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BOLETIM INVESTIDOR

EDITORIAL Nº 02 ANO EDIÇÃO


01 GEPES/UFMA

N°3
1º OUTONO
SEMESTRE 2011
2009

U NI V E R SI DA D E FE DER AL D O MARANHÃO
CENTRO D E CIÊNCIA S H UM A NA S
D E PA RTA M E N TO D E A RTE S
GRU PO D E E ST UD O S E PESQU ISA EM EC O LO G IA SO NO R A

Algumas palavras...
O Gepes
A sociedade é sonora!
consciência do ambiente sonoro ao
nosso redor.
Nosso ambiente é repleto de sons
O Gepes, tem na pesquisa “Caro Marco Aurélio, parabéns pela
que são parte integrante da iniciativa.
participante o princípio Deste lado do atlântico, espero que
Paisagem Sonora que o compõe e se metodológico mais adequado às possamos estreitar relações institucionais,
transforma à medida que sons e nossas necessidades de de forma a que possamos ser parceiros em
mais sons são acrescidos e ou investigação. “A importância na muitos dos projectos que por aí vão sendo
suprimidos do ambiente, em boa articulação – conhecimento e realizados. Um abraço transatlântico”.
parte, pela ação do ser humano; aplicabilidade visando uma
 
Profº Drº LEVI LEONIDO F. DA SILVA
hoje, produzimos, cada vez mais e melhoria nas relações do homem Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro/
de forma desordenada, sons que vão com a sociedade – que se faz Escola das Ciências Humanas e Sociais/
se tornando parte do ambiente Departamento de Educação e Psicologia/Director
presente neste tipo de pesquisa da Revista Europeia de Estudos Artísticos/
transformando-o dia-a-dia numa social nos é primordial, não Investigador do Centro de Investigação em
“odisséia sonora” que vem havendo lugar para uma forma mais Ciências e Tecnologias das Artes.
deixando, gradualmente, surda convencional de investigação, pois
nossa sociedade. de nada adiantaria um relato “Que maravilha!!!Somos os pioneiros em
Assim, com o intuito de quantitativo e ilustrativo, sem que uma linha de pesquisa raríssima em nosso
estabelecer interface entre Ensino houvesse um retorno para o seio País, isto é muito gratificante para nós”!
de Música e ambiente, criamos o social, buscando uma interação e
Ingrid Kelly Castro e Silva
Grupo de estudos e pesquisa em uma possível transformação do Integrante do Gepes/aluna do curso de música
Ecologia Sonora - Gepes, onde ambiente social”(SILVA, 2006). Bolsista PIBIC/FAPEMA
empreendemos, no momento, um O desenvolvimento de tal
mapeamento sonoro do centro proposta, inovadoramente ousada, “Sabemos o quanto sua pesquisa é
histórico do bairro Praia Grande, em no âmbito da Educação Musical no importante para uma tomada de
São Luis, Maranhão. Brasil, nos faz perceber o belo consciência, para uma percepção sonora
caminho que temos pela frente. mais atenta e preocupada com os sons que
São Luís tem sua história estão a sua volta”
ligada, diretamente, ao Como nos mostra a pesquisadora
descobrimento do Brasil, por Profª Drª Marisa Trench de Oliveira Munique Silva
conseguinte, a cidade possui riqueza Fonterrada, maior autoridade no Integrante do Gepes
Profª de Dança e pesquisadora
cultural ímpar, significativa e assunto na América Latina e que
singular. Seu centro histórico, hoje, muito tem nos apoiado:
convive com uma Paisagem Sonora “O professor Marco Aurélio tem se
muito diferente da original e é mostrado um pesquisador
natural que seja assim, porém, esta interessado e atuante com inegáveis
nova Paisagem Sonora está em benefícios para a Universidade onde
consonância com o ambiente em atua, para o estado do Maranhão e
que interfere? De que forma o para todo o Brasil e, em minha
ambiente estimula a produção de opinião tem o perfil acadêmico
som e ruído ou ainda, de que forma adequado para desenvolver os
esta relação contribui para que estudos a que se propõe(...) Ele tem
sejamos induzidos a “aceitar”, a muito boa formação acadêmica e
tolerar e assim, permanecer, no está investindo em uma área ainda
ambiente? Estas são questões iniciante no Brasil – a da Ecologia
Professor e pesquisador Marco Aurélio e a
interessantes e nos levam à reflexão Acústica – com aplicações nas áreas Pesquisadora Marisa Trench de Oliveira Fonterrada,
a partir do instante que tomamos de Educação e de Artes(...)” em apresentação do projeto de pesquisa do GEPES
no Instituto de Artes da UNESP, Sãõ Paulo, Brasil.

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A PAISAGEM SONORA E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DE MÚSICA:


BREVE RELATO ACERCA DA PESQUISA
Por: Marco Aurélio A. da Silva
UFMA
Doutorando em Ciências da Cultura, Mestre em Ensino de Ciências do Ambiente , Especialista em Ensino Superior,
Bacharel em música e licenciado em música. Professor do Departamento de Artes da Universidade Federal do
Maranhão.
E-mail: marcoaurelio.musica@ufma.br

INTRODUÇÃO Há muito sabemos que a escola não é o


único lugar em que se aprende e produz
O tema trata da importância que o Ensino conhecimento, assim, buscamos no seio social os
de Música ocupa na relação entre a poluição elementos necessários à nossa diagnose,
sonora e a falta de uma audição cuidadosa do procurando estar atentos para a importância do
ambiente, buscando assim, o entendimento do ouvir e da consciência sonora. Pela interface que
vínculo que se estabelece entre Ensino de Música se estabelece entre Paisagem Sonora, Ensino de
e Paisagem Sonora, através da construção de Música e Ambiente Social, o projeto tem como
uma audição seletiva, entendendo o lugar a ser finalidade propor um estudo sonoro do bairro
ocupado pelo professor de música. A Praia Grande, objetivando entender como a nova
compreensão desse vínculo e a adoção de Paisagem Sonora que se constitui no lugar influi,
medidas necessárias ao desenvolvimento deste se influi, no panorama sônico deste bairro que é
tipo de escuta incidem na formação profissional, de estratégica importância histórico-social para a
sendo assim, têm implicações diretas na reflexão cidade de São Luis. Pensamos que assim
acerca dos currículos e ações desenvolvidas nos possamos contribuir para uma tomada de
cursos de Licenciatura em Música. consciência por parte desta sociedade na
Ainda hoje, é muito comum a associação construção de um “olhar” sonoro mais atento.
do termo meio ambiente com espaços rurais ou
simplesmente imagens ligadas à fauna e à flora, DISCUSSÃO TEÓRICA
ou seja, uma visão ainda naturalizada de meio
ambiente prevalece. Certamente estas imagens Questões relacionadas a preservação
fazem parte do ambiente, porém, não estão sós. ambiental têm, ainda que tardiamente, recebido
Não se pode ignorar o ambiente sonoro e suas destaque na comunidade científica. Estudos cada
implicações auditivas na sociedade e devemos, vez mais elaborados suscitam problemas,
também, nos preocupar com o que e como discutem alternativas e apontam medidas que, se
ouvimos. O desenvolvimento da sociedade deve não têm o poder de solucioná-los, ao menos
ser acompanhado de um pensar sonoro, pois, propõem amenizar seus efeitos sobre a sociedade
nosso tempo é sonoro e o ruído faz parte deste contemporânea. Deste espaço, pouco é reservado
universo desenhando nossa Paisagem Sonora; o às questões ligadas a poluição sonora que,
ruído do ambiente, o ruído da sociedade, o ruído paradoxalmente, se tornou uma “patologia
da vida. Esta Paisagem Sonora se torna para nós social”, se assim podemos chamar, silenciosa.
uma possível ferramenta na construção de uma Nos habituamos ao ruído excessivo com certa
relação ecológica, onde através da Audição dose de resignação como se não fôssemos os
Inteligente – terminologia que está sendo por atores principais desta história. A questão
mim desenvolvida em tese de Doutorado - primordial deste estudo reside em entender o
seremos capazes de conviver com o seguinte:
desenvolvimento da sociedade sem a perda da Como a interface existente entre o Ensino
qualidade sonora e, conseqüentemente, de vida, de Música e a Paisagem Sonora pode contribuir
seja em questões pontuais ou no ambiente social para a construção do conceito de Audição
como um todo. Inteligente, a partir da análise do ambiente

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sonoro do centro histórico da cidade de São Luis, 2008, p.1). E podemos verificar que “O som em
Maranhão? E como corolário desta questão, de excesso – ou indevido – acarreta conseqüências
que modo construir uma escuta sensível em severas à qualidade de vida da população. Sua
alunos dos cursos de Licenciatura em Música, falta de controle afeta a saúde do indivíduo e
durante seu período de formação, de forma a contamina intensamente as relações sociais. À
habilitá-los para empreender trabalhos de medida que a cidade cresce, queixas públicas
Educação Musical interligados às questões da relacionadas ao ruído tornam-se cada vez mais
Paisagem Sonora? numerosas”(EL HAOULI;FONTERRADA;
O músico e pesquisador canadense R. TABORDA, 1998, p. 6).
Murray Schafer começou a desenvolver, a partir A Educação Musical se configura em
da década de 1970, um projeto - até então inédito relevante ferramenta para reflexão na construção
- chamado The Soundscape Project, em que de uma Paisagem Sonora equilibrada, pois, as
realizou um estudo sistematizado sobre a fontes poluentes então mais perto de nós do que
produção sonora em ambientes rurais e urbanos, se pode imaginar e o conteúdo construído a partir
tendo como objetivo principal chamar a atenção do entendimento desses fenômenos pode tornar o
da sociedade para a questão da escuta, apontando alunado mais sensível em relação ao universo
soluções práticas e contribuindo para a melhoria sonoro. “Esses novos sons, que diferem em
da percepção auditiva das pessoas. Paisagem qualidade e intensidade daqueles do passado, têm
Sonora é, segundo o conceito que norteia nossa alertado muitos pesquisadores quanto aos perigos
reflexão, uma expressão usada nos países latinos, de uma difusão indiscriminada e imperialista de
traduzida do inglês "soundscape" - neologismo sons, em maior quantidade e volume, em cada
criado por Schafer -, que tenta descrever - qual reduto da vida humana”(SCHAFER, 2001, p.17).
uma pintura - os sons de um determinado A Educação Musical, em suas possibilidades de
ambiente. Para Schafer, a Paisagem Sonora é intervenção no que tange às questões
formada por todo e qualquer som que se propaga relacionadas à poluição sonora, parece ignorar a
por um determinado ambiente, sendo assim, a Paisagem Sonora como algo a ser observado com
percebemos em constante mudança e a poluição critério e cuidado no sentido de buscar
sonora, parte integrante de nossa Paisagem entendimento sobre nossa realidade sônica, o que
Sonora, está presente no cotidiano da sociedade. abre uma lacuna na formação de alunos,
A falta de atenção a esta realidade traz sérios professores e cidadãos. “Se ainda acreditamos na
problemas para a vida e saúde do ser humano. educação como alavanca para transformação
“A poluição sonora ocorre quando o homem não social, concordamos que ela deve ser estendida
ouve cuidadosamente. Ruídos são os sons que além dos muros da escola, inserida em todos os
aprendemos a ignorar”(SCHAFER, 2001, p.18). ambientes sociais”(CASTRO, 2001, p.6).
Hoje, discussões em torno de questões Galiazzi, em pesquisa empreendida no ambiente
acerca da preservação ambiental ganharam de formação de professores de ciências, nos
espaço considerável na agenda da comunidade chama a atenção para a lacuna existente entre
acadêmica e científica; na sociedade realidade e preparação docente. Segundo a
contemporânea, porém, o som parece não pesquisadora: “Outro dos dilemas a serem
integrar parte relevante destes temas em reflexão. superados pelos cursos de Licenciatura é a falta
“Apesar de nos últimos anos ter havido um de integração entre a Licenciatura e a realidade.
crescimento vertiginoso do desenvolvimento dos Há pouca consonância entre quem forma o futuro
índices de poluição sonora, principalmente nos professor e os sistemas que o absorvem como
centros urbanos, as questões tecnológicas para a profissional”(2003, p.23); isto nos faz ver que o
minimização da poluição sonora estão longe de Ensino de Música deve se apropriar deste pensar
superar hábitos arraigados e culturalmente em direção ao ambiente sonoro. Entretanto, “(...)
ensinados aos jovens”(BASTOS; MATTOS, o som ambiental e as questões que o cercam têm,

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ainda, pouco espaço de divulgação. Em alguns sonora do mundo com uma composição musical,
países desenvolvidos, existe uma certa da qual o homem é o principal compositor; e
preocupação a esse respeito, mas nos países em fazer julgamentos críticos que levem à melhoria
desenvolvimento, entre os quais o Brasil, a de sua qualidade”(SCHAFER, 1992, p.284). A
questão é praticamente inexistente chave do estudo de Schafer parece-nos a máxima
(FONTERRADA, 2004, p.43). do trabalho de Educação Musical, onde, “(...)
Percebemos, assim, a importância do lugar compreender que a educação musical não é
que se constitui ao educador musical na apenas uma atividade destinada a divertir e
discussão e pesquisa de temas relacionados a entreter as pessoas, tampouco um conjunto de
escuta. Em 1998, através da Secretaria Municipal técnicas, métodos e atividades com o propósito
de Meio Ambiente e a Pro-Arte, no Rio de de desenvolver habilidades e criar competências,
Janeiro, um grupo de pesquisadores, dentre eles embora essa seja parte importante de sua tarefa.
Marisa Trench de Oliveira Fonterrada e Tato O mais significativo na educação musical é que
Taborda, publicou uma cartilha chamada ela pode ser o espaço de inserção da arte na vida
“Escuta: a Paisagem Sonora da cidade” onde “O do ser humano, dando-lhe possibilidade de
que se constata é que, dentro do perímetro atingir outras dimensões de si mesmo e de
urbano, especialmente nas cidades grandes, a ampliar e aprofundar seus modos de relação
população é submetida a índices de ruído cada consigo próprio, como outro e com o mundo”
vez mais intensos, constituindo-se a poluição FONTERRADA, 2008, p. 117).
sonora uma das principais fones de conflito da A Paisagem Sonora não é caminho único e
vida moderna”(EL HAOULI;FONTERRADA; muito menos saída redentora, porém, é essencial
TABORDA; et al, 1998). para o aprendizado e construção de uma
Segundo Adorno,“as formas de arte consciência sonora, no conceito que chamamos
registram a história da humanidade com mais de Audição Inteligente.
exatidão do que os documentos”(2002, p.42).
Assim, para a pesquisa sonora, aqui, para o A PESQUISA
Ensino de Música e a Paisagem Sonora, o som e
Buscando um elo entre o saber e a ação
o universo sonoro do ambiente devem estar em
através da participação dos atores que, ao nosso
constante ressonância com seus estudos e
olhar, têm elementos para auxiliar na construção
práticas educativas, uma vez que, se faz
de uma consciência ecológica acerca da acuidade
necessário poder discernir sobre que fontes
auditiva, pensamos ser a pesquisa participante o
sonoras devem estar presentes em cada
princípio metodológico mais adequado às nossas
momento; o silêncio absoluto talvez não exista.
necessidades de investigação. A importância na
“Nenhum som teme o silêncio que o extingue, e
articulação – conhecimento e aplicabilidade
nenhum silêncio existe que não esteja grávido de
visando uma melhoria nas relações do homem
sons.”(CAGE apud FUCKS, 1991, p.16.). Paulo
com a sociedade – que se faz presente neste tipo
Freire nos chama a atenção para a necessidade de
de pesquisa social nos é primordial, não havendo
se saber escutar: “(...)necessário é saber escutar
lugar para uma forma mais convencional de
(...)”(FREIRE, 1996, p.127). O ser humano
investigação, pois de nada adiantaria um relato
pouco atento aos sons que houve é como alguém
quantitativo e ilustrativo, sem que houvesse um
que enxerga mais não vê. Parafraseando Paulo
retorno para o seio social, buscando uma
Freire: “Educar é discernir o ouvir”. Nós
interação e uma possível transformação do
educadores temos uma tarefa maior do ensinar
ambiente social.
rudimentos teóricos sobre nossa arte e ou
Nosso processo de investigação tem -
ciências. “Apresentar aos alunos de todas as
apoiado no observar, coletar, interpretar,
idades os sons do ambiente; tratar a paisagem
argumentar e construir - estreita relação com as

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bases da pesquisa participativa e, além disso, este semiestruturado; coletar dados sobre a legislação
tipo de pesquisa nos dá a flexibilidade que sonora ambiental no âmbito municipal, estadual
necessitamos para a construção do saber, sem e federal, entendendo se as regras vigentes são
nos engessarmos em técnicas metodológicas que claras, e ainda, se são cumpridas; levantar e
não resultam em retorno à sociedade do que foi analisar dados sobre os impactos da Paisagem
construído e investigado. Este retorno se Sonora do ambiente em questão no cotidiano da
configura em elemento de atração e talvez por comunidade, propondo aos participantes, sempre
isso, este tipo de pesquisa venha sendo cada vez que possível, uma reflexão sobre a qualidade
mais desenvolvido na área educacional. “Numa sonora a partir da exposição do áudio captado;
Pesquisa sempre é preciso pensar, isto é, buscar comparar os dados colhidos após a nossa
ou comparar informações, articular conceitos, intervenção com dados anteriores a ela, para
avaliar ou discutir resultados, elaborar observar a evolução do panorama sonoro em
generalizações, etc”(THIOLLENT, 2002, p.27). questão; registrar através de fotografias todo o
Assim, nossa proposta está articulada em processo realizado; editar o áudio coletado, se
duas etapas: possível junto aos participantes, para que faça
1ª etapa: Estudo Bibliográfico, parte de Cd que acompanhará a publicação
reconhecimento, compreensão e análise da didática.
Paisagem Sonora do bairro praia grande;
RESULTADOS ESPERADOS
2ª etapa: A elaboração, a partir do que foi
colhido e analisado na etapa anterior, em Considerando os objetivos pretendidos de
conjunto com a comunidade, de publicação se construir um mapeamento do panorama
didática que possibilite uma tomada de sonoro do bairro Praia Grande, em São Luis, a
consciência por parte da sociedade acerca das avaliação será processual, respeitando as
implicações decorrentes da exposição e produção competências desenvolvidas e as especificidades
sonora de forma desordenada e indiscriminada. do grupo participante; ao final do projeto,
O aporte metodológico da Pesquisa esperamos entender como se dá a relação entre
Participante nos dá flexibilidade e os sons do ambiente sonoro e comunidade, conhecendo
cotidiano se tornam, também, uma forma assim, seus problemas e buscando soluções
atraente de difusão dos resultados conquistados exeqüíveis.
no projeto, pois, através dele propomos um
pensar sonoro em que a comunidade envolvida e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
pesquisada interferirá, diretamente, no
ADORNO, Theodor Wiesengrund. Filosofia da Nova Música. São
andamento do projeto. Paulo: Ed.Perspectiva, 2002.
BASTOS, Patrícia Weishaupt; MATTOS, Cristiano Rodrigues. Física e
poluição sonora: uma proposta de dinâmica do perfil conceitual.
Curitiba: XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 2008.
ATIVIDADES PROPOSTAS CASTRO, Luciana. Análise dos padrões de voz no Cinema. A
Comunicação oral humana em duas versões de The Nutty Professor.
Rio de Janeiro: Dissertação (Mestrado) NUTES/UFRJ, , 2001.
Propomos: EL HAOULI, Janete; FONTERRADA, Marisa: TABORDA, Tato:
NEVES, Estela: SANT’ANNA, Elisabeth: COUTO, Natalia L.F. Escuta!
Realizar um reconhecimento da Paisagem A paisagem sonora da cidade. Cartilha da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente do Rio de Janeiro e Pró-Arte. Rio de Janeiro, 1998.
Sonora do bairro Praia Grande; conhecer, através FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios. São
Paulo: Editora UNESP, 2008.
de captação de áudio, com gravador digital e __________________________. Ecologia Sonora. São Paulo: Irmãos
Vitale, 2004.
FUCKS, Rosa. O Discurso do Silêncio. Rio de Janeiro: Enelivros Editora
aferição de decibéis, com um decibelímetro, a e Livraria Ltda, 1991.
GALIAZZI, Maria do Carmo. Educar pela pesquisa: ambiente de
realidade sonora do ambiente da comunidade do formação de professores de ciências. Rio Grande do Sul: Editora Unijuí,
2003.
bairro; conhecer as competências prévias que o SCHAFER, R. Murray. A Afinação do Mundo. São Paulo: Fundação
Editora da UNESP, 2001.
grupo investigado possui sobre os conceitos de ______________. O Ouvido Pensante. São Paulo: Fundação Editora da
UNESP,1991.
som e ruído, mensurando seu nível de SILVA, Marco Aurélio A. da. Imagens sonoras do ambiente e
educação: relato de uma pesquisa participante no ensino superior de
conhecimento e preocupação acerca destas licenciatura em música. Dissertação de mestrado, 2006.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-ação. São Paulo: Ed.
questões, através de um questionário Cortez, 2002.

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1º SEMESTRE 2011

Profº Ms Marco Aurélio A. da Silva


Idealizador, fundador e coordenador do Gepes
Carioca, é Professor do
disciplina Oficina de Cordas da Escola Superior de
Música da Universidade Candido Mendes – Nova
Departamento de Friburgo - RJ - e professor I – contrabaixo - na
Artes/curso de Música da Escola de Música do CETEP-FAETEC - RJ -,
Universidade Federal do coordenando o projeto “Orquestra de Música
Maranhão - UFMA, Popular - OMP – uma ação inclusiva”.
p e s q u i s a d o r ,
instrumentista, compositor, Possui larga experiência em coordenação de
arranjador e produtor projetos culturais e sociais, coordenando, durante
musical; teve a formação 10 anos, os projetos culturais das Aldeias Infantis
erudita como primeiro SOS Brasil, no Rio de Janeiro, onde era
contato com a arte musical, iniciando, no Rio de responsável por projetos musicais sendo estes:
Janeiro seus estudos musicais aos 10 anos de idade. Orquestra Sinfônica Jovem, Orquestra Jazz
Sinfônica Jovem, Coral e Musicalização infantil,
Formado em teoria musical, solfejo e tendo, através destes projetos, o ingresso de vários
percepção, Bacharel em Música com habilitação jovens na Universidade de Música .
em contrabaixo - onde teve como mestres nomes Como pesquisador editou o livro “Música...
ilustres como: Maria Luisa de Mattos Priolli, educação, cultura e integração social” (iEditora:
Orlando Silveira, Nelson Faria, Yuri Popoff, Tato São Paulo, 2001).
Taborda, João Guilherme Ripper, dentre outros -, Dedicou-se a pesquisa de Mestrado, que
Licenciado em Música, Especialista em Docência faz interface entre música, educação e ambiente,
do Ensino Superior, Mestre em Ensino de Ciências obtendo o título de Mestre em Ensino de Ciências
da Saúde e do Ambiente e Doutorando em Ciências da Saúde e do Ambiente com a dissertação -
da Cultura em Universidade Pública européia com “Imagens sonoras do ambiente e educação: Relato
pesquisa que faz interface entre música, educação e de uma pesquisa participante no ensino superior de
ambiente. licenciatura em música- em fase de edição pela
EDUFMA -. Busca, agora, aprofundamento em
Gravou e produziu diversos Cds, realizou
programa de Doutorado, através de pesquisa que
inúmeros shows e concertos ao lado de artistas da
tem como finalidade propor um estudo sonoro do
música instrumental e popular em casas e teatros de
cotidiano social, contribuindo para uma tomada de
renome. Como professor há mais de 20 anos,
consciência por parte da sociedade na construção
acumulou experiências que estão em seus livros “A
do que chama “Audição Inteligente”.
improvisação consciente”, editado pela Bruno
Quaino Editores RJ -2008 e “A arte e os caminhos
Ficha técnica
do contrabaixo” (em fase de editoração).
Produção textual, editoração,
Tem se dedicado a educação e, de 2003 a revisão, diagramação e criação:
Profº Ms Marco Aurélio A. da Silva
2004 foi Diretor, Coordenador Pedagógico e
Idealizador da Escola Municipal de Música Colaboração:
Munique Teixeira da Silva
Pixinguinha em São Gonçalo – RJ; em 2005
assumiu a Superintendência de Música da Realização:
GEPES/UFMA
Fundação de Artes de São Gonçalo - RJ até 2006;
foi Professor Titular de técnica e prática Apoio:
Gráfica da UFMA
instrumental, prosódia musical, estética, apreciação
musical e história da música no Curso Superior do Contato:
Conservatório de Música de Niterói, também até e-mails:
2006. É Produtor musical de trilhas para TV, teatro marcoaurelio.musica@ufma.br
gepesufma@yahoogrupos.com.br
e cinema, além disso, foi professor titular da
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