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TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA
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Na etimologia, autismo vem do grego – autós –, que significa algo como
por si só. Segundo Stelzer (2010), tem como correspondente no latim o verbete
“idiotia”, que significa viver no seu próprio mundo. Foi empregada pela primeira
vez se referindo a crianças (3 a 4 anos) com quadro clínico estranho pelo
educador austríaco Theodore Heller, isso em 1908. Inclusive, anos mais tarde,
Piaget (1896-1980) chegou a utilizar a palavra autismo para designar a primeira
etapa do desenvolvimento do pensamento infantil típico, anterior à fase
egocêntrica.
Na psiquiatria, os primeiros registros de patologias infantil com sintomas
que hoje são relacionadas ao autismo estão em capítulo de livro publicado em
1867, escrito pelo psiquiatra Henry Maudsley (1835-1918) (Stelzer, 2010) sobre
um tipo de insanidade na tenra idade. Compreensível essa demora em dar
atenção a comportamentos diferenciados de crianças, uma vez que a infância e a
adolescência também foram sendo constituídas ao longo da história da
humanidade de maneira diferente nas culturas. Mesmo no período da Revolução
Industrial (1760-1840), as crianças eram entendidas como mini-adultos,
trabalhando nas indústrias europeias com o mesmo regime de tempo e condições
dos adultos.
Costumo citar a Sociologia da Infância como exemplo da demora da
sociedade ocidental entender a criança, que se consolida apenas na década de
1990. Mesmo os estudos de Piaget sobre o desenvolvimento cognitivo infantil,
malmente completam um século.
Vários pesquisadores descreveram comportamentos hoje atribuídos ao
TEA, ou utilizaram o termo autismo em seus relatos. Como o italiano DeSanctis,
no início do Século XX, estudando a demência precoce. Em 1911, a médica Eugen
Bleuder (1857-1939) desenvolve relatos sobre "pessoas que tinham grande
dificuldade para interagir com as demais e com muita tendência ao isolamento"
(Stelzer, 2010), utiliza o termo autismo para determinado sinal, dentre outros,
atribuído à esquizofrenia infantil.
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2.1 O começo de tudo – Leo Kanner
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Asperger estudou meninos com nível cognitivo variado, “com inteligência
preservada e com desenvolvimento de linguagem normal, mas que apresentavam
comportamento autista e comprometimento importante de habilidades sociais e
de comunicação" (Stelzer, 2010).
Outros sintomas descritos pelo pesquisador foram os interesses restritos e
repetitivos, rotinas rígidas, fixação em determinados objetos, aparente
inteligência, mas dificuldade na aprendizagem em geral, mesmo com capacidade
viso-especial e memória desenvolvida.
Percebeu-se a similaridade dos sintomas descritos pelos dois autores, mas
havia algumas distinções, dentre elas a idade em que os sintomas se manifestam,
enquanto Kanner percebe os sinais desde o nascimento, Asperger relata que
aparecem entre os 4 e 5 anos.
Mas Síndrome de Asperger, denominação bem conhecida por aqueles que
lidam com autismo, foi utilizada primeiramente em 1963 por Van Krevele, segundo
Stelzer (2010), e consolidada por Lorna Wing, em 1981 (Ribeiro; Martinho;
Miranda, 2012).
Outros estudos aconteceram na sequência, como de Hilde Mosse (1958),
buscando diferenciar autismo de psicose e esquizofrenia. Também Andreas Rett,
neuropediatra estudou 22 meninas com “atrofia cerebral progressiva, com
movimentos estereotipados das mãos, demência, alalia, apraxia de marcha e
tendência a apresentar crises epilépticas” (Stelzer, 2010, p. 14). O termo atípico
surgiu nos anos de 1950, para abranger casos diversos de crianças com ego
fragmentado associado à psicopatia materna.
Com os estudos de Kanner, supondo-se que os problemas apresentados
pelas crianças eram resultantes da falta de afetividade dos pais, deduz-se
imprescindível tratá-los. As terapias psicanalíticas foram o caminho para atender
estes pais em longos processos terapêuticos. Isso nos leva a outro nome
relevante na história do autismo – Bruno Bettelheim.
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reação de defesa a uma situação extrema, que implicava para a criança uma
ameaça de destruição" (Ribeiro; Martinho; Miranda, 2012, p. 81).
Como o livro best seler A fortaleza vazia (1967), no qual atribui o
desenvolvimento dos sintomas do autismo ao afastamento emocional da mãe, que
não consegue entender e atender às demandas do seu bebê. O autor consolida a
crença da mãe geladeira. Assim, afastar a criança da família seria uma solução e
a Escola Ontogênica seria a instituição a atendê-las.
A atividade de Bettelheim levou ao desenvolvimento e implementação de
algumas técnicas que se sedimentaram, como a aplicação da ludoterapia para
crianças autistas, proposta de Axline e Zelan. Além de outros trabalhos com base
na psicanálise, como Frances Tustin (1913-1994), que após retornar dos Estados
Unidos implementou em Londres técnicas de tratamento para autistas, tendo
como referência a psicanálise infantil de Melanie Klein (1882-1960). No livro A
concha protetora, descreve a proteção criada pelos autistas para diminuir sua
vulnerabilidade e identifica nas mães diminuição de atenção aos filhos em
consequência de depressão, e não da ausência prévia de afetividade. Portanto, o
atendimento psicoterápico pode ser essencial para pais de pessoas com TEA
(Ribeiro; Martinho; Miranda, 2012).
Com o tempo, os métodos de Beltelheim foram contestados, mas o autor
já havia se tornado um ícone na área e suas publicações saíram do campo da
ciência, alcançando a população em geral, assim, seus conceitos ajudaram a
formar a visão popular do autismo, de suas causas e seus tratamentos.
Por algumas décadas, a psicanálise se estabelece como a principal opção
de tratamento do autismo nos EUA, mas para alguns pesquisadores esse tipo de
intervenção não apresentou resultados consistentes. Uma parte da
responsabilidade pela adoção de novos caminhos está nas famílias e mães que
por anos foram responsabilizadas pela sintomatologia dos filhos. Os familiares
destacam a inconsistência de algumas colocações que não correspondem à
vivência cotidiana deles com seus filhos autistas.
Os rumos também mudaram porque, nos anos de 1960, estudando gêmeos
idênticos, comparando a gêmeos fraternos, percebe-se existirem fatores
genéticos envolvidos no autismo. Desde então, muitas pesquisas foram e estão
sendo realizadas para identificar características e fatores causais. Mais adiante
em nossas aulas, detalharemos um pouco o resultado dessas investigações.
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Um exemplo de pais em busca de novos rumos para entender o autismo
está em Bernard Rimland (1928-2006), psicólogo americano e pai de autista,
passou a investigar a condição e propõe como origem alteração na função da
formação reticular ativadora (Stelzer, 2010). O sistema ativador reticular é
responsável pela ativação do córtex cerebral, que garante estado de vigília.
Rimland é um dos fundadores do Autism Society of America – Sociedade
Americana de Autismo (ASA, em inglês).
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Outra referência diagnóstica é a Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), que também incluiu o
autismo em sua nona versão, de 1984.
Somente na quarta versão do DSM (1994) e décima do CID aconteceu a
aproximação da descrição dos sintomas e classificação do autismo, o que facilitou
sobremaneira o diagnóstico (Stelzer, 2010). Neste caso, o autismo é apresentado
como relacionado a três fatores básicos: o comprometimento qualitativo da
interação social; o comprometimento da comunicação; e padrão restrito, repetitivo
e estereotipado de comportamento, interesse e de atividades (Stelzer, 2010, p.
27).
Descrição mais precisa das alterações e sintomatologia do autismo resulta
em mais precisão no diagnóstico. Nas últimas décadas, com a massificação do
uso DSM, também promove a avaliação diagnóstica mais generalizada.
Lembramos que o DSM tem sua quinta versão em 2014, que estudaremos
um pouco mais adiante, na qual se estabelece o Transtorno do Espectro Autista.
O CID apresenta a décima primeira versão no primeiro semestre de 2022.
Fato é que, nos anos de 1990, acontece significativo aumento no
diagnóstico de autismo nos Estados Unidos da América. De uma prevalência em
torno de 4 a 10 casos para 10.000 crianças relatados na década anterior, passou
para 30 a 50 por 10.000. Tente calcular: quanto isso representaria na população
Brasileira? Se minhas contas estão corretas, teríamos entre 600 mil e um milhão
de pessoas com TEA, considerando a população do Brasil dos nossos dias.
Mas, o que justificaria esse aumento constatado dos casos no final do
século passado e que continua até os nossos dias? Já se encontra consolidada a
relação do autismo infantil como disfunção neurológica, não psicogênica e com
provocador genético significativo, portanto, alterações no comportamento social
não interfeririam significativamente na quantidade de casos.
São várias as possibilidades levantadas. Uma delas está relacionada
justamente a maior precisão diagnóstica, uma vez que manuais de referência da
área da saúde apresentam clareza e sinergia na descrição dos sintomas. Também
pode-se atribuir a facilidade na divulgação da informação nas últimas décadas,
além do aumento de pesquisas na área, tornando o autismo mais visível e
compreensível. Outro motivo pode ser a inclusão pelo DSM-V da Síndrome de
Asperger e do transtorno global do desenvolvimento não especificados no campo
de autismo (Stelzer, 2010).
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No entanto, nos anos de 1990, alguns pais organizados em associações
pela causa do autismo levantaram outra hipótese, relacionavam o aumento de
casos à ampliação da vacinação infantil. Não se referiam a vacinas específicas,
mas a componentes conservantes destas que tinham mercúrio na composição,
metal pesado, altamente tóxico ao meio ambiente e ao organismo, que se
acreditava também se tratar de um agente neurotóxico (Stelzer, 2010).
Em consequência a esse movimento, o componente com mercúrio foi
retirado das vacinas. No entanto, o que se observou passados mais de 30 anos
foi ainda o aumento da prevalência do autismo. Sabe-se hoje que os sintomas
relacionados à intoxicação por mercúrio não têm nenhuma relação com aqueles
observados no autismo.
Recentemente, discussões sobre vacinas voltaram à tona pelo aumento de
casos de doenças consideradas erradicadas e controladas, assim como em
consequência da Pandemia do Coronavírus. Percebe-se que uma parte da
população ainda desconfia das vacinas.
Os cálculos atuais mostram ainda mais casos. Até o momento, o país que
mais estudou a prevalência do autismo é os EUA e recentemente calcula existir
um caso a cada 59 nascimentos. Veja, na imagem a seguir, elaborada pela
Revista Autismo, a evolução dos registros desde 2004:
A percepção dos pais sobre o efeito da dieta nos filhos com TEA pode
induzir viés de observação, uma vez que os pais por saberem que os
filhos estão sob algum tratamento já criam expectativa de melhora, ou
observam mais intensamente a variabilidade cognitiva do filho e isso
pode acarretar maior percepção de melhora quando, na verdade pode
não ter havido alteração. (Chaves Dias et al., 2018)
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precoce no relacionamento pessoal, também de comunicação e comportamentos
repetitivos e estereotipados.
Alteração significativa que transformou inclusive a denominação do
autismo está no DSM-V. Vamos tentar entender o que mudou entre a quarta e
quinta versões do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
O DSM – IV incluía nos Transtornos Globais do Desenvolvimento o
Autismo, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de
Asperger e outros.
A denominação Transtorno de Espectro Autista (TEA) foi oficializada no
DSM-V (2014). Está incluído como um dos Transtornos do neurodesenvolvimento,
juntamente com: deficiências intelectuais; transtornos de comunicação; transtorno
de deficit de atenção/ hiperatividade; transtorno específico de aprendizagem;
transtornos motores; outros transtornos do neurodesenvolvimento.
Na versão V do manual são integrados ao transtorno autista o transtorno
de Asperger e o transtorno global de desenvolvimento, justificado pela percepção
de se tratar de um mesmo quadro caracterizado por um contínuo de sintomas, de
mais leves a mais graves, com a mesma perspectiva, isto é, relacionados à
comunicação social e comportamentos restritivos e repetitivos, que provocam
prejuízos variados na rotina do sujeito. A aglutinação dos transtornos tem intenção
de “melhorar a sensibilidade e a especificidade dos critérios para o diagnóstico de
transtorno do espectro autista e para identificar alvos mais focados de tratamento
para os prejuízos específicos observados” (DSM-V, 2014, p. XlII, Prefácio).
Assim, surge o Transtorno do Espectro Autista (TEA), como denominamos
atualmente. Um transtorno do neurodesenvolvimento com alterações
principalmente na comunicação e interação social e desenvolvimento de padrões
restritos e repetitivos de comportamento.
Importante dizer que se trata de um acometimento sem cura. Aqui, temos
mais um mito a vencer: dizer que não tem cura não é condenação, pois o TEA
tem tratamento, que, se bem aplicado e quando iniciado precocemente, diminui
os sintomas e prejuízos, em alguns casos substancialmente.
Também é importante destacar que as causas do TEA são múltiplas e a
maioria ainda não identificada plenamente. Outra consideração importante quanto
ao TEA são os impactos econômicos e emocionais que provoca na família, o que
será detalhado mais adiante nas aulas.
Mas, o que é um transtorno?
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Exatamente o que se entende do verbete fora do autismo, transtorno é uma
desorganização, uma bagunça, uma perturbação. Outra palavra compondo a
denominação é espectro, que remete a multiplicidade e variedade de sintomas,
provocados por diversas causas distintas.
A complexidade e variedade que caracterizam o TEA têm algumas
implicações necessárias, mas difíceis de ser conduzidas, pelo custo e pelo
envolvimento de múltiplos profissionais. No caso do TEA, participam diretamente
dos tratamentos psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, nutricionistas, psicopedagogos e outros profissionais da saúde.
Naturalmente, também envolve os familiares e a escola, uma vez que os
tratamentos mais efetivos estão associados à reprogramação comportamental.
Assunto este para um pouco mais adiante nas aulas.
Como trouxemos aqui mitos sobre o autismo, muitas vezes provocados por
distorções, julgamos fundamental apresentar a transcrição literal do DSM-V,
descrevendo as Características Diagnósticas do TEA. A leitura atenta e a
compreensão das características é importante para diminuir equívocos de
interpretação.
Características diagnósticas
As características essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo
persistente na comunicação social recíproca e na interação social (Critério A) e
padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades
(Critério B). Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e limitam
ou prejudicam o funcionamento diário (Critérios C e D). O estágio em que o
prejuízo funcional fica evidente irá variar de acordo com características do
indivíduo e seu ambiente. Características diagnósticas nucleares estão evidentes
no período do desenvolvimento, mas intervenções, compensações e apoio atual
podem mascarar as dificuldades, pelo menos em alguns contextos. Manifestações
do transtorno também variam muito dependendo da gravidade da condição
autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica; daí o uso do termo
espectro. O transtorno do espectro autista engloba transtornos antes chamados
de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto
funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
(Fonte: DSM-V, 2014)
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Naturalmente, o diagnóstico do TEA está a cargo de profissionais da área
da saúde. No entanto, conhecer as características do Transtorno de Espectro
Autista é importante para aqueles que acompanham pessoas com TEA.
Reforçando, temos como características:
Estes são os sintomas nucleares, mas existem outros tantos e que variam
de pessoa a pessoa, alguns deles com maior prejuízo social, como a agitação, as
agressões a si próprio e aos outros. Outros são bem significativos nas atividades
escolares, como aqueles que envolvem a linguagem e a cognição.
O diagnóstico costuma ser clínico, isto é, baseado em observações,
entrevistas, e informações de maior número de fontes. Muitas vezes, existem
deficit verbais e não verbais de comunicação como expressões faciais rígidas, por
exemplo. Podem desenvolver gestos funcionais, mas seu repertório costuma ser
menor do que a população típica. Há também pouca espontaneidade no gestual,
sem conseguir provocar efeito desejado.
Observa-se comprometimento na linguagem; bem comum é a ecolalia, ou
fala em eco e outros comprometimentos. Mas, os casos leves têm a linguagem
oral preservada. Alguns sujeitos têm preferência por atividades individuais, outros
têm extrema dificuldade em iniciar qualquer tipo de interação.
Não há necessidade de citarmos todos os sintomas secundários,
importante é entendermos que cada caso é um e tanto para o tratamento quanto
para o acompanhamento serão implementadas ações distintas.
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REFERÊNCIAS
CHAVES DIAS, E., SOUSA ROCHA, J.; BEMFICA FERREIRA, G.; das GRAÇAS
PENA G. Dieta isenta de glúten e caseína no transtorno do espectro autista: uma
revisão sistemática. Rev Cuid [Internet]. 1 jan. 2018. Disponível em:
<https://revistacuidarte.udes.edu.co/index.php/cuidarte/article/view/485>. Acesso
em: 01 abr. 2021.
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Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/apeste/article/download/22116/16225>.
Acesso em: 01 abr. 2021.
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