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RESUMO
O presente artigo tem por objetivo analisar os direitos e proteções jurídicas das
pessoas com Transtorno de Espectro Autista, com o propósito de debater quanto às
legislações que visam proteger os autistas, em consonância aos princípios
constitucionais que garantem a dignidade da pessoa humana destas pessoas em
específico. Os diagnósticos positivos de TEA tem aumentado significativamente nos
últimos anos, e este trabalho se dispõe a discorrer sobre como o ordenamento
jurídico atual trata as desigualdades que são geradas através de cada diagnóstico,
visto que, as pessoas autistas estão em um grupo que é tratado com discriminação,
que geral dificuldades ao acesso à direitos fundamentais. O presente artigo tem o
intuito de na primeira parte, conceituar o Transtorno do Espectro Autista, e seus
tipos. A segunda parte será utilizada para analisar como as pessoas autistas são
recepcionadas socialmente no atual cenário jurídico. Ao final será tratado sobre as
proteções e direitos em conformidade a desproteção jurídica das pessoas com TEA.
As considerações finais deste artigo, serão baseadas na interdisciplinaridade entre o
conteúdo jurídico e o âmbito social.
ABSTRACT
This article aims to analyze the rights and legal protections of people with Autism
Spectrum Disorder, with the purpose of discussing legislation that aims to protect
autistic people, in line with the constitutional principles that guarantee the human
dignity of these people in particular. . Positive diagnoses of ASD have increased
significantly in recent years, and this work aims to discuss how the current legal
system treats the inequalities that are generated through each diagnosis, given that
autistic people are in a group that is treated with discrimination, which creates
difficulties in accessing fundamental rights. This article aims to conceptualize Autism
Spectrum Disorder and its types in the first part. The second part will be used to
analyze how autistic people are socially received in the current legal scenario. At the
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Acadêmico de Direito - Faculdade de Educação Santa Terezinha - FEST – E-mail:
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end, protections and rights will be discussed in accordance with the legal lack of
protection of people with ASD. The final considerations of this article will be based on
the interdisciplinarity between legal content and the social scope.
Key-words: Autism. Protection. Right. Society.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo traz, primordialmente, a experiência pessoal da autora, que vivencia
todas as fases do autismo, em decorrência de experienciar desde o recebimento do
diagnóstico, até o início do tratamento e demais situações que familiares de pessoas
com autismo vivenciam.
Inicialmente, é importante ressalvar, que cientificamente falando, nunca houve
uma justificação causal sobre o autismo. As pesquisas que tratam da doença,
conseguiram identificar somente algumas informações importantes, como por
exemplo, a informação de que homens tendem a ter mais chances de desenvolver
T.E.A.
É possível verificar e entender através de uma rápida análise, que todas as
famílias são prováveis de conviver com uma criança e posteriormente adulto, autista.
Exatamente por estes motivos, há uma grande necessidade de que as pessoas
tenham informações sobre esta patologia crônica, desde o diagnóstico, até os
direitos e proteções dispostos.
Ressalta-se que é muito importante que as famílias recém diagnosticadas
tenham uma base de conhecimento sólida a respeito do autismo, para que ocorra o
bom desenvolvimento, cuidado e crescimento durante o tratamento da pessoa
autista. Em decorrência do grande número de casos que vêm surgindo nos últimos
tempos, grande parte das pessoas conhecem ou já ouviram falar do autismo, mas
ainda são leigas nos tipos, maneiras de convivência, tratamentos.
É a partir deste ponto, que os problemas começam a surgir, com efeito, a falta
escassez de informação gera a ignorância, que é destacada através dos
preconceitos, das generalizações, do afastamento das pessoas com autismo da
seara social.
Diante deste contexto, os principais objetivos norteadores deste artigo, será
analisar de forma específica, como as pessoas autistas são resguardadas no atual
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pessoas autistas tenham uma expectativa de vida normal, algumas medidas podem
ser tomadas para que estas pessoas sejam incluídas de forma mais natural no meio
social.
Em decorrência das características perceptíveis dos autistas, como
maneiras comportamentais, inteligência subnormal, sobretudo, dificuldade em
comunicação com pessoas fora do seu ciclo rotineiro, são necessários programas de
inclusão, que adaptem estes deficientes a realidade, bem como, que preparem as
demais pessoas para o convívio com os autistas.
O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, só incluiu
perguntas sobre o autismo no CENSO a partir do ano de 2022, anteriormente à isto,
não haviam dados específicos sobre o número de autistas no Brasil, nem quais as
suas condições e espécies.
O questionário investiga se o participante já foi diagnosticado com
autismo, em tese, o número de pessoas questionadas seria de 78 milhões, e estes
resultados serão divulgados até meados do ano de 2025.
Contudo, estima-se que atualmente existem cerca de 6 milhões de
autistas no Brasil, este número decorre das pesquisas realizadas pelo CDC, que
indicam que no ano de 2023, 1 a cada 36 crianças são autistas.
Quanto a isso, ressalta-se a importância da inclusão social destas
pessoas, que necessitam ter participação na sociedade. É importante observarmos
que, ainda que, existam inúmeras legislações que determinam a inclusão social dos
deficientes, como por exemplo, as vagas de emprego que devem ser destinadas
exclusivamente às pessoas com deficiência, ainda há um grande déficit quanto à
participação social destas pessoas na sociedade.
As pessoas com transtorno do espectro autista são, de certa forma,
excluídas da sociedade em decorrência de suas características físicas e a maneira
que agem perante outras pessoas, no entanto, a não aceitação das pessoas autistas
pela própria sociedade, acaba gerando situações que agravam o diagnóstico.
A inclusão social dos autistas tem relevância sociocultural, e ainda que
existam dificuldades na linguagem, comunicação, e na interação social, estas
pessoas precisam ser inseridas em todos os âmbitos que incluam o contato com
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pessoas que estão fora da sua convivência, visto que, precisam desta interação para
que possam alcançar o máximo do seu potencial.
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O principal objetivo desta pesquisa foi entender, inicialmente, o conceito do
Transtorno do Espectro Autista, sob o olhar de pesquisadores da deficiência e de
famílias que convivem com pessoas autistas. De outra banda, também buscou-se
compreender a respeito das proteções e dos direitos que estas pessoas são
respaldadas.
Visando o objetivo de entender desde o conceito, até as garantias legais e
as demais necessidades das pessoas autistas, os procedimentos metodológicos do
trabalho podem ser qualificados como tendo sido optada pela abordagem da
pesquisa qualitativa, que teve como objeto de estudo, pesquisas realizadas nos
artigos científicos que tratam sobre o Transtorno do Espectro Autista, bem como,
através da bibliografia que trata sobre o tema, bem como de muitos casos
divulgados de famílias que convivem com pessoas autistas.
Quando falamos sobre pesquisa qualitativa, podemos citar, Minayo (2007),
um autor que descreve a referida pesquisa como um processo em que o principal
objetivo é compreender a respeito de determinado assunto, sem realizar pesquisas
numéricas, somente através de análises documentais.
Além deste, também há um grande autor quando se trata de pesquisas
metodológicas. Denzin (2017), que defende a teoria de que a pesquisa qualitativa é
uma pesquisa que envolve a perspectiva de quem a está realizando, para ele, trata-
se de uma espécie de investigação entre o conceito e a prática de determinado
assunto.
Diante do exposto, o presente artigo foi realizado buscando concluir sobre
como as pessoas com autismo vivem atualmente, em face, da desinformação da
sociedade sobre a deficiência. Além disso, também buscou-se entender que existem
legislações eficazes para garantir todos os direitos das pessoas deficientes, bem
como, protegê-las das inúmeras situações errôneas que os mesmos podem ser
acometidos.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Constituição Federal de 1988 tratou expressamente sobre a igualdade
de direitos e deveres dos cidadãos, mesmo que sejam diferentes em características
ou condições. O foco principal deste trabalho, foi analisar se as pessoas com
Transtorno do Espectro Autista eram sujeitos de direitos e se estes estavam sendo
executados e respeitados.
Não obstante, também buscou estudar a respeito das características que
alteram o comportamento e a forma de viver não só do autista, como, de todos que
estão ao seu redor, ademais, objetivou - se analisar se os autistas estão incluídos
dentro dos meios sociais e quais as políticas de inclusão utilizadas pelo Estado para
executar os direitos das legislações específicas.
Foi possível verificar durante o decorrer do trabalho que as pessoas
autistas são respaldadas por proteções jurídicas, visto que, existem várias normas
que foram criadas especificamente para tratar dos direitos destas pessoas, isto, em
decorrência do transtorno ser uma deficiência com características específicas que a
distingue das demais.
O estudo aprofundado do Transtorno do Espectro Autista esclareceu que
ainda há não há efetividade total dos direitos previstos pelas legislações pertinentes
ao TEA, isto, porque não há em um primeiro momento, instrumentos que viabilizem
o acesso aos direitos garantidos, como por exemplo, o tratamento especializado, o
acesso a uma educação interdisciplinar, porquanto, consequentemente, é possível
definir que ainda há uma longa batalha em busca desses direitos.
Não obstante, diante do exposto, é possível concluir que atualmente, o
Transtorno do Espectro Autista tem não só respaldo jurídico, como também, uma
grande visibilidade dentro da sociedade, o que é considerado muito importante
visando a inclusão social dos autistas, ademais, é necessário que o Estado efetive
os direitos dispostos aos autistas.
REFERÊNCIAS
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GIL, Antonio Carlos. Metodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
LIMA, Rebeca Napoleão de Araújo; TORRES, Marina. A proteção jurídica da
pessoa com deficiência. 2013. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/24884/a-
protecao-juridica-da-pessoa-com-deficiencia. Acesso em: 26 ago. 2023.
MAIA, Lia. Professor - Mãe de Autista. Mogi das Cruzes: Clube de Autores, 2017.
71 p.
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