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FÓRUM I – HISTÓRIA MEDIEVAL

Segunda-feira 09.05
A historiografia tradicional trata a passagem de dois grandes períodos históricos, a
Antiguidade e a Era Medieval, a partir do prisma ocidental. No entanto,
particularidades são encontradas dentro desta visão, apesar de dois aspectos de
identidade serem sempre levados em conta e com destaque: os valores greco-romanos
e o cristianismo. Um grupo de historiadores (como por exemplo, Piganiol e Arther
Ferril) metaforiza o Império Romano como “um grande ser vivo”. Alguns destes
elaboram a tese de que a civilização greco-romana desapareceu abruptamente; e
outros que tesem que a mesma foi decaindo gradualmente. Outros historiadores
encaram o fim do Império Romano como um amplo sistema complexo. Para os que
consideram o fim do Império Romano como algo vivo é levado em conta uma gama de
acontecimentos trágicos, como as saques dos Visigodos em 410 d.C. dos Vândalos em
455 d.C. e, por fim, a deposição de Rômulo Augusto por Odoacro, em 476 d.C., este
sendo, para muitos, o acontecimento chave.
Terça-feira 10.05
Alguns historiadores defendem a ideia de que o Império Romano não fora destruído
“abruptamente” pelas invasões bárbaras e migrações de povos germânicos, mas
devido a uma série de acontecimentos internos ao Império: crises sociais, econômicas
e políticas. “O Império Romano morreu de morte natural”: a frase de Ferdinand Lot
sintetiza esse pensamento. Esta visão de Lot encara o fim do poderio romano como
uma série acontecimentos processuais, graduais, levando-o a uma “decadência”, a um
“declínio”. A respeito destas nomenclaturas, Barros traz à tona as contribuições do
medievalista Le Goff acerca das implicações que estes termos produzem, onde os
mesmos eventualmente se direcionam a significados políticos. No entanto, nas
historiografias mais recentes, outros termos têm sido propostos, como o de
“desagregação”.
Quarta-feira 11.05
Com os desenvolvimentos modernos no campo da historiografia, mais precisamente
no século XX, os estudos da passagem da Antiguidade para a Idade Média ganham
novas interpretações e dimensões. A visão estreita baseada somente nos
acontecimentos políticas de nível institucional vai dando lugar a uma historiografia
pautada em questões econômicas, culturais, demográficas, dentre outras. Logo, um
mesmo acontecimento histórico pode ser visualizado e estudado sob diferentes
prismas ou em diálogo com diversas dimensões. Assim, com os estudos no campo da
História Demográfica (a análise histórica de populações), a ideia de “invasões
bárbaras” ao fenômeno de adentramento de diversificados povos no Império Romano
é rechaçada. Estes fenômenos agora irão ser analisados a partir de uma perspectiva
mais ampla, onde estas “invasões” seriam apenas “a ponta de um iceberg mais
significativo a ser considerado”. Estes novos campo históricos que vão surgindo e
gerando novas interpretações acerca da Antiguidade, Idade Média e queda do Império
Romano vão modelando novas narrativas analíticas e gerando suas próprias
periodizações.
Quinta-feira 12.05
Dentre as novas perspectivas adotadas no campo da historiografia da passagem da
Antiguidade Romana à Medievalidade Europeia, notadamente os estudos acerca da
desagregação do Império Romano, uma que se destaca é a análise marxista, tendo a
transformação dos modos de produção e a luta de classes os alicerces analíticos de
seus princípios, o materialismo histórico. A superação processual do modo escravista
de produção também é destaque nas análises da História da Economia de Max Weber.
O autor vê neste período o surgimento de uma economia natural, em oposição a um
desaparecimento gradual do comércio local e de longa distância, devido à passagem
de uma civilização essencialmente urbanizada para uma que vai se ruralizando em seus
aspectos essenciais.

O ESTADO FEUDAL E AS RELAÇÕES DE PODER...

Sexta-feira 13.05
Menezes Júnior aborda inicialmente em seu capítulo 2, O Modo de produção feudal e
sua formação social francesa, de sua dissertação “O ESTADO FEUDAL E AS RELAÇÕES
DE PODER SENHORIO-CAMPESINATO NO REINO DA FRANÇA (1180 - 1226)” como o
modo de produção de uma sociedade está diretamente associado as suas mais
variadas realizações: “os valores presentes na natureza somente se realizam através
do trabalho humano”. Menezes tese marcadamente as contribuições marxistas para
tecer suas afirmações. Partindo deste pressuposto, o autor caracteriza a sociedade
feudal (teórica e politicamente) como essencialmente agrária. Assim, é a partir deste
ponto que a sociedade feudal é estruturada. Neste ponto, é destacado o campesinato
com sua vinculação produtiva e subordinada à aristocracia.

Sábado – 14.05
Segundo Menezes Júnior, uma das características mais notáveis na sociedade feudal é
a sua relação de poder, este calcado principalmente nas relações de dependência
pessoal entre os senhorios e os camponeses. Destaca Menezes: “a cadeia hierárquica
da aristocracia é diretamente configurada e informada pela variante capacidade de
cada senhor de estabelecer uma denominação efetiva sobre o maior número possível
de camponeses”. Estas relações de subordinação de poder também se dão dentro da
própria aristocracia com suas relações de vassalagem.
Domingo 15.05
Um outro traço característico das relações feudais apontado por Menezes Júnior é o
processo de encastelamento. Estas fortificações traduziam uma ideia de defesa e
alojamento, sobretudo quase se aponta as invasões escandinavas no século IX. Além
disso, segundo João Bernardo, os castelos serviam como demarcadores de territórios,
enquadrando as populações. Também deve-se destacar o papel militar destas
fortificações.

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