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Curso Especialista em Reparo de Placas de Notebooks

Primeiramente agradeço a DEUS porque na minha opinião, somente com a permissão dele é
que podemos concluir um trabalho transformador na vida das pessoas. Dedico este conteúdo a
minha familia que sempre me deu apoio em todas as decisões que tenho tomado ao longo dos
anos, a todos os alunos do curso de Análise em reparo de placas de Notebooks que confiaram
em nosso trabalho e também agradeço ao meu grande amigo Celso Castro Muniz pela nossa
parceria e que sempre solícito me orientou com informações de caracter técnico.

Este manual técnico tem como objetivo, orientar e capacitar nossos alunos com informações
extremamente úteis para o dia a dia do técnico. Muito estudo, pesquisa e prática foram
colocados neste documento para oferecer o que temos de mais atual para o entendimento do
funcionamento em reparo de placas de notebooks, tudo isso feito com riqueza de detalhes nas
informações das páginas que seguem.

Mauricio Florio Ressuti


Sócio Fundador
Saber da Eletrônica

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

1.1 MERCADO DE TRABALHO 5


1.2 EVOLUÇÃO DOS NOTEBOOKS 6
1.3 DEDICAÇÃO 7

2. PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS PARA MANUTENÇÃO EM PLACAS DE NOTEBOOKS 8

2.1.0 SEGUE ABAIXO ETAPAS DO PRÍNCIPIO BÁSICO DE FUNCIONAMENTO DAS PLACAS DE NOTEBOOKS 8
2.1.1 FONTE 9
2.1.2 CONECTOR JACK 10
2.1.3 CONTROLADOR CHARGER - 11
2.1.4 CIRCUITO DE PROTEÇÃO - 12
2.1.5 CONSUMO EXCESSIVO - 13
2.1.6 CIRCUITO 3.3V 14
2.1.7 BIOS - 15
2.1.8 SIO - 15
2.1.9 BOTÃO POWER - 17
2.2.0 PCH - 20

3.0 RESUMO GERAL DESTE CAPÍTULO 20

3.1 ALIMENTAÇÃO INICIAL: 20


3.2 PROTEÇÃO: 20
3.3 CHARGE: 21
3.4 BIOS: 21
3.5 FONTE 3,3V E 5V: 22
3.6 SIO: 22
3.7 PCH: 23

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4.0 ANÁLISE DE FUNCIONAMENTO PLACA LA-F115P 24

4.1 CIRCUITO RTC - REAL TIME CLOCK 25


4.2 CIRCUITO DE ALIMENTAÇÃO PRINCIPAL 27

5.0 CIRCUITO COMUTADOR BATERIA E FONTE 29

6.0 FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO PSID (IDENTIFICAÇÃO DA FONTE) 32

32

6.1: CIRCUITO DE ENTRADA E PROTEÇÃO 33


6.2: PROTEÇÕES (BATERIA E FONTE) 41

7.0 FUNCIONAMENTO CIRCUITO DE 3,3V E 5V 46

8.0 BIOS 78

8.1 SEQUÊNCIA DE FUNCIONAMENTO 78


8.2 ATUALIZAÇÃO OU UPGRADE 80

9.0 BIOS NA PRÁTICA 82

9.1 PRINCIPAIS PROBLEMAS DECORRENTES DA REGIÃO ME: 85


9.2 ENTÃO QUAL É A SOLUÇÃO PARA RESOLVER ESTES PROBLEMAS? 85

10.0 GRAVAÇÃO DE FIRMWARE DO SUPER IO 88

11.0 ESTADOS DAS FONTES 89

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12.0 FONTES TRANSFERIDAS 93

13.0 JUMPERS 94

14.0 FONTES 95

15.0 SEQUÊNCIA DAS FONTES 96

16.0 FONTES SECUNDÁRIAS 102

17.0 DICAS E TÉCNICAS PRÁTICAS DE BANCADA 104

18.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 112

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Mercado de trabalho

O mercado de reparo em placas de notebooks é sem dúvidas uma área


da eletrônica que possibilita uma remuneração bastante significativa, tanto
para o técnico que faz os reparos, como também para o empreendedor que
pode contratar seus técnicos e aumentar a quantidade de serviços,
aumentado da mesma forma o seu lucro ou a sua remuneração.

Como a maioria dos negócios que são lucrativos é necessário


investimento financeiro e conhecimento para construir um laboratório de
eletrônica bem equipado, pois requer a aquisição de máquinas,
ferramentas, instrumentos e insumos que variam de preço muito de acordo
com a qualidade, marca e modelo.
Mas é um investimento baixo se comparado ao retorno, pois
o investimento inicial pode ser recuperado em poucos meses.

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1.2 Evolução dos Notebooks

Este segmento de mercado segue em constante evolução, pois


estamos lidando com os renomados gigantes da tecnologia como Intel,
Microsoft, AMD, entre outros que buscam incansavelmente a melhoria dos
componentes, tanto em questão de velocidade de processamento como
economia de energia, Isso tornou as placas com muito menos componentes,
baixo consumo de energia e os CPUs (Processadores) estão em um único
encapsulamento do tipo BGA, juntamente com outro componente de
extrema importancia nas placas que são as PCHs.

PCH Intel CPU Intel com PCH Integrado

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1.3 Dedicação

Vamos iniciar este material com bastante ciência de que placas de


notebooks são extremamente complexas, envolve eletrônica avançada
com alta tecnologia, suas atualizações são frequentes, o que nos obriga
constante aprendizado, para que o conhecimento não fique obsoleto diante
das novas arquiteturas.

O Sucesso no reparo em placas de notebooks está atrelado a fatores


como: Disciplina, conhecimento em eletrônica, pesquisas adequada,
participação em fóruns e grupos dedicados ao segmento,equipamentos e
ferramentas de qualidade, placas de sucata para retirada de componentes
e muita dedicação, Certamente não será uma jornada super fácil, mas com
certeza aqueles que se dedicarem com afinco a tudo que será mostrado
neste documento, que não desistirem nas primeiras dificuldades e tiverem
coragem para enfrentar os desafios, comprovarão que o sucesso é só uma
questão de tempo.

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2. PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS PARA MANUTENÇÃO EM PLACAS DE


NOTEBOOKS

Cada modelo de notebook utiliza uma placa específica, ou seja, temos


centenas de placas diferentes no mercado, mas será que o príncipio de
funcionamento delas também são diferentes?
A resposta é não, a grande maioria das placas tem um príncipio de
funcionamento muito parecido, apesar de cada placa ter a suas
particularidades e utilizarem componentes eletrônicos diferentes umas
das outras.
Entender este príncipio de funcionamento é parte primordial para que
você consiga fazer a manutenção de forma correta, porque é muito díficil
você conseguir arrumar qualquer coisa, quando você desconhece o
mecanismo de funcionamento.

2.1.0 Segue abaixo etapas do príncipio básico de funcionamento das placas de


notebooks
Fonte Mosfet/ Charger Bateria
Proteção

3,3V e Bios Super IO PCH


5V LDO
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Estes são os principais circuitos


responsáveis para que a placa inicie o
funcionamento, então se a placa não liga
absolutamente nada, estes são os
lugares onde devemos concentrar nossa
energia

Vamos resumir cada uma das etapas mencionada acima, e no decorrer


das páginas vamos entrar a fundo e entender o funcionamento completo
dos principais circuitos eletrônicos em placas de notebook.

Atenção!!! Antes de realizar as aferições ou testes nas placas de


notebooks, certifique-se de que não tem nada conectado com a placa que
possa interferir nas medições ou nos testes, porque qualquer parte do
notebook que estiver com defeito pode comprometer o correto
funcionamento das placas.

2.1.1 Fonte - É muito óbvio que se a alimentação principal da placa não


estiver presente no circuito nada irá funcionar e nesta etapa com uma
medição extremamente simples, certifica-se essa primeira condição, ou
seja, basta medir nos mosfets de entrada, que faz parte do circuito de
proteção das placas para verificar se a condição da proteção esta ou não
acionada.
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2.1.2 Conector Jack - Se você mediu nos mosfet e não encontrou


nenhuma tensão, você precisa conferir a tensão no conector de entrada da
fonte, como na figura abaixo, para concluir se o problema está na fonte de
alimentação ou no circuito de entrada da placa.

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2.1.3 Controlador Charger - Após esta etapa o que vamos verificar é o


circuito Charger, principalmente porque em muitos casos é o próprio Ci do
Charger que irá elevar ou diminuir a tensão no gate dos mosfets de entrada
para liberar a tensão entre dreno e source dos mosfets.

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Atualmente os modelos de Cis de Charges, são extremamente


inteligentes, pois possuem pinos de comunicação com protocolo SMBUS,
onde a própria bateria e o Super I/O conseguem se comunicar com o CI, e a
partir dai receber e enviar informações como nível de carga da bateria,
temperatura, controle inteligente de economia de energia, entre outras
funções, também estão ligados o acionamento da proteção da placa, ou seja,
se o Super I/O identificar alguma falha no sistema, “o engenheiro que
projetou a placa determina os motivos para desligar os mosfets de entrada”,
ele obedecerá esta tarefa.
2.1.4 Circuito de proteção - Essa condição nos obriga muitas vezes a bular
o sistema de proteção da placa, e isso é possível injetando tensão no circuito
posterior aos mosfets de entrada, claro que controlando a corrente porque
em casos onde a placa apresenta algum componente em curto, corre-se o
risco de danificar ainda mais o circuito, inclusive rompendo as trilhas que
são extremamente finas e frágeis.

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O objetivo de injetar tensão neste ponto da placa, é definir se o


problema que esta acionando a proteção é no próprio circuito de proteção,
ou em algum outro circuito na placa, e o que vai determinar a resposta desta
questão é a seguinte regra:
2.1.5 Consumo Excessivo - Caso tenha um consumo excessivo de corrente
na fonte, já temos uma certeza que o problema esta em algum circuito da
placa, e caso a placa funcione nesta condição de injetar tensão após o
circuito de proteção, sabemos que provalvemente o problema esta nesta
área do circuito.
Em alguns projetos a placa não irá ligar aplicando a tensão após os
dois mosfets, isso porque o circuito charger precisa desta alimentação
antes dos mosfets para liberar a tensão principal para o restante da placa,
nestes casos após resolver o problema de curto, aplique a tensão direto no
conector da fonte ou no primeiro mosfet.
No caso de consumo excessivo, muito provavelmente a placa sofrerá
um aquecimento no componente que esta com defeito, porém há casos que
o componentes aquece mais o problema não esta no componente aquecido
e sim em algum outro componente que é alimentado por ele, neste caso
devemos analisar a linha deste circuito até chegar no verdadeiro “culpado”.

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É extremamente importante enteder este conceito que acabamos de


verificar no diagrama acima, pois muitas vezes podemos nos deparar com
este tipo de situação, e sem essa linha de racíocio fica quase impossível
localizar o componente com defeito.
2.1.6 Circuito 3.3V - Se após injetar tensão nesta linha, a placa não ligou
e também não teve nenhum consumo excessivo de corrente, o que devemos
fazer é analisar a próxima etapa, no caso, a fonte de 3,3V e 5V.

Este modelo de CI na figura acima, gera apenas os 3.3V, porque o C.I de 5V


esta separado sendo um outro componente.

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Também podemos observar que ele é um modelo de componente que


atua com a alimentação principal de 19V, libera os 3,3V linear no Pino 17 com
a nomenclatura LDO e o interessante deste modelo de circuito integrado é
que os mosfets de alta e baixa, estão integrados no próprio componente.
2.1.7 Bios - Se estiver tudo funcionando com este C.I e também com o C.I
de 5V que tem o mesmo principio de funcionamento, os próximos passos
que devemos checar é a Bios, veja na figura abaixo que com exceção dos
pinos 4 que é GND e 8 que é alimentação do CI, os outros terminais são de
dados e Clock, por este motivo a melhor forma de testar a bios é regravando
o firmware, falaremos mais a frente sobre isso.

2.1.8 SIO - Na sequência da análise, temos o Super I/O, um componente


que tem muitas funções na placa, assim como terminais, geralmente 128
pinos que executam diversas tarefas, ele funciona como um gerente na
placa, então é um componente que merece uma atenção especial, porque se
estiver com problemas, pode fazer com que a placa fique completamente
inativa.
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A Figura acima mostra o Super I/O com seus 128 terminais e uma
variedade de funções complexas que ele tem que executar na placa.

2.1.9 Botão Power - A análise deve ser feita, onde a tensão do botão
power é ligado no super I/O, neste caso no pino 127 com o nome de
POWER_SW_IN#, este sinal passa por outro circuito e é levado até o
conector do botão liga/desliga da placa.

Na figura abaixo, podemos observar que o sinal muda de nome após


passar pelo resistor RE428, de POWER_SW_IN# para POWER_SW#_MB

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O mesmo sinal chega neste circuito da figura acima e após passar pelo
resistor R6102 muda novamente de nome para KBC_PWRBTN#_C, que é
justamente onde encerra este circuito, que funciona da seguinte maneira,
nesta linha do circuito haverá uma tensão que geralmente é de 3,3V, neste
caso a tensão é chamada de +RTC_CELL, conforme vimos anteriormente,
quando o botão power na placa é acionado, essa tensão vai para nível lógico
baixo e o super I/O inicia a operação habilitando outras funções na placa
para que ela inicie o processo de funcionamento.

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Sequência de Funcionamento

Nesta figura ao lado, podemos


verificar que o Super I/O irá
executar uma série de
funções, no passo 2, ele irá
habilitar a fonte SMPS dos
controladores de 3,3V e 5V, no
passo 4 irá enviar sinal para a
PCH com o nome de
PCH_DPWROK, quando a PCH
recebe este sinal ela envia um
outro sinal para o Super I/O
chamado de SIO_SLP_SUS#,
essa lógica de funcionamento
é para que a placa seja
habilitada por etapas e claro
que isso funciona em
milésimos de segundos,
portanto para que o notebook
funcione temos muitas etapas
que ocorrem nos bastidores
das placas.

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2.2.0 PCH - Agora que já verificamos as etapas inicias de


funcionamento da placa, concluindo esta análise do fluxograma inicial,
precisamos entender que se a PCH não responder aos comandos do Super
I/O a placa também não irá ligar, porque temos ciência que existe uma troca
de infomarções entre eles.

3.0 RESUMO GERAL DESTE CAPÍTULO

Para que a placa de notebook inicie o seu funcionamento nós


precisamos checar as seguintes condições:

3.1 ALIMENTAÇÃO INICIAL: É a tensão da Fonte ou da Bateria do notebook.

3.2 PROTEÇÃO: Geralmente são compostos por dois mosfet na entrada da


placa, isto não é uma regra, pode ser apenas um mosfet ou pode ter
arquiteturas que funcionem de forma diferente, porém são casos raros,
temos que analisar qual é o tipo de canal dos mosfets e se o acionamento
deles é por circuito independente ou pelo C.I Charger.

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3.3 CHARGE: É um ci que tem como função principal carregar e gerenciar o


funcionamento da bateria, este circuito é bem complexo pois ele troca
informações com a parte eletrônica da bateria e também com o super I/O.
Entre suas principais funções estão carga da bateria, monitoramento de
corrente, tensão e temperatura da bateria, comutação que separa os
circuitos de fonte AC e bateria e acionamento do circuito de proteção.

3.4 BIOS: É um componente que possui um firmaware gravado internamente


em seu invólucro, ou seja, ele é programado de forma tão complexa, que
existem apenas algumas poucas empresas no mundo que são fabricantes
de BIOS. O início de funcionamento da placa (POST) é feito pela Bios, ela que
vai checar todas as informações de hardware na placa, e liberar ou não o
seu funcionamento, atualmente as Bios são componentes que apresentam
muitos problemas, que podem ser desde componente com defeito exgindo
a troca por um outro gravado com a firmware compatível da placa do
equipamento, até firmware corrompida e falhas na região ME, esta região
se comunica com uma determinada região da PCH, onde várias informações
sobre o equipamento é instalada e quando esta diferente da placa original,
pode acarretar vários problemas no equipamento, o mais comum deles é a
demora para iniciar o vídeo nos notebooks. Isso acontece quando você
grava um arquivo de Bios copiado de uma placa que tem informações na
região ME. Para resolver esta questão existem alguns software que faz a

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limpeza desta região, mas a forma mais profissional de realizar esta


operação é através de um programa chamado LBE, já o firmware da bios
pode ser gravado com um programador específico para esta finalidade, o
software para a gravação geralmente é fornecido pelo fabricante do
equipamento, falaremos mais sobre isso no decorrer do curso.

3.5 FONTE 3,3V e 5V: Se a fonte de 3,3V ou 5v não estiver liberando estas
tensões nada na placa irá funcionar e a placa não ira ligar. Estas tensões
estão presentes em quase todas as partes nas placa de notebooks e estão
presentes logo quando a placa é energizada seja com a fonte AC, seja com a
bateria é de extrema importância entender o funcionamento destas fontes
porque costumam apresentar muitos problemas e também é condição
fundamental para que você consiga reparar qualquer outra fonte nos
circuitos internos das placas, como as fontes que geram as tensões da
memória, fontes do Vcore e GFXcore.

3.6 SIO: Também conhecido como super IO, é um dispositivo de entradas e


saídas que executa inúmeras tarefas, e tem o papel de gerenciar o teclado,
touch pad, velocidade do cooler, sensor de temperatura, além de se
comunicar com diversos dispositivos como, PCH, Bateria, Charger, entre
outros e também é resposável pelo acendimento da tela do notebook,
ativação de Wi-fi, acendimento do led do hd, enfim é um componente que
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apresenta muitas funções e também defeitos, geralmente entra em curto e


quando isto ocorre ele apresenta um consumo excessivo na fonte de
bancada aquecendo o controlador de 3,3V. O super IO pode apresentar
defeitos em setores específicos da placa, como não carregar a bateria, não
acender a tela do notebook, não acionar o wi-fi, entre outros. Existem
modelos que são gravados, ou seja, ele também precisa de um firmware que
é inserido no componente através de um programador específico,
falaremos mais adiante sobre este assunto.

3.7 PCH: Depois do processador é o principal componente da placa, a pch foi


substuida pela antiga ponte sul, as placas mais antigas eram compostas por
ponte norte e ponte sul, isso gerava um gargalo devido a alta frequencia de
processamento e impossibilitava o avanço de melhorias nestes
equipamentos, a Intel desenvolveu este controlador para resolver este
problema e atualmente ele é integrado junto com o processador, estão
dentro do mesmo encapsulamento, sendo responsável por quase tudo na
placa, seu funcionamento é super complexo, porque esta diretamente
ligado ao processador desempenhado milhares de tarefas e com milhares
de terminais que são de tecnologia BGA, o que dificulta realizar aferições
neste componente.

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4.0 ANÁLISE DE FUNCIONAMENTO PLACA LA-F115P

Agora que temos uma idéia do funcionamento inicial das placas de


notebooks, vamos fazer uma minuciosa análise de um modelo de placa de
notebook específico.
Esta placa é de um notebook da marca DELL modelo Inspirion 5570, o
modelo da placa é LA-F115P.

Vamos iniciar o estudo verificando os detalhes de cada etapa que já


mencionamos, para que o entendimento fique bem claro, pois iremos
analisar a fundo grande parte dos circuitos onde teremos muitas
informações com riquezas de detalhes, facilitando inclusive a análise de
qualquer outro tipo de placa de notebook.

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4.1 Circuito RTC - Real Time Clock - Este circuito é responsável por manter o
Circuito de tempo real em funcionamento constante, ele é
alimentado por uma bateria de 3V, que fica acoplada na placa.

Figura 1

Na figura 1 acima podemos verificar que o Sinal +RTC_VCC é justamente a


tensão que vem da bateria do CMOS no caso de 3 Volts. O Sinal +3VLP é a
tensão de 3,3 Volts que vem do C.I gerador de PWM de 3,3V da placa. Quando
o diodo D1 recebe os 3,3V do C.I ele não utiliza a energia da bateria de 3V da
placa, pois o diodo ficará cortado devido a tensão que teremos no catodo de
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aproximadamente 2,7V. Seja pela fonte AC do notebook, pela bateria do


notebook, ou pela bateria CMOS, teremos no catodo do diodo D1 pino 1 uma
tensão de aproximadamente 3V com o nome de +RTC_CELL que é a primeira
energia que precisamos ter na placa para o seu funcionamento. Um detalhe
bastante interessante é que sem a bateria do CMOS na placa, ela vai emitir
um sinal de alerta porque como podemos observar, a tensão da bateria
polariza o mosfet Q1 que emite um sinal de nível lógico baixo RTC_DET# que
é enviado para a PCH.
Na Figura 2 abaixo podemos verificar que esta tensão é ligada no terminal
VCCRTC no terminal da PCH e segue para o Super I/O fazendo um papel
super importante onde veremos a seguir.

Figura 2

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4.2 Circuito de Alimentação Principal - A placa do notebook será alimentada


com a tensão da fonte ou da bateria, como mostramos na etapa 1b
na figura 3.

Figura 3

Vamos mostrar em detalhes as etapas das partes principais de cada


circuito, iremos começar pela parte do adaptador da fonte DC , onde temos
a alimentação principal do conector DC Jack representado pelo código
PJPDC1, conforme figura 4 abaixo.
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Figura 4

Análise da figura 4 - Os pinos 7 e 8 na verdade são terminais de aterramento


que estão nas laterais do conector. Os pinos 5 e 6 são os terminais onde
temos o positivo da fonte, na grande maioria das placas de notebook 19 Volts,
quando precisamos fazer uma adaptação para fazer uma ligação na placa, é
através destes pinos que devemos nos orientar para ligar o cabo do positivo.
O terminal 4 não é ligado em nenhum lugar. O pino 3 liga o terminal que no
caso dos notebooks da marca DELL, existe um circuito na placa que
identifica através do sinal PSID se a fonte é ou não original do equipamento.
E finalmente os pinos 1 e 2 são os terminais ligados ao aterramento.

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5.0 CIRCUITO COMUTADOR BATERIA E FONTE

Para que a tensão da bateria do notebook não entre em choque com a


tensão da fonte a/c, nós precisamos de um circuito onde existe uma lógica
para que isso funcione corretamente, no caso desta placa que são
arquiteturas mais modernas esta lógica funciona de uma forma um pouco
diferente.

Podemos observar que tanto o adaptador como a bateria precisam ser


transformadas em uma tensão chamada +19VB, sendo que nas placas
menos atuais este padrão é diferente, pois os circuitos trabalham de forma
mais independente, tanto a bateria como a fonte.

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Vamos analisar o circuito abaixo, onde temos a tensão +SDC_IN que é


proveniente do carregador AC, esta tensão entra no dreno 1 de um mosfet
canal duplo modelo AON6994, então na verdade temos 2 mosfets
trabalhando neste encapsulameto, o que precisamos é que a tensão que
esta no dreno 1 passe para o Dreno 2 e Source 1 (D2/S1) e o Gate 1 é quem vai
habilitar ou não esta condição, o CI de Charger envia este sinal UG1_CHG que
esta no Gate 1 do PQB01 e libera a passagem desta tensão que irá passar
pela bobina PLB01 e chegará no outro mosfet de mesmo modelo. Quando
esta tensão chegar no (D2/S1) do PQB02 ela será enviada através da
bipolaridade entre Source 1 e Dreno 1, mas sabemos que este mosfet precisa
de saturação para suportar a corrente que irá circular por ele, só depois que
isto acontecer é que teremos o +19VB que irá alimentar toda a placa.

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Após esta sequência a tensão de +19VB passará pelo resistor PRB12 e


passa a se chamar +VCHGR e finalmente chega em PQB03 que é justamente
o mosfet que separa a tensão que vem da bateria com a tensão que vem da
fonte, ou também é por ele que a tensão da bateria chega passa por ele
através da bipolaridade e passa a se chamar +VCHGR. Os problemas mais
comuns neste circuito são: A placa não liga apenas com o carregador, mas
liga com a bateria conectada e não carrega a bateria,

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6.0 FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO PSID (IDENTIFICAÇÃO DA FONTE)

O circuito acima da figura 5 é polarizado pela tensão de +3VALW,


mantendo a linha do sinal PS_ID em nível alto, passa por PQ1, pois apesar do
Mosfet ser de Canal N, ele está diretamente polarizado e através da
bipolaridade, permite a passagem da corrente do Source para o Dreno. Essa
tensão de 3,3V é enviada até o conector de alimentação da placa e levada até
o circuito interno da fonte de alimentação, que ao receber o pulso de PWM
que é enviado pelo SIO, ele reconhece o circuito através de uma variação
rápida de pulsos estabiliza a tensão em 3,3V linear, mantendo assim estável
a linha. Quando a fonte não é original, ou não tem essa conexão desta linha
com o circuito da fonte, o SIO, fica enviando pulsos de PWM, tentando
identificar o circuito ininterruptamente, e desta forma apesar da fonte
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fornecer energia para a placa, ela não consegue carregar a bateria do


notebook, e emite avisos dizendo que a fonte não é original. Ainda neste
circuito temos a tensão de +5VALW que satura o mosfet PQ1 permitindo fluir
a corrente necessária do circuito, e temos o transistor PQ2 que está pré
polarizado por um divisor resistivo, e se houver um surto ou pico de tensão,
ele irá saturar o PQ2, que irá cortar o PQ1 e bloquear o excesso de corrente
que circula entre Dreno e Source do PQ1. E Finalmente temos o PD1 que é um
diodo schottky, ele também está sendo utilizado para absorver os picos de
tensão PWM grampeando em -0,3V a tensão mínima nos pulsos de descida.

6.1: Circuito de Entrada e Proteção - No conector da fonte temos os pinos


dos terminais 5 e 6, eles nos levam até a alimentação dos 19V da placa,
é o positivo da placa, também conhecido como +B e para ser mais
específico, nesta placa é o +DC_IN conforme mostrado abaixo na figura
6.

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O Sinal +DC_IN, é um sinal que está presente praticamente em todos


os locais da placa, mas para que isso aconteça ele precisa passar pelo
circuito de proteção, que vamos mostrar abaixo iniciando pela figura 7.

Figura 7

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Esta placa tem um circuito de proteção bem interessante, vamos


analisar toda etapa de funcionamento e todos os estágios deste circuito
para entender com clareza os detalhes, e como vimos na figura 7 acima já
podemos afirmar que para que os 19V da fonte que chega no Source do
Mosfet PQ3 passe para o dreno, precisamos ter uma tensão mais negativa
no gate em relação ao source do mesmo, e para isso o divisor resistivo PR8
e PR10 precisa estar ativo, e para que ele esteja ativo é necessário que o PQ5
esteja saturado.

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Na figura 8 acima, temos mais detalhes do circuito e podemos verificar que


para que o PQ5 esteja saturado precisamos que a tensão de 3,3V advinda do
sinal +3.3V_ADP_DCIN esteja presente no gate do PQ5 e para termos esta
condição, precisamos eliminar outras duas condições. A primeira é que o
PQ20 não esteja saturado, e isso irá acontecer caso o carregador da placa
seja removido, ou o circuito apresente algum defeito. A segunda condição é
que o PQ16 também não esteja saturado e para que ele não esteja saturado
o PQ15 deve estar saturado, cortando a tensão do gate do PQ15. Porém para
que o PQ15 esteja saturado precisamos analisar o PU2, que é uma Porta
Lógica AND, ou seja, precisamos ter nível lógico alto nas duas entradas para
ter nível alto na saída.

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Na figura 9 acima, podemos ver mais detalhes sobre o funcionamento


deste circuito, onde já podemos observar que temos na saída da porta lógica
uma realimentação para uma das entradas (2), ou seja, o que estiver na
saída, vai estar na entrada 2, e quem vai determinar o que vai estar na saída
é a entrada (1). Temos uma alimentação de 3,3V advinda do sinal +3VALW_EC,
deve manter em nível alto a entrada 1 e também mantendo em nível alto a
saída do PU2. Porém temos um sinal chamado PWR_SELECT, que está vindo
do Super IO, se por algum motivo de segurança a placa precisar acionar a
proteção, é este sinal que deverá ser levado a nível lógico baixo, ou seja, ele
será levado ao terra e isso modificará toda a lógica do circuito, desarmando
todo sistema que vimos anteriormente, bloqueando não apenas os 19V do
mosfet de entrada como também outro circuito que vamos ver a seguir.

PU1

PU2

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Neste circuito acima na figura 10, podemos observar que o sinal


PWR_SELECT, além de colocar toda lógica do circuito de proteção no estado
que irá fazer com que o Mosfet PQ1 fique em corte, ele também irá bloquear
o sinal +3.3V_ADP_DCIN, que é gerado pelo PU1. Vamos analisar com mais
detalhes através logo abaixo como podemos observar na figura 11.
O Sinal PWR_SELECT1 estando em nível lógico baixo, ele vai manter em
corte o mosfet PQS30A, que por sua vez irá saturar o mosfet PQS30B.

Agora vamos verificar abaixo na figura 11 o que vai acontecer com o PU1.

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Com o PQS30B saturado vamos ficar com 0V no pino 4 que é Enable do


CI PU1, sendo assim o pino 5 Out (Saída) não vai ter os 3,3V que é o sinal
+3.3V_ADP_DCIN, e sem este sinal não teremos a saturação do PQ5 que é o
mosfet responsável pelo divisor resistivo do circuito de entrada da fonte de
alimentação como podemos observar abaixo na figura 12.

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Os 3,3V passa pelo diodo PD10, pelo resistor PR2, até chegar no gate
do mosfet PQ5, quando ele satura, faz o aterramento para ligação do divisor
resistivo e permite que a tensão dos 19V da fonte seja liberada para o dreno
do PQ1.

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Vamos analisar a figura 13 acima, o gate do mosfet PQ4 é acionado


pelo divisor resistivo formado por PR09 e PR12, porém ele depende da
saturação do Mosfet PQ6 que é saturado pelo divisor resistivo PR11 e PR17.
Até aqui é bem tranquilo a análise, mas se olharmos os detalhes podemos
observar que temos um outro mosfet PQ19 que se saturado vai levar os 19V
da linha SDC_IN para o gate do mosfet PQ4 e irá levá-lo ao corte. Para que o
PQ19 não esteja saturado precisamos ter a condição do PQ18 saturado, PQ17
cortado e PQ19 com 19V no gate e 19V no Source assim também cortado. Para
saturar o PQ18 nós temos 3 sinais com tensão de 3,3V, o principal deles
PWR_SELECT2.

6.2: Proteções (Bateria e Fonte)

Vamos entender neste tópico como funciona o circuito de proteção


das placas de notebooks, no instante quando removemos a bateria da placa
e a fonte assume integralmente a energia da placa, ou quando retiramos a
fonte e a bateria passa a assumir a energia da placa,

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Na figura 14 acima, temos um circuito de proteção da fonte AC, este


circuito é habilitado quando a bateria do notebook é removida da placa. O
Sinal PBAT_PRES# É ativo em nível baixo quando a bateria está presente na
placa, e neste momento temos 0V em ambos os lados do capacitor PC14.
Quando a bateria é removida da placa, o sinal PBAT_PRES# é levado a nível
lógico alto com uma tensão de 3,3V, neste momento o capacitor recebe esta
tensão e polariza o gate do Mosfet PQ11, fazendo com que o sinal de
H_PROCHOT# seja ativado pois ele irá para nível lógico baixo, porém por
período muito curto, apenas para estabilidade do circuito de Charge e controle
de energia.
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Assim como este modelo de notebok que utiliza a bateria na parte


interna do equipamento, como qualquer outro modelo com este tipo de
arquitetura, não é recomedado que se remova a bateria do notebook com a
fonte conectada na placa, a experiência mostra que apesar da proteção do
circuito, o risco de danificar a placa é enorme, pois o engenheiro entende
que o usúario não irá remover a bateria.
No circuito abaixo figura 15 temos o circuito de proteção da bateria,
que é muito parecido com o que acabamos de verificar.

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No circuito acima temos um detalhe muito interessante, o sinal


H_PROCHOT# é acionado por mais de 10ms para que o super IO enteda que é
para manter este sinal em nível baixo, isto acontece porque a placa entende
que apenas a bateria esta alimentando o circuito e este sinal H_PROCHOT#
é para manter o processador apenas com metade do desempenho, para
economizar energia da bateria.
O sinal H_PROCHOT# esta configurado como entrada ou seja, outro
dispositivo pode definir o nível deste sinal, ele não é controlado pelo
processador, e apesar da interpretação do nome que quer dizer
processador quente, ele não irá desligar o funcionamento da placa, apenas
limitar a capacidade do processamento do processador, o sinal que tem a
função de desligar a placa por causa de aquecimento é o THRMTRIP#.

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Na figura 16 acima temos um circuito Schmitt Trigger que funciona


como uma espécie de temporizador, tendo como função mudar o estado do
sinal H_PROCHOT# e manter a placa funcionando com sua capacidade
limitada de processamento. Quando o nível do sinal H_PROCHOT#
permanece por mais de 10ms em nível baixo este circuito irá mudar na saída
o sinal e mante-lo em nível baixo até que seja novamente acionado para que
volte ao estado normal.
Este Schmitt Trigger esta configurado para mudar o estado da saída
apenas quando na entrada estiver em nível baixo por mais de 10ms, isso
acontece para não mofidicar o estado por qualquer motivo indesejado.
O Sinal PROCHOT que esta na entrada do Schmitt Trigger, é advindo do
super IO, que recebe este comando do processador para alterar o estado da
saída, sendo que quando habilitado ele vai limitar o desempenho do
processador.
Quando o notebook esta com o sistema operacional e os drivers
instalados este controle do desempenho do processador pode ser
configurado por software no gerenciamento avançado de energia do
sistema, ali você determina qual a porcertagem que você deseja que o
processador trabalhe quando estiver apenas com a bateria, assim como
várias outras configurações.

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7.0 FUNCIONAMENTO CIRCUITO DE 3,3V E 5V

Nesta figura abaixo, podemos verificar a sequencia de funcionamento


de energia desta placa, vamos analisar o passo 2, que é as fontes de 3,3V e
5V.

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Primeiramente vamos analisar a fonte de 3,3V, se olharmos na figura


anterior podemos verificar que o código SY8286, neste caso é o circuito
integrado que gera a tensão de 3VLP e 3VALWP, conforme figura abaixo.

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Este controlador precisa das seguintes condições para funcionar


corretamente: IN, EN1 e EN2.

O IN é a tensão principal de alimentação do CI, no caso aqui +19VB

N1 é a habilitação para a fonte de +3VALWP e EN2 é a habilitação do


+3VLP.

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O EN1 é ativado por um sinal chamado EN_3V, este sinal é liberado pelo
super IO através dos sinais ALWON e CMP_VOUT0 conforme vamos
observar na figura abaixo.

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O EN_3V é liberado da seguinte maneira, temos 3,3V polarizando o


sinal CMP_VOUT0, esta tensão chega em PR507 e diodo PD501 que funciona
como proteção para que o circuito não consiga atingir tensões mais
elevadas no anodo do diodo. O Sinal ALWON deve estar em nível lógico alto,
com uma tensão de 3,3V e entra em um divisor resistivo entre PR508 de 1M
e PR 506 de 2.2K, ou seja, teremos nesta linha praticamente os 3,3V que esta
vindo de ALWON.

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O Sinal ALWON esta ligado no terminal 121 do Super IO, para que
tenhamos a tensão neste ponto, este sinal precisa estar liberado, pois caso
ele seja levado ao terra, por causa de algum problema no circuito, a tensão
irá para 0V e não irá habilitar a o sinal no pino EN1.
No Super IO temos um bloco chamado de VCI, conforme figura abaixo:

Neste bloco ele praticamente diz que a saída do VCI_OUT que no nosso
caso é o sinal ALWON depende das entradas deste bloco. Vamos fazer uma
análise deste circuito, veja na figura abaixo que nos pinos do super IO 121
temos a saída do bloco e nos pinos 126, 127 e 128 as entradas.

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Então para que a saída esteja em nível lógico alto, temos uma
complexidades de informações que podem ser projetadas por software ou
por hardware, que o engenheiro determina durante o projeto de como o
circuito irá se comportar diante de diferentes circunstâncias.
Vamos visualizar através do datasheet do componente, o super IO
modelo MEC 1416: Função VIC (VBAT-Powered Control Interface)

A VBAT-Powered Control Interface (VCI) é usada para conduzir o pino


VCI_OUT. O pino de saída pode ser controlado por entradas alimentadas por
VBAT ou por firmware quando o VTR está ativo e o EC está energizado e
funcionando.

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Quando o pino VCI_OUT é controlado por hardware, seja porque o VTR


está inativo ou porque o bloco VCI está configurado para controle de
hardware, o pino VCI_OUT pode ser ativado por várias entradas:
• Quando o pino VCI_IN0# ou o VCI_IN1# é ativado. Por padrão, os pinos
VCI_IN# são ativos baixos, mas o firmware pode alternar cada entrada
individualmente para uma entrada ativa alta.
• Quando o pino VCI_OVRD_IN é ativado. O pino VCI_OVRD_IN está sempre
ativo alto
• Quando o POWER_UP_EVENT do RTC/Week Timer é afirmado (Acordar do
Estado de Hibernação)

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O firmware pode configurar quais das entradas de pinos de hardware


contribuem para a saída VCI_OUT definindo os bits de habilitação.
Registro de Habilitação de Entrada VCI. Mesmo que os pinos de entrada não
estejam configurados para afetar VCI_OUT, o firmware pode monitorar seu

estado atual através dos bits de status no registrador VCI. O firmware


também pode habilitar interrupções de EC a partir do estado do pinos de
entrada.

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Status
Quando a alimentação do VTR está presente e o EC está operando,
o firmware pode descobrir que o pino VCI_OUT funciona como um pino
de saída de uso geral. O pino VCI_OUT é controlado por firmware
quando o bit FW_EXT no registro VCI é '1'. Quando o firmware está
controlando a saída, o estado de VCI_OUT é definido pelo bit
VCI_FW_CNTRL no mesmo registrador.
Quando VTR não está presente (a entrada VTRGD está baixa), o
pino VCI_OUT também é determinado pelo circuito de hardware

EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Para este exemplo, uma plataforma móvel configura a interface de controle
VBAT-Powered da seguinte forma:
• VCI_IN0# está conectado a um botão liga/desliga na plataforma móvel
• VCI_IN1# está conectado a um botão liga/desliga em um dock
• VCI_OVRD_IN é conectado de forma que seja afirmado sempre que a
alimentação CA estiver presente
• O pino VCI_OUT é conectado ao regulador que alimenta o barramento de
alimentação do VTR, o trilho que alimenta o EC A Interface de Controle
Alimentada por VBAT pode ser usada em um sistema da seguinte forma:

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1. Na condição inicial, não há energia nos trilhos de alimentação VTR ou VBAT.


Todos os registradores no VBAT-Powered
A interface de controle está em um estado indeterminado
2. Uma bateria de célula tipo moeda está instalada, causando um VBAT_POR.
Todos os registradores na interface são forçados às suas condições padrão.
O pino VCI_OUT é acionado por hardware, os filtros de entrada nos pinos
VCI_IN# estão habilitados, os pinos VCI_IN# estão todos ativos em baixo.
3. O botão liga/desliga em VCI_IN0# é pressionado. Isso faz com que
VCI_OUT seja ativado, alimentando o trilho VTR. Isso faz com que o EC
inicialize e comece a executar o firmware do EC
4. O EC altera a configuração do VCI para que o firmware controle o pino
VCI_OUT e define o controle de saída para que o VCI_OUT seja elevado. Com
essa alteração, o botão liga/desliga pode ser liberado sem remover o
barramento de alimentação EC.
5. O firmware EC reconfigura a lógica VCI para que as travas de entrada
VCI_IN# sejam habilitadas. Isso significa que os pressionamentos
subsequentes do botão liga / desliga não precisam ser mantidos até que o
firmware EC mude a lógica VCI para controle de firmware
6. Durante esta fase, o pino VCI_OUT é acionado pelo bit de estado controlado
por firmware e os pinos de entrada VCI são ignorados. No entanto, o EC pode
monitorar o estado dos pinos ou gerar entradas quando seu estado mudar
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7. Em algum momento posterior, o firmware do EC deve entrar em um


estado de desligamento de longo prazo.
- O firmware configura o temporizador semanal para um alarme
subsemanal uma vez a cada 8 horas. Isso ligará o barramento de
alimentação do EC três vezes ao dia e permitirá que o EC execute tarefas de
manutenção de baixa frequência, mesmo em seu estado de energia mais
baixa
- Firmware desabilita VCI_OUT. Essa ação elimina a energia do EC e retorna
automaticamente o controle do pino VCI_OUT ao hardware.
- O EC permanecerá em seu estado de energia mais baixa até que um pino
de alimentação seja pressionado, a alimentação CA seja conectada ou o
Alarme Subsemanal esteja ativo.

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Vamos fazer um breve resumo sobre as informações que constam no


datasheet deste componente baseado nas ligações que estão na placa do
notebook.
O Sinal ALWON é o pino de saída deste circuito VCI, e tem como função
liberar a fonte SMPS do controlador de 3,3V conforme vimos anteriormente.
Este sinal depende do controle do firmware do controlador ou do
hardware, isso foi detalhado pelo datasheet do componente , cujo
abordamos anteriormente.
Se a tensão de 3,3V não estiver presente neste sinal, o controlador de
3,3V não irá funcionar e a placa não ira ligar.
Já o sinal VCI_IN1 é um sinal de entrada, proveniente da tensão da
bateria do CMOS ou do próprio controlador de 3,3V que libera a tensão
+3VLP e se transforma em +RTC_CELL. Em nível lógico alto, este sinal
esta inativo, porque ele é habilitado em nível lógico baixo. Sem tensão nesta
linha esta entrada ficará ativada e aí depende do projeto e do funcionamento
do super io que irá liberar ou não o funcionamento, ou sinalizar algum
problema na placa.
O Sinal POWER_SW_IN#, é o famoso pulso do botão power, ou seja,
quando apertamos o botão para ligar o notebook, este sinal que fica com
uma polarização de 3,3V irá para nível lógico baixo, inicializando o
funcionamento do super io e sucessivamente na sequencia de start da placa.
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É importante observar e aferir esta tensão em casos que você sabe


que tem a tensão de 3,3V na placa e a placa não liga, pois uma trilha rompida,
um cabo flex danificado ou algum componente aberto no circuito pode não
levar o sinal para o nível baixo neste pino e a placa não irá funcionar.
Já o sinal HW_ACAV_IN é um indicador de que o carregador esta ligado
na placa quando ele esta em nível alto, e vice-versa, este sinal passa por um
circuito comparador que faz parte do circuito de charge e através desta
identificação o super IO sabe se a placa esta sendo alimentada pela bateria
ou pelo carregador do notebook.

A lógica para entender o funcionamento do circuito acima é idêntica a


primeira análise que já realizamos no circuito de entrada, ou seja, tem que
ir localizando os sinais através do esquema elétrico e associar isso com o
funcionamento da placa.

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Vamos retomar o foco no CI que gera as tensões de 3,3V onde


precisamos entender a análise da habilitação do +3VLP. Esta é uma tensão
linear que é utilizada para alimentar algumas partes iniciais no circuito da
placa e a sua habilitação é feita de uma forma bastante simples, conforme
veremos na figura abaixo.

Um circuito com um divisor resistivo formado por PR302 e PR303, recebe


uma tensão de 19V e libera entre os resistores uma porção desta tensão que
vai habilitar o LDO do CI que gera os 3,3V.

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O Circuito gerador de 5V funciona exatamente da mesma maneira que


o circuito de 3,3V conforme podemos observar na figura abaixo:

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Antes de passar para o passo 2-A podemos observar no diagrama da


fonte que o sinal de POK do CI SY8286 também irá liberar as tensões de
1.0V_PRIM e 1.8V_PRIM, conforme podemos observar na figura abaixo.

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Veja que estas tensõs só estaram liberadas se o controlador de


3,3V SY8286 estiver funcionando corretamente liberando o Power Good,
pois será ele que irá liberar as tensões de 1.0V e 1.8V. É interessante
observar conforme a figura abaixo que estas tensões de 1.0V e 1.8V são
ALWP, ou seja elas estarão presentes na placa só quando o carregador é
conectado, a placa não precisar ser ligada pelo botão power.

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Agora que já analisamos o passo 2 da nossa sequência de fontes,


vamos para o passo 2-A conforme figura abaixo:

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O super IO irá liberar o sinal SIO_SLP_SUS# para habilitar a tensão de


+3VALW_PCH, este sinal é ativado em nível lógico baixo, é importante
enteder que ele é ativado em nível logico baixo e precisamos de uma tensão
neste ponto para que o sinal não seja ativado.
Este sinal é de extrema importância na placa, porque ele irá liberar
várias tensões que estão em Standy Bye no circuito. Veja que ele é ativado
em nível lógico baixo, agora vamos entender esta lógica, o sinal
SIO_SLP_S3# significa que se ativado a placa irá entrar em estado de sono,
desta maneira este sinal ativado irá fazer com que as fontes secundárias de
3,3V e 5V fiquem inativas e a placa ficará em Standy Bye.

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Agora vamos analisar a etapa 3 conforme figura abaixo, pois é o


próximo passo da sequência das fontes para dar continuidade nos estudos
do funcionamento desta placa.

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Agora não tem muito segredo e não tem muita análise para ser feita, o
que temos no passo 3 é uma alimentação de 3,3V com os nomes +3VALW e
+3,3V_SPI que irão alimentar um bloco da PCH conforme veremos na figura
abaixo.

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Aqui vale observar que se ocorrer algum problema de solda BGA,


estes pontos não serão alimentados corretamento ou podem conter
alguma ineficiencia no contato, ocorrendo problemas que dificilmente
conseguiremos aferir com o multímetro ou osciloscópio, por isso que o
entender o funcionamento da placa e a prática de bancada são
fundamentais para reparar problemas desse tipo.
Após este bloco ser alimentado, a placa irá para o passo 4 que é o
próximo na sequência. A análise do passo 4 mostra que ele será habilitado
independente do passo 3, conforme veremos na figura a seguir.

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Conforme a figura acima temos 2 pontos identificados como passo 4, e


neste caso vamos analisar o circuito para entender o que realmente esta
acontecendo. Na figura abaixo temos o CI RT8061 onde o pino de Power Good
é o sinal que esta sendo enviado para o Super IO com o nome de
PRIM_PWRGD.

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Após o sinal PRIM_PWRGD ser enviado para o super IO, vamos


entender o que acontece nas etapas 5.a e 5.b conforme figura abaixo, onde
temos os próximos passos na sequência de análise que estamos realizando.

O passo 5.a é o sinal de reset que vai do super io para a PCH, este sinal
precisa estar em nível lógico alto, para que o reset não esteja ativo, ou seja,
precisamos ter uma tensão nesta linha para o funcionamento da placa, na
figura abaixo vamos ver que a etapa 5.b é exatamente o mesmo sinal
chegando na PCH, além do sinal PCH_PWROK que é proveniente do
processador.

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Finalmente chegamos no sexto estágio desta etapa onde vamos


apertar o botão de power da placa, vamos analisar o que acontece neste
momento.

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Conforme figura acima, o passo 6.a é o acionamento do botão power da


placa, isso faz com que o sinal seja recebido pelo super io, apesar de não ser
mostrado em detalhes nesta sequência, vamos analisar também este
circuito, na figura abaixo temos o conector do botão power, no terminal 2
temos o sinal POWER_SW#_MB, que é justamente o sinal que irá para o
super io, e conforme podemos observar, ele é acionado em nível baixo,
quando pressionamos o botão de power, esta linha que é polarizada com
3,3V vai para quase 0V ativando o sinal no super io, iniciando o processo de
start da placa.

Polarização do sinal POWER_SW_MB com a tensão +RTC_CELL


e mudança de nome do sinal para POWER_SW_IN

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A imagem acima mostra o sinal POWER_SW_IN# no terminal 127 do


super io, mostrando o processo completo da linha deste sinal. Caso você
precise ligar a placa diretamente sem o uso do botão power, você pode jogar
este sinal para o terra que a placa irá inicializar.

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Apertamos o botão power para ligar a placa, porém a placa tem


também uma inicialização simulando um botão power, ou seja, a etapa 6.b
conforme mostrado na figura acima faz com que o sinal SIO_PWRBTN# vá
para nível lógico baixo durante um pequeno instante, e este sinal é enviado
para o processador que ao receber essa informação, inicializa todo o
processo para as ligações das fontes secundárias e sinais para que a placa
de o start e execute o seu pleno funcionamento.

A imagem da figura abaixo mostra o sinal SIO_PWRBTN# chegando no


processador e finalizando a etapa 6.b, dando sequência nesta lógica que
estamos analisando até o presente momento.

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Na imagem da figura abaixo o processo de Start é finalizado na etapa


número 13, onde finalmente a PCH aciona o sinal de reset e fica apta a
executar todas as funções para a qual foi designada.

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Este sinal PCH_PLTRST# vai para nível lógico alto e entra em uma
porta lógica AND (E) e o sinal na saída desta porta é enviado para o
processador e para vários outros circuitos finalizando o processo de reset
da placa dando continuidade na sequência de start.

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Finalizando esta etapa, deu para ter uma clareza de como devemos realizar
as análises dos circuitos e interpretar o esquema elétrico, agora vamos
falar de outro item de extrema importância nas placas de notebooks que são
as BIOS.

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8.0 BIOS
(Basic Input/Output System, em português Sistema Básico de
Entrada/Saída, e também conhecido como System BIOS, ROM BIOS ou PC
BIOS) é um firmware, gravado em uma memória não volátil, usado para
realizar a inicialização do hardware quando a placa é ligada, e para fornecer
serviços de tempo de execução para sistemas operacionais e programas. O
firmware BIOS vem pré-instalado na memória permanente da placa mãe
do computador e é o primeiro software a ser executado quando se liga a
máquina.
A principal função do BIOS é inicializar os componentes de hardware e
o sistema operacional. Além disso, outras funções de gerenciamento
importantes, como a energia e a gestão térmica, são inicializadas a partir de
seu carregamento.
8.1 Sequência de funcionamento
Quando o computador é ligado, a BIOS opera na seguinte sequência:

1. Verifica as informações armazenadas em uma minúscula


memória ROM, que se localiza em um chip fabricado com
tecnologia CMOS. A memória CMOS armazena informações
relativas a configuração de hardware, que podem ser alteradas
de acordo as mudanças do sistema. Essas informações são

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usadas pelo BIOS para modificar ou complementar sua programação


padrão, conforme necessário.

2. POST (Power-On Self-Test ou Autoteste de Partida), que são os


diagnósticos e testes realizados nos componentes físicos (Disco
rígido, processador, etc). Os problemas são comunicados ao usuário
por uma combinação de sons (bipes) ou indicados por iluminação que
fazem os leds das placas piscarem em uma determinada sequência e
se possível, exibidos na tela.

3. Ativação de outros BIOS possivelmente presentes em dispositivos


instalados no computador (ex. discos SCSI e placas de vídeo).

4. Descompactação para a memória principal. Os dados, armazenados


numa forma compactada, são transferidos para a memória, e só aí
descompactados. Isso é feito para evitar a perda de tempo na
transferência dos dados.

5. Leitura dos dispositivos de armazenamento, cujos detalhes e ordem


de inicialização são armazenados na CMOS. Se há um sistema

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operacional instalado no dispositivo, em seu primeiro sector (o Master Boot


Record) estão as informações necessárias para o BIOS encontrá-la.

8.2 Atualização ou Upgrade

Na maioria das placas mãe modernas a BIOS pode ser atualizada, e os


fabricantes disponibilizam arquivos para essa finalidade. A atualização
pode resolver problemas de funcionamento de periféricos, ou mesmo erros
da versão anterior do BIOS. A atualização altera três programas que estão
dentro da memória ROM (BIOS, POST, Setup) e é uma operação de risco e
requer muito cuidado para não haver danos na placa-mãe.
Há vários problemas que podem acontecer nas atualizações, alguns
deles são: arquivos corrompidos, falta de informações para a solicitação do
software correto, ou ainda a falta de energia elétrica. Se ocorrer algum
problema o sistema poderá não iniciar, deixando a placa-mãe muitas vezes
inoperante.
A atualização ou o upgrade do chip somente deve ser feito quando for
realmente necessário.
Os principais fabricantes destes firmware são: American
Megatrends (AMI), Award, General Software, Insyde Software, e Phoenix
Technologies.
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Os principais tipos de encapsulamentos do BIOS nos dias atuais são


SOIC8/SOP8, eles possem dois tamanhos diferentes conforme mostrado
nas figuras abaixo, o bios de 200~209mil geralmente é utilizado como a bios
principal da placa e o bios de 150mil é utilizado como bios do EC (Super IO),
para cada tipo de encapsulamento é necessario um adaptador diferente
para fazer a gravação do firmware. A nomenclatura SOP significa Small
Outline Packages (Pequeno pacote de esboço) e SOIC significa small outline
integrated circuit (circuito integrado de contorno pequeno), mas na prática
os dois encapsulamentos são praticamente iguais e quando você precisar
selecionar na sua programadora entre um ou outro, isto não irá afetar no
processo de gravação.

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9.0 BIOS NA PRÁTICA

Agora que já temos muitas informações sobre a bios vamos falar em


uma linguagem mais prática, abordando fatos importantes que acontecem
no dia a dia na bancada principalmente em placas de notebooks atuais, poís
elas são responsáveis por grande parte dos defeitos.
Primeiramente temos que separar a bios em 2 partes, a primeira é que
estamos lidando com um componente eletrônico que pode apresentar um
defeito de caráter físico, ou seja, o próprio componente estar queimado e a
segunda parte é a que mais apresenta problemas, o firmware que nada mais
é do que um programa que é gravado dentro do componente.
No caso de defeito físico no componente, o mais comum é a
impossibilidade de gravação do firmware, a programadora não reconhece
o componente, ou apresenta falha na hora da gravação e não é possivel
inserir o programa dentro do componente inutilizando o mesmo. Há casos
que o componente apresenta um curto, impedindo inclusive da placa ligar e
podendo comprometer a fonte de 3,3V ou de 1,8V, pois os CIs da bios são
alimentados com estas tensões no caso, uma ou outra.
Quando o problema é no firmware é preciso regravar o arquivo e neste
momento temos alguma considerações a fazer, primeiramente é

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necessário uma programadora de bios, além disso precisamos do


arquivo correto e aí estamos diante de algumas questões que vamos falar a
seguir.
As maneiras de se obter os arquivos da bios pode ser no site do próprio
fabricante, sendo que nem todos disponibilizam o arquivo, fazendo o backup
de uma placa do mesmo modelo ou copiando de fóruns que armazenam em
banco de dados vários arquivos de bios, vamos falar sobre cada maneira de
obtenção do arquivo.
Site do fabricante: Quando o fabricante disponibiliza o arquivo da bios,
geralmente é em formato .EXE (Executável) pois facilita para o usuário
fazer esta operação sem necessidade de intervenção direta na placa,
através do sistema operacional, o arquivo é executado e ocorrerá o
processo de atualização da bios. Nas placas um pouco mais antigas é
possível extrair com um programa chamado universal extractor o
arquivo .bin de dentro do arquivo executável, pois é necessário para gravar
pelo programador o arquivo.bin. Já nas placas atuais isso já não é tão
simples de fazer, porque dentro do arquivo .exe estão diversos arquivos
com ramificações, ou seja, você pode ter o arquivo de inicialização da GPU,
arquivo do super io, e outros arquivos e o programa universal extractor não
irá fazer esta separação, sendo que o arquivo extraído não irá servir para
gravar na bios.

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Arquivos de Fóruns: Muitos arquivos em fóruns não são confiáveis


principalmente por motivos como incompatibilidade de placas, modelo de
processadores diferentes, arquivos corrompidos ou usuários que colocam
arquivos errados e região ME diferentes.
Backup de outra placa: Vale aqui uma observação muito importante,
em casos que as placas possuem o processador integrado na placa é
necessário fazer o backup de uma placa que tenha o mesmo processador, o
arquivo de uma placa com CPU I3 pode não funcionar na placa com CPU I5 e
vice versa, além disso se a placa tem chip de vídeo dedicado, precisa fazer a
cópia de uma placa que também tenha o chip de vídeo dedicado.
Região ME “Management Engine” - O que é Intel Management Engine?
A Intel fornece algumas informações gerais, mas evitam explicar a maioria
das tarefas específicas que o Intel Management Engine executa e
exatamente como funciona. Em outras palavras, este é um sistema
operacional paralelo rodando em um chip isolado, mas com acesso ao
hardware do seu PC. Ele é executado quando o computador está hibernando,
durante a inicialização e enquanto o sistema operacional está em execução.
Ele tem acesso total ao hardware do sistema, incluindo a memória do
sistema, o conteúdo do monitor, entrada do teclado e até mesmo a rede.

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Quando o computador for inicializado, a região ME receberá todas as


informações do PCH tiradas para comparar com as informações
armazenadas no BIOS ME Region, portanto, se você salvou este BIOS para
outras máquinas, até mesmo do mesmo modelo, mas o PCH foi substituído ,
ou então você retirou o arquivo do bios de outra placa, ocorre o erro
decorrente da Região ME.

9.1 Principais problemas decorrentes da Região ME:

 Exibição tardia da tela inicial, como 20 segundos, 25 segundos, 1 minuto e mais


 Cooler girando na velocidade máxima.
 Problemas de suspensão e travamento.
 Às vezes pode causar problema de travamento na tela inicial.
 Lentidão no desempenho do sistema.
 Desligamento aleatório em intervalos regulares como 1 min, 30 min até 1 hora.
 Laptop liga e o logotipo da marca aparece, mas não entra no sistema.
 Problema na reinicialização da placa.
 Na maioria dos casos a placa irá iniciar, porém sempre com algum problema
destes mencionados acima e possíveis outros também.

9.2 Então qual é a solução para resolver estes problemas?

Temos alguns softwares gratuitos que você pode limpar a região


ME dos arquivos e resolver o problema, porém para alguns modelos
mais novos de Bios estes softwares não estão funcionando, e aí temos
uma opção de um software pago. Este software se chama LBE
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fabricado por um engenheiro egípcio chamado Osama da


empresa Egyfixlab, com este programa você consegue reparar a
região ME, além de resolver vários outros problemas relacionados
com a Bios.

Não vou aqui entrar nos detalhes do uso dos softwares, porque
nas redes sociais é possível assistir a vídeos que ensinam a utilizar o
mesmo e pode ser que tenha outras opções de software gratuitos.

O software LBE é adquirido diretamente com o engenheiro através deste


link:
https://www.egyfixlab.com/laptop/pages/LBE2_Payment/

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O software gratuito para reparar a região ME é o Intel Easy Clean ME como


mostrado na figura abaixo:

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Este software é muito simples de ser utilizado, você só precisa colocar o


arquivo da Bios que você baixou da sua placa em Open Bios, em seguida
selecionar ao lado em Suitable Me a região compatível com o seu arquivo
original e mandar salvar um novo arquivo em Save New Bios.

10.0 GRAVAÇÃO DE FIRMWARE DO SUPER IO

O Super I/O é um microcontrolador com muitos terminais de entradas


e saídas denominados GPIO, General Purpose Input Output, que podem ser
configurados pelo fabricante do componente ou podem ser reprogramados
e configurados pelo engenheiro responsável pelo projeto da placa do
notebook.
Nestes casos que o componente pode ser reprogramado precisamos
ter uma atenção especial, pois se for preciso fazer a substituição do
componente, não basta apenas trocar o componente por outro do mesmo
modelo e fabricante, pois o software que vai dentro dele precisa ser o
mesmo que foi projetado pelo fabricante da placa mãe e neste caso temos
que gravar este firmware dentro do Super I/O.
Existem no mercado programadores específicos para esta finalidade,
o mais conhecido é a SVOD 3, com este programador você consegue
reprogramar o firmware do Super I/O e deixar como original de fábrica,
também temos o programador RT809h, este por equipamento é muito
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completo grava vários tipos de componentes, além do super I/O, ele


grava Bios, Nand, Nor, etc, obviamente que o custo dele também é mais alto.

11.0 ESTADOS DAS FONTES

Esta tabela acima mostra o que esta ou não habilitado dependendo da


do estado de ligação da placa do notebook, isto significa que se o notebook
está apenas com a fonte conectada teremos o estado S5(SOFT OFF) onde
teremos os Sinais de SLP em nível baixo e apenas ALWAYS PLANE ligado.
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O que realmente importa nesta tabela para quem vai fazer


manutenção em placas de notebooks são os estados S5 e S0, porque os
outros estados são quando a placa dos notebooks está em modo standby e
não iremos testar a placa nestas condições.

No estado S5 a placa está apenas com a fonte plugada e temos apenas


as fontes ALWAYS ligadas, já no estado S0 temos a placa ligada, ou seja,
apertamos o botão Power e neste caso temos todas as condições ligadas.
Os sinais SLP são sinais que estão dentro da sequencia avançada de
start da placa, eles vão sendo desativados em nível lógico alto, para liberar
as fontes secundárias da placa, o sinal SUS significa que as tensões

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Suspend estão ou não ligadas, o sinal Run é o último estágio junto com
o Clock para que todas as funções da placa sejam acionadas.
Veja na figura abaixo que a PCH libera os sinais SLP_S5# e SLP_S4#
onde várias tensões que dependem deste sinal serão acionadas, na verdade
os estados de ligação não importa para fazer os testes nas placas, mas se a
placa não está apresentando vídeo por exemplo, estes estados devem ser
aferidos, pois com a falta de uma destas tensões a placa realmente não irá
funcionar.

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Veja nesta outra figura que a PCH também libera o sinal SLP_S3# onde
as tensões de 3VS e 5VS são habilitadas, aqui temos a habilitação dos
estados de sono e da fonte Suspend, já o sinal SLP_S0# habilita outras 2
fontes de extrema importância de 1V e 1.2V_DDR.

Estes sinais SLP são extremamente importantes nas placas de


notebooks, sem esta habilitação já deu para perceber que a placa não irá
funcionar, procure sempre se atentar nesta parte do circuito quando estiver
fazendo as aferições na placa.
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12.0 FONTES TRANSFERIDAS

Para deixar bem claro o circuito abaixo representa as fontes transferidas


de 3V e 5V, este CI UZ3 recebe alimentação de +3VALW e +5VALW e quando
o sinal SIO_SLP_S3# é levado a nível lógico alto as tensões +5VS e +3VS são
liberadas, isso significa que temos uma condição importante na placa, que é
a seguinte, temos essas duas tensões de 3V e 5V quando a placa é energizada
com a fonte e temos após o Start da placa a liberação das tensões VS que irão
acionar várias outras partes do circuito.

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13.0 JUMPERS

Alguns fabricantes de placa mãe facilitam a divisão de circuitos com


jumpers, a grande vantagem destas separações nas placas de notebooks é
que você pode utilizar a malha e separar estes jumpers de forma simples e
rápida, com isso você isola um circuito do outro, isso irá ajudar a identificar
em qual circuito está o problema.

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14.0 FONTES
Esta tabela abaixo é muito importante para análise na placa do
notebook, porque temos uma das informações mais importantes para
reparar a placa que são todas as tensões da placa e em quais estados elas
devem estar presente na placa, lembrando que S0 é quando a placa é
iniciada após apertar o botão power e o estado S4/S5 é o quando temos
apenas o carregador ou bateria conectada na placa, o que esta marcado
com * só vai estar disponível apenas com o carregador ligado, com a bateria
não teremos esta tensão.

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15.0 SEQUÊNCIA DAS FONTES

Abaixo temos uma figura que ilustra toda sequência de ligação das
fontes internas que encotramos nesta placa, a sequência de energia na placa
acontece da esquerda para a direita, onde já podemos visualizar as tensões
que alimentam a placa, seja fonte ou bateria, como são muitas informações,
vamos analisar um caso, pois o racício é o mesmo para toda lógica da
sequência que temos abaixo.

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Abaixo temos a sequência de algumas fontes, vamos começar a


análise pela fonte do +VCC_CORE, onde já podemos verificar que o CI PUI01
e o CI PUI02 recebem a tensão primária +19VB, estes CI precisam liberar 2
sinais, um chamado DRVON e o outro PWM1_2ph_CPU, então vamos
verificar o CI e entender como ele funciona para liberar estes sinais.

É importante verificar o nome do sinal e fazer uma análise na placa


para entender exatamente como é que será acionado esta alimentação e
quais componentes estão envolvidos no processo. Na figura abaixo temos o
controlador que vai gerar os pulsos de PWM e a liberação do sinal para
gerar a tensão de +VCC_CORE, o CI é o PUZ01, se você reparar ele não esta
na sequência da fonte do +VCC_CORE porque na sequencia é citado apenas
a última etapa do processo que neste caso são os Cis PUI01 e PUI02.

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Nos terminais 35 e 16 temos os sinais que estão na sequencia de fontes


para liberar o Vcore, porém ainda não é a saída da tensão do +VCC_CORE, o
modelo deste CI é NCP81218MNTXG, diferente do NCP302045MNTXG que
esta sendo mostrado na sequência.

Estes sinais que estão nos pinos 16 e 35 serão enviados para outro CI
que agora sim é o mesmo que está na sequência da fonte e que irá gerar a
tensão de +VCC_CORE.

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Abaixo podemos observar o controlador PUI01, ele sim irá liberar a


tensão de +VCC_CORE quando receber os sinais DRVON no pino 16 e o sinal
PWM1_2ph_CPU no pino 1.

Vamos analisar agora a sequência da tensão VGA_CORE, o que mostra


o esquema é que o CI ISL62771HRTZ-T (PUV01) irá receber +19VB e irá liberar
um sinal chamado DGPU_PWR_EN e após a tensão de VGA_CORE.
Na figura abaixo vamos verificar os componentes envolvidos nesta
sequência para entender o funcionamento e os passos necessários para
liberação da tensão de VGA_CORE.

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Observando a sequência acima podemos verificar que a tensão de


+19VB irá alimentar o CI ISL62771 e irá liberar o sinal de DGPU_PWR_EN,
consequentemente a tensão de +VGA_CORE.

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Nesta análise temos algo que acontece com frequência em análise de


esquema elétrico, vejam que na sequência das fontes quem alimenta o CI
ISL62771 é a tensão de +19VB, porém ao analisar as alimentações do CI
podemos perceber que as tensões nos pinos 25 e 26 de VDD e VDDP que são
as alimentações principais do CI e nós temos +5VALW, isso mostra que os
esquemas elétricos tem erros, e precisamos sempre olhar o contexto geral
do circuito para que isso não prejudique a análise do funcionamento do
circuito.
No pino 8 temos o sinal DGPU_PWR_EN, podemos perceber que ele
esta chegando no CI ISL62771, mas na sequência das fontes não temos esta
informação, então precisamos fazer uma busca no esquema elétrico, com o
nome deste sinal para descobrir de onde é que ele vem. Na figura abaixo
podemos verificar que ele sai de um dos terminais do processador e irá
habilitar várias funções na placa, inclusive o circuito de +VGA-CORE.

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Agora que já analisamos alguns circuitos da sequência das fontes,


podemos finalizar esta etapa, pois a análise será igual por toda sequência.

16.0 FONTES SECUNDÁRIAS

Chamamos de fonte secundárias as fontes que são acionadas após o


start da placa, todas estas tensões que estão ligadas no estado S0 e
desligadas no estado S5, são chamadas de secundárias, quando o defeito na
placa é que ela liga e desliga em seguida, temos que analisar estas fontes
pois elas são as principais suspeitas deste tipo de problema, e é sobre isso
que vamos estudar agora.
Na prática o que podemos fazer para verificar estas fontes, é utilizar o
multímetro ou o osciloscópio para medir a tensão nas bobinas das fontes,
claro que se a placa liga e desliga a tensão não ficará presente após a placa
desligar, porém neste pulso que ela liga é possível verificar se a tensão
chega até o valor real dela, ou pelo menos próximo do valor, porque em
casos de problemas na fonte o mais provável é que nenhuma tensão irá
aparecer na aferição e assim já podemos determinar em qual das fontes
esta ocorrendo o problema.
Também pode ocorrer de mais de uma fonte não apresentar nenhuma
tensão, porque existem casos em que o Power Good de uma fonte habilitar
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a outra fonte, como não teremos este sinal por causa de defeito na fonte ou
no circuito da fonte, também não teremos a tensão.
Outro problema que pode acontecer é a tensão da respectiva fonte
estar acima ou abaixo do valor correto, isso pode fazer com que a placa não
de imagem, defeitos intermitentes de travamento, liga e desliga, etc.

Nestes casos o recomendado é a troca dos capacitores de filtro da


fonte, claro que este procedimento é apenas após a devida análise no
circuito da fonte por completo.

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Em resumo a análise de cada fonte depende do circuito integrado que o


fabricante utilizou, de qual é a complexidade de fonte e se existe datasheet
disponível para analisar o componente, com os estudos e a prática o que se
percebe é que o funcionamento dos circuitos integrados das fontes de
notebooks trabalha de forma bem semelhantes e com o tempo você
consegue adquirir experiência que irá facilitar o entendimento e a análise
de cada circuito.

17.0 DICAS E TÉCNICAS PRÁTICAS DE BANCADA

• Nunca esqueça que a primeira análise deve ser feita de forma


visual, inspeção visual é onde se encontra muitos problemas,
oxidação, componentes trincados, queimados e ausentes nas
placas, esta deve ser a primeira etapa de qualquer reparo.

• Não se conserta placa de notebook sem uma fonte de bancada


com controle de tensão e corrente, o mínimo necessário para
manutenção de placas de notebooks é uma fonte de 30V e 5 A.

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• Capacitores NEC TOKIN apresenta muitos problemas, sempre


que você analisar uma placa com este capacitor, tente fazer a
troca do mesmo por outro novo, ou faça alterações com
capacitores cerâmicos, tem muito tutorial na internet ensinando
fazer essa troca. Geralmente os problemas causados por estes
componentes é travamento do sistema operacional,
principalmente quando utilizado com a fonte A/C, placa ligando
com todas as tensões e sem imagem.

• Sempre faça aferições de indutores, fusíveis e resistores de


baixo valor com a escala ôhmica do multímetro, é um
procedimento rápido e resolve muitos problemas.

• Muito defeitos em placas de notebooks não são reparados porque


a troca dos componentes são feitas de maneira incorreta, quando
for fazer qualquer retrabalho em placas, saiba aferir a
temperatura e vazão correta da sua estação, muita temperatura
pode danificar a placa, muita vazão pode remover componentes
próximos ao local da solda ou dessolda, proteja com fita adesiva
de alumínio a região próxima a soldagem, não deixa de fazer uma
inspeção minuciosa nos terminais do componente trocado,
verifique se nada ficou sem solda ou em curto.

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• Atualmente as placas de notebooks apresentam muitos


problemas na BIOS, procure absorver o máximo de
conhecimento sobre este assunto porque cada vez mais estes
componentes estão se tornando complexos.

• Quando você não tem tensão na fonte do VCORE e não encontrou


nenhum curto ou problema na análise, provavelmente o
problema é na PCH.

• Quando o controlador de 3,3V e 5V está aquecendo só de plugar a


fonte na placa e o consumo de corrente está entre 120ma a 200ma,
existe uma grande probabilidade do super I/O estar queimado.

• Geralmente nos terminais centrais da bateria do notebook você


vai encontrar 3,3V, isso significa que o regulador de LDO do CI que
gera esta tensão está funcionando e a parte da entrada do
notebook também está liberando a tensão para a placa.

• No terminal positivo da bateria, só pode ter uma tensão alta


quando a bateria estiver conectada na placa, caso contrario a
tensão neste ponto tende a ser muito baixa. Se você medir neste
ponto sem a bateria e a tensão estiver alta, muito provavelmente
a placa tem um problema no circuito charger.
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• O óleo de banana é um produto excelente para você abrir fontes


de notebook. Basta colocar uma pequena quantidade na junção
da fonte onde é colada, que em 30 segundos você a abre sem fazer
nenhum esforço e não vai danificar o plástico.

• Quando for fazer aferições nos terminais muito próximos um do


outro, procure um outro ponto com mais segurança, você pode
facilmente queimar uma placa se encostar a ponta do multímetro
ou do osciloscópio entre os terminais.

• Utilizar a internet para ajudar a resolver problemas nas placas é


viável apenas se você souber analisar defeitos, nunca faça o
procedimento ensinado em vídeos ou tutoriais, porque você pode
ter um problema bastante diferente e piorar a situação da placa.

• Sempre faça uma inspeção no controlador de rede e se houver


controlador do HDMI das placas de notebook, principalmente
quando a placa estiver com defeitos intermitentes, eles podem
queimar com facilidade e deixar a placa com sérios problemas de
funcionamento.

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• Placas com processador e PCH integrados costumam


apresentar muitos defeitos no próprio componente por controlar
quase toda placa, nestes casos o custo de reparo é muito alto e
não adianta perder muito tempo.

• Quando for reparar placas já mexida, lembre-se que pode ser


muito difícil conserta-la, então não vale muito a pena perder
tempo nestes casos.

• Sem placas de sucata é quase impossível ter sucesso para


reparar as placas, na maioria dos casos você vai precisar de
componente para fazer substituição, você pode comprar o
componente, mas o problema pode não ser resolvido, e ainda tem
o tempo para a peça ser entregue, fora os casos em que você não
encontra o componente para ser comprado

• Alguns modelos de placas precisam ser resetadas para


funcionar, para isso basta dar um curto nos terminais da bateria
do CMOS, ou jumpers de reset que existe em alguns modelos de
placas.

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• Quando você ligar a placa na fonte e existir um alto consumo de


corrente, significa que a placa está em curto na linha de +B, porém
se você aferir com o multímetro no terminal +B no conector de
entrada, você não irá encontrar o curto por causa dos mosfets de
entrada. Neste caso você pode fazer aferição após os mosfets e
também injetar tensão após os mosfet, porque se a tensão injetada
for no conector de entrada os mosfets irão super aquecer, porque
toda corrente que está indo para o componente em curto irá passar
por eles.

• Sempre que o controlador de rede estiver queimado (torrado),


troque também o pupinizador, que é um transformador de filtro
que toda placa possui e trabalha em série com o conector e o
controlador de rede.

• Quando você encontrar no esquema elétrico a identificação de


algum componente, porém com o @ junto, provavelmente o
componente não tem fisicamente na placa.

• Curto em 2 linhas juntas você pode analisar no esquema elétrico


qual componente ou circuito recebe as duas alimentações que
facilita a localização do curto, um exemplo seria um curto na linha
de 3,3V e 1,8V e você analisando o esquema verifique que um dos
controladores recebe estas duas tensões.
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• Quando a placa tem vídeo dedicado e não apresenta imagem,


você já fez todas as aferições e não encontrou nada de errado,
você pode ficar em dúvida se o problema é no chip de vídeo, neste
caso se for possível desabilite o chip de vídeo para que o
processador execute esta tarefa e assim consegue-se chegar a
uma conclusão do defeito.

• Muitas placas de notebooks apresentam defeitos de série,


sempre procure por informações sobre a placa que você está
analisando, muitas vezes você pode ter a informação do
problema de forma rápida e fácil.

• O boardview é um programa que mostra a localização de todos os


componentes na placa, ele é extremamente útil principalmente
em placas que não possui serigrafia, mas também agiliza o
trabalho nas placas que possui serigrafia porque você consegue
identificar o componente sem ter que ficar procurando na placa,
além disso ele mostra todas as ligações de cada componente.

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• Utilizar pasta térmica de qualidade em placas de notebook é


extremamente necessário, pasta térmica com baixa
condutividade térmica pode danificar o processador e o chipset
nas placas, além de apresentar problemas de arrefecimento no
notebook.

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18.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espero que este conteúdo tenha agregado bastante conhecimento


para você, o reparo de placas de notebooks é um trabalho muito gratificante
para quem gosta de eletrônica, além de rentável nós aprendemos quase
todos os dias alguma coisa nova e diferente.
Este manual tem informações que irão te ajudar fazer qualquer tipo de
análise, porque o que foi visto aqui, segue o mesmo raciocino para todo o
circuito do notebook.
Em nossas vídeo aulas o conteúdo sobre o funcionamento dos
controladores, principalmente de Charger e Vcore é super importante para
que você consiga entender a fundo o funcionamento das fontes internas dos
notebooks.
Nas aulas de eletrônica você também tem riquezas de detalhes na
parte do funcionamento das fontes pwm, que estão presentes em todas as
placas de notebooks, então não deixe de apreciar estar aulas que são partes
fundamentais para entender a fundo estes circuitos.
Um grande abraço a você que prestigiou este trabalho que eu fiz com
muita dedicação e carinho.
Mauricio Ressuti
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