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HISTÒRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO MUNICPIO DE JATAI-GO

1 Em Jataí, a educação inclusiva chegou no ano de 2002, com a oferta de


um curso sobre a educação inclusiva. Naquele mesmo ano, formou-se um
departamento de educação inclusiva no município. O Departamento
era sediado na Escola Municipal Isaías Soares, escola que reunia número
considerável de alunos com necessidades especiais. Esses alunos eram
alocados em salas especiais e não inclusivas. Um pouco mais
adiante, no ano de 2005, o aumento da demanda havia crescido muito.
Então, houve uma ampliação do atendimento atendendo à proposta da
inclusão. Agora, todas as escolas municipais da rede de ensino atendiam
os alunos com necessidades especiais. Neste mesmo ano, o departamento de
educação inclusiva foi realocado, mudando-se para a Secretaria Municipal
de Educação.
2 No ano de 2007, apresentou-se a necessidade da criação de
aproximadamente 20 salas de recursos multifuncionais. Em 2012, o
município já contava com 22 salas de recursos multifuncionais para o
atendimento
especializado, contabilizando um número positivo e expressivo em relação
ao número de escolas municipais da época.
3 Atualmente, em 2022 a rede municipal não disponibilizou nenhum dado
acerca de tais informações, em nenhum âmbito da transparência e nem via
e-mail quando solicitado.
4 Depois de contextualizarmos a historicidade da inclusão no município
estudado, nosso objetivo neste capítulo foi fazer uma análise da educação
inclusiva no município de Jataí-GO. Todas as ações educacionais,
voltadas para a inclusão se fundamentam em leis, que ao longo do tempo,
tem tido avanços, entretanto, há grandes desafios para que os direitos se
estabeleçam na prática, dentro de um sistema ou instituição.
De acordo com as Diretrizes da Educação Especial:

Construção de uma sociedade inclusiva, é um processo de fundamental


importância para o desenvolvimento e a manutenção de um estado
democrático. Entende-se por inclusão a todos, do acesso continuo ao
espaço comum da vida em sociedade essa que deve estar orientada por
relações de acolhimento a diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de
desenvolvimento, com todas as dimensões (BRASIL, 2001, p.22).

5 Para quem vivencia o processo educacional na prática, entende que é o


desejo maior, formar cidadãos com consciência justa, com autonomia, que
tenham seus direitos garantidos, que saibam realizar suas
próprias escolhas, que não sofram julgamentos por fazê-las. Os direitos
são estabelecidos por lei, mas compete a cada um dos envolvidos
concretizá-los. Ainda segundo as Diretrizes: daremos um passo
fundamental,
se os estudantes com deficiências ou necessidades educacionais especiais
tiverem acesso ao pleno conhecimento, a oferta de aprendizagens
significativas, a oportunidade e acessibilidade necessárias para
a aquisição de autonomia e consciência cidadã. Ainda de acordo com as
Diretrizes Brasil (2001):
Se cada criança ou jovem brasileiro com necessidades educacionais
especiais tiver acesso ao conjunto de conhecimentos socialmente
elaboradas e reconhecidas como necessários para o exercício da cidadania,
estaremos dando um passo para uma sociedade mais justa e solidaria.
(BRASIL, 2001, p.23).
6 Ao lançarmos mão dos escritos de Mantoan (2003), as ações educativas
têm como norteadoras a socialização e o convívio com as diferenças,
tornando o processo de aprendizagem uma experiência de significados,
dando sentido ao conhecimento de mundo do aluno e suas vivências.
Ressaltando que as relações de poder ainda presidem à produção de
diferenças na escola, diferenças essas advindas das realidades sociais,
culturais e econômicas. Mantoan (2003) ainda considera:

“Se a igualdade é referência, podemos inventar o que quisermos para


agrupar e rotular os alunos como PNEE, como deficientes. Mas se a
diferença é tomada como parâmetro, não fixamos mais a igualdade como
norma e fazemos cair toda uma hierarquia das igualdades e diferenças que
sustentam a “normalização”. Esse processo — a normalização — pelo qual a
educação especial tem proclamado o seu poder propõe sutilmente,
com base em características devidamente selecionadas como positivas, a
eleição arbitrária de uma identidade “normal” como um padrão de
hierarquização e de avaliação de alunos, de pessoas. Contrariar a
perspectiva de uma escola que se pauta pela igualdade de oportunidades é
fazer a diferença, reconhece- la e valorizá-la”. (MANTOAN, 2003, p.20)

7 Acreditamos que a rede de ensino municipal tem adotado ações inclusivas


na sua organização educacional e escolar, mesmo sendo muitos os desafios
anunciados num sistema
#social e econômico capitalista e desigual. Para que mudanças ocorram
efetivamente, faz-se necessário observarmos que todo desafio provoca
mudança; efetivar ações inclusivas nas instituições escolares
não é tarefa fácil; a formação profissional deve receber investimento e
os projetos devem ser implementados diretamente para a inclusão.

Uma análise do Plano Municipal de Educação em Jataí-GO

8 Para conhecermos como tem sido abordada e tratada a questão da inclusão


dentro das políticas públicas educacionais na rede púbica de ensino de
jataí, fez-se necessário uma busca documental da legislação
vigente, diretrizes e leitura do próprio plano Municipal de Educação de
Jataí. Nesse sentido percebemos a importância da análise documental para
compreendermos o processo educacional.
9 De acordo com Garcia (2015):

A análise documental tem sido uma forma facilitadora doa cesso aos
discursos políticos, os quais são veículos de sentidos e significados que
contribuem na formação de concepções e na disseminação e incorporação
de práticas (...) A percepção de uma proposição de mudança social contida
nos discursos políticos pode ser fundamental para compreender com que
significação um conceito está sendo utilizado no conjunto
de um discurso. Da mesma forma, a possibilidade de perceber que o sentido
pode ser outro, a partir das condições de produção de um discurso.
(GARCIA, 2015, p. 124)

10 A lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, LDB 9.394/96 no seu


Artigo 12, inciso I preconiza que as instituições de ensino terão a
tarefa de “elaborar e executar sua proposta pedagógica”. Segundo
a LDB, compete à instituição desenvolver seu Plano de Ensino regido pela
Diretriz Nacional, mas que mantenha projetos voltados para a realidade e
que sejam norteadores de ações curriculares inclusivas.
11 Segundo a Lei Orgânica do município de jataí Goiás, de 05 de abril de
1990, o artigo 185 se refere à pessoas portadoras de deficiência, em
poucas linhas, mesmo porque estamos tratando de um período
de tempo de há mais de três décadas.

Art.185: O município manterá programas destinados à assistência a


portadores de deficiência física, sensorial e mental, através de:

Integração familiar e social;


Prevenção, diagnóstico e terapêutica de deficiência e atendimento
especializado, pelos meios que se fizerem necessários;
Educação Especial, treinamento e oportunidade de acesso ao uso de bens e
serviços, para a eliminação e preconceitos;
#Proteção especial à criança e ao adolescente portador de deficiência,
proporcionando-lhes oportunidades de desenvolvimento físico, mental,
moral e social;

§ 1º A Lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, edifícios de uso


público e veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência física.

§ 2º O município dará amparo técnico-financeiro às entidades de


portadores de deficiência física, reconhecidas. (CARA MUNCIPAL DE JATAl
1990, P. 34)

12 `necessário fazer um recorte sobre as expressões “portadoras de


deficiência” ou “deficientes”, documentos apontam a mudança na
nomenclatura para “pessoa com deficiência”, ressaltando que não se deve
ter nenhuma ação que imponha qualquer tipo de discriminação, preconceitos
ou limites de intimidação pela nomenclatura imposta.
13 O referido Artigo dessa Lei Orgânica não explicita, nem garante, nesse
período de tempo, o acesso das pessoas com deficiência na educação
inclusiva, nem sem alas regulares de ensino. De forma bem sucinta
e superficial, O Artigo 185 se refere a Educação Especial.
14 No entanto, no ano de 2010, cerca de vinte anos depois, promulgou-se a
Lei 3.044 de 12 de abril de 2010 que diz em seu documento:

Dispõe sobre a Política Municipal para a Integração de Pessoa com


deficiência; cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com
Deficiência; institui a Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa
com Deficiência e dá outras providências. (JATAl 2010, p.01)

15 Na nossa concepção, o problema não está na criação da Legislação,


claro, ela existe. A nosso ver a questão, na qual tecemos nossas críticas
dizem respeito ao não cumprimento dessas pelo Poder Público,
seja ele, Municipal, Estadual ou Federal.
16 No capítulo I, Art 1º da referida Lei, é expresso o objetivo que é
“assegurar os direitos individuais e sociais da pessoa com deficiência,
criando condições para promover sua autonomia, integração e
participação na sociedade, afastadas as discriminações e preconceitos de
quaisquer espécies”. (JATAl 2010, p.01).
17 Percebemos um discurso bem similar ao longo de leituras de leis e
normativas intencionadas a agregar o processo educativo e social com a
temática da inclusão. A Educação Inclusiva na rede de ensino
público de jataí teve início efetivo em 2002 com a criação do
Departamento próprio de inclusão na Secretaria Municipal de Educação,
apenas uma escola da rede acolhia alunos com deficiência, mas mantinham
em salas especiais e não nas salas regulares de ensino para conviverem e
partilharem vivências. Com a demanda crescente no
#número de crianças/ alunos especiais, em 2005 se estendeu o atendimento
em todas as escolas públicas do município.
18 Dos princípios das diretrizes da Lei Orgânica, em seu Capítulo II,
fica estabelecido:

Art. 3º A Política Municipal para a Integração da pessoa com Deficiência


reger-se-á pelos seguintes princípios:
A família, a comunidade e os poderes municipais constituídos têm o dever
de assegurar à pessoa com deficiência todos os direitos da cidadania,
garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade, bem-estar e o direito à vida;
A pessoa com deficiência não deve sofrer discriminação deu qualquer
natureza;
Respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber
igualdade de oportunidades na sociedade, por reconhecimento dos direitos
que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos. (JATAl
2010, p. 03).

19 Aos olhos da Legislação, cumpre-nos ressaltar que segundo a referida


Lei em seu Art. 4º, a Administração Pública Municipal deverá conceder
tratamento prioritário às pessoas com deficiência, para que
lhes sejam ofertados os plenos direitos individuais e sociais.
20 Nessa mesma direção, de acordo com as atribuições do Conselho
Municipal dos Direitos da pessoa com Deficiência, fica estabelecido no
seu Art. 8º elaborar e aprovar um regimento interno de amparo às
pessoas com deficiência; acompanhar a elaboração acerca das condições de
vida da população com deficiência no município de Jataí, apresentando
sugestões e deliberando providências e resultado. (JATAl
2010, p. 07).
21 Ainda no ano de 2010, o MEC ofereceu uma plataforma de capacitação de
professores, no entanto, devido a divergências de opiniões dos gestores
das instituições escolares na época, os cursos não foram
aproveitados. Em 2012, o Departamento de Inclusão foi aprimorado e passou
a ter mais ações de inclusão junto às instituições de ensino.

Uma análise do Plano Municipal de Educação em Jataí-GO

Oi? Dois títulos iguais? Por que isso?


Esse título já foi contemplado lá atrás antes do parágrafo 8. Revise
isso.

22 No decorrer do nosso contexto cronológico sobre os passos da Educação


Nacional, ressaltamos que todas as diretrizes municipais relacionadas à
educação ficam sobre vigência do Plano Nacional de Educação
(PNE), este sido aprovado para prevalecer por dez anos sob a lei Nº
13.005 em junho de 2014. Sua aprovação se deu sob amplas discussões nas
várias fases que este foi elaborado.
23 Ao fazermos uma leitura contemplativa, concluímos que o objetivo do
Plano Nacional é fazer uma articulação entre os sistemas de ensino para a
melhoria e aprimoramento da educação como um todo. Buscando
a valorização de saberes e a garantia dos direitos.
24 Observamos que consta no Plano Nacional, vinte Metas estruturadas que
precisam ser contempladas no período de dez anos. Para que essas Metas
sejam concretizadas, concluímos que todas as esferas políticas
e educacionais precisam ter o mesmo diálogo, os mesmos interesses
voltados à educação, caso contrário não sai do papel.
25 Agora, abordando a esfera municipal temos o Plano Municipal de
Educação de Jataí- GO, que foi formulado de acordo com o Plano Nacional e
Estadual, ocorreram encontros, discussões com todos os componentes
e integrantes da sociedade envolvidos com o processo educacional. Eu,
como professora, estive em muitas das reuniões, como representante de uma
instituição pública e particular de ensino. Isso denota que
na elaboração do Plano foram ouvidas muitas sugestões, apontamos inúmeras
carências, desde físicas, estruturais quanto pedagógicas e recursos
didáticos.
26 Ao realizarmos a leitura do texto percebemos que ele se direciona não
apenas ao processo educacional da Rede Pública, mas sim, como um Plano
parta toda a Educação do município. Possuindo, inicialmente
um parecer da realidade da educação municipal em suas redes de ensino
pública e privada. Houve a apresentação de um aglomerado de sugestões e
propostas. Entendemos que as expectativas e sonhos são muitos,
mas para que haja a implementação de um Plano de Educação, faz-se
necessário o envolvimento de todos os setores governamentais.
27 De acordo com o Plano Municipal de Educação:

A elaboração do Plano Municipal de Educação de Jataí constituiu exigência


legal desde o ano de 2001, quando, através da Lei 10.172/01, foi
instituído o Plano Nacional de Educação (PNE). O Plano Municipal,
Estadual e Nacional é um documento que define metas educacionais para o
Município por um período de 10 anos, nos diferentes níveis e modalidades
de ensino. Ao prever a construção de Planos Municipais de
educação, o Plano Nacional de Educação ratificou disposição contida na
Constituição Federal de 1988 que estabelece, para a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, a tarefa de organizar, em regime
de colaboração, os seus respectivos Sistemas de Ensino. Tal disposição é
corroborada na LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
nº 9.394/96) que, em seu artigo 11, determina que os municípios
incumbir-se-ão de “organizar, manter e desenvolver os órgãos e
instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às
políticas e planos educacionais da União e dos Estados”. (JATAl 2015,
p.03)
#28 Após um conjunto de leituras sobre a Legislação Educacional que regem
os Planos de Educação, entendemos que a educação e todo o processo e
pessoas envolvidas nelas, se tornam um fenômeno político,
pois traz em seus contextos objetivos e interesses de todas as classes e
grupos sociais e econômicos, sendo um meio dominador ou transformador nas
relações.
29 O Estado é o órgão responsável por direcionar e encaminhar através dos
seus órgãos executivos e legislativos, diretrizes nacionais educacionais
que venham a nortear todo o processo de ensino que será
desenvolvido nas instituições escolares. Silva (2006) pontua:

Podemos considerar que o Estado propaga seu ideário por meio de seus
aparelhos de hegemonia, e instituições sociais como universidades e
escolas que têm a função não só de elaborar como também de difundir
visões de mundo a serviço do projeto do Estado capitalista [...]. Nesses
termos, podemos considerar que o Estado se insere nas relações sociais de
classe e integra uma síntese dialética que envolve sociedade
civil e sociedade política numa disputa constante pelo poder. (SILVA,
2006, p.45)
30 Todo o funcionamento que rege a estrutura educacional e uma
instituição escolar é fundamentado por diretrizes do Estado, estando ele,
dessa forma, integrado na instituição e fazendo parte da própria
organização escolar. Em se tratando dos profissionais que atuam em todos
os âmbitos educacionais e sistemas de ensino, necessitam de qualificação,
de aprimoramento profissional, para que possam atender
e atuar acompanhando toda a mudança do sistema de ensino.
31 Para que haja uma prática docente efetiva e atuante, faz-se necessário
um amparo na legislação educacional Federal e Estadual, observando o
direito à liberdade de atribuir práticas e ações voltadas
para a realidade social, econômica e cultural de cada comunidade e suas
instituições. Ressaltando que consta na legislação e seus princípios, que
as ações pedagógicas voltadas para esfera pública municipal
deverá direcionar à um processo de educação libertador, democrático,
participativo, que busque a construção plena do conhecimento.
32 Parece-nos importante dar maior relevância pontuar que a escola é o
espaço onde acontecem as ações educacionais, que estão propostas nos
objetivos do Plano Municipal de Educação, é na escola que o aluno
vislumbra a educação, passando por um processo contínuo de
desenvolvimento da aprendizagem que terá progresso mediante a um ensino
de qualidade, de integração, de autonomia, norteado por fundamentos que
promovam o aluno enquanto ser humano e valorize sua vivência enquanto
educando.
33 Aos olhos da Legislação, o Plano Municipal descrito em seu documento:
#A proposta orientar-se-á não só na direção de uma democratização das
oportunidades de ensino, mas pressupõe um trabalho dialógico mediante a
participação democrática da comunidade escola. Nesse sentido,
buscamos uma escola com princípios de gestão democrática, preparando
alunos para vida cidadã, plena, com formação intelectual, científica,
crítica e ética, capacitando-os a transpor os obstáculos que enfrentarão
na sociedade atual. (JATAl 2015, p.04)

34 As vinte metas propostas no Plano Municipal de Educação de jataí, não


tratam especificamente do tema “inclusão” proposto nesse estudo, mas
aborda a estrutura educacional e os meios de serem desenvolvidas
as ações necessárias na educação municipal. Segundo o documento, suas
implementações, bem como resultados positivos mediante as metas
estabelecidas, podem resultar não apenas de uma vontade coletiva, social
e política, mas, principalmente de instrumentos e mecanismos de
acompanhamento e avaliação das ações propostas, que deverão ser
desenvolvidas pelo período de dez anos.
35 Em relação à Educação inclusiva, o Plano Municipal traz a Meta 04 que
define:

Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino,
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados,
públicos ou conveniados. (JATAl 2015, p.15)

36 Pensamos ser necessário ressaltar que para o alcance das metas são
necessárias estratégias que possam viabilizar o processo, o Plano
Municipal traz dezesseis estratégias direcionadas ao ensino especial
na rede de ensino de jataí. Essas estratégias vão desde a adaptação de
prédios escolares que garantam a acessibilidade e mobilidade adequada, à
viabilizar a partir do ano de 2018 o atendimento especializado
independentemente da idade.
37 O Plano rege ainda que em parceria com instituições de ensino superior
público, oferecerá a partir do ano de 2016, cursos de formação inicial e
continuada de aprimoramento aos professores da rede pública,
na aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais e no Sistema Braille, que
deverão contar com recursos e metodologias específicas para os alunos
surdos, cegos e com demais necessidades especiais. Ainda nas
estratégias, o Plano Municipal prevê a continuidade das Salas de
Atendimento de Ensino Especializado (AEE), em tempo integral, sendo
ofertado no contra turno, com recursos e materiais pedagógicos adaptados
às necessidades específicas e individuais. Para desenvolvimento dessa
estratégia faz-se necessário a aquisição de disponibilidade de materiais
e recursos didáticos e pedagógicos para
#um atendimento assistido e de qualidade adaptados para os alunos com
necessidades especiais matriculados na rede regular de ensino.
38 O Plano Municipal traz ainda como estratégia de número 16, a busca por
parcerias com a Secretaria Municipal de Saúde atendimento médico que
envolve vários profissionais em suas áreas específicas (psiquiatras,
oftalmologistas, neurologistas, psicólogos), para diagnosticar
deficiências e emitir laudos clínicos para um melhor acompanhamento da
escola e também da família.
39 Entendemos que quando nos referimos a políticas públicas, devemos
ampliar nosso olhar no sentido de que se trata não apenas de ações
governamentais federais, estaduais ou municipais, mas sim, de
interligamentos
entre sociedade, necessidades e educação. E compete ao Estado à
implementação e realização dessas ações, possibilitando ao ser cidadão
constitutivo no aluno, os direitos a uma formação crítica construtiva
e atuante.

Especificidades do Plano Municipal De Educação em relação ao processo de


inclusão dos estudantes com deficiência e as escolas comuns....

O processo de escolarização dos estudantes com deficiência incluídos nas


escolas comuns

40 Percebemos no decorrer de leituras e até vivências como docente de


sala de aula do ensino regular da educação básica, que muitos registros
de legislações, normativas e até mesmo leis que são regidas
em parte pela Declaração de Salamanca, há o objetivo mor de que: todas as
crianças, independentemente de sexo, cor, religião, têm direito universal
à educação, e devem ser dadas à elas a oportunidade de
adquirir e aprimorar o seu nível de conhecimento. Ressaltando que cada
criança aprendente possui características, necessidades, habilidades que
lhes são próprias e intransferíveis. Assim, todo e qualquer
instrumento normativo ou sistema educativo deve ir ao encontro dessa
criança ou aluno. De modo que suas características aqui elencadas sejam
contempladas.

41 Aos olhos da literatura especializada, em seus escritos, Sassaki


(1998) afirmam que: que traz o seguinte paradigma sobre a inclusão:
Esse paradigma é o da inclusão social - as escolas (tanto comuns como
especiais) precisam ser reestruturadas para acolherem todo espectro da
diversidade humana representado pelo alunado em potencial, ou
seja, pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas
e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem
deficiências e pessoas com outras características atípicas, etc.
`o sistema educacional adaptando-se às necessidades de seus alunos
(escolas inclusivas),mais do que os alunos adaptando-se ao sistema
educacional (escolas integradas). (SASSAKI, 1998, p. 09).

42 Por esta razão, precisamos ressaltar que a educação inclusiva deve


valorizar a diversidade humana, considerando que a deficiência em si, é
uma característica própria da não homogeneidade. Ao lançar
mão da Legislação, Salamanca (1994) prescreve que:

Cabe ressaltar que a deficiência é considerada como uma diferença que faz
parte dessa diversidade e não pode ser negada, porque ela interfere na
forma de ser, agir e sentir das pessoas. Segundo a Declaração
de Salamanca, para promover uma Educação Inclusiva, os sistemas
educacionais devem assumir que "as diferenças humanas são normais e que a
aprendizagem deve se adaptar às necessidades das crianças ao invés
de se adaptar a criança a assunções preconcebidas a respeito do ritmo e
da natureza do processo de aprendizagem" (SALAMANCA,1994, p. 4).

43 Nessa perspectiva, concordamos que a Educação Inclusiva se direciona a


evitar todo e qualquer tipo de desvalorização, discriminação, segregação,
sejam essas ações relacionadas ao desempenho intelectual,
à estrutura social e familiar, ao desenvolvimento cognitivo, ao modo de
vida, às escolhas pessoais e individuais.
44 Ao anunciar qual é o papel da escola diante das ações includentes,
cabe indagar: mesmo diante de tantos objetivos convergentes em todas as
esferas educacionais e de políticas públicas educacionais voltadas
para a educação inclusiva, será que esses sistemas e a sociedade como um
todo estão habilitados e preparados para a efetiva realização dessa
educação inclusiva? Frente as nossas experiências, enquanto
professora da rede Municipal em Jataí, diríamos que não, uma vez que as
ações propostas, as adaptações curriculares, a formação de professores
quase inexistente [...], não vem dando conta de alavancar
um projeto includente de educação que possa efetivamente garantir com
qualidade – equidade a inclusão dos alunos com deficiência nas escolas
comuns.
45 Entendemos que a escola comum ou salas regulares de ensino, devem
acolher todo e qualquer aluno independentemente de suas características
individuais. Porque estas fazem parte de um processo de inclusão
ou ampliação a mesma. Ainda, de acordo com Sassaki (1998):

Educação inclusiva é o processo que ocorre em escolas de qualquer nível


preparadas para propiciar um ensino de qualidade a todos os alunos
independentemente de seus atributos pessoais, inteligências, estilos
de aprendizagem e necessidades comuns ou especiais. A inclusão escolar é
uma forma de inserção em que a escola comum tradicional é modificada para
ser capaz de acolher qualquer aluno incondicionalmente
e de propiciar-lhe uma educação de qualidade. Na inclusão, as pessoas com
deficiência estudam na escola que frequentariam se não fossem
deficientes. (SASSAKI, 1998, p. 8).
#
46 Nesse contexto, a construção e o acolhimento dos estudantes com
necessidades especiais em processo de escolarização nas salas regulares
de ensino devem acontecer de forma integradora, sem nenhuma exclusão.
Para isso, é possível constatar a necessidade de uma reforma nas
instituições de ensino. Que vão desde as estruturas físicas até o
aprimoramento do corpo docente. Em relação ao trabalho docente no ensino
e aprendizagem desses estudantes em salas regulares. De acordo com
apontamentos de Ropoli (2010, p. 9, apud SAMPAIO 2012, P.37) são bem
definidos ao comentar que:

A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos


alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso
de todos, adotando novas práticas pedagógicas. Não é fácil
e imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças
que vão além da escola e da sala de aula. Para que essa escola possa se
concretizar, é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento
de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de
alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a
inclusão. (ROPOLI, 2010, p. 9)

47 Em relação ao corpo docente e suas práticas pedagógicas, Lacerda


(2006) já expunha a necessidade de busca por conhecimento, aprimoramento,
formação continuada e muita informação sobre as deficiências
e características individuais dos alunos. Ofertando-lhes um ensino e um
atendimento inclusivo e com equidade, favorecendo à uma educação efetiva
e verdadeira.

Observações gerais:

 Favor corrigir as referências (JATAL, 2010-2015) em amarelo que


estão erradas a escrita.
 Corrigir o título que se repete antes do parágrafo 8 e do 22: são
os mesmos títulos
 Este capítulo 2 ficará apenas com 8 páginas e meia?

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