão final no
assunto. A identificação do artigo já cobrado será feita com um ícone de seta verde ao
longo do texto.

Além disso, criamos um indicativo para fácil visualização do que é alteração própria da
atual edição do circuito. Para que o candidato perceba imediatamente o que mudou no
material, basta que ele visualiza as marcações com a letra "m" em azul ao lado das
inserções.

Portanto, essa será a nova forma de comunicação:

Novas inserções do Mege.

Indicação de artigo já cobrado em prova.

Agora, vamos verificar como ficou esta semana disciplina por disciplina em sua nova
abordagem.
O QUE MUDOU NESTA VERSÃO?

DIREITO CIVIL
Não houve mudanças nesta parte do material.

CONSTITUCIONAL
Acrescentamos alguns conceitos introdutórios relevantes para adentrarmos ao
texto constitucional com a revisão de informações importantes para provas de 2ª
fase e fase oral. Nesse sentido, tratamos em novos post-its sobre
Neoconstitucionalismo, Transconstitucionalismo, Concepções de constituição
(doutrina clássica), Constituição aberta e Constituição simbólica.

DIREITO PENAL
Acrescentamos comentário jurisprudencial ao art. 2º do CP.

PROCESSO PENAL
Acrescentamos comentário jurisprudencial ao art. 4º do CPP.

PROCESSO CIVIL
Acrescentamos comentário doutrinário ao art. 14 do CPC que trata sobre a
aplicação das normas processuais no tempo.

ADMINISTRATIVO
Acrescentamos ao art. 9º da lei ora comentada o enunciado 3 da I Jornada de
Direito Administrativo realizada em agosto de 2020, não tendo havido alterações
legislativas ou jurisprudenciais.
SUMÁRIO

1. DIREITO CIVIL ..................................................................................................... 10


1.1 LINDB - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ................................ 10
1.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 20
2. PROCESSO CIVIL .................................................................................................. 21
2.1 Código de Processo Civil .................................................................................................... 21
2.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 31
3. CONSTITUCIONAL ............................................................................................... 32
3.1 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 .................................... 32
3.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 36
4. DIREITO PENAL ................................................................................................... 37
4.1 CÓDIGO PENAL .................................................................................................................. 37
4.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 43
5. PROCESSO PENAL ............................................................................................... 44
5.1 Código de Processo Penal ................................................................................................. 44
5.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 53
6. ADMINISTRATIVO ............................................................................................... 54
6.1 DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941. .......................................................... 54
6.2 Artigos exigidos em provas de magistratura ................................................................. 65
1. DIREITO CIVIL - Se houver disposição em
contrário, aplica-se o que a lei
1.1 LINDB - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS
indicar.
DO DIREITO BRASILEIRO
- Com a publicação da LC 95/98, o
(DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942)
art. 1º da LINB só será usado de
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a forma residual.
vigorar em todo o país QUARENTA E CINCO DIAS Art. 8º A vigência da lei será indicada
depois de oficialmente publicada. de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a
dela se tenha amplo conhecimento,
obrigatoriedade da lei brasileira, quando
reservada a cláusula "entra em vigor
admitida, se inicia TRÊS MESES depois de
na data de sua publicação" para as leis
oficialmente publicada.
de pequena repercussão.
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). § 1º A contagem do prazo para
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer entrada em vigor das leis que
nova publicação de seu texto, destinada a estabeleçam período de vacância far-
Exceção
se-á com a inclusão da data da
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos
publicação e do último dia do prazo,
anteriores começará a correr DA NOVA
entrando em vigor no dia
PUBLICAÇÃO.
subsequente à sua consumação
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor integral. 10
consideram-se LEI NOVA. § 2º As leis que estabeleçam período
de vacância deverão utilizar a cláusula
A LINDB é uma norma de ‘esta lei entra em vigor após
sobredireito/superdireito, ou seja, uma decorridos (o número de) dias de sua
norma jurídica que possui o objetivo de publicação oficial’.
regulamentar outras normas - norma
Para atos administrativos será
sobre as normas (“lex legum”). aplicado o art. 5º do Decreto
572/1890, que entram em vigor na
Regras e Exceção data de sua publicação, salvo
disposição em contrário.
- Brasil: 45 dias depois de
oficialmente publicada
Regra
- Estado estrangeiro: 3 meses Cômputo do prazo da vacatio legis: conta-
depois de oficialmente publicada
se a data da publicação (inclusive) e a data
do último dia do prazo, entrando em vigor
no dia seguinte a esse prazo,
independentemente se for dia útil ou não.
Nova Publicação Conceitos Importantes
Se, antes de entrar a lei em vigor,
ocorrer nova publicação de seu É a possibilidade de a lei
texto: incidir sobre fatos anteriores
Durante a à sua vigência.
a) havendo reforma total, a vacatio Retroatividade
vacatio
legis será reiniciada; Ex.: lei que beneficia o réu
legis
retroage para alcançar fatos
b) em sendo parcial, tão somente
tal parcela sofrerá o reinício do anteriores à sua vigência.
prazo.
Uma lei, já revogada, produz
Após a Se a alteração ocorrer a texto de lei
efeitos mesmo após a sua
vacatio já em vigor, considera-se lei nova. O
Ultratividade revogação.
legis prazo conta dessa nova publicação.
Ex.: lei temporária e lei
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, excepcional.
a lei terá vigor até que outra a modifique ou
revogue. Classificação de Revogação

Princípio da continuidade/permanência
Ab-rogação
Revogação
§ 1º A lei posterior REVOGA a anterior quando Total (Ab-rogação é
expressamente o declare, quando seja com ela Quanto absoluto = total) 11
incompatível ou quando regule inteiramente a à
matéria de que tratava a lei anterior. Extensão Derrogação
Revogação
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais Parcial (Parcial é de parte =
ou especiais a par das já existentes, NÃO derrogação)
REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior.

Repristinação
Antinomias: Norberto Bobbio prescreveu
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada critérios metajurídicos de resolução de
NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora conflitos, para resolver o conflito de
perdido a vigência. normas com o escopo de manter a
coerência do sistema jurídico.
Desuetudo: é a revogação de uma lei por
um costume. Não é permitido (STJ - RESP
146.360/PR).
Obrigatoriedade das normas ou eficácia
ANTINOMIA APARENTE ANTINOMIA
geral do ordenamento jurídico. O Brasil
DE PRIMEIRO GRAU APARENTE DE
adotou o sistema de vigência único
SEGUNDO GRAU
(sincrônico ou simultâneo): no silêncio da
lei, ela entra em vigor em todo o país ao
Hierárquico: Norma Hierárquico >
mesmo tempo. A antiga lei de introdução
superior > inferior. Especialidade.
adotava o sistema de vigência sucessiva ou
progressiva, pelo qual as leis entravam em
Especialidade: Norma Hierárquico >
vigor em tempos diferentes nas diferentes
especial > geral. Cronológico.
partes do território brasileiro.

Cronológico: Norma Especialidade > Erro de Direito: há proibição de alegação de


Posterior > anterior. Cronológico. erro de direito. O conhecimento das leis é
uma presunção relativa (“juris tantum”), e
Repristinação X Efeitos Repristinatórios não absoluta (“jure et jure”), sendo
possível, excepcionalmente, a parte alegar
A revogação da lei erro de direito (ex: art. 65, II, CP).
revogadora não
Repristinação
restabelece os efeitos da lei
revogada. Princípio da indeclinabilidade ou vedação ao
non liquet
É a reentrada em vigor de 12
norma aparentemente Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
revogada. Ocorre quando caso de acordo com a ANALOGIA, OS COSTUMES
uma norma que revogou E OS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
outra é declarada
Efeitos inconstitucional. A lei Métodos de integração do direito: na
Repristinatórios inicialmente revogada, analogia, nos costumes e os princípios gerais
então, entra em vigor do direito
novamente. (Repristinação
Analogia: parte da ideia de que fatos de igual
Oblíqua ou
natureza devem ser julgados de maneira
Indireta) similar.

Princípio da obrigatoriedade da lei


Vai além dos limites da
Art. 3º NINGUÉM SE ESCUSA de cumprir a lei,
Analogia previsão legal. Há integração
alegando que não a conhece.
da norma jurídica.

Ampliação do conteúdo da
Interpretação
previsão legal. Há subsunção
Extensiva
à norma.
Costumes: uma prática reiterada, repetitiva e Art. 6º A Lei em vigor terá EFEITO IMEDIATO E
uniforme que se entenda obrigatória. GERAL, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já


Costumes Não infringe a lei, servindo,
consumado segundo a lei vigente ao tempo em
Secundum em verdade, de apoio a ela.
que se efetuou.
Legem
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os
Costumes Não há disciplina legal, por direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
Praeter isso, o costume a possa exercer, como aqueles cujo começo do
Legem regulamenta. exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Costumes Se contrapõem às leis. Não
§ 3º Chama-se COISA JULGADA OU CASO
Contra são admitidos no direito
JULGADO a decisão judicial de que já não caiba
Legem brasileiro.
recurso.

Princípios Gerais do Direito: são princípios Lei nova não se aplica aos
universais e gerais, veiculados em conceitos fatos pretéritos;
vagos, ou até mesmo implícitos no
ordenamento, utilizados para preencher as Regra: Lei nova se aplica a fatos
lacunas. pendentes, especificamente 13
Irretroatividade nas partes posteriores;
Equidade: A equidade consiste na justiça no
caso concreto e não está capitulada na Lei nova se aplica aos fatos
LINDB. Portanto, a priori, não deve ser futuros.
considerada como método de integração do
direito. Entretanto, de forma excepcional, é A lei pode produzir efeitos
possível sua utilização quando a lei retroativos, se houver
expressamente autorize (ex: art. 413 do CC). expressa disposição nesse
Exceção: sentido (efeito retro-
Retroatividade operante) e desde que essa
Princípio do fim social da norma e do bem retroação não atinja o ato
comum jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada
Art. 5º Na APLICAÇÃO DA LEI, o juiz atenderá aos
fins sociais a que ela se dirige e às exigências do
bem comum. Direito Adquirido: deve-se entender aquele
direito já incorporado ao patrimônio jurídico
Princípio da irretroatividade de seu titular ou de alguém que possa exercê-
lo, bem como aquele que tenha termo
prefixo ou condição preestabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
Ato Jurídico Perfeito: compreenda-se aquele § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou
ato consumado consoante a lei do seu ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
tempo. É a manifestação de vontade lícita, reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da
emanada por quem esteja em livre data da sentença, SALVO se houver sido
disposição, e aperfeiçoada. antecedida de separação judicial por igual prazo,
caso em que a homologação produzirá efeito
Coisa Julgada: deve-se entender quando há
imediato, obedecidas as condições estabelecidas
uma decisão no processo da qual não caiba
para a eficácia das sentenças estrangeiras no país.
mais recurso. Sobre o assunto, atenção à
O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
possibilidade de relativização de coisa julgada
regimento interno, poderá reexaminar, a
em caso de exame de DNA.
requerimento do interessado, decisões já
proferidas em pedidos de homologação de
Regra lex domicilii ou regra do estatuto sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros,
a fim de que passem a produzir todos os efeitos
pessoal
legais.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa § 7º SALVO o caso de abandono, o DOMICÍLIO
determina as regras sobre o COMEÇO E O FIM DO CHEFE DA FAMÍLIA estende-se ao outro
DA PERSONALIDADE, O NOME, A CAPACIDADE cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
E OS DIREITOS DE FAMÍLIA. tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.

§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será


aplicada a LEI BRASILEIRA quanto aos
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio,
considerar-se-á domiciliada NO LUGAR DE SUA
14
impedimentos dirimentes e às formalidades da RESIDÊNCIA OU NAQUELE EM QUE SE ENCONTRE.
celebração.
Art. 8º Para qualificar os BENS e regular as
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar- relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do
se perante autoridades diplomáticas ou consulares país em que estiverem situados.
do país de ambos os nubentes.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, domiciliado o proprietário, quanto aos bens
regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei moveis que ele trouxer ou se destinarem a
do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL. transporte para outros lugares.

§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, § 2º O PENHOR regula-se pela lei do domicílio


obedece à lei do país em que tiverem OS que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a
NUBENTES DOMICÍLIO, e, se este for diverso, a coisa apenhada.
do PRIMEIRO DOMICÍLIO CONJUGAL.
Art. 9º Para QUALIFICAR E REGER AS
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar OBRIGAÇÕES, aplicar-se-á a lei do país em que
brasileiro, pode, mediante expressa anuência de se constituírem.
seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada
do decreto de naturalização, se apostile ao
no Brasil e dependendo de forma essencial, será
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial
esta observada, admitidas as peculiaridades da
de bens, respeitados os direitos de terceiros e
lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
dada esta adoção ao competente registro.
do ato.
§ 2º A OBRIGAÇÃO resultante do contrato § 1º A SUCESSÃO DE BENS DE ESTRANGEIROS,
reputa-se CONSTITUÍDA no lugar em que residir situados no País, será regulada pela lei brasileira
o proponente. em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes
Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR
seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
AUSÊNCIA obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, § 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. regula a CAPACIDADE PARA SUCEDER.

REGRA LEI BRASILEIRA (Princípio da Territorialidade Moderada ou Mitigada)

Começo e fim da personalidade, nome,


DOMICÍLIO DA PESSOA capacidade, direitos de família e penhor

(art. 7º e art. 8º, §2º) - Só é possível a aplicação se houver compatibilidade


com o ordenamento jurídico brasileiro.

Qualificar os bens e regular as relações a


SITUAÇÃO DOS BENS (art. 8º)
eles concernentes.
15
DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros
(art. 8º, §1º) lugares.
Exceções

LEI DO PAÍS DO CONSTITUIÇÃO (art. 9º) Qualificar e reger as obrigações.


(A):
DOMICÍLIO DO DEFUNTO OU Sucessão por morte ou por
O DESAPARECIDO (art. 10) Ausência.

BRASILEIRA - ou lei do
estatuto pessoal do de cujus, Sucessão de bens estrangeiros localizados
se mais favorável no Brasil.
(art. 10, §1º)

DOMICÍLIO DO HERDEIRO OU
Capacidade para suceder
LEGATÁRIO (art. 10, §2º).
Art. 11. As organizações destinadas a fins de Art. 15. Será EXECUTADA NO BRASIL a sentença
interesse coletivo, como AS SOCIEDADES E AS proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
FUNDAÇÕES, obedecem à lei do Estado em que requisitos:
se constituírem.

§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, ATENÇÃO: Observe o art. 960 do Código de
agências ou estabelecimentos antes de serem os Processo Civil.
atos constitutivos aprovados pelo Governo
brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. a) haver sido proferida por juiz competente;

§ 2º Os GOVERNOS ESTRANGEIROS, bem como b) terem sido os partes citadas ou haver-se


as ORGANIZAÇÕES DE QUALQUER NATUREZA, legalmente verificado à revelia;
que eles tenham constituído, dirijam ou hajam c) ter passado em julgado e estar revestida das
investido de funções públicas, NÃO PODERÃO formalidades necessárias para a execução no
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis lugar em que foi proferida;
de desapropriação.
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
§ 3º Os Governos estrangeiros PODEM adquirir a
propriedade dos prédios necessários à sede dos e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal
representantes diplomáticos ou dos agentes Federal.
consulares.
A EC 45/04 alterou o art. 105 da CF/88 e,
Art. 12. É COMPETENTE a autoridade judiciária
brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil
atualmente, tal competência é do Superior 16
Tribunal de Justiça.
ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036,


compete conhecer das ações relativas a IMÓVEIS de 2009).
SITUADOS NO BRASIL.

§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, Teoria da vedação reenvio ou teoria do


concedido o exequatur e segundo a forma retorno ou da devolução
estabelecida pele lei brasileira, as diligências
deprecadas por autoridade estrangeira Art. 16. Quando, nos termos dos artigos
competente, observando a lei desta, quanto ao precedentes, se houver de aplicar a lei
objeto das diligências. estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta,
SEM CONSIDERAR-SE QUALQUER REMISSÃO
Art. 13. A PROVA DOS FATOS OCORRIDOS EM por ela feita a outra lei.
PAÍS ESTRANGEIRO rege-se pela lei que nele
vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir- Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país,
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas bem como quaisquer declarações de vontade,
que a lei brasileira desconheça. NÃO TERÃO EFICÁCIA NO BRASIL, quando
ofenderem a soberania nacional, a ordem
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, pública e os bons costumes.
poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do
texto e da vigência. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, SÃO
COMPETENTES AS AUTORIDADES CONSULARES
BRASILEIRAS para lhes celebrar o casamento e Parágrafo único. A MOTIVAÇÃO demonstrará a
os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, necessidade e a adequação da medida imposta
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos ou da invalidação de ato, contrato, ajuste,
filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país processo ou norma administrativa, inclusive em
da sede do Consulado. face das possíveis alternativas.

§ 1º As autoridades consulares brasileiras


Motivação: contextualização dos fatos +
também poderão celebrar a separação
indicação dos fundamentos de mérito e
consensual e o divórcio consensual de
jurídicos: art. 2º do Decreto nº 9.830/19.
brasileiros, não havendo filhos menores ou
incapazes do casal e observados os requisitos Motivação de decisão baseadas em valores
legais quanto aos prazos, devendo constar da jurídicos abstratos: art. 3º do Decreto nº
respectiva escritura pública as disposições 9.830/19.
relativas à descrição e à partilha dos bens
Análise Econômica do Direito: análise das
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
consequências práticas da decisão.
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu
nome de solteiro ou à manutenção do nome Princípio da Proporcionalidade:
adotado quando se deu o casamento.
adequação + necessidade + proporcionalidade
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, em sentido estrito.
devidamente constituído, que se dará mediante
Motivação per relationem - é possível a
a subscrição de petição, juntamente com ambas
as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra utilização: art. 2º, §3º. do Decreto nº 17
9.830/19.
constitua advogado próprio, não se fazendo
necessário que a assinatura do advogado conste
da escritura pública. Art. 21. A decisão que, nas esferas
administrativa, controladora ou judicial,
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos DECRETAR A INVALIDAÇÃO de ato, contrato,
indicados no artigo anterior e celebrados pelos ajuste, processo ou norma administrativa deverá
cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº indicar de modo expresso suas consequências
4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que jurídicas e administrativas.
satisfaçam todos os requisitos legais.

Parágrafo único. No caso em que a celebração Vide art. 4º do Decreto nº 9.830/19


desses atos tiver sido recusada pelas autoridades
consulares, com fundamento no artigo 18 do Parágrafo único. A decisão a que se refere o
mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado caput deste artigo deverá, quando for o caso,
RENOVAR O PEDIDO dentro em 90 (noventa) dias indicar as condições para que a REGULARIZAÇÃO
contados da data da publicação desta lei. ocorra de modo proporcional e equânime e sem
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo
Art. 20. Nas esferas administrativa,
impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que,
controladora e judicial, NÃO SE DECIDIRÁ com
em função das peculiaridades do caso, sejam
base em valores jurídicos abstratos sem que
anormais ou excessivos. (Vide art. 13 do Decreto
sejam consideradas as consequências práticas
nº 9.830/19)
da decisão.
Primado da realidade completado levará em conta as orientações
gerais da época, SENDO VEDADO QUE, com base
Art. 22. Na INTERPRETAÇÃO DE NORMAS em mudança posterior de orientação geral, se
SOBRE GESTÃO PÚBLICA, serão considerados os declarem inválidas situações plenamente
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as constituídas. (Vide art. 5º do Decreto nº
exigências das políticas públicas a seu cargo, 9.830/19)
sem prejuízo dos direitos dos administrados. Parágrafo único. Consideram-se orientações
§ 1º Em DECISÃO SOBRE REGULARIDADE DE gerais as interpretações e especificações
CONDUTA OU VALIDADE de ato, contrato, contidas em atos públicos de caráter geral ou em
ajuste, processo ou norma administrativa, serão jurisprudência judicial ou administrativa
consideradas as circunstâncias práticas que majoritária, e ainda as adotadas por prática
houverem imposto, limitado ou condicionado a administrativa reiterada e de amplo
ação do agente. conhecimento público.

§ 2º Na APLICAÇÃO DE SANÇÕES, serão Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655,
consideradas a natureza e a gravidade da de 2018)
infração cometida, os danos que dela provierem Art. 26. PARA ELIMINAR irregularidade,
para a administração pública, as circunstâncias incerteza jurídica ou situação contenciosa na
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do aplicação do direito público, inclusive no caso de
agente. expedição de licença, a autoridade
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão administrativa poderá, após oitiva do órgão 18
levadas em conta na dosimetria das demais jurídico e, quando for o caso, após realização de
sanções de mesma natureza e relativas ao consulta pública, e presentes razões de relevante
mesmo fato. interesse geral, CELEBRAR COMPROMISSO com
os interessados, observada a legislação aplicável,
Art. 23. A DECISÃO administrativa, controladora o qual só produzirá efeitos a partir de sua
ou judicial que estabelecer INTERPRETAÇÃO OU publicação oficial.
ORIENTAÇÃO NOVA sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo § 1º O compromisso referido no caput deste
condicionamento de direito, deverá prever artigo:
regime de transição quando indispensável para
que o novo dever ou condicionamento de direito (Vide art. 10 do Decreto nº 9.830/19)
seja cumprido de modo proporcional, equânime
e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. I - buscará solução jurídica proporcional,
(Vide art. 6º e 7º do Decreto nº 9.830/19) equânime, eficiente e compatível com os
interesses gerais;
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018) II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
Art. 24. A REVISÃO, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, QUANTO À VALIDADE III - não poderá conferir desoneração
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma permanente de dever ou condicionamento de
administrativa cuja produção já se houver direito reconhecidos por orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
partes, o prazo para seu cumprimento e as 2018)
sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
2018)
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de
Art. 27. A DECISÃO DO PROCESSO, nas esferas atos normativos por autoridade administrativa,
administrativa, controladora ou judicial, poderá salvo os de mera organização interna, poderá ser
impor COMPENSAÇÃO por benefícios indevidos precedida de consulta pública para manifestação
ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do de interessados, preferencialmente por meio
processo ou da conduta dos envolvidos. eletrônico, a qual será considerada na decisão.

Vide art. 9º do Decreto nº 9.830/19 Vide art. 18 do Decreto nº 9.830/19

§ 1º A decisão sobre a compensação será § 1º A convocação conterá a minuta do ato


motivada, ouvidas previamente as partes sobre normativo e fixará o prazo e demais condições da
seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu consulta pública, observadas as normas legais e
valor. regulamentares específicas, se houver.

§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de


poderá ser celebrado compromisso processual 2018) (Vigência)
entre os envolvidos. 19
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para
Art. 28. O agente público responderá aumentar a segurança jurídica na aplicação das
PESSOALMENTE por suas decisões ou opiniões normas, inclusive por meio de regulamentos,
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. súmulas administrativas e respostas a consultas.

Parágrafo único. OS INSTRUMENTOS previstos no


Vide art. 12 do Decreto nº 9.830/19
caput deste artigo TERÃO CARÁTER VINCULANTE
em relação ao órgão ou entidade a que se
§ 1º (VETADO). destinam, até ulterior revisão.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
1.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

20
defensores públicos e membros do Ministério
2. PROCESSO CIVIL
Público, inclusive no curso do processo judicial.
2.1 Código de Processo Civil
Princípio da razoável duração do processo ou
(Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015)
celeridade e princípio da primazia do
PARTE GERAL julgamento de mérito
LIVRO I
Art. 4º As partes têm o direito de obter em
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS PRAZO RAZOÁVEL a SOLUÇÃO INTEGRAL DO
TÍTULO ÚNICO MÉRITO, incluída a ATIVIDADE SATISFATIVA.

DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA Princípio da lealdade processual ou princípio


APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS boa-fé processual objetiva.
CAPÍTULO I
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa
Art. 1º O processo civil será ordenado,
do processo deve comportar-se de acordo com a
disciplinado e interpretado conforme os valores
BOA-FÉ.
e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil,
STJ: Inadmissibilidade da chamada "nulidade
observando-se as disposições deste Código.
de algibeira" ou “nulidade de bolso”, que

Princípio da ação ou da demanda ou da inércia


ocorre quando uma das partes reserva a 21
nulidade para ser alegada em um momento
posterior. (REsp1372802/RJ)
Art. 2º O processo COMEÇA por iniciativa da
parte e se DESENVOLVE por impulso oficial, salvo STJ: O magistrado também deve respeito ao
as exceções previstas em lei. princípio da boa-fé objetiva.
(REsp1306463/RS)
Princípio da inafastabilidade
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem
Art. 3º Não se excluirá da apreciação COOPERAR entre si para que se obtenha, em
jurisdicional ameaça ou lesão a direito. tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva. (Princípio da Cooperação – Modelo
§ 1º É permitida a ARBITRAGEM, na forma da lei. Cooperativo Processo)
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível,
a solução consensual dos conflitos. (Princípio da Princípio da Igualdade e Princípio da
Primazia da Solução Consensual) Imparcialidade

Sistema ou justiça multiportas Art. 7º É assegurada às partes paridade de


tratamento em relação ao exercício de direitos e
§ 3º A CONCILIAÇÃO, A MEDIAÇÃO e outros faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
métodos de solução consensual de conflitos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
deverão ser estimulados por juízes, advogados, processuais, competindo ao juiz zelar pelo
EFETIVO CONTRADITÓRIO.
Princípios da Eficiência, da Publicidade, da depósito, caso em que será decretada a ordem de
Dignidade da Pessoa Humana, da entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa;
Proporcionalidade e da Razoabilidade.
III - à decisão prevista no art. 701
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem deferirá a expedição de mandado de pagamento,
comum, resguardando e promovendo a de entrega de coisa ou para execução de
dignidade da pessoa humana e observando a obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo
proporcionalidade, a razoabilidade, a ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o
legalidade, a publicidade e a eficiência. cumprimento e o pagamento de honorários
advocatícios de cinco por cento do valor atribuído
à causa.
Princípio do Contraditório

Princípio da Proibição da Decisão Surpresa


Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja PREVIAMENTE OUVIDA.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO SE de jurisdição, com base em fundamento a
APLICA: respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se
Contraditório Postergado, Postecipado ou trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
Diferido
22
I - à tutela provisória de urgência Princípio da Publicidade e Princípio da
Fundamentação ou Motivação das Decisões
Art. 300, §2º § 2º A tutela de urgência pode ser
concedida liminarmente ou após justificação
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do
prévia.
Poder Judiciário serão PÚBLICOS, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de
Contraditório Postergado, Postecipado ou
nulidade.
Diferido
Parágrafo único. Nos casos de segredo de
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas justiça, pode ser autorizada a presença somente
no art. 311, incisos II e III; das partes, de seus advogados, de defensores
públicos ou do Ministério Público.
Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão,
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, PREFERENCIALMENTE, à ordem cronológica de
quando: conclusão para proferir sentença ou acórdão.
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento
apenas documentalmente e houver tese firmada
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula deverá estar permanentemente à disposição
vinculante; para consulta pública em cartório e na rede
mundial de computadores.
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado
em prova documental adequada do contrato de
§ 2º Estão EXCLUÍDOS da regra do caput: II - apreciar o pedido de tutela provisória nos
recursos e nos processos de competência
I - as sentenças proferidas em audiência, originária do tribunal;
homologatórias de acordo ou de improcedência
III - não conhecer de recurso inadmissível,
liminar do pedido; prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão
II - o julgamento de processos em bloco para
recorrida;
aplicação de tese jurídica firmada em julgamento
de casos repetitivos; IV - negar provimento a recurso que for contrário
a:
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
incidente de resolução de demandas Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
repetitivas; tribunal;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
e 932; Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
c) entendimento firmado em incidente de
I - indeferir a petição inicial; resolução de demandas repetitivas ou de
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) assunção de competência;
ano por negligência das partes; V - depois de facultada a apresentação de
III - por não promover os atos e as diligências que contrarrazões, dar provimento ao recurso se a
decisão recorrida for contrária a:
lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais
de 30 (trinta) dias; a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
23
IV - verificar a ausência de pressupostos de Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
constituição e de desenvolvimento válido e tribunal;
regular do processo; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
V - reconhecer a existência de perempção, de Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
litispendência ou de coisa julgada; julgamento de recursos repetitivos;

VI - verificar ausência de legitimidade ou de c) entendimento firmado em incidente de


interesse processual; resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
VII - acolher a alegação de existência de
convenção de arbitragem ou quando o juízo VI - decidir o incidente de desconsideração da
arbitral reconhecer sua competência; personalidade jurídica, quando este for
instaurado originariamente perante o tribunal;
VIII - homologar a desistência da ação;
VII - determinar a intimação do Ministério Público,
IX - em caso de morte da parte, a ação for quando for o caso;
considerada intransmissível por disposição legal; e
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no
X - nos demais casos prescritos neste Código. regimento interno do tribunal.
Art. 932. Incumbe ao relator: Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco)
inclusive em relação à produção de prova, bem dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
como, quando for o caso, homologar complementada a documentação exigível.
autocomposição das partes;
V - o julgamento de embargos de declaração; Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas
processuais brasileiras, RESSALVADAS as
VI - o julgamento de agravo interno;
disposições específicas previstas em tratados,
VII - as preferências legais e as metas convenções ou acordos internacionais de que o
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; Brasil seja parte.

VIII - os processos criminais, nos órgãos Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e
jurisdicionais que tenham competência penal; será APLICÁVEL IMEDIATAMENTE aos processos
em curso, RESPEITADOS os atos processuais
IX - a causa que exija urgência no julgamento,
praticados e as situações jurídicas consolidadas
assim reconhecida por decisão fundamentada.
sob a vigência da norma revogada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-
se-á a ordem cronológica das conclusões entre O novo Código de Processo Civil adotou o
as preferências legais. sistema do isolamento dos atos processuais
para regular a aplicação da lei processual no
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que
tempo. De acordo com esse sistema, a lei
trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte
processual nova não atinge os atos
NÃO ALTERA a ordem cronológica para a decisão,
processuais já praticados e nem os seus
exceto quando implicar a reabertura da instrução
efeitos, mas se aplica aos processos em curso
ou a conversão do julgamento em diligência.
com relação aos atos processuais ainda não
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o praticados.
processo RETORNARÁ à mesma posição em que 24
anteriormente se encontrava na lista. Art. 15. Na ausência de normas que regulem
§ 6º Ocupará o PRIMEIRO LUGAR na lista processos eleitorais, trabalhistas ou
prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o administrativos, as disposições deste Código lhes
processo que: serão aplicadas SUPLETIVA E SUBSIDIARIAMENTE.

I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo LIVRO II


quando houver necessidade de realização de DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
diligência ou de complementação da instrução;
TÍTULO I
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso
II. DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma: Art. 16. A jurisdição civil é EXERCIDA pelos juízes e
pelos tribunais em todo o território nacional,
II, - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na
conforme as disposições deste Código.
origem, reexaminará o processo de competência
originária, a remessa necessária ou o recurso
anteriormente julgado, se o acórdão recorrido Jurisdição pode ser entendida como a atuação
contrariar a orientação do tribunal superior; (poder-dever) estatal, que tem por finalidade a
aplicação do direito objetivo ao caso concreto,
CAPÍTULO II
de forma que se resolve de maneira definitiva
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS uma situação de crise jurídica e, assim, gera,
com tal solução, a pacificação social (Daniel
Amorim Neves).
Princípios informativos da jurisdição
Una (CPC/15)
Modelos de
Princípio do Juiz Natural (art. 5º, LIII, CRFB),
Jurisdição
Dual Princípio da Improrrogabilidade, Princípio da
Efetividade, Princípio do Impulso Oficial,
Contenciosa ou propriamente Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, Princípio
dita da Indeclinabilidade, Princípio da
Indelegabilidade, Princípio da Inevitabilidade.
Voluntária ou Graciosa
Modalidades
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter
de Jurisdição • Judicial;
INTERESSE e LEGITIMIDADE.
• De foro extrajudicial;
• Administrativa. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio
em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.

Parágrafo único. Havendo substituição


Modelos de Jurisdição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial.
Una Dual
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à
DECLARAÇÃO:
Apenas a 01 órgão se Há previsão de dois
defere competência órgãos com I - da existência, da inexistência ou do modo de 25
para dizer o Direito de competência para ser de uma relação jurídica;
forma definitiva, ou dizer o Direito de II - da autenticidade ou da falsidade de
seja, fazendo coisa forma definitiva, cada
documento.
julgada material. qual com
competências
No Brasil, a jurisdição é Súmula 181 do STJ
próprias. É o que
UNA, ou seja, ela é
ocorre, por exemplo, É admissível ação declaratória, visando a
indivisível; o que existe
na França. obter certeza quanto à exata interpretação
é uma repartição de
de cláusula contratual.
competências.

Art. 20. É admissível a ação meramente


Características da jurisdição declaratória, AINDA QUE tenha ocorrido a
violação do direito.
Unidade, Inércia (ne procedat ludex ex officio),
Imperatividade, Inafastabilidade,
Características da Ação (“ASPA”): é um
Substitutividade, Criatividade, Definitividade
direito Autônomo, Subjetivo, Público e
ou Imutabilidade, Lide, Secundariedade e
Abstrato.
Imparcialidade.
TEORIAS DA AÇÃO

A ação seria o próprio direito material violado em estado de reação à agressão


Teoria Imanentista
ou ameaça de agressão a este direito. Segundo essa teoria não há ação sem
ou Civilista
direito material.

Teoria Concretista Há distinção entre o direito de ação e o direito material. Entretanto, segundo
(Chiovenda) essa teoria, o direito de ação só existiria quando a sentença fosse favorável.

A ação não tem qualquer relação de dependência com o direito material


Teoria da Ação
controvertido, existindo independentemente de qualquer condição. Assim, o
como Direito
direito de ação é abstrato, amplo, genérico e incondicionado. Esta teoria
Autônomo e
também é chamada da teoria da abstração na vertente incondicionada, pois
Abstrato
a ação existe independentemente de qualquer condição.

O direito de ação não está vinculado a uma sentença favorável, mas também
não é completamente independente do direito material (teoria abstrata). A
ação é direito a uma sentença de mérito, seja qual for o seu conteúdo, isto é,
de procedência ou improcedência. Entretanto, para surgir tal direito, devem
Teoria Eclética ou estar presentes certos requisitos, denominados de condições da ação; aliás, a
Instrumental ausência de tais condições gera o fenômeno designado por "carência de 26
(Liebman) ação".

Esta teoria também é chamada da teoria da abstração na vertente


condicionada, pois a ação só existe quando presentes as condições da ação.
(arts. 17 e 485, VI, do NCPC).

O direito de ação é independente e diferente do direito material. Somente


pode se falar em condições da ação diante das alegações do autor. Assim,
diante das meras alegações do autor, se o juiz já for capaz de analisar a
Teoria da Asserção ausência das condições da ação, haverá a extinção do processo por carência
(status assertionis, de ação (art. 485, VI do NCPC). Mas se para analisar as condições da ação o
della propettazion) Juiz for obrigado a se aprofundar na cognição, ou seja, sendo necessários mais
elementos de convicção, aquilo que um dia foi condição da ação passa a ser
mérito, e ao invés de gerar a carência da ação, acarretará a improcedência do
pedido (REsp 1468734-SP).
TÍTULO II
Competência Competência exclusiva
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA concorrente
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
A ação pode correr A ação deve,
CAPÍTULO I
no Brasil ou no obrigatoriamente,
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL estrangeiro. correr no Brasil.
Art. 21. Compete à autoridade judiciária
Art. 21 e 22 do CPC. Art. 23 do CPC.
brasileira PROCESSAR e JULGAR as ações em
que:
Art. 23. Compete à autoridade judiciária
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, brasileira, com EXCLUSÃO de qualquer outra:
estiver domiciliado no Brasil;
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; no Brasil;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato II - em matéria de sucessão hereditária,
praticado no Brasil. proceder à confirmação de testamento
particular e ao inventário e à partilha de bens
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso
situados no Brasil, ainda que o autor da herança
I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial
domicílio fora do território nacional;
ou sucursal.
III - em divórcio, separação judicial ou
27
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária
dissolução de união estável, proceder à partilha
brasileira PROCESSAR e JULGAR as ações:
de bens situados no Brasil, ainda que o titular
I - de ALIMENTOS, quando: seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
a) o credor tiver domicílio ou residência no
Brasil; Art. 24. A ação proposta perante tribunal
estrangeiro NÃO INDUZ LITISPENDÊNCIA e NÃO
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como
OBSTA a que a autoridade judiciária brasileira
posse ou propriedade de bens, recebimento de
conheça da mesma causa e das que lhe são
renda ou obtenção de benefícios econômicos;
conexas, ressalvadas as disposições em contrário
II - decorrentes de RELAÇÕES DE CONSUMO, de tratados internacionais e acordos bilaterais
quando o consumidor tiver domicílio ou em vigor no Brasil.
residência no Brasil;
Parágrafo único. A pendência de causa perante a
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, jurisdição brasileira NÃO IMPEDE a
se SUBMETEREM à jurisdição nacional. homologação de sentença judicial estrangeira
quando exigida para produzir efeitos no Brasil.

Art. 25. NÃO compete à autoridade judiciária


brasileira o processamento e o julgamento da
ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato processos, assegurando-se assistência judiciária
internacional, arguida pelo réu na contestação. aos necessitados;

§ 1º NÃO se aplica o disposto no caput às III - a publicidade processual, exceto nas


hipóteses de competência internacional hipóteses de sigilo previstas na legislação
exclusiva previstas neste Capítulo. brasileira ou na do Estado requerente;

§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º IV - a existência de autoridade central para


a 4º. recepção e transmissão dos pedidos de
cooperação;
Art. 63. As partes podem modificar a competência
em razão do valor e do território, elegendo foro V - a espontaneidade na transmissão de
onde será proposta ação oriunda de direitos e informações a autoridades estrangeiras.
obrigações.
§ 1º NA AUSÊNCIA DE TRATADO, a cooperação
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando jurídica internacional poderá realizar-se com
constar de instrumento escrito e aludir base em reciprocidade, manifestada por via
expressamente a determinado negócio jurídico. diplomática.

§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e § 2º NÃO se exigirá a reciprocidade referida no


sucessores das partes. § 1º para homologação de sentença estrangeira.

§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de § 3º Na cooperação jurídica internacional NÃO


foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos
será admitida a prática de atos que contrariem
ou que produzam resultados incompatíveis com
28
autos ao juízo do foro de domicílio do réu. as normas fundamentais que regem o Estado
brasileiro.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade
da cláusula de eleição de foro na contestação, sob § 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções
pena de preclusão. de autoridade central na ausência de designação
específica.
CAPÍTULO II
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
por OBJETO:
Seção I
I - citação, intimação e notificação judicial e
Disposições Gerais extrajudicial;

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será II - colheita de provas e obtenção de


REGIDA por TRATADO de que o Brasil faz parte e informações;
observará:
III - homologação e cumprimento de decisão;
I - o respeito às garantias do devido processo
IV - concessão de medida judicial de urgência;
legal no Estado requerente;
V - assistência jurídica internacional;
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e
estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em VI - qualquer outra medida judicial ou
relação ao acesso à justiça e à tramitação dos extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Seção II
Do Auxílio Direto Parágrafo único. O Ministério Público requererá
em juízo a medida solicitada quando for
Art. 28. CABE AUXÍLIO DIRETO quando a medida
autoridade central.
não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em
submetida a juízo de delibação no Brasil. que deva ser executada a medida apreciar
pedido de AUXÍLIO DIRETO PASSIVO que
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será
demande prestação de atividade jurisdicional.
encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado
à autoridade central, cabendo ao Estado Seção III
requerente assegurar a autenticidade e a clareza
Da Carta Rogatória
do pedido.
Art. 35. (VETADO).
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de
que o Brasil faz parte, o AUXÍLIO DIRETO terá os Art. 36. O procedimento da carta rogatória
seguintes OBJETOS: perante o Superior Tribunal de Justiça é de
jurisdição contenciosa e deve assegurar às
I - obtenção e prestação de informações sobre o
partes as garantias do devido processo legal.
ordenamento jurídico e sobre processos
administrativos ou jurisdicionais findos ou em § 1º A defesa RESTRINGIR-SE-Á à discussão
curso; quanto ao atendimento dos requisitos para que
o pronunciamento judicial estrangeiro produza
II - colheita de provas, salvo se a medida for
adotada em processo, em curso no estrangeiro,
efeitos no Brasil.
29
de competência exclusiva de autoridade § 2º Em qualquer hipótese, é VEDADA a revisão
judiciária brasileira; do mérito do pronunciamento judicial
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
III - qualquer outra medida judicial ou
extrajudicial não proibida pela lei brasileira. Seção IV

Art. 31. A autoridade central brasileira Disposições Comuns às Seções Anteriores


comunicar-se-á diretamente com suas
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica
congêneres e, se necessário, com outros órgãos
internacional oriundo de autoridade brasileira
estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela
competente será encaminhado à autoridade
execução de pedidos de cooperação enviados e
central para posterior envio ao Estado requerido
recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas
para lhe dar andamento.
disposições específicas constantes de tratado.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de
Art. 32. No caso de AUXÍLIO DIRETO para a
autoridade brasileira competente e os
prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
documentos anexos que o instruem serão
necessitem de prestação jurisdicional, a
encaminhados à autoridade central,
autoridade central adotará as providências
acompanhados de tradução para a língua oficial
necessárias para seu cumprimento.
do Estado requerido.
Art. 33. Recebido o pedido de AUXÍLIO DIRETO
Art. 39. O PEDIDO PASSIVO de cooperação
PASSIVO, a autoridade central o encaminhará à
jurídica internacional será RECUSADO se
Advocacia-Geral da União, que requererá em
configurar manifesta ofensa à ordem pública.
juízo a medida solicitada.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para § 3º A homologação de decisão arbitral
EXECUÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA dar-se-á estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e
por meio de carta rogatória ou de ação de em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as
homologação de sentença estrangeira, de disposições deste Capítulo.
acordo com o art. 960.
Art. 41. Considera-se AUTÊNTICO o documento
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira que instruir pedido de cooperação jurídica
será requerida por ação de homologação de internacional, inclusive tradução para a língua
decisão estrangeira, salvo disposição especial em portuguesa, quando encaminhado ao Estado
sentido contrário prevista em tratado. brasileiro por meio de autoridade central ou por
via diplomática, DISPENSANDO-SE
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá
ajuramentação, autenticação ou qualquer
ser executada no Brasil por meio de carta
procedimento de legalização.
rogatória.
Parágrafo único. O disposto no caput NÃO
§ 2º A homologação obedecerá ao que
impede, quando necessária, a aplicação pelo
dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o
Estado brasileiro do princípio da reciprocidade
Regimento Interno do Superior Tribunal de
de tratamento.
Justiça.

30
2.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

31
Não se confunde com constitucionalismo
3. CONSTITUCIONAL
transnacional, que propugna a criação de
3.1 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA uma Constituição internacional, como
DO BRASIL DE 1988 forma de solução dos problemas
decorrentes da globalização, ou seja, o
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Direito Constitucional doméstico estaria
RELEVANTES hierarquicamente vinculado a uma
Constituição global, nas questões comuns
NEOCONSTITUCIONALISMO aos Estados envolvidos.

A ideia geral é a Constituição como centro Concepções de constituição


do sistema. A CF passa a ser uma norma
jurídica dotada de imperatividade e (doutrina clássica)
superioridade (deixa de ser apenas uma Sentido Sociológico - Ferdinand Lassale - A
carta política). Busca-se, dentro dessa nova Constituição deve refletir as forças sociais,
realidade, não mais apenas atrelar o sob pena de ser apenas uma "simples folha
constitucionalismo à ideia de limitação do de papel" (sem valor). Dessa forma, a
poder político, mas, acima de tudo, busca- Constituição é a somatória dos fatores reais
se a eficácia da Constituição, deixando o do poder (forças econômicas, sociais,
texto de ter um caráter meramente políticas, religiosas), dentro de uma
retórico e passando a ser mais efetivo, sociedade. 32
especialmente diante da expectativa de
concretização dos direitos fundamentais. Sentido Político - Carl Schmitt - A
Constituição é o documento que determina
Transconstitucionalismo (Marcelo Neves) as normas fundamentais e estruturais do
Estado. A Constituição é decisão política
Neoconstitucionalismo não se confunde fundamental do titular do poder
com Transconstitucionalismo. constituinte (teoria decisionista ou
Transconstitucionalismo é o fenômeno voluntarista). A validade da Constituição,
pelo qual diversas ordens jurídicas de um nesse sentido, se basearia na decisão
mesmo Estado ou de Estados diferentes se política que lhe dá existência.
entrelaçam para resolver problemas Sentido Jurídico - Hans Kelsen - Esse autor
constitucionais. O componente novo não é aloca a Constituição no mundo do “dever
o entrelaçamento entre a pluralidade de ser”, e não no mundo do “ser”,
ordenamentos, mas o modo como são caracterizando-a como fruto da vontade
travadas as conversações. racional do homem. Para ele, o sistema
É inevitável o fenômeno da "globalização normativo está organizado em uma
do Direito constitucional", que não pirâmide, assim cada norma busca sua
propugna uma Constituição global ou validade na norma imediatamente superior.
internacional, mas propõe uma Dessa forma, a concepção de Kelsen toma a
"globalização do direito constitucional Constituição em dois sentidos:
doméstico".
- Plano Lógico-Jurídico (plano suposto) - PREÂMBULO
Existência de uma norma fundamental
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos
hipotética (plano da norma suposta). Essa
em Assembleia Nacional Constituinte para
norma é o fundamento lógico transcendental instituir um Estado Democrático, destinado a
da validade da norma posta ou positivada. assegurar o exercício dos direitos sociais e
- Plano Jurídico-Positivo - Existência de individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
norma posta, positivada. A Constituição é a estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade
norma positivada suprema, que serve para
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada
regular a criação de todas as outras.
na harmonia social e comprometida, na ordem
Sentido Culturalístico - J. H. Meirelles interna e internacional, com a solução pacífica
Teixeira - Nessa acepção a Constituição é das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
produto de um fato cultural produzido pela de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA
sociedade e que sobre ela pode influir. A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Constituição decorre de uma formação
objetiva de cultura, incluindo aspectos Preâmbulo da Constituição
econômicos, sociológicos, jurídicos e - O preâmbulo NÃO tem caráter vinculante,
filosóficos. Segundo o autor, esse conceito situando-se no âmbito da política. Adota-se,
conduz a uma Constituição total, a fim de portanto, a TEORIA DA IRRELEVÂNCIA
JURÍDICA do preâmbulo.
abranger o seu conceito em uma perspectiva
unitária. Em resumo, para lembrar dessa - O Estado Democrático de Direito destina-se a 33
classificação: “constituição condicionada e assegurar o exercício de determinados valores
supremos. ‘Assegurar’, tem, no contexto,
condicionante da cultura”.
função de garantia dogmático-constitucional;
Constituição aberta não, porém, de garantia dos valores
abstratamente considerados, mas do seu
Contraposta à Constituição unitária está a ‘exercício’. Este signo desempenha, aí, função
ideia de Constituição aberta. Esta é a pragmática, porque, com o objetivo de
Constituição que permite uma constante ‘assegurar’, tem o efeito imediato de
atualização por meio de um processo de prescrever ao Estado uma ação em favor da
efetiva realização dos ditos valores em direção
interpretação (hermenêutica). Dessa forma,
(função diretiva) de destinatários das normas
a Constituição evolui para evitar o constitucionais que dão a esses valores
desmoronamento da sua força normativa conteúdo específico" (...). (STF - ADI 2.649, voto
(mutação constitucional - processo informal da rel. min. Cármen Lúcia, j. 8-5-2008, P, DJE de
de mudança interpretativa). 17-10-2008.)

Constitucionalização Simbólica NÃO constitui norma central. Invocação da


proteção de Deus: NÃO se trata de norma de
O Professor Marcelo Neves alerta para o fato
reprodução obrigatória na Constituição
de que, na atividade legiferante, muitas
estadual, NÃO tendo força normativa.
vezes há o predomínio da função simbólica
(ideológica, moral e cultural) sobre a função (STF - ADI 2.076, rel. min. Carlos Velloso)
jurídico-instrumental (força normativa),
gerando um déficit de concretização das
normas constitucionais.
TÍTULO I II - a CIdadania;

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS III - a DIgnidade da pessoa humana;

Princípios: republicano, federativo e do IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre


Estado democrático de direito. iniciativa;

V - o PLUralismo político.
Art. 1º A República Federativa (Princípio
Republicano) do Brasil, formada pela união Dica para fixação: SO-CI-DI-VA-PLU
indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal (Princípio Federativo), constitui- Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,
se em Estado Democrático de Direito (Princípio que o exerce por meio de representantes
do Estado Democrático de Direito) e tem como ELEITOS OU DIRETAMENTE, nos termos desta
FUNDAMENTOS: Constituição.
I - a SOberania;

FORMA DE ESTADO FORMA DE GOVERNO SISTEMA DE GOVERNO

Maquiavel:
34
República (CF/88) x Monarquia x Ditadura
Estado Federado
Presidencialismo (CF/88)
Composto (CF/88) x Estado Aristóteles:
x Parlamentarismo
Unitário Democracia (CF/88) x Monarquia x
Aristocracia x Tirania x Oligarquia x
Demagogia

Grau de centralização dos


poderes estatais Modo de atribuição de poder Relação entre o Poder
Executivo e o Poder
Art. 60, §4º, I, da CF/88 – Art. 34, VII, a, da CF/88 – princípio sensível Legislativo
cláusula pétrea

REGIME POLÍTICO DEMOCRÁTICO Democracia


Semidireta ou
Soberania Popular participativa (CF/88)

Democracia Direta
Divisão dos poderes (Sistema de Freios e
Participação do Contrapesos – Checks and Balances System)
Democracia Indireta
povo no poder
ou representativa
Art. 2º São Poderes da União, INDEPENDENTES E I - independência nacional;
HARMÔNICOS entre si, o Legislativo, o Executivo e
II - prevalência dos direitos humanos;
o Judiciário.
III - autodeterminação dos povos;
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da
República Federativa do Brasil: IV - não-intervenção;

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; V - igualdade entre os Estados;

II - garantir o desenvolvimento nacional; VI - defesa da paz;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir VII - solução pacífica dos conflitos;
as desigualdades sociais e regionais;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
humanidade;
formas de discriminação.
X - concessão de asilo político.
Atenção: Os objetivos são representados por Parágrafo único. A República Federativa do Brasil
verbos no infinitivo. Algumas questões buscará a integração econômica, política, social
tentam gerar confusão entre as hipóteses do e cultural dos povos da América Latina, visando à
artigo 3º e 4º. Essa é uma boa forma de formação de uma comunidade latino-americana
diferenciação. de nações. 35
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se
nas suas RELAÇÕES INTERNACIONAIS pelos
seguintes PRINCÍPIOS:
3.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

36
Art. 1º - Não há crime sem lei ANTERIOR que o
4. DIREITO PENAL
defina. Não há pena sem PRÉVIA cominação legal
4.1 CÓDIGO PENAL
Aplicação da lei vigente à época
REGRA
(DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.) dos fatos (tempus regit actum).
Extratividade - Aplicação da lei a
PARTE GERAL
fatos ocorridos antes ou depois
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL de sua vigência. É admissível
desde que para favorecer o
Constitucionais Constitucionais
acusado.
Explícitos Implícitos
EXCEÇÃO a) Retroatividade: aplicação da
- Personalidade ou - Culpabilidade lei nova benéfica a fato anterior
intranscendência da à sua vigência
- Proporcionalidade
pena ou b) Ultratividade: aplicação da lei
responsabilidade - Taxatividade já revogada após o seu período
pessoal - Intervenção mínima: de vigência.
(art. 5º, XLV, CF). • Fragmentariedade.
Irretroatividade da lei penal ou
- Individualização da • Subsidiariedade.
retroatividade da lei penal benéfica
pena
• Ofensividade ou
(art. 5º, XLVI, lesividade.
Art. 5º, XL, da CF/88: a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
37
primeira
• Insignificância ou
parte, CF). - Abolitio criminis / Lex mitior: possui
bagatela.
retroatividade e ultratividade, por ser
- Humanidade (art. • Adequação social. benéfica ao réu.
5º, XLVII, CF).
- Novatio legis incriminadora / Lex gravior:
- Legalidade (art. 5º,
aplica aos fatos posteriores à sua entrada em
XXXIX, CF):
vigor, por ser maléfica ao réu.
- Anterioridade
(art. 5.º, XXXIX, CF). Lei penal no tempo

- Retroatividade da
Abolitio Criminis ou Descriminalização e Lex
lei penal benéfica
Mitior
(art. 5º, XL, CF).
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que
TÍTULO I
LEI POSTERIOR deixa de considerar crime,
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
cessando em virtude dela a execução e os efeitos
Anterioridade da Lei penais da sentença condenatória.

Princípio da Legalidade Retroatividade de lei penal benéfica


Parágrafo único - A lei posterior, que de Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a
qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos sentença condenatória, compete ao Juízo das
fatos anteriores, AINDA QUE decididos por execuções a aplicação de lei mais benigna.
sentença condenatória transitada em julgado.
A lei penal intermediária é simultaneamente
Novatio legis incriminadora
dotada de retroatividade (quanto à lei
vigente na data do fato) e de ultratividade
Novatio legis in pejus
(quanto à vigente na data do julgamento).
(lei nova prejudicial)
Revogação formal e material do
NÃO retroage
Abolitio delito.
Criminis Extingue a punibilidade,
Lex gravior
deixando o fato de ser punível.
(lei mais grave)
Continuidade Revogação apenas formal do
delito.
Típico-
Normativa O fato ainda é punível.
Novatio legis in mellius
Lei excepcional ou temporária
(lei nova favorável)
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
decorrido o período de sua duração ou cessadas
38
as circunstâncias que a determinaram, aplica-se
Lex mitior ao fato praticado DURANTE sua vigência.
(lei mais suave) Retroage
Normas cujo prazo de vigência
vem determinado no próprio
Leis
texto. São dotadas de
Temporárias
Abolitio criminis autorrevogação. Ex.: até o dia
“X”.
(revogação da conduta Normas editadas para serem
criminosa) Leis aplicadas durante uma situação
Excepcionais ou período de excepcionalidade.
STF e STJ: Os preceitos constitucionais Ex.: calamidade pública.
relativos à aplicação retroativa da norma
penal benéfica, bem como à São leis elaboradas para terem curta duração.
irretroatividade da norma mais grave ao São leis ULTRATIVAS e AUTORREVOGÁVEIS.
acusado (art. 5º, XL, da Constituição
Federal), são inaplicáveis aos precedentes Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave
jurisprudenciais. (STF - HC 161452-2020 e aplica-se ao crime continuado ou ao crime
STJ - AgRg nos EDcl no AREsp 1361814/RJ- permanente, se a sua vigência é anterior à
2020) cessação da continuidade ou da
permanência.
Combinação de Leis / Lex Tertia: Tanto para § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se
o STF (RE600817/13) como para o STJ como EXTENSÃO do território nacional as
(Súmula 501) não é possível a combinação de embarcações e aeronaves brasileiras, de
leis no tempo, isso porque a lei favorável natureza pública ou a serviço do governo
deve ser aplicada integralmente. Adota-se, brasileiro onde quer que se encontrem, bem
assim, a Teoria da Ponderação Unitária ou como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
Global (em detrimento da Teoria da mercantes ou de propriedade privada, que se
Ponderação Diferenciada) achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar.
Tempo do crime
Território brasileiro por equiparação ou
Teoria da atividade extensão

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos


MOMENTO da AÇÃO OU OMISSÃO, ainda que crimes praticados a bordo de aeronaves ou
outro seja o momento do resultado. embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no
Considera praticado o crime no território nacional ou em voo no espaço aéreo
Teoria da
momento da conduta, ainda correspondente, e estas em porto ou mar
Atividade
que outro seja o resultado.

Teoria do
Considera praticado o crime no
territorial do Brasil.
39
momento da produção do Território brasileiro por equiparação ou
Resultado extensão
resultado. (Na prescrição,
ou do
aplica-se a data da consumação Embarcações e Onde quer que se
Evento
– art. 111, I, do CP) aeronaves brasileiras, de encontrem
Considera praticado o crime natureza pública ou a
Teoria serviço do governo
tanto no momento da conduta
Mista ou da brasileiro
como da produção do
Ubiquidade
resultado. Embarcações e Em alto-mar ou
aeronaves brasileiras, no espaço aéreo
Territorialidade mercantes ou correspondente
particulares
Territorialidade Temperada Embarcações Em território
estrangeiras privadas brasileiro
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira
(territorialidade), sem prejuízo de convenções, Lugar do crime
tratados e regras de direito internacional
(temperada), ao crime cometido no território Teoria da Ubiquidade
nacional.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no
Território brasileiro por equiparação ou LUGAR em que ocorreu a AÇÃO ou OMISSÃO, no
extensão todo ou em parte, bem como onde se produziu
ou deveria produzir-se o RESULTADO.
Teoria da Atividade Considera praticado o crime no lugar em
ou da Ação que ocorreu da conduta.

Teoria do Resultado Considera praticado o crime no lugar em


ou do Evento que ocorreu a produção do resultado.

Considera praticado no lugar em que


Teoria Mista, Unitária ocorreu a conduta, no todo ou em parte,
ou da Ubiquidade bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.

L.U.T.A.
Lei Penal no
Lei Penal no Tempo
Espaço
Lugar =
Tempo = Atividade
Ubiquidade

40
Crimes conexos Teoria da Atividade
Crimes contra a vida Teoria da Atividade
Infrações de menor Teoria da Atividade
potencial ofensivo

Atos Infracionais Teoria da Atividade

Crimes Falimentares Art. 183, da Lei 11.101/05. Compete ao juiz


criminal da jurisdição onde tenha sido
Exceções à
decretada a falência, concedida a recuperação
Teoria da
judicial ou homologado o plano de recuperação
Ubiquidade
extrajudicial, conhecer da ação penal pelos
crimes previstos nesta Lei.
Crimes Plurilocais Teoria do Resultado

Crimes à Distância Teoria da Ubiquidade

Crimes Militares Comissivos: Teoria da Ubiquidade


Omissivos: Teoria da Atividade
Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à LEI BRASILEIRA, embora


Princípio da nacionalidade ativa
cometidos no estrangeiro:

Extraterritorialidade incondicionada b) praticados por brasileiro;

Princípio da representação
I - os crimes:

c) praticados em aeronaves ou embarcações


Princípio da defesa ou real
brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
não sejam julgados.
República;

Extraterritorialidade incondicionada
Princípio da defesa ou real

§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido


b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
segundo a lei brasileira, AINDA QUE absolvido
do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
ou condenado no estrangeiro.
Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público; Extraterritorialidade condicionada 41
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
Princípio da defesa ou real
brasileira DEPENDE do concurso das seguintes
CONDIÇÕES:
c) contra a administração pública, por quem
está a seu serviço; a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que


Princípio da justiça universal e Princípio do
Domicílio foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos


d) de genocídio, quando o agente for brasileiro quais a lei brasileira autoriza a extradição;
ou domiciliado no Brasil;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro
Extraterritorialidade condicionada ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro


II - os crimes: ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Princípio da justiça universal
Princípio da nacionalidade passiva
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se Extraterritorialidade (hiper)condicionada
obrigou a reprimir;
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime Prazo Penal Prazo Processual Penal
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora (art. 10 do CP) (art. 798 do CPP)
do Brasil, se, REUNIDAS as CONDIÇÕES previstas Inclui-se o dia do Não se inclui o dia do
no parágrafo anterior: começo. começo, começando a
O prazo pode cessar contagem no dia útil
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; em dia não útil. seguinte.
O prazo deve iniciar e
b) houve requisição do Ministro da Justiça. cessar em dia útil.
Pena cumprida no estrangeiro Frações não computáveis da pena

Extraterritorialidade incondicionada Art. 11 - DESPREZAM-SE, nas penas privativas de


liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro
ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo Legislação especial
crime, quando diversas, ou NELA É
Art. 12 - As REGRAS GERAIS deste Código
COMPUTADA, quando idênticas.
aplicam-se aos fatos incriminados por LEI
Eficácia de sentença estrangeira ESPECIAL, se esta não dispuser de modo diverso.
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a CONFLITO APARENTE DE NORMAS
aplicação da lei brasileira produz na espécie as Significa que a norma especial
mesmas consequências, pode ser homologada
Especialidade
tem preferência em relação à 42
no Brasil para: norma geral (lex specialis
derogat legi generali).
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a Significa que a norma principal
restituições e a outros efeitos civis; deve ser aplicada em detrimento
da subsidiária (lex primaria
II - sujeitá-lo a medida de segurança. Subsidiariedade derogat subsidiariae). Norma
subsidiária é a que está prevista,
Parágrafo único - A homologação depende:
inserida em outra. Tem-se um
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido tipo acessório e outro principal.
da parte interessada; A norma que prevê determinado
fato deve ser preterida em
b) para os outros efeitos, da existência de tratado Absorção ou relação a outra que contenha o
de extradição com o país de cuja autoridade Consunção mesmo fato, mas de maior
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de amplitude (lex consumens
derogat consumptae).
tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Diz respeito à sucessão de leis
Contagem de prazo penais no tempo. Significa que lei
Sucessividade posterior tem preferência à lei
Art. 10 - O dia do começo INCLUI-SE no cômputo anterior que cuide do mesmo fato
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos (lex posterior derogat legi priori).
pelo calendário comum. Aplicável em se tratando de crime
de ação múltipla ou tipo misto
alternativo. Nesses casos, mesmo
Alternatividade
que o agente pratique mais de uma
conduta, no mesmo contexto
fático, responderá por um só crime.
4.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

43
LIVRO I
5. PROCESSO PENAL
DO PROCESSO EM GERAL
5.1 Código de Processo Penal
TÍTULO I
(DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941)
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E


Princípio da territorialidade
CONSTITUCIONAIS

a) Princípio da busca da verdade real. Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o


território brasileiro, por este Código,
b) Princípio ne procedat judex ex officio. RESSALVADOS:

I - os tratados, as convenções e regras de direito


c) Princípio do devido processo legal
internacional;
(art. 5º, LIV, CF).
II - as prerrogativas constitucionais do
d) Princípio da vedação das provas ilícitas
Presidente da República, dos ministros de
(art. 5º, LVI, CF)
Estado, nos crimes conexos com os do
e) Princípio da presunção de inocência Presidente da República, e dos ministros do
(art. 5º, LVII, CF). Supremo Tribunal Federal, nos crimes de
f) Princípio da obrigatoriedade de motivação responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, 44
das decisões judiciais. e 100);

g) Princípio da publicidade. III - os processos da competência da Justiça


Militar;
h) Princípio da imparcialidade do juiz.
IV - os processos da competência do tribunal
i) Princípio da igualdade processual (art. 5º, especial (Constituição, art. 122, no 17);
caput, CF).
V - os processos por crimes de imprensa.
(Vide ADPF nº 130)
j) Princípio do contraditório (art. 5º, LV, CF).
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este
k) Princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF). Código aos processos referidos nos nºs. IV e V,
quando as leis especiais que os regulam não
l) Princípio do duplo grau de jurisdição. dispuserem de modo diverso.

m) Princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e -STF: Os agentes consulares só têm direito a
LIII, CF). imunidade se os fatos delitivos decorrem do
desempenho de suas funções (1ª T, RHC 50155).
n) Princípio do promotor natural e imparcial.

o) Princípio do in dubio pro reo (art. 5º, LVII, Princípio da imediatidade - ou do efeito
CF). imediato ou da aplicação imediata - e
p) Princípio ne bis in idem. Princípio do tempus regit actum e Sistema
do isolamento dos atos processuais
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde que garante a imparcialidade
logo, SEM PREJUÍZO da validade dos atos do julgador e, por
realizados sob a vigência da lei anterior. conseguinte, assegura a
plenitude de defesa e o
STJ: A exclusão do ordenamento jurídico do tratamento igualitário das
protesto por novo júri, nos termos da partes.
redação conferida pela Lei 11.689/08, tem Este sistema é caracterizado
aplicação imediata aos processos pendentes pela existência do Juizado de
em consonância com o princípio tempus regit Instrução, fase investigatória
actum, previsto no art. 2º do CPP (RHC 31585, e persecutória preliminar
22.03.12). SISTEMA conduzida por um juiz, que
MISTO OU não se confunde com o
ACUSATÓRIO inquérito policial, seguida de
STJ: O fato de a lei nova ter suprimido o
FORMAL uma fase acusatória em que
recurso de protesto por novo júri não afasta
são assegurados todos os
o direito à recorribilidade subsistente pela lei
direitos do acusado e a
anterior (ultratividade da lei processual),
independência entre
quando o julgamento ocorreu antes da
acusação, defesa e juiz.
entrada em vigor da Lei 11.689/2008, que,
em seu art. 4º, revogou expressamente o
ATENÇÃO: Em 15.01.2020, o Ministro
Capítulo IV do Título II do Livro III, do CPP,
Presidente Dias Toffoli, Presidente do STF no
45
extinguindo o protesto por novo júri (5ª T,
exercício do plantão judicial, concedeu
REsp 1046429, em 09/10/12).
parcialmente as medidas cautelares
pleiteadas nas ADIs 6.298, 6.299 e 6.300 para
Art. 3º A lei processual penal admitirá
suspender-se a eficácia dos arts. 3º-D,
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA e APLICAÇÃO
parágrafo único, e 157, § 5º, do Código de
ANALÓGICA, bem como o SUPLEMENTO DOS
Processo Penal, incluídos pela Lei nº
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO.
13.964/19 (sistema de rodízio) e suspender-
Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA se a eficácia dos arts. 3º-B, 3º-C, 3º-D, caput,
ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase 3ºE e 3º-F do CPP
de investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação. Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável
pelo controle da legalidade da investigação
SISTEMAS PROCESSUAIS
criminal e pela salvaguarda dos direitos
Nesse sistema, cabe a um só
individuais cuja franquia tenha sido reservada à
órgão acusar e julgar. O juiz dá
SISTEMA autorização prévia do Poder Judiciário,
início à ação penal e, ao final,
INQUISITIVO competindo-lhe ESPECIALMENTE:
ele mesmo profere a
sentença. I - receber a comunicação imediata da prisão,
No sistema acusatório, existe nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da
SISTEMA
separação entre os órgãos Constituição Federal;
ACUSATÓRIO
incumbidos de realizar a
(CPP)
acusação e o julgamento, o
II - receber o auto da prisão em flagrante para o b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de
controle da legalidade da prisão, observado o dados e telefônico;
disposto no art. 310 deste Código;
c) busca e apreensão domiciliar;
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
d) acesso a informações sigilosas;
podendo determinar que este seja conduzido à
sua presença, a qualquer tempo; e) outros meios de obtenção da prova que
restrinjam direitos fundamentais do investigado;
IV - ser informado sobre a instauração de
qualquer investigação criminal; XII - JULGAR o habeas corpus impetrado ANTES
do oferecimento da denúncia;
V - decidir sobre o requerimento de prisão
provisória ou outra medida cautelar, observado XIII - DETERMINAR a instauração de incidente de
o disposto no § 1º deste artigo; insanidade mental;

VI - PRORROGAR a prisão provisória ou outra XIV - DECIDIR sobre o recebimento da denúncia


medida cautelar, bem como SUBSTITUÍ-LAS ou ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
REVOGÁ-LAS, assegurado, no primeiro caso, o
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz
exercício do contraditório em audiência pública
designará dia e hora para a audiência, ordenando
e oral, na forma do disposto neste Código ou em
a intimação do acusado, de seu defensor, do
legislação especial pertinente;
Ministério Público e, se for o caso, do querelante
VII - decidir sobre o requerimento de produção
antecipada de provas consideradas urgentes e
e do assistente. 46
§ 1º O acusado preso será requisitado para
não repetíveis, assegurados o contraditório e a
comparecer ao interrogatório, devendo o poder
ampla defesa em audiência pública e oral;
público providenciar sua apresentação.
VIII - PRORROGAR o prazo de duração do
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá
inquérito, estando o investigado preso, em vista
proferir a sentença.
das razões apresentadas pela autoridade policial
e observado o disposto no § 2º deste artigo; XV - assegurar prontamente, quando se fizer
necessário, o direito outorgado ao investigado e
IX - determinar o trancamento do inquérito
ao seu defensor de acesso a todos os elementos
policial quando não houver fundamento razoável
informativos e provas produzidos no âmbito da
para sua instauração ou prosseguimento
investigação criminal, SALVO no que concerne,
X - requisitar documentos, laudos e informações estritamente, às diligências em andamento;
ao delegado de polícia sobre o andamento da
XVI - deferir pedido de admissão de assistente
investigação;
técnico para acompanhar a produção da perícia;
XI - DECIDIR sobre os requerimentos de:
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de
a) interceptação telefônica, do fluxo de não persecução penal ou os de colaboração
comunicações em sistemas de informática e premiada, quando formalizados durante a
telemática ou de outras formas de comunicação; investigação;
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
definidas no caput deste artigo. praticar qualquer ato incluído nas competências
dos arts. 4º e 5º deste Código FICARÁ IMPEDIDO
§ 1º (VETADO).
de funcionar no processo.
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
garantias poderá, mediante representação da
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema
autoridade policial e ouvido o Ministério Público,
de rodízio de magistrados, a fim de atender às
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito
disposições deste Capítulo.
por até 15 DIAS, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
imediatamente relaxada. conforme as normas de organização judiciária da
União, dos Estados e do Distrito Federal,
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias
observando critérios objetivos a serem
ABRANGE todas as infrações penais, EXCETO as
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.
de menor potencial ofensivo, e CESSA com o
recebimento da denúncia ou queixa na forma do Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o
art. 399 deste Código. cumprimento das regras para o tratamento dos
presos, IMPEDINDO o acordo ou ajuste de
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
qualquer autoridade com órgãos da imprensa
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução
para explorar a imagem da pessoa submetida à
e julgamento.

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das


prisão, sob pena de responsabilidade civil,
administrativa e penal.
47
garantias NÃO VINCULAM o juiz da instrução e
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
julgamento, que, após o recebimento da
autoridades deverão disciplinar, em 180 DIAS, o
denúncia ou queixa, DEVERÁ REEXAMINAR a
modo pelo qual as informações sobre a realização
necessidade das medidas cautelares em curso,
da prisão e a identidade do preso serão, de modo
no prazo máximo de 10 DIAS.
padronizado e respeitada a programação
§ 3º Os autos que compõem as matérias de normativa aludida no caput deste artigo,
competência do juiz das garantias ficarão transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade
acautelados na secretaria desse juízo, à da persecução penal, o direito à informação e a
disposição do Ministério Público e da defesa, e dignidade da pessoa submetida à prisão.
NÃO SERÃO APENSADOS aos autos do processo
TÍTULO II
enviados ao juiz da instrução e julgamento,
ressalvados os documentos relativos às provas DO INQUÉRITO POLICIAL
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
Art. 4º A polícia judiciária será EXERCIDA pelas
de antecipação de provas, que deverão ser
autoridades policiais no território de suas
remetidos para apensamento em apartado.
respectivas circunscrições e TERÁ POR FIM a
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos apuração das infrações penais e da sua autoria.
autos acautelados na secretaria do juízo das
Parágrafo único. A competência definida neste
garantias.
artigo NÃO EXCLUIRÁ a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a
mesma função.
STF e STJ: O inquérito policial constitui Princípio da oficiosidade
procedimento administrativo, de caráter
informativo, cuja finalidade consiste em I - DE OFÍCIO;
subsidiar eventual denúncia a ser
II - MEDIANTE REQUISIÇÃO da autoridade
apresentada pelo Ministério Público, razão
judiciária ou do Ministério Público, ou a
pela qual irregularidades ocorridas não
requerimento do ofendido ou de quem tiver
implicam, de regra, nulidade de processo-
qualidade para representá-lo.
crime. Assim, Eventuais irregularidades
ocorridas no inquérito policial não § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá
contaminam a ação penal. (STF: HC sempre que possível:
169.348/RS-2019 e STJ: AgRg no RHC
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
124.024/SP-2020)
b) a individualização do indiciado ou seus sinais
característicos e as razões de convicção ou de
Atenção: A regra é que a atribuição da polícia
presunção de ser ele o autor da infração, ou os
judiciária se estabeleça pelo critério
motivos de impossibilidade de o fazer;
territorial, ou seja, pelo local da consumação
da infração. c) a nomeação das testemunhas, com indicação de
sua profissão e residência.
Caso o IP seja presidido por delegado § 2º Do despacho que INDEFERIR o requerimento
pertencente à circunscrição distinta, não de abertura de inquérito caberá RECURSO para o 48
haverá nulidade do IP e da AP, pois a CF não chefe de Polícia.
consagra o princípio do delegado natural.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência de infração penal em
Súmula 234 do STJ que caiba ação pública PODERÁ, verbalmente ou
por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
A participação de membro do MP na fase
esta, verificada a procedência das informações,
investigatória criminal não acarreta o seu
MANDARÁ instaurar inquérito.
impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia. § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, NÃO poderá sem ela
ser iniciado.
Súmula 397 do STF
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade
O poder de polícia da Câmara dos Deputados
policial SOMENTE poderá proceder a inquérito a
e do Senado Federal, em caso de crime
requerimento de quem tenha qualidade para
cometido nas suas dependências,
intentá-la.
compreende, consoante o regimento, a
prisão em flagrante do acusado e a realização
do inquérito. Prevalece que o delegado não pode deixar de
instaurar o IP arguindo a aplicação do princípio
da insignificância, pois este é matéria a ser
Art. 5º Nos crimes de AÇÃO PÚBLICA o inquérito
policial será INICIADO: apreciada privativamente pelo MP.
Rol exemplificativo autoridade policial poderá proceder à
reprodução simulada dos fatos, DESDE QUE esta
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
infração penal, a autoridade policial DEVERÁ:
STF: O investigado não está obrigado a
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não
participar da reprodução simulada dos fatos,
se alterem o estado e conservação das coisas, até pois ninguém pode ser compelido a produzir
a chegada dos peritos criminais; prova contra si mesmo. Além disso, o
II - apreender os objetos que tiverem relação com investigado sequer está obrigado a comparecer
o fato, APÓS liberados pelos peritos criminais; ao local da reprodução simulada dos fatos, não
cabendo, pois, condução coercitiva. E a simples
III - colher todas as provas que servirem para o ausência do investigado a esta diligência, por si
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; só, não permite a decretação da sua prisão
preventiva (RHC 64354).
IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, observado o disposto no Capítulo II do Título IX
deste Livro, devendo o respectivo termo ser deste Livro.
assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão,
ouvido a leitura;
num só processado, reduzidas a escrito ou
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e datilografadas e, neste caso, rubricadas pela 49
coisas e a acareações; autoridade.

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; 10 DIAS, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente,
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
aos autos sua folha de antecedentes;
30 DIAS, quando estiver solto, mediante fiança ou
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o sem ela.
ponto de vista individual, familiar e social, sua
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que
condição econômica, sua atitude e estado de
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
competente.
quaisquer outros elementos que contribuírem
para a apreciação do seu temperamento e caráter. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar
testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
X - colher informações sobre a existência de filhos,
mencionando o lugar onde possam ser
respectivas idades e se possuem alguma
encontradas.
deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o
pela pessoa presa. indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a
ulteriores diligências, que serão realizadas no
infração sido praticada de determinado modo, a
PRAZO MARCADO pelo juiz.
ou o delegado de polícia PODERÁ REQUISITAR,
PRESO SOLTO
de quaisquer órgãos do poder público ou de
JUSTIÇA ESTADUAL empresas da iniciativa privada, dados e
10 30+30
(art. 10 do CPP) informações cadastrais da vítima ou de
suspeitos.
JUSTIÇA FEDERAL
(art. 66 da Lei nº 15 + 15 30 + 30 Parágrafo único. A requisição, que será atendida
5.010/66) no prazo de 24 HORAS, conterá:

LEI DE DROGAS I - o nome da autoridade requisitante;


(art. 51 da Lei nº 30 + 30 90 + 90 II - o número do inquérito policial;
11.343/06)
III - a identificação da unidade de polícia
ECONOMIA POPULAR judiciária responsável pela investigação.
(art. 10 da Lei nº 10 10
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à
1.521/51)
repressão dos crimes relacionados ao TRÁFICO
INQUÉRITO MILITAR DE PESSOAS, o membro do Ministério Público ou
20 40 + 20
(art. 20 CPPM) o delegado de polícia poderão requisitar,
mediante autorização judicial, às empresas
Art. 11. Os INSTRUMENTOS DO CRIME, bem prestadoras de serviço de telecomunicações
como os OBJETOS que interessarem à PROVA,
acompanharão os autos do inquérito.
e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados –
50
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a como sinais, informações e outros – que
denúncia ou queixa, SEMPRE QUE servir de base a permitam a localização da vítima ou dos
uma ou outra. suspeitos do delito em curso.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: § 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa
posicionamento da estação de cobertura,
I - fornecer às autoridades judiciárias as setorização e intensidade de radiofrequência.
informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos; § 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

II - realizar as diligências REQUISITADAS pelo juiz I - NÃO permitirá acesso ao conteúdo da


ou pelo Ministério Público; comunicação de qualquer natureza, que
dependerá de autorização judicial, conforme
III - cumprir os mandados de prisão expedidos disposto em lei;
pelas autoridades judiciárias;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de
IV - REPRESENTAR acerca da prisão preventiva. telefonia móvel celular por período NÃO
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 superior a 30 DIAS, RENOVÁVEL por uma única
e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do vez, por igual período;
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 III - para períodos superiores àquele de que trata
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de o inciso II, será necessária a apresentação de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do ordem judicial.
Adolescente), o membro do Ministério Público
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o 48 HORAS, indique defensor para a
inquérito policial deverá ser instaurado no prazo representação do investigado.
máximo de 72 HORAS, contado do registro da
§ 3º (VETADO).
respectiva ocorrência policial.
§ 4º (VETADO).
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo
de 12 HORAS, a autoridade competente § 5º (VETADO).
requisitará às empresas prestadoras de serviço
§ 6º As disposições constantes deste artigo se
de telecomunicações e/ou telemática que
aplicam aos servidores militares vinculados às
disponibilizem imediatamente os meios
instituições dispostas no art. 142 da Constituição
técnicos adequados – como sinais, informações
Federal, desde que os fatos investigados digam
e outros – que permitam a localização da vítima
respeito a missões para a Garantia da Lei e da
ou dos suspeitos do delito em curso, com
Ordem.
imediata comunicação ao juiz.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á
e o indiciado poderão requerer qualquer nomeado curador pela autoridade policial.
diligência, que será realizada, OU NÃO, a juízo
* Revogado tacitamente pelo art. 5º do CC.
da autoridade.
* No Processo Penal, somente há
Art. 14-A. Nos casos em que servidores
necessidade de curador no incidente de
vinculados às instituições dispostas no art. 144
da Constituição Federal figurarem como insanidade mental (art. 149, § 2º, do CPP). 51
investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos Art. 16. O Ministério Público NÃO PODERÁ
extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de requerer a devolução do inquérito à autoridade
fatos relacionados ao uso da força letal policial, senão para novas diligências,
praticados no exercício profissional, de forma imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
consumada ou tentada, incluindo as situações
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de Atenção: Esta norma é complementada pelo
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o art. 47 do CPP, segundo o qual, se o MP julgar
indiciado poderá constituir defensor. necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou novos
§ 1º Para os casos previstos no caput deste elementos de convicção, deverá requisitá-los,
artigo, o investigado deverá ser CITADO da diretamente, de quaisquer autoridades ou
instauração do procedimento investigatório, funcionários que devam ou possam fornecê-los.
podendo constituir defensor no prazo de até 48
HORAS a contar do recebimento da citação.
Art. 17. A autoridade policial NÃO PODERÁ
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste mandar arquivar autos de inquérito.
artigo com ausência de nomeação de defensor
Art. 18. DEPOIS de ordenado o arquivamento do
pelo investigado, a autoridade responsável pela
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
investigação deverá INTIMAR a instituição a que
base para a denúncia, a autoridade policial
estava vinculado o investigado à época da
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de
provas tiver notícia.
Súmula 524 do STF Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado
dependerá sempre de despacho nos autos e
Arquivado o IP, por despacho do juiz, a
somente será permitida quando o interesse
requerimento do promotor de justiça, não
da sociedade ou a conveniência da
pode a ação penal ser iniciada, sem novas
investigação o exigir.
provas.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação não excederá de três dias, será decretada por
pública, os autos do inquérito serão remetidos despacho fundamentado do Juiz, a
ao juízo competente, onde aguardarão a requerimento da autoridade policial, ou do
iniciativa do ofendido ou de seu representante órgão do Ministério Público, respeitado, em
legal, ou serão entregues ao requerente, se o qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
pedir, mediante traslado. inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito O abril de 1963)
SIGILO necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade. Atenção: Este dispositivo, em face do
disposto no art. 5º, LXII e LXIII, e no art. 136,
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes § 3º, IV, da CF, não foi recepcionado pela
que lhe forem solicitados, a autoridade policial CF/88 (Tourinho Filho, Mirabete, Nucci e
NÃO poderá mencionar quaisquer anotações Nestor).
referentes a instauração de inquérito contra os 52
requerentes.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em
que houver mais de uma circunscrição policial, a
Súmula Vinculante 14 autoridade com exercício em uma delas poderá,
É direito do defensor, no interesse do nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar
representado, ter acesso amplo aos diligências em circunscrição de outra,
elementos de prova que, já documentados INDEPENDENTEMENTE de precatórias ou
em procedimento investigatório realizado requisições, e bem assim providenciará, até que
por órgão com competência de polícia compareça a autoridade competente, sobre
judiciária, digam respeito ao exercício do qualquer fato que ocorra em sua presença,
direito de defesa. noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do
inquérito ao juiz competente, a autoridade
policial oficiará ao Instituto de Identificação e
Estatística, ou repartição congênere,
mencionando o juízo a que tiverem sido
distribuídos, e os dados relativos à infração penal
e à pessoa do indiciado.
5.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

53
Desapropriação: é o procedimento de
6. ADMINISTRATIVO direito público pelo qual o Poder Público
6.1 DECRETO-LEI Nº 3.365, DE 21 DE JUNHO DE transfere para si a propriedade de terceiro,
1941. por razões de utilidade pública ou
necessidade pública, ou de interesse social,
Dispõe sobre DESAPROPRIAÇÕES POR normalmente mediante o pagamento de
UTILIDADE PÚBLICA. justa e prévia indenização. Trata-se de
forma originária de aquisição de
propriedade.
Direito de Propriedade

• Direito fundamental previsto no art. 5º, XXII TIPOS DE DESAPROPRIAÇÃO


da CF/88.
• Corolário do sistema econômico capitalista A transferência do bem
brasileiro (art. 170 da CF/88). para o poder público é
Comum por
• Direito Real previsto no art. 1225 do Código Utilidade
conveniente, embora não
Civil. seja imprescindível
pública
• Atributos do direito de propriedade: usar, (Decreto-Lei nº
gozar, dispor e reivindicar o bem de quem 3.365/1941)
quer que injustamente a detenha (direito de Decorre de situações de
sequela). Comum emergência, cuja solução
• Caracteres do direito de propriedade: Necessidade exija a desapropriação do 54
complexo, absoluto, exclusivo e perpétuo. pública bem. (Decreto-Lei nº
• É uma modalidade de intervenção do 3.365/1941)
Estado na Propriedade
Destina-se à justa
distribuição da propriedade
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO
ou ao bem estar social,
ESTADO NA PROPRIEDADE
tendo lugar quando o bem
Intervenção restritiva Intervenção Comum por
expropriado se destinar a
supressiva Interesse social
terceiros como medida de
O Estado impõe o Estado transfere concretização dos direitos
limitações, restrições, para si a propriedade
fundamentais sociais (Lei
e condicionamentos de terceiro, nº 4.132/1962)
ao uso da
suprimindo o direito
propriedade por seu
Especial Art. 182, § 4º, III, da CF/88
titular, sem, contudo, de propriedade
retirar o direito em si. anteriormente Urbana e Lei nº 10.257/01
São consideradas existente.
Art. 184 da CF/88; Lei
intervenções Tradicionalmente, a Especial Rural
restritivas: servidão 8.629/93 e LC 76/93
desapropriação é
administrativa, apontada como a Confiscatória Art. 243 da CF/88
ocupação.
única forma de
temporária,
Art. 35 do Decreto-Lei
requisição, limitação intervenção Indireta
administrativa e supressiva. 3.365/41
tombamento.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A desapropriação por UTILIDADE Hierarquia Federativa – deve ocorrer dos


PÚBLICA regular-se-á por esta lei, em todo o entes federados mais abrangentes para os
território nacional. de nível territorial menos abrangente

§ 2º Os bens do domínio dos Estados,


FASES DO PROCEDIMENTO DE
Municípios, Distrito Federal e Territórios
DESAPROPRIAÇÃO
poderão ser desapropriados pela União, e os dos
Municípios pelos Estados, mas, em qualquer
Esse procedimento tem caso, ao ato deverá preceder AUTORIZAÇÃO
início com a fase LEGISLATIVA.
administrativa, em que o
Poder Público declara o § 3º É VEDADA a desapropriação, pelos Estados,
interesse na Distrito Federal, Territórios e Municípios de
desapropriação (fase ações, cotas e direitos representativos do capital
FASE declaratória) e dá início de instituições e empresas cujo funcionamento
ADMINISTRATIVA às medidas visando à dependa de autorização do Governo Federal e se
transferência do bem subordine à sua fiscalização, salvo mediante
(fase executória): se prévia autorização, por decreto do Presidente da
houver acordo entre a República. 55
Administração e o
proprietário do bem, Não podem ser desapropriados: moeda
esgota-se nesta fase. corrente do país; direitos personalíssimos
(direito à vida, à imagem, aos alimentos);
margens dos rios navegáveis (Súmula 479 do
Na ausência de acordo, o
STF); pessoas jurídicas.
procedimento entra na
FASE JUDICIAL sua fase judicial, devendo
Art. 3º Os concessionários de serviços públicos e
o magistrado solucionar
os estabelecimentos de caráter público ou que
toda a controvérsia.
exerçam funções delegadas de poder público
PODERÃO PROMOVER DESAPROPRIAÇÕES
Art. 2º Mediante DECLARAÇÃO DE UTILIDADE mediante autorização expressa, constante de lei
PÚBLICA, todos os bens poderão ser ou contrato.
desapropriados pela União, pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal e Territórios.

§ 1º A desapropriação do espaço aéreo ou do


subsolo SÓ se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do
proprietário do solo.
as indispensáveis à continuação da obra e as que
COMPETÊNCIA se destinam à revenda.

Parágrafo único. Quando a desapropriação


Privativa da União, nos termos
Legislativa destinar-se à urbanização ou à reurbanização
do art. 22, II, da CF
realizada mediante concessão ou parceria
público-privada, o edital de licitação poderá
Em regra, a competência é prever que a receita decorrente da revenda ou
comum da União, dos Estados, utilização imobiliária integre projeto associado
do DF e dos Municípios. por conta e risco do concessionário, garantido ao
Entretanto, no caso de poder concedente no mínimo o ressarcimento
desapropriação por interesse dos desembolsos com indenizações, quando
social para fins de reforma estas ficarem sob sua responsabilidade.
agrária (art. 184 da CF) e
Declaratória desapropriação confiscatória Direito de extensão: é o direito do expropriado
(art. 243 da CF), a competência de exigir que a desapropriação e a respectiva
é exclusiva da União. Já no caso indenização alcancem a totalidade do bem,
de declaração de interesse quando o remanescente resultar esvaziado de
social de imóvel para fins de seu conteúdo econômico.
urbanísticos, a competência é
exclusiva do Município (art. 182, Art. 5º Consideram-se casos de UTILIDADE 56
§ 4º, III, da CF). PÚBLICA:

a) a segurança nacional;
A competência para promover
efetivamente a b) a defesa do Estado;
desapropriação é mais ampla, c) o socorro público em caso de calamidade;
alcançando as entidades da
d) a salubridade pública;
Executória Administração Direta e
Indireta e os agentes e) a criação e melhoramento de centros de
delegados do Poder Público população, seu abastecimento regular de meios
(concessionárias e de subsistência;
permissionárias). f) o aproveitamento industrial das minas e das
jazidas minerais, das águas e da energia
hidráulica;
Desapropriação por Zona
g) a assistência pública, as obras de higiene e
decoração, casas de saúde, clínicas, estações de
Art. 4º A desapropriação poderá abranger a
clima e fontes medicinais;
ÁREA CONTÍGUA necessária ao
desenvolvimento da obra a que se destina, e as h) a exploração ou a conservação dos serviços
ZONAS que se valorizarem extraordinariamente, públicos;
em consequência da realização do serviço. Em i) a abertura, conservação e melhoramento de
qualquer caso, a declaração de utilidade pública vias ou logradouros públicos; a execução de
deverá compreendê-las, mencionando-se quais
planos de urbanização; o parcelamento do solo,
com ou sem edificação, para sua melhor Art. 519 do Código Civil. Se a
utilização econômica, higiênica ou estética; a coisa expropriada para fins
construção ou ampliação de distritos industriais; de necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse
j) o funcionamento dos meios de transporte
social, não tiver o destino
coletivo;
para que se desapropriou, ou
k) a preservação e conservação dos Retrocessão não for utilizada em obras ou
monumentos históricos e artísticos, isolados ou serviços públicos, caberá ao
integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem expropriado direito de
como as medidas necessárias a manter-lhes e preferência, pelo preço atual
realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou da coisa.
característicos e, ainda, a proteção de paisagens
e locais particularmente dotados pela natureza;
É a ocorrência do desvio de
l) a preservação e a conservação adequada de finalidade por parte do
arquivos, documentos e outros bens moveis de Poder Público, que deixa de
valor histórico ou artístico; satisfazer o interesse público
m) a construção de edifícios públicos, subjacente à desapropriação
monumentos comemorativos e cemitérios; realizada.

n) a criação de estádios, aeródromos ou campos A tredestinação se divide em 57


de pouso para aeronaves; duas espécies:
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento
• Tredestinação LÍCITA: o
de natureza científica, artística ou literária; Tredestinação
poder público não satisfaz o
p) os demais casos previstos por leis especiais. interesse público previsto no
decreto expropriatório, mas
§ 1º - A construção ou ampliação de distritos
sim outro interesse público;
industriais, de que trata a alínea i do caput deste
artigo, inclui o loteamento das áreas necessárias • Tredestinação ILÍCITA: em
à instalação de indústrias e atividades correlatas, vez que atender o interesse
bem como a revenda ou locação dos respectivos público, o expropriante
lotes a empresas previamente qualificadas. utiliza o bem desapropriado
para satisfazer interesses
§ 2º - A efetivação da desapropriação para fins
privados.
de criação ou ampliação de distritos industriais
DEPENDE de aprovação, prévia e expressa, pelo
Poder Público competente, do respectivo Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á
projeto de implantação. por DECRETO do Presidente da República,
Governador, Interventor ou Prefeito.
§ 3º Ao imóvel desapropriado para implantação
de parcelamento popular, destinado às classes Art. 7º Declarada a utilidade pública, ficam as
de menor renda, NÃO SE DARÁ OUTRA autoridades administrativas autorizadas a
UTILIZAÇÃO NEM HAVERÁ RETROCESSÃO. penetrar nos prédios compreendidos na
declaração, podendo recorrer, em caso de I - cópia do ato de declaração de utilidade
oposição, ao auxílio de força policial. Àquele que pública;
for molestado por EXCESSO OU ABUSO de
poder, cabe indenização por perdas e danos, II - planta ou descrição dos bens e suas
sem prejuízo da ação penal. confrontações;

Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a III - valor da oferta;


INICIATIVA DA DESAPROPRIAÇÃO, cumprindo,
IV - informação de que o prazo para aceitar ou
neste caso, ao Executivo, praticar os atos
rejeitar a oferta é de 15 DIAS e de que o SILÊNCIO
necessários à sua efetivação.
será considerado REJEIÇÃO;
Art. 9º Ao Poder Judiciário é VEDADO, no
V - (VETADO).
processo de desapropriação, decidir se se
verificam ou não os casos de utilidade pública. § 2º Aceita a oferta e realizado o pagamento,
será lavrado ACORDO, o qual será título hábil
Enunciado 3 da I Jornada de Direito para a transcrição no registro de imóveis.
Administrativo CJF/STJ: Não constitui
ofensa ao artigo 9º do Decreto-Lei n. § 3º Rejeitada a oferta, ou transcorrido o prazo
3.365/1941 o exame por parte do Poder sem manifestação, o poder público procederá na
Judiciário, no curso do processo de forma dos arts. 11 e seguintes deste Decreto-Lei.
desapropriação, da regularidade do
Art. 10-B. Feita a opção pela MEDIAÇÃO OU
58
processo administrativo de desapropriação
PELA VIA ARBITRAL, o particular indicará um dos
e da presença dos elementos de validade
órgãos ou instituições especializados em
do ato de declaração de utilidade pública.
mediação ou arbitragem previamente
cadastrados pelo órgão responsável pela
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se
desapropriação.
mediante acordo ou intentar-se judicialmente,
dentro de 5 ANOS, contados da data da § 1º A MEDIAÇÃO seguirá as normas da Lei nº
expedição do respectivo decreto e findos os 13.140 de 26 de junho de 2015, e,
quais este caducará. Neste caso, somente subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou
DECORRIDO 1 ANO, poderá ser o mesmo bem instituição responsável.
objeto de nova declaração.
§ 2º Poderá ser eleita câmara de mediação
Parágrafo único. EXTINGUE-SE EM 5 ANOS o criada pelo poder público, nos termos do art. 32
direito de propor ação que vise a indenização por da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.
restrições decorrentes de atos do Poder Público.
§ 3º (VETADO).
Art. 10-A. O poder público deverá NOTIFICAR O
PROPRIETÁRIO e APRESENTAR-LHE OFERTA DE § 4º A ARBITRAGEM seguirá as normas da Lei nº
INDENIZAÇÃO: 9.307, de 23 de setembro de 1996, e,
subsidiariamente, os regulamentos do órgão ou
§ 1º A notificação de que trata o caput deste instituição responsável.
artigo conterá:
§ 5º (VETADO).
Atenção: Trata-se de uma opção, ou seja, o Art. 13. A PETIÇÃO INICIAL, além dos requisitos
particular pode ou não optar pela mediação previstos no Código de Processo Civil, conterá a
ou pela via arbitral. oferta do preço e será instruída com um
exemplar do contrato, ou do jornal oficial que
DO PROCESSO JUDICIAL houver publicado o decreto de desapropriação,
ou cópia autenticada dos mesmos, e a planta ou
Art. 11. A ação, quando a UNIÃO FOR AUTORA, descrição dos bens e suas confrontações.
será proposta no Distrito Federal ou no foro da
Capital do Estado onde for domiciliado o réu, Parágrafo único. Sendo o valor da causa igual ou
perante o juízo privativo, se houver; sendo inferior a dois contos de réis (moeda da época),
OUTRO O AUTOR, no foro da situação dos bens. dispensam-se os autos suplementares.

Nos termos do art. 47 do CPC/2015, a Art. 14. Ao despachar a inicial, o juiz designará
competência é absoluta e do foro da um perito de sua livre escolha, sempre que
IMÓVEL
situação da coisa, ainda que a União possível, técnico, para proceder à avaliação dos
figure como parte, não se aplicando o bens.
disposto no art. 11 do Decreto-Lei
3.365/1941, conforme entendimento Parágrafo único. O autor e o réu poderão indicar
firme do STJ (REsp 307535/SP,Rel. Min. assistente técnico do perito.
FRANCISCO FALCÃO, DJ 13.05.2002;
AgRg no REsp 464392/DF, Rel. Min. Art. 15. Se o expropriante alegar URGÊNCIA e
DENISE ARRUDA, DJ 03.05.2004 e REsp
DEPOSITAR quantia arbitrada de conformidade 59
6375/PR, Rel. Min. CÉSAR ASFOR
com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz
ROCHA, DJ de 22.11.1993).
mandará imiti-lo provisoriamente na posse dos
Incide normalmente o referido art. 11 bens;
(e arts. 51 e 52, “caput”, do CPC/2015),
MÓVEL
devendo a ação ser proposta no foro do Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 2.786, de
domicílio do réu. 1956)

§ 1º A imissão provisória poderá ser feita,


Art. 12. Somente os juízes que tiverem garantia
INDEPENDENTE da CITAÇÃO do réu, mediante o
de vitaliciedade, inamovibilidade e
DEPÓSITO:
irredutibilidade de vencimentos poderão
conhecer dos processos de desapropriação. a) do preço oferecido, se este for superior a 20
VEZES o valor locativo, caso o imóvel esteja
Para o STJ, houve REVOGAÇÃO TÁCITA do sujeito ao imposto predial;
presente artigo em razão da alteração da
redação do artigo art. 22, § 2º, da LC 35/79, já b) da quantia correspondente a 20 VEZES o valor
que “os juízes substitutos, que ainda não haja locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto
adquirido a vitaliciedade, passaram a poder predial e sendo menor o preço oferecido;
praticar todos os atos reservados aos juízes
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de
vitalícios, inclusive o conhecimento dos
lançamento do imposto territorial, urbano ou
processos de desapropriação” (STJ, 1º Turma,
rural, caso o referido valor tenha sido atualizado
REsp 41922 PR 1993/0035240-7, Rel. Ministro
no ano fiscal imediatamente anterior;
Demócrito Reinaldo, j. em 01/09/1998).
d) não tendo havido a atualização a que se refere § 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se
o inciso c, o juiz fixará independente de também às ações ordinárias de indenização por
avaliação, a importância do depósito, tendo em APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO ou
vista a época em que houver sido fixado DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA, bem assim às
originalmente o valor cadastral e a valorização ações que visem a indenização por restrições
ou desvalorização posterior do imóvel. decorrentes de atos do Poder Público, em
especial aqueles destinados à proteção
§ 2º A alegação de URGÊNCIA, que NÃO poderá ambiental, incidindo os juros sobre o valor fixado
ser renovada, obrigará o expropriante a na sentença.
requerer a imissão provisória dentro do prazo
improrrogável de 120 DIAS. § 4º Nas ações referidas no § 3o, não será o
Poder Público onerado por juros compensatórios
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo relativos ao período anterior à aquisição da
anterior NÃO será concedida a imissão propriedade ou posse titulada pelo autor da
provisória. ação. (declaração de inconstitucionalidade - ADI
2332/DF)
§ 4º A imissão provisória na posse será
registrada no registro de imóveis competente. Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os
juros moratórios destinam-se a recompor a
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na
perda decorrente do atraso no efetivo
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública e interesse social, inclusive para fins de
pagamento da indenização fixada na decisão
final de mérito, e somente serão devidos à razão
60
reforma agrária, havendo divergência entre o
de até 6% AO ANO, a partir de 1o de janeiro do
preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado
exercício seguinte àquele em que o pagamento
na sentença, expressos em termos reais,
deveria ser feito, nos termos do art. 100 da
INCIDIRÃO JUROS COMPENSATÓRIOS de até
Constituição. (Sobre os índices de correção
(declaração de inconstitucionalidade da expressão
monetária e juros de mora, vide: STJ. 1ª Seção.
“até” - ADI 2332/DF) 6% AO ANO (declaração de
REsp 1495146-MG, Rel. Min. Mauro Campbell
constitucionalidade do percentual de juros
Marques, julgado em 22/02/2018 - recurso
compensatórios no patamar fixo de 6% ao ano )
repetitivo - Info 620)
sobre o valor da diferença eventualmente
apurada, a contar da imissão na posse, vedado o Art. 16. A CITAÇÃO far-se-á POR MANDADO na
cálculo de juros compostos. (incidirão juros pessoa do proprietário dos bens; a do marido
compensatórios sobre a diferença entre 80% do dispensa a da mulher; a de um sócio, ou
preço ofertado em juízo pelo ente público e o valor administrador, a dos demais, quando o bem
do bem fixado na sentença - ADI 2332/DF). pertencer a sociedade; a do administrador da coisa
no caso de condomínio, exceto o de edifício de
§ 1º Os juros compensatórios destinam-se,
apartamento constituindo cada um propriedade
apenas, a compensar a perda de renda
autônoma, a dos demais condôminos e a do
comprovadamente sofrida pelo proprietário.
inventariante, e, se não houver, a do cônjuge,
§ 2º NÃO serão devidos juros compensatórios herdeiro, ou legatário, detentor da herança, a dos
quando o imóvel possuir graus de utilização da demais interessados, quando o bem pertencer a
terra e de eficiência na exploração iguais a zero. espólio.
Parágrafo único. Quando não encontrar o citando, investidura do curador à lide poderão ser
mas ciente de que se encontra no território da ratificados ou impugnados por ele, ou pelo
jurisdição do juiz, o oficial portador do mandado representante do espólio, ou do incapaz.
marcará desde logo hora certa para a citação, ao
fim de 48 HORAS, independentemente de nova Art. 22. Havendo concordância sobre o preço, o
diligência ou despacho. juiz o homologará por sentença no despacho
saneador.
Atenção: o art. 16 do Decreto-Lei 3365/41 é
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e não
norma específica em relação ao art. 73, §1º, I havendo concordância expressa quanto ao
do Código de Processo Civil, que é norma geral. preço, o perito apresentará o laudo em cartório
Logo, em desapropriação, não há necessidade até 5 DIAS, pelo menos, antes da audiência de
de tanto o réu como o seu cônjuge sejam instrução e julgamento.
citados, na medida em que a citação do marido
dispensa a da mulher. (STJ. 2ª Turma. REsp §1º O perito poderá requisitar das autoridades
1404085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, públicas os esclarecimentos ou documentos que
julgado em 5/8/2014 - Info 547). se tornarem necessários à elaboração do laudo,
e deverá indicar nele, entre outras circunstâncias
Art. 17. Quando a ação não for proposta no foro do atendíveis para a fixação da indenização, as
domicílio ou da residência do réu, a CITAÇÃO far- enumeradas no art. 27. Ser-lhe-ão abonadas,
se-á por PRECATÓRIA, se o mesmo estiver em
lugar certo, fora do território da jurisdição do juiz.
como custas, as despesas com certidões e, a
arbítrio do juiz, as de outros documentos que
61
juntar ao laudo.
Art. 18. A CITAÇÃO far-se-á POR EDITAL se o
citando não for conhecido, ou estiver em lugar § 2º Antes de proferido o despacho saneador,
ignorado, incerto ou inacessível, ou, ainda, no poderá o perito solicitar prazo especial para
estrangeiro, o que dois oficiais do juízo apresentação do laudo.
certificarão.
Art. 24. Na audiência de instrução e julgamento
Art. 19. Feita a citação, a causa seguirá com o rito proceder-se-á na conformidade do Código de
ordinário. Processo Civil. Encerrado o debate, o juiz
proferirá sentença fixando o preço da
Art. 20. A CONTESTAÇÃO SÓ PODERÁ VERSAR indenização.
sobre vício do processo judicial ou impugnação
do preço; qualquer outra questão deverá ser Parágrafo único. Se não se julgar habilitado a
decidida por ação direta. decidir, o juiz designará desde logo outra
audiência que se realizará dentro de 10 DIAS
Art. 21. A instância NÃO se interrompe. No caso afim de publicar a sentença.
de falecimento do réu, ou perda de sua
capacidade civil, o juiz, logo que disso tenha Art. 25. O principal e os acessórios serão
conhecimento, nomeará curador à lide, até que computados em parcelas autônomas.
se lhe habilite o interessado.
Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar quantia
Parágrafo único. Os atos praticados da data do módica para desmonte e transporte de
falecimento ou perda da capacidade à maquinismos instalados e em funcionamento.
Art. 26. No valor da indenização, que será §2º A transmissão da propriedade, decorrente
contemporâneo da avaliação, NÃO se incluirão de desapropriação amigável ou judicial, NÃO
os direitos de terceiros contra o expropriado. ficará sujeita ao imposto de lucro imobiliário.

§ 1º Serão atendidas as benfeitorias § 3º O disposto no § 1o deste artigo se aplica:


NECESSÁRIAS feitas APÓS a desapropriação; as
ÚTEIS, quando feitas com AUTORIZAÇÃO do I - ao procedimento contraditório especial, de
expropriante. rito sumário, para o processo de desapropriação
de imóvel rural, por interesse social, para fins de
§ 2º Decorrido prazo superior a 1 ANO a partir da reforma agrária;
avaliação, o Juiz ou Tribunal, antes da decisão
final, determinará a correção monetária do valor II - às ações de indenização por apossamento
apurado, conforme índice que será fixado, administrativo ou desapropriação indireta.
trimestralmente, pela Secretaria de
§ 4º O valor a que se refere o § 1o será
Planejamento da Presidência da República.
atualizado, a partir de maio de 2000, no dia 1o
Segundo o STJ, o valor da indenização deve de janeiro de cada ano, com base na variação
ser contemporâneo ao momento da acumulada do Índice de Preços ao Consumidor
AVALIAÇÃO JUDICIAL e não da avaliação Amplo - IPCA do respectivo período.
administrativa. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
Art. 28. Da sentença que fixar o preço da
1.459.124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin,
18/9/2014 Info 549).
indenização caberá APELAÇÃO com EFEITO 62
SIMPLESMENTE DEVOLUTIVO, quando interposta
pelo expropriado, e com AMBOS OS EFEITOS,
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que quando o for pelo expropriante.
motivaram o seu convencimento e deverá
atender, especialmente, à estimação dos bens § 1º A sentença que condenar a Fazenda Pública
para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e em quantia superior ao dobro da oferecida fica
interesse que deles aufere o proprietário; à sua sujeita ao duplo grau de jurisdição.
situação, estado de conservação e segurança; ao
valor venal dos da mesma espécie, nos últimos § 2º Nas causas de valor igual ou inferior a dois
cinco anos, e à valorização ou depreciação de contos de réis (2:000$0), observar-se-á o
área remanescente, pertencente ao réu. disposto no art. 839 do Código de Processo Civil.

§1º A sentença que fixar o valor da indenização Art. 29. Efetuado o pagamento ou a
quando este for superior ao preço oferecido consignação, expedir-se-á, em favor do
condenará o desapropriante a pagar honorários do expropriante, MANDADO de imissão de posse,
advogado, que serão fixados entre 0,5% e 5% do valendo a sentença como TÍTULO HÁBIL PARA A
valor da diferença, observado o disposto no § 4o TRANSCRIÇÃO no registro de imóveis.
do art. 20 do Código de Processo Civil, não
Art. 30. As CUSTAS serão pagas pelo autor se o
podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00
réu aceitar o preço oferecido; em caso contrário,
(cento e cinqüenta e um mil reais) (Declaração de
pelo vencido, ou em proporção, na forma da lei.
inconstitucionalidade - ADI 2332/DF).
Atenção: É possível a desistência da § 3º A discussão acerca dos valores inscritos ou
desapropriação a qualquer tempo, mesmo executados será realizada em ação própria.
após o trânsito em julgado, desde que:
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença,
a) ainda não tenha havido o pagamento
à disposição do juiz da causa, É CONSIDERADO
integral do preço (pois nessa hipótese já terá se
pagamento prévio da indenização.
consolidado a transferência da propriedade do
expropriado para o expropriante); e
§ 1º O depósito far-se-á no Banco do Brasil ou,
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele onde este não tiver agência, em estabelecimento
tenha sido alterado de forma substancial (que bancário acreditado, a critério do juiz.
impeça sua utilização como antes era possível).
§ 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço
É ônus do expropriado provar a existência de
oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença,
fato impeditivo do direito de desistência da
poderá LEVANTAR até 80% DO DEPÓSITO feito
desapropriação. (STJ. 2ª Turma. REsp 1368773-
para o fim previsto neste e no art. 15, observado o
MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão
Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2016 processo estabelecido no art. 34.
- Info 596).
Art. 34. O levantamento do preço será deferido
mediante prova de propriedade, de quitação de
DISPOSIÇÕES FINAIS dívidas fiscais que recaiam sobre o bem
expropriado, e publicação de editais, com o prazo
Art. 31. Ficam sub-rogados no preço quaisquer
ônus ou direitos que recaiam sobre o bem de 10 DIAS, para conhecimento de terceiros. 63
expropriado. Parágrafo único. Se o juiz verificar que há
DÚVIDA FUNDADA sobre o domínio, o preço
Atenção: O ente desapropriante não ficará em depósito, ressalvada aos interessados
responde por tributos incidentes sobre o a ação própria para disputá-lo.
imóvel desapropriado nas hipóteses em que
o período de ocorrência dos fatos geradores Art. 34-A. Se houver CONCORDÂNCIA, reduzida
é anterior ao ato de aquisição originária da a termo, do expropriado, a decisão concessiva da
propriedade. (STJ. 2ª Turma. REsp 1668058- imissão provisória na posse implicará a
ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, aquisição da propriedade pelo expropriante
julgado em 8/6/2017 - Info 606). com o consequente registro da propriedade na
matrícula do imóvel.
Art. 32. O pagamento do preço será prévio e em
§ 1º A concordância escrita do expropriado NÃO
dinheiro.
implica renúncia ao seu direito de questionar o
§ 1º As dívidas fiscais serão deduzidas dos preço ofertado em juízo.
valores depositados, quando inscritas e
§ 2º Na hipótese deste artigo, o expropriado
ajuizadas.
poderá levantar 100% DO DEPÓSITO de que
§ 2º Incluem-se na disposição prevista no § 1o as trata o art. 33 deste Decreto-Lei.
multas decorrentes de inadimplemento e de § 3º Do valor a ser levantado pelo expropriado
obrigações fiscais. devem ser deduzidos os valores dispostos nos §§
1º e 2º do art. 32 deste Decreto-Lei, bem como,
a critério do juiz, aqueles tidos como necessários e irreversível. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.770.001-
para o custeio das despesas processuais. AM, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 05/11/2019 - Info 660).
Art. 35. Os bens expropriados, uma vez
incorporados à Fazenda Pública, NÃO podem ser
Art. 36. É permitida a OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA,
objeto de reivindicação, ainda que fundada em
que será indenizada, afinal, por ação própria, de
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer
terrenos não edificados, vizinhos às obras e
ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas
necessários à sua realização. O expropriante
e danos. (Desapropriação Indireta) prestará caução, quando exigida.

Desapropriação Indireta ou Apossamento Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado
Administrativo: ocorre quando o Poder extraordinariamente em sua destinação
Público se apropria de um bem particular sem econômica pela desapropriação de ÁREAS
o respeito ao devido processo legal CONTÍGUAS terá direito a reclamar perdas e
(formalidades previstas em lei), tal como a danos do expropriante.
declaração de interesse e a prévia Art. 38. O réu responderá perante terceiros, e
indenização. Em outras palavras, trata-se de por ação própria, pela omissão ou sonegação de
um esbulho possessório. quaisquer informações que possam interessar à
marcha do processo ou ao recebimento da
indenização.
PRAZO da ação de desapropriação indireta
(Info 671 STJ)
Art. 39. A ação de desapropriação pode ser 64
proposta durante as férias forenses, e NÃO se
Regra Exceção interrompe pela superveniência destas.

Se feitas obras ou Se inexistem obras ou Art. 40. O expropriante poderá constituir


serviços públicos no serviços públicos no SERVIDÕES, mediante indenização na forma
local local desta lei.
10 anos 15 anos Art. 41. As disposições desta lei aplicam-se aos
Art. 1.238, parágrafo Art. 1.238 do Código processos de desapropriação em curso, não se
único, do Código Civil Civil permitindo depois de sua vigência outros termos
e atos além dos por ela admitidos, nem o seu
Atenção: superada a Súmula 119 do STJ, processamento por forma diversa da que por ela
baseada no Código Civil de 1916. é regulada.
Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação
Art. 42. No que esta lei for omissa aplica-se o
indireta prescreve em vinte anos.
Código de Processo Civil.
Art. 43. Esta lei entrará em vigor 10 dias depois
Atenção: Não configura desapropriação indireta de publicada, no Distrito Federal, e 30 dias no
quando o Estado se limita a realizar serviços Estados e Território do Acre, revogadas as
públicos de infraestrutura em gleba cuja invasão disposições em contrário.
por particulares apresenta situação consolidada
6.2 Artigos exigidos em provas de magistratura

65

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