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ESCATOLOGIA
RESUMO
1
OLIVEIRA, J.; BORGES, W. Ética de Gaia, p. 49
2
BOFF, LEONARDO. Do iceberg à Arca de Noé, p. 59
1987 e da declaração de Rio de Janeiro (1992). Eles partem da necessidade – para
salvar o Planeta e seus povos – de um novo projeto civilizatório. Esse projeto exige
um novo pacto social mundial – junto com a criação de organismos que articularem
esse pacto – que tenha como sujeitos os seres humanos e os seres da natureza.
Mas se pode ter a impressão de que isto não passa de intenções e sonhos
belos. A crise que se vive é terminal. Ela está englobando o planeta inteiro, em todas
as estruturas até tocar o coração do problema: é uma crise que toca nossa
civilização. Para superá-la seria necessária uma negação do mundo que vivemos.
Isto não se vive: estamos diante do risco da explosão e implosão. Fatalmente
estamos em rota de colisão com o iceberg que o mesmo homem criou. O iceberg é a
cultura consumista e depredadora que o sistema histórico social criou.3
Este sistema civilizatório produz desigualdades e injustiças que atentam
contra todo o sentido da criação. Ele destrói a natureza, pois normalmente no
processo evolutivo, entorno 300 espécies desaparecem por ano; já neste sistema
tem-se observado o desaparecimento de entorno de 3000 espécies por ano.
Partindo desse fato, torna-se possível afirmar que estamos diante de um processo
de devastação ecológica. Há que ser considerado nesse processo ainda que
existem recursos naturais não-renováveis e que cada vez se tornam mais escassos;
outros, como a água potável está no limite do intransponível. A esta exaustão se
acrescenta o fim da energia fóssil „o sangue da máquina industrialista mundial‟.
O ser humano desaparecerá? Pergunta Leonardo Boff4 e apresenta dados de
algumas pesquisas: segundo Stephen Hawking em seu livro O universo numa casca
de noz, o crescimento que vivemos não aguenta para sempre, embora haja saídas.
Cristian de Duve, nobel de biologia/medicina em 1974, diz em seu livro A poeira vital
que nossa civilização lembra os tempos de ruptura na evolução, em que se tinham
maciças extinções de maneira natural. Já o grande naturalista, Théodore Monod diz
em seu livro E se a aventura humana vier a falhar?, afirma que por causa da
capacidade destrutiva dos seres humanos – insensata e demente -, se pode temer
tudo, até a aniquilação da raça humana. Esta afirmação pode ser considerada como
perfeitamente razoável, quando deparamo-nos com situações como o furor belicista
de Estas palavras podem se provar se se olha o furor belicista de George Busch e
as palavras insanas do presidente americano Donal Trump diante do problema do
3
Cf. BOFF, LEONARDO. Do iceberg à Arca de Noé, p. 72
4
BOFF, LEONARDO. D0 iceberg à Arca de Noé, p. 78-79
clima. Boff, também cita a Eduard Wilson, o biólogo da biodiversidade que em seu
livro O futuro da vida nos diz:
Nesta perspectiva realista, mas sem perder a esperança, Hans Jonas, diante
de tamanho desafio ele propõe uma heurística do medo: propor-se uma regra para
lidar com a incerteza. Isto é, “na dúvida é melhor ouvir o pior prognóstico, pois as
apostas se tornaram fortemente elevadas para este jogo.”6 Diante do risco real e
iminente da técnica moderna, Jonas levanta um novo princípio de ação para o
futuro. É uma crítica à técnica que fez da ideologia do progresso um princípio para
dominar a natureza. Da tecnocracia nasce um homem técnico – o homo faber - que
tem a consciência soberana e suprema de dominar: sujeitar, tornar objeto, sufocar,
atrair para prevalecer, vencer, prevalecer, vencer. Jonas não pretende fazer uma [A1] Comentário: Achei um pouco
repetitivo, é assim mesmo que está no livro
crítica à técnica como tal,7 “mas ao esquecimento niilista de seu sentido, à negação de Jonas?
de sua finalidade básica, que deveria ser o bem da humanidade como um todo e a
manutenção das possibilidades de sua continuada existência.”8 Desse jeito a
tecnologia se tornou um grande perigo, já que acumulou poder de maneira ilimitada
colocando em risco a existência do ser humano, sua essência e principalmente seu
futuro. Ao romper o maior mito, a invulnerabilidade da natureza, se coloca em
questão todo futuro humano e divino, toda possível escatologia: religiosa ou
intramundana. Este problema é tão sério que afeta a fé escatológica cristã ao ponto
de inviabilizá-la.
Avaliando Jonas, em 1992 o problema ecológico diz que a situação in suma
só piorou. Não houve mudanças significativas que nos dê otimismo: “nos
encontramos um século mais perto do perverso fim do que estávamos antes”.9
Destas palavras se segue uma pergunta natural: que perspectiva há no futuro para a
humanidade? Jonas responde:
5
Cf. BOFF, LEONARDO. Da iceberg à Arca de Noé, p. 79
6
JONAS H. O princípio responsabilidade, p. 251
7
Cf. JONAS, H. Mas cerca del perverso fin y otros diálogos y ensayos, p. 107
8
OLIVERIA J.; BORGES, W. Ética de Gaia, p. 51
9
JONAS, H. Mas cerca del perverso fin y otros ensayos, p. 35, (TA)
Incerta, muito incerta. Uma mistura de temor e esperança. É muito possível
que a coisa termine tragicamente para a humanidade. Mesmo assim, de
outro lado, ponho esperança nos processos de cura espontâneos no
organismo da humanidade. Se o absurdo duma guerra atômica não nos
conduz a um final repentino, então poderia ter-se tempo para gerar defesas
no sistema imunológico da humanidade, que não chegariam muito tarde.
Mas, nós, como organismo e nossos descendentes devemos fazer algo. O
homem é tão livre que pode aprender sempre de certas experiências.
Mesmo quando muito amargas, elas podem gerar um sentido comum para
previr realmente a catástrofe. Meu augúrio não é precisamente cor de rosa,
10
mas também não é de desespero.
14
JONAS, H. Mas cerca del perverso fin e otros diálogos y ensayos, p. 40 (TA)
15
GONÇALVES, P. Da possibilidade de morte da terra à afirmação da vida, p. 5
16
ALVES, R. Da esperança, p. 136
modernidade? A fé se defronta com a terrível possibilidade de um mundo sem
futuro.17
Como pensar no futuro, num mundo onde a vida não é mais amada?18 Como
dizia Albert Camus da Europa em guerra: Como ter respostas escatológicas quando
o líder talibã Mullah Omar proclama: „os seus jovens amam a vida, os nossos amam
a morte. ‟ Quando em nosso Brasil o porte de armas se transforma em um programa
político? A resposta de muitos aos grandes problemas é ‘Viva a morte’, como gritava
um general fascista espanhol da guerra civil da Espanha. Como afirmar uma vida
plena quando se tem „religiões e políticas de morte‟, que se afirmam como inimigas
frontais de toda forma de vida, de toda afirmação da existência, de todo desejo de
sobreviver?
Estas perguntas não são meramente acadêmicas. Elas se sustentam em
situações reais: depois do agosto de 1945 em que se lançou a bomba atômica sobre
Hiroschima e Nagasaki a humanidade iniciou o seu estágio final: não só o planeta
pode acabar, a humanidade pode ter chegado a seu fim. “Nenhum ser humano pode
sobreviver após o inverno nuclear de uma grande guerra atômica.”19 Os arsenais
das potências mundiais estão prontos para o auto aniquilamento da humanidade.
Como fatos reais que sustentam esta „cultura de morte‟ estão também as terríveis
injustiças que não só vivem os países pobres, mas que já se alastram nos países do
primeiro mundo. O capitalismo neoliberal cada vez se converte mais no inimigo da
sociedade e do bem comum. A tudo isto se soma a catástrofe iniciada com a
mudança climática, que altera de modo duradouro as condições de vida no planeta.
Todos são fatos conhecidos. Todos sabem dos efeitos de morte, mas a vida segue
igual. As políticas energéticas e ecológicas não mudam. Se chegou a um
„entorpecimento ecológico‟. Diante disso se pode profetizar o que?20
Mesmo diante desse panorama, a fé bíblica insiste que terá um novo amanhã.
Que este novo dia não se pode medir só pela avaliação futuróloga ou pelo poder de
resistência das estruturas de dominação existente. Segundo a fé, o novo amanhã
será manifestação de um poder que sem vir da história agirá na e pela história, com
uma liberdade além de todo cálculo. Mas, esta ideia não combina com a ideia
17
Infelizmente a abertura da consciência ecológica atual e seu surgimento histórico está sendo
suplantado pelos poderes repressivos do conservadorismo atual representados nos poderes
americanos e brasileiros.
18
MOLTMANN, J.; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? p. 58
19
MOLTMANN, J.; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? P. 61
20
MOLTMANN, J.; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? pp. 64-65
moderna de liberdade em que a autonomia deve ser criada e realizada
exclusivamente pelo ser humano? Esta ideia não é outro „ópio‟ ilusório que não toma
a sério a realidade objetiva de catástrofe e a subjetiva de ser o homem o
protagonista real de toda esperança?
A fé bíblica não parece combinar com a modernidade. A libertação que
propõe não é objetiva nem subjetivamente moderna. Constata-se no livro do Êxodo
da Bíblia que o grupo que saiu de Egito não tinha nenhuma vocação para ser livre. O
grupo de escravos que atravessou o mar vermelho não tinha nenhum compromisso
com sua liberdade, nem com o cosmos, nem com nenhuma comunidade humana.
Na consciência deste povo não há o menor índice de desejo de liberdade. Além
disso, as condições objetivas eram contrárias a uma pretensa consciência
libertadora: o povo era fraco, militarmente incapaz, desarmado, sem disciplina e sem
mística nenhuma. A fé do povo era pouca ou inexistente, com facilidade trocavam
Javé, o Deus da liberdade por uma imagem de outro (Ex 32,1-6), pior ainda, viviam
das saudades dos „alhos, cebolas e sopas‟ dos opressores (Ex 16.3-6). Ao se fazer
uma leitura das condições objetivas do povo de Israel diante do poder Egito tem-se
que dizer que o futuro estava fechado para eles.
Diante do exposto é possível concluir que o povo de Israel Conclusão com
povo de Israel: ele “não se fez livre: foi obrigado a ser livre”21 A fé bíblica é
expressão de uma experiência histórica de liberdade e libertação „apesar de‟.
Quando tudo, objetiva e subjetivamente, podia ser abortado, o poder de Deus agiu.
A fé nasce da experiência desta eficácia libertadora, não como resultado do poder
humano, e sim como uma dádiva: a eficácia enquanto graça divina, a eficácia
„apesar de‟. Por isso todos os atos libertadores foram proclamados como atos de
Deus.
21
ALVES, R. Da esperança,p. 139
22
ALVES, R. Da esperança, p. 140
história de fé, e com certeza foi o marco para entender a pregação de Jesus: “ele
anunciava a iminência da realidade política do poder, poder pelo qual a libertação
mostrava-se possível e era oferecida como Reino de Deus.”23 Jesus foi assim
enxergado como o servo do Reino (Jo 13; Fil 2,7), como aquele que revelada Nele o
poder de Deus na história. Nesse sentido, como subordinado e obediente ao Pai, ele [A3] Comentário: Achei essa frase um
pouco estranha. Não seria melhor escrever
era o Messias. Nele o Pai cumpria suas promessas que o povo esperava como assim: “como aquele que revela através de
Si o poder de Deus na história” ou ainda
futuro aberto para sua libertação. É o Deus como poder que liberta. Ainda sim, há “como aquele que Deus escolheu para
revelar o Seu poder na e através da história
da humanidade”?
que destacar que:
23
ALVES, R. Da esperança, p. 142-143
24
ALVES, R. Da esperança, p. 143
no tempo que irrompe o novo e se insere como presente. Presente que se torna
grávido do novo futuro de Deus. Futuro que não é o que está formado pelo presente
vindo do passado. Futuro sempre é surpresa de Deus, a abertura ao novo. É
esperança.
Neste contexto de fé é possível pensar que uma civilização é capaz de intuir a
esperança em Deus e encontra só morte, pode ver um meio para salvar o Planeta, a
humanidade e dignidade humana? É possível. Mas nem sempre. Algumas vezes [A4] Comentário: Achei esse trechinho
truncado, não sei se entendi bem o que ele
nos leva a criar fantasias do final que no fundo retratam a crise antecipada por quer dizer.
25
BOFF, LEONARDO. Do iceberg à Arca de Noé, p.82
seguimos nesta reflexão - a concluir que mesmo havendo a extinção da espécie
humana, ocorreria só a tragédia de sair do tempo para entrar na glória. Será a
transfiguração final da existência humana. Isto em ouras palavras é a fé
apocalíptica,26 onde a última palavra pertence à graça divina.
Esta resposta muito piedosa não é muito otimista? Leonardo Boff nos convida
a ter um otimismo que assuma as contradições e ameaças e convida a construir um
mundo que ame a vida, dessacralize a violência, tenha cuidado e piedade com todos
os seres e imponha a justiça. Assim, como o ser humano já domesticou muitos
meios destrutivos no passado ele poderá fazê-lo agora através de um processo
ético. Só que esse processo que nos oferece esperança está em dores de parto.
Neste parto, segundo Boff, há quatro realidades a elaborar: a) a terra não pode
continuar sendo vista como um „depósito ilimitado de energia‟, ela deve ser vista
como um superorganismo vivo, que une as redes da interdependência de todos os
seres. Ela é a Gaia, dentro da qual estamos nós, a quem devemos amar, cuidar e
venerar. Sem estas condições o novo não irrompe; b) O cuidado é a essência da
vida e do ser humano. Ele junto com o trabalho constrói um mundo humano. c) O
feminino no homem e na mulher é o princípio de percepção da realidade. Permite
ver os símbolos nas coisas, nos ritos e no mundo. Permite cultivar o mistério do
mundo. Resgatar o feminino “é colocar a vida no centro de tudo para fundar uma
relação não utilitarista, mas afetuosa com a realidade envolvente.”27 d) A
espiritualidade: é nossa capacidade de dialogar com o eu profundo, de ouvir o
coração de tudo. É a consciência que está no tudo captando a fibra secreta que liga
e religa à Fonte primeira, Deus. Com ela se mantém um diálogo de amor, servindo
de sustento para os valores da solidariedade, da compaixão, do cuidado, do amor.
Isto nos pode fazer pensar mesmo no futuro, a vida como o que nunca foi. Valores
que criem uma cultura da vida que supere a barbárie da morte; uma cultura que ame
a vida, teimando diante das ameaçadoras destruições de nosso espaço comum.28
Muito interessante como uma resposta de fé ao desafio ecológico exige uma
ética da responsabilidade, como nos indica Hans Jonas. Mesmo assim, nada
garante a sobrevivência do ser humano, nem do planeta, nem sequer um princípio
antrópico da natureza. De outro lado, nada prova a eficácia da graça: é só fé.
26
BOFF, LEONARDO. Idem, p. 83
27
BOFF, LEONARDO. Idem, p. 85
28
MOLTMANN, J.; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? p. 57
Quanto mais tudo parece compreensível, o sentido misterioso da vida no universo
foge: “o silêncio do espaço sideral e o frio do universo podem levar os seres
humanos à depressão. Em todo caso, nem as estrelas nem a estrutura genética
falam se a humanidade deveria estar aqui ou não.”29 Como amar, cuidar e proteger a
vida? Só com „um dever para com a existência‟, com um „dever para com a vida‟, só
levando a sério a „existência como graça‟. Ética e escatologia devem caminhar
juntas, se inter-relacionado o e retroalimentando, sem querer absolutizar as
respostas, porque o sentido da existência já é difícil. Ele não se esgota na razão,
mas se pode revelar numa fé pré-racional ou na incredulidade. O sentido é algo que
exige confiança que se pode racionalizar, mas também se deixa pautar pela
desconfiança que a experiência lhe oferece. Como cristãos, ainda assim devemos
amar a vida no pró-amor eterno de Deus e por isso, sem esquecer a oração de
socorro devemos na responsabilidade resistir à destruição. “Perto está Deus, aquele
que é difícil de ser captado. Mas onde há risco, desabrocha também o socorro
(Hölderlin)”.30
CONCLUSAO:
29
MOLTMANN, J; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? pp. 65-66
30
MOLTMANN, J; BOFF, LEONARDO. Há esperança para a criação ameaçada? p. 77
na medida em que ela é o fim em si mesmo. Por isso mesmo não é neutra. Já a
distopia em Heidegger se manifesta no conhecimento da essência da técnica como
composição. Técnica é o processo de deixar-se provocar pela realidade e ir a ela
como se a natureza fosse um depósito de energia que se pode armazenar e
manipular pelas máquinas para produzir entes. Técnica é um produzir (tanto como
poieses) que desvela a verdade, que desoculta uma dimensão do ser. Seu modo
desvelador é ir na natureza para tirar a energia produtora de entes. Isto é legitimo, o
que parece „ingênuo‟ em Heidegger é pensar que a composição é ilimitada, sem
freios. Disto se distancia de Jonas. Mais ainda, nessa composição aninha o perigo
de ficar num modo apenas técnico, esquecendo os outros modos de ser. Velando o
ser. Mesmo neste perigo que é o alimento de nossa civilização tecnológica aparece
a salvação, quando a aletheia causa uma reviravolta e se encontra o caminho do
Ser, na existência, na vida.
Com estas palavras sobre o perigo da técnica entramos no discurso de Hans
Jonas. Ele vai partir da realidade da técnica moderna em oposição a antiga, como
oposição que aconteceu pelo encontro em ciência e técnica na revolução industrial,
que trouxe a ideologia do progresso como vocação – de morte - de ocidente. Esta
revolução fez da tecnologia a pátria da realidade, aonde a técnica deixou de ser
meio para converter-se em fim global do homem e da sociedade. Assim, a técnica
tornou-se o fim, o maior poder e com uma ambivalência radical que faz dela o
grande perigo para a sobrevivência do homem e da natureza. A técnica pode
explorar de maneira ilimitada a reserva energética da natureza para produzir a
felicidade do homem? O reservatório energético da natureza é infinito? Sua
pesquisa que se guia pelo progresso e o consumo é também infinita? Não termina a
técnica fazendo do ser humano uma peça mais de sua engrenagem? A resposta a
esse grave problema formulado por Jonas é uma responsabilidade que vise o futuro.
Responsabilidade com a vida humana agora, com os seres não humano e com o
futuro da humanidade e do cosmos. A responsabilidade – como não aconteceu na
ética até agora – tomou uma dimensão cósmica diante da „imagem do homem‟ e do
valor na vida agora e no futuro. Jonas nos coloca num esquema de resposta ética
diante das consequências de algo que a técnica nem sequer previu, presumiu ou
supôs: os impactos tecnológicos sobre o futuro são tão complexos, por sua
magnitude cumulativa de efeitos, pela ambivalência dos efeitos que praticamente
parece impossível medi-los ou controlá-los.
Jonas pretende construir uma ética para o futuro. O presente tem um valor: a
ação transformadora frente o mundo tecnológico que nos entregaram as passadas
gerações. Neste presente há que construir responsavelmente o futuro – o alvo é a
problemática ecológica. Para tal o filosofo pensa em uma fundamentação ontológica:
a existência, a vida é superior ao nada. Existência para ser livre e responsável, para
preservar a natureza, a humanidade e a imagem do homem. Essa atitude onto-ética
deve contar com outro princípio: a não reciprocidade. Para isto Jonas usa a metáfora
da relação pais-filhos. É preparar um futuro sem os sujeitos protagônicos presentes.
O presente é o dever ser de uma responsabilidade com o futuro de mesma
responsabilidade. [A5] Comentário: Isso está confuso,
não consegui entender o que o senhor quis
É interessante destacara que Jonas não só se afasta da „ingenuidade‟ dizer com essa frase.