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PATIENT Nº

De Layla, Luisa, Clériston e Andressa.

(Em uma roda de terapia se encontra três pacientes, os quais lutam contra suas doenças, e sua
terapeuta, a qual procura em meio as suas fichas desvendar o que está a causar tal mal estar
em seus pacientes.)

TERAPEUTA

Boa noite, a todos. Como vocês estão? O que tem acontecido na vida de vocês essa semana?
Eduardo?

EDUARDO

Oi?!

(Limpando a boca)

TERAPEUTA

Você poderia nós contar sobre a sua semana? O que tem feito?

EDUARDO

Bom. Tenho feito o de sempre, a mesma rotina. Acordo, vou ao trabalho, malho, e quando
chego em casa, volto a me sentir só, e aquele pânico se instala novamente.

TERAPEUTA

Os surtos de pânicos continuam constantes?

(Olhando para Eduardo com uma cara sem expressão, ao mesmo tempo em que escreve em
sua ficha)

EDUARDO

Sim, e tem se intensificado a cada minuto. Eu me sinto como se tudo parasse, e voltasse a
rodar tudo muito rápido. E a cada momento essa sensação vem e se torna sufocadora,
assustadora, e ao mesmo tempo algo que almejo. Não sei se isso, me faz uma pessoa que
simplesmente espera que tudo continue assim, porque estou em um loop de comodismo, ou
porque desisti e sinto que vou morrer.

(Respira fundo enquanto fala sobre o seu problema)

TERAPEUTA

Essa constância tem se intensificado com a separação dos seus pais?

EDUARDO

Sim, a verdade é começou logo após esse evento. Talvez com a pressão que tenho colocado
em ser o melhor apoio possível para minha mãe, talvez, apenas talvez, eu tenha me cobrado
mais do que posso suportar.
TERAPEUTA

Eduardo, o que sinto é que você tem se tornado um averiguador da sua própria vida, e posso
dizer que concordo plenamente com as coisas que disse. A pressão a qual venha impondo em
si, tem te tornado uma bomba relógio, que a qualquer momento pode explodir, e acarretar
graves danos a si, e em geral a sua saúde.

EDUARDO

Como assim?

(Pergunta o homem que olha para a terapeuta com os olhos arregalados)

TERAPEUTA

Bom, digo, parte dessa explosão, se torna um problema para a bomba que é destruída
completamente e para aqueles no seu marco, ou melhor, ao seu redor.

EDUARDO

(Posiciona sua mão abaixo do seu queixo)

TERAPEUTA

Você é a bomba, e quando explode, podemos notar os estragos feitos, digo fisicamente. Você
começa a sentir falta de ar, aceleração cardíaca, tremedeira, e até mesmo os seus
pensamentos, eles se tornam tóxicos, consumindo você por completo. Isso resulta em toda
aquela sensação de morte, de estar morrendo, além de atingir os que estão ao seu redor,
aqueles que procuram o seu apoio. Mas como ser o apoio de alguém, sem ser primeiramente
o seu? Consegue me entender?

EDUARDO

Sim!

(INTERROMPIDOS POR UMA VOZ SUAVE)

LARA

Mas como faço para me tornar o meu próprio apoio, se não consigo sair do ponto em que me
encontro?

(Perguntou a menina curiosa)

TERAPEUTA

Bem, por que primeiro não nos conta em que ponto você se encontra?

(Fala olhando diretamente para os olhos de Lara)


LARA

O cansaço se tornou exaustivo, não consigo mais encontrar as pessoas e querer estar ali. Me
encontro triste sem um motivo ao certo. Digo para mim mesma, que tudo está bem, mas não
está. Meus amigos me olham com olhares julgadores, sem ao menos compreender o que se
passa em minha cabeça. Me sinto sufocada. Sinto uma grande necessidade de me medicar
para estar feliz. Passo os dias, as horas e minutos, tentando conter as minhas lagrimas, este
sentimento de solidão, mas não consigo.

(Continuou a menina sem parar para respirar)

LARA

Sei que o que acontece comigo, afeta a todos. Mas já perdi as rédeas desse problema a muito
tempo, não o consigo conter. Então acabo vendo o suicídio, como a única solução.

(Olha para a terapeuta em seguida)

TERAPEUTA

Lhe entendo minha cara, como resolvemos um problema que já saiu do controle a muito
tempo, sem afetar outros a nossa volta?

(Fez lhe uma pergunta retorica)

TERAPEUTA

Não fazemos, é nesse momento, em que percebemos que não temos mais controle algum, que
dispomos de ajudas de fora. As vezes de remédios, outras de pessoas, e principalmente de um
profissional que possa te ajudar a trilhar o melhor caminho, para encontrar uma solução. Mas
o ponto mais importante que devemos levar em consideração é a aceitação. Aceitar que temos
um problema. E bom, para mim é mais do que evidente que você está percorrendo um
caminho com decisões que são as melhores para você, e somente para você. Fico muito feliz
por isso.

(Olhou para a menina sorrindo)

LARA

Um passo de cada vez, certo?

(Surge um sorriso de canto no rosto da menina)

TERAPEUTA

Certo!

(A mesma sorri de forma responsiva a garota)

TERAPEUTA

Mas me diga, notou alguma melhora depois que se dispôs a procurar ajuda?

(Continuou a terapeuta, a perguntar)


LARA

Sim, tenho notado melhoras. Agora consigo falar sobre o meu problema com confiança, sem
me sentir julgada. E para ser bem sincera, acho que esse peso, tornou todo o resto mais
simples de lidar.

TERAPEUTA

É mesmo?

(Perguntou a terapeuta a menina)

LARA

Sim, sim. Não sinto mais tanta culpa em relação as pessoas, muito menos desinteresse.
Percebo que tenho me tornado o meu próprio alvo de interesse. Ainda possuo picos de
irritabilidade, mas não como antes. Já tem alguns dias que tenho conseguido manter um peso
saudável, sem excesso ou falta de comida.

TERAPEUTA

Então veja, Lara. Você acaba de responder à pergunta que me fez. “Como me tornar o meu
próprio apoio?”. Você não sabe como, ou quando começou, mas você está sendo o seu próprio
apoio. Gosto que venha vivendo uma conquista de cada vez.

(Abre um sorriso esperançoso para a menina)

TERAPEUTA

E você aí, Abigail? Que está toda quieta, por que não nos conta a respeito de você?

(Se dirige em palavras para Abigail, apontando para a mesma)

ABIGAIL

Olá, me chamo Abigail, como todos já sabem, e estou aqui porque minha mãe, disse que eu
deveria ir ao médico! Sei que ela tentou não ser invasiva, por questão do meu problema, então
ela apenas insinuou. E parece que deu certo, estou aqui.

TERAPEUTA

Estamos vendo, e que bom que podemos contar com a sua presença!

(Disse a terapeuta ao ver que todos ali estão se esforçando)

TERAPEUTA

Prossiga, por favor!

ABIGAIL

Então, eu tenho alguns problemas com a comida, podemos dizer que não me dou muito bem
com ela. E que as pessoas, veem isso como um problema. O que para mim é totalmente
diferente. Tenho lutado tanto ao longo dos anos para suprir as expectativas alheias, que no
final me tornei um monstro, ao qual não alcança mais nada. Almejei por aprovações a minha
vida toda e as consegui, mas isso se tornou um vício, e olhem só em que estado me encontro.

(Esbanjando descontentamento, aponta para o seu corpo)


ABIGAIL

Estou fraca, me tornei uma louca por exercícios físicos, pois me acho gorda.

(Continuou a menina)

ABIGAIL

Conto cada caloria do que como, como se isso fosse mudar algo, já que passo dias sem comer.
Tenho me isolado, então não sei se tenho algum amigo ainda, ou melhor, podem dizer que os
únicos amigos que tenho são vocês, o pessoal da terapia, eu acho?!

(Olhou com um olhar de medo)

ABIGAIL

Mas aqui estamos todos nós, tentando fazer diferente, mudar para o nosso próprio bem.

(TODOS OS PACIENTES ASCENAM COM A CABEÇA, CONCORDANDO COM ABIGAIL)

TERAPEUTA

Fico muito feliz, que se sinta confortável para falar sobre o seu problema. Me recordo da
primeira vez que todos vocês entraram pela porta, e vejo como estão completamente
diferentes agora. Cada um com o seu processo, com o seu passar, sem correr, apenas
engatinhando. Esse é um ótimo começo, podemos dizer que estamos tendo algum progresso,
e que desse, venham mais.

(UM DISPERTADOR TOCA, INDICANDO A FINALIZAÇÃO DA TERAPIA)

TERAPEUTA

Fico muito feliz com a evolução de cada um, e quero dizer que aguardo vocês na semana que
vem, quero saber o que nos aguarda. Está bem?!

(Abri um sorriso, á terapeuta, para todos. E eles retribuem)

FIM, ATÉ O MOMENTO KKK

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